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COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL_todas aulas 1 a 6

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COMUNICAÇÃO 
ORGANIZACIONAL 
AULA 1 
Prof. Adriane Werner e Achiles Jr. 
 
 
 
CONVERSA INICIAL 
 
Caro aluno, seja bem-vindo à primeira aula da disciplina 
de Comunicação Organizacional! Vamos primeiro estabelecer 
nossa meta neste curso, que é notarmos a importância que a 
comunicação entre as pessoas pode afetar a vida dentro de uma 
empresa e ajudar no alcance dos objetivos previstos. Vamos 
primeiro conhecer o que é a comunicação, e depois ver como ela 
pode ser praticada e colocada dentro de parâmetros que 
melhoram a vida dentro de uma empresa. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
 
A palavra comunicação vem do latim communicare, e 
significa “tornar comum, partilhar”. Nesta interpretação inicial, 
etimológica, temos que comunicação implica troca de 
informações. O ser humano é o mais relacional dentre todos os 
animais e, portanto, depende de forma vital do estabelecimento 
de comunicação com seus semelhantes. Desde os tempos mais 
remotos, tem sido por meio da comunicação que as pessoas 
interagem, instruem-se, integram-se e se desenvolvem. 
A comunicação é o que promove as interações entre as 
pessoas e se dá incessantemente, o tempo todo. Nas 
organizações, a comunicação interpessoal e as estratégias de 
comunicação estruturadas para divulgações internas e externas 
têm sido, cada vez mais, objetos de estudo para que se 
compreendam seus resultados no processo da gestão. 
Disciplinas como Gestão Estratégica, Marketing, Gestão 
do Conhecimento, Comunicação Organizacional e Relações 
Públicas têm se dedicado a entender a importância da 
comunicação em uma organização. 
 
 
 
A comunicação organizacional trata de todo o processo de 
comunicação que ocorre dentro de uma organização pública ou 
privada: seja na promoção da imagem positiva de uma empresa, 
na administração de uma crise, no processo de motivação das 
equipes de trabalho ou na criação de campanhas específicas. 
Ela está focada, portanto, nos diferentes públicos de uma 
organização, como os acionistas, os fornecedores, os parceiros, 
as entidades de classe, os representantes de órgãos 
governamentais, os clientes, os funcionários, a comunidade e a 
sociedade em geral. Esses elementos são chamados 
stakeholders. 
A comunicação organizacional pode ser dividida em três 
esferas operacionais e estratégicas: comunicação institucional 
(relações públicas); comunicação interna (comunicação 
administrativa) e comunicação mercadológica (marketing). 
Embora ainda incompreendida em muitas relações, ou mesmo 
vista de forma deturpada em diversas situações, a comunicação 
Organizacional tem sido considerada cada vez mais importante. 
Palma (1994) aponta que os equívocos vêm sendo 
superados, mas que “gastava-se tempo discutindo os limites da 
atividade de relações públicas, o que era macroárea e o que era 
subsistema”. Ou seja, a preocupação era mais voltada a 
delimitações de papéis profissionais do que propriamente a 
compreender e fazer bem à comunicação estratégica. 
Isso fazia com que os conceitos de comunicação 
corporativa ficassem relegados a segundo plano, sem que 
fossem percebidos como estratégicos para a empresa. Hoje, 
segundo o autor, “as empresas [...] já demonstram uma visão 
mais larga de comunicação corporativa”. 
Entender as diversas nuances da comunicação 
corporativa, segundo Palma (1994), mais do que a preocupação 
de delimitar funções de jornalistas, relações públicas ou 
publicitários, é perceber a empresa como um módulo social que 
tem as atividades voltadas para o lucro, mas que este processo 
“não está restrito ao ato de compra e venda, mas compõe-se, 
também, das relações com seus diversos públicos”. Em uma 
organização, o fluxo de informações é fundamental para seu 
próprio funcionamento como organização. 
Vieira (2007) lembra que cabe à empresa orientar seus 
colaboradores quanto às condutas desejáveis para a 
preservação da imagem organizacional, com a criação de 
normas, padrão visual, estabelecimento de papéis estratégicos, 
por exemplo, quem pode atuar como porta-voz em cada 
situação. 
Analisar as origens e o crescimento da importância da 
comunicação Organizacional é fundamental para que se possa 
compreender o contexto em que as sociedades se encontram 
inseridas. Compreender as técnicas de comunicação é um passo 
importante para que os profissionais atuem com 
responsabilidade, seja no fortalecimento da imagem de sua 
organização, no gerenciamento de uma crise ou na transparência 
e ética junto à sociedade, em caso de exposições negativas. 
Corrado (1994) salienta que, cada vez mais, a 
administração da comunicação deve tratar das questões de 
cidadania, como direitos do consumidor, questões sociais e 
ambientais. Por isso, administrar a comunicação não é apenas 
promover a boa imagem da organização, mas, principalmente, 
agir com transparência frente a fatos e informações. 
Ou seja, para ser bem vista na sociedade, a empresa deve 
não apenas se comunicar bem, mas agir de forma ética e 
baseada em valores e princípios humanos. Dessa forma, a 
comunicação organizacional irá tratar apenas de fatos e 
informações verdadeiros da empresa, e, ainda assim, poderá 
fortalecer suas relações com todos os stakeholders. 
Para saber mais sobre o que será estudado nesta aula, 
assista ao vídeo de introdução que o professor Achiles preparou 
para você! Acesse o material on-line. 
 
 
 
PROBLEMATIZAÇÃO 
 
Considere os exemplos que serão descritos a seguir: 
Exemplo 1: um acidente aéreo de grandes proporções 
deixa centenas de mortos. A empresa aérea precisa dar amparo 
às famílias, hospedá-las em local próximo ao acidente, garantir 
seu conforto, mantê-las informadas sobre todos os passos que 
estão sendo dados, como reconhecimento de corpos, análises 
periciais sobre os motivos do acidente e tudo mais que envolver 
a situação. 
É um momento de comoção e toda a sociedade também 
precisa ser informada sobre as providências. Jornalistas buscam 
informações o tempo todo e é preciso manter uma equipe 
profissional para transmitir, de tempos em tempos, boletins 
informativos. 
Exemplo 2: uma agência de viagens começa a enfrentar 
dificuldades financeiras e os funcionários “ouvem falar” que a 
empresa está sendo vendida para um grupo internacional. 
Imediatamente instala-se um clima de insegurança. Qual será o 
grupo que vai adquirir a empresa? Os funcionários serão 
demitidos? Como saber o que de fato está acontecendo? 
As duas situações descritas, embora de naturezas tão 
diferentes, são típicas situações em que deveria haver, de forma 
sistematizada, ações concretas de comunicação organizacional. 
No primeiro caso, do acidente aéreo, a comunicação atuaria na 
informação, não só dos familiares das vítimas, mas de toda a 
sociedade. No segundo caso, da aquisição da empresa, a 
atuação seria de comunicação interna, altamente estratégica 
para o bom andamento das ações dentro de uma empresa. 
Nos dois casos, vale a máxima de que, onde não há 
informação formal, os meios informais prevalecem, porque as 
pessoas buscam saber o que está acontecendo. E os meios 
informais de comunicação nem sempre são fiéis à realidade. No 
caso de acidente aéreo, se a empresa não instalar um comitê de 
gerenciamento de crise e não estabelecer um porta-voz para 
falar em nome da empresa, os meios informais serão pessoas 
não preparadas que poderão passar informações distorcidas em 
nome da empresa, prejudicando ainda mais sua reputação. 
No segundo caso, da agência de viagens, a informação 
por meios informais seria o que se chama popularmente de 
“rádio corredor”, em que algumas pessoas repassaminformações sem sequer saber se são verdadeiras. Se a 
empresa se comunicar de forma franca e transparente, poderá 
manter o clima de harmonia. 
 
A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL: CONCEITOS E 
HISTÓRICO 
 
Uma empresa é como um organismo vivo e se desenvolve 
a partir do fluxo de informações que nela circula. Este fluxo é vital 
porque promove o relacionamento entre as diferentes partes da 
organização. Dar tratamento profissional a esse fluxo de 
informações é cuidar da comunicação organizacional e buscar, 
com ela, os melhores resultados. 
A comunicação organizacional, também chamada de 
empresarial ou corporativa, vem ganhando cada vez mais 
importância e até mesmo novos contornos na sociedade atual. 
Toda empresa tem seus mecanismos de comunicação, muito 
embora a maioria delas tenha somente processos informais e 
não estruturados, o que dificulta sua percepção e tratamento. 
Cada vez mais, torna-se perceptível a importância de se 
estruturar e documentar os processos de comunicação nas 
empresas. 
Kunsch (2007) afirma que, com o advento da globalização 
e do avanço tecnológico, as organizações precisam enfrentar 
uma complexidade do mundo muito maior na hora de traçar suas 
estratégias de comunicação. 
 
 
 
Todas essas novas configurações do ambiente 
social global vão exigir das organizações novas 
posturas, necessitando elas de um planejamento 
mais apurado da sua comunicação para se 
relacionar com os públicos, a opinião pública e a 
sociedade em geral. 
 
Na mesma linha, Cardoso (2006, grifo do autor) lembra 
que o mundo globalizado tem dado cada vez mais importância à 
informação e à comunicação. 
 
O chamado campo de estudo da comunicação 
empresarial tem sido, nas últimas décadas, a área 
de fundamentação teórico-conceitual e de 
desenvolvimento de práticas comunicacionais que 
permite às empresas desenvolverem suas 
estratégias de negócios. 
 
A comunicação organizacional deve englobar todo o 
processo de comunicação que ocorre dentro de uma 
organização, seja ela pública ou privada. Isso inclui todos os 
seus públicos, chamados stakeholders – colaboradores, clientes, 
fornecedores, parceiros, sociedade, e, portanto, engloba a 
comunicação estruturada para o público externo e também o 
interno. 
Traçar um apanhado histórico de documentos que podem 
ser enquadrados como comunicação organizacional é tarefa 
complexa. Do ponto de vista do que se convencionou chamar de 
relações públicas, temos como marco ações políticas de um 
grupo de revolucionários que lutavam pela emancipação política 
dos Estados Unidos, em 1772. Eles contrataram o escritor 
Samuel Adams para traçar estratégias de comunicação para o 
grupo, com objetivos claramente políticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Samuel Adams, considerado o primeiro jornalista a desenvolver ações de 
estratégia de comunicação com objetivos de interferir na opinião pública. 
Fonte: www.thefederalistpapers.org 
 
Logo após, em 1829, Amos Kendall lançou o The Globe, 
um house organ (o primeiro de que se tem notícia) que falava 
sobre ações do governo de Andrew Jackson. Aos poucos, os 
Estados Unidos e a Inglaterra começaram a se destacar com o 
trabalho de jornalistas que se destinavam “a traçar estratégias de 
comunicação, primeiramente somente com objetivos políticos, 
mas em seguida também para empresas (WERNER; STECE, 
2014)”. 
 
 
 
Amos Kendall 
Fonte: https://commons.wikimedia.org 
 
Rumando para a área empresarial, outro destaque foi a 
criação, em 1906, do escritório de Assessoria de Imprensa e 
Relações Públicas do jornalista norte-americano Yvy Lee, que se 
ocupava de tentar recuperar a imagem arranhada do empresário 
John Rockefeller. O próprio Manual de Assessoria de Imprensa 
da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ (2007) 
destaca: 
O serviço que Ivy Lee prestaria era de conseguir que 
o velho barão do capitalismo selvagem, de odiado, 
passasse a ser venerado pela opinião pública. Isso 
se chama mudança de imagem. E a primeira coisa 
que aquele jornalista fez foi se comunicar, com 
transparência e rapidez, sobre todos os negócios 
que envolviam Rockefeller. E conseguiu mudar a 
imagem do barão dos negócios depois de 
continuadas ações de envio de informações 
frequentes à imprensa da época, entre outras 
iniciativas. 
 
Em seguida, as ações de estruturação estratégica de 
comunicação para empresas e grupos políticos se espalharam 
pelo mundo, especialmente na Europa. Existem registros de 
 
 
escritórios de comunicação e instalação de departamentos de 
comunicação dentro de empresas, órgãos públicos e entidades 
de classe em países como Noruega, França, Holanda, Canadá, 
Itália, Bélgica, Suécia e Alemanha, especialmente nas décadas 
de 1940 e 1950 (WERNER; STECE, 2014). 
As autoras apontam que foi também no início do século 
XX que a comunicação estratégica começou a ser estruturada no 
Brasil. Já em 1909, o presidente Nilo Peçanha criou um órgão 
que tinha como missão informar a Imprensa sobre ações do 
governo: a Secção de Publicações e Biblioteca do Ministério da 
Agricultura. Notemos, é claro, que este era um dos principais 
órgãos do governo, visto que o país era eminentemente agrícola 
(WERNER; STECE, 2014). 
Segundo os apontamentos de Werner e Stece (2014), a 
comunicação estruturada em instituições públicas serviu, tanto 
no Brasil quanto também em outras partes do mundo, para 
propagar de forma positiva os regimes ditatoriais de extrema-
direita, como o nazismo na Alemanha, o fascismo na Itália, o 
salazarismo em Portugal e mesmo o governo de Getúlio Vargas 
no Brasil. O regime de propaganda política mais estudado e 
reconhecido é o trabalho desenvolvido por Joseph Goebbels 
para a construção da imagem de Adolph Hitler, no nazismo 
alemão. 
 
A Alemanha vive!, por Joseph Goebbels, 1930. 
Fonte: www2.bc.edu 
Goebbels já havia assumido diversos cargos na 
administração da Alemanha e já era bastante próximo dos 
nacional-socialistas quando foi escolhido diretor de propaganda 
do partido. 
Em seguida, assumiu o Ministério Nacional para 
Esclarecimento Público e Propaganda, que foi criado 
especialmente para que ele desenvolvesse o trabalho de 
conquistar a opinião pública. Instalou um rígido controle da 
imprensa, bem como do rádio, do cinema e de todas as artes e 
passou a utilizar os mais fortes veículos de comunicação da 
época – o rádio e o cinema – para a propagação do regime 
nazista. 
Foi ele o maior responsável pela criação do mito do Führer 
(líder), personalizado na figura de Hitler. A propaganda nazista 
criava discursos apaixonados e promovia o sentimento de 
ultranacionalismo no povo alemão, que acabara de sair da 
Primeira Grande Guerra com sua autoestima abalada. 
 
 
No Brasil a propaganda oficial do regime seguiu mais ou 
menos os mesmos moldes no governo Getúlio Vargas. As 
autoras lembram que o presidente criou, em 1937, o DIP – 
Departamento de Imprensa e Propaganda, que era ligado ao 
Gabinete Civil. O órgão tinha a função de atender a Imprensa e 
mantê-la informada sobre os atos do governo. Assim, divulgava 
as obras oficiais e os atos do presidente. Como era o veículo 
mais popular da época, o rádio, assim como na Alemanha, foi o 
principal meio de difusão das informações oficiais. Havia controle 
total dos meios de comunicação e a censura era oficial. 
 
 
Presidente Getúlio Vargas, criador do primeiro curso de Jornalismo no 
Brasil (decreto 5480, em 1943) (Werner & Stece, 2014). 
Fonte: www.diariodoscampos.com.br 
 
O relato das autoras mostra que, já em 1955,no clima de 
crescimento que tomou conta de vários países depois da II 
Guerra Mundial, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente do 
Brasil, prometendo fazer o país crescer “cinquenta anos em 
cinco” e, assim, abriu as portas para a entrada de empresas 
multinacionais. Com a vinda de empresas estrangeiras, veio 
também a prática da comunicação organizacional nas empresas 
 
 
privadas, prática que já era mais avançada em países mais 
desenvolvidos (WERNER; STECE, 2014). 
Observação: as informações contidas no texto anterior 
foram retiradas dos seguintes sites, que podem ser consultados 
de forma complementar aos nossos estudos: 
http://educacao.uol.com.br/biografias/joseph-paul-goebbels.jhtm 
http://blogauniao.blogspot.com/2008/05/histria-da-assessoria-de-
imprensa-no.html 
Kunsch (2007) aponta que as sementes da comunicação 
organizacional como se dá hoje remontam ao período da 
Revolução Industrial, que trouxe rápidas mudanças ao mundo do 
trabalho. 
Esta, com a consequente expansão das empresas a 
partir do século XIX, propiciou o surgimento de 
mudanças radicais nas relações de trabalho, nas 
maneiras de produzir e nos processos de 
comercialização. Nesse contexto é que se devem 
buscar as causas do surgimento da propaganda, do 
jornalismo empresarial, das relações públicas e da 
própria comunicação organizacional como um todo 
(KUNSCH, 2007). 
 
Já sob o ponto de vista científico, consideramos que a 
comunicação organizacional passou a ser vista como um 
interessante campo de estudos a partir dos anos 1940. Antes 
disso, segundo Curvello (2002), há outros textos clássicos de 
economia e administração que fazem referência a aspectos 
importantes da comunicação para o andamento das empresas, 
mas de forma isolada. 
O autor aponta que a doutrina da retórica, de perfil 
aristotélico, dá ênfase ao estudo da comunicação como forma de 
persuasão e afirma que, por causa desse pensamento, há 
autores que questionam se o campo da comunicação 
organizacional não seria exatamente o da persuasão, mais do 
que o da informação (CURVELLO, 2002). 
Curvello (2002) também destaca a importância de outras 
teorias organizacionais, como a Teoria das Relações Humanas, 
que tem como líderes mais conhecidos Elton Mayo, de Harvard, 
e Likert, de Michigan, além da psicóloga Mary Parker Follet. Para 
ela, a integração dos funcionários em uma empresa seria a 
melhor forma de se evitar conflitos – apontando para a 
importância da comunicação. A linha de pensamento ia de 
encontro às ideias vigentes de ocultação e repressão. 
O autor aponta os anos 1940 como a época da 
estruturação da comunicação descendente. Os estudos de 
comunicação organizacional da época classificam o período 
como “era da informação” e ali se proliferaram os veículos de 
comunicação em que as empresas propagavam suas 
informações aos funcionários. Embora permaneçam focados na 
questão da eficácia profissional, os estudos de comunicação 
organizacional passam a se tornar mais complexos. Passou-se, 
por exemplo, a se separar a comunicação externa da interna. 
 
Segundo Redding e Tompkins, a esfera interna da 
comunicação passa a abranger aqueles 
acontecimentos e políticas que afetam ações 
ocorridas dentro dos limites da organização. Desde 
então, a comunicação interna passa a se referir à 
chamada comunicação administrativa, às relações 
de trabalho, ao jornalismo empresarial e à gestão da 
comunicação. As principais referências teóricas 
continuam a vir das teorias da administração 
(CURVELLO, 2002). 
 
Já a comunicação externa, segundo o autor, seria 
fortemente marcada pelas relações entre a organização e o 
ambiente – e aí é que entram as teorias mais ligadas às 
Relações Públicas e à Publicidade. Para a Administração, de 
acordo com Curvello (2002), a comunicação é vista como uma 
ferramenta de apoio à gestão, e, por isso, é tradicionalmente 
definida como fundamental para fazer funcionar as organizações 
sociais. 
 
 
 
 
 
 
Leitura obrigatória 
 
Aprofunde seus conhecimentos, com a leitura do artigo 
Estudos de comunicação organizacional: entre a análise e a 
prescrição, de João José Azevedo Curvello (UCB - DF). 
 
http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/35000eb4dc54ecb79261
3fbeacf2f50e.pdf 
 
Para saber mais, assista ao vídeo com a fala de Marçal 
Siqueira sobre o que é comunicação empresarial: 
https://www.youtube.com/watch?v=Qinseiyhgns 
 
No vídeo disponível no material on-line, o professor 
Achiles fala um pouco mais sobre a comunicação empresarial. 
Assista com atenção! 
 
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL, SUA IMPORTÂNCIA, 
EVOLUÇÃO E CRESCIMENTO 
 
A comunicação organizacional tem uma importância 
crescente no mundo das organizações em que estamos 
inseridos. Na atualidade, tudo gira em torno das organizações, 
mesmo as relações humanas – o senso comum aponta que as 
pessoas passam 2/3 da vida no trabalho e fazem da empresa 
sua segunda família. A empresa em que trabalhamos passa a 
fazer parte da nossa identidade quase como se fosse nosso 
sobrenome, a ponto de que uma pessoa sem trabalho é vista 
como sem identidade, sem sobrenome. 
Desta forma, gestores das organizações têm dedicado boa 
parte de seu trabalho a organizar e estruturar seus processos de 
comunicação. Onde há pessoas, necessariamente há 
comunicação. Porém, se essa comunicação não é estruturada, 
prolifera de maneira informal. É daí que surgem as conversas e 
fofocas que tanto prejudicam os ambientes profissionais, 
conhecidos como “rádio corredor”. 
Em comunicação organizacional, acreditamos muito na 
máxima que diz que, onde não há transparência na comunicação 
oficial, há espaço para as fontes informais, pois as pessoas 
buscam informação e querem saber o que está acontecendo ou 
por acontecer em seus locais de trabalho. 
Por isso, hoje, a maioria das empresas reconhece a 
importância da estruturação de sua comunicação externa e 
interna como estratégica para o desenvolvimento e crescimento 
da organização. A comunicação organizacional, quando bem 
estruturada, faz com que a empresa possa se comunicar de 
maneira coesa com todos os stakeholders – clientes, parceiros, 
fornecedores, colaboradores, sociedade. 
Nos últimos anos, a forma de se panejar e executar a 
comunicação organizacional vem mudando de forma muito 
rápida. O avanço tecnológico e as mudanças na gestão das 
empresas têm provocado alterações importantes nas formas de 
se pensar e agir na comunicação dentro das organizações. 
Na Administração, a evolução de teorias e conceitos vem 
fazendo com que o foco das ações seja mais e mais direcionado 
às pessoas e, portanto, prime pela melhor comunicação. Desde 
que as formas de produção começaram a ser organizadas em 
empresas, a forma de se administrar mudou muito. Nas linhas 
mais antigas, o enfoque era nas tarefas, na estrutura, na 
produção, visando a produtividade, como se vê na sequência de 
tabelas a seguir. Hoje, cada vez mais, o enfoque se transfere 
para as relações humanas e seus resultados dentro da 
organização. 
Vemos na Tabela 1 a evolução das formas de produção 
desde a Antiguidade até o período anterior às Grandes Guerras 
Mundiais. 
 
 
 
 
Tabela 1 
 
 
Fonte: http://www.slidesearchengine.com/slide/administra-
o-geral 
 
As mudanças percebidas são da produção artesanal até o 
momento em que a produção industrial começa a se tornar mais 
complexa, com o desenvolvimento da eletricidade e os avanços 
que ela trouxe ao mundo da produção. Na produção artesanal, o 
máximo que havia de organização da produção eram oficinas 
caseiras, pois o enfoque eraa subsistência. O uso de 
ferramentas era raro e as próprias ferramentas ainda eram 
rudimentares. 
Com o início da industrialização, também mostrado no 
quadro, o grande aumento da produção se dá com a 
mecanização das oficinas e da agricultura. O auge do período foi 
a utilização do vapor como fonte de energia. Por fim, com o 
desenvolvimento industrial propriamente dito, a partir de 1860, o 
início da utilização do aço, da eletricidade e do petróleo 
promovem um grande avanço nas formas de produção. 
 
 
Na tabela 2, estão relatadas as primeiras Escolas e 
Teorias de Administração, desde a chamada Administração 
Científica – ou Taylorismo (porque foi criada por Frederick 
Taylor) – até a escola das Relações Humanas. Apesar das 
diferenças de enfoque, as diversas escolas e teorias estavam 
especialmente focadas na busca pela produtividade. 
 
Tabela 2 
 
Fonte: http://www.slidesearchengine.com/slide/administra-o-geral 
 
Na tabela 3, temos as teorias organizacionais 
contemporâneas, a partir do final da década de 1950, cuja ênfase 
estava nas pessoas, no ambiente externo, nas tecnologias e na 
competitividade. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3 
 
 
Fonte: http://www.slidesearchengine.com/slide/administra-
o-geral 
 
Todas essas correntes teóricas afetaram sobremaneira a 
forma de se fazer comunicação dentro das empresas. As linhas 
mais “duras”, mas focadas na produção, utilizavam-se de 
técnicas impositivas de comunicação interna e pouco ou quase 
nada se preocupavam com a comunicação externa. Por sua vez, 
as linhas mais focadas no comportamento humano buscavam 
maior transparência e incentivo ao fluxo de informações. 
Atualmente, especialmente com o avanço tecnológico que 
o mundo vive e as mudanças cada vez mais acentuadas desde 
os anos 1990, as formas de comunicação organizacional vêm 
mudando sensivelmente. Quando comparados os procedimentos 
de comunicação utilizados nas décadas de 1970, 1980 e 1990 
com os de agora, percebemos que, enquanto a complexidade 
dos trabalhos aumentou muito, a facilidade trazida pelo avanço 
tecnológico também simplificou muitos processos. 
Imagine, por exemplo, coordenar trabalhos de Assessoria 
de Imprensa tendo como tecnologias apenas uma máquina de 
escrever e o serviço dos Correios. Os releases eram escritos 
com máquina de escrever e era preciso tirar cópias para todos os 
veículos para os quais se pretendia enviar a sugestão de pauta. 
 
 
Em seguida, era necessário colocar no correio todos os releases 
e enviar as correspondências, ou, nos casos mais urgentes e em 
locais próximos, entregar pessoalmente nas redações. 
Esse trabalho começou a se simplificar com o advento do 
fax, popularizado em meados dos anos 1990. Aí já era possível 
enviar os textos para cada veículo, mesmo que fosse em cidade 
diferente, utilizando apenas o aparelho e a linha telefônica. Outra 
alternativa era o telex – que enviava mensagens 
simultaneamente (como numa conversa instantânea dos dias 
atuais em um Messenger, Whatsapp ou similar), mas não eram 
todos os veículos que o possuíam, e menos ainda as 
Assessorias de Imprensa. 
Em seguida, com o advento da Internet e a criação dos e-
mails, tornou-se possível enviar mensagens a vários 
destinatários ao mesmo tempo, proporcionando grande 
economia de tempo. Disparadores eletrônicos de e-mails 
facilitam ainda mais o trabalho, propiciando a criação de mailings 
especializados. Quando muito o assessor faz o que se chama de 
“follow up”, telefonando para as redações para confirmar o envio 
e “vender” (oferecer mais enfaticamente) as sugestões. 
Atualmente outra revolução está instalada, com as redes 
sociais, mudando mais uma vez, completamente, a forma de as 
empresas se comunicarem. A própria assessoria mudou muito 
seu papel, sendo hoje, na maioria dos casos, um serviço de 
comunicação que gerencia o marketing de conteúdo, e não 
apenas o contato com os veículos de comunicação. Esse tipo de 
mudança também aconteceu em todas as outras áreas da 
comunicação organizacional, como Relações Públicas, 
Publicidade, Marketing e mesmo os departamentos de Recursos 
Humanos. 
 
 
Leitura obrigatória 
 
Para complementar seus estudos, sugerimos a leitura do 
texto acadêmico intitulado A importância da comunicação 
organizacional, de autoria de Souza, Fantini, Dallagnoli e 
Moresco (2009). Boa leitura! 
http://www.bm.edu.br/fatesc.edu.br/wp-
content/blogs.dir/3/files/pdf/tccs/a_importancia_da_comunicacao
_nas_organizacoes.pdf 
 
Veja também este interessante vídeo sobre a evolução 
nas comunicações nos últimos anos: 
https://www.youtube.com/watch?v=BgGKVSJVJ3Y 
 
Para finalizar este tema, assista ao vídeo que está 
disponível no material on-line, com as considerações do 
professor Achiles sobre a importância da comunicação 
empresarial. 
 
O ATO DE COMUNICAÇÃO 
 
Como já foi registrado aqui, o ser humano é o mais 
relacional e dependente de toda a natureza. Desde que nasce e 
até o fim dos seus dias, depende da interação com seu 
semelhante, seja a figura materna ou outros atores com quem 
nos relacionamos durante o tempo todo. Toda essa interação 
pode ser chamada comunicação, pois envolve troca e 
compreensão mútua. 
Etimologicamente, como também já foi mencionado neste 
texto, a palavra comunicação vem do Latim communicare, que 
significa “tornar comum”, “compartilhar”. Portanto, o ato da 
comunicação implica na troca de informações entre sujeitos ou 
objetos, utilizando como suportes sistemas simbólicos. 
 
 
 
Utilizando os conceitos da Semiótica, temos que o ato de 
comunicação é a materialização de pensamentos e sentimentos 
em signos (sinais) que sejam conhecidos por todas as partes 
envolvidas. 
Mas o que significa signo? 
Signo é qualquer representação para que seja 
compreendida em sua transmissão. Utilizar a escrita da palavra 
“cadeira”, por exemplo, remete rapidamente o receptor à ideia de 
uma cadeira. O som da palavra “cadeira” ou o desenho de uma 
cadeira são outras representações – outros signos – para a 
mesma ideia de objeto. 
Ferdinand de Saussure e Charles Peirce, considerados os 
“pais” da Semiótica (ou Semiologia), desenvolveram teorias 
diferentes, mas muito parecidas e contemporâneas, sobre o 
tema. Costumamos atribuir o termo “Semiologia” a Saussure, 
com a linha europeia de estudos dos signos, e “Semiótica” a 
Peirce, com a linha americana. Ambos tratam da ciência geral 
dos signos, que estuda os fenômenos de significação, ou seja, 
como o ser humano interpreta as representações que recebe. 
Desta forma, entendemos comunicar como a 
materialização desses signos, que têm como partes o significante 
e o significado. Significante é o elemento tangível do signo, ou 
seja, a representação em si. Já significado é a interpretação que 
se dá a ele. O signo pode ser representado como sinais 
(representações que despertam uma ação), ícones 
(representações visuais), índices (representações indicativas) ou 
símbolos (representações com caráter emocional). 
 
 
 
Figura 1 – O signo para Saussure 
 
 
 
A partir dessas definições, temos que comunicação é o ato 
de promover a troca de informações por meio da utilização de 
representações comuns aos interlocutores. Nas organizações – 
assim como em todas as ações humanas – a comunicação 
acontece o tempo todo. Ela está presente nas interações entre 
as equipes de trabalho, entre os diferentes departamentos e com 
o público externo – clientes, fornecedores, sociedade em geral. 
A efetividade desta comunicação se dá com a busca de 
que asmensagens sejam corretamente transmitidas pelos 
emissores e corretamente assimiladas pelos destinatários. Para 
que isso ocorra, é necessário que se crie o ambiente propício 
para a transmissão e assimilação das mensagens, bem como é 
importante que se certifique do uso da linguagem adequada a 
cada público. 
 
 
 
A significação é ponto importante para a efetividade da 
comunicação dentro das organizações, posto que, quando os 
interlocutores não podem partilhar dos mesmos processos de 
decodificação, não é possível promovermos a troca de 
informações entre eles. Em outras palavras, é preciso 
compreender a cultura organizacional para que a comunicação 
seja efetiva. 
A escolha da linguagem correta, da forma ideal de se 
transmitir as informações, bem como a escolha do meio e do 
código ideais, tudo isso é fundamental para a verdadeira troca 
entre as pessoas de uma organização. Elementos como 
“emissor”, “receptor”, “código” e outros serão detalhados com 
mais profundidade nos próximos tópicos. 
 
Leitura obrigatória 
 
A seguir, encontra-se o texto O Processo da 
comunicação, de Filomeno Bida de Oliveira Junior. Leia com 
atenção e relacione com o que você estudou até agora! 
http://pt.slideshare.net/filomenojunior/unidade-1-texto-2-o-
processo-de-comunicao?related=1 
Também sugerimos que você assista aos vídeos “Signos 
Linguísticos e um pouco sobe Saussure”, de Ryan César 
Roncaglio, e “Ronaldinho Semiótica”, postado por Thiago França. 
https://www.youtube.com/watch?v=PVVUSHzndr8 
https://www.youtube.com/watch?v=bZtU3V30EMc 
 
Aprofunde ainda mais os seus conhecimentos assistindo 
ao vídeo que está disponível no material on-line. Aproveite para 
tirar as dúvidas que possam ter surgido até aqui! 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
O fato de o homem ser social e precisar se comunicar com 
seus semelhantes fez com que ele desenvolvesse um 
instrumento para essa interação: a linguagem. É por meio da 
linguagem que fazemos contato com outras pessoas, seja por 
meio da palavra escrita, falada, dos gestos, sinais, cores e tantas 
outras formas de se transmitir informações. 
Quando há informações a serem comunicadas, 
esperamos obter respostas. Para isso, a mensagem precisa ser 
a mais fiel possível à ideia que se quer transmitir. Em outras 
palavras, esta comunicação será tanto mais efetiva quanto mais 
o emissor conseguir expor o que ele realmente quer ou precisa 
transmitir, e quanto melhor o receptor compreenda esta mesma 
mensagem, nos mesmos significados. Nesses casos, o emissor 
é o codificador – porque irá transformar em código a mensagem 
a ser transmitida. E o receptor é o decodificador, pois precisará 
interpretar todo o código. 
Todas essas expressões – emissor, receptor, código, 
decodificação... – são elementos necessários para que se dê, de 
fato, o processo de comunicação. Esses elementos todos são 
fundamentais para haver a transmissão de informações entre 
uma ponta e outra do processo. O diagrama seguinte ilustra o 
Processo de comunicação, entenda esses elementos: 
 
Figura 2: O Processo de comunicação 
 
 
Fonte: Kotler, Administração de Marketing, 1996. p. 514. 
 
 
Emissor 
O EMISSOR ou DESTINADOR é, quase sempre, também 
o CODIFICADOR da mensagem a ser transmitida. 
 
Codificador 
Ele CODIFICA sua mensagem, ou seja, formula o que 
precisa ser transmitindo utilizando-se de um CÓDIGO. (Obs.: o 
emissor poderá não ser o codificador quando receber uma 
mensagem pronta para ser transmitida – como, por exemplo, 
quando lê um texto para alguém ou quando precisa repassar um 
recado). 
 
Mensagem 
A MENSAGEM é o objeto da comunicação em si, o 
conteúdo repassado de uma ponta a outra. 
 
Decodificador 
Para que a comunicação seja efetiva, é necessário que a 
decodificação aconteça da forma que o emissor a tenha 
planejado. 
 
Receptor 
O RECEPTOR ou DESTINATÁRIO, normalmente, é 
também o DECODIFICADOR da mensagem (Obs.: da mesma 
forma como ocorre com o emissor, por vezes o receptor pode 
não ser o decodificador. Isso acontece, por exemplo, se ele 
recebe uma mensagem cifrada e precisa repassar essa 
mensagem a um terceiro, um outro receptor). 
 
Reposta ou Feedback 
A RESPOSTA OU FEEDBACK é o que retroalimenta o 
processo de comunicação. Quando isso acontece, emissor e 
receptor trocam de papel: o emissor passa a ser o receptor da 
resposta e o receptor passa a ser o emissor da resposta. Hoje 
em dia, compreendemos que emissor e receptor trocam suas 
funções o tempo todo, pois a comunicação é dinâmica. Mesmo 
quando as respostas não são verbalizadas, o receptor emite 
mensagens que são respostas (por meio da linguagem não 
verbal, como olhares, gestos, postura, respiração etc.). Por isso, 
em um linguajar mais moderno, utilizamos a expressão 
“interlocutores”, ao invés de “emissor” e “receptor”. 
 
Ruído 
O RUÍDO é tudo o que pode interferir negativamente no 
fluxo de informações, desviando o foco da mensagem, 
prejudicando a codificação ou a decodificação. Barulhos, 
pessoas externas ao processo de comunicação interferindo e 
poluição visual são exemplos de ruídos. 
 
Além dos elementos representados na ilustração, há 
outros igualmente importantes para o processo de comunicação: 
 
 O primeiro deles é o CANAL, ou seja, o meio por onde 
são transmitidas as mensagens. Ele é constituído pelos 
meios materiais e técnicos que asseguram que a 
mensagem seja repassada. 
 
 O CÓDIGO é o conjunto de signos (sinais, símbolos, sons, 
ícones, etc.) utilizados para se construir a mensagem. 
Para que haja, de fato, comunicação entre emissor e 
receptor, eles necessariamente precisam partilhar do 
mesmo código. Veja um exemplo a seguir: 
 
Por exemplo, transmitir uma mensagem em Português 
para um grupo de pessoas que só fala Inglês é escolher um 
código diferente daquele que os emissores poderão decodificar. 
Mas, mais do que a mesma Língua, o mesmo código significa a 
mesma Linguagem. Utilizar o Português falado em Portugal para 
 
 
um grupo de brasileiros também representaria uma série de 
ruídos – várias palavras se perderiam, mesmo que o contexto 
geral fosse compreendido. Indo ainda mais além: mesmo que 
utilizasse a Linguagem brasileira, se o emissor usasse palavras 
técnicas, jargões de uma determinada profissão ou um linguajar 
prepotente e presunçoso, igualmente produziria ruídos em sua 
comunicação, pois não seria compreendido na totalidade. E 
ainda que todas as palavras fossem compreendidas, os ruídos 
poderiam vir de outras fontes, como o fato de o emissor usar, por 
exemplo, roupas que destoassem do ambiente. 
Tudo isso ajuda a formular o código, linguagem verbal e 
não verbal e até mesmo o ambiente. Se emissor e receptor não 
puderem utilizar o mesmo código, o fluxo de informações entre 
eles será prejudicado. 
 
 Por fim, o REFERENTE é o contexto em que a 
comunicação acontece, ou seja, o campo de significação. 
Se uma mesma mensagem for transmitida em dois 
ambientes diferentes, certamente ela assumirá contornos 
diferentes de acordo com cada contexto. O ambiente é 
determinante para a efetividade da comunicação. Um 
ambiente propício facilita a fluência das informações, bem 
como um ambiente em desacordo com o que se pretende 
transmitir pode prejudicar o fluxo das mensagens. 
 
Leitura obrigatória 
 
Sugerimos a leitura do texto Elementos de comunicação 
e as Funções da Linguagem, de Luana Castro Alves Perez, 
disponível a seguir: 
http://www.jodorecantodasletras.prosaeverso.net/visualizar.php?i
dt=4385860 
Para assimilar melhor o conteúdotrabalhado, sugerimos 
que também que assista a esse vídeo sobre falhas na 
comunicação: 
https://www.youtube.com/watch?v=ZNXGdOFblXA 
 
Para aprofundar ainda mais os seus conhecimentos, 
acesse o material on-line assista ao vídeo no qual os professores 
Achiles e Adriane trazem mais informações sobre os elementos 
da linguagem. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
 
Cada ocasião que uma pessoa enfrenta exige dela a 
utilização de uma linguagem diferente. Proferir um discurso em 
um congresso científico, por exemplo, exigirá uma linguagem 
formal. Dirigirmo-nos ao chefe no trabalho exigirá uma linguagem 
de respeito, mas o nível de formalidade dependerá da cultura 
organizacional. É provável que, se for se dirigir a um subordinado 
no trabalho, não use as mesmas palavras que usaria com o 
chefe. Esta mesma pessoa, quando entre amigos, terá outro 
linguajar, e usará diferentes formas para se expressar com a 
esposa, com o filho mais velho, com um adolescente ou com um 
bebê. 
Isso ocorre de maneira natural no ser humano. O próprio 
senso de ocasião faz com que cada pessoa perceba como deve 
se expressar em cada situação, para que consiga ser 
compreendido ou para que sua comunicação surta os efeitos que 
ele deseja produzir. 
Para que haja efetividade na comunicação, emissor e 
receptor precisam utilizar o mesmo código. É por isso, por 
exemplo, que buscamos uma fala mais solta e despretensiosa 
para falar com um jovem – o que não significa que tenhamos que 
usar totalmente o vocabulário dele, com suas gírias e trejeitos, 
porque isso tiraria a fluência e a naturalidade da fala do emissor, 
 
 
prejudicando a própria comunicação. Buscamos, então, nesses 
casos, uma linguagem informal, que possa aproximar emissor e 
receptor, mas sem apropriações artificiais do modo do outro se 
expressar. 
No falar em público, por exemplo, há que se considerar 
que, embora tenha algumas características em comum (nível 
sociocultural, idade, profissão), as plateias são invariavelmente 
heterogêneas. Por isso, quase sempre, devemos optar pela 
utilização da fala coloquial, com um linguajar simples, mas 
tomando por base a norma culta da Língua Portuguesa, regida 
pela Gramática. 
Entendemos por “Nível de Linguagem” a adaptação da 
mensagem de acordo com o grupo sociocultural em que se está 
inserido. Para cada ambiente, haverá uma medida de 
vocabulário, uma entonação, uma combinação de palavras, um 
conjunto de signos. 
O linguajar brasileiro vem sendo cada vez mais afetado 
pelo uso de novas palavras, sejam neologismos ou adaptações 
de palavras estrangeiras. Neologismo é um fenômeno linguístico 
que consiste na criação de novas palavras – o que ocorre tanto 
por necessidade de designar novos objetos como também por 
modismo ou expressão poética. 
São diversos os processos utilizados na criação de um 
neologismo: justaposição de palavras, abreviação, prefixação, 
sufixação, adoção de palavras estrangeiras adaptadas ou 
mesmo dando um novo sentido a uma palavra já existente. Como 
a Língua é um organismo vivo, sujeito às mudanças sociais, de 
tempos em tempos essas palavras passam a ser admitidas no 
vocabulário formal e até descritas nos dicionários. A respeito das 
diferentes nuances da linguagem, o poeta Manuel Bandeira 
(1886-1968) escreveu: 
 
“A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros. 
Vinha da boca do povo 
Na Língua errada do povo 
Língua certa do povo 
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil” 
 
Fonte: https://chasqueweb.ufrgs.br/~slomp/poesia/bandeira-evocacao-
do-recife.txt 
 
Os níveis da linguagem e as chamadas variações 
linguísticas são afetados pelas circunstâncias em que ocorrem os 
atos de comunicação. Normalmente, exigimos da língua escrita 
maior rigor em relação às normas gramaticais. Isso porque a 
escrita torna perene a mensagem. É uma forma de documentá-
la, por isso há maior preocupação com a correção. Já a 
linguagem oral, falada, normalmente é mais solta, fluente e 
espontânea – por isso, um pouco menos presa a regras. Como 
sua utilização vem acompanhada de outros elementos, como 
gestos, entonação e interpretação, o contexto favorece a 
decodificação e os eventuais erros podem até passar 
despercebidos. 
A fluência da fala favorece a utilização de regionalismos, 
hábitos perpetuados com erros de origem, pequenos deslizes em 
relação a concordância ou pronúncia. Grande parte desses erros 
é sutil e não chega a ser percebida pelos ouvintes. Já nos textos 
escritos, tanto os emissores quanto os receptores tendem a 
exigir maior rigor, mesmo que de forma inconsciente. A seguir, 
iremos detalhar e descrever algumas das variações linguísticas 
mais comuns utilizadas pelos brasileiros. 
 
A linguagem popular ou coloquial 
É a fala da conversa, espontânea e fluente. Não é presa 
às normas gramaticais da língua culta e normalmente se 
apresenta com o uso de vícios de linguagens, erros de 
concordância, de pronúncia, de grafia, cacofonia (quando a 
combinação de sons da junção de duas palavras forma uma 
 
 
terceira. Por exemplo: “boneca dela”) ou pleonasmo 
(redundância), expressões vulgares e gírias. É o linguajar das 
ruas, das conversas em família ou entre amigos, dos programas 
de televisão. 
 
A linguagem culta ou padrão 
É aquela que segue e obedece às normas gramaticais. 
Mais comumente utilizada na escrita e muitas vezes até usada 
como instrumento de poder, posto que confere prestígio social e 
cultural. Está presente em boa parte dos textos escritos e na fala 
de pessoas formais ou que queiram ou precisem demonstrar 
maior cultura, quando em situações que lhe exigem certo grau de 
formalidade (conferências, reuniões formais de trabalho, aulas e 
sermões). 
 
Gíria 
É parte da cultura popular. Normalmente utilizada por 
grupos sociais com características em comum. Muitas vezes é 
uma espécie de código secreto de um grupo, para que suas 
mensagens só sejam decodificadas por membros do grupo. Há 
gírias específicas de acordo com a idade, classe social, 
profissão... sendo uma forma de expressão que remete a esse 
grupo. 
Algumas gírias tornam-se populares e passam a fazer 
parte do vocabulário de um grupo grande de pessoas, 
influenciadas pela “tribo” original. E, assim como vira moda e é 
utilizada por um grupo grande de pessoas durante certo tempo, 
também cai em desuso e passa a ser vista como um vocabulário 
desatualizado. 
 
 
Linguagem vulgar 
Tomamos por linguagem vulgar aquela carregada de erros 
mais gritantes do que os socialmente aceitos na coloquialidade 
comum, bem como a utilização de palavras chulas. 
Pessoas que utilizam, por hábito, esse tipo de linguagem 
tende a ser marginalizados nos meios sociais e excluídos das 
esferas de poder. 
No entanto, há casos em que as mesmas expressões que 
poderiam ser julgadas vulgares em uma localidade são vistas 
como simplesmente coloquiais em outras. Há erros de português 
que se tornam tão comuns em algumas regiões, que deixam de 
ser vistos como vulgares e passam a ser de uso popular. 
 
Linguagem regional 
 
Cada região do Brasil tem um modo próprio de falar. Por 
vezes, em uma mesma cidade, é possível se perceber variações 
linguísticas de acordo com o bairro ou região. Essas formas 
próprias de se falar, com expressões próprias, sotaques, 
influências estrangeiras, constituem o que se chama 
regionalismo, ou seja, a forma de expressão de determinada 
região. Quando um paranaense e um carioca conversam, por 
exemplo, ambos sentem estranhamento pela forma do outro 
falar. 
 
 
Fonte: indiretasdobem.com.brHá palavras que são de uso comum em determinada cidade e são 
completamente desconhecidas em outras. É curioso perceber que, em um 
mesmo estado, é possível encontrar expressões utilizadas em uma localidade 
e desconhecidas até mesmo em cidades vizinhas. 
Imagine, por exemplo, o constrangimento de um gaúcho que, ao visitar 
outro estado, pede um pão “cacetinho”. Esta é a forma como eles chamam o 
pão francês. Já os paranaenses, especialmente os curitibanos, chamam de 
“vina” a salsicha do cachorro-quente. E o que dizer de objetos que têm nomes 
diferentes em cada região, como o semáforo (“sinal” no Rio de Janeiro, “farol” 
em São Paulo, “sinaleiro” em Curitiba e “sinaleira” em Salvador)? 
Para se comunicar bem, é imprescindível conhecer, ao menos de 
forma mediana, a cultura dos locais onde se vai interagir, para evitar 
constrangimentos. 
 
Funções da linguagem 
Para se optar por um determinado tipo de linguagem em uma 
comunicação, é importante compreender qual o objetivo da mensagem, ou 
seja, o que se pretende provocar no receptor com a transmissão desse 
conteúdo. Se a intenção do emissor é somente informar, por exemplo, ele 
provavelmente escolherá a função referencial. Se, por outro lado, quiser 
provocar impactos emocionais, escolherá a função emotiva, e assim por 
diante. 
Para se compreender qual a função, há que se perceber em que 
elemento do circuito de comunicação está centrado o conteúdo da 
mensagem. Assim, temos que, se a ênfase estiver no referente (contexto), 
teremos a linguagem com a função referencial. 
Se a mensagem for centrada no emissor, teremos a função emotiva. 
Se houver ênfase no receptor, a função da linguagem será a conativa. Se a 
mensagem for focada no canal, teremos a função fática. Se o foco for na 
mensagem, a função da linguagem será a poética. Por fim, se a ênfase for no 
código, teremos a função metalinguística. 
 
 
 
 
 
Figura 3 – As funções da linguagem para Roman Jakobson 
 
Fonte: http://aprendermaisportugues.blogspot.com.br/2014/04/funcao-a-
linguagem.html 
 
É fato que, normalmente, uma mensagem mescla mais de uma função 
linguística, mas podemos perceber qual a predominância. Um poema que 
descreva a atividade de escrever, por exemplo, terá como principal a função 
metalinguística, mesmo que haja ali a função poética também. Da mesma 
forma um filme que narrasse a construção de um filme. Todas as vezes que 
temos a linguagem debruçada sobre ela mesma, temos a metalinguagem. 
A seguir buscaremos explicar, de forma mais detalhada, as mais 
conhecidas funções da linguagem. 
 
Função referencial ou denotativa 
Esta é a forma mais comum nas mensagens cotidianas. A função 
referencial também é chamada informativa ou denotativa. Como ela dá ênfase 
ao contexto, trata, primordialmente, dos assuntos, informações, fatos e 
objetos. É a linguagem da maioria das redações escolares e das reportagens: 
apenas expõe as informações, sem envolvimento com quem a produziu ou a 
vai receber. Esta também é a linguagem utilizada nos artigos científicos e nas 
correspondências corporativas. 
 
Função emotiva 
A função de linguagem emotiva é reconhecida normalmente nos textos 
em primeira pessoa, em que há ênfase no emissor. É também chamada 
expressiva. Apresenta-se, comumente, recheada de interjeições, pontuações 
efusivas (exclamações, reticências) e excessos na adjetivação e no uso de 
palavras carregadas de emoção, como elogios e insultos). 
 
Função conativa 
É aquela que carrega um apelo ao receptor e busca mobilizar sua 
atenção. Ela desperta o receptor à ação. Pode ser volitiva, expressando uma 
vontade (Exemplo: “Eu gostaria de ver você nesta noite”) ou imperativa, 
quando é mais impositiva (comumente percebida na linguagem de comerciais: 
“Compre isso”, “Faça aquilo”...). 
 
Função fática 
Fática é a função de linguagem focada no canal de comunicação e 
serve para que o emissor possa se certificar da interação com o receptor para 
estabelecer ou manter a conexão entre as duas pontas (emissor e receptor). 
Ao se atender ao telefone, por exemplo, costumamos dizer “alô?” – esta é 
uma forma de dizer ao interlocutor que já está estabelecido o canal de 
comunicação. A expressão fática significa, textualmente, “relativa ao fato”. Por 
isso, ela é utilizada quando os interlocutores querem testar se o canal de 
comunicação está funcionando, bem como para se iniciar, prolongar ou 
alimentar o ato de comunicação. Utilizamos expressões fáticas quando 
dizemos coisas como “entendeu?” ao final de uma frase, ou “veja bem”, “né?”, 
“aham” e outras expressões que só servem para manter o canal de 
comunicação. 
 
Função metalinguística 
Quando a mensagem versa sobre sua própria produção, temos a 
metalinguagem. Um quadro que retrate um pintor em ação é 
fundamentalmente metalinguístico, assim como um livro sobre uma produção 
literária ou uma música que descreva algo sobre música. Um comercial de 
uma agência de propaganda é essencialmente metalinguístico (pois é uma 
 
 
propaganda sobre a importância de se fazer propaganda). Muitas vezes um 
comunicado interno em uma empresa pode ser considerado metalinguístico, 
pois ele pode versar sobre as formas de expressão de dentro da empresa. 
 
Função poética 
A função poética é percebida quando visa produzir um efeito estético, 
quando está voltada para seu próprio processo de estruturação. Ela não está 
presente apenas em textos escritos, mas também em outras expressões da 
arte, como música, teatro, fotografia, pintura e outras, pois todas apresentam 
formas próprias de se tratar a palavra. Na função poética, o autor faz 
combinações originais ou até mesmo estabelece novas conotações para as 
suas palavras combinadas – por isso se diz que o foco está na mensagem. 
 
Leitura obrigatória 
Sugerimos a leitura do artigo sobre Funções da Linguagem, de Vânia 
Maria do Nascimento Duarte, disponível em: 
http://www.portugues.com.br/redacao/funcoes-linguagem-.html 
Para que o conteúdo aqui trabalhado seja apreendido de forma mais 
profunda, sugerimos assistirem ao vídeo Funções da Linguagem – Aula ao 
vivo de Português, com o professor de Português e Literatura Diogo 
Mendes. O vídeo está disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=vahaN9f0XQE 
 
Acesse o material on-line e assista ao vídeo disponível para saber mais 
sobre as funções da linguagem. Aproveite para tirar as dúvidas que ficaram 
pendentes até aqui. 
 
NA PRÁTICA 
 
Um shopping center de Curitiba faz parte de uma rede nacional de 
shoppings que tem um rigoroso sistema de controle de qualidade dos serviços 
prestados. Para despertar o espírito de equipe e a competitividade sadia entre 
os trabalhadores de todo o país, a rede faz, anualmente, uma competição 
entre as dezenas de unidades espalhadas pelo país. 
Em 2013, o shopping curitibano estava em 12º lugar no ranking de 
qualidade dentre todas as unidades. Quando foi lançada a campanha de 
2014, a equipe se reuniu e estabeleceu a meta de chegar entre os três 
primeiros até o final do ano (a última avaliação seria em outubro). 
As auditorias eram mensais e as avaliações, com estabelecimento de 
ranking, eram trimestrais (abril, julho e outubro). A cada visita da equipe de 
auditores, todos ficavam nervosos e ansiosos. Tudo estava em análise e 
avaliação, desde a limpeza e a segurança até a estrutura e o funcionamento 
de todos os equipamentos (escadas rolantes, elevadores etc.). 
Na primeira divulgação do ranking proporcional, em abril, o clima de 
tensão tomou conta da equipe, mas, ao mesmo tempo, isso se converteu em 
total comprometimento da equipe. Resultado: o shopping de Curitibahavia 
conquistado o primeiro lugar dentre todos os outros do país. 
A equipe festejou, mas sabia que a responsabilidade era muito grande 
e que seria muito difícil manter a primeira colocação. Afinal, os padrões de 
exigência só aumentavam. 
Novas auditorias, novas análises e o comprometimento da equipe só 
aumentava. Assim, foi novamente num clima de ansiedade que o grupo 
recebeu os resultados da segunda avaliação: novamente ficou em primeiro 
lugar. Novamente houve comemoração e novamente o discurso da 
importância de se manter altos os níveis de exigência. 
A equipe considerava remota a possibilidade de manter o primeiro 
lugar para a avaliação final e, por isso, os líderes apelaram a cada um 
pedindo total empenho e cuidados especiais para que nada saísse do 
controle. Assim, na última avaliação, o shopping conseguiu manter a 
colocação em primeiro lugar no ranking nacional. Uma demonstração da força 
do trabalho em equipe e da importância da soma dos esforços de cada um. 
(História adaptada de relato ouvido de um participante da campanha. 
Nomes foram omitidos e números foram alterados, mas a essência do 
acontecido foi mantida.) 
 
Reflita: qual a importância da comunicação organizacional para o 
sucesso desta campanha interna? 
 
 
Veja o que o professor Achiles tem a dizer sobre os casos 
apresentados. Assista ao vídeo que está disponível no material on-line! 
 
SÍNTESE 
 
Tivemos, nesta primeira aula de comunicação Organizacional, um 
panorama extenso sobre como se dá a comunicação em suas diversas 
formas dentro das empresas. Primeiramente, abordamos conceitos e o 
histórico da comunicação organizacional. 
Vimos que a comunicação organizacional trata de todo o processo de 
comunicação que ocorre dentro de uma organização pública ou privada, 
desde a promoção da imagem positiva de uma empresa à administração de 
uma crise, o processo de motivação das equipes de trabalho e também a 
criação de campanhas específicas. A comunicação está focada nos diferentes 
públicos de uma organização: acionistas, fornecedores, parceiros, entidades 
de classe, representantes de órgãos governamentais, clientes, funcionários, 
comunidade e a sociedade em geral. Esses elementos são chamados 
stakeholders. 
A comunicação organizacional estruturou-se como tal muito 
recentemente, em termos históricos, por isso é considerada um campo de 
estudo relativamente novo, formalizado notadamente a partir do século XVIII. 
Para que se tenha efetividade na comunicação organizacional, é necessário 
compreender o ato de comunicação como inerente ao ser humano, bem como 
entender os elementos de comunicação e os níveis de linguagem. 
A comunicação é fundamentalmente afetada pelo ambiente em que ela 
ocorre, pelas pessoas que dela fazem parte e as intenções dos interlocutores. 
Por isso, compreender o contexto e saber o que se pretende com as 
mensagens é fundamental. 
Para rever os tópicos trabalhados nesta aula, assista ao vídeo 
disponível no material on-line. 
 
Até a próxima aula! 
 
REFERÊNCIAS 
 
BERLO, D. K. O Processo da comunicação – Introdução à Teoria e à 
Prática. Tradução Jorge Arnaldo Fontes. 8ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 
1997. 
CARDOSO, O. comunicação empresarial versus comunicação 
organizacional: novos desafios teóricos. Em Rev. Adm. 
Pública vol.40 no.6. Rio de Janeiro Nov./Dec. 2006 
CORRADO, F.M. A Força da comunicação – Quem Não se Comunica... 
Como Utilizar e Conduzir as Comunicações Internas e Externas para 
Criar Valores e Alcançar os Objetivos nas Empresas. Tradução Bárbara 
Theoto Lambert. São Paulo: Makron Books, 1994. 
CURVELLO, J. J. A.Estudos de comunicação organizacional: entre a 
análise e a prescrição - Disponível em 
http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/35000eb4dc54ecb792613fbeacf2f50e
.pdf 
FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas. Manual de Assessoria de 
comunicação -Imprensa 2007. 4ª edição revista e ampliada. Disponível em 
http://www.fenaj.org.br/mobicom/manual_de_assessoria_de_imprensa.pdf 
KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, 
implementação e controle. Tradução Ailton Bomfim Brandão – 5 ed. – São 
Paulo: Atlas, 2008. 
KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, 
implementação e controle – São Paulo: Atlas, 1996. 
KUNSCH, M. M. K. comunicação Organizacional na Era Digital – 
Contextos, Percursos e Possibilidades. Disponível em 
http://randolph.com.br/uniso/wp-
content/uploads/2012/09/comunicacao_organizacional_digital.pdf - acessado 
em 19 de maio de 2015. 
 
 
MARCONI, J. Relações Públicas – O Guia Completo. Tradução Ana Maria 
Dalle Luche. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 
SOUZA, FANTINI, DALLAGNOLI E MORESCO. comunicação 
Organizacional – A Importância da comunicação nas Organizações. 
(2009).Disponível em http://www.bm.edu.br/fatesc.edu.br/wp-
content/blogs.dir/3/files/pdf/tccs/a_importancia_da_comunicacao_nas_organiz
acoes.pdf 
VIEIRA, M. C. A. comunicação Empresarial – Etiqueta e Ética nos 
Negócios. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007. 
WERNER, A., OLIVEIRA, V.O. Secretariado Executivo e Relações 
Públicas: uma Parceria de Sucesso. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
 
Sites: 
http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/35000eb4dc54ecb792613fbeacf2f50e
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http://www.slidesearchengine.com/slide/administra-o-geral, acessado em 20 
de maio de 2015 
http://www.slidesearchengine.com/slide/administra-o-geral 
https://www.youtube.com/watch?v=BgGKVSJVJ3Y 
“O Processo da comunicação”, de Filomeno Bida de Oliveira Junior, 
disponível em http://pt.slideshare.net/filomenojunior/unidade-1-texto-2-o-
processo-de-comunicao?related=1 
“Signos Linguísticos e um pouco sobe Saussure”, de Ryan César Roncaglio. 
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=PVVUSHzndr8 
https://www.youtube.com/watch?v=bZtU3V30EMc 
“Elementos de comunicação e as Funções da Linguagem”, de Luana Castro 
Alves Perez, disponível em 
http://www.jodorecantodasletras.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=4385860 
https://www.youtube.com/watch?v=ZNXGdOFblXA 
https://chasqueweb.ufrgs.br/~slomp/poesia/bandeira-evocacao-do-recife.txt 
Funções da Linguagem, de Vânia Maria do Nascimento Duarte, disponível 
em: http://www.portugues.com.br/redacao/funcoes-linguagem-.html 
https://www.youtube.com/watch?v=vahaN9f0XQE 
http://www.infopedia.pt/$ato-de-comunicacao – acessado em 21/05/2015. 
(http://www.mundoeducacao.com/redacao/niveis- linguagem.htm – acessado 
em 19/05/2015. 
https://chasqueweb.ufrgs.br/~slomp/poesia/bandeira-evocacao-do-recife.txt – 
acessado em 23/05/2015. 
(http://www.coladaweb.com/redacao/niveis-da-linguagem – acessado em 
21/05/2015. 
http://www.blogdacomunicacao.com.br/o-surgimento-da-assessoria-de-
imprensa-no-mundo/ 
http://educacao.uol.com.br/biografias/joseph-paul-goebbels.jhtm 
http://blogauniao.blogspot.com/2008/05/histria-da-assessoria-de-imprensa-
no.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL 
Aula 2 
 
 
 
 
 
 
Professor Achiles Júnior 
 
 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja bem-vindo à segunda aula de Comunicação Organizacional. 
Nela, iremos aprofundar ainda mais os seus conhecimentos sobre a 
comunicação dentro das organizações, especificamente nas formas em como 
ela se realiza, nos níveis em que atua, nas barreiras que a prejudicam e nos 
fatores que influenciam seus fluxos de informações, além, é claro, de suas 
principais características e necessidades. 
Embora muitas organizações ainda não reconheçam a comunicaçãocomo um valor fundamental para o sucesso, ela é um fator preponderante para 
o bom funcionamento de uma empresa. 
A comunicação interna bem realizada promove o maior 
comprometimento dos colaboradores, que, ao se sentirem parte de uma 
organização transparente, passam a ter mais segurança em seus trabalhos. 
Além disso, a boa comunicação não permite que informações extraoficiais e 
boatos tenham força para proliferar dentro dos ambientes organizacionais. 
Da mesma forma, a comunicação com os outros stakeholders (parceiros, 
clientes, fornecedores, comunidade de entorno e sociedade em geral) precisa 
ser bem estruturada para fortalecer a imagem da organização junto a seus 
públicos externos. 
Hoje você aprenderá como o processo de comunicação acontece dentro 
das organizações, sobretudo nos diferentes níveis hierárquicos, como ela pode 
ser incentivada e quais são os contrastes existentes entre a comunicação formal 
(aquela utilizada em comunicados oficiais) e a informal (que ocorre a todo 
momento entre as pessoas de todos os níveis de uma empresa). 
Também iremos abordar as tendências da Administração Moderna e 
suas influências na atual comunicação organizacional. Para isso faremos uma 
análise do mercado, sobretudo em relação aos efeitos da globalização e das 
crises econômicas (mundial e brasileira), e a partir desses panoramas, 
apresentaremos as formas existentes de comunicação organizacional, 
especificamente nas linhas gerenciais e administrativas. 
A comunicação ocorre quando há qualquer interação entre as pessoas. 
Portanto, nas organizações ela é recorrente e fundamental, o que a torna um 
alvo de atenção da Administração de Recursos Humanos. 
 Vivemos em cenários inconstantes, com ambientes de alta mudança e, 
por isso, os líderes precisam estar muito atentos ao que ocorre na sociedade, 
especialmente nos âmbitos político e econômico. 
Um exemplo disso é o aumento de clientes cada vez mais críticos e 
exigentes que, por meio das redes sociais detém o poder de promover ou destruir 
a reputação de uma organização. Com isso, toda empresa precisa cuidar 
minuciosamente das informações que passa, desenvolve e difunde. Ou seja, a 
gestão da comunicação organizacional se tornou uma das principais ações 
estratégicas das empresas. 
CONTEXTUALIZANDO 
Uma comunicação clara e objetiva alinhada aos elementos do dia a dia 
de uma organização é fundamental para o seu sucesso. Por isso é comum dizer 
que bons líderes aprimoram cada vez mais a comunicação e a interação entre 
suas equipes, pois além da transparência comunicativa ser uma forma ética de 
lidar com os colaboradores de uma empresa, é comprovado que pessoas bem 
informadas tendem a ser mais comprometidas com as organizações em que 
trabalham. 
Além disso, a franqueza evita a proliferação de informações danosas e 
inconsistentes, como boatos e fofocas. Porém, mal-entendidos também ocorrem 
por problemas na transmissão das mensagens ou até mesmo na recepção e 
interpretação dos conteúdos. Ruídos como esses podem desviar o foco da 
mensagem principal e provocar distorções importantes no conteúdo a ser 
repassado. 
Uma palavra mal colocada, mal compreendida, uma intenção que não 
seja bem explicada, exageros e omissões podem provocar danos irreversíveis 
no fluxo de trabalho de uma organização. 
A anedota apresentada, a seguir, ilustra muito bem esta situação. Nela, 
uma mensagem é transmitida, de forma sequencial, a cada grau hierárquico de 
uma organização e, a cada novo passo sofre distorções que a deturpam. Ao final, 
o conteúdo transmitido não tem nenhuma relação com original. 
De Diretor Presidente para Gerente 
Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17 h, o cometa Halley 
estará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre somente a cada 76 anos. 
Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da fábrica, todos usando 
capacete de segurança, quando explicarei o fenômeno a eles. Se estiver 
chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu, sendo assim, todos 
deverão dirigir-se ao refeitório, onde será exibido um filme-documentário sobre 
o cometa Halley. 
De Gerente para Supervisor 
Por ordem do Diretor Presidente, na sexta-feira, às 17 hs, o cometa 
Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover, por favor, reúnam os funcionários, 
todos de capacete de segurança, e os encaminhem ao refeitório, onde o raro 
fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 76 anos a olho nu. 
De Supervisor para Chefe de Produção 
A convite do nosso querido Diretor, o cientista Halley, 76 anos, vai 
aparecer nu no refeitório da fábrica usando capacete, pois vai ser apresentado 
um filme sobre o problema da chuva na segurança. O Diretor levará a 
demonstração para o pátio da fábrica. 
De Chefe de Produção para Mestre 
Na sexta-feira, às 17 hs, o Diretor, pela primeira vez em 76 anos, vai 
aparecer no refeitório da fábrica para filmar o Halley nu, o cientista famoso e sua 
equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois será apresentado um show 
sobre a segurança na chuva. O Diretor levará a banda para o pátio da fábrica. 
De Mestre para Funcionário 
Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio 
da fábrica na próxima sexta-feira, às 17 hs, pois o manda-chuva (o Diretor) e o 
Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme "Dançando na 
Chuva". Caso comece a chover mesmo, é para ir pro refeitório de capacete na 
mesma hora. O show será lá, o que ocorre a cada 76 anos. 
Aviso a todos 
Na sexta-feira, o chefe da Diretoria vai fazer 76 anos, e liberou geral pra 
festa, às 17 hs no refeitório. Vai estar lá, pago pelo manda-chuva, Bill Halley e 
Seus Cometas. Todo mundo deve estar nu e de capacete, porque a banda é 
muito louca e o rock vai rolar solto até no pátio, mesmo com chuva. ” 
(Disponível em http://www.novomilenio.inf.br/humor/0012h008.htm) 
De forma bem-humorada, a história demonstra como os ruídos deturpam 
a mensagem original. Isso ocorre com frequência dentro das organizações, 
mesmo que se procure mascarar ou minimizar seus efeitos danosos, pois como 
diz o ditado popular: “quem conta um conto aumenta um ponto”. 
Neste caso, a mensagem seguiu um fluxo determinado pela hierarquia 
organizacional, ou seja, partiu da alta diretoria e foi repassada, nível após nível, 
a toda a hierarquia. Esse pormenor também é comum nas organizações, pois, 
por mais que se defenda que a comunicação deve ser incentivada em todas as 
direções na empresa é comum que ela seja apenas passada “de cima para 
baixo”. 
 
Agora, que tal assistir à apresentação do professor Achiles Júnior sobre 
este tema? Basta clicar no link a seguir! 
http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grup
ouninter.com.br/2015/NOV/MT20032-A02-P01.mp4 
 
PESQUISE 
TEMA 1: O Processo de Comunicação nas Organizações: níveis, 
barreiras, fluxos e redes (formal e informal) 
A comunicação é um processo e deve ser analisada como tal. Desta 
forma, podemos dizer que a comunicação é um método, sistema ou conjunto de 
medidas tomadas para se atingir um objetivo. 
Dentro das organizações, a todo o momento, a comunicação segue seu 
curso em todas as direções, seja de maneira formal e informal. Isso pode ser 
percebido nas mais diferentes atividades que ocorrem dentro da empresa. Por 
exemplo: quando uma nova norma é adotada, ela pode ser transmitida de várias 
maneiras a todos os envolvidos. Por meio de uma divulgação do departamento 
de Recursos Humanos, ou então por meio dos gerentes de cada setor, ou ainda 
de maneira impessoal (exposta em um mural, enviada por e-mail ou distribuída 
“em campo” para todos os funcionários). O importante é que elaseja claramente 
repassada. Porém, não é isso que acontece sempre, pois é comum que grande 
parte dessas informações não cheguem a todos os colaboradores. 
Níveis da Comunicação nas Organizações 
 O ser humano se comunica o tempo todo com seus semelhantes. Nas 
empresas não é diferente, desde uma reunião em que se discutem novas 
alternativas até uma advertência ou discordância de ideias, ela está sempre 
presente. Por isso, para se compreender como se dá esse processo de forma 
mais ampla, partiremos da análise dos níveis da comunicação humana. 
 Segundo Kunsch, (1986), a comunicação humana ocorre em 
quatro diferentes níveis: intrapessoal, interpessoal, organizacional e tecnológico. 
Em cada um deles, a mensagem tende a provocar diferentes impactos, reações 
e resultados. 
O nível intrapessoal é o impacto da comunicação no interior de cada 
sujeito. “É o estudo do que se passa dentro do indivíduo enquanto este adquire, 
processa e consome informações. ” (Kunsch, 1986). Cada pessoa processa as 
informações que recebe de uma forma, a partir da sua história de vida. Se uma 
mesma mensagem for transmitida a dezenas de pessoas, certamente ela 
causará um impacto diferente, com diferentes resultados para cada uma delas. 
A recepção e interpretação individual de uma informação dependem de inúmeros 
fatores, como a formação cultural do indivíduo, sua história de vida, seus gostos 
e interações. Transpondo essa análise para o entendimento da comunicação 
organizacional, frisa-se a ideia de que, ao se comunicar com alguém, é 
importante supor como esta mensagem será recebida, ou seja, é preciso 
conhecer o máximo possível o receptor para poder adaptar o conteúdo da 
mensagem a ele, garantindo assim sua melhor absorção. 
Já o nível interpessoal, como a própria palavra sugere, é aquele que 
ocorre na interação entre as pessoas. Kunsch (1986) destaca que, neste nível, 
analisa-se “a comunicação entre os indivíduos, como as pessoas se afetam 
mutuamente e, assim, se regulam e controlam uns aos outros”. No paralelo com 
a comunicação organizacional, percebe-se, aqui, que a interferência entre as 
pessoas dentro das empresas ocorre o tempo todo. Ao interagirem, todos se 
modificam constantemente, seja por imposição cultural, regulamentos, 
persuasão ou carisma dos líderes. 
O nível organizacional é o mais explicitamente ligado ao meio 
corporativo. Aqui, analisa-se como as pessoas de uma organização ficam 
interligadas por meio da comunicação, formando uma rede que as une, entre si 
e com o ambiente. Cada organização acaba por criar seus próprios sistemas de 
comunicação, com linguagem própria, siglas internas, termos estrangeiros e 
expressões que chegam a formar um código próprio, muitas vezes de difícil 
compreensão para quem é de fora desse sistema. Quanto mais forte este nível 
de comunicação for, maior a sintonia entre os colaboradores e maior a força 
interna dessas equipes. 
O quarto nível de comunicação é o chamado tecnológico. É aquele que 
pressupõe a utilização de meios externos para que se dê o processo 
comunicacional. Segundo Kunsch (1986), “o centro da atenção recai na 
utilização de equipamentos mecânicos e eletrônicos, nos programas formais 
para produzir, armazenar, processar, traduzir e distribuir informações”. 
A análise da comunicação por esses níveis não é meramente teórica. 
Pelo contrário, uma boa comunicação pressupõe a consciência deles para poder 
adaptar as mensagens e obter os melhores resultados e efeitos. Kusch (1986) 
aponta que, “ao dispor de um sistema de comunicação, não (se) deve, em 
nenhum momento, deixar de considerar esses níveis, tanto no seu contexto 
formal como informal”. 
Ao gerir uma organização, o gestor deve levar em consideração todos 
esses aspectos. Ao se dirigir ao público interno, por exemplo, ele deve considerar 
o nível intrapessoal, pressupondo os impactos internos de sua mensagem em 
cada receptor. Da mesma forma, deve considerar o nível interpessoal, ou seja, 
a interação entre as pessoas e como a sua própria maneira de se comunicar 
será recebida pelas equipes. 
Quanto ao nível organizacional, a mensagem deverá ser adaptada à 
cultura de sua própria organização, de forma que seu conteúdo seja recebido de 
forma harmônica pelos colaboradores. E, por fim, o gestor também deverá se 
importar como será a sua comunicação no nível tecnológico, ou seja, quando 
precisar dispor de meios externos para transmitir sua mensagem, como 
teleconferências e até mesmo um e-mail. 
Barreiras na Comunicação Organizacional 
É por meio da comunicação que as empresas promovem a interação 
entre as pessoas que compõem seus quadros e também os seus 
relacionamentos externos (com clientes, fornecedores, parceiros, entidades de 
classe, organizações não governamentais, órgãos públicos e a comunidade em 
geral). 
Para que o processo de comunicação dê certo, é preciso que se cumpra 
uma série de etapas, como a adequação do código entre o emissor e o receptor, 
a ambientação da mensagem e a análise dos níveis em que ocorre a 
comunicação (intrapessoal, interpessoal, organizacional e tecnológico). Porém, 
mesmo quando há rigor nos processos comunicacionais, os resultados podem 
sofrer alterações imprevistas, provocados por interferências no processo. Essas 
interferências são chamadas barreiras à comunicação. 
Nos processos de comunicação em geral, as barreiras podem ser: 
mecânicas ou físicas, fisiológicas, semânticas, psicológicas, pessoais, 
administrativas, por excesso de informações, por falta de informações ou por 
informações incompletas. Conheça melhor cada uma delas. 
As barreiras mecânicas ou físicas ocorrem quando a interferência é 
provocada por elementos externos, como aparelhos de transmissão, 
equipamentos inadequados ou ruídos do ambiente. Temos como exemplo os 
seguintes casos: quando um microfone estraga no meio de um discurso ou 
apresentação, uma queda de sinal em uma transmissão televisiva, o som de um 
ventilador ou aparelho de ar condicionado atrapalhando o andamento de uma 
reunião, entre outros. Em todos eles, a comunicação é prejudicada, ou mesmo 
bloqueada, por fatores físicos. 
As barreiras fisiológicas ocorrem quando uma pessoa tem dificuldade de 
se comunicar por causa de algum problema físico, provocado por causas 
genéticas, malformações ou acidentes. A sociedade está cada vez mais atenta 
com a inclusão dessas pessoas e, por isso, vem desenvolvendo alternativas de 
comunicação com os mais diversos públicos. A popularização da Libras (Língua 
Brasileira de Sinais) é um exemplo disso. 
As empresas e organizações em geral têm grande responsabilidade na 
profusão dessas iniciativas por meio do desenvolvimento de programas de 
capacitação e inclusão de pessoas com deficiência. É importante frisar que não 
são apenas os distúrbios da fala que podem provocar dificuldades na 
comunicação, mas também deficiência visual, motora e mental. 
As barreiras semânticas ocorrem com o uso inadequado da linguagem, 
ou seja, quando o emissor e o receptor não compartilham do mesmo código 
linguístico, o que impossibilita uma comunicação efetiva. Quando o emissor 
utiliza uma linguagem muito técnica, por exemplo, ou com jargões específicos 
de uma profissão ou de uma “tribo” que não seja de conhecimento do receptor, 
a comunicação também é prejudicada semanticamente. 
As barreiras psicológicas ocorrem quando preconceitos e 
prejulgamentos prejudicam a comunicação. Preconceitos raciais, de classe 
social, de opção sexual e religiosa costumam provocar prejuízos ao processo de 
comunicação. 
As barreiras pessoais ocorrem quando algumas pessoas prejudicam, de 
forma deliberada ou não, o processo de comunicação.

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