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D Penal Especial I Aulas Julio Hott

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Dir Penal Especial I (Prof. Júlio Hott)
_________________________________________________________________________________________
Plano de Ensino: CP art. 121 ao 186. Avaliação: 2 avaliações nas datas estipuladas pelo Uniceub.
Capítulo 1 – bem tutelado: A VIDA
CRIMES CONTRA A VIDA – art. 121 a 128
Proteção do bem maior: a vida; a proteção abrange a vida intra-uterina e extra-uterina
Momentos do crime: 
Desde a concepção (formação embrionária) até o parto: tipifica o crime de ABORTO;
Após o início do parto (rompimento do saco aminiótico): tipifica o crime de HOMICÍDIO ou se, logo após o parto e sob influência do estado puerperal, a própria mãe põe fim à vida do neonato, caracteriza-se o INFANTICÍDIO (uma modalidade sui generis de homicídio privilegiado). Por fim, é tipificado como INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO quem pratica aqueles atos ante outrem que quer se matar;
Julgamento:
Doloso: Tribunal do Júri;
Culposo (admitido somente homicídio): juiz singular.
HOMICÍDIO – art. 121
 Homicídio simples 
        Art 121. Matar alguem: 
        Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
        Caso de diminuição de pena 
        § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 Homicídio qualificado 
        § 2° Se o homicídio é cometido: 
        I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
        II - por motivo fútil; 
        III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
        IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; 
        V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
        Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Homicídio culposo 
        § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
        Pena - detenção, de um a três anos. 
Aumento de pena 
        § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
       § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
Preceitos:
Primário: MATAR ALGUÉM
Secundário: PENA: reclusão, de 6 a 20 anos
Conceito: morte de um homem provocada (direta ou indiretamente) por ação de outro homem – típica, antijurídica e culpável (hominis excidium – destruição do homem ( ato de matar outrem)
Objetividade jurídica: a vida extra-uterina
Início da vida ( Ruptura da bolsa d água ou saco amniótico ( momento que delimita vida intra da extra-uterina
Prova da respiração: docimasia hidrostática de Galeno (99%)
Final da vida: morte encefálica (falência tronco-cerebral)
Objetivo material: a pessoa sobre a qual recai a conduta
Elemento subjetivo: intenção de matar (dolo), podendo ser dolo direto (quando tem a intenção de matar) ou dolo eventual (quando aceita o resultado produzido) – animus necandi (intenção de matar) animus nocendi (intenção de prejudicar, ser nocivo). Só responde pelo crime se tiver intenção.
Sujeitos:
Passivo: o morto. 
Ativo: qualquer pessoa pode cometer. 
Espécies de autoria: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8081
individual: dá-se a autoria individual quando o agente atua isoladamente (sem a colaboração de outras pessoas);
em concurso ou coletiva: quando há o concurso de duas ou mais pessoas para a realização do fato. Há entre eles um LIAME SUBJETIVO. Pode ser co-autoria (duas ou mais pessoas realizam diretamente o crime) ou partícipe (outro que mesmo não participando diretamente, contribuem para a consecução do crime);
colateral: ocorre autoria colateral quando várias pessoas executam o fato (contexto fático único) sem nenhum vínculo subjetivo entre elas. NÃO HÁ LIAME SUBJETIVO. Pode ser certa, incerta ou complementar.
Exemplo: policiais de duas viaturas distintas, sem nenhum acordo ou vínculo entre eles, abusivamente, disparam contra vítima comum, que vem a falecer em razão de um dos disparos. Como fica a responsabilidade penal nesse caso?
CERTA (descobre-se quem deu o tiro fatal): O policial autor do disparo fatal responde por homicídio doloso consumado enquanto o outro, pelo disparo não letal, responde por tentativa de homicídio doloso. Na autoria colateral, cada pessoa responde pelo seu fato. Não há uma obra comum. Há vários delitos, regidos pela teoria pluralística, ou seja, cada um responde pelo que fez. A autoria colateral pode ocorrer nos crimes dolosos bem como nos culposos. Nos culposos a autoria colateral é denominada de "concorrência de culpas", que se expressa por meio de crimes culposos paralelos ou recíprocos ou sucessivos;
INCERTA (ou autoria com resultado incerto – não se descobre quem produziu o resultado - morte): Todos respondem por tentativa de homicídio, apesar da morte da vítima. Punir todos por homicídio consumado seria absurdo porque apenas um dos disparos foi letal. Deixá-los impunes tampouco é inadmissível. Logo, a solução menos penosa é a punição de todos por tentativa. No caso de autoria incerta no crime culposo (no exemplo das duas pessoas que autonomamente começaram a rolar pedras do alto de uma colina, culminando com a morte de um transeunte, que foi atingido por uma delas, não se descobrindo qual exatamente atingiu a vítima) a solução penal é outra: não há como punir os dois pela tentativa porque não existe tentativa em crime culposo. Também não há como puní-los (ambos) pelo crime culposo consumado. Logo, a impunidade de ambos é inevitável.
COMPLEMENTAR ou acessória: ocorre autoria complementar (ou acessória) quando duas pessoas atuam de forma independente, mas só a soma das duas condutas é que gera o resultado. Uma complementa a outra. Isoladas não produziriam o resultado. 
Exemplo: duas pessoas que, de forma independente, colocam pequena porção de veneno na alimentação da vítima, faltando entre elas acordo prévio (expresso ou tácito). De qualquer modo, é certo que os dois processos executivos são coincidentes e complementares. Eles juntos produzem o resultado, que não ocorreria diante de uma só conduta. Uma só conduta não mataria, mas a soma leva a esse resultado.
Solução penal: cada participante responde pelo que fez (tentativa de homicídio), não pelo resultado final (homicídio consumado). O risco criado pela conduta de cada uma delas era insuficiente para matar. A soma dos riscos criados colateralmente e complementarmente é que matou. Mas não houve adesão subjetiva de nenhum dos dois (para uma obra comum, para um fato comum). Muito menos acordo (expresso ou tácito). Nem o resultado derivou de uma conduta isolada (teoria da imputação objetiva). Estamos diante de uma situação de autoria colateral complementar. A responsabilidade é pessoal, cada um deve assumir o que fez (tentativa de homicídio para ambos).
Meios de execução:
Materiais ou físicos:
Mecânicos: arma, mãos, instrumentos, etc.
Químicos: veneno, gás venenoso;
Patogênico: contagiando com doenças;
Moral ou psíquico: susto, forte emoção, coação;
Por ação: comportamento positivo; (se for por omissão própria, responderia apenas por omissão de socorro);
Por omissão (art. 13 - § 2º.): somente nestas três situações – GARANTE (comissivo por omissão ou omissão imprópria ( responde pelo dever de agir paraevitar o resultado): 
quando tem o dever legal (médico em relação ao paciente, bombeiro, etc.) – LEGAL;
de outra forma assumiu a responsabilidade (ex: babá, professor de natação, etc.) – CONTRATUAL.
criador do risco (ex: bateu numa pessoa e deixou desmaiada numa estrada de intenso fluxo para ser atropelada)
Omissão própria: quando a pessoa não tem dever de agir para evitar o resultado
Omissão imprópria: quando a pessoa tem dever de agir para evitar o resultado
Classificação doutrinária do HOMICÍDIO: COMUM, SIMPLES, MATERIAL, PLURISUBSISTENTE, admitindo tentativa), MONOSUBJETIVO ou UNISUBJETIVO, NÃO TRANSEUNTE, INSTANTÂNEO (para Grecco, instantâneo de efeito permanente). Ver, na última página, tabela com classificação doutrinária e explicações quanto aos tipos.
Iter criminis (caminho do delito) – fases: COGITAÇÃO, PREPARAÇÃO, EXECUÇÃO e CONSUMAÇÃO.
Cogitação: planejamento intelectual;
Preparação – até aqui não caracteriza crime, a não se que os atos preparatórios incorram em crimes (ex: adquirir uma arma irregularmente);
Execução (incidentes de execução):
Desistência voluntária: responde pelo que fez (se atingiu por lesão corporal ou somente por disparo de arma); somente se não esgota os atos executórios ( NÃO RESPONDE POR TENTATIVA;
Arrependimento eficaz: esgota os atos executórios, mas não obtém o resultado, se arrepende e socorre a vítima, evitando o resultado. Responde pelos resultados causados (pode ser lesão) NÃO RESPONDE POR TENTATIVA;
Crime impossível (por ineficácia do meio – arma obsoleta ou sem munição, açúcar achando que é veneno; impropriedade do objeto: o indivíduo já está morto) – NÃO RESPONDE POR TENTATIVA;
Não alcança o resultado por circunstâncias alheias: RESPONDE POR TENTATIVA, que pode ser:
Tentativa Perfeita (crime falho): quanto esgota os atos executórios e não chega à consumação;
Tentativa Imperfeita: quando não esgota os atos executórios (há interferência)
No processo:
Se tiver apenas Art. 121 ( homicídio
Se tiver Art. 121 c/c 14.II ( tentativa de homicídio
Consumação: quando ocorre a morte. No homicídio, o iter criminis vai apenas até a consumação.
Crime FORMAL X Crime MATERIAL: diferente nas fases do iter criminis:
Formal: cogito – preparo – execução – consumação – exaurimento (NO FORMAL VAI ATÉ O EXAURIMENTO)
Material: cogito – preparo – execução – consumação (NO MATERIAL SÓ VAI ATÉ A CONSUMAÇÃO)
HOMICÍDIO SIMPLES (art. 121 – caput): obtém-se o conceito de crime simples por eliminação (se não for privilegiado ou qualificado ( não tem nenhum circunstância especial deles)
Pode ser hediondo? Sim, mas apenas o previsto no art. 1º.-I da Lei 8.072-1990 (desde que o autor esteja atuação em atividade típica de grupo de extermínio) – incidência rara.
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (art. 121 - § 1º.) – atenuantes (torna menos grave):
Relevante valor moral (individual): envolve sentimento nobre ( eutanásia ou homicídio piedoso (tirar a vida de alguém que já não suporta mais o sofrimento); (≠ ortotanásia: deixar que o doente morra naturalmente; distanásia: prolongar a vida ( não são crimes);
Relevante valor social (coletivo): matar um traficante na porta da escola, um estuprador, um serial killer
Domínio de violenta emoção + (logo em seguida) injusta provocação: importante caracterizar o lapso temporal “logo em seguida”, ou seja, a ação tem que de pronto, sem intervalo (ex improviso) ( difere das atenuantes do art. 65.III.c (influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima): a distinção situa-se na intensidade da emoção sentida e na imediatidade da reação;
HOMICÍDIO QUALIFICADO (art. 121 - § 2º.) – qualificadoras (torna mais grave):
Motivo torpe (SUBJETIVO) - abjeto, repugnante, mas que traz benefício para o autor – proporcional (motivo egoístico): homicídio mercenário; 
Motivo fútil (SUBJETIVO) – desproporcional, desprezível, insignificante: mata por olhar feio, esbarrar, etc.
Meios (OBJETIVO) - são as circunstâncias qualificadoras objetivas:
Insidioso (às escondidas): veneno, 
Cruel (que causa sofrimento): tortura, asfixia (esganadura – com as mãos, parte do corpo; estrangulamento – usando um objeto, fio de nylon, corda; enforcamento – usando o próprio peso da vítima; afogamento – no meio líquido; soterramento – no meio sólido; sufocamento – obstrução das vias respiratórias; prensamento – pressão no tórax); 
TORTURA qualificada pelo resultado MORTE ≠ HOMICÍDIO qualificado por TORTURA: no 2º. tem intenção de matar - Lei 9455-97 - anti-tortura
De perigo comum (expor pessoa ou patrimônio a perigo): fogo ou explosivo.
Modos (OBJETIVO) – dificultam ou impossibilitam a defesa da vítima:
Emboscada (a vítima é surpreendida, não vê o autor do crime);
Traição (pressupõe uma relação de confiança – o autor é íntimo, amigo ou conhecido);
Dissimulação (o autor finge que é de confiança);
Finalístico ou por conexão (SUBJETIVO): 
Teleológica (homicídio é cometido ANTES para execução de outro crime): para assegurar a execução;
Conseqüencial (homicídio é cometido DEPOIS para cobrir crime anterior): a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (ex: queima de arquivo);
Comunicabilidade das qualificadoras – em caso de concurso de pessoas (art. 30):
As qualificadoras de caráter pessoal (SUBJETIVAS) NÃO se comunicam (ou sejam não podem passar para o co-autor, no caso de concurso de pessoas);
As qualificadoras OBJETIVAS (meios e modos) se comunicam apenas se ingressarem no conhecimento do concorrente (co-autor, partícipe).
		Exemplos: 
1. A paga mil reais para que B mate alguém: 
	 A – 121 caput (homicídio simples); B – 121 par. 2º.,I (homicídio qualificado-motivo torpe)
2. A induziu B a matar a esposa mediante asfixia:
	 A – 121 par. 2º., III, B – idem (qualificadora objetiva e os dois sabiam ( se comunicam
	ELEMENTARES: estão sempre no corpo (caput) do artigo
	CIRCUNSTÂNCIAS: dados acessórios que se encontram nos parágrafos e incisos
HOMICÍDIO CULPOSO (art. 121 § 3º): matar alguém sem intenção 
Requisitos da culpa para o homicídio culposo:
Violação do dever de cuidado (imprudência, negligência ou imperícia)
Previsibilidade (possibilidade de prever um resultado, mas não o faz) - culpa inconsciente: não previu o que era previsível; ou
Previsão: prevê o resultado, mas não aceita o resultado ( culpa consciente (ex: ás do volante resolve se mostrar, tirando fino e acaba atropelando e matando; exímio atirador que, confiando em sua habilidade, atira tentando matar o seqüestrador e mata a vítima)
CULPA CONSCIENTE x DOLO EVENTUAL: em ambas tem previsão; na culpa consciente não aceita o resultado; no dolo eventual aceita o resultado. 
Com aumento de pena (art. 121 - § 4º):
Inobservância de regra técnica (ATENÇÃO: imperícia x IRT: não pode ser imperito e ainda responder por inobservância de regra técnica; para responder pela IRT tem que ser negligente ou imprudente);
Omitir o socorro ou não procurar diminuir as conseqüências do ato;
Foge para evitar prisão em flagrante;
Com perdão judicial (art. 121 - § 5º): as conseqüências atingem o agente de forma tão intensa que a sanção se torna desnecessária (ex: Cristiane Torloni atropelando filho ao dar ré no carro);
No Código de Trânsito: Art. 302 do CTB (Lei 9.503-97) ( causar na direção de veículo automotor em via terrestre (se o causador não estiver na direção de veículo automotor, responde conforme o Código Penal);
Compensação de culpas: NÃO EXISTE COMPENSAÇÃO DE CULPA NO DP. Havendo culpa também da vítima, esta não afasta a responsabilidade do autor (a não ser na culpa exclusiva da vítima).
Culpa exclusiva da vítima: suicida que se joga na frente do carro (nesse caso, mesmo estando acima da velocidade mas provando-se a intenção da vítima em se matar, o autor não responde); 
Concorrência de culpas (entre autores): culpa entre vários causadores. Todos que causaram respondem pelo crime (ex: motoristas fazendo racha batem e atropelam assistentes)PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO – art. 122
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
        Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
        Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Aumento de pena
        Parágrafo único - A pena é duplicada:
        I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
        II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Conceito: supressão voluntária (e consciente) da própria vida. Também conhecido por autocídio, autoquiria. Não tem punição para o autor (suicida), mas para quem porventura participa.
Formas:
Participação moral: induzir (criar a idéia) ou instigar (incentivar a idéia já existente);
Participação material: prestar auxílio (secundário) – emprestar arma para quem quer se matar, atuando supletivamente (se a pessoa executar o ato – primário – vai responder por homicídio);
Objetividade jurídica: a vida (a preservação da vida)
Sujeitos: 
Ativo: o partícipe ( aquele que induz, instiga ou presta auxílio;
Passivo: o suicida com capacidade de discernimento e resistência (tem que ter consciência do que está fazendo). Exemplos que não se aplicam: doente mental, criança em idade pueril ( nesses casos aplica-se o homicídio; 
Elemento subjetivo: dolo – tem que ter intenção; 
Classificação: comum, simples, material, unisubjetivo ou plurisubjetivo, plurisubsistente ou unisubsistente (dependendo dos atos praticados que leve ao suicídio); de dano; não transeunte (deixa vestígios); instantâneo.
IMPORTANTE
A maioria da doutrina não aceita a possibilidade de TENTATIVA de participação no crime de suicídio.
Suicídio admite TENTATIVA, mas o crime de participação em suicídio não admite TENTATIVA. 
Para MINORIA da doutrina, participar pressupõe comportamento positivo (COMISSIVO), portanto incompatível com a forma OMISSIVA (Damazio). A maioria aceita também a forma OMISSIVA, apenas quando tem o dever jurídico de impedir o resultado (ex: bombeiro vendo alguém querendo se suicidar, tem o dever de tentar evitar – se não o faz incorre em omissão imprópria). Quem não tem dever jurídico pode responder por omissão de socorro (dependendo da situação e das circunstâncias).
Figura simples – art. 122 caput: o partícipe será punido apenas se o suicida more ou sofre lesão grave;
Pena de 2 a 6 anos (se consumado) ou de 1 a 3 anos (se resultou lesão grave)
Figura com aumento – Art. 122 § único: duplica a pena por:
Motivo egoístico (quando traz vantagem para o partícipe)
Vítima com capacidade diminuída (menor ou menor discernimento por qualquer causa); se for totalmente incapaz, aplica-se o homicídio;
Pacto de morte: responder por participação em suicídio somente se não tiver praticado ato executório; se tiver praticado ato executório, responde por homicídio;	 (VER CASOS EM DAMÁZIO)
Roleta russa: exemplo de dolo eventual em crime de participação em suicídio;
Suicídio assistido: ajudar alguém a suprimir a vida por um motivo nobre.
INFANTICÍDIO – art. 123
      
Infanticídio
        Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
        Pena - detenção, de dois a seis anos. 
Conceito: a mãe matar o filho sob a influência do estado puerperal (estado de afetação psico-físico-hormonal que afeta a mulher após o parto). Alguns doutrinadores tratam como tipo especial de homicídio (ou homicídio privilegiado).
Pena: DETENÇÃO, de 2 a 6 anos.
Estado puerperal:
Critério: fisio-psicológico (ou psico-fisiológico);
Lapso temporal: durante ou logo após o parte (alguns doutrinadores consideram o caráter de imediatidade - Nucci; outros aceitam que o estado puerperal poderia se prolongar por alguns dias); quando ocorre logo após o parto não precisa de perícia, dada a presunção;
Objetividade jurídica: proteger a vida extra-uterina (do nascente ou neonato)
Sujeitos: 
Ativo: a mãe;
Passivo: o nascente ou neonato;
Elementos subjetivo: dolo direto ou eventual (não há previsão nem punição pela forma culposa);
Classificação: próprio (quanto ao sujeito, tanto ativo como passivo), simples, material, monosubjetivo, plurisubsistente (vários atos, admite tentativa), não transeunte (deixa vestígios), instantâneo.
Infanticídio e erro: 
erro de execução: tentando matar o próprio filho, erra a execução e mata outra pessoa – pode ser inclusive adulto (art. 123 c/c 73) – responde pelo crime intentado (e não pelo resultado) 
erro sobre pessoa (art. 123 c/c 20 § 3º.) – mata o filho de outra achando que o próprio filho – responde pelo crime intentado (infanticídio: matar o próprio filho).
Concurso de pessoas no infanticídio:
Mãe autora e terceiro partícipe: através do auxílio, induzindo ou instigando ( ambos respondem por infanticídio;
Mãe e o terceiro são co-autores: ambos respondem por infanticídio;
Terceiro autor e mãe partícipe: ambos respondem por infanticídio;
TEORIA MONISTA ou UNITÁRIA: todos que concorrem para um crime respondem nesse crime. Como a circunstância ESTADO PUERPERAL está no caput (é elementar), se comunica (art. 30), ou seja, se aplica a todos que participaram do crime. A maioria dos doutrinadores entende injusto o benefício dado ao terceiro nos dois últimos casos, mas a lei não criou nenhuma diferenciação. No entanto o terceiro pode responder por agravantes (por exemplo, 123 c/c 61, II-a e d). 
Ex: Pai mata e mãe partícipe, por motivo torpe (duvida da paternidade) e por asfixia (com a mãe por perto. Pai - 123 c/c 61, II-a e d; Mãe - 123 c/c 61, II-d.
ABORTO – art. 124 a 128
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
        Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
        Pena - detenção, de um a três anos. 
 Aborto provocado por terceiro
        Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
        Pena - reclusão, de três a dez anos. 
        Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
        Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
Forma qualificada
        Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas      causas, lhe sobrevém a morte.
        Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
  Aborto necessário
        I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
        Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
        II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Conceito: a cessação da gravidez com a morte do feto (intencional). Ab(privação) + hortus (nascimento).
Objetividade jurídica: a vida intrauterina (feto), iniciando-se com a nidação (fixação do óvulo à parede do útero e até o rompimento do saco amniótico (bolsa d’água). Necessariamente o feto não precisa morrer dentro do útero (teoria da atividade), mas que o crime seja iniciado quando ele ali estiver.
Sujeitos:
a gestante - art. 124: auto-aborto – crime de mão própria;
terceiros – art. 125 e 126
Elemento subjetivo: dolo direito ou eventual (não há punição da culpa: não há descrição típica - em caso de culpa por parte do terceiro, responde por lesão corporal culposa; a mãe não responde);
Figuras típicas: 
Condutas da gestante: apenas o art. 124:
124 “ab initio”: provocar aborto;
124 “in fine”: consentir que outrem provoque (o terceiro será enquadradono art. 126);
Exceção à teoria monista pois não admite a co-autoria (todos os que concorrerem para o mesmo crime respondem no mesmo artigo), somente a participação 
Condutas do terceiro:
Com o consentimento da gestante (art. 126): envolve também a conduta do 124 “in fine” (da mãe); o terceiro é mais penalizado (Reclusão de 1 a 4a) do que a mãe (Detenção de 1 a 3a);
Sem o consentimento da gestante (art. 125): aqui a mãe não responde, somente o terceiro de forma mais exasperada (Reclusão de 3 a 10ª); Considera-se também SEM consentimento (art. 126 § único) quando: a gestante não for maior que 14 anos (até a data de aniversária de 14 anos), for alienada ou débil mental, ou consentimento obtido por fraude, violência ou grave ameaça;
Aumento de pena (art. 127)– aplicada somente para terceiros enquadrados no 125 e 126:
Lesão grave na grávida: aumenta 1/3;
Morte da grávida: duplicada.
Classificação doutrinária: próprio ou de mão própria (124) ou comum (125 e 126), simples, material, instantâneo, monosubjetivo, plurisubsistente, não transeunte; pode ser comissivo ou omissivo impróprio (neste último caso, deixar de tomar cuidados que evitariam o aborto).
Excludente de ilicitude – art. 128 - situações não puníveis:
 Necessário ou terapêutico: para salvar a vida da gestante (só vale para o médico; em caso de praticado por parteira aplica-se a excludente genérica do art. 23-I – estado de necessidade);
Sentimental, piedoso ou humanitário: gravidez por crime sexual.
Aborto eugênico: quando o feto não tem expectativa de vida útil (deformidade ou patologia grave) ( somente com ordem judicial.
Capítulo 2 – bem tutelado: A SAÚDE
LESÃO CORPORAL – art. 129
Lesão corporal 
        Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
 Lesão corporal de natureza grave 
        § 1º Se resulta: 
        I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
        II - perigo de vida; 
        III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
        IV - aceleração de parto: 
        Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
        § 2° Se resulta: 
        I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
        II - enfermidade incuravel; 
        III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
        IV - deformidade permanente; 
        V - aborto: 
        Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Lesão corporal seguida de morte 
        § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: 
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Diminuição de pena 
        § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Substituição da pena 
        § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: 
        I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
        II - se as lesões são recíprocas. 
Lesão corporal culposa 
        § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
        Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 Aumento de pena 
        § 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. 
        § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 
Violência Doméstica 
        § 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
        § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). 
        § 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. 
Conceito: qualquer dano à integridade física ou à saúde fisiológica ou mental (dano psíquico ou psicológico). O dano psicológico é bem mais difícil de ser comprovado (Nucci). 
Objetividade jurídica: a incolumidade da saúde (incolumidade física).
Sujeitos: qualquer pessoa. Exceção: no caso de lesão qualificada contra mulher gestante, somente a mulher grávida.
Elemento subjetivo: dolo direto ou eventual (chamado na lesão corporal de animus laedendi ou nocend – ânimo de lesionar ou nocivo). Admite também a forma culposa quando causada por descuido.
Classificação doutrinária: comum, simples, material, instantâneo, monosubjetivo, plurisubsistente, não transeunte; pode ser comissivo ou omissivo (este último, na hipótese de ter o dever de evitar o resultado).
Figuras típicas:
Lesão corporal LEVE (art. 129, caput): ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem, não havendo agravantes; 
crime de menor potencial ofensivo (competência do JECrim – Lei 9.099-95 – art. 88); 
depende de representação (passa a ser bem disponível) ( ação penal pública condicionada à representação; 
controvérsia quando se trata de lesão corporal leve contra a mulher: Lei Maria da Penha tirou a necessidade de representação; decisões do STJ dizem pela necessidade de comprovação, mas ainda depende de apreciação pelo STF);
Lesão corporal QUALIFICADA (art. 129 §1º e 2º): GRAVE em latu sensu (abrange grave e gravíssima)
	GRAVE - art. 129 § 1º 
	GRAVÍSSIMA - art. 129 § 2º 
	Incapacidade temporária (+ de 30 dias)
	Incapacidade permanente
	Perigo de vida (de perder a vida); sem atentar contra a vida (senão é tentativa de homicídio)
	Enfermidade incurável (sem previsão de cura) – ex: agressão na cabeça, no fígado, no rim, que se transformam em patologia. 
	Debilidade permanente de membros, sentido ou função
	Perda ou inutilização de membros, sentido ou função
	Aceleração de parto (antecipação)
	Aborto (não tem intenção de abortar)
	
	Deformidade permanente (a doutrina majoritária entende como estética, que causa constrangimento)
	Pena: reclusão de 1 a 5 anos
	Pena: reclusão de 2 a 8 anos
Lesão corporal seguida de MORTE (art. 129 § 3º): se a agressão resulta em morte, mas o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo (é o homicídio preterdoloso – dolo na lesão e culpa na morte, ou seja, dolo apenas no início ( acontece um resultado mais grave do que o pretendido). Se a intenção for matar, responde por homicídio.
Lesão corporal PRIVILEGIADA (art. 129 §4º e 5º): 
Valores moral e social ((§4º):: moral - sentimento nobre, com intenção de ajudar (ex: cortar um dedo que está necrosado); social – sentimento que agrada ou beneficia a sociedade (ex: agredir um traficante) – a pena é reduzida de 1/6 a 1/3;
Domínio de violenta emoção (§4º):: a pena é reduzida de 1/6 a 1/3;
Substituição de pena (§5º):: somente em lesões leves – substitui a detenção por multa:
Em caso dos privilégios acima; 
Lesão recíproca.
Lesão CULPOSA (art. 129 §6º): causar dano à saúde de alguém por descuido (negligência, imperícia ou negligência):
Simples (§6º): 
Com aumento de pena (§7º): aumento em 1/3 – não observar normas técnicas, causar lesões e não socorrer ou fuga para evitar a prisão (cfe. 121-§ 4º);
Com perdão judicial (§8º): (cfe. 121-§ 5º)
Lesão DOMÉSTICA (art. 129 §9º, 10º e 11º): não é mais competência do JECrim (o máximo ultrapassa 2 anos) 
Leve (§9º): a pena é exasperada ( de 3 m a 3 anos ( contra participantes de uma mesma família (ascendente/descendente/cônjuge/companheiro) ou com quem conviva ou tenha convivido;
Qualificada (§10º): se enquadrar como GRAVE ou GRAVÍSSIMA (cfe. § 1º. ou 2º), a pena será acrescida de 1/3;
Contra deficiente (§11º): contra deficiente combinado com o § 9º,ou seja familiar deficiente, aumenta-se em 1/3;
Contra mulher (Lei 11.340-2006 – art. 5º-I, II e III – Lei Maria da Penha) – essa lei não tipificou nenhum crime novo, mas somente aumentou a pena no caso de crimes contra a mulher: 
I. âmbito de convivência doméstica (qualquer pessoa que conviva, inclusive agregados que conviva esporadicamente);
II. âmbito familiar (naturais, afins e adotivos);
III. âmbito afetivo (que convive ou conviveu, independentemente de orientação sexual).
Capítulos III e IV – bem tutelado: incolumidade da saúde e da vida
CRIMES DE PERIGO INDIVIDUAL – art. 130 a 136 (capítulo III)
Perigo de contágio venéreo
        Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        § 2º - Somente se procede mediante representação.
Perigo de contágio de moléstia grave
        Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Perigo para a vida ou saúde de outrem
        Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
        Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. 
Abandono de incapaz  
        Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos.
        § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de um a cinco anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        Aumento de pena
        § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
        I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
        II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
        III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Exposição ou abandono de recém-nascido
        Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
        § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - detenção, de um a três anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - detenção, de dois a seis anos.
Omissão de socorro
        Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Maus-tratos
        Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
        Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. 
Conceitos: 
Crime de dano: quando ocorre uma efetiva lesão a um bem jurídico consumada ou tentada.
Crime de perigo: é a mera probabilidade de dano, é o perigo de lesão a um bem jurídico. São os crimes que se consumam com a simples exposição do bem jurídico ao perigo (ex: dirigir alcoolizado).
Sujeito passivo: vítima certa e determinada (individual). Para enquadrar aqui precisa ser vítima determinada, senão enquadra-se como crime de perigo comum (ou coletivo), dos art. 250 a 259, são vítimas indeterminadas (este será visto em DP-II).
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Perigo concreto: o perigo deve ser provado, demonstrar que alguém correu perigo (existe uma vítima em potencial);
Perigo abstrato: não precisa ser provado, presume-se o perigo.
Ex: dirigir embriagado: antes era perigo concreto (pois previa dirigir embriagado, colocando pessoas em risco) e foi transformado em perigo abstrato (ficou apenas dirigir embriagado – Lei 11.705)
Objetividade jurídica: a incolumidade da saúde e da vida contra o risco de dano.
Elemento subjetivo: dolo de perigo como regra geral, caracterizado pela consciência da exposição ao perigo (Exceções: o dolo é de dano: Art. 130-§ 1º e 131).
Tipificações:
Perigo de Contágio Venéreo – art. 130 (norma em branco: precisa de uma norma do Ministério da Saúde para dizer o que são doenças venéreas):
Meios de execução: relações sexuais ou ato libidinoso;
Figuras típicas:
130 caput (pena de 3 m a 1 ano ou multa):
sabe que está contaminado (dolo direito de perigo);
deve saber que está contaminado (dolo indireto ou eventual de perigo);
há divergência na doutrina quanto a considerar se é perigo concreto ou abstrato;
130-§ 1º: intenção de transmitir a moléstia (dolo direito de dano; não admite dolo eventual para a maioria da doutrina) – pena de 1 a 4 anos + multa;
Exige ação penal pública condicionada à representação (130-§ 2º)
Qual a solução em caso do efetivo contágio (sempre a pena maior prevalece):
Não havendo contágio: responde pelo crime de perigo;
Contágio e lesão leve: idem;
Contágio e lesão grave: responde pela lesão grave (art. 129 § 1º ou 2º);
Contágio seguida de morte: responde pela lesão grave seguida de morte (art. 129 § 3º);
Perigo de contágio de moléstia grave – Art. 131:
Meios de execução: qualquer ato capaz de transmitir a moléstia (beijo, aperto de mão, copo infectado, injeção, etc. De ação livre. Transmissão de moléstia grave quer incurável ou não desde que contagiosa e transmissível. Muitas venéreas se enquadram no presente artigo quando transmitidas por relações diferentes da conjunção carnal ou ato libidinoso reportando essas últimas para o enquadramento no anterior artigo 130 (perigo de contágio venéreo). 
Sujeito passivo: qualquer pessoa desde que já não esteja contaminada ou imune (crime impossível)
De perigo com dolo direto  excluído o dolo eventual, aí será atípico se houver imprudência e não ocorre a transmissão da doença, ocorrida a transmissão haverá o crime de lesão culposa. 
Absorve as lesões leves e é absorvido pelos crimes de lesão corporal de natureza grave, gravíssima, seguida de morte e homicídio doloso, quando a ação for intencional na transmissão da moléstia. 
É possível a tentativa. 
Formal, com dolo de dano, comum, simples, comissivo, de forma livre e instantâneo.
Perigo para a vida ou saúde de outrem – Art. 132:
Conduta/Meios de execução: a conduta é expor (colocar, arriscar) a perigo e o comportamento pode ser comissivo ou omissivo (ação ou inação). O perigo deve ser direto (relativo a pessoa determinada, individualizada) e iminente (que ameaça acontecer de imediato). O perigo deve ser concreto e não abstrato, demonstrado e não presumido. É insuficiente a possibilidade incerta ou remota de perigo.
132 – caput: pena de 3 m a 1 ano;
Figura de aumento depena: transporte de pessoas para prestação de serviços, em desacordo com a lei ( 132 - § único: aumento de 1/6 a 1/3 ( 
tipifica-se, no art. 132, por dolo eventual, a conduta de quem agride motorista de ônibus em movimento, pondo em perigo os passageiros” (TASrSP, RT 540/440). 
praticam, com dolo eventual, avó e mãe de menor que, por motivos religiosos (testemunha de Jeová), não autorizam urgente transfusão de sangue prescrito em caso de anemia” (TACrSP, RT 647/302). 
não incorre no crime deste art. 132 o sujeito que coloca cerca elétrica em residência, para afugentar ladrões, pois tal atitude não traz perigo a pessoa determinada, mas erga omnes” (TJSC JC  70/394)
se da exposição a perigo resulta lesão corporal culposa, o agente responde pelo art. 132, e não pelo art. 129. § 6º, pois este último é mais levemente apenado (TACrSP, julgados 75/378, RT  535/324)  (129,§ 6º detenção 2 m a 1 ano 132 3m a 1 ano).
Abandono de incapaz – art. 133: 
Conduta: expor a perigo por meio do abandono, sem devida assistência (deixar o incapaz em condições de não se proteger sozinho)
Sujeitos: 
Ativo: guarda, cuidado ou vigilância ou autoridade;
Passivo: incapaz de defender-se (não é o mesmo incapaz do D. Civil: é qualquer um de nós, submetidos a cuidados de alguém – ex: turista sob orientação de guia turístico);
Elemento subjetivo: dolo de perigo (deixar incapaz, conscientemente, em lugar com risco de perigo, mesmo sem intenção)
Figuras de aumento de pena - § 3º, incisos: abandono em lugar ermo; agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; vítima é maior de 60 (sessenta) anos)
Para Nucci, se se tratar de lugar totalmente ermo, sem possibilidade de contato ou socorro, é meio de execução do crime de homicídio, havendo “animus necandi”.
Exposição ou abandono de recém-nascido – art. 134: 
Conduta: expor a perigo abandonando por vergonha (é preciso ter a vergonha). 
Sujeitos ativos: a mãe e, excepcionalmente, o pai – nem todos doutrinadores aceitam o pai. Qualquer outra pessoa, mesmo parente, teria tipicidade no art. 133 (abandono de incapaz), pois não é desonra própria.
Sujeito passivo: o recém-nascido (não apenas imediatamente ao parto, mas extensivo aos 1ºs. dias de vida);
Elemento subjetivo: dolo de perigo com a finalidade específica de ocultar desonra própria.
Pena: detenção de 6 m a 2 anos;
Figuras de aumento de pena:
Resultar lesão corporal de natureza grave (Art. 134 § 1º): detenção de 1 a 3 anos;
Resultar em morte (Art. 134 § 2º): detenção de 2 a 6 anos.
Classificação: próprio nos pólos passivos e ativos (mãe/pai e filho recém-nascido), de perigo concreto (precisa ser investigado e provado), de forma livre (qualquer meio eleito pelo agente), comissivo ou omissivo, instantâneo, unissubjetivo (1 só agente pode cometer), plurisubsistente (vários atos), admite tentativa.
Omissão de socorro – art. 135: 
Conduta: não socorrer quando possível ou, se impossível, não solicitar apoio (chamar autoridade). Não são condutas alternativas (ou seja, se era possível socorrer devida tê-lo feito). Responde pela conduta, independente do resultado, simplesmente por ignorar o fato. Tem que haver boa justificativa, senão incorre em OMISSÃO:
omissão imprópria: Art. 13.§ 2º- dever de agir individual e responde pelo resultado. É o não fazer no dever de agir, contribuindo para o resultado.
omissão própria: Art. 135 – deixa de fazer quando poderia, possibilitando o surgimento do mal. O não fazer é conduta proibida no CPB. O dever é genérico. Pune-se o comportamento omissivo independente do resultado. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: criança abandonada ou extraviada ou pessoa inválida ou ferida;
Elemento subjetivo: dolo de perigo;
Pena: detenção de 1 a 6 meses;
Figuras de aumento de pena (Art. 135 § único): 
Resultar lesão corporal de natureza grave: pena aumentada pela metade;
Resultar em morte: pena triplicada.
Maus tratos – art. 136: 
Condutas: expor a perigo abusando ou excedendo nos meios de educação (pais), ensino(professor), tratamento (médico), custódia (tutor).
Sujeito ativo: aquele que tem responsabilidade sobre a pessoa aos seus cuidados (se sujeito ativo for agente público tipifica abuso de autoridade - Lei 4898/65);
Passivo: o que está sob a responsabilidade;
Elemento subjetivo: dolo de perigo abusando dos meios de ensino, correção, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando dos meios de correção e disciplina. A intenção da pessoa é corrigir, não causar dano – “animus corrigendi vel disciplinandi”. Pune-se o abuso nos meios de correção. 
Se a intenção for agressão ou tortura responde na lei de tortura ou na lesão. Diferente da tortura (dolo de dano) nesta tem intenção de causar sofrimento intenso, e nos maus tratos o sujeito tem boa fé.
Pena: detenção de 2 m a 1 ano ou multa;
Figuras de aumento de pena: 
Resultar lesão corporal de natureza grave (Art. 136 § 1º): reclusão de 1 a 4 anos;
Resultar em morte (Art. 136 § 2º): reclusão de 4 a 12 4 anos;
Vítima menor de 14 anos (Art. 136 § 3º): pena agravada em 1/3.
RIXA – art. 137 (capítulo IV)
Conceito: briga generalizada caracterizada pela confusão de sujeitos e pela reciprocidade das agressões, onde não é possível identificar os lados contenciosos. É um crime de perigo, embora em capítulo à parte. Nas brigas de gangue é possível identificar os lados, enquadrando-se em concurso de crimes e pessoas.
Objetividade jurídica: incolumidade da pessoa (principal) e, secundariamente, a tranqüilidade pública. O objeto material é a pessoa que sofre a conduta criminosa.
Elemento subjetivo: dolo de perigo (consistente na vontade de tomar parte da rixa);
Rixa simples: vias de fato (empurrões, puxões, sem lesão) e lesão leve - a tipificação do caput;
Rixa qualificada: ocorre a lesão grave ou morte
Responsável identificado: 
Damásio: responde pelo 137 caput c/c 129 ou 121 c/c 69 (mais benéfica)
Nucci: responde pelo 137 § único e 129 ou 121 c/c 69 (mais gravosa)
Os demais respondem por rixa qualificada.
Responsável não identificado: respondem pelo mesmo crime (ou rixa simples ou qualificada, conforme o caso)
Rixa de improviso (ex-improviso): não dá para fracionar os atos executivos. É unisubsistente (não tem como caracterizar tentativa);
Rixa ordenada (ex-proposito): programada anteriormente. Seria plurisubsistente (tem como caracterizar a tentativa) ( Ex.: convocação de todos os que praticavam uma certa arte marcial para uma “aglomeração”;
Sujeitos: envolvimento de, no mínimo, 3 pessoas (se for menos, tem como identificar) – rixosos ou rixentos;
Legítima defesa: 
Na rixa simples não se admite alegar legítima defesa;
Admitida somente na qualificada, alegando legítima defesa a uma agressão qualificada (continua respondendo pela rixa qualificada e será beneficiado com a excludente em relação ao resultado qualificador; ou seja, defendendo-se pode matar ou ferir gravemente e poderá não ser indiciado por homicídio ou lesão grave);
Terceiro não participante pode alegar legítima defesa em qualquer hipótese (rixa simples ou qualificada).
Erro de execução: quando atinge um terceiro não participante (todos respondem pela rixa qualificada).
Capítulo V – bem tutelado: A HONRA
CRIMES CONTRA A HONRA – art. 138 a 145 (capítulo V)
Calúnia
        Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
        § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
        Exceção da verdade
        § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
        I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
        II - se o fato é imputado aqualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
        III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
 Difamação
        Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
        Exceção da verdade
        Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
 Injúria
        Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
        § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
        § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
        Disposições comuns
        Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
        I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
        II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
        III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
        IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
        Exclusão do crime
        Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
        I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
        II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
        III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
        Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
        Retratação
        Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
        Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
        Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
        Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033.  de 2009)
Conceito: 
CALÚNIA (art. 138): fato+falso+crime ( falsa imputação a alguém de um ato juridicamente definido como crime, feita com má-fé; pode ser feita verbalmente, de forma escrita ou por representação gráfica.
DIFAMAÇÃO (art. 139): fato+falso/verdadeiro+não crime+ofensivo à reputação ( imputação ofensiva de fato que atenta contra a honra e a reputação de alguém, com intenção desacreditá-lo ante a opinião pública.
INJÚRIA (art. 140): ofensa+adjetivos negativos+xingamentos ( ofender a dignidade ou o decoro; insulto.
Objetividade jurídica: 
Calúnia e difamação: honra objetiva = reputação ( imagem perante os outros;
Injúria: honra subjetivo = auto-estima ( imagem perante si mesmo.
Sujeitos: qualquer pessoa (ativo ou passivo);
Classificação: comum, simples, formal (independe de resultado), instantâneo, unissubjetivo, unisubsistente (verbal) ou plurisubsistente (escrita ou eletrônica, onde admite tentativa)
Figuras típicas:
Calúnia:
Sabendo falsa a calúnia, a propala e divulga (fofoca) – art. 138 § 1º.;
Contra os mortos - art. 138 § 2º: (somente a calúnia contra os mortos é punida penalmente; a difamação e a injúria não, admitindo-se apenas civilmente pelos familiares);
Prova da verdade (§ 3º.) – regra geral: admite a prova da verdade para quem é acusado de calúnia exceto em crime de ação privada, contra Presidente da República, em crime de ação pública quando o ofendido foi absorvido por sentença irrecorrível;
Difamação:
Exceção da verdade: somente se o ofendido é funcionário público e a ofensa se refere ao exercício da função;
Injúria:
Exclusão da punibilidade - art. 140 § 1º: quando o ofendido provocar a injúria ou no caso de retorsão imediata que implique em outra injúria (revide) ;
Injúria real - art. 140 § 2º: consiste em violência ou vias considerados aviltantes ( aumento da pena de 3 m a 1 ano e multa (além da pena correspondente à violência, se causar lesão grave; se for lesão leve já está absorvida pelo próprio crime de injúria);
Injúria preconceitual - art. 140 § 3º: utiliza de elementos preconceituais para humilhar determinada pessoa (não para discriminar um grupo: isso seria crime de racismo, preconceito) ( aumento de pena: reclusão de 1 a 3 anos e multa. Elementos preconceituais previstos: raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Não está previsto condição social, nem opção sexual.
Causas de aumento da pena - art. 141 – em 1/3:
I. Contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II. Contra funcionário público;
III. Na presença de várias pessoas ou meio que facilite a divulgação;
IV. Contra maior de 60 anos ou portador de deficiência (exceto injúria);
§ único. Cometido mediante pago ou recompensa ( dobra a pena;
Exclusão da ilicitude (injúria ou difamação) - art. 142:
I - Exclusão judiciária, na discussão da causa, pela parte ou seu procurador;
II - Opinião crítica literária, artística ou científica desfavorável, sem intenção de injuriar ou difamar;
III - Conceito desfavorável emitido por funcionário público no cumprimento do dever do ofício (ex: autoridade policial num inquérito);
	Nos casos dos incisos I e III responde pela injúria ou difamação quem der publicidade.
Imunidade do advogado – art. 7º § 2º da Lei 8.906-94 (Estatuto da OAB);
Imunidade parlamentar (material) – no exercício da atividade parlamentar (isenta injúria, calúnia ou difamação):
Federal (CF-art. 53)e Estadual (CF-art. 27 § 1º.): imunidade em todo território nacional;
Vereador (CF-art. 29-VIII): imunidade somente no município; 
Retratação – art. 143: no caso de calúnia ou de difamação, se retratar cabalmente antes da sentença, fica isento da pena; Na injúria não cabe retratação, no máximo pedido de desculpas.
Interpelação – art. 144: quem se julgar ofendido por calúnia, difamação ou injúria pode pedir explicações em juízo (não existe procedimento próprio ( subsidiariamente utiliza-se o CPC-867/873).
Ação Penal – art. 145: 
Ação penal privada, em regra ( mediante queixa do ofendido (até 6 meses que fica sabendo quem é o autor, ou que completar 18 anos, se a vítima for menor);
Exceções: 
ação penal pública incondicionada: na injúria real - injúria com lesão corporal (art. 140 § 2º);
ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça: quando for contra o PR ou chefe de estado estrangeiro(art. 141-I);
ação penal pública condicionada à representação do ofendido: 
quando for contra funcionário público (art. 141-II);
quando for injúria preconceitual (art. 140 § 3º.). 
Provas ( Concursojurídico.com.br
15 questões objetivas
Fim da parte I – 1ª PROVA
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PARTE II
Capítulo VI – bem tutelado: A LIBERDADE
CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL– art. 146 a 149 (capítulo VI – Seção I)
Constrangimento ilegal
        Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        Aumento de pena
        § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
        § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
        § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
        I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
        II - a coação exercida para impedir suicídio.
 Ameaça
        Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
 Seqüestro e cárcere privado
        Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:
        Pena - reclusão, de um a três anos.
        § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
        I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
        II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
        III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
        IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
        V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 
        § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Redução a condição análoga à de escravo
        Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: 
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
        § 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
        I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; 
        II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
        § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: 
        I – contra criança ou adolescente; 
        II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 
CONSTRANGIMENTO (art. 146)
Conceito: obrigar ilegalmente alguém a fazer o que não quer. Meios: violência, grave ameaça ou qualquer outro que reduza a capacidade de resistência da vítima. Objetivo: apenas interferir na liberdade da pessoa, se tiver outra intenção enquadra-se em outro crime conforme a intenção ou resultado (roubo e extorsão; estupro).
Objetividade jurídica: proteger a liberdade de escolha e autodeterminação;
Elemento subjetivo: dolo caracterizado pela intenção de anular a vontade da pessoa; se for meio para crime mais grave será por este absorvido (ex: se for meio para prática de estupro, responderá por este; se for meio para extorquir dinheiro, responderá por crime de extorsão);
Sujeitos: qualquer pessoa (ativo ou passivo);
Classificação: comum, simples, material (ATENÇÃO: exige materialidade da conduta ( depende do resultado de ser feita ou não alguma coisa), instantâneo, unissubjetivo, plurisubsistente (admite tentativa), de dano, transeunte.
Aumento de pena (art. 146 § 1º.): se, para a execução, se reúnem mais de 3 pessoas ou com uso de arma;
Aplicação cumulativa de pena (art. 146 § 2º.): as correspondências à violência;
Excludentes:
Intervenção médica ou cirúrgica, sem consentimento, se justifica por perigo de vida;
Coação para evitar suicídio.
AMEAÇA (art. 147)
Conceito: ameaçar alguém de causar-lhe mal injusto e grave. Objetivo: apenas interferir na liberdade da pessoa, se tiver outra intenção enquadra-se em outro crime conforme a intenção ou resultado (roubo e extorsão; estupro).
Objetividade jurídica: proteger a liberdade de escolha e autodeterminação;
Elemento subjetivo: dolo caracterizado pela intenção de anular a vontade da pessoa; 
Sendo um tipo subsidiário, se for meio para crime mais grave será por este absorvido (ex: se for meio para prática de estupro, responderá por este; se for meio para estorquir dinheiro, responderá por crime de extorsão);
proferida em momento de cólera ou ira u embriagado: pela Doutrina, o crime não é caracterizado; contudo, a seriedade da ameaça deve ser verificada caso a caso.
Sujeitos: qualquer pessoa (ativo ou passivo);
Meios: palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico;
Classificação: comum, simples, formal, instantâneo, unissubjetivo, unisubsistente ou plurisubsistente (admite tentativa somente na forma escrita), de dano, transeunte.
Ação penal: PÚBLICA, condicionada à representação 
SEQÜESTRO E CÁRCERE PRIVADO (art. 148)
Conceito e meios: Seqüestro é arrebatamento, imobilização, transporte e confinamento. Cárcere é apenas confinamento, cativeiro. Seqüestro é o gênero, cárcere a espécie;
Objetividade Jurídico: Liberdade de locomoção;
Sujeitos: Qualquer um;
Elemento subjetivo: intenção de privar a liberdade, crime só existe com dolo;
Classificação: crime comum, simples, material, permanente, plurisubsistente e unissubjetivo;
Qualificadoras:
Vítima ascendente, descendente, cônjuge/companheiro, maior de 60 anos ou menor de 18 anos;
Internação da vítima em casa de saúde ou hospital (forçado);
Privação dura mais de 15 dias;
Praticado com fins libidinosos - até aqui de 2 a 5 anos;
Grave sofrimento físico ou moral (em razão de maus-tratos ou forma de detenção) – 2 a 8 anos (§ 2º).
REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA A ESCRAVO (art. 149)
Conceito e meios: trabalho forçado, jornada exaustiva, condições degradantes de trabalho, restrição de liberdade por razão de divida. Sempre envolve relações de trabalho.
Objetividade jurídica: liberdade de locomoção e escolha em uma relação de trabalho
Sujeitos: trabalhador e patrão
Classificação: próprio, simples, material, permanente, unisubjetivo, plurisubsistente.
CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE– art. 150 a 154 (capítulo VI – Seção I)
Violação de domicílio – art. 150:
Violação de correspondência – art. 151 e 152: praticamente revogado pela Lei Postal
Violação de segredo – art. 153 e 154:
Título II – bem tutelado: O PATRIMÔNIO
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO– art. 155 a 183 
FURTO (art. 155 e 156)
Furto
        Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
        § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
        § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenhavalor econômico.
Furto qualificado
        § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
        I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
        II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
        III - com emprego de chave falsa;
        IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
        § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
Furto de coisa comum
        Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
        § 1º - Somente se procede mediante representação.
        § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
Conceito: subtrair coisa alheia móvel para si ou para outrem (ânimo de assenhoramento), sem violência ou ameaça à pessoa
Diferença FURTO x ROUBO: roubo é a subtração com violência ou ameaça à pessoa.
Objeto material: coisa alheia móvel 
Exceções: NÃO PODE SER OBJETO MATERIAL DE FURTO: 
res nullius (coisa sem dono – fruta silvestre em área devoluta);
res derelicta (coisa abandonada);
res desperdicta (coisa perdida – NÃO É FURTO, MAS PODE SER OBJETO DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA – art. 169-II; não confundir com COISA ESQUECIDA ( esta é objeto de furto);
Objetividade jurídica: patrimônio constituído pela posse e propriedade;
Elemento subjetivo: animus furandi (intenção de furtar):
Dolo Genérico: intenção de subtrair coisa alheia;
Dolo Específico: para si ou para outro (ânimo de assenhoramento);
Furto de uso (quando não há ânimo de assenhoramento) – não tipificado: para caracterizar a jurisprudência exige dois vetores: prévia intenção do uso e devolução intacta no mesmo lugar e condições.
Furto culposo ( não é tipificado.
Classificação: comum, simples, material, instantâneo, unissubjetivo, plurisubsistente (fracionável em atos, admite tentativa), transeunte.
Momento consumativo: quando a coisa é retirada da esfera de vigilância da vítima e entra na disponibilidade do autor ainda que momentaneamente (maioria da doutrina – entendimento do STF); furto em supermercado, lojas ( consumação = ao passar a linha dos caixas inicia a execução que se conclui com a saída do local).
Havendo perseguição pela vítima ( caracteriza a tentativa. 
Furto Noturno – art. 155 § 1º: é a hora em que a cidade dorme – repouso noturno – horário de menor vigilância e maior vulnerabilidade (não há horário pré-definido – análise caso a caso) – aumento de pena em 1/3;
Furto privilegiado - art. 155 § 2º: criminoso primário (ainda não condenado com trânsito em julgado) e pequeno valor (até 1 salário mínimo – entendimento doutrinário) ( diminuição da pena ou substituição por multa. Não confundir o pequeno valor com o princípio da insignificância (aqui a figura é típica; utilizando-se o princípio da insignificância, há exclusão
Furto de energia - art. 155 § 3º: fazer gatos de energia, TV a cabo, telefonia, subtraindo o sinal (sem o consentimento da fornecedora); Difere de ESTELIONATO: a empresa fornece o sinal, mas a pessoa adultera de forma a pagar menos (entrega enganada);
Furto qualificado - art. 155 § 4º: aumento da pena (reclusão de 2 a 8 anos e multa) quando:
I. houver arrombamento (o que protege a coisa: quebrar um alarme, uma tranca); 
II. abuso de confiança (emprega doméstica), fraude (distrair a vítima – ex: se passa por vigilante sanitário para entrar na causa e realizar o furto), escalada (qualquer acesso não convencional à coisa; pular janela, cavando, etc.) ou destreza. 
≠ FURTO e ESTELIONATO ( pretenso comprador pede a chave para dar uma volta e soma com o carro (FURTO – a vítima entregou a chave, não o carro); comprador leva o carro deixando como pagamento um cheque falso ou sem fundo (ESTELIONATO – a vítima entregou o carro);
III. uso de chave falsa: qualquer objeto que possa abrir a fechadura no lugar da chave ( gazuas (chave falsa, grampo, prego, clips, etc.);
IV. concurso de pessoas (2 ou mais);
Furto de coisa comum - art. 156: quando a coisa pertence a várias pessoas. Normalmente em herança ( para caracterizar crime tem que subtrair mais do que a cota que lhe caberia. Em condomínios, em sociedades, etc.
Cabível AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO.
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ROUBO (art. 157)
 Roubo
        Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
        § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
        I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
        II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
        III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
        IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
        V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
        § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Conceito: subtrair coisa alheia para si ou para alguém, com violência ou grave ameaça à pessoa
Tipos:
Roubo próprio: violência antes ou durante (assalto a mão armada, trombada, arrastão);
Roubo impróprio: violência depois da subtração (aplica a violência ainda dentro do contexto do crime);
≠ roubo e extorsão (no roubo, não importa se houve subtração ou a vítima entregar a coisa, desde que a coisa esteja ao alcance do autor). Assim, um assalto a mão armada será roubo. Obrigar a sacar dinheiro no caixa eletrônico ( extorsão (depende da vítima)
FURTO, ROUBO E EXTORSÃO ( diferenciar
Formas de violência: física, ameaça (violência moral) e qualquer meio capaz de reduzir a resistência da vítima (sonífero: boa noite cinderela);
Objeto material: coisa alheia móvel e a pessoa; 
Objetividade jurídica: patrimônio constituído pela posse e propriedade; integridade e liberdade;
Elemento subjetivo: dolo caracterizado pela intenção de roubar com. Não é possível roubo de uso. Mas é possível roubo por estado de necessidade (exclui a ilicitude);
Classificação: comum, complexo (composto ou pluriofensivo), material, instantâneo, unissubjetivo, plurisubsistente (fracionável em atos, admite tentativa – a maioria da doutrina não admite a tentativa no roubo impróprio), transeunte.
Causas de aumento:
I. Violência com emprego de arma (não pode ser arma de brinquedo)
II. concurso de pessoas;
III. vítima em serviço de transporte de valores, de conhecimento do agente;
IV. veículo levado para outro Estado ou exterior;
V. manter a vítima em seu poder, restringindo a liberdade;
Qualificadoras (§ 3º):
Lesão grave: pena de 7 a 15 anos + multa;
Latrocínio: pena de 20 a 30 dias + multa (qualificação pelo resultado: pode ser preterdoloso, quando não há intenção de matar ( não admite tentativa (dolo no roubo e culpa no resultado); pode ser com dolo no roubo e dolo no resultado, quando há intenção de matar ( admite tentativa)
Súmula STF 610: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não se realize o agente a subtração de bens da vítima. alguém que morre no contexto do roubo já caracteriza o latrocínio, mesmo que seja um comparsa).
	
TENTATIVA DE ROUBO IMPRÓPRIORoubo impróprio está previsto no artigo 157, §1º, CP que dispõe: § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Acerca do tema existem duas correntes, quais sejam: 1) 1º. é no sentido da não admissão da tentativa, pois ou a violência é exercida e, então, temos a consumação do delito de roubo, ou não há violência, ensejando a prática do delito de furto (Damásio de Jesus). 2) O entendimento que prevalece é no sentido da possibilidade da tentativa na seguinte hipótese: o agente, depois de se apoderar do bem, tenta empregar a violência ou a grave ameaça, mas não consegue. Resta configurado, portanto, a tentativa do crime. (Rogério Sanches, Mirabete, Nucci e outros).
FURTO E ROUBO COM CONCURSO DE PESSOAS: basta que parte da coisa seja levada, é considerado consumado para todos.
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EXTORSÃO (art. 158 e 159)
Extorsão
        Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
        § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
        § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
 Extorsão mediante seqüestro
        Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
        Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
        § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90     
        Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
        § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
        Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. 
        § 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
        Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 
        § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. 
 Extorsão indireta
        Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
        Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Conceitos: diferentemente do roubo, na extorsão o agente precisa da participação da vítima. Violência na extorsão: física ou grave ameaça (aqui não cabe a utilização de meio para reduzir a resistência, pois 
Extorsão comum (art. 158): obrigar alguém a um comportamento visando uma vantagem econômica (fornecer a senha, passar uma escritura);
Extorsão mediante seqüestro (art. 159): seqüestra alguém e exige qualquer vantagem (patrimonial) para liberar (prende a vítima e exige resgate);
Extorsão indireta (art. 160): extorsão de um documento capaz de provocar procedimento criminal contra a vítima, como garantia de dívida, aproveitando-se da necessidade da vítima (utilizado por agiotas: exige o preenchimento de um cheque sem fundos ( que caracterizaria estelionato, ou outro documento que depois possa ser usado contra a vítima para coagi-la);
Objeto material: 
art. 158 e 159: qualquer bem patrimonial móvel ou imóvel (valores, direitos, documentos) 
art. 160: documento passível de provocar, contra a vítima, procedimento criminal; 
Objetividade jurídica: 
art. 158 e 159: patrimônio, integridade e liberdade; art. 160: patrimônio e liberdade;
Elemento subjetivo: dolo:
Genérico: constranger a um comportamento (extorsão comum); cercear a liberdade (extorsão mediante seqüestro); coagir para obter um documento (extorsão indireta)
Específico: exigir vantagem indevida para si ou para outrem (extorsão comum e extorsão mediante seqüestro); garantir a dívida (extorsão indireta)
Classificação: comum (o 160 é próprio), complexo (composto ou pluriofensivo), formal (parte da Doutrina entende que a extorsão indireta na modalidade de receber documento seria material, pois o resultado seria o documento ( a maioria, no entanto, entende ser formal pois o resultado seria garantir a dívida), instantâneo (permanente enquanto durar o seqüestro no 159), unissubjetivo, plurisubsistente (fracionável em atos, admite tentativa), transeunte.
Aumento da pena - art. 158 - § 1º: concurso de pessoas (2 ou mais) e utilização de arma (qualquer arma);
Qualificada por lesão ou morte - art. 158 - § 2º: as mesmas penas do roubo com essa qualificação;
Seqüestro relâmpago - Art. 158 - § 3º: extorsão com restrição da liberdade (seqüestra a vítima para sacar no caixa eletrônico); Doutrina: só é crime hediondo se for seqüestro relâmpago com resultado morte (controvérsia).
Art. 159 - § 1º, 2º e 3º: aqui o concurso de pessoas é diferentes (+ de 4: bando ou quadrilha);
Art. 158 - § 1º: delação premiada.
 USURPAÇÃO (art. 161 e 162)
CAPÍTULO III - DA USURPAÇÃO
Alteração de limites
        Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
        Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem:
 Usurpação de águas
        I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
Esbulho possessório
        II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
        § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
        § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
Supressão ou alteração de marca em animais
        Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Conceitos: apoderamento do patrimônio imobiliário alheio (está para a coisa imóvel assim como o furto e roubo está para as coisas móveis) 
Objetividade jurídica: patrimônio imobiliário
Objeto material: coisa imóvel, as águas quando imobilizadas (quando usada em servidão in natura), semoventes;
Quando se tratar de água tratada caracteriza bem móvel, sujeito a furto ou roubo;
Elemento subjetivo: todos a título de dolo, visando uma vantagem patrimonial (não existe previsão de culpa);
ALTERAÇÃO DE LIMITES – art. 161 caput:
Conceito: alterar a divisa com intenção de se apropriar de parte de imóvel alheio;
Condutas: suprimir ou alterar tapumes (muro ou cerca), marcos (piquetes) ou qualquer outra indicação de linha divisória;
Classificação: próprio (só o vizinho pode cometer), simples, formal, instantâneo, unisubjetivo e plurisubsistente;
USURPAÇÃO DE ÁGUAS – Art. 161-I
Conceito: represar ou desviar águas alheias (águas de servidão – rios, córregos);
Condutas: represar ou desviar em benefício próprio ou de outrem;
Classificação: comum, simples, formal, instantâneo, unisubjetivo e plurisubsistente;
ESBULHO POSSESSÓRIO – Art. 161-II
Conceito: invasão de propriedade com ânimo de se apoderar para si (com animus rem

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