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Modernismo, Orpheu, Heteronímia.pptx

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Literatura Portuguesa III
Prof.Stélio furlan
literatura portuguesa III 
Unidade i – 1915-1927
Modernismo
Geração Orpheu
Heteronímia
literatura portuguesa III 
Unidade i – 1915-1927
POESIA: “words set to music” (Dante
via Pound), “uma viagem ao
desconhecido” (Maiakóvski), “cernes e
medulas” (Ezra Pound), “a fala do
infalável” (Goethe), “linguagem
voltada para a sua própria
materialidade” (Jákobson),
“permanente hesitação entre som e
sentido” (Paul Valéry), “fundação do
ser mediante a palavra” (Heidegger),
“a religião original da humanidade”
(Novalis), “as melhores palavras na
melhor ordem” (Coleridge), “emoção
relembrada na tranquilidade”
(Wordsworth), “ciência e paixão”
(Alfred de Vigny), “se faz com
palavras, não com ideias” (Mallarmé),
“música que se faz com ideias”
(Ricardo Reis/ Fernando Pessoa), “um
fingimento deveras” (Fernando
Pessoa), “criticism of life” (Mathew
Arnold), “palavra-coisa” (Sartre),
“linguagem em estado de pureza
selvagem” (Octavio Paz), “poetry is to
inspire” (Bob Dylan), “design de
linguagem” (Décio Pignatari), “lo
imposible hecho posible” (Garcia
Lorca), “aquilo que se perde na
tradução” (Robert Frost), “a liberdade
da minha linguagem” (Paulo
Leminski)...
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modernismo, vanguarda:Orpheu
Orpheu: modernismo, vanguarda
 Orpheu, primeiro número, Janeiro-Fevereiro-Março 
1915
A poesia do Orpheu é a primeira poesia que surge à escala deste mundo complexo, vário, ruidoso, assassino, mecânico, acelerado, quotidianamente diverso e difícil que é o nosso.
 LISBOA, Eugênio. Poesia portuguesa. Do Orpheu ao neorrealismo. 
Disponível em file:///C:/Users/hp/Desktop/Orpheu%20ao%20Neorrealismo.pdf, 
acesso em 28/03/2016
unidade i
Geração Orpheu (1915-1927)
 Vanguarda
significa, no seu sentido literal, a "primeira linha de um exército,em ordem de batalha”.
 o que a distingue: “a violência das atitudes e dos programas, o radicalismo das obras. 
A vanguarda é uma exasperação e um exagero das tendências que a precederam”. 
PAZ,Octávio. Os filhos do barro. São Paulo, Cosac Nayfi , 2013, p.125..
 Modernismo
“O Orpheu é a soma e a síntese de todos os movimentos literários modernos” 
PESSOA, Fernando, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, 1916
unidade i
Geração Orpheu (1915-1927)
 Modernismo
“O Orpheu é a soma e a síntese de todos os movimentos literários modernos” 
PESSOA, Fernando, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, 1916
“a vanguarda é uma intensificação da estética da mudança inaugurada pelo Romantismo.
Aceleração e multiplicação: as mudanças estéticas deixam de coincidir com as passagens das gerações e acontecem dentro da vida de um artista”
PAZ,Octávio. Os filhos do barro. São Paulo, Cosac Nayfi , 2013, p.179.
Vanguarda
modernismo, vanguarda:Orpheu
Orpheu, n.º 1
Janeiro-Fevereiro-Março 1915
Mas o facto é que ela tem sabido irritar e enfurecer, o que, como V. Ex.ª muito bem sabe, a mera banalidade nunca consegue que aconteça. Os dois números não só se têm vendido, como se esgotaram, o primeiro deles no espaço inacreditável de três semanas. Isto alguma coisa prova –
atentas as condições artisticamente negativas do nosso meio – a favor do interesse que conseguimos despertar.»
Fernando Pessoa, «carta a Camilo Pessanha»
Orpheu, n.º 2,
Abril–Maio–Junho de 1915
Orpheu: modernismo, vanguarda
Revista Orpheu, n°1, Janeiro-Fevereiro-Março 1915, capa de José Pacheco.
Resta explicar o que é Orpheu. É uma revista, da qual saíram já dois números; é a única revista literária a valer que tem aparecido em Portugal, desde Revista de Portugal, que foi dirigida por Eça de Queirós. A nossa revista acolhe tudo quanto representa a arte avançada; assim é que temos publicado poemas e prosas que vão do ultra-simbolismo ao futurismo. 
Fernando Pessoa, «carta a Camilo Pessanha» in Correspondência 1905-1922, edição Manuela Parreira da Silva, Lisboa: Assírio & Alvim, 1998
Revista ORPHEU
“do ultra-simbolismo ao futurismo”
 (http://www3.universia.com.br/conteudo/literatura/Orpheu_n1_de_alvaro_de_campos.pdf)
 
Sumário:
Luiz de Montalvôr (1891-1947)
- Orpheu, n.1 - Introducção
- Orpheu, n.2 - Narciso
“ORPHEU é um exílio de temperamentos de arte que a querem como a um segredo ou tormento…
Nossa pretensão é formar, em grupo ou ideia, um número escolhido de revelações em pensamento ou arte, que sobre este princípio aristocrático tenham em - ORPHEU - o seu ideal esotérico e bem nosso de nos sentirmos e conhecermo-nos.” 
(1915, N.º 1)
Revista ORPHEU
“do ultra-simbolismo 
ao futurismo”
http://www3.universia.com.br/conteudo/literatura/
Orpheu_n1_de_alvaro_de_campos.pdf
 
	
(1915, N.º 1)
ORPHEU
“do ultra-simbolismo 
ao futurismo”
 
	
por Almada Negreiros
FERNANDO PESSOA
HETERONÍMIA
“DRAMA
 EM GENTE”
ÁLVARO DE CAMPOS
“é alto (1,75m de altura, mais 2 cm do que eu), magro e um pouco tendente a curvar-se”. 
[ Fernando Pessoa. “Carta a Adolfo Casais Monteiro”, em 13 de Janeiro de 1935 ]
ORPHEU
“do ultra-simbolismo 
ao futurismo”
 
	
por Almada Negreiros
HETERONÍMIA
ÁLVARO DE CAMPOS
Sob o signo de Eros
“o Sensacionismo prende-se à atitude enérgica, vibrante, cheia de admiração pela Vida, pela matéria, pela Força”
[ PESSOA, Fernando. Páginas íntimas e de Autointerpretação, p.126 ]
“um equivalente português do Futurismo” (George Rudolf Lind)
Revista ORPHEU
(FERNANDO PESSOA, 1888-1935)
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica 
Tenho febre e escrevo. 
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, 
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! 
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! 
Em fúria fora e dentro de mim, 
Por todos os meus nervos dissecados fora, 
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, 
De vos ouvir demasiadamente de perto, 
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso 
De expressão de todas as minhas sensações, 
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! 
ÁLVARO DE CAMPOS
 ODE TRIUNFAL
(1915, N.º 1)
Revista orPHEU
(FERNANDO PESSOA, 1888-1935)
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! 
Ser completo como uma máquina! 
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo! 
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento 
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões 
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
ÁLVARO DE CAMPOS
 ODE TRIUNFAL
(1915, N.º 1)
Revista orPHEU
(FERNANDO PESSOA, 1888-1935)
Eia! eia! eia! 
Eia electricidade, nervos doentes da Matéria! 
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente! 
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez! 
Eia todo o passado dentro do presente! 
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia! 
Eia! eia! eia! 
Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita! 
Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô! 
Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me. 
Engatam-me em todos os comboios. 
Içam-me em todos os cais. 
Giro dentro das hélices de todos os navios. 
Eia! eia-hô! eia! 
Eia! sou o calor mecânico e a electricidade! [...]
Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!  
[Londres, 1914 – Junho]
ÁLVARO DE CAMPOS
 ODE TRIUNFAL
(1915, N.º 1)
ORPHEU
“do ultra-simbolismo 
ao futurismo”
 
 FUTURISMO 
 TEMAS E PRINCÍPIOS DE CONSTRUÇÃO
“palavras em liberdade”: 
“É preciso destruir a sintaxe, dispondo os substantivos ao acaso, como nascem (...). A poesia deve ser uma sequência ininterrupta de imagens novas” (Marinetti). 
Acumulação reiterativa: as “cascatas de imagens”
Onomatopeias
aliterações
no lugar das rimas
emprego do duplo substantivo 
HETERONÍMIA
ÁLVARO DE CAMPOS
MARINETTI, T. Manifesto Técnico da Literatura Futurista (1912)
ORPHEU
“do ultra-simbolismo 
ao futurismo”
 
► FUTURISMO 
 TEMAS E PRINCÍPIOS DE CONSTRUÇÃO
“beleza da velocidade”
Culto da máquina;
transformação do mecanicismo em material criativo.
A atitude de irreverência: o caráter de discurso inflamado, hiperbólico, agressivo.
HETERONÍMIA
FERNANDO PESSOA:
 ÁLVARO DE CAMPOS
Revista orPHEU
(1915)
RECEPÇÃO-SÁ-CARNEIRO
Porque apesar de não pura, escolarmente futurista, o conjunto da obra é futurista. (...) Depois de escrita a sua ode eu creio que nada mais de novo se pode escrever para cantar a nossa época.
Não sei em verdade como dizer-lhe todo o meu entusiasmo pela Ode do Álvaro de Campos que ontem recebi. É uma coisa enorme, genial, das maiores entre a sua obra.
 
Não tenho dúvida em assegurá-lo meu Amigo, você acaba de escrever a obra-prima do Futurismo. 
Carta de Mário de Sá-Carneiro (Paris, 20 de junho de 1914)
Revista orPHEU
(1915)
RECEPÇÃO
A Capital, nº 1766, 6 de Julho de 1915, p.1
GERAÇÃO ORPHEU
FERNANDO PESSOA 
(1888-1935)
(...) já não podemos contemplar o céu da nossa cultura sem o ver a ele no centro, convertido em «mito brilhante e mudo», e irradiando a sua luz enigmática.
Porquê nos passamos a toda a largura da rua com os bolsos atulhados de frases de Pessoa? Por quê os seus poemas, os seus pensamentos, os seus paradoxos, a sua múltipla leitura do universo e da vida se tornou matriz e o código, não apenas dos nossos sonhos mais raros, como da prosa triste da realidade? 
LOURENÇO, Eduardo. Fernando rei da nossa Baviera (1986) 
geração orPHEU
(FERNANDO PESSOA, 1888-1935)
 
Em suma: como e porquê, Pessoa, se converteu numa das referências-chaves da Cultura contemporânea?
LOURENÇO, Eduardo. Fernando rei da nossa Baviera (1986)
geração orPHEU
(FERNANDO PESSOA, 1888-1935)
Heteronímia:
Toda uma literatura
O “drama heteronímico”: 
“cada pessoa é um olhar lançado ao mundo e um objeto visível ao olhar do mundo” 
“é um fantástico aparelho ótico” (p.345)
PERRONE-MOISÉS, Leyla. “Pensar é estar doente dos olhos” in: NOVAES, Adauto. O olhar, São Paulo, Cia das Letras, 2003,
HETERONÍMIA
(FERNANDO PESSOA, 1888-1935)
Ficção da heteronímia pessoana: 
multiplicidade de linhas de leitura 
um desejo pessoano de se converter em “toda uma literatura”; 
um modo de repensar a imagologia nacional; um questionamento sobre a construção identitária; 
aquém do eu e além do outro, lê-se a heteronímia como experiência de alteridade, uma viagem de outramento; 
um verdadeiro aparelho óptico no qual se ativa a multiperspectivação do olhar; 
um despojamento do ego da sua centralidade concorde à ideia futurista de que é “preciso destruir na literatura o eu”; 
ou a forma teatral de ilustrar a ideia de que o “Ser é ausência”; 
ou fenômeno generacional que faz eco ao rimbaudiano je suis un autre; 
codifica a inclinação poetodramática pessoana de criar um “drama em gente, não em atos”...
“só me reconheço 
como sinfonia”
(Bernardo Soares)
geração orPHEU
(FERNANDO PESSOA, 1888-1935)
“Não há que buscar em quaisquer deles ideias ou sentimentos meus, pois muitos deles exprimem ideias que não aceito, sentimentos que nunca tive. Há simplesmente que os ler como estão, que é aliás como se deve ler”. 		 
(PESSOA, 2005, p. 87)
Heteronímia:
Toda uma literatura
Fernando pessoa
ÁLVARO DE CAMPOS
alberto caeiro
Ricardo reis
Bernardo soares

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