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DIREITO TRIBUTARIO REGULAR 7

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CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR 
PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 07 
Vigência e aplicação da legislação tributária 
 
1.0 - Validade, vigência e eficácia – noções gerais 
 
A Constituição Federal estipula as regras procedimentais para a 
produção das normas que integram nosso processo legislativo. 
Para a elaboração de uma lei, a título de exemplo, o legislador 
constituinte exige, em resumo: 
a) propositura por um dos órgãos legitimados (fase de iniciativa); 
b) discussão e votação no parlamento (deliberação parlamentar) 
c) manifestação de aquiescência (sanção) ou discordância (veto) do 
Presidente Chefe do Poder Executivo (deliberação executiva); 
d) no caso de veto, a rejeição do mesmo pelo Parlamento. 
Somente no terceiro ou no quarto momento (sanção ou derrubada de 
veto), é possível dizer que o ordenamento jurídico foi inovado e que a lei existe 
(antes só era possível se falar num projeto de lei). 
Apesar do término do seu processo de formação, ainda faltam 
alguns detalhes para que a lei possa ser aplicada aos casos que o legislador 
infraconstitucional quis regular. 
Adentra-se, neste ponto, numa nova fase do processo legislativo, a 
fase complementar. 
Na fase complementar, o Presidente da República promulga a lei 
atestando sua existência e a inovação da ordem jurídica, determinando sua 
publicação. 
A lei que completou todo o seu ciclo de formação presume-se válida, 
mas esta presunção não é absoluta, podendo ser legitimamente afastada por meio 
da instauração de controle de constitucionalidade (difuso ou concentrado). 
A validade, portanto, está presente quando o processo de produção 
e formação da lei houver observado as diretrizes e os requisitos procedimentais 
previstos na Constituição Federal e no Regimento Parlamentar (aspecto formal) e 
seu conteúdo não agredir a Constituição Federal (aspecto material). 
É com a publicação que se gera a presunção de que todos 
conhecem a lei, não sendo permitido a ninguém escusar-se de cumpri-la alegando 
desconhecimento (art. 3º da Lei de Introdução ao Código Civil - Decreto-Lei nº 
4.657, de 4 de setembro de 1942). 
Todavia, para que a lei regularmente publicada efetivamente obrigue 
seus destinatários a sua observância, é necessário que ela esteja em vigor. 
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O legislador tem certa discricionariedade para determinar o termo 
inicial da vigência de uma lei que elabora. Entretanto, por questões de segurança 
jurídica e pacificação social, a Lei Complementar nº 95, que trata da elaboração, 
redação, alteração e consolidação das leis, estipula, no seu artigo 8º, que a 
vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo 
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra 
em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. 
Assim, nas leis de pequena repercussão ou, por motivos óbvios, 
naquelas consideradas urgentes, a vigência pode vir colada com a publicação, 
apondo-se, ao final da lei, cláusula neste sentido. 
Nas leis não-urgentes, de maior repercussão, deve haver um 
descolamento entre a publicação e vigência. Neste caso, o período de tempo entre 
a publicação da lei e a sua entrada em vigor denomina-se vacatio legis. 
A norma vigente tem, via de regra, total aptidão para produzir em 
maior ou menor grau, efeitos jurídicos, ao regular, desde logo, as situações, 
relações e comportamentos que o legislador quis disciplinar. Em outras palavras, a 
regra é que a norma vigente seja eficaz. 
Todavia, nem sempre isso acontece. Em direito tributário, tem-se um 
exemplo bem claro disso. A Constituição Federal, definindo o princípio da 
anterioridade, proíbe aos entes federados cobrar tributos no mesmo exercício 
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (CF, art. 
150, III, “b”). 
É fácil perceber que a regra não proíbe a vigência da lei que institui 
ou majora tributo no mesmo exercício de sua publicação, mas tão-somente adia 
para o exercício subseqüente a produção de efeitos dessa norma, ou seja, adia 
sua eficácia. 
Não se trata, aqui, de vacatio legis, pois nesse caso o descolamento 
ocorre entre vigência e eficácia e não entre publicação e vigência. 
O STF entende possível esse descolamento entre vigência e 
produção de efeitos. Assim, são extremamente comuns no Brasil as leis tributárias 
serem encerradas com disposições que asseguram a entrada em vigor na data da 
publicação e a produção de efeitos financeiros apenas a partir do primeiro dia do 
exercício subseqüente a esta publicação. 
Existem casos ainda mais interessantes. A Lei nº 11.196, de 21 de 
novembro de 2005 (“lei do bem”), por exemplo, possui uma cláusula de vigência 
(data da publicação) e 8 (oito) cláusulas de produção de efeitos (eficácia). Parte 
dos dispositivos produz efeitos desde a data da publicação da MP que resultou na 
aprovação da Lei; parte produziu efeitos a partir do primeiro dia do quarto mês 
subseqüente ao da publicação (obediência à noventena); parte produziu efeitos a 
partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da publicação (obediência exclusiva 
à anterioridade, caso do Imposto de Renda); parte produziu efeitos a partir da 
regulamentação; parte na data da publicação, dentre outras regras. 
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São casos de vigência imediata com eficácia diferida por motivos 
diversos, mas que, em conjunto, mostram a diferenciação entre os conceitos. 
Percebe-se, portanto, que a lei pode estar em vigor sem estar 
plenamente apta a produzir efeitos (vigente mas não eficaz), mas jamais poderá 
produzir efeitos jurídicos sem estar em vigor. 
No concurso para AFRF realizado em 2005, a ESAF inverteu a lição 
propondo a seguinte assertiva (incorreta) 
“É condição de vigência da lei tributária a sua eficácia.” 
Por óbvio o item está incorreto pois é condição de eficácia da lei sua 
vigência e não o contrário. 
Não confundir a situação proposta na prova com o exemplo que 
citamos. No caso da Lei 11.196/2005, parte da lei tinha uma cláusula de produção 
de efeitos referida a data passada. Todavia, neste caso, quem estava produzindo 
efeitos era a Medida Provisória que resultou na Lei e não, por óbvio a própria Lei, 
que inexistia no mundo jurídico. 
Em resumo e de maneira simplificada pode-se trabalhar com as 
seguintes definições: 
a) Válida, sob o ponto de vista técnico-jurídico, é a lei constitucional (formal e 
materialmente). 
b) Vigente é a lei que terminou seu ciclo de produção, foi publicada, existe 
juridicamente e já atingiu o termo porventura determinado pelo legislador 
para possuir força de atingir seus objetivos finais, apesar de ser possível a 
existência de algum outro requisito para a efetiva produção de efeitos. Para 
estar vigente, também é necessário que a lei não tenha sido revogada, 
declarada inconstitucional pelo STF em sede de controle concentrado, ou 
suspensa pelo Senado Federal após declaração de inconstitucionalidade 
pelo STF em sede de controle difuso. 
c) Eficaz é a lei que está completamente apta a gerar imediatamente os 
efeitos jurídicos pretendidos pelo legislador. 
Apesar de a análise deste tópico ter-se referido à lei, o mesmo 
raciocínio é aplicável, com as devidas adaptações (estudadas nos nossos futuros 
pontos), aos demais atos normativos. 
Para o objetivo do curso, não se pode deixar de ressaltar que existe 
controvérsia doutrinária acerca dos conceitos ora estudados. A coisa aqui foi 
explicada da maneira mais simples e próxima da doutrina majoritária possível. 
Mas (há sempre um “mas” nos temas controversos), no concurso 
para AFRF da área Tecnologiada Informação, realizado em 2005, a ESAF propôs 
uma questão que, de tão controversa, foi considerada errada, depois o gabarito foi 
alterado para certo e, completando a sucessão de mancadas que marcaram a 
divulgação dos resultados, finalmente foi anulada.Transcreve-se o item: 
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“Em face do princípio da legalidade, uma lei pode estar vigente e 
eficaz, mas só se pode aplicá-la aos fatos geradores que ocorrerem no exercício 
seguinte ao da sua publicação.” 
Em primeiro lugar, o item possui um erro indiscutível, pois a questão 
relativa à produção de efeitos no exercício subseqüente decorre do princípio da 
anterioridade, e não da legalidade. 
Em segundo lugar, conforme analisado aqui, não faz muito sentido 
imaginar que a lei pode estar vigente e eficaz, mas só se poder aplicá-la aos fatos 
geradores que ocorrerem no exercício seguinte ao da sua publicação, visto que a 
eficácia é exatamente a aptidão para produção de efeitos imediatos. 
Em comentário constante do site do Ponto dos Concursos, 
analisando o que se imaginava ser o gabarito final das provas (antes da 
anulação), o professor Marcelo Alexandrino, com a perspicácia que lhe é peculiar, 
afirmou (Ponto 145, de 19/01/2006): 
“Na verdade, mesmo para o princípio da anterioridade, 
acho errado afirmar que a lei possa estar desde logo 
vigente e eficaz, mas só se aplicada aos fatos 
geradores que ocorrerem no ano seguinte; a lei pode 
estar vigente, mas, antes de poder ser aplicada, não 
estará eficaz. É verdade que o conceito de eficácia não 
é, de modo nenhum, consensual na doutrina que trata 
de teoria geral do Direito. Mas, a meu ver, o mais 
comum é utilizar a expressão “eficaz” como sinônimo 
de “capaz de produzir efeitos atuais”, não apenas 
potenciais. Seja como for, essa discussão, acerca do 
conceito de eficácia, nessa questão, não tem 
relevância, porque há um erro muito mais gritante, que 
é confundir o princípio da legalidade com o princípio da 
anterioridade.” 
 
2.0 – Vigência da Legislação Tributária no CTN 
 
As regras sobre vigência das normas se encontram na denominada 
Lei de Introdução ao Código Civil – LICC. Apesar da nomenclatura, a lei é uma 
verdadeira norma geral de introdução ao direito, tendo sido colocada como 
introdução ao Código Civil porque este disciplina as matérias mais próximas ao 
dia-a-dia das pessoas como obrigações, família, propriedade etc. 
A LICC é, portanto, plenamente aplicável ao direito tributário salvo a 
existência de disposição legal específica deste ramo do direito, uma vez que um 
dos critérios para a solução do conflito aparente entre normas é justamente o da 
especialidade sendo conhecido o brocardo que afirma que a lei especial derroga a 
lei geral (lex especialis derrogat legem generali), um verdadeiro princípio da 
hermenêutica jurídica (ciência da interpretação jurídica). 
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Assim, nos pontos em que houver norma especial tributária 
disciplinando determinado tema também disciplinado pela LICC, será aplicada a 
norma tributária em face da especialidade. 
O entendimento, tranqüilo em seara doutrinária, consta de 
disposição expressa do art. 101 do CTN, conforme abaixo transcrito: 
“Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da 
legislação tributária rege-se pelas disposições legais 
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o 
previsto neste Capítulo.” 
Como se vê, além de expressamente acolher o princípio da 
especialidade como mecanismo de solução dos conflitos aparentes de norma, o 
CTN trata da vigência da legislação tributária em dois âmbitos, o espacial e o 
temporal. 
 
2.1 – Vigência Espacial 
 
O estudo da vigência espacial da legislação tributária tem por 
objetivo revelar qual o âmbito territorial em que cada norma integrante da 
legislação tributária vigora, sendo de observância obrigatória. 
A regra fundamental aqui é a da territorialidade. Tal regra é bastante 
simples de entender. Cada ente federativo possui um território, claramente 
demarcado. As normas expedidas por um ente só têm vigência dentro do seu 
respectivo território, não sendo aplicáveis aos fatos ocorridos em territórios dos 
demais entes. 
Assim, as normas expedidas pela União Federal têm vigência e 
aplicação em todo o território nacional. As normas editadas pelo Estado de 
Pernambuco têm vigência e aplicação tão-somente neste estado, não sendo 
aplicável, por exemplo, no Estado da Paraíba. Já as normas editadas pelo 
município de Ilhéus-BA têm vigência e aplicação dentro do território de Ilhéus, não 
incidindo sobre fatos ocorridos no território de Itabuna-BA. 
A territorialidade é uma regra geral que comporta exceções, 
expressamente previstas pelo art. 102 do CTN, conforme abaixo transcrito: 
“Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos 
respectivos territórios, nos limites em que lhe 
reconheçam extraterritorialidade os convênios de que 
participem, ou do que disponham esta ou outras leis de 
normas gerais expedidas pela União.” 
O dispositivo enuncia a regra (territorialidade) por intermédio da 
enumeração das exceções (casos de extraterritorialidade) deixando para o 
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intérprete a função de, na interpretação a contrario sensu, vislumbrar a correlação 
regra/exceções. 
Nos casos de exceção, portanto, a norma tributária vai viger fora do 
território da entidade que a expedir o que, numa primeira análise, pode parecer 
entrar em conflito com o princípio federativo, como se passa a explicar. 
A principal característica de um Estado Federal, como é o caso 
brasileiro, é a autonomia política, financeira e administrativa, constitucionalmente 
conferida aos entes federados. 
É no exercício da autonomia política que cada ente edita suas 
próprias leis dentro das competências legislativas que a Constituição Federal lhe 
reservou. 
Parece estranho que, em alguma circunstância, determinado ente 
federado expeça uma norma que passe a gerar efeitos sobre fatos ocorridos no 
território de outro ente sem que haja concordância deste, o que poderia ser 
considerado, neste sentido, agressivo ao pacto federativo. 
Deve-se evitar, portanto, que a atividade legislativa de um membro 
da federação interfira na dos demais, prejudicando a harmonia desejada pelo 
legislador constituinte. 
O Código Tributário Nacional, no transcrito art. 102, prevê duas 
hipóteses de vigência extraterritorial da legislação tributária que passam a ser 
analisadas, sob a ótica acima descrita. 
 
2.1.1 – A Extraterritorialidade Prevista em Convênio de Cooperação 
 
Segundo o CTN, a extraterritorialidade é admitida nos limites em que 
reconhecida nos convênios de que participem os Municípios, Estados e o Distrito 
Federal. 
Neste caso, não parece haver qualquer arranhão ao princípio 
federativo, pois para que uma norma editada por um determinado ente federado 
tenha vigência no território de um outro é necessária a expressa aquiescência 
deste, manifestada mediante convênio. Em outras palavras, preservada a 
autonomia para adesão ou retirada do pacto, a autonomia legislativa dos entes 
conveniados é totalmente garantida. 
Pode-se imaginar, a título de exemplo, um convênio firmado entre 
municípios integrantes da região metropolitana do Recife prevendo a fiscalização 
conjunta do ISS devido pelos prestadores de serviço a cada um destes 
municípios. 
Para possibilitar a atuação conjunta, os municípios poderiam prever 
que os procedimentos de fiscalização seriam aqueles estipulados na legislação do 
Município do Recife. Nessa situação,uma lei editada por um ente federativo, teria 
vigência também no território de outro ente (Olinda, por exemplo). 
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2.1.2 – A Extraterritorialidade Prevista em Norma Geral Nacional 
 
Segundo o CTN, haverá também extraterritorialidade nos limites do 
que disponham o próprio Código ou outras normas gerais expedidas pela União. 
Assim, como as normas gerais em matéria tributária devem 
necessariamente estar disciplinadas em lei complementar nacional elaborada pela 
União (CF, art. 146, III), tem-se a esdrúxula autorização para que o Congresso 
Nacional, atuando como Parlamento da Federação, estipule casos em que a 
norma expedida por um ente federado terá vigência também no território de 
outros. 
As leis que estipulem tais casos devem se ater a situações em que a 
extraterritorialidade se impnha como única solução viável para determinado 
problema, sob pena de inconstitucionalidade por agressão ao pacto federativo, 
que tem como consectário a autonomia – inclusive legislativa – dos entes que 
compõem a federação. 
Um exemplo em que a existência de um problema legitima a 
extraterritorialidade prevista em lei de caráter nacional é a criação de novo ente 
federativo mediante o desmembramento territorial de outro. 
Nessa situação, o novo ente criado precisa instalar um parlamento, 
elaborar sua própria legislação tributária, instituindo seus tributos com obediência 
às regras da anterioridade, da noventena e da irretroatividade. Aqui, o problema 
salta aos olhos: num dos momentos em que um ente mais precisa de recursos 
(inclusive para criar seu parlamento) a cobrança de tributos estaria absolutamente 
impedida. 
A solução necessária, eficaz e razoável é a prevista no art. 120 do 
CTN, qual seja, salvo disposição legal em contrário, a pessoa política constituída 
pelo desmembramento territorial de outra aplica a legislação desta até a entrada 
em vigor de sua própria legislação. 
O dispositivo está em plena consonância com o art. 102, visto que o 
CTN, editado pela União como norma geral em matéria tributária, foi, justamente 
por isso, recepcionado com o status de lei complementar. 
 
2.2 – Vigência Temporal 
 
Conforme estudado, após a publicação da lei, segue-se sua 
vigência, o que pode ser verificar de imediato ou após um lapso temporal previsto 
no próprio texto legal (vacatio legis). 
 
Também já foi dito que o art. 8º da Lei Complementar nº 95 
determina que data de vigência da lei será indicada de forma expressa no texto da 
lei. 
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Entretanto, no caso de ausência de disposição expressa no texto da 
lei porventura editada, o ordenamento jurídico ainda prevê uma solução 
subsidiária, constante no art. 1º da Lei de Introdução ao Código Civil, nos termos 
abaixo transcritos: 
“Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a 
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. 
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei 
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois 
de oficialmente publicada.” 
 
A regra é plenamente aplicável em matéria de legislação tributária, 
ressalvadas as regras específicas de vigência relativas a este ramo do direito, 
previstas no CTN, conforme se extrai do art. 101 do próprio Código. 
Dessa forma, publicada uma lei tributária, a vigência se dará de 
acordo com a cláusula própria que deve constar do próprio texto legal. No caso de 
inexistência de disposição expressa, deve-se observar o prazo de quarenta e 
cinco dias após a data de publicação (vacatio legis) para o início da vigência. 
No caso de aplicação de lei brasileira em território estrangeiro (caso 
admitida via tratado, por exemplo), a vigência dar-se-ia no prazo de três meses. 
Há de se ressaltar, entretanto, que o Código Tributário Nacional 
possui regras diferenciadas de vigência para as normas complementares previstas 
no seu artigo 100 (salvo no que concerne aos costumes que estarão em vigor tão 
logo que se configurarem como tal). 
Com base na regra da especialidade, portanto, são as seguintes as 
regras de vigência das normas complementares (CTN, art. 103): 
 
I – Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas 
entram em vigor, salvo disposição em contrário, na data de sua publicação. 
Tais atos (Portarias, Instruções Normativas, Atos Declaratórios 
Normativos) também deveriam conter cláusula expressa de vigência, caso em que 
se observará o prazo previsto. 
Entretanto, na ausência de disposição expressa (daí o salvo 
disposição em contrário) a vigência virá colada com a publicação não ocorrendo o 
fenômeno da vacatio legis. 
 
II – As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de 
jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa entram em vigor, 
salvo disposição em contrário, 30 dias após a data de sua publicação. 
Conforme estudado na aula 06 (item 2.3.2), quando a lei atribui 
eficácia normativa aos impropriamente chamados “órgãos de jurisdição 
administrativa”, as decisões por estes proferidas passam a ter duplo efeito. 
 
O primeiro efeito atinge apenas a pessoa que é “parte” no processo, 
o contribuinte que impugnou o ato da administração fazendária. O segundo 
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decorre da eficácia normativa conferida por lei, de forma que a tese adotada na 
decisão passa a integrar a legislação tributária vinculando os servidores da 
administração fazendária respectiva. 
Dessa forma, se decisão final de órgão julgador estadual declara 
improcedente lançamento feito contra contribuinte “X”, entendendo que não incide 
ICMS no deslocamento de mercadoria feito entre filiais da mesma empresa, 
imediatamente a decisão beneficia o contribuinte “X” que deixa de ser devedor. Se 
a legislação deste mesmo Estado atribuiu eficácia normativa às decisões finais do 
proposto órgão julgador, após o prazo estabelecido na lei a decisão passará a 
possuir efeito normativo, “entrando em vigor”. 
Perceba-se que cabe à lei que trata do processo administrativo fiscal 
do ente federado estabelecer o prazo após o qual a decisão entrará em vigor, 
mas, na ausência de disposição expressa (daí, novamente, o “salvo disposição em 
contrário”), a decisão entrará em vigor trinta dias após a data da sua publicação. 
 
III – Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, entram em vigor, salvo disposição em contrário, 
na data neles prevista. 
Aqui residem mais algumas imperfeições do Código Tributário 
Nacional. 
Em primeiro lugar, é absolutamente desnecessária uma regra que 
diga que uma norma jurídica entra em vigor na data nela prevista, visto que isso é 
o óbvio, o corriqueiro, o usual. As regras sobre vigência previstas no CTN 
deveriam ser apenas subsidiárias, aplicando-se como nos casos anteriores, salvo 
disposição em contrário. 
Neste ponto o CTN perdeu a preciosa oportunidade de ditar a regra 
aplicável aos convênios que não previrem em seus textos a data da vigência, 
situação que ficou sem solução normativa expressa. 
Entende parte da doutrina que nesta situação o convênio 
simplesmente não entraria em vigor o que, admita-se, não é uma solução nem um 
pouco razoável. 
Parece que a solução mais apropriada é seguir o art. 101 do CTN 
que deixa claro que, na ausência de disposição específica, devem ser seguidas as 
disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral. Nessa linha, se o 
convênio não possui cláusula de vigência, deve ser seguido o art. 1º da LICC que 
estipula um prazo de quarenta e cinco dias de vacatio legis. 
Ressalte-se,por fim, que o fato de o convênio ser aplicado 
simultaneamente por mais de uma administração tributária impõe a necessidade 
de uma absoluta clareza no que concerne à data da entrada em vigor. 
Provavelmente, na ânsia de evitar possíveis problemas, o legislador do CTN tenha 
adotado uma redação tão infeliz ao dispositivo ora examinado. 
Em prova de concurso público, contudo, a matéria não tem gerado 
problema, pois as bancas têm-se limitado a transcrever as disposições do Código. 
 
2.3 – O artigo 104 do CTN e o Princípio da Anterioridade 
 
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Conforme estudado, o princípio da anterioridade impede, 
ressalvadas as exceções expressas, que se cobrem tributos no mesmo exercício 
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se 
claramente de uma regra relativa à produção de efeitos e não de vigência das leis 
que criam ou majoram tributos. 
O art. 104 do Código Tributário Nacional, entretanto, traz regras 
semelhantes, todavia relativas à vigência. Por extremamente oportuno, transcreve-
se o dispositivo: 
“Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício 
seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os 
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o 
patrimônio ou a renda: 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses de incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei 
dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e 
observado o disposto no artigo 178” 
 
Para alguns, o CTN estaria disciplinando de maneira atécnica (como 
lhe é comum) o instituto da anterioridade, devendo-se, hoje em dia, entender que 
a regra seria interpretada não mais como se referindo à vigência, mas à produção 
de efeitos. A conseqüência dessa linha interpretativa seria o reconhecimento da 
absoluta inutilidade dos incisos I e II, posto que meras repetições imprecisas de 
uma regra constitucional (CF, art. 150, III, “b”). 
Para outros, o dispositivo traz uma nova garantia diferente da 
anterioridade, desta feita referente à vigência. Invocam estes o fato de o caput do 
art. 150 da Constituição Federal afirmar expressamente que as garantias ali 
expressas existem sem prejuízo de outras. Esta segunda tese não tem sido 
acatada na jurisprudência, pois há muito se tem afirmado que não há impedimento 
constitucional para que uma lei que institui ou majora tributo tenha vigência 
imediata, desde que a produção de efeitos seja diferida para o exercício 
subseqüente. 
O melhor entendimento, portanto, é o que afirma que os incisos I e II 
do dispositivo transcrito não foram recepcionados pela CF/88. 
Quanto ao inciso III, referente à revogação de isenções, reafirma-se 
o que foi explicado na Aula 01: 
“Caso se considere que o dispositivo estipula nova 
garantia, deve-se entender que ela somente se aplica 
aos impostos sobre patrimônio ou renda. 
Há de se ressaltar que o STF entende que a revogação 
de isenção não se equipara à criação ou majoração de 
tributo, sendo apenas a dispensa legal do pagamento 
de exação já existente (RE 204.062). A decisão é 
antiga e um tanto quanto nebulosa, visto que não deixa 
claro a que espécies de tributo se aplica. Em provas de 
concurso público têm sido cobradas tanto a literalidade 
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do que afirma o CTN, quanto o posicionamento do 
STF. A título de exemplo, no certame para Advogado 
da União, realizado em 2002, o CESPE, na mesma 
questão, incluiu dois itens seguidos com os dois 
entendimentos. Digno de nota é que quem não 
conhecia os dois teria a tendência de imaginar que uma 
das duas assertivas estaria necessariamente errada, 
pois elas são contraditórias entre si, conforme abaixo 
transcrito: 
 “Segundo o Código Tributário Nacional, os dispositivos 
de lei que revoguem isenções relativas a impostos 
sobre o patrimônio ou a renda somente entram em 
vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em 
que ocorra a sua publicação, salvo se a lei dispuser de 
maneira mais favorável ao contribuinte.” 
“Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal as isenções não condicionadas ou sem prazo 
definido podem ser revogadas a qualquer tempo por lei 
e, uma vez revogada a isenção, o tributo volta a ser 
imediatamente exigível, sendo impertinente a 
invocação do princípio da anterioridade.” 
As duas assertivas estão indiscutivelmente 
CORRETAS. Perceba-se que a banca “blindou” os 
itens contra recursos ao afirmar a fonte em que o 
candidato deveria se basear para julga-los (segundo o 
CTN / Conforme a jurisprudência do STF).” 
Relembre-se, porém, que se a lei concede isenção, pode, por óbvio 
entrar em vigor imediatamente, pois trará uma surpresa positiva para o 
contribuinte. 
 
3.0 – Aplicação da Legislação Tributária 
 
A legislação tributária é composta por um conjunto de normas gerais 
e abstratas que versam sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
São normas gerais porque não têm destinatários específicos e 
determinados, sendo aplicáveis a todas as pessoas que porventura se ponham 
nas situações previstas. São normas abstratas porque não versam sobre 
situações concretas, mas apenas sobre hipóteses que, se verificadas no mundo 
concreto, gerarão as conseqüências previstas na própria norma. 
Aplicar a legislação tributária é concretizar no mundo a vontade que 
o legislador manifestou em abstrato na norma, dando aos fatos que se subsumam 
à legislação tributária as conseqüência por ela previstas. 
 
3.1 – Princípio da Irretroatividade no CTN 
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A primeira regra que o CTN prevê acerca da aplicação da legislação 
tributária é mera reafirmação do princípio da irretroatividade, conforme transcrito 
abaixo: 
“Art. 105. A legislação tributária aplica-se 
imediatamente aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência 
tenha tido início mas não esteja completa nos termos 
do artigo 116.” 
Apesar da surreal previsão de que algo se aplica imediatamente ao 
futuro (!), percebe-se claramente que o objetivo do dispositivo é afirmar que a 
regra é a impossibilidade de aplicação da legislação tributária para o passado. 
Na realidade, a legislação tributária se aplica aos fatos futuros, 
quando estes vierem a se verificar e àqueles pendentes, assim denominados pelo 
CTN os fatos cuja ocorrência tenha se iniciado, mas não tenha se concluído. 
Para entender melhor a definição, é relevante conhecer uma 
classificação que parte da doutrina dá aos fatos geradores dos tributos dividindo-
os em instantâneos e periódicos (complexivos). 
Seguindo esta linha, pode-se dizer que são instantâneos os fatos 
geradores que ocorrem em determinado momento no tempo, fazendo nascer 
obrigação tributária autônoma a cada oportunidade em que verificados no mundo 
dos fatos. A título de exemplo, poder-se-ia citar o fato gerador do imposto de 
importação verificado a cada entrada de mercadoria estrangeira no território 
nacional. 
Ao contrário, seriam periódicos aqueles fatos geradores definidos 
com base em situações que se protraem no tempo, que se completam num 
período de formação legalmente determinado, consistindo num conjunto de fatos, 
acontecimentos ou circunstâncias que devem ser considerados de forma global e 
não de forma isolada. 
Um exemplo seria o fato gerador do imposto de renda, que é 
composto de um conjunto de eventos que devem ser globalmente considerados 
dentro de um período de tempo determinado (exercício financeiro) para que se 
tenha por surgida a obrigação tributária respectiva. 
Também sãoconsiderados periódicos todos os fatos geradores dos 
tributos definidos com base na propriedade de bens (IPTU, ITR e IPVA), visto que 
a propriedade não é uma situação que se exaure a cada fato isolado, ela se protrai 
no tempo sendo necessário que a lei tributária defina com precisão um momento 
em que se tem por verificado o fato gerador do tributo. 
Assim, como o fato gerador do IPTU é periódico e tem-se por 
verificado a cada dia primeiro de janeiro, durante o exercício financeiro 
(coincidente com o ano civil) o fato gerador do tributo poderia ser considerado 
pendente, podendo-lhe ser aplicada, sem prejuízo do princípio da irretroatividade, 
as alterações da respectiva legislação, desde que obedecidos as demais 
limitações constitucionais ao poder de tributar (anterioridade e noventena). 
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Há de se ressaltar, entretanto, que atualmente a tendência é 
entender que todos os fatos geradores são instantâneos, uma vez que mesmo 
naqueles a que parte da doutrina denomina complexivos a lei estabelece com 
precisão o instante em que o ciclo se completou e que o fato gerador pode ser 
considerado ocorrido. 
Seguindo esta linha, durante todo o exercício financeiro os fatos 
geradores do IR, do IPTU, do IPVA e do ITR poderiam ser considerados futuros. 
Quando atingido o momento em que a lei entende por completos os respectivos 
fatos geradores, a lei tributária incidiria e, a partir daí, os fatos seriam 
considerados pretéritos e protegidos contra a incidência das inovações 
legislativas. 
Percebe-se, portanto, que hoje em dia a discussão sobre a 
existência dos chamados fatos geradores complexivos tem importância 
meramente acadêmica, visto que, na prática, a adoção de qualquer das correntes 
doutrinárias aparentemente contraditórias chegará exatamente à mesma 
conclusão. 
Dessa forma, para quem admite a existência dos fatos geradores 
complexivos, durante o exercício financeiro de 2006, o fato gerador do IPTU/2006 
é pendente. Para quem considera que todo fato gerador é instantâneo, o FG do 
mesmo IPTU/2006 é futuro. Em ambos os casos é possível a aplicação de 
legislação tributária modificada em 2006. 
 
3.2 – Exceções Legais ao Princípio da Irretroatividade 
 
Neste ponto, é fundamental entender que o princípio da 
irretroatividade conforme definido no artigo 150, III, “a”, da Constituição Federal 
não possui qualquer exceção. Não há, portanto nenhuma hipótese em que se 
possa cobrar tributo em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. 
No que se refere ao princípio da irretroatividade disciplinado no CTN, 
a abrangência é mais ampla, o que dá ensejo ao surgimento de exceções. 
A maior amplitude porque se fala da irretroatividade de toda a 
legislação tributária e não apenas da lei que institua ou majore tributos. Já as 
exceções serão possíveis em situações bem específicas em que, obviamente, não 
se estará tratando de majoração ou instituição de tributo. 
 
I – A Lei Expressamente Interpretativa 
 
A primeira exceção refere-se à lei expressamente interpretativa, 
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. 
Os estudiosos da hermenêutica jurídica classificam a interpretação 
quanto à fonte em administrativa (a feita pelas autoridades administrativas na 
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aplicação da norma aos casos concretos, doutrinária (a feita pelos estudiosos do 
direito), jurisprudencial (aquela adotada reiteradamente pelos órgãos judiciários 
nos processos que lhe são submetidos) e a autêntica (aquela emanada do 
mesmo órgão responsável pela elaboração da norma interpretada). 
É exatamente no âmbito da interpretação autêntica que surgem as 
leis expressamente interpretativas que são aquelas que interpretam institutos 
previstos na mesma ou em outras leis. 
Quando o dispositivo interpretado faz parte da própria lei que o 
interpreta não há que se falar em retroatividade, pois tanto o dispositivo quanto 
sua interpretação constam da mesma lei, que entra e vigor em data única. 
A título de exemplo, pode-se citar o art. 32 do CTN que define como 
sujeitos ao IPTU os imóveis localizados na zona urbana do município e o 
parágrafo único do mesmo dispositivo que esclarece o que deve ser considerado 
como zona urbana para efeito de incidência do imposto (norma expressamente 
interpretativa). 
Situação diferente ocorre quando são editadas uma “lei 01” numa 
determinada data e, posteriormente, uma “lei 02” com disposições que interpretam 
a “lei 01”. Nesse caso, a “lei 02” não revoga a “lei 01”, mas tão-somente aclara seu 
conteúdo. 
Para quem admite a existência de leis interpretativas, estas, a rigor, 
não trazem inovações, de forma que é possível que a “lei 02” retroaja à data da 
“lei 01”. 
Alguns autores negam a existência de leis interpretativas alegando 
que ao legislativo não é dado interpretar outras leis e que ou a lei inova no 
ordenamento jurídico (e não será interpretativa) ou apenas repete o que se afirma 
em lei anterior (e será inútil). 
Apesar da discussão, o Supremo Tribunal Federal expressamente 
admite a existência das leis interpretativas como demonstra o seguinte excerto, 
retirado do acórdão proferido na ADI 605/DF: 
“É PLAUSÍVEL, EM FACE DO ORDENAMENTO 
CONSTITUCIONAL BRASILEIRO, O 
RECONHECIMENTO DA ADMISSIBILIDADE DAS 
LEIS INTERPRETATIVAS, QUE CONFIGURAM 
INSTRUMENTO JURIDICAMENTE IDONEO DE 
VEICULAÇÃO DA DENOMINADA INTERPRETAÇÃO 
AUTENTICA. - AS LEIS INTERPRETATIVAS - DESDE 
QUE RECONHECIDA A SUA EXISTÊNCIA EM 
NOSSO SISTEMA DE DIREITO POSITIVO - NÃO 
TRADUZEM USURPAÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES 
INSTITUCIONAIS DO JUDICIARIO E, EM 
CONSEQUENCIA, NÃO OFENDEM O POSTULADO 
FUNDAMENTAL DA DIVISAO FUNCIONAL DO 
PODER. - MESMO AS LEIS INTERPRETATIVAS 
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EXPOEM-SE AO EXAME E A INTERPRETAÇÃO DOS 
JUIZES E TRIBUNAIS. NÃO SE REVELAM, ASSIM, 
ESPÉCIES NORMATIVAS IMUNES AO CONTROLE 
JURISDICIONAL. 
Há de se ressaltar que se a lei que se afirma interpretativa trouxer 
efetivas modificações de institutos jurídicos ela terá caráter normativo e não 
interpretativo, sendo impedida de retroagir. 
Um claro exemplo desta situação ocorreu com o advento da Lei 
Complementar nº 118/2005, que foi editada a pretexto de adaptar o Código 
Tributário Nacional às novidades trazidas pela Nova Lei de Falências. Todavia, o 
Congresso Nacional aproveitou o ensejo para promover algumas mudanças que, a 
rigor, não possuíam qualquer correlação com as novas regras sobre falências e 
recuperação judicial. 
Dentre as mudanças realizadas, uma chamou bastante atenção. O 
Código Tributário Nacional, no seu artigo 168, prevê que o direito de pleitear 
restituição de tributos extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, 
contados da data da extinção do crédito tributário. 
Por motivos que serão estudados no momento oportuno, o Superior 
Tribunal de Justiça, interpretando o dispositivo, firmou jurisprudência no sentido de 
que a data da extinção do crédito seria a data do pagamento, nos casos de 
lançamento de ofício ou por declaração e a data da homologação, nos 
lançamentos por homologação (as modalidades de lançamento serão estudadas 
na aula sobre crédito tributário). 
Na prática, o efeito era fazer com que, nos casos de lançamento por 
homologação, sendo essa tácita, como ocorre na maioria dos casos, o prazo para 
o pedido de restituição fosse de dez anos, pois antes da homologação o pedido já 
poderia ser feito apesar de a contagem do prazo de cinco anos não se ter iniciado 
(teoria dos cinco maiscinco). 
A matéria já estava pacificada quando veio ao mundo a LC 118/05 
afirmando, no seu artigo 3º, que, para efeito de interpretação do CTN, a extinção 
do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por 
homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1ºo do 
art. 150 da referida Lei. 
O objetivo da lei era bem claro: reduzir o prazo para pedido de 
restituição de dez para cinco anos. Tratava-se de um desrespeitoso atropelo à 
jurisprudência do STJ, mas a agressão ainda não estava completa. Na cláusula de 
vigência da LC 118/05, estava escrito: 
“Art. 4o Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias 
após sua publicação, observado, quanto ao art. 3o, o 
disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de 
outubro de 1966 – Código Tributário Nacional.” 
Conforme se está a estudar, o citado art. 106, I estatui que “a lei 
aplica-se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente 
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interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos 
interpretados”. 
Assim, toda a LC 118/05 entraria em vigor 120 dias após a sua 
publicação. Não obstante, a nova “interpretação” dada ao art. 168 do CTN poderia 
ser aplicada aos atos e fatos pretéritos. Conseqüência pretendida: todos os 
pedidos de restituições pendentes estariam sujeitos ao novo prazo, de forma que 
os pedidos formulados há mais de cinco anos da data da ocorrência do fato 
gerador seriam denegados. 
A resposta do STJ, contudo, não demorou muito. A Corte entendeu 
que o alcance que o legislador complementar quis dar à novidade agredia: 
 
a) a separação dos poderes (pois o legislativo tentava infirmar retroativamente 
posicionamentos do judiciário) e (o que é fundamental neste ponto do curso) 
b) a garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (pela 
tentativa de conferir à “interpretação” uma retroatividade ilimitada, tendo por termo 
inicial a data da edição do CTN). 
A palavra “interpretação” apareceu no Acórdão do Tribunal assim, 
entre aspas, aquelas aspas da desconfiança, usadas para avisar ao leitor mais 
incauto que a palavra “adornada” não deve ser tomada no sentido literal. Neste 
caso, as aspas são como sobrancelhas que fazem com que a palavra olhe o leitor 
assim, um tanto quanto desconfiada! 
Apesar de proibir a retroatividade, o STJ entendeu que a mudança 
do prazo para pedido de restituição era válida. Aliás, não poderia ser de outra 
forma, afinal, como o CTN tem força de lei complementar, respeitada a 
Constituição Federal, alterações realizadas via nova lei complementar são 
plenamente válidas. 
Colocando a coisa noutros termos, a lei não tinha caráter 
interpretativo, mas sim normativo. Ela inovava trazendo uma alteração 
material, uma modificação e, portanto, só poderia ser aplicada a partir de sua 
vigência. Assim, o novo prazo só pôde ser aplicado aos processos ajuizados a 
partir do dia 09 de junho de 2005, data da entrada em vigor de todos os 
dispositivos da LC 118/05. 
Mesmo admitindo a retroatividade da lei expressamente 
interpretativa, o CTN faz uma importante ressalva, excluindo a possibilidade de 
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. 
A exclusão está em consonância com o princípio basilar de que não 
pode haver retroatividade de lei punitiva que traga como resultado o agravamento 
da situação da pessoa a ser punida, entendimento que, aliás, fundamenta o 
segundo caso de possibilidade de retroatividade da legislação tributária, estudado 
logo a seguir. 
 
II – A lei mais benéfica acerca de infrações e penalidades 
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Esta hipótese de retroatividade decorre de uma forte influência do 
direito penal, ramo da ciência jurídica em que a retroatividade da lei mais benéfica 
é praticamente absoluta, inclusive beneficiando pessoas já condenadas por 
decisões judiciais transitadas em julgado. 
Apesar da influência, deve-se ter em mente que, em se tratando de 
direto tributário penal, compostos de normas tributárias que punem infrações de 
natureza tributário-administrativa, a lei mais benéfica retroage, mas não alcança 
os atos definitivamente julgados, conforme assevera expressamente o inciso II 
do art. 106, do CTN, assim redigido: 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer 
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha 
sido fraudulento e não tenha implicado em falta de 
pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a 
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
 
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, mesmo encerrada a esfera 
administrativa, ajuizada a execução fiscal, efetivada a penhora, oferecidos e 
rejeitados os embargos à execução, enquanto não realizada a arrematação, 
adjudicação ou remição, ainda não há julgamento definitivo, sendo possível a 
aplicação de nova legislação mais benigna, conforme demonstra o seguinte 
acórdão, da lavra do Superior Tribunal de Justiça: 
“EXECUÇÃO FISCAL - MULTA - REDUÇÃO DE 30% 
PARA 20% - ARTIGO 106 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO 
NACIONAL - LEIS PAULISTAS 6.374/89 E 9.399/96 -
ALEGADO JULGAMENTO DEFINITIVO EM FACE DA 
IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO - 
NÃO OCORRÊNCIA (PRECEDENTES). RECURSO 
ESPECIAL NÃO CONHECIDO. - O Código Tributário 
Nacional, em seu artigo 106, estabelece que a lei nova 
mais benéfica ao contribuinte aplica-se ao fato 
pretérito, razão por que correta a redução da multa 
para 20% nos casos, como na espécie, em que a 
execução fiscal não foi definitivamente julgada. 
Somente se tem por definitivamente julgada a 
execução fiscal quando realizadas a arrematação, 
adjudicação ou remição, nos moldes de rr. Precedentes 
desta Egrégia Corte Superior. Recurso especial não 
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conhecido. Decisão unânime.” (Resp 183.994/SP, rel. 
Min. Franciulli Netto, DJU 15.05.2000).” 
Em segundo lugar, atente-se para o fato de que as três alíneas do 
transcrito art. 106, II, tratam exclusivamente de infrações e suas respectivas 
punições de forma que não haverá retroatividade de lei que verse sobre 
tributo, seja a lei melhor ou pior. 
Assim, a título de exemplo, se alguém deixou de pagar imposto de 
renda enquanto à alíquota de 27,5%, não será beneficiado por uma posterior 
redução da alíquota para 25%, pois, em se tratando das regras materiais sobre 
tributos (alíquotas, bases de cálculo, contribuinte, fatos geradores), a legislação a 
ser aplicada será sempre a vigente na data do fato gerador. 
Por fim, alguns autores defendem não existir qualquer diferença 
entre as hipóteses previstas nas alíneas “a” e “b” pois deixar de tratar algo como 
contrário a qualquer exigência de ação ou omissão é o mesmo que deixar de 
definir como obrigação. 
Entretanto, o fato de alínea “b” afirmar exigir que o ato não seja 
fraudulento e não tenha implicado falta de pagamento de tributo, aponta no 
sentido de que o dispositivo se refere exclusivamente às obrigações ditas 
acessórias (que não têm conteúdo pecuniário), de forma que a alínea “b” seria 
aplicável às infrações relativas às obrigações principais (com conteúdo 
pecuniário). 
Em ambos os casos a retroatividade é obrigatória, mesmo havendo 
dúvida sobre o correto enquadramento do fato, pois em caso de dúvida, deve-se 
adotar a interpretação mais favorável ao sujeito passivo, conforme deixa claro o 
art. 112 do CTN, a ser estudado na aula seguinte. 
Finalmente, a alínea “c” traz o mais típico caso de retroatividadeda 
lei tributária que define infrações ou comina penalidades, qual seja, quando 
“comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua 
prática”. 
Aqui, o raciocínio é bem simples: se alguém deixou de entregar uma 
declaração tributária, quando a multa aplicável a tal caso era de R$ 500,00 e 
posteriormente a multa foi diminuída para R$ 200,00, o contribuinte que ainda não 
tenha pago a multa tem o direito de pagar o menor valor. 
Muito cuidado para não confundir este exemplo com o citado 
anteriormente (redução da alíquota do IR). Conforme ressaltado, a retroatividade 
só é possível em matéria de infração (direito tributário penal). 
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Questões sobre a matéria: 
 
01.(ESAF/ AFRF / TRIB E JULG/ 2005) É condição de vigência da lei tributária a 
sua eficácia. 
02. (ESAF/ AFRF / TRIB E JULG/ 2005) O CTN veda a extraterritorialidade da 
legislação tributária. 
03. (ESAF/ AFRF / TRIB E JULG/ 2005) Os atos administrativos normativos 
entram em vigor, em regra, na data da sua publicação. 
04. (ESAF/ TRF/ 2003) Os tributos não podem ser cobrados no mesmo exercício 
financeiro em que foi publicado o ato legal que os criou ou majorou, com exceção 
de alguns impostos, entrando em vigor no primeiro dia do exercício seguinte ao de 
sua publicação os dispositivos de lei que criam ou majoram impostos sobre o 
patrimônio ou a renda. 
05. (ESAF/ AFRF/ TEC INFO/ 2005) Em relação à vigência da legislação tributária 
podemos afirmar que,salvo disposição em contrário, os atos normativos expedidos 
pelas autoridades administrativas entram em vigor, 30 dias após sua publicação. 
06. (ESAF/ AFRF/ TEC INFO/ 2005) Em relação à vigência da legislação tributária 
podemos afirmar que,salvo disposição em contrário,as decisões dos órgãos 
singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia 
normativa, entram em vigor na data de sua publicação. 
07. (ESAF/ AFRF/ TEC INFO/ 2005) Em relação à vigência da legislação tributária 
podemos afirmar que,salvo disposição em contrário,os convênios que entre si 
celebrem a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios entram em vigor 
na data de sua publicação. 
08. (ESAF/ AUDITOR/ MG/ 2005) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, 
quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na aplicação 
de penalidade. 
09. (ESAF/ AUDITOR/ MG/ 2005) A lei tributária é aplicada a fato anterior à sua 
vigência quando extinguir tributo, já que vem em benefício do contribuinte. 
 10. (ESAF/ AUDITOR RN/ 2005) É vedada a aplicação imediata da legislação 
tributária a fatos geradores cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja 
completa. 
11. (ESAF/ AUDITOR RN/ 2005) A lei tributária é aplicável a ato ou fato pretérito 
definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo como infração. 
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12. (ESAF/ AFRF / TRIB E JULG/ 2005) Por ser a isenção nada mais que o 
reverso da tributação, a lei isentiva só entra em vigor no exercício financeiro 
seguinte ao em que instituída. 
13. (ESAF/TTN/ 98): A lei tributária nova aplica-se a fatos ocorridos após a sua 
publicação e, se for o caso, decorrida a vacatio legis : 
a) salvo quando defina o fato como sendo gerador de tributo 
b) em qualquer caso, se se tratar de lei meramente interpretativa, com a 
operação da infração aos dispositivos interpretados 
c) salvo quando a lei vigente no momento da prática da infração tenha 
cominado penalidade menos severa a esta infração 
d) retroagirá, todavia, em qualquer caso, desde que o fato pretérito não tenha 
sido objeto de atividade fiscalizatória 
e) salvo quando deixe de definir o ato pretérito, não definitivamente julgado, 
como infração 
 14. (ESAF/PFN/2006) A Lei Complementar n. 118, de 9 de fevereiro de 2005, 
dispõe: 
‘Art. 3o - Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n. 5.172, de 25 
de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário 
ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do 
pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei. 
Art. 4o - Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após a sua publicação, 
observado, quanto ao art. 3o o disposto no art. 106, inciso I, da Lei n. 5.172, de 25 
de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional.’ 
Julgue os itens abaixo segundo o entendimento atualmente dominante no Superior 
Tribunal de Justiça – STJ e marque, a seguir, a opção que apresenta a resposta 
correta. 
I. O art. 3o é preceito normativo e não meramente interpretativo. 
II. II. Os dispositivos são inconstitucionais, pois, ao veicular preceito 
interpretativo, fazem-no contra expressa jurisprudência da Corte, 
violando assim o princípio da separação dos poderes, já que impõem ao 
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juiz uma interpretação da lei, função que é privativa deste e vedada ao 
legislador. 
III. III. Os processos em curso ao tempo da entrada em vigor da lei devem 
ser julgados considerando o disposto no art. 3o. 
a) Apenas o item II está errado. 
b) Apenas o item I está correto. 
c) Apenas os itens I e II estão corretos. 
d) Apenas o item II está correto. 
e) Apenas o item III está correto.” 
15. (CESPE/ AGU/ NOV 2002) O princípio da irretroatividade da lei tributária não é 
incompatível com a existência de leis tributárias que produzam efeitos jurídicos 
sobre atos pretéritos. 
16. (CESPE/ TJ-MT/ 2004) O princípio tributário da irretroatividade da lei, 
conforme disciplina legal, aplica-se aos impostos e não às contribuições. 
17. (CESPE/ TJ-MT/ 2004) O princípio tributário da irretroatividade da lei, 
conforme disciplina legal, permite a aplicação de nova legislação a fatos geradores 
pendentes. 
18. (CESPE/ TJ-MT/ 2004) O princípio tributário da irretroatividade da lei, 
conforme disciplina legal, dispõe que a alteração na legislação tributária pode 
produzir efeitos sobre fatos geradores passados para criar obrigação tributária. 
19. (CESPE/ TJ-MT/ 2004) O princípio tributário da irretroatividade da lei, 
conforme disciplina legal, configura uma versão do princípio penal de mesmo 
nome, com as mesmas especificidades em que ocorre no direito tributário. 
20. (CESPE/ SEFAZ-AL/ 2002) A lei aplica-se a fato pretérito sempre que lhe 
comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua 
prática. 
21. (CESPE/BACEN/97): Para a apuração do crédito tributário, aplica-se a 
legislação vigente ã época do lançamento do tributo. 
 
GABARITO: 
01- E (errado) 
02- E 
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03- C (certo) 
04- E 
05- E 
06- E 
07- E 
08- C 
09- E 
10- E 
11- E 
12- E 
13- Alternativa E 
14- Alternativa B 
15- C (certo) 
16- E (errado) 
17- C 
18- E 
19- E 
20- E 
21- E

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