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Processo civil - procedimentos especiais

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AULA 1 - RENATA GIOVANONNI – 01/02/2012
CALENDÁRIO E AVALIAÇÃO
Avaliação Regimental de 0 a 7
Avaliação unificada valerá de 0 a 2
Matérias do semestre anterior – 8º semestre
Teremos 40 questões; questões pegas de concurso, exame da OAB e ENAD. Critério de atribuição de nota:
- acertos de 0 a 4 questões – zero
- acertos de 5 a 10 – meio
- acertos de 11 a 20 – um
- acertos de 21 a 30 – um e meio
- acertos de 31 a 40 – dois
Avaliação continuada valerá de 0 a 1 a critério do professor
Duas semanas jurídicas – 7 a 11 de maio/2012 – nessa semana provas de DP e ADAP
Provas semestrais (avaliação regimental) – 23/05 a 05/06
Exame DP e ADAP – 09/06 (não tem mais dois ciclos em um semestre só).
Vista de prova e 2ª chamada – 11 a 15/06
Exames – 18 a 22/06
Programa de orientação profissional aos sábados.
Aulas de DP e ADAP – início 13/02
Avaliação unificada – 13/04
Conteúdo – Processo Civil (Procedimentos Especiais)
Procedimento especial está dentro do processo de conhecimento
Existem ações que a característica da matéria não permite o uso do procedimento comum. Por isso, devem ser usados métodos diferentes para se alcançar um resultado jurídico. 
Volume 2 – Marcus Vinicius Gonçalves
Ações que serão estudadas – Plano de Aula (não mais conteúdo programático)
Teoria Geral dos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa/voluntária;
Jurisdição Contenciosa;
Ação de consignação em pagamento
Ação de prestação de contas
Ações possessórias
Inventários e Partilhas
Embargos de Terceiro
Ação monitória
Jurisdição Voluntária
Separação e Divórcio
Processo x Procedimento X Autos X Ação
Processo – temos as figuras do Juiz, autor e réu e o procedimento. Antes do réu ser citado não existe processo. Imagino que há uma sequência de atos processuais. A depender da sequência de atos, tal será o procedimento. Se a sequencia de atos processuais, vem a ser alterada, se alterou o procedimento.
Procedimento – conjunto de atos processuais. Ex. protocolizar uma PI; citação; defesa (contestação, exceção, reconvenção); audiência; sentença.
Autos – indica a materialização do processo. A rigor o processo é imaterial (não é certo dizer que quero ver processo).
Ação – forma que tenho de provocar a atividade jurisdicional.
O que tenho que fazer para identificar que ação que vou propor?
Qual é a técnica?
Identificar qual é o processo (conhecimento, execução e cautelar). Se eu quiser alcançar uma decisão definitiva então vou estar no processo de conhecimento. Se eu quiser forçar o cumprimento de uma obrigação, forçar o judiciário a isso, então vou estar diante de um processo de execução. Se eu visualizar a necessidade de uma providência jurisdicional urgente, mas provisória, que não se confunde com a pretensão definitiva estarei diante do processo cautelar (não se confundir com a tutela pretendida). Se a decisão que quero for urgente, provisória, mas se for confundida com a providência pretendida de forma definitiva, estou falando de tutela antecipada que se confunde com o processo de conhecimento. Não existe tutela antecipada no processo de execução e no cautelar.
No processo cautelar, tenho procedimentos diferentes:
Procedimento para cautelares nominadas (art.813 e s.s)
Procedimento para cautelares inominadas 
Utiliza método de exclusão – primeiro verifico se é nominada (art.813 e s.s) olhando os artigos do CPC. Se for cautelar nominada tem sequência de atos diferentes da regra geral (arresto, sequestro, busca e apreensão). Não estando nessa sequência, verifico que é inominada e uso então o procedimento geral das cautelares.
Processo de Execução – refere-se a Título Executivo Extrajudicial, porque se for judicial teremos o procedimento como fase dentro do processo de conhecimento, que será a Fase de Cumprimento de Sentença. Devo ver qual é o procedimento e o localizo no código.
Processo de Conhecimento – quero saber os procedimentos, e a divisão é a seguinte: Procedimento comum e Procedimento Especial. 
O Procedimento Especial está no art.890 e ss. do CPC, mas não está apenas no CPC, mas encontramos também em legislação extravagante (extra, fora do código). Ex. ações locatícias, alimentos gravídicos, Mandado de Segurança, leis de juizados especiais etc.
Procedimento Especial se divide em:
Procedimento Especial de Jurisdição Contenciosa (existe uma lide, um conflito de interesses);
Procedimento Especial de Jurisdição Voluntária. Não há lide. Trata-se da administração pública de um interesse privado.
Por que há essa jurisdição voluntária? Existem assuntos da vida dos particulares que interessam tanto para a coletividade que, o Estado, se coloca como um terceiro interessado que dá validade ao ato. Ex. divórcio consensual. O Estado se interessa pela instituição casamento e então se impõe, mas não para decidir, pois não há lide, mas para dar validade ao ato.
Quando vou propor uma ação e pretendo decisão definitiva, escolho o processo de conhecimento.
Primeiro passo para se identificar o procedimento é verificar se a ação que vou propor segue procedimento especial, se está enquadrada no art.890 e ss. ou em legislação extravagante. Ex. lei que trata de normas estaduais.
Se o procedimento não for especial, ele será o comum. Então o procedimento comum é encontrado de forma subsidiária. Ele nasce por exclusão. Se não for procedimento especial, será o comum.
Procedimento Comum pode ser:
Sumário ou 
Ordinário.
Para verificar se é Comum Sumário vou ao art.275 do CPC. Se não se enquadrar nessa verifico que o procedimento é Comum Ordinário (regra geral).
O procedimento é ordinário quando não for sumário e não for especial.
Verificando qual é o procedimento, posso propor a ação indo ao art.282 do CPC.
Procedimentos
Conhecimento (decisão definitiva)
Execução (cumprimento de obrigação)
Cautelar (providência urgente/provisória diferente da providência definitiva)
Procedimento Cautelar: para cautelar inominada e para cautelar nominada
Procedimento de Processo de Conhecimento
	Processo de Conhecimento
	Especial (art.890 e ss do CPC e leis extravagantes)
	Jurisdição contenciosa (lide)
Jurisdição voluntária
	
	Comum
	Sumário (art.275 CPC)
Ordinário
Especial Comum (ordinário ou sumário)
Ação de Consignação em Pagamento – ler os artigos para a próxima aula.
AULA – 08/02/2012
Ação de Consignação em Pagamento (arts.890 a 900 do CPC)
Forma especial de pagamento
Finalidade
Justificativa:
Autor não 
aceita 
outorga quitação 
Dúvida quanto ao credor
Há dois ou mais
Não identificado
Hipóteses – arts. 335 do CC
Procedimento
Depósito
Judicial
Extrajudicial
Objeto
Coisa
Quantia
Consignação fundada na recusa em receber
Depósito extrajudicial: instrumento de direito material
Estabelecimento bancário oficial (lugar do pagamento/conta)
Depósito ciência do credor 
Recusa
Escrita / 10 dias
30 dias para propor ação (obs. Provas)
Omissão do credor
Divergências
Tempestividade (recusa)
Validade (cientificação) 
Restituição (banco? levantamento de valores?)
Depósito judicial
PI (art.282, CPC) – requer depósito. Obs. Falta? – obrigações periódicas (art.67,III Lei 8.245/91)
Citação para: levantar o depósito ou oferecer resposta – art.896, CPC) – obs. Art. 899, §2º (caráter dúplice).
Ação de Consignação em Pagamento – é uma forma especial de pagamento, porque se provoca a atividade jurisdicional.
Aquele que propõe a ação pretende ter a quitação (finalidade) da sua obrigação. Não podemos pensar que o objeto será sempre valor, dinheiro. A quitação envolve uma obrigação de pagamento ou não, pois o objeto pode ser valor ou coisa.
No CPC temos hipóteses em que a ação de consignação em pagamento tende a ser apropriada.
Vamos observar que temos dois procedimentos para a ação de consignação em pagamento.
O art.335 do CC traz um rol exemplificativo. Temos dois procedimentos. O CC traz o elenco de hipóteses:
O se o credor não puder ou sem causa justa recusar a receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma (inciso I).
O credor não manda recebera coisa no lugar, tempo e condições devidos. Deveria ter ido buscar e não foi (inciso II).
O credor for incapaz, está em lugar de difícil acesso. Este inciso III não é comum. Mais comum o credor falecer e tem objeto a ser entregue ou valor a ser pago, e vc não sabe a quem entregar, quem são os herdeiros. Para o devedor basta a quitação (inciso III).
A figura do depositário nasce nessa situação, quando temos um objeto, e um depositário é nomeado pelo Juiz. Não temos mais no Brasil a prisão civil para o depositário infiel (Pacto de São José da Costa Rica – Súmula).
Existir dúvidas sobre qual é o objeto ou o valor a ser pago (Inciso IV).
Se pender litígio sobre o objeto do pagamento (inciso V).
O CC traz o direito material.
O CPC traz dois procedimentos distintos para a Ação de Consignação em pagamento.
Um procedimento é para a hipótese do credor não aceitar receber ou aceita, mas não outorga a quitação. 
Outro procedimento colocado pelo CPC é aquele em que o devedor tem dúvida sobre quem seja o credor, quem deva receber a coisa ou quantia devida. Dúvida no sentido de haver duas ou mais pessoas que se colocam como credores, (“quem paga mal paga duas vezes”) ou na hipótese do devedor não conseguir mais identificar quem seja o credor.
A Ação de consignação em pagamento é regulada a partir do art.890 do CPC, mas o CPC também estabelece a hipótese da consignação em pagamento ocorrer por depósito extrajudicial. Embora o nome do capítulo seja ação de consignação em pagamento, na leitura desse capítulo encontro as duas formas de alcançar a quitação, que é pelo depósito judicial ou pelo extrajudicial.
O depósito judicial é aquele alcançado pelo depósito bancário.
Há críticas feitas por ter o CPC essa estrutura no capítulo, que apresenta as duas possibilidades. Se o depósito é extrajudicial em nenhum momento provoquei o judiciário, portanto, porque esse depósito extrajudicial está regulado pelo CPC.
Ao falar de depósito judicial, trata necessariamente de valor, dinheiro ou coisa. É uma conta para consignação em pagamento.
Ao falar de depósito extrajudicial, este pode ocorrer somente para valor.
Dois procedimentos: recusa ou aceitar e dar quitação.
Segue procedimento especial. É forma especial de pagamento. Pode ocorrer de forma judicial ou extrajudicial. É inovação, e comporta crítica porque é colocado dentro da ação de consignação 
Para ter essa ação ou há recusa em receber, ou desconheço quem deve ser o credor.
Hipóteses do CC não é rol taxativo
Consignação fundada na recusa em receber
O receber tem aspecto amplo, que é receber fisicamente ou dar quitação.
A consignação que tem por base a recusa pode ocorrer de forma judicial ou extrajudicial.
Vamos começar pelo depósito extrajudicial.
O depósito extrajudicial é instrumento de quitação de direito material, o que significa que será feito um depósito do valor em estabelecimento bancário oficial. Este estabelecimento oficial é o localizado no local do pagamento. Tenho que procurar o estabelecimento do lugar do pagamento. Ex. SP, Barueri.
Regra: depósito feito no lugar do pagamento.
Se no lugar do pagamento não houver estabelecimento bancário oficial (ex. Banco do Brasil) neste caso pode depositar o valor em estabelecimento bancário particular.
O depósito ocorre em conta com correção monetária.
É um depósito raro por desconhecimento da população, não interesse de advogados, banco desconhece o procedimento.
É uma conta com correção monetária e não conta poupança, por isso que é depósito especial.
No estabelecimento bancário feito o depósito, o devedor cientifica o credor (não é citação por não ser ação, é extrajudicial) da realização do depósito. A instrução do BC é a cientificação e não notificação. Não é usada essa expressão pela lei. A cientificação do credor ocorre por carta com aviso de recebimento.
Possibilidades do credor: 
1)O credor pode levantar o valor. A consignação teve êxito, porque o devedor alcançou a quitação;
2)Outra possibilidade é o credor se omitir. Nem oferece recusa e nem comparece ao estabelecimento bancário para levantar o valor. O resultado é que o devedor alcançou a quitação. Na omissão do credor a aceitação é tácita. O credor pode levantar o dinheiro que permanece disponível no banco; 
3)A terceira possibilidade é o credor oferecer recusa. Os requisitos para essa recusa são: 
Prazo de recusa é de 10 dias. A recusa tem que ser justificada, por escrito, fundamentada, sob pena de se concluir que ele não ofereceu a recusa. Passou os 10 dias, ocorreu a quitação;
A recusa, no prazo, não é dirigida ao devedor, mas ao estabelecimento bancário. Se a recusa foi dirigida a estabelecimento bancário, este deverá cientificar o devedor. Não cabe ao banco decidir, ou seja, julgar as razões da recusa, quem está certo ou não. 
O que o devedor pode fazer? Devedor terá prazo de 30 dias, contados da ciência da recusa, para propor ação de consignação em pagamento, utilizando um depósito bancário já realizado, com isso, tenho a vantagem de não incidir juros e correção monetária. A legislação entende que cessou qualquer ajuste em relação ao valor depositado. Propondo a ação nesses 30 dias, não se discute mais o reajuste desse valor. Se passados os 30 dias e não houver a propositura da ação, o valor é destinado ao devedor, e em qualquer momento ele pode se dirigir ao banco e levantar o valor depositado. O depósito ficará sem efeito (art 890, §§ 3º e 4º do CPC).
A ação de consignação extrajudicial não é interessante para o advogado.
A quitação é confirmação de um depósito em que não foi dirigida ao banco qualquer recusa no prazo de 10 dias. Se ocorrer omissão é o credor que levanta o dinheiro.
Procedimento para a consignação fundada na recusa do credor – Depósito Judicial 
Se não localizar a pessoa o depósito tem que ser feito judicialmente.
ATENÇÃO!!! Quando não sei quem é o credor e o valor é pequeno, não posso propor ação no JEC, porque não cabe citação por edital no JEC. Não pode usar o Juizado Especial Cível.
AULA – 15/02/2012
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (cont.)
Procedimento para a consignação fundada na recusa em receber
Depósito Judicial
Competência
Foro de eleição
Lugar do pagamento (obrig. portável)
Domicílio do réu
Domicílio do autor (obrig. quesível)
Petição Inicial (art.282, CPC)
Requerer depósito (5 dias) – 
obs. Depósito extrajudicial
Falta?
Obrigações periódicas (05 dias contados da data de vencimento)
Até prolação da sentença (art.67, III – Lei 8245/91)
Até trânsito em julgado (jurisprudência)
Citação (levantar valores / oferecer resposta) – prazo – art.896 do CPC
Caráter dúplice – art.899, §2º do CPC (saldo remanescente)
Réu
Concordar em receber / outorgar quitação
Não contestar 
Contestar (procedimento ordinário)
Obs. Coisa indeterminada – art.894, CPC
Admite reconvenção
Consignação fundada na dívida sobre a titularidade do crédito:
Art.895 e 898, CPC / art.335, IV CC
Prudência / fundamento razoável / risco sério e risco fundado
Resumo aula anterior
	Consignação – coisa ou valor. Judicial – os dois. Extrajudicial – valor
O devedor escolhe se quer judicial ou extrajudicial
Regra: depósito em estabelecimento bancário oficial (preferência), se não tiver pode ser o particular (tem que ser o do local de pagamento).
O valor é depositado em conta com correção monetária.
Devedor providência a cientificação do credor. Credor deve se manifestar em 10 dias
Não se manifestou, quitação tácita. Se oferecer recusa ao estabelecimento bancário, esse cientifica o devedor que tem 30 dias para propor Ação de consignação em pagamento. Se propuser no prazo, o valor entra como depósito judicial. Se não tiver proposto em 30 dias, o valor fica à disposição no banco.
Sendo o depósito judicial, teremos propositura de ação.
Onde vou propor ação? Passos:
1.Regras da competência (critérios de competência relativa)
a)Primeiro verifico se no contrato há foro de eleição. Não havendo, como regra, a obrigação é portável, então, entendo que devo propor a ação no local de pagamento.Se tiver o contrato, prevalece o foro de eleição (art. 112 par único, CPC).
b)Não tem foro de eleição – proponho a ação no lugar do pagamento.
c)Se não for obrigação portável proponho a ação no domicílio do réu (regra geral do CPC, no caso de omissão).
d)Sendo obrigação quesível (normalmente se refere a objeto), será proposta no domicílio do autor.
2.Petição inicial (art.282, CPC). A estrutura segue a regra geral, mas há particulares. 
a)Requerer que o juiz defira a realização do depósito no prazo de 05 dias. O autor vai requerer que o juiz defira o oferecimento / apresentação do depósito no prazo de 05 dias, mas se preteritamente à propositura da ação existir depósito extrajudicial, e esta ação estiver sendo proposta dentro do prazo de 30 dias da cientificação do banco, quanto à recusa apresentada pelo credor, o autor da ação de consignação apenas informará o juízo já existente do depósito extrajudicial.
b)O que acontece se a Ação de Consignação for proposta, o juiz deferir o depósito e o devedor não fizer o depósito no prazo de 05 dias? Neste caso a ação de consignação será extinta sem resolução de mérito.
c)existem obrigações que são periódicas, ou seja, temos prestações. Se a obrigação for periódica, não é necessário propor ação de consignação a cada depósito que deva ser realizado. Todos os depósitos serão feitos utilizando-se da única ação proposta. Basta realizar o depósito e informar o juiz da sua realização. O juiz de mês em mês informa a parte contrária de que o depósito foi realizado. Pode ser periódica
Vantagem para o devedor: ganha 05 dias da data do vencimento, porque a própria lei diz que ele tem esse prazo para depositar. Acaba sendo um estímulo para ele que ganha 05 dias.
Esses depósitos, perante obrigação periódica, até quando deverão se concretizar? Até o proferimento da sentença, do trânsito em julgado ou até que.... Não seria razoável pensar que posso consignar por depósito mesmo que a ação já tenha sido extinta, porque qualquer irregularidade será realizada aonde? 
Lei de Locação 8.245/91 – Consignação de alugueres se obrigações periódicas, os depósitos são aceitos e deverão ser feitos até a data de prolação da sentença (art.67, inciso III).
Acontece que a consignação em pagamento é procedimento especial, mas a lei que trata das relações locatícias que tb é procedimento especial explica a consignação de alugueres. A consignação em pagamento tb é lei especial, mas regulada pelo CPC. Há jurisprudência que admite até a data do trânsito em julgado.
Quando o assunto é consignação em pagamento do CPC, não há indicação, o CPV é omisso sobre até quando os depósitos são aceitos e deverão ser realizados. A dúvida é: se não for consignação de alugueres, qual o prazo que iremos usar? Usaremos até a prolação da sentença da Lei de Locação ou até o trânsito em julgado da Jurisprudência? Para a professora é até a prolação da sentença, pois se tiver que discutir valor depositado a menor. Na prática pode usar qualquer uma delas, pois há divergências.
d)Citação do réu. A Consignação admite qualquer modalidade de citação, mas temos que lembrar que se for proposta no JEC não se admite citação por edital. O réu (credor) é citado para levantar valores ou oferecer resposta. 
Prazo de resposta: 15 dias.
Resposta: que tipo de resposta pode o réu fazer uso? Todas são admitidas. O réu pode oferecer contestação, reconvenção e as exceções.
Hipóteses:
Réu é citado e concorda em receber, não oferece nenhum tipo de recusa. Levanta o valor e com o levantamento do valor e omissão quanto à resposta, ele outorgou quitação. Se não ofereceu recusa e simplesmente levantar o valor, está quitada a obrigação, mas o Judiciário foi provocado desnecessariamente, portanto, o réu será condenado ao pagamento das custas e dos honorários;
Réu não levanta o valor e não oferece resposta. Nesse caso o credor-réu se sujeita aos efeitos da revelia, portanto, acabou dando por quitada a dívida, porque não ofereceu recusa. A obrigação estará quitada. Tb é condenado a pagar as custas e os honorários advocatícios;
Réu oferece resposta. A partir do oferecimento de resposta, o processo seguirá o procedimento ordinário do oferecimento em diante. Todas as modalidades de resposta são admitidas pelo réu, muito embora à ação de Consignação tenha Caráter Dúplice (aproveito a contestação e formulo um pedido a meu favor). O caráter dúplice nesse caso se limita ao saldo remanescente do depósito realizado. 
Quanto ao saldo remanescente (o devedor fez o depósito, mas não do valor total)o credor formula o pedido na própria contestação, mas para outros pedidos (desde que haja conexão), como por exemplo, a rescisão contratual, deverá oferecer reconvenção.
	Saldo remanescente (valor não é suficiente, apresenta cálculo) própria contestação.
	Outros pedidos na reconvenção
O juiz so terá condições de dizer que o valor depositado é insuficiente se o credor destacar na contestação o cálculo. 
Caráter dúplice – art.899, §2º do CPC. O caráter dúplice que seria o pedido contraposto é exclusivo do saldo remanescente.
e)se o objeto da prestação for indeterminado, e a escolha couber ao credor.
Resumo
	Proposição da ação – verificar foro de eleição
Regra geral – obrigação portável – verificar lugar do pagamento – domicílio do réu
Obrig. quesível – domicílio do autor 
PI – prazo de 5 dias
Ação proposta no prazo 30 dias – banco cientifica –
Deposito não feito – extinção sem resolução
Obrigações – prestações periódicas – se alugueres até prolação sentença – se não for, há divergência no judiciário entre prolação da sentença e transito em julgado (jurisp).
Réu citado – pode levantar valor, aceitação e quitação. Responde com custas e honorários advocatícios da parte contrária; pode não contestar – revelia – obr alcançada – paga custas; pode contestar – para falar valor insuficiente e pede levantamento – admite reconvenção – se assunto for saldo remanescente a ação tem caráter dúplice e formulo o pedido na contestação, se o pedido for outro, formulo o pedido na reconvenção.
Consignação fundada na dúvida sobre quem seja o titular do crédito (Dúvida sobre a titularidade)
Dois contextos diversos:
Dúvida porque o credor é pessoa desconhecida;
Dúvida porque dois ou mais se apresentam como credores.
No CPC, todos os artigos falam na consignação fundada na recusa, menos os art.895 e 898.
Art.895 - Vou ter pelo menos dois sendo citados para que digam porque se entendem credores.
Consignação fundada da dúvida da titularidade - 
O autor desconhece quem seja o credor, mas pretende a quitação da obrigação. Neste caso, estará propondo a ação de consignação e requerendo a citação por edital. Em regra, ninguém se apresentará. 
O CPC diz no art.898 as opções:
Não aparecendo nenhum pretendente, converter-se-á o depósito em arrecadação de bens de ausentes de forma que o juiz dá por quitada a obrigação, e o valor fica lá. Se ninguém aparecer vai para fundo social (fica para o Estado);
Dois ou mais credores são citados, porque há dúvida sobre qual deles seja o credor. Se apenas um comparecer a juízo, o magistrado deverá proferir sentença com as provas até o momento apresentadas, mas se dois ou mais comparecem e não contestam o valor depositado o juiz dá por quitada a obrigação, e a ação prossegue apenas entre os credores. 
Obs. É necessário que essa dúvida sobre a titularidade seja plausível, exposição da dúvida a ponto de convencer o magistrado. Às vezes não existe um fato concreto, mas um risco. O devedor deve convencer o juiz, e mesmo sem prova material, a alegação demonstra um risco plausível.
Não aparece ninguém Conversão em arrecadação de bens de ausentes.
AULA DE 29/02/2012
Consignação fundada na dívida sobre a titularidade do crédito (cont.)
Credor desconhecido
Dúvida sobre a titularidade
Polo passivo
Procedimento
Não comparecem
Apenas um comparece
Vários comparecem
Ação de Prestação de Contas (arts.914 e 919,CPC)
Expor – gestão / saldo (este declarado por sentença)
Dever?
Ação de exigir contasAção de prestar contas
Caráter dúplice
Reconhecer?
Pedido contraposto?
Lei art.918, CPC
Polo ativo
Interesse de agir
Recusa / mora em prestar / receber
Divergência quanto as parcelas
Procedimento (EXIGIR CONTAS):
2 fases (2 sentenças): 
Apurar dir de obrigar prestá-las (sentença/apelação (efeito suspensivo)
Exame do conteúdo / saldo. Obs.sexcução
PI – arts.282 e 915 do CPC
AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS 
É procedimento especial que está no CDP disciplinado nos arts.914 e 919. É uma ação diferenciada sob o aspecto de quem estará no polo ativo da ação. 
Quem pode propor essa ação? 
Essa ação é um gênero do qual são espécies:
Ação de Exigir Contas
Ação de Prestar Contas
Finalidade(s) dessas duas ações: é exteriorizar (expor) a gestão realizada, bem como, alcançar/indicar declaração em relação a eventual saldo devedor/credor. Ou eu proponho porque quero exigir a prestação das contas ou quero prestar as contas.
Legitimado (polo ativo): Ora quem propõe a ação é quem tem o dever de presta-las, ora quem propõe a ação é quem tem o direito de exigi-las.
Exemplos de Hipóteses: administração de condomínio (administradora tem o dever de prestar contas); falência (o síndico da falência); inventariante; banco (prestar contas em relação à movimentação bancária dos correntistas); gestor de negócios; curador; tutor em relação aos menores. 
Interesse de agir: nessas ações há grande preocupação com relação ao interesse de agir. Podemos ter o interesse de agir demonstrado nas hipóteses de:
Recusa em prestar as contas ou recusa em receber as contas; 
Mora (atraso) em prestar as contas ou mora em receber as contas;
Divergência ou litígio quanto às parcelas a serem reconhecidas, não está atrasando ou recusando. Essa é a hipótese que predomina.
O que chama a atenção na ação de prestação de contas e faz com que tenha natureza de ação de procedimento especial, é que o eventual saldo credor ou devedor, será declarado por sentença sem a necessidade da propositura da Reconvenção ou de elaboração do Pedido Contraposto na Contestação (Caráter dúplice).
No caso dessa ação, a administração foi feita, quero apenas me desonerar da exigência da prestação de contas e, portanto, presto judicialmente para que ninguém venha depois questiona-la, para que tudo fique muito claro. 
Art.918, CPC o saldo credor declarado na sentença poderá ser cobrado em execução forçada. Eu não formulo pedido (não está sobre saldo, não há pedido sobre existência de saldo credor ou devedor). Como este reconhecimento decorre da lei, o julgamento do magistrado não é considerado extra petita.
Apesar do juiz declarar o saldo, temos uma sentença condenatória, e o saldo é executado nos próprios autos.
O Julgamento decorre da lei não é extra petita.
Procedimento – apresentação didática, não há divisão no CPC.
Ação de Exigir Contas (art.915 do CPC)
O CPC não divide a ação de prestação de contas, mas a ação de exigir contas é espécie dessa ação. 
Essa Ação de Exigir Contas poderá apresentar duas sentenças. Temos duas fases:
Fase 1 – verificar ou apurar se existe a obrigação de prestar as contas e dever. Primeiro o juiz verifica se tem o direito de exigir a prestação de contas e se manifesta sobre o direito de exigir e o dever de prestar, por sentença. 
O juiz se manifesta quanto ao direito de exigir e o dever de prestar as contas por sentença. 
Da sentença da prestação de contas cabe recurso Apelação, que é recebida nos efeitos devolutivo e suspensivo. Por que tem que ter o efeito suspensivo? Porque se o Judiciário não entender em suspender estamos falando em exigir a prestação das contas muito antes de se verificar se há o dever.
Fase 2 – se o juiz entender, e decidir no sentido de inexistir direito de exigir as contas, esta ação não terá a segunda fase, mas se o juiz reconhecer o direito de exigir, abre-se a segunda fase do processo, que vem a ser prestar as contas, avaliá-las e se necessário, reconhecer por sentença saldo, credor ou devedor, o qual pode gerar uma execução no caso de não ser satisfeito voluntariamente.
A PI da ação de exigir contas deve respeitar os arts.282 e o 915 do CPC. O art.915 estabelece prazo diferenciado para a manifestação do réu, que é de 05 dias, para apresentar as contas ou contestar a ação (§1º).
Atitudes que o réu pode tomar após ser citado (hipóteses):
O réu presta contas, sem contestar. Nesse caso não haverá Fase 1;
O réu presta contas, mas contesta;
O réu não presta contas e oferece contestação, neste caso, o processo terá a Fase 1. A Fase 1 segue o procedimento ordinário. Se o juiz reconhecer o direito de exigir, teremos a Fase 2;
O réu não presta contas e não contesta. Neste caso, não haverá a primeira fase.
Ter duas sentenças na Ação de Exigir Contas não é uma constante, pois a única hipótese em que haverá duas sentenças será se o réu contestar e não prestar as contas.
Nesse procedimento o réu pode opor Exceção.
Este procedimento admite Reconvenção, desde que o seu objeto não seja saldo remanescente.
Resumo aula anterior
	Ação de prestação de contas é um gênero do qual são espécies a ação de exigir contas e 
Aquele que acha que tem o direito de exigir ingressa com a ação
A ação de exigir contas tem duas fases. O juiz decide a questão de obrigação de prestar contas em uma defesa. Se entender que há, existe a segunda fase, determinando na sentença o contéudo das contas.
AULA – 07/03/2012
Procedimento da Ação de dar contas
Unidade estrutural
Finalidade
PI – art.282 / 916, CPC
Réu
Aceitar
Não aceitar nem contestar (obs.postura do Juiz)
Contestar
Forma da prestação (art.917, CPC)
Execução nos próprios autos (art.918, CPC)
Prestação de contas pode dependência:
Incidente 
Determinação do juiz
Requerimento do MP
Ações Possessórias
Possuidor (art.1196, CC)
Meios
Obs.: autotutela – desforço imediato / legítima defesa
Judiciais
Diferença juízo petitório
Espécies de agressão
Procedimento
Tempo da agressão
Fundamento – art.1200, CC (em relação ao réu)
Fungibilidade
Art.920, CPC 
Dificuldade de identificação
Possibilidade
Sentença “extra petita”
Cumulação de ações (art.921, CPC) e obs. Art.292, CPC
Caráter dúplice (art.922, CPC c/c art. 921, II e III)
Reconvenção
A ação de prestar contas tem uma unidade estrutural, ou seja, não se cogita a hipótese de duas fases. Isso porque se a ação é de “dar contas”, significa que aquele que a está propondo a demanda, entende ter a obrigação de presta-las. A primeira fase que havia na exigir contas
Finalidade: exonerar o autor da obrigação de prestar contas.
A PI inicial segue o art.282 e o art. 916 do CPC (características do procedimento especial). É necessário que exista uma recusa, um atraso ou uma divergência entre as contas que se pretende prestar e as que se pretende exigir. É necessário o interesse de agir, que será verificado pelo juiz.
Na PI inicial o réu será citado para que no prazo de 05 dias venha a aceitar as contas que estão sendo prestadas ou oferecer contestação. A PI inicial não só indica o prazo de 05 dias, mas deve estar acompanhada de todos os documentos probatórios da prestação das contas.
§1º - não contesta ou aceita juiz profere sentença em 10 dias.
	Artigo
	Conduta do réu
	Consequências jurídicas
	916
	Réu aceita as contas e não contesta
	Se o réu aceitar as contas, será condenado ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios. Isso porque aceitou e não ofereceu resistência dando causa a uma provocação desnecessária do PJ.
	
	Não aceita as contas e não contesta
	A omissão do réu quanto às contas prestadas e contestação, não obriga o juiz a aplicar a pena de confissão (§1º). O juiz pode adotar a postura de verificar se os documentos apresentados na PI, e profira sentença quanto ao conteúdo das contas. Ele pode entender que as contas prestadas não correspondem aos documentos apresentados. O juiz tem liberdade de decidir, adote a postura de avaliar as contas segundo os documentos apresentados.
	
	Réu contesta.
	Se as provas nesta ação foremexclusivamente documentais, será dispensada a designação de audiência de instrução e julgamento, mas sendo necessária a produção de prova técnica pericial, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, nomeando perito para que apresente laudo pericial.
Forma de prestação de contas (art.917, CPC) – serão apresentadas em forma mercantil, as receitas devem estar especificadas, bem como as despesas, e se existir sado deve estar especificado nessa prestação. O legislador é claro em dizer que o saldo deve ser especificado.
Evidenciando a se a sentença demonstrar a existência de saldo devedor, admitir-se-á a execução nos próprios autos.
Ocorre que, não raro a prestação das contas ocorre de forma incidental, ou seja, muitas são as hipóteses em que a prestação das contas se dá por dependência (o processo fica em apenso).
Temos prestação de contas de forma incidental, quando a prestação das contas é determinada de forma judicial (pelo juiz). A prestação de contas de forma judicial, enseja dependência. A prestação de contas pode surgir por determinação do juiz, de ofício. Pode inclusive ocorrer por pedido da parte. Perdemos a estrutura da petição inicial, pois será por dependência.
O juiz pode determinar a prestação de contas, de ofício, por requerimento da parte ou por requerimento do MP. Muito comum no caso de tutores. Ex. prestação de contas cumulada com curatela.
Ação Possessória
Possuidor (art.1196, CC) – considera-se possuidor todo aquele que tem algum dos poderes inerentes à propriedade (uso, gozo, disponibilidade e direito de reaver, art.1228 do CC).
O caseiro é mero detentor. Apenas recebe ordens
As aões possessórias não contemplam o juízo petitório. Jamais uma ação possessória estará baseada na propriedade. 
As ações possessórias não são os únicos meios para se pleitear a posse. Há inclusive a autotutela que é forma extrajudicial, sem que precise provocar o Judiciário, usando o desforço imediato e legítima defesa (art.1210, §1º do CC).
O desforço tem que ser imediato. Tendo o ingresso da pessoa ocorrido, não se permite a autotutela, pois não haveria o desforço imediato. Nesse caso a pessoa já se encontra no bem. 
Espécies de Agressão/ Ações: 
Esbulho é a perda total ou parcial da posse Ação Reintegração de Posse
Turbação é um incômodo à posse. Não perde nem total, nem parcial Manutenção de Posse.
Ameaça, pode ser de esbulho ou de turbação Interdito Proibitório
As ações possessórias estão expressamente elencadas no CC como ações que seguem procedimento especial, mas não necessariamente, toda a ação possessória seguirá procedimento especial. A ação possessória que segue procedimento especial, é aquela em que à agressão a posse não ultrapassou ano e dia (um ano e um dia), art.924, CPC. Dentro deste lapso temporal de agressão, admite-se o pedido liminar. Este período de ano e dia só inicia a contagem a partir da ciência. 
Para que serve esse pedido liminar (finalidade)? Serve para que o autor seja reintegrado, “manutenido”, e usufrua da posse enquanto a ação estiver em curso, andamento. O pedido existe para que o autor seja preservado na posse, como era antes da agressão (status quo ante).
Art.1200 do CC “é justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária”. A ação possessória deverá estar baseada na fundamentação desse artigo. Posse não violenta é aquela em que não há emprego de força. Posse clandestina é posse às ocultas. Posse precária é aquela em que há recusa em restituir o objeto.
Características das ações possessórias:
Fungibilidade é o que pode ser trocada, substituída. As espécies de agressão não estão conceituadas na lei e ficou a cargo da doutrina. A dificuldade de conceituar é tamanha, que possibilitou a fungibilidade (art.920 CC). Não é características exclusiva das possessórias, e aplica-se tb nos recursos, tutela de urgência p. ex. Há ainda a possibilidade de alteração.
Tutela antecipatória e medidas de urgência (espécies de tutela de urgência).
O juiz pode aplicar a fungibilidade na ação possessória, então está admitindo que a petição tem pedido diverso da sentença. 
O principio da fungibilidade impossibilita a sentença extra petita nas ações possessórias.
Cumulação de ações – a regra geral de cumulação de ações é o art.292, CPC, e entre as regras está o ponto de que todas as ações sigam o mesmo procedimento, no caso de serem cumuladas. Se essas ações seguirem procedimentos distintos, poderá o autor indicar para todas as ações o procedimento ordinário.
Ações que podem ser cumuladas à possessória - a ação possessória permite a cumulações de ações sem a alteração do procedimento especial (art.921 do CPC). O legislador ao dizer isso está implicitamente dizendo “mantem-se o procedimento especial”.
Exceção ao inciso III do art.921, CPC: se o poder público construir na sua área, fica prejudicada a ação possessória, e a única saída é indenização por perdas e danos.
Caráter dúplice (art.922, II e III) – o legislador permite que alguns pedidos o réu possa fazer na contestação, sem prejudicar o procedimento especial, o que significa que não há necessidade de reconvir. O legislador admite o caráter dúplice na resposta (doutrina e juris). Fugiu disso, tem que usar a reconvenção.
Art.922, CPC – é licito ao réu formular pedido na contestação e dispensa-se a reconvenção nas hipóteses desse artigo: alegando que foi ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
O caráter dúplice também está, em entendimento da doutrina e jurisprudência, contemplado nos incisos II e III do art.921, CPC. 
Se o réu pretender formular pedido que se distância desses artigos, deverá fazer uso da reconvenção. Ela não é permitida para as hipóteses dos artigos 921 e 922 do CPC.
AULA – 14/03/2012
Ações Possessórias (cont)
Caução (art. 925, CC)
De ofício (?) / requerimento
Pedido fundamentado / prova documental
Tempo
Competência
Polo ativo
Detentor/composse
Polo passivo
Autor da agressão
Menor púbere
Pessoa jurídica
Obs.de dir publico 
Liminar
Construção (Princ da Intangibilidade, ação de desapropriação indireta)
Destinação publica (Princ da Intangibilidade, ação de desapropriação indireta)
Petição Inicial
Qualifica invasores
Objeto
Data da agressão
Descreve posse/ato que molestou
Liminar
Nat cautelar? Art.273
Citação (resposta art.930 audiência de justificação)
Réu comparece (participação)
Prazo para contestar
Recurso da decisão liminar
Juízo de retratação
Resposta
Sentença – executiva lato sensu (mandado)
As ações possessórias podem ser pelo procedimento sumaríssimo desde que não ultrapasse 40 SM; pode ser sumário, desde que não ultrapasse os 60 SM; se não tiver liminar, pode ser procedimento ordinário.
Regra: procedimento especial.
Se é procedimento especial, admite-se liminar.
Sempre que a posse é nova, ainda não decorreu prazo de ano e dia, o que indica que o autor pode propor pedido liminar, para que a posse caminhe com ele, sem haver nenhuma agressão. 
A legislação se preocupou com a situação financeira do autor. Se a ação não for julgada favoravelmente àquele que esteve na posse, o outro terá direito à reparação. E se essa pessoa que estava na posse não tiver recursos? 
Admite-se pelo art.925 do CPC a Caução. Este artigo esta se referindo à hipótese de ação possessória com pedido liminar, e pedido deferido pelo juiz. Diante do risco que réu corre de não ver o eventual dano ressarcido poderá formular o pedido para que seja oferecida uma caução, que pode ser real ou fidejussória. O réu verificando a inconsistência financeira do autor que teve a sua posse mantida por meio da liminar, pode requerer uma caução. 
A finalidade da caução é garantir ao réu uma possível reparação de dano que o autor possa ser condenado a pagar.
O pedido de caução pode ocorrer a qualquer tempo, ou seja, não necessariamente estará na contestação, isso porque posso ter ciência da carência de recursos após o prazo de defesa. Em regra estabelece umparâmetro quanto ao valor, dependendo se é imóvel residencial ou não.
Não basta o réu alegar a carência de recursos, deve provar. A carência de recursos deve estar instruída por documentos. Meras suspeitas não são suficientes para a prestação da caução.
A prestação da caução não pode ocorrer por ato de ofício o que significa que deve ocorrer por requerimento do réu.
A sentença na ação possessória, quando condena em perdas e danos, é uma sentença ilíquida. Há uma fase de liquidação da sentença, pois normalmente o valor não é fechado.
Competência 
Onde será proposta a Ação Possessória?
Quando for bem imóvel, considera-se competente o foro da situação da coisa (art.95, CPC).
O artigo 95 é uma exceção ao critério que diz que a competência territorial é relativa. Nesse artigo o critério é de competência absoluta, e o juiz pode declinar de ofício. 
Territorial é competência relativa, com duas exceções: art.95 do CPC e a outra é a do art.112, parágrafo único, CPC, que se refere as ações de relação de consumo, em que o juiz pode declinar da competência para o juízo que menos onerar o réu.
Quando for bem móvel, utiliza-se a regra geral, e a ação será proposta no domicílio do réu. A regar geral está prevista no art.94 do CPC. Como é regra de competência relativa, admite-se eleição de foro.
Legitimidade Ativa
Quem pode propor: o possuidor direto ou indireto
Além do possuidor direito e indireto, também tem legitimidade ativa aquele que sucede a posse (sucessor da posse).
Nesse cenário, o mero detentor não tem legitimidade para a propositura da ação, porque age em nome de outrem.
Composse Tenho mais de um possuidor. Existindo uma composse, será admitida a formação de litisconsórcio facultativo (mera opção) unitário (a sentença deve atingir a todos igualmente, e é o oposto do litisconsórcio simples, em que a sentença pode atingir a todos de maneira diferente).
Se apenas um dos possuidores vier a propor ação aquele que propõe a ação, age, na hipótese de composse, se apenas um dos possuidores propuser a demanda, agirá com legitimidade ordinária (nome próprio defende interesse próprio) e legitimidade extraordinária (em nome próprio defende interesse alheio). 
Se os demais entenderem, após a propositura da ação, entenderem ser relevante a sua participação, atuarão como assistentes litisconsorciais.
Legitimidade Passiva 
Quem estará no polo passivo: autor da agressão.
Não basta conhecer quem está fisicamente agredindo a posse. É necessário conhecer o mentor, o idealizador, aquele que determinou a agressão à posse, porque a ação deve ser proposta em face do mentor, aquele que determinou que a agressão acontecesse (ex. quem deu a ordem a um funcionário).
A ação pode ser proposta em face do menor púbere, que pode estar no polo passivo da ação. Claro que ele atuará com alguém que o assista.
O menor impúbere jamais poderá estar no polo passivo da ação, quer dizer que a demanda deverá ser proposta em face do seu responsável. Isso porque há uma premissa que o menor impúbere não pratica ato ilícito, portanto, respondem seus responsáveis.
Pessoa Jurídica pode estar no ato passivo da demanda, porque muitas vezes os atos são realizados em nome de uma pessoa jurídica. 
Admite-se ainda no polo passivo da ação, a pessoa jurídica de direito público. Quando se tem a pessoa jurídica de direito público. Há possibilidade de se seguir o procedimento especial, mas o pedido liminar só poderá ser deferido, após a oitiva do seu representante.
Particularidade - Caso a pessoa jurídica de direito público já tenha construído no bem, ou declarado a destinação pública da obra, não mais se admitirá a propositura de Ação Possessória. Isso ocorre por conta do princípio da intangibilidade da obra pública (se ignora a posse e o interesse público se sobrepõe ao interesse particular). Deverá o agredido na posse propor Ação de Desapropriação Indireta.
Petição Inicial
Pode acontecer do autor não conhecer todos os invasores para que venha a propor a ação.
Na hipótese em que temos invasões, não se exige (posicionamento pacificado do STJ que é quem aprecia a questão), não é obrigatória a qualificação de todos os invasores na petição inicial. 
Desconhecendo-se os invasores estes serão citados por edital. Os que se conhece são citados pessoalmente.
Pode acontecer de se conhecer todos os invasores, mas quando ocorre do OJ sentir-se ameaçado para cumprir o mandado, ele informa o juiz, hipótese em que todos serão citados por edital.
Outra possibilidade, é que são muitos os invasores, conheço todos, mas qualifico um e os demais ficam em qualificação em anexo ou apartado. O art. 282 não elenca o estilo, por isso para o STJ se admite, porque o artigo não especifica o estilo da PI.
Essa ação possessória tem que ter seu objeto determinado, trazendo características que o diferenciam de outros bens. Caracteriza-lo pormenorizadamente, detalhadamente.
Deve ser indicada a data em que tomou ciência dessa agressão.
É necessário descrever a posse (a que título tem a posse) e consequentemente qual foi o ato que molestou a posse. 
Pedido de Liminar
O primeiro pedido é o de Liminar, que não tem natureza cautelar, porque não é necessário indicar o periculum in mora, típico de ação cautelar. Não é necessário fundamentar o pedido de liminar no art.273, CPC, porque não se trata de uma tutela antecipada genérica, mas sim é tutela antecipada com requisitos próprios. O requisito para deferir o pedido liminar é que a posse nova (a agressão à posse tem que ser inferior a ano e dia);
Proposta a ação e estando o juiz insatisfeito com as provas documentais que instruem o pedido liminar (não se sinta convencido da possibilidade de deferir a liminar), deverá citar e intimar o réu, porque no mando de citação consta a data da audiência de justificação; 
A audiência de justificação serve exclusivamente para produzir provas quanto ao pedido liminar, de modo que não se iniciou ainda o prazo para o réu contestar. A participação do réu nessa audiência é pequena, fica prejudicada. O réu comparece. O prazo para ele contestar ainda não começou. O juiz não tem a obrigação de ouvir as testemunhas arroladas pelo réu. A finalidade dessa audiência de justificação é convencer o juiz de que há base para o deferimento da liminar. O réu pode contraditar testemunhas e formular perguntas;
O prazo para o réu contestar se inicia da data em que for intimado do deferimento ou indeferimento do pedido liminar. 
Da decisão que concede a liminar cabe Agravo de Instrumento e por ser agravo, admite-se juízo de retratação.
Resposta do réu – todas as espécies são admitidas, considerando-se que existe o caráter dúplice. 
A sentença da ação possessória é chamada de Executiva Lato Sensu porque uma vez tornando-se definitiva (trânsito em julgado) o juiz expede o mandado para cumprimento, não necessitando fazer pedido.
 
AULA – 21/03/2012
Ação de Nunciação de Obra Nova (art.934 a 940 do CPC)
Natureza possessória?
Direito de vizinhança!
Objetivo de construção 
Prejudicial ao “vizinho”
Desacordo com regulamentos
Fundamento – arts. 1299 e 1301 do CC
Competência – art.95 do CPC
Hipóteses – art.934, CPC
Diferente ação de dano infecto
Inciso I: 
Legitimidade – ativa: proprietário / possuidor; passiva: dono da obra.
Obra já concluída? Futura? Um acabamento?
Prejuízo – vista? Desvalorização!
Inciso II:
Art. 1314, parágrafo único do CC
Inciso III:
Legitimidade ativa ampliada
Procedimento – art.935 e s.s. do CPC
Embargo extrajudicial:
Objetivo: tempo (efeito retroage)
Notificação verbal (2 testemunhas)
3 dias para requerer a ratificação judicial (prazo decadencial)
Qualquer violação atentado (art.879, II do CPC; art.881
PI art.282 + 936, CPC
Liminar audiência de justificação
Cumprimento do mandado – art. 938, CPC
Resposta do réu: 05 dias
Possibilidade do nunciado – art.940, CPC (vedado – art.934, III do CPC) 
A Ação de Nunciação de Obra Nova, não é uma ação possessória, não tem por base o direito de posse, mas tem por base o direito de vizinhança.Regra: vai propor a ação aquele quem se sente violado, atingido no seu direito de vizinhança.
Objetivo da ação: é proposta essa ação porque se pretende impedir uma construção. Construção esta, entendida, inclusive, como reforma ou construção no sentido mais amplo possível. Na realidade qualquer alteração em uma obra já concluída pode ser entendida como objeto da ação de nunciação de obra nova.
Impedir a construção (Por quê?) – Hipóteses:
O vizinho está sendo prejudicado. O vizinho não é necessariamente o lindeirinho, aquele que confronta a área, mas é aquele que se sente prejudicado em razão da proximidade. 
O prejuízo não necessariamente é financeiro. Não cabe essa ação (posicionamento do STJ) se em razão da construção há uma perda ou prejuízo da vista, p.ex. da cidade, do mar. 
Admite-se a ação se o prejuízo se refere à desvalorização do bem.
A construção ou obra não é compatível com o regulamento administrativo da região.
Fundamentação dessa ação: arts. 1299 e 1301 do Código Civil.
Competência: a ação deve ser proposta no Foro da situação da coisa, sendo essa uma regra de competência absoluta.
O CPC no art.934 apresenta as hipóteses de propositura da Ação de Nunciação de Obra Nova:
Inciso I – ao proprietário e possuidor [...] prejuízo do vizinho – tenho o possuidor direto ou indireto como o propositor da ação. Tem que ser obra nova (qualquer alteração fática no objeto). Não se admite a propositura da ação se a obra não teve inicio, não havendo interesse de agir.
Não se admite a propositura dessa ação, com base no inciso I, se a obra nova já estiver em fase de acabamento ou tiver concluída. 
Legitimidade Polo passivo: o “dono da obra” (aquele que determinou a sua realização), e não aquele que a está executando, mesmo que seja um engenheiro.
Se for por perda do sol da piscina, não pode usar este inciso para propor a ação.
Inciso II – ao condômino [...]. é comum no caso de alguém que quer mudar o vidro que é jateado pelo transparente, p. ex. 
A grande preocupação desse inciso é com a eventual alteração da fachada, com fechamento da sacada, p. ex., que tem que ser autorizada através de reunião de condôminos.
Art. 1314, par único justificativa para não poder fazer alteração na fachada. Deve haver consenso, ou então o condômino não pode realizar alteração.
Inciso III – ao Município [...]. Este inciso se refere ao desrespeito de normas administrativas. A jurisprudência e a doutrina acabaram ampliando a legitimidade ativa para a propositura dessa ação, não sendo correto dizer que apenas o Município pode propor essa ação.
Legitimidade ampliada: podem propor além do Município, os Estados, a União, o DF, e até o particular pode propor a ação com fulcro nesse inciso. Pode acontecer que uma obra prejudique uma rodovia no âmbito Estadual.
Procedimento Judicial da ação: art.935 e ss do CPC
Vamos antes tratar do procedimento extrajudicial previsto na lei. É relevante, na medida em que a ação só pode ser proposta se a ação não foi concluída e não cabe mais se estiver na fase de acabamento. Vou considerar o estado da obra quando da propositura da ação.
O procedimento extrajudicial recebe o nome de EMBARGO EXTRAJUDICIAL que é uma notificação para a paralisação e desfazimento da obra já iniciada.
Objetivo da notificação: viabilizar a propositura futura da ação de nunciação de obra nova. 
Existem obras em que seu inicio e termino são pequenos, exíguos e quem em regra, dificulta a propositura da ação, não se poderá mais propor a ação. Ex. troca de vidros, fechamento de fachadas.
Por conta desse tempo exíguo, há possibilidade do embargo extrajudicial. Aquele que tem legitimidade para ser autor de futura ação de nunciação de obra nova, notifica o dono da obra sobre a necessidade de paralisa-la e se faz acompanhado de duas testemunhas. Se essa notificação se fizer quando a obra ainda não terminou, a ação de obra nova poderá ser proposta. Ainda que a obra seja concluída, se no prazo de 03 dias úteis a ação for proposta, produzirá seus efeitos. Esse prazo é decadencial, portanto, não sofre interrupção nem suspensão. O prazo é continuo para contagem. (03 dias corridos começando a contagem em um dia útil).
Se tendo feito uso dos embargos, e mesmo após a propositura da ação, a obra prossegue e é concluída. O que fazer? O prosseguimento da obra desrespeita a legislação, e as consequências dessa violação, são tratadas pelo CPC na forma de ATENTADO (art. 879, inciso II) e sofre sanção em relação a isso (art. 881 do CPC) com o restabelecimento do status quo ante (desfazer a obra).
Ação de Dano Infecto Não tem sua admissibilidade de propositura em se tratando de obra que ameaça a ruir, cair. Não tem por finalidade preservar a integridade das demais pessoas em razão de uma obra que não apresenta as condições mínimas de segurança. A ação nesse caso seria a Ação de Dano Infecto.
Petição Inicial – art.282 + art.936 do CPC
Requererá o nunciante:
Inciso I - embargo
Inciso II - Cominação de pena
Inciso III - Indenização por perdas e danos
A PI admite um pedido liminar, entendido como pedido de tutela antecipada. .
Pode acontecer de não existir prova documental suficiente para instruir o processo. Nesse caso, deve o autor, verificando a carência de prova documental, requerer a designação de AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO. O juiz recebe a inicial, designa a audiência e determina a intimação e a citação do réu.
Na audiência, o réu tem a participação restrita nos mesmos termos das Ações Possessórias. Pode formular perguntas às testemunhas e contraditar. Se houver audiência de justificação, o prazo de resposta só se inicia com a intimação da decisão sobre o pedido liminar.
Art. 938 do CPC – é um artigo que está considerando a não necessidade de audiência de justificação. 
Prazo de resposta da ação de nunciação de obra nova: 05 dias.
Pode o nunciado (réu) requerer a continuação da obra (art.94 do CPC), desde que preste caução e demonstre o prejuízo resultante da suspensão dela, exceto na hipótese do art. 934, III do CPC. Ex. prédio da Marginal Pinheiros.
AULA – 28/03/2012
INVENTÁRIO
Morte Sucessão
Significado
Descrição 
dos bens e obrigações (ativo e passivo)
da meação do cônjuge
Obs. ITCMD
Natureza: processo de conhecimento, jurisdição contenciosa, procedimento especial
Inventário negativo
Previsão legal?
Finalidade 
Afastar credores
Viúvo contrair novas núpcias (art.1523, I do CC)
Foro/juízo
Conteúdo da peça / pedido
MP / FP / Impugnação
Oitiva de testemunhas?
Não inventariar:
Verbas trabalhistas / FGTS / PIS-PASEP
Restituições tributárias
Saldo bancário / poupança / fundos de investimentos - 500 ORTNs
Súmula 161m STJ
Inventário e Partilha / Adjudicação
Tradicional – art.982 a1030, CPC
Arrolamento Sumário – 1031, CPC (maiores/capazes/acordo/qq valor)
Arrolamento Ordinário – 1036, CPC (2000 ORTN/capazes ou incapazes/divergência ou não)
Competência – art.89, II e 96, parágrafo único de CPC
Qtd questões do Simulado: Recup (7); Proc Penal (7); Prev (6); Imobil (5); Trib const (6); Seminário (1); Proc civil exec (8).
Quando falamos de inventário estamos condicionando ao evento morte, e nesse momento abre-se imediatamente a sucessão.
Sucessão é transferência (de bens). No momento da morte o patrimônio é transferido aos sucessores. São sucessores legítimos ou testamentários, vai depender ou não da existência de testamento. Nossa legislação não admite patrimônio sem dono, por isso que no momento da morte temos a sucessão.
Essa sucessão imediata se refere a frações ideais. Todos os sucessores são donos de partes ideais do patrimônio deixado.
Finalidade do inventário e partilha ou inventário e adjudicação: é materializar esta transferência imediata. Partilha é divisão, diferente de adjudicação. Quando tenho mais de um herdeiro sucessor, falo em partilha e quando tenho apenas um sucessor, falo em adjudicação.
Inventário: vem do verbo inventariar, que significa descrever, arrolar. O que se pretende descrever são os bens e as obrigações do de cujus, o ativo eo passivo. No inventário estaremos arrolando o ativo e o passivo do de cujus, além de descrever, a MEAÇÃO do cônjuge sobrevivente se existir. Necessário descrever a meação do cônjuge sobrevivente, para que não haja a incidência do ITCMD sobre a meação. A descrição da meação serve para a não incidência tributária sobre os 50% do cônjuge sobrevivente. Tantas vezes quanto o bem for transferido, o recolhimento terá que ser feito. 
Ex. meação no regime mais comum, que é o da comunhão parcial de bens. Cônjuge sobrevivente é dono de 50% dos bens adquiridos onerosamente durante o casamento. Mesmo que o patrimônio esteja apenas no nome de um deles, o outro sobrevivente tem 50% do bem. 
Natureza do inventário: o inventário é considerado um PROCESSO DE CONHECIMENTO. Isso porque é necessário que o juiz conheça a descrição do ativo e passivo, para declarar a Partilha ou Adjudicação. Significa que o inventário será finalizado através de uma sentença.
No código de processo civil de 1939 o inventário era considerado procedimento de jurisdição voluntária e, o de 1973, considera como sendo procedimento de jurisdição contenciosa, entendendo que a regra do inventário é existir conflito de interesses. É PROCEDIMENTO ESPECIAL DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA.
O inventário é procedimento especial, e exige regulamentação própria, e deveria estar inserido em um desses procedimentos no código. 
Inventário negativo
Não há base legal para o inventário negativo e trata de uma construção da doutrina e da jurisprudência. Não existe nem a denominação no CPC.
Refere-se à hipótese do de cujus não ter deixado bens a partilhar.
A experiência tem mostrado a necessidade de uma declaração judicial quanto à inexistência de bens a partilhar. 
Finalidade: alcançar uma declaração judicial da inexistência de bens a partilhar.
Quem tem interesse no inventário negativo e por quê?
Sucessores, para afastar cobranças de eventuais credores. Mesmo que o passivo seja superior ao ativo, os sucessores não carregam a obrigação de honrar os débitos do de cujus;
Viúvo sobrevivente que deseja contrair novas núpcias. O que acontece é que se o viúvo sobrevivente não fizer o inventário do cônjuge, somente poderá casar novamente, pelo regime da separação total de bens. O CC colocou essa regra para proteger os sucessores do de cujus, senão não se saberia qual é patrimônio do de cujus e do sobrevivente. É necessário levar a certidão de casamento, certidão de óbito, o formal de partilha ou adjudicação ou declaração de inventário negativo. 
Foro competente: o inventário negativo será objeto de provocação do Judiciário, respeitando-se o local do último domicílio do de cujus. 
Juízo: existindo vara especializada, é a Vara das Sucessões.
O conteúdo da Peça Processual deverá apresentar:
Qualificação do de cujus;
Último domicílio;
Requerer a juntada da certidão de óbito;
Declarar a inexistência de bens a partilhar;
Informar os sucessores;
Requerer a intimação do MP, se existirem menores como sucessores;
Intimação da Fazenda Pública.
Quaisquer pessoas, MP ou Fazenda Pública, poderão oferecer Impugnação, e diante da carência de provas, poderão ser arroladas testemunhas, o que é uma exceção.
Finda a instrução, o Juiz proferirá sentença declaratória, quanto à inexistência de bens à partilhar ou à adjudicar.
Normalmente, não há qualquer impugnação. Excepcionalmente, podemos verificar que a pessoa não tinha nada, mas tinha automóvel, o vendeu em vida, mas não fez a transferência. Em situações como essa, requer a abertura do inventário negativo, e não obstante, pede um alvará judicial, e junta documentos, como o de transferência bancária. Expede o alvará e o juiz declara o inventário negativo. 
Não Inventariar
Existem situações em que não é requerida abertura de Inventário, mas sim há requerimento para expedição de Alvará Judicial. Provoca-se a atividade jurisdicional para se requerer essa expedição, nas seguintes hipóteses:
Existência de verbas trabalhistas ou FGTS ou PIS-PASEP;
Haver restituições tributárias, como IR;
Pessoas deixou apenas dinheiro (em cc, fundo invest, poupança). Não há mais a atualização em ORTN pelo TJ, de modo que se não existir litigio, e apenas valores depositados, pode se requerer a expedição de alvará judicial para levantamento.
Súmula 161 do STJ fala sobre a não realização do inventário e a expedição do alvará.
O CPC fala do inventário e da Partilha e adjudicação
Existem procedimentos diferentes dentro do Inventário:
Inventário Tradicional (art.982 a 1030 do CPC)
Arrolamento Sumário
Arrolamento Ordinário
No arrolamento existe uma simplificação dos atos processuais. É um inventário com concentração de atos.
Competência no Inventário (art.89, II e art.96, par. único do CPC): O CPC estabelece uma competência exclusiva brasileira para os bens que aqui se encontram.
Se o patrimônio está no Brasil o inventário tem que ser realizado aqui. Não se admite inventário no País em que o patrimônio (bem imóvel, p ex) não se encontra no país. Visa preservar a soberania do Estado. Quantos forem os países em que houver bens, tantos inventários terão que ser abertos.
Não tem validade a sentença estrangeira que trata de bens imóveis situados no Brasil porque se trata de jurisdição exclusiva. 
AULA – 25/04/2012
Inventário (cont.)
Cálculo de ITCMD
Súmulas 112 e 113 do STF
SP 4% (Lei 10.992/2011)
Colação
Adiantamento da legítima
Pena de sonegador
Arts. 2002, 2003, 2010 e 2011 do CC
Art. 1016, CPC
Pagamento das dívidas 
Petição do credor 
Ato de julga
Partilha / Adjudicação
Espécies e art.982, CPC (formal – art. 1027, CPC)
Sobrepartilha (art. 1040, CPC)
Inventário conjunto (art. 1043 e 1044 do CPC)
Arrolamento Ordinário (art.1036, CPC)
2 mil ORTN’s
Capazes ou incapazes
Divergência ou não
Obs. Compromisso? Declaração + valores + plano de partilha
Arrolamento Sumário (art. 1031, CPC)
Maiores / capazes
Acordo / qualquer valor
Obs. Sem citação – consentimento
Embargos de Terceiro
Ação de conhecimento (art.1046 do CPC)
Finalidade
Responsabilidade patrimonial à terceiro – art. 542, CPC
Turbação ou esbulho – por certidão / por oficial de justiça
Requisitos 
Apreensão judicial
Embargante: proprietário / possuidor
Ser 3º (obs. Cônjuge)
Prazo – art. 1048, CPC
Pagamento do ITCMD
Apresentadas as últimas declarações deverá ser pago o Imposto de... que é imposto Estadual. Embora seja estdual, existia divergência comum entre os estados, no sentido de que o valor do bem deve ser considerado da data da abertura do inventário... havia divergência tb com relação à alíquota do momento da sucessão ou da abertura do inventário??
Como a contribuição tem foco Federal, criaram Súmula, embora o imposto seja Estadual.
Súmulas 112 e 113 do STF – Regras gerais:
O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão – Súmula 112 do STF. 
Considero a alíquota existente na data da abertura da sucessão, mas vamos considerar o valor dos bens na data da avaliação (regra geral) – Súmula 113 do STF.
Considera-se à alíquota da data da abertura da sucessão (porque posso ter Lei Estadual mudando o valor). O valor do bem será o valor na data da sua avaliação.
No caso de SP a alíquota é de 4%.
Colação – há uma obrigação colocada aos sucessores do autor da herança, de informar eventuais adiantamentos da legítima. É necessário que estes bens sejam colacionados (CC), para que a partilha não prejudique as regras sucessórias previstas no Código Civil. 
Adiantamento da legítima (ex. pais falecem antes dos filhos. Pai tem 10 imóveis e um deles ele faz doação a um dos filhos. O filho teve um adiantamento da legítima. Eventuais doações devem ser informadas no inventário).
Há uma presunção de que as doações realizadas se referem a adiantamentos da legítima, não precisa estar mencionado na escritura. É possível, no entanto, que essa doação não se refira a um adiantamento da legítima, sendo necessário para isso, que o doador expressamente declare que o bem doado sai da sua parte disponível.Todos nós temos uma parte chamada de legítima e outra chamada de disponível. 
Dúvidas que poderiam surgir: na época em que o pai declarou que saia do disponível era fato, porém, na abertura do inventário verifica-se que é legítima. Nesse caso, considera-se legítima ou disponível no momento em que ocorre a doação e não no momento da abertura da sucessão (evento morte). 
Ganho de automóvel, dedicação aos estudos, ganho de joias (entendimento do Judiciário) – dependente que ganhou carro aos 18 anos e outro não. Ganho do automóvel constitui adiantamento da legítima? Não constitui, porque os descendentes devem usufruir das mesmas condições econômicas de sues ascendentes, se dependentes. Regalias colocadas em razão de uma condição econômica, de quem você é dependente, não envolve o adiantamento da legítima.
A obrigação dos sucessores é informar no inventário as situações de adiantamento da legítima (trazer o bem à colação).
Se o sucessor que deveria ter informado a existência de adiantamento da legítima se omite, desde que demonstrada má-fé, se sujeita à pena de sonegados. Essa pena de sonegados é ser excluído da partilha quanto a este bem. 
A configuração da má-fé é demonstrada pela omissão voluntária, ou seja, há o desejo de. O mero esquecimento não configura má-fé.
Existência de credores do autor da herança – no curso do inventário é lícito que, os credores informem nos autos a existência de dividas que devem ser pagas com o patrimônio do de cujus (espólio). Estas petições são apensadas aos autos do inventário. 
Com a morte, as dívidas persistem e o espólio responde pelas dívidas. No caso de contratos de financiamento, ex. imóvel, esse será quitado.
Existindo prova literal da dívida, o Juiz determinará o pagamento, mas, diante da sua inexistência e resistência dos sucessores, o pleito deverá ser objeto de ação própria, porque temos um contraditório formado. 
O credor informa nos autos do inventário que tem valor a receber.
A decisão do Juiz que determina nos autos do inventário, o pagamento ou não da dívida, não é expressamente exposta no CPC, ou seja, há uma “dúvida objetiva” se se trata de sentença ou de decisão interlocutória. (dúvida se o recurso é Apelação ou Agravo).
Assim, desejando recorrer, deve ser aplicado o Princípio da Fungibilidade Recursal.
O recurso deve ser interposto no prazo de 10 dias (menor prazo, que é o do Agravo) para que não se configure a má-fé.
Erro grosseiro = dúvida objetiva (Nelson Neri)
Partilha e Adjudicação
Existindo apenas um sucessor, diante do pagamento das dívidas, o saldo remanescente, será Adjudicado. Existindo mais de um sucessor, haverá Partilha.
Um sucessor Adjudicação
Mais de um sucessor Partilha
Regra do Procedimento: ter a expedição de um formal de Partilha ou um formal de Adjudicação.
O formal é como uma pasta com as principais peças do inventário, suficientes para que o cartório possa concretizar o que o juiz determinou como partilha ou adjudicação (art.1027 do CC traz quais são os documentos).
Pode acontecer de eventualmente um bem não descrito no inventário, ser lembrado após a partilha ou adjudicação, ou conhecido (descobre-se posteriormente), abre-se um novo procedimento chamado Procedimento para a Sobrepartilha (art.1040 do CPC). 
A sobrepartilha judicial ocorre por apensamento e respeita as mesmas regras procedimentais do inventário.
Ainda podemos ter o que se chama de Inventário Conjunto (art.1043 e 1044 do CPC).
Se o descendente falecer e não tiver outros bens a partilhar, poderá ser feito o inventário conjunto.
Arrolamento Ordinário e Sumário
É forma simplificada de inventário. Essas formas estão prescritas em lei (art.1031 e 1036 do CPC)
Arrolamento ou Arrolamento Ordinário ou Arrolamento Comum nesse caso, o inventariante é nomeado, mas não presta compromisso, devendo por ato único, inventariar patrimônio, passivo e sucessores, informando o valor dos bens e o plano de partilha. Ocorre simplificação de atos nessa forma de arrolamento.
Critérios para essa arrolamento
Bens não podem ultrapassar 2 mil ORTNs (o espólio não pode ser superior a 50 mil reais);
Pode ter sucessores capazes ou incapazes, pode ter acordo ou divergência com relação á partiha.
Arrolamento Sumário os sucessores peticionam conjuntamente ou por consentimento (por um único advogado, consentimento expresso nos autos pelos demais com relação ao inventário). Não tenho citação dos sucessores
Não tenho citação dos sucessores (não tem litígio, estão se manifestando conjuntamente);
Vou agregar em uma única peça os valores dos bens, o plano de partilha.
Critérios para essa forma:
Os sucessores devem ser maiores e capazes;
Deve existir acordo;
Qualquer valor dos bens;
Como o procedimento é matéria de ordem pública, o Juiz pode de ofício, determinar a conversão do inventário para arrolamento.
Embargos de Terceiro
Vem a ser uma ação que segue processo de conhecimento. É procedimento especial. Respeitarão o art. 1046 do CPC e tem estrutura de petição.
Finalidade: retirar da constrição judicial injusta, bens em que seja proprietário ou possuidor. Não basta ameaça de apreensão judicial. É necessário que haja apreensão judicial, não basta a mera ameaça, e a apreensão deve ser injusta. Há situações em que o terceiro tem responsabilidade patrimonial e estas, portanto, não poderão ser contempladas por embargos de terceiro.
A apreensão judicial de bens imóveis ocorre por certidão. As de bens móveis ocorrem por oficial de justiça. São situações em que se observa turbação ou esbulho, nunca ameaça.
Requisitos:
É necessária apreensão judicial;
É necessário que o embargante (autor dos embargos) seja proprietário ou possuidor do bem. O terceiro não pode ter responsabilidade patrimonial. Ex. comprei um automóvel e não transferi e o vendedor sofreu execução e houve apreensão judicial injusta, pois o bem lhe pertence;
O embargante deve ser terceiro quanto à responsabilidade patrimonial. Obs. Por vezes o cônjuge responde nos embargos do devedor e nos embargos de terceiro;
Prazo (art.1048 do CPP): prazo para o processo de conhecimento é qualquer tempo, desde que não transitado em julgado a sentença; processo de execução até 5 dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. O processo cautelar seguirá o prazo do processo principal, vez que o acessório segue o principal.

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