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resumo estomatologia 1, 2, 3 e 4

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INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA
SAÚDE (OMS) - bem estar físico, mental e social
ESTOMATOLOGIA – stoma, stomus = boca / logos = estudo. É o estudo das afecções da boca.
PATOLOGIA – pathos = doença, sofrimento / logos = estudo. Estudo dos aspectos da doença com ênfase para as causas, o desenvolvimento e os efeitos no organismo.
SEMIOLOGIA – semeion = sinal / logos = estudo. É o estudo dos sinais e sintomas das doenças. É o levantamento do estado de saúde ou de doença de um paciente
DIAGNÓSTICO – diagnosis = conhecer mediante. É o descobrimento ou reconhecimento de uma doença. É a identificação de uma doença por meio da investigação de seus sinais e sintomas
OBJETIVOS da SEMIOLOGIA e do DIAGNÓSTICO na ODONTOLOGIA:
Doenças dos tecidos mineralizados e não mineralizados dos dentes.
Doenças dos tecidos de suporte e proteção dos dentes
Doenças limitadas aos lábios, língua, mucosa bucal e glândulas salivares
Lesões bucais dos órgãos contidos na boca, como parte de estados mórbidos generalizados (doenças sistêmicas com manifestação bucal)
A Semiologia compreende:
SEMIOTÉCNICA – método, técnica de obtenção dos sinais e sintomas. (Ex.: exame clínico por inspeção, tomada de radiografias, exames laboratoriais)
PROPEDÊUTICA CLÍNICA – análise e interpretação das informações obtidas no exercício da semiotécnica. (Ex.: interpretação das imagens obtidas na s radiografias, ou dos resultados das taxas)
SEMIOGÊNESE – estudo do mecanismo de formação dos sinais e sintomas. (Ex.: pesquisar e conhecer quais as doenças que causariam a imagem obtida, ou as alterações das taxas dos exames.)
Assim, a Semiologia é o exercício intelectual e técnico que permite ao clínico diagnosticar doenças.
A tríade Patologia – Semiologia – Diagnóstico se faz necessária sempre em mente, visto que o objetivo do Diagnóstico só pode ser alcançado através dos conhecimentos da Patologia e da prática da Semiologia.
O estudo da Semiologia necessita do conhecimento de :
SINAIS - do latim signalis: manifestação, indício. Manifestações com aspecto objetivo, expontâneo ou provocado. São alterações visíveis e perceptíveis por profissional e paciente. (Ex.: mudança de cor do dente ou mucosa, aumento de volume, elevações no lábios, edemas, ulcerações halitose, ruídos da ATM, batidas cardíacas,etc.)
SINTOMA – do grego symptien: acontecer. Manifestações de aspecto subjetivo. São alterações percebidas ou sentidas apenas pelo paciente, e somente ele pode relatar. (Ex.: náuseas, parestesia, prurido, disfagia, dor, mal estar, surdez, astenia, sede, etc. – Dor: analisada quanto à intensidade, constância ou intermitência, duração, localização, fenômenos que a desencadeiam,)
SINTOMATOLOGIA ou Quadro Clínico ou Quadro Nosológico: é o conjunto de sinais e sintomas presentes em um doença, e que permitem a identificação etiopatogênica da mesma.
SÍNDROME – agregado de sinais e sintomas ou sintomatologia caracterizando um doença específica.
(Ex.: Síndrome de Sjögren: xerostomia, ceratoconjuntivite seca, poliartrite
PATOGNOMÔNICO – sinais ou sintomas que por si só definem a doença
(Ex.: hipertermia na síndrome febril, sinal de Bell na paralisia facial, tríade de Hutchinson: surdez, queratose intersticial, dentes: molares m forma de amora e incisivos em forma de barril)
PRODRÔMICO – sinais ou sintomas que precedem o aparecimento da doença. 
(Ex. Eritema que surge antes das vesículas no herpes simples recorrente, manchas ou sinal de KOPLIK no sarampo)
ANÁLISE DOS SINAIS E SINTOMAS
1 – INÍCIO: marcar a época de surgimento, se há episódios, modo súbito ou gradativo, fator desencadeante, duração
2 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS: localização, intensidade, funções comprometidas
3 – EVOLUÇÃO: modificações, exacerbação, remissão
4 – Relação de dois ou mais sintomas entre si
5 – Características do sinal/sintoma no momento atual
DIAGNÓSTICO: Permite estabelecer o plano de tratamento ou planejamento terapêutico, o prognóstico e a proservação.
PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO
Tratamento etiológico, específico ou causal
Tratamento de suporte ou complementar
Tratamento sintomático ou paliativo
Tratamento alternativo
Tratamento expectante
Tratamento cirúrgico
PROGNÓSTICO
Prevê a evolução ao longo do tempo da doença diagnosticada seu desfecho. 
É estabelecido de acordo com as possibilidades ou não de cura e recuperação do órgão afetado ou da própria vida do paciente.
É expresso em termos como: ótimo, bom, favorável, reservado, regular, ruim, sombrio, péssimo, fatal, etc.
É indispensável na elaboração do prognóstico conhecer:
tipo da doença
dano anatômico e funcional causado
efetividade dos recursos terapêuticos
estado físico geral do paciente
condições psíquicas do paciente
PROSERVAÇÃO
Também denominada seguimento do caso ( follow up). É o acompanhamento clínico e por vezes laboratorial por período de tempo estabelecido para cada caso, dependendo da característica da doença, terapêutica instituída e condições orgânicas do paciente.
(A orientação proposta favorece a compreensão dos procedimentos para o diagnóstico que, somada ao conhecimento da sintomatologia das lesões e ao adestramento técnico propicia a terapêutica adequada e o acompanhamento do paciente).
TIPOS DE DIAGNÓSTICO:
DIAGNÓSTICO PRESUNTIVO: são as hipóteses diagnósticas, baseadas em impressões, geralmente realizado antes dos exames complementares que possam comprovar a doença. Também chamado de diagnóstico clínico ou provável.
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO: também chamado de diagnóstico final, sendo aquele feito após a propedêutica.
O diagnóstico final pode ser:
pós-operatório, que comprovou ou rejeitou o diagnóstico presuntivo
cirúrgico, quando feito durante o ato cirúrgico.
direto, quando a doença tem sinal/sintoma patognomônico.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: comparação das características de doenças que apresentam a mesma sintomatologia, com o uso de manobras que ajudem a diferenciá-las.
EXAME CLÍNICO
Coleta de dados, sinais e sintomas que caracterizam a sintomatologia da doença presente
Compreende: anamnese e exame físico
ANAMNESE: anamnesis = lembrança
Relato da lembrança, recordação de tudo sobre o estado do paciente desde suas manifestações prodrômicas até o momento do exame. É obtida no diálogo franco entre examinador e paciente. É um interrogatório ou exame subjetivo.
EXAME FÍSICO
Tem por finalidade a obtenção dos sinais presentes na referida doença pelo paciente e fornece evidências objetivas. 
EXAMES COMPLEMENTARES
Contribuitórios ao exame clínico para se chegar ao Diagnóstico Definitivo
(Obs.: SIC – utilizado para expressões relatadas pelo paciente, que mesmo de forma estranha, poderá ser colocado no prontuário se vier acrescido da sigla. Ex.: dente formigando (SIC)
ULCERAÇÃO AFTOSA RECIDIVA (AFTA)
Tratamento com soluções aquosas calêndula / própolis, laserterapia. Antigamente havia um medicamento – talidomida – usado para enjôo em grávidas, porém possuía efeito teratogênico (neném nascia com efeito foca), hoje ele é proibido, porém é um excelente imunomodular e antiinflamatório (usado para anseníase)
BIÓPSIA: é um tipo de cirurgia onde se remove um fragmento de tecido vivo. Pode ser total (excisional) ou parcial (incisional). O resultado da biópsia é a cicatrização.
EXAME ANATOMOPATOLÓGICO: 
macroscópico: exame da peça ou fragmento a olho nu
microscópico: lâmina obtida com o fragmento.
LAUDO ANATOMOPATOLÓGICO: conclusão estabelecendo diagnóstico da lesão.
LESÕES FUNDAMENTAIS
Grupo de lesões com denominações específicas, agrupadas de acordo com suas características semiológicas.
Características Semiológicas:
 Número
 Localização (sítios)
 Forma (úlcera, placa, etc)
 Tamanho 
 Inserção (séssil ou pediculada)
 Cor
 Superfície (digitiformes – couve flor, lisa, etc)
 Consistência (firme, forte, flácida, resiliente, etc)
 Implantação (profundidade no tecido)
 Sintomatologia
MANCHAS
Também chamadas de Máculas, são agrupamentos de melanina. Alteração de cor sem alteração de superfície. Podem ser Hipercrômicas (maisescura que o tecido onde está situada) ou hipocrômicas (mais clara que o tecido). O sol ativa a produção de melanina causando máculas.
Leucoedema: mancha esbraquiçada localizada na mucosa jugal. Pacientes que fumam podem ter leucoedema com pigmentação por nicotina, é uma mácula hiper e hipocrômica. (obs.: quem pigmenta é o alcatrão – nicotina)
Eritroplasia: lesão ou mancha vermelha cancerizável.
A melanina é o pigmento acastanhado que dá cor aos cabelos, aos olhos e pele (proteção). Ela é produzida pelos melanócitos através da ativação da enzima tirosinase. Pacientes com albinismo não possuem tirosinase.
Diagnóstico: biópsia + exame anatomopatológico.
Efélides: sardas.
Gravidez e uso de anticoncepcionais causam alterações hormonais que podem causar manchas na boca.
Melanose ou hiperpigmentação (racial): manchas situadas na gengiva. Pode-se fazer a remoção por raspagem dos melanócitos, porém volta ao normal.
Características da mancha “normal”:
Quantidade e localização (normalmente bilateral)
Hereditariedade (outros membros da família também possuem)
Tempo de manifestação (teve a vida toda, alterações hormonais)
Períodos de exacerbação ou remissão (às vezes ta clara, às vezes ta escura, não é normal)
Sintomatologia (sem dor)
SÍNDROME DE ADDISON: hipofunção da córtex supra renal (adrenais). Noradrenalina, ACTH e cortisol regulam a produção de melanina. O paciente apresenta pigmentação melânica.
SÍNDROME DE PEUTZ-JEGHER: manchas pigmentadas de melanina e polipose intestinal
SÍNDROME DE CUSTING: rosto lua cheia, edema abdominal, hiperfunção da córtex da supra renal.
PÁPULAS
Elevações de tecido sólidas, superficiais, circunscritas. Tamanho: até 5 mm. Características semiológicas variáveis. Podem ser única ou múltiplas, ou agrupadas em placas (placa papulomatosa). Ex: verruga vulgar.
Papiloma: doença DST viral
Existem pápulas de lesões reacionais com mancha branca. Isso é resultante de agressão ou trauma crônico (baixa intensidade e longa duração). Formação de ortoqueratina ou paraqueratina.
Líquen Plano: várias pápulas nos membros do corpo e lesões bucais normalmente brancas.
PLACAS
São sólidas. Tamanho: acima de 5mm. Pouco elevadas do plano mucoso, ligeiramente superficiais. Consistência mais endurecida, coureácea. Cor e superfície variáveis. Ex: leucoplasia (formação de placa branca), eritroleucoplasia – áreas brancas e vermelhas.
Superfície:
Lisa (homogênea)
Áspera ou irregular (homogênea)
Ásperas e lisas (heterogênea)
Terra ou barro seco / terra ou barro rachado
Língua saburrosa: má higiene, restos de comida, evolui para placa espessa e escura – língua pilosa. Hipertrofia das papilas filiformes. Escova de Robson ou taça e motor de baixa rotação para limpeza. Pode sangrar muito, se estiver sensível, anestesia a língua.
ATROFIA
Áreas de diminuição da espessura e consistência da mucosa. Diminuição de volume celular. 
A atrofia atinge primeiro o tecido epitelial (proteção) e depois o conjuntivo (lâmina própria). Quando tem atrofia no tecido epitelial, o tecido conjuntivo (vermelho) começa a ficar exposto. Portanto toda atrofia é eritematosa.
Glossite migratória benigna: atrofia das papilas filiformes (língua geográfica)
Arco do cupido: perda da linha que separa a mucosa do lábio e a pele (queilite actínica)
VESÍCULAS
Elevações circunscritas, geralmente do epitélio. Tamanho: até 3 mm. Conteúdo liquido.
Herpes Labial recorrente: Primeira fase – prodrômica – eritema, prurido e dor (6/24h). Segunda fase – vesículas com líquido com inclusões virais. Terceira fase- cicatricial ou crostosa – seca a vesícula e não é contagiosa.
BOLHAS
Elevações circunscritas. Tamanho: acima de 3 mm. Conteúdo líquido (seroso). Rompem-se com facilidade na cavidade bucal, por isso é difícil sua visualização.
Sinal de Nikolski positivo – pressiona o local e forma a bolha.
Quando a bolha se rompe, vira úlcera.
Ex.: mucocele, rânula, pênfigo vulgar (fogo selvagem).
PÚSTULAS
Elevações circunscritas, de qualquer tamanho. Conteúdo purulento.
Ex: panarício herpético – dedo com manifestação da herpes recorrente, contato com o local afetado.
NÓDULOS
Sólidos, circunscritos. Tamanho: acima de 5mm. Superficiais ou profundos.
MASSAS NODULARES
Sólidas, circunscritas ou sem delimitação. Tamanho: acima de 3cm. Superficiais ou profundas. É uma nódulo grande.
Ex: hiperplasia fibrosa inflamatória no rebordo alveolar.
TUMORES
Tamanho variável. Neoplasias maligna ou benigna. Caracterizadas histologicamente. Não é reacional, continua crescendo mesmo se retirado a causa.
PSEUDOMEMBRANA
Película removível, sempre destacável à raspagem, superficial mas firmemente aderida à mucosa. Contém exsudato, microorganismos, leucócitos e produtos necróticos.
Ex: candidose pseudomembranosa. É muito comum em pacientes com comprometimento do sistema imunológico (diabéticos descompensados, transplantados, AIDS – marcador biológico, oncológicos).
CROSTA
Superficial, área ressecada da cicatrização tecidual. Na boca não se forma crosta, somente nos lábios. Contém pus e sangue. Restos epiteliais ressecados. Não se deve remover pois atrapalha a cicatrização.
Crostas sobre úlceras elevadas de longa duração e que não regridem, que não dói, com elevação de borda, chamam atenção para malignidade. 
Carcinoma epidermóide ou espinocelular ou de células escamosas: neoplasia maligna de origem epitelial
Carcinoma baso celular: camada basal epitelial.
Sarcoma: neoplasia maligna de origem mesenquimal.
FÍSTULAS
Assintomáticas, trajeto revestido por epitélio, drenagem de líquidos. Só existe em dente necrosado, dente vivo não.
São caminhos ou vias de drenagem que se abrem para o meio externo intra ou extra bucal.
É possível saber a causa seguindo o caminho da fístula com cone de guta percha e radiografa (guta percha – radiopaco)
Parulis ou parúlide: a fístula está pronta mas ainda não drenou.
O tratamento endodôntico cicatriza a fístula. Se não regredir significa insucesso no tratamento.
As fístulas extra-bucais traz comprometimento estético, pois ela cicatriza e retrai. Por isso quando incha o rosto deve-se colocar água quente por dentro da boca e gelo por fora, para induzir que a fístula seja formada por dentro.
ÚLCERA/ULCERAÇÕES
Têm tamanho variável. Destruição do epitélio com exposição do conjuntivo. Podem regredir ou evoluir.
Úlcera: não sofre regressão. Ex: úlceras carcinomatosas
Ulceração: regridem com ou sem tratamento. Ex: ulceração aftosa recorrente.
Podem ou não ser dolorosas. A úlcera carcinomatosa não dói porque as terminações nervosas já estão necrosadas.
Gengivo estomatite herpética primária: primeira manifestação da infecção pelo vírus da herpes, ocorre quando criança principalmente. Causa gengivite, úlceras herpetiformes. Depois da primeira manifestação o vírus se recolhe no gânglio do trigêmio. 99% das pessoas possuem esse vírus, algumas manifestarão a doença. Em alterações imunológicas e hormonais, o vírus se manifesta de novo e vai para um dos quadrantes da boca causando herpes recorrente.
Úlcera morangoforme – paracoccidioidomicose ou ulceração carcinomatosa. Quando a úlcera não dói é carcinomatosa. Se dói é paracoccidioidomicose, doença fúngica que atinge os pulmões e tecidos bucais (paracoccidioidomicose brasilienses).
LESÕES BRANCAS
É um grupo de lesões com manifestação clínica semelhante quanto à cor, variando de branco translúcido à fortemente compacto (opaco).
Diagnóstico Diferencial (D.D.): são hipóteses diagnósticas (HD). Quais são as lesões que podem fazer parte da manifestação, ou seja, são lesões que (uma delas) estará presente, que será descoberta no diagnóstico final ou definitivo. O diagnóstico final só será dado após exame anatomopatológico.
A mucosa bucal não é queratinizada. Na boca tem uma queratina parecida com aquela que tem na derme. Pode ser:
- ORTOQUERATINA: epitélio com uma camada de células granulares. Núcleos celulares epiteliais são perdidos na camada de queratina. É rígido, próximo aos padrões de normalidade. Sem núcleo na camadade queratina.
- PARAQUERATINA: não há camada de células granulares. Núcleos celulares epiteliais ficam retidos na camada de queratina. Tem núcleos na camada de queratina.
LEUCOEDEMA
É uma manifestação definida por opacificação generalizada da mucosa jugal relacionada a uma variação da normalidade, podendo ser identificado na maioria da população, mais facilmente identificada em pacientes da raça negra. A etiologia é controversa e tende a permanecer desconhecida.
O leucoedema é uma alteração de normalidade e não uma patologia. 
Clinicamente o leucoedema é assintomático, de distribuição simétrica e encontrado na mucosa jugal, como uma superfície cinzento-branco difusa, nevoenta ou leitosa. Em casos acentuados pode-se encontrar alteração textual da superfície como pregueamento ou corrugação. 
Manobra semiológica: na maioria dos casos, com o estiramento da mucosa as lesões desaparecem. 
Características microscópicas:
Aumento da espessura do epitélio (acantose)
Edema intracelular (alteração hidrópica) da camada espinhosa, células vacuoladas aumentadas, núcleo picnótico (condensa a cromatina nuclear)
Epitélio paraqueratinizado e projeções epiteliais largas e alongadas
D.D. : leucoplasia, nevo branco esponjoso, queratose friccional, mordedura crônica da bochecha.
Tratamento: não é necessário, não causa nenhuma alteração ao paciente.
NEVO BRANCO ESPONJOSO
É uma genodermatose relativamente rara cujos pacientes apresentam lesões ao nascimento ou princípio da infância, ou algumas vezes desenvolvendo-se na adolescência. Clinicamente apresenta-se como placas difusas, corrugadas ou aveludadas, brancas, espessas e simétricas atingindo a mucosa jugal bilateralmente. Menos comumunte podem estar envolvidos: ventre da língua, mucosa labial, palato mole, mucosa alveolar e assoalho da boca. Mucosas nasal, esofágica, laríngea podem estar afetadas. Os pacientes normalmente são assintomáticos.
Tratamento: não é necessário.
D.D.: líquem plano e mordedura na bochecha.
HIPERQUERATOSE (QUERATOSE) FRICCIONAL
É uma lesão branca hiperqueratótica que se manifesta como hiperplasia e/ou metaplasia epitelial. São placas esbranquiçadas e opacificação, associadas a traumatismos físicos crônicos – atrição ou fricção (longa duração, pequena intensidade)
Ex: macroglossia – língua grande/larga. O paciente fica mordiscando a língua. Causa: anomalia de desenvolvimento acometida de lesão (hemangioma) e hereditariedade cruzada (macroglossia relativa).
É distinguida das leucoplasias devido a sua clara relação de causa e efeito, pois normalmente resulta de uma atrição ou fricção crônica contra uma área da mucosa bucal, resultando em uma lesão branca hiperqueratótica, presumivelmente protetora e análoga ao calo cutâneo.
Clinicamente ocorre em áreas sujeitas a traumatismos como os lábios, bordas laterais da língua, mucosa jugal ao longo da linha oclusal e cristas alveolares desdentadas. A mordedura crônica pode resultar em opacificação das áreas afetadas.
D.D.: a anamnese cuidadosa e o exame físico devem indicar a natureza da lesão.
Tratamento: removendo-se o hábito causador, com o tempo a lesão tende a desaparecer ou reduzir em intensidade. Qualquer lesão duvidosa deve ser submetida a biopsia. Uma placa miorrelaxante evita o paciente ficar mordendo.
HIPERPLASIA: aumento do número de células de um tecido.
METAPLASIA: transformação de um tecido (célula) adulto e diferenciado em outro tipo de tecido adulto e diferenciado da mesma linha gem germinativa.
Ex.: o vírus HPV e trauma podem causar metaplasia e/ou hiperplasia. Na boca, nenhuma das duas causa neoplasia maligna. Mas no colo do útero, o vírus HPV 16 e 18 causa metaplasia que se transforma em neoplasia maligna de epitélio (carcinoma). Na boca somente a displasia precede o câncer bucal. Portanto traumas na boca não causam câncer.
Características microscópicas:
Não patognomônicas (característica que por si só diagnostica a doença)
Extensa hiperparaqueratose
Superfície dilacerada com numerosas projeções de queratina
Células vacuolizadas na porção superficial da camada espinhosa
Ausência de displasias
LEUCOPLASIA
Definição: é uma lesão, mancha ou placa branca que não pode ser diagnosticada como outra lesão, quer seja clínica ou microscopicamente, e não esteja associada ou relacionada com nenhum outro agente físico ou químico, exceto o uso do tabaco. Tem 6 a 8% de chance de evoluir para câncer.
Este termo é estritamente clínico e não implica uma alteração histopatológica específica do tecido.
Podem ou não ter displasia e microscopicamente variam de hiperqueratose benigna ao carcinoma espinocelular - a biopsia é obrigatória para estabelecer o diagnóstico definitivo.
Etiologia: desconhecida. Existem hipóteses: tabaco (queratose da bolsa de tabaco), álcool, radiação ultra-violeta (queilite actínica), microrganismos (cândida albicans, HPV), trauma (estomatite nicotínica, queratose friccional). Obs.: álcool – cocarcinogênico – avança a doença.
Tipos de Leucoplasia:
Leucoplasia homogênea: pode ser classificada como lisa ou verrucosa
Leucoplasia não homogênea: pode ser classificada como:
Verrucosa
Nodular
Ulcerada
Eritroleucoplasia
C.Clínicas: ocorre em qualquer área da boca. Podem ser encontradas no vermelhão de lábios, mucosa jugal e gengiva, língua, assoalho bucal, rebordo alveolar, palato, região retromolar.
Pode variar de uma área branca indefinida e dificilmente visível até uma lesão branca, espessada, fissurada, verrucosa. A área pode se apresentar mole à palpação, lisa ou de textura finamente granular, ou ainda, as lesões podem ser ásperas, nodulares ou duras.
A leucoplasia lisa pode apresentar-se sulcada, fissurada ou com rugas na superfície, com limites nítidos e ausência de endurecimento.
Eritroleucoplasias apresentam áreas vermelhas.
Tratamento: remoção cirúrgica, crioterapia (nitrogênio líquido), proservação (acompanhamento)
D.D: candidose hiperplásica, leucoedema, nevo branco esponjoso, queratose friccional, estomatite venenata, lesões por eletrogalvanismo, liquen plano
Reação liquenóide: metal na mucosa ou próximo a mucosa causa reação área branca em forma de mancha ou placa
Estomatite venenata: lesão que acontece por mancha ou placa branca como resultado de queimadura geralmente química. Ex: colocação de medicações agressivas sobre a mucosa, bochecho com álcool, etc.
Biópsia: fragmento entre lesão e tecido sadio (capacidade infiltrativa). Lesões grandes fazer mapeamento, com várias biópsias das áreas que estiverem diferente.
Características Microscópicas:
Hiperqueratose no epitélio superficial (orto e/ou paraqueratina)
Acantose
Por vezes, atrofia do epitélio subjacente
Células inflamatórias crônicas na lâmina própria
Alterações Displásicas:
Anúncio de que esse epitélio pode começar a sofrer alteração maligna
Núcleos e células aumentadas
Nucléolos grandes e proeminentes
Perda da relação núcleo/citoplasma
Núcleos hipercromáticos
Núcleos e células pleomórficos
Disqueratose 
Aumento da atividade mitótica
Figuras mitóticas anormais
Cristas epiteliais em forma de gota
Perda da coesão celular típica

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