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DIREITO TRIBUTARIO REGULAR 8

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CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR 
PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 8 
Interpretação e Integração da Legislação Tributária 
 
 
1.0 – Noções Gerais de Interpretação 
 
Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos 
e processos lógicos que visam a aclarar o conteúdo da norma jurídica definindo 
o seu conteúdo e seu alcance. Hermenêutica jurídica é a que estuda a teoria 
científica da interpretação. 
Toda norma precisa de interpretação, por mais claro que seja o 
seu conteúdo, não sendo correto o entendimento constante no antigo brocardo 
"in claris cessat interpretatio" (as normas claras não precisam ser 
interpretadas). 
O perigo de se afirmar que as normas consideradas claras não 
necessitam de interpretação é a possibilidade de o intérprete, na análise 
superficial de um texto, entender certas normas apenas no sentido imediato de 
seus dizeres, sem analisar o contexto em que se encontra o texto, suas 
conexões históricas, suas finalidades dentre outros aspectos relevantes. 
Assim, usando um exemplo citado pelo Professor Luís Roberto 
Barroso, uma placa em que esteja escrito “PROIBIDA A ENTRADA USANDO 
SUNGAS, MAIÔS, BIQUINIS E SIMILARES”, parece conter uma regra clara, 
cuja interpretação é óbvia. Todavia, a interpretação do sentido da norma varia 
de acordo com o contexto. Se a placa for afixada na porta de um restaurante 
próximo ao mar, a regra extraída do texto é: “Para entrar aqui, vista-se”. Já se a 
mesma placa for afixada numa árvore na entrada de uma praia de nudismo, a 
norma extraída do texto é: “Para entrar aqui, dispa-se”. 
Assim, não se pode confundir o texto com a norma que se extrai 
do texto. O texto, claro ou ambíguo, deve ser sempre interpretado para que 
dele se extraia a norma. 
Relembre-se uma outra situação, já analisada neste curso. Na 
aula 06, discutiu-se a correta interpretação do parágrafo único do art. 101 da 
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), cuja redação é a seguinte: 
“Art. 11. Constituem requisitos essenciais da 
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, 
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da 
competência constitucional do ente da Federação. 
 Parágrafo único. É vedada a realização de 
transferências voluntárias para o ente que não 
observe o disposto no caput, no que se refere aos 
impostos.” 
A norma parece bastante clara: se o ente federado não cria o 
tributo, nenhum outro ente pode-lhe fazer transferências voluntárias. 
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Entretanto, naquela aula, foi proposta a seguinte situação: 
“Imagine-se, a título de exemplo, um pequeno e 
pobre Município cuja economia depende quase que 
exclusivamente das aposentadorias das pessoas 
mais velhas. Admita-se a inexistência de empresas 
prestadoras de serviços, de forma a tornar inócua a 
criação de um imposto sobre serviços. 
Estaria o município obrigado a instituir formalmente 
o ISS e criar uma “máquina arrecadatória” para o 
mesmo? 
A resposta deve ser negativa. Contrariaria o espírito 
da LRF obrigar a criação de um tributo cuja 
arrecadação seria menor que o custo decorrente da 
instituição e administração. 
Em resumo, é requisito essencial da 
responsabilidade fiscal a instituição, previsão e 
efetiva arrecadação de todos os tributos 
economicamente viáveis da competência 
constitucional do ente da Federação.” 
Percebe-se que se a LRF fosse interpretada no sentido em que 
seus dizeres aparentemente claros apontavam, haveria de se concluir que se o 
pequeno e pobre Município citado como exemplo não criasse o imposto sobre 
serviços, estaria impedido de receber repasses dos demais entes, 
interpretação absurda em consonância com os objetivos da própria Lei 
interpretada. 
Afora as diferenças específicas previstas no CTN, não existe uma 
disciplina diferenciada de “hermenêutica jurídico-tributária” de forma que o 
estudo da interpretação da legislação tributária deve partir de alguns conceitos 
básicos da ciência da interpretação jurídica, válida para todos os ramos do 
direito. 
 
2.0 – Critérios de Interpretação 
 
Buscando se extrair o preciso sentido e alcance da norma, a 
doutrina propõe diversos critérios (métodos, elementos, técnicas) 
interpretativos que observam a norma sobre diversos prismas não-
hierarquizados. 
Assim, fala-se em interpretação literal (gramatical), sistemática, 
teleológica e histórica. 
 A interpretação literal ou gramatical leva em conta 
exclusivamente o rigoroso significado léxico das palavras constantes do texto 
legal, sem considerar qualquer outro valor. Conforme será visto adiante, o CTN 
exige que normas que versem sobre determinados conteúdos sejam 
interpretadas literalmente. 
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A interpretação sistemática analisa a norma como parte de um 
sistema em que está inserida, buscando a harmonia e unicidade que devem 
caracterizar um ordenamento jurídico, afastando antinomias (contradições). 
Deixa-se de olhar exclusivamente para o texto do dispositivo interpretado e se 
passa a analisá-lo em conjunto com todos os demais dispositivos da mesma 
norma e com todas as demais normas correlatas que integram o ordenamento 
jurídico, respeitando-se a hierarquia. 
A interpretação teleológica busca conhecer o sentido da norma 
através do entendimento da finalidade de sua inserção no ordenamento 
jurídico. A norma vem ao mundo com determinado intento, determinado 
propósito. O intérprete deve possuir em mente os objetivos que presidiram a 
elaboração da norma para atribuir-lhe o sentido que mais se coadune com tais 
desígnios, de forma a concretizar no mundo dos fatos a vontade abstrata da 
norma. 
A interpretação histórica leva em consideração as 
circunstâncias políticas, sociais, econômicas e culturais presentes no momento 
da edição da norma. Confere-se importância ímpar à análise das exposições 
de motivos do projeto de lei, das discussões do parlamento e da sociedade, da 
evolução histórica do instituto disciplinado na norma. Assim se chega ao que o 
legislador pretendia dizer ao redigir o texto objeto de interpretação. 
Os critérios acima estudados não são hierarquizados, de forma 
que nenhum se sobrepõe aos demais. Não são excludentes, pois se 
complementam ao permitir a análise da norma sob diversos prismas 
(significado léxico, harmonia com o sistema, finalidades e contexto histórico) 
para que se chegue ao conteúdo e alcance preciso, consentâneo com o direito. 
 
3.0 – Interpretação quanto à Fonte 
 
Quanto à fonte da qual emana, a interpretação pode ser 
autêntica, doutrinária, judicial ou administrativa. 
A interpretação é autêntica quando é realizada pela mesma 
autoridade responsável pela elaboração da lei interpretada. 
Às vezes a interpretação é realizada no texto da mesma lei 
interpretada. São os casos, dos dispositivos que trazem regras como “para os 
efeitos do artigo 3º desta lei, considera-se...”, e segue-se uma interpretação 
legal de um instituto citado no dispositivo referido. 
Em outras oportunidades, edita-se uma “lei 02” com o objetivo de 
interpretar disposições de uma “lei 01”, anteriormente editada. É nesse caso 
que se fala em retroatividade da lei expressamente interpretativa, conforme se 
estudou na aula 07. 
A interpretação é doutrinária quando é fruto do trabalho dos 
estudiosos do direito (doutrinadores) na análise das normas produzidas pelas 
autoridades competentes. Apesar de não ser uma interpretação de observância 
obrigatória, possui grande importância, pois serve como base para as demais 
fontes interpretativas, sendo comum que o legislador, o juiz e as autoridades 
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administrativas fundamentem suas conclusões no posicionamento da doutrina 
especializada. 
A interpretação é judicial quando emana dos órgãos do Poder 
Judiciário (juízes e tribunais) do País ao analisarem os processos que lhes são 
submetidos. Quando as decisões se reiteram no mesmo sentido, diz-se que se 
formou jurisprudência. Assim, falar em jurisprudência é mais que falar em 
interpretação judicial. A decisão de um juiz é fruto de uma interpretação judicial. 
Para se falar em jurisprudência é necessário um conjunto de decisões de 
órgãos judiciais diversos - ou, ao menos, de hierarquia constitucional elevada – 
no mesmo sentido. 
A interpretação é administrativa quando é realizada pela 
administração pública no exercício de seu mister de concretizar no mundo as 
disposições abstratas da lei. A administração interpreta a lei por intermédio de 
atos gerais e abstratos ou através de atos individuais e concretos. 
A título de exemplo, quando o Secretário da Receita Federal edita 
uma instrução normativa interpretando determinada lei tributária, o ato é geral 
(destinado a todos que se ponham ao alcance da lei) e abstrato (versa sobre 
hipóteses, não sobre casos concretos). Já quando um Auditor-Fiscal da 
Receita Federal elabora um auto de infração, ele também interpreta 
administrativamente a lei; entretanto, o ato decorrente é individual (destina-se 
exclusivamente ao contribuinte autuado) e concreto (refere-se a fatos 
concretamente verificados no mundo e não a meras hipóteses). 
 
4.0 – Interpretação quanto aos Efeitos ou Resultados 
 
A lei, como obra do homem, não é uma obra perfeita. 
Além dessa afirmativa incontestável, há de se recordar que o 
Parlamento não é composto necessariamente de técnicos, nem tampouco de 
juristas. Nele estão presentes, ao menos na teoria, representantes do povo 
com suas diversas formações acadêmicas, ou até mesmo ausência delas. 
Dentre as diversas imperfeições que se percebem no produto dos 
trabalhos legislativos estão os casos em as técnicas interpretativas estudadas 
apontam que o texto legal escrito diz mais do que deveria, mais do que o 
próprio legislador intentava dizer. O problema oposto também é possível, 
ocorrendo quando o texto diz menos do que deveria ter dito. 
Nestes casos, é necessário que o intérprete faça uma verdadeira 
retificação (ampliação ou redução) de alcance. Neste contexto, a interpretação, 
quanto aos efeitos (ou resultados), pode ser classificada como declaratória, 
extensiva ou restritiva. 
A interpretação declaratória opera-se quando o intérprete, 
utilizando dos critérios estudados, conclui que há coincidência entre o que o 
legislador quis dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto legal, não 
havendo necessidade de se fazer qualquer correção (ampliação ou restrição) 
do seu alcance em seara interpretativa. 
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A interpretação é extensiva quando o intérprete percebe que no 
texto escrito o legislador disse menos do que pretendia, deixando de abranger 
casos que deveriam estar sobre sua regulação, sendo necessário se ampliar o 
conteúdo aparente da norma, de forma a atribuir-lhe o alcance que o legislador 
originariamente lhe quis conferir. 
A interpretação é restritiva quando o intérprete percebe que no 
texto escrito o legislador disse mais do que pretendia, abrangendo casos que 
não deveriam estar sobre sua regulação, sendo necessário se restringir o 
conteúdo aparente da norma, de forma a atribuir-lhe o alcance que o legislador 
originariamente lhe quis conferir. 
 
5.0 – Interpretação da Legislação Tributária no Código Tributário Nacional 
 
O Código Tributário Nacional possui poucas regras específicas 
sobre interpretação da legislação tributária. O motivo, conforme já ressaltado, é 
que as regras estudadas pela hermenêutica jurídica valem para todo o direito, 
que, nunca é demais ressaltar, é uno, sendo a separação em ramos apenas 
uma conveniência didática para facilitar-lhe o estudo. 
Vale dizer, o CTN só trata de situações específicas, por vezes 
impondo critérios ou métodos a serem aplicados de forma vinculada para a 
análise de determinados institutos específicos da disciplina tributária. 
 
5.1 – A Interpretação Necessariamente Literal de Determinados Institutos 
 
É princípio de hermenêutica que as exceções devem ser 
interpretadas estritamente, sem a possibilidade de utilização de restrições e, 
principalmente, de restrições ou analogias. 
O motivo é por demais óbvio. Se se permitir interpretações 
extensivas e utilização de analogias para a definição do alcance das exceções, 
estas tenderão a suplantar a regra, o que seria uma subversão da ordem. 
De uma maneira mais clara, se uma regra possui três exceções e 
o intérprete, por meio de analogias e extensões, abarca dentro destas 
exceções mais três, cinco, dez casos, a tendência é que a exceção passe a ser 
regra; e a regra, exceção. 
Na esteira deste raciocínio, o CTN submeteu a uma interpretação 
necessariamente literal determinados institutos tributários. Todos se referem a 
situações que configuram exceções a importantes regras tributárias. 
A terminologia adotada pelo Código não é das melhores, pois, ao 
afirmar que a interpretação de certas normas deveria ser feita literalmente, o 
legislador não quis afirmar ser impossível a utilização dos critérios teleológico, 
histórico e sistemático. 
Como exemplo do afirmado, lembra-se que toda norma jurídica 
infraconstitucional está sujeita à aferição de sua compatibilidade com a 
Constituição Federal. Quando se faz controle de constitucionalidade, deixa-se 
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de olhar para a norma como um ente isolado no mundo e passa-se a encará-la 
como integrante de um sistema em que absolutamente todas as normas têm 
que ser compatíveis com a Constituição, sob pena de invalidade. 
Percebe-se pelo exemplo citado que toda norma deve ser 
interpretada também de maneira sistêmica, mesmo aquelas que o CTN afirma 
deverem ser interpretadas literalmente. 
Na realidade, conforme explicado, o CTN quer que certas normas 
sejam interpretadas estritamente, sem a possibilidade de ampliações. Neste 
contexto, o Código afirma, no seu artigo 111, que se interpreta literalmente a 
legislação tributária que disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias 
acessórias. 
São todos casos de exceção, pois a regra é que, se ocorreu o 
fato gerador, que o crédito tributário seja constituído e o tributo exigido do 
sujeito passivo; se ocorreu infração, que a penalidade seja aplicada ao 
contribuinte 
 Nos casos de suspensão da exigibilidade (todos os do art. 
151,do CTN), temporariamente o tributo deixa de ser exigido. Nos casos de 
exclusão do crédito tributário, ou o tributo não é exigido (isenção), ou a punição 
não é aplicada (anistia). São exceções à regra e que devem ser interpretadas, 
no dizer do Código, literalmente. 
A rigor, os casos de outorga de isenção configuram hipótese de 
exclusão do crédito tributário, sendo sua menção no inciso II apenas uma 
redundância. 
Por fim, a última hipótese versa sobre a dispensa do cumprimento 
de obrigações tributárias acessórias. Como se estudará no momento oportuno, 
tais obrigações são aquelas que não possuem conteúdo pecuniário, como 
escriturar livros fiscais ou entregar declarações tributárias. 
Ora, se a regra é escriturar livros fiscais e uma lei, por exemplo, 
dispensa os optantes do SIMPLES de fazê-lo, tal exceção deve ser 
interpretada literalmente de forma que os não optantes, mesmo que estejamna 
mesma situação econômico-financeira e exerçam exatamente a mesma 
atividade do optante, têm que proceder à devida escrituração. E exceção é 
interpretada “literalmente”. 
 
5.2 – A Interpretação Benigna em Matéria de Infrações 
 
Aqui, mais uma vez o direito tributário penal (aquele que se refere 
à definição de infrações tributárias e suas respectivas punições) sofre influência 
direta do direito penal. Trata-se do princípio segundo o qual, na dúvida, deve-
se adotar a interpretação mais favorável à pessoa acusada do cometimento de 
uma infração (in dubio pro reo). 
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O primeiro aspecto importante a destacar é o âmbito de aplicação 
do princípio. A interpretação benigna aplica-se exclusivamente à lei que 
define infrações ou comina penalidades. 
Em se tratando de lei que discipline o próprio tributo tratando, por 
exemplo, de fato gerador, alíquota, base de cálculo ou contribuinte, não há que 
se falar em interpretação mais favorável. 
Se houver dúvida sobre em que posição deve ser enquadrada 
determinada mercadoria na tabela da Nomenclatura Comum do Mercosul – 
NCM, não se pode decidir pela posição que traga menor incidência tributária do 
II e do IPI tão somente por ser a interpretação mais benéfica. 
A dúvida deve ser sanada utilizando-se dos diversos critérios 
interpretativos já estudados e a solução pode ser pela alíquota maior ou pela 
menor ou por qualquer outra intermediária. 
Repise-se: não existe qualquer concepção interpretativa 
apriorística para se resolverem as dúvidas em direito tributário, na de “na 
dúvida favorecer o fisco” ou de “na dúvida favorecer o contribuinte”. O certo é 
na dúvida, dirima-se a dúvida. 
Todavia, aqui, em matéria de infrações, existe a concepção 
apriorística objeto ora estudada: na dúvida, interprete-se em favor do acusado. 
Por oportuno, transcreve-se o dispositivo do CTN que contém a 
regra: 
“Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe 
comina penalidades, interpreta-se da maneira mais 
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: 
I - à capitulação legal do fato; 
 II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, 
ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; 
 III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua 
graduação.” 
 
O segundo ponto relevante é que, mesmo em se tratando de 
direito tributário penal, a interpretação benéfica só é aplicável em caso de 
dúvida. São vários os precedentes do STJ no sentido de que “não havendo 
divergência acerca da interpretação da lei tributária, o art. 112 do CTN não 
pode ser aplicado” (REsp 9.571/RJ, REsp 41.928/SP, REsp nº 178.427/SP). 
Um exemplo definido na jurisprudência ajudar a aclarar a 
afirmativa aqui feita. O art. 23, parágrafo único, III, do Decreto-Lei nº 7.661/45 
(antiga lei de falências) afirmava que não poderiam ser reclamadas na Falência 
as penas pecuniárias por infração das leis penais e administrativas. Vários 
contribuintes em concordata (hoje substituída pela recuperação judicial) 
quiseram se livrar das multas tributárias com base no dispositivo. 
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Primeiro quiseram uma interpretação extensiva do dispositivo 
afirmando que o legislador não queria beneficiar somente as empresas em 
processo de falência, mas também as concordatárias. 
Com as discussões criadas e vendo o insucesso da alegação, as 
concordatárias passaram a dizer que haveria dúvida no dispositivo e que, 
portanto, deveria ser aplicado o art. 112 do CTN, interpretando-se a então lei 
de falências da maneira mais favorável ao acusado. 
A Primeira Seção do STJ, em 24/08/2000, no julgamento, por 
maioria, proferido nos EREsp nº 111926, firmou o entendimento de que o art. 
23, parágrafo único, do DL nº 7.661/45, que exclui da falência as multas penais 
e administrativas, não pode, numa interpretação extensiva, ser aplicado à 
concordata. Asseverou-se, na ocasião, que na concordata a supressão da 
multa moratória beneficia apenas o concordatário, que já não honrara seus 
compromissos, enquanto que, na falência, a multa, se imposta, afetaria os 
próprios credores, quebrando o princípio de que a pena não pode passar do 
infrator. 
Não havia, portanto, dúvida na interpretação da norma, não 
sendo o caso de utilização do art. 112 do CTN. 
 
 
5.3 – Princípios de Direito Privado e Princípios de Direito Público 
 
O direito tributário é ramo de direito público, estando sujeito, 
como conseqüência, aos princípios basilares que informa o regime jurídico 
publicista, quais sejam, a supremacia do interesse público sobre o interesse 
privado e a indisponibilidade do interesse público. 
O direito privado fundamenta-se em princípios diametralmente 
opostos, pois nas relações entre particulares presume-se que as partes 
buscam interesses privados sendo tratadas de maneira igual pela lei (não se 
fala em supremacia dos interesses de nenhuma das partes). Os interesses 
privados são, via de regra, disponíveis, sendo a indisponibilidade exceção. 
Percebe-se portanto que, apesar da unidade do direito, o 
privatista raciocina de maneira diferente do publicista, pois os princípios 
norteadores dos respectivos raciocínios são manifestamente opostos. 
Até aí nenhuma novidade, nenhum problema. As complicações 
poderiam surgir nos diversos momentos em que as normas tributárias se 
utilizam de conceitos de direito privado para definir ou limitar competências 
tributárias. 
Como exemplo, pode-se citar a norma constitucional que atribui 
competência para que os Municípios instituam o ITBI, assim redigida: 
 
“Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos 
sobre: 
(...) 
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II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão 
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição” 
Trata-se indiscutivelmente de uma norma constitucional-tributária 
que define e limita competência tributária municipal. Entretanto, a norma é 
redigida, do início ao fim, fazendo uso de institutos típicos de direito privado. 
É o direito privado que estuda a propriedade e os seus meios de 
transferência, define o que é ato oneroso, o que são direitos reais, o que são 
bens imóveis por natureza ou por acessão física, enumera e regula os direitos 
reais sobre imóveis, os direitos de garantia, os casos de cessão de direito, 
enfim, todos os institutos citados no dispositivo transcrito são estudados no 
direito privado (direito civil). 
Poderia o intérprete mais apressado ter dúvida sobre qual 
enfoque o dispositivo deveria ser interpretado: sob a ótica do direito público ou 
do direito privado. 
O Código Tributário Nacional resolve a dúvida com um critério 
bastante simples e que poderia ser facilmente explicado com base num famoso 
dito popular: “Cada macaco no seu galho!”. 
Assim, conforme afirma o art. 109 do CTN, os princípios gerais de 
direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do 
alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos 
respectivos efeitos tributários. 
Em outras palavras, se o intérprete quer entender o significado de 
propriedade para entender a regra que atribui ao Município a competência para 
instituir o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (CF, art. 156, 
I), deve procurar os compêndios de direito civil. 
Todavia, não lhe será útil vasculhar a se utilizar dos princípios 
gerais adotados pela doutrina civilista para perquirir os efeitos tributáriosda 
propriedade, pois tal atividade é levada a cabo sob outra ótica, a dos princípios 
de direito tributário. 
As restrições não se aplicam tão-somente à utilização dos 
princípios de direito privado para o estudo da matéria tributária, pois o direito 
tributário também não pode tudo nesta seara. 
Quando o legislador constituinte adota determinado instituto de 
direito privado na regra que atribui ou limita competência tributária, ele imagina 
tal instituto conforme conhecido e definido pelos privatistas. 
Admitir que o legislador tributário altere um conceito de direito 
privado do qual o legislador constituinte fez uso na definição ou limitação de 
competência tributária seria legitimar a mudança da Constituição sem Emenda. 
É bem fácil entender a afirmação feita acima quando se relembra 
serem diferentes os conceitos de texto e de norma. O texto é composto pelos 
signos colocados sobre o papel. A norma é a regra de conduta extraída da 
leitura do texto, mediante a utilização das técnicas interpretativas. 
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Relembre-se o exemplo citado no item 1.0. Dependendo do 
contexto, de um mesmo texto (“PROIBIDA A ENTRADA USANDO SUNGAS, 
MAIÔS, BIQUINIS E SIMILARES”) poderiam ser extraídas normas de sentidos 
absolutamente opostos. Assim, do texto, na entrada de um restaurante, extraía-
se a norma VISTA-SE; na entrada de uma praia de nudismo, extraía-se a 
norma “DISPA-SE”. 
A norma constitucional nada mais é que o conteúdo extraído do 
texto constitucional mediante a utilização das técnicas interpretativas. 
Assim, se o legislador tributário edita norma em que se afirma que 
“para efeitos de cobrança do IPTU considera-se propriedade...” e continua 
a sentença dando uma definição de propriedade diferente da lição comezinha 
de direito civil, ele não estará simplesmente mudando um conceito, ele estará 
agredindo a Constituição Federal. 
Perceba-se que se se admitir procedimento como o aqui 
exemplificado, toda a Constituição Federal poderá ser alterada sem 
necessidade do procedimento mais rigoroso que a define como rígida e, em 
situações específicas, até mesmo sem respeito às cláusulas pétreas. 
Imagine-se que a oposição ao governo Lula houvesse proposto 
em 2004 uma lei em que se afirmasse o seguinte: “Para efeito da 
inelegibilidade de que trata o § 4º, do art. 14, da Constituição Federal, 
consideram-se analfabetas todas as pessoas que não possuam diploma de 
curso superior completo”. 
Claro que a lei seria agressiva à Constituição Federal, pois a título 
de interpretá-la, estaria tentando alterá-la, tendendo a abolir um direito 
individual, a capacidade eleitoral passiva. 
Seguindo a esteira deste entendimento, o Código Tributário 
Nacional, no seu art. 112, afirma que lei tributária não pode alterar a definição, 
o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, 
utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas 
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos 
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. 
A rigor, a definição e limitação das competências tributárias é 
matéria disciplinada exclusivamente na Constituição Federal, não podendo 
haver inovação de conteúdo nas Leis Orgânicas do DF e Municípios, nem nas 
Constituições Estaduais. Em provas de concurso público todavia, deve ser tida 
por correta a literalidade da lei. Assim, não se pode alterar, na legislação 
tributária, conceito expressa ou implicitamente utilizado nas leis máximas dos 
entes federados menores ou na Constituição Federal. 
A interpretação a contrario sensu é também importante, de forma 
que os conceitos de direto privado que não tenham sido utilizados pelas citadas 
leis máximas podem ser alterados pelo legislador infraconstitucional, não 
havendo que se falar em inconstitucionalidade neste caso. Como será visto 
adiante, o CTN efetivamente disciplina de maneira diferenciada diversos 
institutos de direito privado não utilizados na Constituição, como se pode 
perceber nas regras sobre transação e compensação, dentre outras. 
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Uma controvérsia recentemente solucionada pelo Supremo 
Tribunal Federal exemplifica o que foi acima exposto. 
A Constituição Federal previa no seu texto originário, art. 195, I, 
dentre outras, uma contribuição social sobre o faturamento. 
A palavra “faturamento” vem de fatura (título de crédito 
disciplinado pelo direito comercial) e sempre foi entendida como referente às 
receitas decorrentes da venda de mercadorias e, por extensão, da prestação 
de serviços. Em suma, só é possível enquadrar dentro do conceito de 
faturamento a receita operacional, assim entendida aquela que a empresa 
obtém através de atos de compra e venda, seja de mercadorias, seja de 
serviços 
Não é possível, sem agredir o mínimo semântico da palavra 
faturamento, faze-la compreender, por exemplo, as receitas financeiras (juros, 
por exemplo). 
Na contramão deste raciocínio, foi editada a Lei 9.718/98, que 
ampliou a base de cálculo da COFINS e do PIS, cujo art. 3º, § 1º, assim define 
faturamento: 
“Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo 
anterior corresponde à receita bruta da pessoa 
jurídica. 
§ 1º. Entende-se por receita bruta a totalidade das 
receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo 
irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a 
classificação contábil adotada para as receitas.” 
 
O Supremo Tribunal Federal falhou por tardar, mas, sete anos 
após a edição da Lei 9.718/98, concluindo o julgamento de uma série de 
recursos extraordinários, proferiu decisão histórica, assim anunciada no 
Informativo 408 da Corte (transcreve-se trecho): 
“O Tribunal, por unanimidade, conheceu dos 
recursos e, por maioria, deu-lhes provimento para 
declarar a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da 
Lei 9.718/98. Entendeu-se que esse dispositivo, ao 
ampliar o conceito de receita bruta para toda e 
qualquer receita, violou a noção de faturamento 
pressuposta no art. 195, I, b, da CF, na sua redação 
original, que equivaleria ao de receita bruta das 
vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços 
e de serviços de qualquer natureza, conforme 
reiterada jurisprudência do STF.” (RE 410.691-ED, 
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 23/06/06) 
 
5.4 – O Princípio do Pecunia Non Olet 
 
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Conforme estudado na definição de tributo (aula 00), para o 
direito tributário não existe relevância se a situação que teve como 
conseqüência a ocorrência do fato gerador configure ilícito, mesmo que 
criminal. 
Utilizou-se, como exemplo, a tributação dos rendimentos oriundos 
de atividades ilícitas, como o tráfico de entorpecentes ou a corrupção. Nesses 
casos, apesar de o fato que deu origem aos rendimentos ser criminoso (não 
cheirar bem), a renda dele decorrente é sujeita ao imposto de renda (dinheiro 
não cheira). 
Seguindo essa linha de raciocínio, o Código Tributário Nacional 
prevê que a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da 
validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, 
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus 
efeitos ou dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos (CTN, art. 118). 
Assim, por exemplo, os requisitos para que se considere válido 
um negócio jurídico sob a ótica do direito civil (agente capaz; objeto lícito, 
possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei – 
CC, art. 104) são irrelevantes para se interpretar a definição legal do fato 
gerador. 
Por isso o próprioCódigo Tributário Nacional prevê, no seu artigo 
126, que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das 
pessoas naturais. Veja-se que, nos termos do Código Civil, se não há 
capacidade civil, o negócio jurídico celebrado é inválido. Para o direito 
tributário, contudo, a falta de capacidade tributária é irrelevante, pois se ocorrer 
no mundo dos fatos a situação definida em lei como necessária e suficiente 
para o nascimento da obrigação tributária (fato gerador), o tributo será cobrado. 
 
6.0 – Integração da Legislação Tributária 
 
Como visto, interpretar é perquirir o conteúdo e o alcance de 
determinada norma jurídica. 
Entretanto, como o legislador não é um Deus, a lei, sua obra, não 
consegue prevê soluções normativas para todos os fatos que possa a vir 
acontecer no mundo. Surge então o problema das lacunas, situações não 
disciplinadas por lei, mas que precisam de uma solução a ser dada pelo direito. 
Os estudiosos da ciência da interpretação discutem se 
efetivamente existem lacunas no ordenamento jurídico, a maioria concluindo 
pela plenitude de tal sistema, pois mesmo quando a lei se apresenta lacunosa, 
há a previsão, no próprio ordenamento de como colmatar, preencher a lacuna. 
A conclusão majoritária é que, vendo as normas de maneira 
estática, lacunas serão percebidas, mas na sua dinâmica as regras de 
integração da legislação vão garantir a plenitude do direito. 
Assim, em homenagem ao princípio da plenitude do direito, o juiz 
está proibido de deixar de decidir os litígios que lhe são submetidos alegando 
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que não existe lei disciplinando a matéria (proibição do non liquet), pois nestes 
casos o próprio direito lhe diz qual a providência a ser adotada. 
Há de se ressaltar, porém, que não se pode confundir lacuna com 
os casos em que o legislador quis que determinado texto normativo 
abrangesse só determinadas situações e não outras. Nestes casos, o silêncio 
da norma deve ser interpretado como uma manifestação no sentido de que ela 
não deve ser aplicada a outros casos que não os previstos expressamente, 
pois, nas palavras do Ministro Moreira Alves, “só se aplica a analogia quando, 
na lei, haja lacuna, e não o que os alemães denominam ‘silêncio eloqüente’ 
(beredtes Schweigen), que é o silêncio que traduz que a hipótese 
contempladaé a única a que se aplica o preceito legal, não se admitindo, 
portanto, aí o emprego da analogia” (excerto do voto proferido no julgamento, 
pela 1ª Turma do STF, do RE 130.552) . 
A regra geral básica para a solução do problema das lacunas no 
direito brasileiro está prevista no artigo 4º da LICC, assim redigido: 
 
 “Art. 4º. Quando a lei for omissa o juiz decidirá o 
caso de acordo com: a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de Direito”, 
 
 Seguindo o mesmo caminho, mas com uma redação mais 
precisa, o artigo 126 do Código de Processo Civil afirma: 
 
 “Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ao 
despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. 
No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas 
legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos 
costumes e aos princípios gerais de Direito.” 
 
Em se tratando de matéria tributária, contudo, a solução do 
problema das lacunas toma por base regra específica – portanto prevalente - 
constante do art. 108, do CTN, abaixo transcrito: 
 “Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a 
autoridade competente para aplicar a legislação 
tributária utilizará sucessivamente, na ordem 
indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a eqüidade. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na 
exigência de tributo não previsto em lei. 
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§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na 
dispensa do pagamento de tributo devido.” 
 
O dispositivo é direcionado tanto para a autoridade fiscal quanto 
para a autoridade judiciária que se depare com uma situação cuja solução 
normativa não esteja prevista expressamente. 
É apresentada uma seqüência taxativa e hierarquizada de 
técnicas para solucionar o problema da lacuna na legislação tributária. Em 
primeiro lugar, tenta-se preencher a lacuna por intermédio da analogia, só se 
utilizando os princípios geris de direito tributário na hipótese de não se 
encontrar uma solução viável por intermédio daquela técnica, e assim por 
diante. 
A primeira técnica da integração prevista foi a analogia. 
A analogia consiste na aplicação de uma norma jurídica existente 
a um caso não previsto por ela, mas essencialmente semelhante ao previsto. 
Em outras palavras, a regra existente não abrange explicitamente o caso 
concreto a ser resolvido, mas como este se assemelha com o previsto 
abstratamente, pode desfrutar da mesma solução normativa prevista para 
aquele outro. 
A analogia não deve ser confundida com a interpretação 
extensiva. Nesta, como visto no item 4.0, o intérprete percebe que o legislador, 
ao redigir o texto, disse menos do que intentava, de forma que se acaba por se 
ampliar o conteúdo aparente da norma, abarcando situações aparentemente 
não previstas. Na analogia, a situação a ser resolvida está indiscutivelmente 
fora do alcance da norma, pois o legislador não pensava em tratar de tal 
situação ao escrever o texto, mas, em virtude de a situação imprevista se 
assemelhar à expressamente prevista, acaba por compartilhar com esta a 
mesma solução. 
O fundamento da utilização da analogia é o princípio da isonomia, 
pois aos casos semelhantes deve-se aplicar soluções análogas. Imagina-se 
que, se para a situação “A” o legislador previu a solução “X”, e para a situação 
“B”, análoga à situação “A”, não previu qualquer solução, a solução “X” pode 
ser aplicada também à situação “B”, pois, provavelmente, assim faria o próprio 
legislador caso fosse instado a resolver o problema. 
Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, no seu 
Manual de Direito Tributário, propõem o seguinte exemplo: 
 
“A legislação do IR prevê que, quando a autoridade 
fiscal verifica inconsistências na declaração de 
renda, pode notificar o sujeito passivo para prestar 
esclarecimentos na repartição, fixando-lhe um prazo 
de 20 dias para comparecimento. A legislação do 
ITR também prevê a possibilidade de notificar o 
sujeito passivo para prestar esclarecimentos 
relativos à declaração do ITR, mas não estabelece 
prazo nenhum. Nessa situação, a autoridade 
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administrativa, ao intimar determinado sujeito 
passivo para prestar esclarecimentos relativos à 
declaração do ITR, pode fixar-lhe prazo de 20 dias 
para comparecimento à repartição, utilizando-se, por 
analogia, a legislação do IR.” 
 
Não preenchida a lacuna através da analogia, deve a autoridade 
responsável pela aplicação da legislação tributária buscar a solução nos 
princípios gerais de direito tributário. 
Tais princípios são aqueles específicos deste ramo de direito 
como o da anterioridade, noventena, isonomia, capacidade contributiva, não-
confisco, liberdade de tráfego, dentre outros. 
Superada a possibilidade de solução da lacuna normativa pelas 
suas primeiras técnicas interpretativas, a autoridade deverá partir para a 
utilização dos princípios gerais de direito público. 
Perquire-se uma solução do problema por meio das diretrizes 
básicas válidas para os diversos ramos do direito público (administrativo, 
constitucional, processual, penal). São princípios que, por vezes, têm sua 
importância ampliada em uns ou alguns destes ramos, mas que, dadaa 
unicidade do direito, podem ser úteis na solução de uma lacuna normativa em 
qualquer deles. 
Como exemplos, podem ser citados os princípios da supremacia 
do interesse público sobre o privado, da indisponibilidade do interesse público, 
segurança jurídica, da ampla defesa, do contraditório, da unidade da jurisdição, 
da liberdade do trabalho, dentre outros. 
Se nenhuma das três técnicas apresentadas resolver o problema, 
a autoridade responsável pela aplicação da legislação tributária se utilizará da 
equidade, procurando dar a solução mais justa para o caso concreto que lhe é 
apresentado. 
Trata-se de uma humanização do direito positivo, que traz para a 
autoridade responsável um amplo grau de discricionariedade para resolver a 
lacuna adequando o ordenamento jurídico - normalmente composto de normas 
gerais e abstratas – às especificidades de um caso concreto. 
 
6.1 – Discricionariedade Interpretativa e Limitações ao Uso das Técnicas de 
Integração 
 
Pela análise realizada, percebe-se que a ordem estabelecida pelo 
CTN visa a solucionar o problema da lacuna normativa em direito tributário sem 
completo abandono da rigidez que caracteriza o princípio da legalidade neste 
ramo da ciência jurídica. 
Em primeiro lugar estabeleceu uma rigorosa seqüência 
hierarquizada de técnicas a ser seguida pela autoridade, sem qualquer margem 
de discricionariedade que lhe permitisse valorizar mais ou menos determinada 
técnica ou aplicá-las conjuntamente. 
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O critério usado pelo legislador para dar preferência de uma 
técnica sobre outra foi o de conferir à autoridade responsável o mínimo grau de 
discricionariedade possível e ir ampliando este grau passo a passo, na medida 
do necessário. 
Perceba-se que a discricionariedade existente é na manipulação 
de cada técnica, jamais na escolha entre as técnicas que é absolutamente 
vinculada. 
Nesta linha, percebe-se que a analogia confere à autoridade 
competente para a aplicação da legislação tributária um certo grau de 
discricionariedade, pois há margem interpretativa na análise de semelhança 
das situações normatizadas pelo legislador e aquelas carentes de 
disciplinamento normativo expresso. 
Entretanto, não se obtendo a solução do problema por meio da 
analogia, parte-se para algo que permite uma maior margem interpretativa, os 
princípios de direito, mas desde já restringindo a busca a princípios específicos 
do ramo tributário da ciência jurídica. 
No passo subseqüente, novamente a discricionariedade da 
autoridade é aumentada, pois a possibilidade de utilização dos princípios de 
direito é ampliada, uma vez que o campo de investigação não mais se restringe 
ramo jurídico específico (tributário), mas a um conjunto de ramos do direito 
(público). 
Não resolvido o problema, o legislador tributário passa para a 
derradeira técnica, a que mais confere liberdade à autoridade responsável, 
determinando-lhe praticamente que crie a solução que lhe pareça mais justa. 
Em nenhum caso se abandona por completo a legalidade, tão 
rígida em matéria tributária, pois o próprio código proíbe que da utilização da 
analogia decorra a cobrança de tributo não previsto em lei (CTN, art. 108, §1º). 
Assim, por mais que uma manifestação de riqueza sem previsão de tributação 
se assemelhe a uma outra tributada, o tributo não pode ser cobrado. 
A título de exemplo, quando um navio pesqueiro sai das águas 
territoriais brasileiras e captura pescados em alto mar, ingressando novamente 
em território nacional (território aduaneiro), acontece algo muito semelhante 
(análogo) à entrada da mercadoria estrangeira em território nacional, fato 
gerador do imposto de importação. Entretanto, como a mercadoria não é 
estrangeira, a norma não incide e o tributo não é cobrado. 
Caso a cobrança fosse realizada, haveria agressão indireta ao 
princípio da legalidade (CF, art. 150, I) e direta à regra restritiva ora comentada 
(CTN, art. 108, § 1º). 
É também o princípio da legalidade que fundamenta a restrição 
contida no § 2º, do art. 108 do CTN, o qual impede que do emprego da 
eqüidade resulte a dispensa de tributo devido. 
Assim, se a lei prevê a incidência tributária sobre determinado 
fato, não pode a autoridade fiscal, diante de considerações sobre o que seria 
justo no caso concreto, deixar de cobrá-lo. 
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Aliás, a eqüidade, como os demais métodos integrativos ora 
estudados, serve para solucionar o problema da inexistência de disposição 
normativa expressa, não podendo se converter num mecanismo que afastasse 
a incidência de norma existente. Assim, se a lei que instituiu o tributo incidiu, 
não se pode dispensar o pagamento devido com base em eqüidade. 
Provavelmente o legislador positivou a regra com o objetivo de 
impedir manobras interpretativas no sentido de se imaginar que se determinada 
incidência tributária parecer injusta no caso concreto e o legislador não criou, 
por exemplo, uma regra de isenção para tal caso, há lacuna na legislação que 
poderia ser solucionada por meio do manejo da eqüidade. 
O raciocínio destoa do ordenamento tributário brasileiro por vários 
motivos. Em primeiro lugar, agride o princípio da legalidade (CF, art. 150, I). 
Em segundo, contrapõe-se à definição de tributo, que impõe a plena vinculação 
de sua atividade de cobrança (CTN, art. 3º). Em terceiro, encontra impedimento 
na regra que submete as isenções à interpretação literal (CTN, art. 111, II). Em 
quarto – e não menos importante – agride a proibição da restrição que se está 
a analisar (CTN, art. 108, § 2º). 
Por fim, observe-se que apesar de as restrições constantes no 
parágrafo único do art. 108 do CTN se aplicarem expressamente apenas ao 
emprego da eqüidade e da analogia (raciocínio que deve ser seguido em 
provas objetivas de concursos públicos), o princípio da legalidade impõe que 
elas sejam observadas em qualquer caso de integração da legislação tributária. 
Vale dizer, jamais se pode, com base em qualquer das quatro 
técnicas integrativas da legislação tributária, previstas no art. 108 do CTN, 
exigir tributo não previsto em lei ou dispensar tributo legalmente previsto. 
 
Por enquanto é só. 
Ricardo Alexandre. 
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Questões de Concursos Anteriores 
 
1. (CESPE/ SENADO/ 2002) Em direito tributário, o emprego da analogia não 
poderá resultar na exigência de tributo não-previsto em lei. 
2. (CESPE/ SENADO/ 2002) A eqüidade é um método que resulta na dispensa 
do tributo devido. 
3. (CESPE/ SENADO/ 2002) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se 
para a pesquisa de definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, 
conceitos e formas, bem como para a definição dos respectivos efeitos 
tributários. 
4. (CESPE/ SENADO/ 2002) Interpreta-se literalmente a legislação tributária 
que disponha acerca da outorga de isenção e da dispensa do cumprimento das 
obrigações acessórias. 
5. (CESPE/ SENADO/ 2002) A lei tributária que define infrações, ou lhe comina 
penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de 
dúvida quanto à autoria e capitulação legal do fato. 
6. (CESPE/ SEFAZ-AL/ 2002) Em virtude do princípio da justiça fiscal, o 
emprego da analogia pode resultar na exigência de tributo que não foi previsto 
em lei; o da eqüidade pode implicar a dispensa do tributo devido. 
7. (ESAF/ AUDITOR/ MG/ 2005) A lei que disponha sobre suspensão e 
exclusão do crédito tributário deve ser interpretada, segundo o Código 
Tributário Nacional, em benefício do contribuinte. 
8. (ESAF/ AUDITOR/ MG/ 2005) Segundo o Código TributárioNacional, o 
emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto 
em lei. 
 9. (ESAF/AUDITOR DE FORTALEZA/98) É obrigatória a interpretação 
gramatical de norma que verse sobre moratória 
10. (ESAF/AUDITOR DE FORTALEZA/98) No preenchimento de lacunas da 
legislação tributária, utiliza-se preferencialmente a analogia. 
11. (ESAF/AUDITOR DE FORTALEZA/98) O emprego da eqüidade pode 
resultar na dispensa do pagamento de penalidade pecuniária 
12. (ESAF/AUDITOR DE FORTALEZA/98) A lei definidora de infrações 
tributárias interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de 
dúvida quanto à imputabilidade. 
13. (ESAF/ AUDITOR RN/ 2005) A legislação tributária que disponha sobre 
parcelamento de crédito tributário deve ser interpretada literalmente. 
14. (ESAF/ AUDITOR RN/ 2005) Quando não há dúvida quanto à capitulação 
legal do fato, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, 
deve ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado. 
15. (ESAF/ PROC. DO MUNICÍPIO/ FORTALEZA/ 2002) Em capítulo dedicado 
à interpretação e integração da legislação tributária, o Código Tributário 
Nacional preceitua que, na ausência de disposição normativa expressa, a 
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autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, 
sucessivamente, na rigorosa ordem a seguir indicada: 
a) os princípios gerais de direito tributário, os princípios gerais de direito 
público, a analogia e a eqüidade. 
b) a analogia, os princípios gerais de direito tributário, os princípios gerais de 
direito público e a eqüidade. 
c) a analogia, os princípios gerais de direito público, os princípios gerais de 
direito tributário e a eqüidade. 
d) os princípios gerais de direito tributário, a analogia, os princípios gerais de 
direito público e a eqüidade. 
e) a analogia, a eqüidade, os princípios gerais de direito tributário e os 
princípios gerais de direito público. 
16. (ESAF/ PROC. DO MUNICÍPIO/ FORTALEZA/ 2002) O Código Tributário 
Nacional prevê casos em que o intérprete fica com sua função delimitada pela 
letra da lei, sem poder ampliar ou restringir a norma jurídica, além de sua exata 
significação. Nesse contexto, deve ser interpretada literalmente a legislação 
tributária que disponha sobre: 
a) suspensão, exclusão ou extinção de crédito tributário, outorga de isenção e 
dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
b) lançamento, suspensão, exclusão ou remissão de crédito tributário, outorga 
de isenção e dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
c) lançamento, suspensão, exclusão ou compensação de crédito tributário, 
dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias e outorga de 
isenção. 
d) suspensão ou exclusão de crédito tributário, dispensa do cumprimento de 
obrigações tributárias acessórias e lançamento de crédito tributário por 
homologação. 
e) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, suspensão 
ou exclusão de crédito tributário e outorga de isenção. 
17. (ESAF/ AUDITOR/ NATAL/ 2001) Tratando-se de regras de interpretação 
da legislação tributária, temos que: 
a) a ausência de disposição normativa expressa não autoriza o emprego da 
analogia. 
b) pelo emprego da eqüidade é possível a dispensa do pagamento de tributo 
devido. 
c) os princípios gerais de Direito Privado podem ser utilizados para definição 
dos efeitos tributários dos institutos e conceitos dessa área jurídica. 
d) deve ser interpretada de maneira mais favorável ao FISCO a lei tributária 
que defina infrações e comine penalidades. 
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e) deve ser interpretada literalmente a legislação tributária referente à outorga 
de isenção. 
18. (ESAF/ PFN/ 98): 
1. As normas que tratam de isenção estão sujeitas a ______________. 
2. As normas que tratam de moratória estão sujeitas a ______________. 
3. As normas que dizem interpretar outras, da mesma fonte, são de 
______________. 
Observe, entre as alíneas w, x, y e z, quais as que, à luz do Código Tributário 
Nacional, preenchem corretamente, e com explicação plausível, as lacunas 
acima, e, em seguida, marque a opção que contém, na devida seqüência, as 
alíneas respectivas. 
w) interpretação extensiva, em atenção ao princípio favorabilia amplianda 
x) interpretação extensiva, em atenção a que a regra geral não deve ser 
restringida pelo intérprete 
y) interpretação retroativa, porque não tem caráter de inovação do sistema 
jurídico 
z) interpretação literal, em atenção a que a regra geral é a tributação e 
exceções não se interpretam extensivamente 
a) w, w, y 
b) w, x, z 
c) z, x, w 
d) z, z, y 
e) z, y, x 
19. (ESAF/PFN/98): O esclarecimento do significado de uma lei tributária por 
outra posterior configura a chamada interpretação 
a) ontológica 
b) científica 
c) integrada 
d) autêntica 
e) evolutiva 
20. (ESAF/AFRF/2003) Interpreta-se da maneira mais favorável ao sujeito 
passivo a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de 
obrigações tributárias acessórias. 
21. (ESAF/AFRF/2003) Os princípios gerais de direito privado utilizam- se para 
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e 
formas, bem assim para definição dos respectivos efeitos tributários. 
22. (ESAF/AFRF/2003)Na ausência de disposição expressa, a autoridade 
competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na 
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rigorosa ordem, a analogia, os princípios gerais de direito público, os princípios 
gerais de direito tributário e a eqüidade. 
 
23. (PROCURADOR DO ESTADO RN/ 2002) Nas proposições abaixo: 
I - Na ausência de disposição expressa, o aplicador da legislação tributária se 
valerá, sucessivamente, dos princípios gerais de direito tributário, dos 
princípios gerais de direito constitucional, da analogia e da eqüidade. 
II - A interpretação da legislação tributária se fará literalmente quando esta 
disponha sobre a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias 
acessórias. 
III - A lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito quando seja expressamente 
interpretativa. 
IV - Exclusivamente para efeitos tributários, a lei pode alterar a definição, o 
conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, ainda 
que utilizados pela Constituição Federal para definir ou limitar competências 
tributárias. 
Assinale a alternativa correta: 
a) II e III 
b) I e III 
c) II e IV 
d) III e IV 
e) I e IV 
 
24 (FCC/ SUBPROCURADOR/ TCE-SE/ 2002) A respeito da interpretação e 
da integração da legislação tributária, é correto afirmar: 
(A) Segundo o CTN não há nenhuma hipótese em que a norma tributária deve 
ser interpretada de forma literal. 
(B) A lei tributária pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privado. 
(C))Na ausência de disposição expressa para a interpretação de lei tributária, a 
autoridade competente poderá utilizar a analogia, os princípios gerais de direito 
tributário, os princípios gerais de direito público e a eqüidade. 
(D) O emprego da analogia não pode resultar na exigência de tributo não 
previsto em lei. Já a eqüidade pode ser aplicada para dispensa de pagamento 
de tributo devido. 
(E) Não há hipótese que permita que a lei tributária que define infrações possa 
ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado. 
 
25. (FCC/ PROC. ESTADO/ SP/ 2002) 
I. Os princípios gerais de direito privado são utilizados para definir os 
efeitos tributários dos seus institutos 
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II. As causas de exclusão do crédito tributário podem ser interpretadas 
extensivamente 
III. A lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito sempre que seja 
expressamente interpretativa 
IV. A lei tributária não pode alterar o alcance de institutos de direito 
privado utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição da 
República 
Assinale, na folha de respostas, a alternativa correta de acordo com a chave 
abaixo 
 
SOMENTE está correto o que se afirma em 
 
A. I e II 
B. II e III 
C. III e IV 
D. I 
E. IV 
 
26. (FCC/ Procurador do Município Jaboatão dos Guararapes- PE/ 2006) A lei 
tributária: 
A) utilizando o princípio da eqüidade poderá resultar na dispensa do 
pagamento do tributo devido. 
B) utiliza sempre a eqüidade e a analogia para interpretar a isenção tributária. 
C) pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e 
formas de direito privado utilizados, expressa ou implicitamente, pela 
Constituição Federal. 
D) determina que a autoridade competente deve utilizar, na ausência de 
disposição expressa, a eqüidade, os princípios gerais de direito público, a 
analogia e os princípios de direito tributário, sucessivamente e nessa ordem. 
E) que define infrações será interpretada da maneira mais favorável ao 
acusado, em caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato. 
 
 
 
GABARITOS: 
 
01 - C (CERTO) 
02 - E (ERRADO) 
03 - E 
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04 - C 
05 - C 
06 - E 
07 - E 
08 - C 
09 - C 
10 - C 
11 - C 
12 - C 
13 - C 
14 - E 
15 - Alternativa B 
16 - Alternativa E 
17 - Alternativa E 
18 - Alternativa D 
19 - Alternativa D 
20 – E (ERRADO) 
21 – E (ERRADO) 
22 – E (ERRADO) 
23 - Alternativa A 
24 - Alternativa C 
25 - Alternativa C 
26 – Alternativa E

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