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Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 108 AULA 03: MORFOLOGIA II Salve, salve!!! Chegou a hora da verdade! Estava muito ansioso para alcançar este momento. Quero dizer, antes de mais nada, que esta aula será o ‘divisor de águas’. Beleza? Vai aguentar?! Espero que sim, para que você não se enquadre entre aqueles sobre os quais um dia falou o poeta Mário Quintana: “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.” Cito mais um grande, Machado de Assis: “A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.” Depois dessas motivações (leia-as assim, rs)... prepare-se para voar alto! Quero que você leve muito a sério tal aula, pois ela fará você acertar pelo menos umas duas questões na sua prova. Não sou vidente, mas consigo prever o futuro por experiência de observar seu concurso. Mesmo você sabe isso... afinal, qual prova hoje em dia não trabalha verbos e pronomes? Então eu não conto novidade alguma. Não titubeie em estudar com afinco esta aula, que deve ser constantemente revisada por você. Ok?! Revisite, revisite, revisite quantas vezes forem necessárias o conteúdo desta aula! Nela serão revelados todos os segredos a respeito de Pronome e Verbo (mais especificamente flexão verbal, emprego de tempos e modos verbais; em pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação) — as classes gramaticais mais exigidas em todos os concursos de Língua Portuguesa de nível médio e superior! No entanto, não se preocupe em decorar tudo. Veja as questões comentadas e perceba os assuntos mais recorrentes dentro de verbo e pronome. Foco! Estamos juntos? Missão dada, missão cumprida! Faça os exercícios com calma. “Cole” muitas vezes da teoria que está à sua disposição (aproveite que aqui você pode fazer isso, rs). Rumo à vaga, sem pestanejar, meus amigos!!! Sumário 1- Pronome.................................................................................02 2- Verbo......................................................................................28 3- Questões com gabarito comentado.........................................67 Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 108 Pronome Palavra que • concorda em gênero e número com o substantivo, portanto variável. • substitui/representa ou acompanha/determina um nome substantivo, indicando as pessoas do discurso. É chamado de pronome substantivo aquele que substitui um substantivo: “João é gente boa, mas ele não é benquisto em sua família imediata”. É chamado de pronome adjetivo aquele que acompanha um substantivo explícito: “Minha casa é maravilhosa”. Note que ‘ele’ se refere à 3ª pessoa do discurso, ou seja, a pessoa sobre quem se fala (assunto da conversa, do discurso); já ‘minha’ se refere à 1ª pessoa do discurso, a pessoa que fala (o falante); a 2ª pessoa do discurso é a pessoa com quem se fala (ou interlocutor ou ouvinte). Estas posições são as adotadas pela maioria dos gramáticos, como Celso Cunha. Meu nobre aluno, por favor, ouça-me com atenção!!! A prova que você irá fazer quer saber se você domina o conhecimento de pronomes dentro do texto. “Como assim, Pestana?” A banca quer saber se você percebe as relações entre os pronomes e as palavras dentro do texto. Lembra-se de coesão referencial? Então, é disso que eu estou falando. Reitero: o que a banca quer saber de você é: o pronome X faz referência a que elemento ou ideia dentro do texto, a um(a) anterior ou a um(a) posterior? Espero que você já esteja escaldado com esse tipo de questão. Veja o texto abaixo (sublinho o pronome que faz referência a um elemento dentro do texto): Minha alegria minha alegria permanece eternidades soterrada e só sobe para a superfície através dos tubos alquímicos e não da causalidade natural. ela é filha bastarda do desvio e da desgraça, minha alegria: um diamante gerado pela combustão, como rescaldo final de um incêndio. (Waly Salomão) Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 108 ‘Ela’ se refere à alegria, superfície ou causalidade? Interessante dizer que o poeta nos esclarece ao dizer assim: “ela é filha bastarda do desvio e da desgraça, minha alegria”. Mais interessante ainda é dizer que, pelo contexto, por mais que ele não nos tivesse esclarecido, ainda assim entenderíamos que ‘ela’ se refere à alegria, mencionada no 1º verso da 1ª estrofe. Muito inusitado o uso deste pronome, pois ao mesmo tempo em que substitui um termo anterior (valor anafórico), também faz referência a um termo posterior (valor catafórico): em ambos os casos, o termo é ‘minha alegria’. O referente do ‘ela’ é o mesmo, a saber: ‘minha alegria’, seja retomada (por anáfora) ou antecipada (por catáfora). Para ficar mais claro, seguem alguns exemplos em que pronomes têm valor anafórico ou catafórico: João é estudioso, por isso ele consegue boas notas. Ele é um cara muito esforçado, por isso todos adoram o João. O estudo é algo primordial, e eu o levo muito a sério. A aluna quer muito a vaga. Sua determinação é invejável. João e Pedro passaram, mas nenhum vai ficar. Ela e ele se classificaram, mas quem ficou realmente feliz? Só isto me interessa: a aprovação. O professor que me ajudou a passar foi o Pestana. Portanto, os pronomes exercem um papel decisivo na construção de um texto coeso e coerente, a partir de sua capacidade de referência textual. Classificação dos Pronomes São seis tipos: pessoais, possessivos, indefinidos, interrogativos, demonstrativos e relativos. Pronomes Pessoais Substituem as pessoas do discurso; podem ser do caso reto, do caso oblíquo (átono ou tônico) ou de tratamento. Retos Normalmente exercem função de sujeito da oração. 1ª pessoa: eu (singular), nós (plural) 2ª pessoa: tu (singular), vós (plural) 3ª pessoa: ele/ela (singular), eles/elas (plural) O que você precisa saber sobre estes pronomes é o seguinte: Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 108 • Ocupam posição de sujeito, predicativo do sujeito e vocativo (este último só os de 2ª pessoa). Portanto, é um desvio gramatical o uso deles com função de objeto direto. Ex.: Filma nós, Galvão! / Chama eu, por favor! / Pega ele, pega ele! Deveria ser, por mais estranho que seja, para respeitar a norma culta: Filma-nos, Galvão! / Chama-me, por favor! Pega-o, pega-o! No entanto, se os pronomes retos (exceto ‘eu’ e ‘tu’) estiverem acompanhados de todos(as), só, apenas, somente, ou numeral, obtêm a permissão de serem postos em posição de objeto direto por alguns gramáticos, como Faraco & Moura. Bechara adota a posição de que só é aceita a posição de objeto direto se os retos vierem acompanhados de todos(as), assim concorda com ele Sacconi: Vi todos eles naquele dia. / Vimos apenas vós na festa. / Viram nós três saindo de lá. Lembra-se da música da Marisa Monte? Beija eu, beija eu, beija eu, me beija... Então, o que acha? Ela tem licença poética, ou seja, ela pode, você não, rs... • Segundo as opiniões de Evanildo Bechara e Adriano da Gama Kury, a contração da preposição‘de’ com o pronome reto ‘ele(a/s)’ antes de verbo no infinitivo é facultativa: Ex.: É hora ‘dela’ (ou ‘de ela’) beber água. Mas a maioria dos gramáticos divergem desta contração; para eles, não pode haver contração alguma: É hora ‘de ela’ beber água. • O mau uso de ele(a/s) pode gerar ambiguidade. Ex.: João e Pedro saíram com o pai deles. Ele ficou chateado por não chamarem a mãe. (Ele quem?) Oblíquos Normalmente exercem função de complemento verbal. Os pronomes oblíquos átonos são: 1ª pessoa: me (singular), nos (plural) 2ª pessoa: te (singular), vos (plural) 3ª pessoa: se (singular ou plural), lhe(s), o(s), a(s) O que você precisa saber sobre estes pronomes é o seguinte: Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 108 • Os pronomes oblíquos átonos de 3ª pessoa o(s), a(s), se estiverem ligados a verbos terminados em r, s e z, viram lo(s), la(s). Se estiverem ligados a verbos terminados em ditongo nasal, viram no(s), na(s): Ex.: Vou resolver uma questão = Vou resolvê-la. / Fiz o concurso porque quis o emprego de funcionário público = Fi-lo porque qui-lo. / Apagaram nossos arquivos = Apagaram-nos. / Você põe a mão onde não deve = Você põe-na onde não deve. • Vale muito a pena dizer que os pronomes oblíquos átonos que eu acabei de mencionar, logo acima, exercem função de objeto direto e são de 3ª pessoa! “Por que você fez este adendo, Pestana?” Simples, meu nobre. Já vi muita gente boa cometendo deslizes do tipo: Ex.:“Eu vou informá-lo a verdade”. O problema é que quem informa, informa algo A ALGUÉM (objeto indireto). A frase, de acordo com a norma culta, deveria ser: Eu vou informar-lhe a verdade. O ‘lhe’ sim exerce função de objeto indireto. • Cuidado com o nos (1ª pessoa do plural) e o nos (3ª pessoa do plural), pois o mau uso deles pode provocar ambiguidade. Ex.: Os jornais chamaram-nos de extorsores. (chamaram a eles ou a nós?) • Cuidado!!! O pronome oblíquo LHE merece toda a nossa atenção, pois ele não substitui o complemento preposicionado de todos os verbos transitivos indiretos (verbos que exigem objeto indireto); ele exerce normalmente função de objeto indireto; e um “bizu”: o LHE pode ser substituído por A ELE(A/S) ou PARA ELE(A/S). Lembra-se da música do Moraes Moreira? Veja: Ex.: Eu ia lhe chamar enquanto corria a barca... O que acha do uso do LHE neste caso? Inadequado à norma culta!!! O verbo chamar é transitivo direto (VTD), logo o LHE, que exerce função de objeto indireto (OI), não pode ser complemento de um VTD. Agora veja este exemplo: Ex.: Vi o filme que você me recomendou, apesar de não querer assistir-lhe. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 108 Nossa!!! Assistir-LHE??? Não “rola”, não é, meus nobres? “Por que, Pestana, afinal o LHE não exerce função de OI, o verbo assistir é VTI? O LHE não pode ser substituído por A ELE(A/S)?” Calma, gente! A força da gramática tradicional ainda diz que o ‘lhe’ não substitui complemento de certos verbos, como assistir, aspirar, referir-se, aludir, recorrer, etc. Está claro isso, certo? Regra. Portanto, a frase acima deveria ser assim: “Vi o filme que você me recomendou, apesar de não querer assistir a ele.” • Os pronomes oblíquos átonos podem funcionar como sujeito de infinitivo ou de gerúndio, quando se usam os verbos mandar, deixar, fazer (causativos) ou ver, ouvir, sentir e sinônimos (sensitivos). Ex.: Mandaram-me entrar. (E não: Mandaram eu entrar) / Deixe-as dormir. (E não: Deixe elas dormirem) / Faça-nos cantar. (E não: Faça nós cantarmos). Ficou claro? Mais exemplos: Viram-me sair. / Ouvi-o bater./ Sentimo-los abraçar-nos./ Vi-a chorando... • Construções quase arcaicas, mas ainda figurando nas gramáticas e em registros superformais são aquelas em que o pronome átono se contrai com outro átono; veja que coisa bisonha!: Ex.: Basta! Ele dar-ma-á de presente. = Basta! Ele dará a gramática (a) do Celso Cunha para mim (me) de presente. (me + a = ma) Meus amigos, como eu já havia falado, a aula de hoje é “pra queimar a mufa”! Ou eu não havia falado? Ah, sei lá... O fato é este: chegou a hora do pronome SE!!! Este pronome oblíquo átono tem cinco ‘facetas’: reflexivo (recíproco), integrante do verbo, expletivo (de realce), indeterminador do sujeito e apassivador. Nas explicações abaixo, precisarei contar com sua ajuda: seu conhecimento básico sobre transitividade verbal e um pouquinho de voz verbal. Vamos ver? Reflexivo (recíproco) Sempre acompanhado de verbo transitivo direto e/ou indireto (VTD/ VTI/VTDI). Segundo Bechara, ele “faz refletir sobre o sujeito a ação que ele mesmo praticou.” Diz-se que o pronome reflexivo é também recíproco quando há mais de um ser no sujeito e o verbo se encontra no plural. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 108 Ex.: A menina se cortou. / Se está doente, trate-se. / Os namorados se deram as mãos. (recíproco) / A avó e a neta se queriam muito. (recíproco) / Eles se beijaram. (recíproco) / Ela se impôs uma dieta muito severa. / Ele se achou culpado por ter perdido a luta. / Sofia deixou-se estar à janela. Integrante do verbo Sempre acompanha verbo intransitivo (VI) ou transitivo indireto (VTI). Baseando-me no Bechara, posso dizer que ‘tais verbos indicam sentimento (indignar-se, ufanar-se, atrever-se, alegrar-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-se, orgulhar-se, arrepender-se, queixar-se, etc.) ou movimento/atitudes da pessoa em relação ao seu próprio corpo (sentar-se, suicidar-se, concentrar-se, converter-se, afastar-se, precaver-se, etc.). Por favor, não confunda este tipo de ‘faceta’ com a ideia de reflexividade! Ex.: Ele se precaveu das pragas. / Ela, infelizmente, suicidou-se. / Nunca você deve queixar-se da sua vida. Expletivo (de realce) Sempre acompanhado de verbos intransitivos (VI). Pode ser retirado da oração sem prejuízo sintático e semântico, pois seu valor é apenas estilístico (ênfase, expressividade). Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. = Vão os anéis, ficam os dedos. / Ela se tremia de medo do escuro. = Ela tremia de medo do escuro. / Passaram-se anos, e ele não retornou ainda. = Passaram anos, e ele não retornou ainda. Indeterminador do sujeito Sempre acompanha verbos na 3ª pessoa do singular de quaisquer transitividades (verbo de ligação (VL), VI, VTD, VTI), sem sujeito explícito. No caso do VTD, precisará haver objeto direto preposicionado (ODP) para que o SE indetermine o sujeito — note o último exemplo abaixo. Tal indeterminação implica um sujeito de valor genérico (generalizador), impreciso. Ex.: Lá se era mais feliz. (VL) / Aqui se vive em paz. (VI) / Lamentavelmente, não se confia mais nos governantes. (VTI) / Ama-se a Deus aqui nesta Igreja. (VTD) Apassivador Sempre acompanha VTD ou VTDI para indicar que o sujeito explícito da frase tem valor paciente, ou seja, sofre a ação verbal. Sempre é possível reescrever a frase passando para a voz passiva analítica, ou seja, transformando o verbo em locução verbal (SER + PARTICÍPIO). Ex.: Alugavam-se apartamentos aqui. = Apartamentos eram alugados aqui. / Sabe-se que as línguas evoluem = É sabido que as línguas evoluem. / Jabuticaba se chupa no pé = Jabuticaba é chupadano pé. / Guerra se faz com Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 108 armas = Guerra é feita com armas. / Dar-te-ei um ósculo = Um ósculo será dado por mim a ti. / Amores não se compram = Amores não são comprados. Ainda dentro de pronomes oblíquos átonos, faz-se necessário que eu fale de colocação pronominal, ok? Então, vida que segue... Colocação Pronominal Também chamada de Topologia ou Sínclise Pronominal, é o nome que se dá à parte da Gramática que trata, basicamente, da adequada posição dos pronomes oblíquos átonos junto aos verbos. Relembrando os pronomes oblíquos átonos (POAs): � o, a, os, as (que viram -lo, -la, -los, -las diante de verbos terminados em -r, -s e-z ou viram -no, -na, -nos, -nas diante de verbos terminados em ditongo nasal (exceto os verbos no futuro do indicativo) Ex.: Comprei uma casa (Comprei-a) / Vou comprar uma casa (Vou comprá-la) / Eles compraram uma casa (Eles compraram-na) / Eles comprarão a casa (Eles comprarão-na (INADEQUADO)) Você vai entender daqui a pouco por que está INADEQUADA esta última forma! Além desses, há: � me, te, se, nos, vos, lhe (s) Relembrados os POAs, vamos às regras: PRÓCLISE É o nome que se dá à colocação pronominal antes do verbo; ela é usada em clássicos 12 (doze) casos: 1) Palavra de sentido negativo antes do verbo* Ex.: Não se esqueça de mim. * não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais, tampouco, sequer, etc. Obs.: Após pausa (vírgula, ponto-e-vírgula...), usa-se ênclise: Não; esqueça- se de mim! 2) Advérbio ou palavra denotativa antes do verbo* Ex.: Agora se negam a depor. * já, talvez, só, somente, apenas, ainda, sempre, talvez, também, até, inclusive, mesmo, exclusive, aqui, hoje, provavelmente, por que, onde, como, quando, etc. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 108 Obs.: Se houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula...) após o advérbio, usa-se a ênclise: Agora, negam-se a depor. Segundo o gramático Rocha Lima, se houver repetição de pronomes átonos após pausas, pode-se usar a próclise: Ele se ajeitou, se concentrou, se arrumou e se despediu. 3) Conjunções subordinativas antes do verbo* Ex.: Soube que me negariam. * que, se, como, quando, assim que, para que, à medida que, já que, embora, consoante, etc. Obs.: Ainda que a conjunção esteja oculta, haverá próclise: Como não o achei, pedi-lhe (que) me procurasse. 4) Pronomes relativos antes do verbo* Ex.: Identificaram-se duas pessoas que se encontravam desaparecidas. * que, o qual (e variações), cujo, quem, quanto (e variações), onde, como, quando. Obs.: Em linguagem literária, encontramos uma colocação raríssima (inexistente nos registros formais no estágio atual da língua) chamada de apossínclise, em que o POA vem antes da palavra negativa: Convidei duas pessoas que se não falavam há tempos. 5) Pronomes indefinidos antes do verbo* Ex.: Poucos te deram a oportunidade. * alguns, todos, tudo, alguém, qualquer, outro, outrem, etc. 6) Pronomes interrogativos antes do verbo* Ex.: Quem te fez a encomenda? * que, quem, qual, quanto Obs.: Informação que cabe para qualquer caso de próclise: ignora-se a expressão intercalada, colocando o POA antes do verbo, pois seu antecedente ainda é o pronome 'quem': Mesmo quem, diante de situações precárias, se encontra calmo, padece. 7) Entre a preposição em e o verbo no gerúndio. Ex.: Em se plantando tudo dá. Obs.: O POA virá antes do gerúndio se estiver modificado por um advérbio: João não era ligado a dinheiro, pouco se importando com o conforto advindo dele. 8) Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas alternativas antes do verbo* Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 108 Ex.: Ora me ajuda, ora não me ajuda. Não foi nem se lembrou de ir. * nem, não só/apenas/somente... mas/como (também/ainda/senão)..., tanto... quanto/como..., que, ou... ou.., ora...ora, quer... quer..., já... já..., etc. 9) Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo) Ex.: Quanto se ofendem por nada, ora bolas! Deus te proteja, meu filho, que bons ventos o tragam logo. 10) Com o infinitivo flexionado precedido de preposição Ex.: Foram ajudados por nos trazerem até aqui. 11) Com formas verbais proparoxítonas Ex.: Nós lhe desobedecíamos sempre. 12) Com o numeral ambos Ex.: Ambos te abraçaram com cuidado. IMPORTANTE: Muitos gramáticos chamam de 'palavras atrativas' os termos que antecedem um verbo, os quais implicam a realização da próclise (casos: 1-6, 8, 13) ÊNCLISE É o nome que se dá à colocação pronominal depois do verbo; ela é usada nos seguintes casos: 1) Verbo no início da oração sem palavra atrativa Ex.: Vou-me embora daqui! Obs.: Com palavra atrativa: Já me vou embora daqui! 2) Pausa antes do verbo sem palavra atrativa Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo. Obs.: Com palavra atrativa: Se eu ganho na loteria, tão logo me mudo. 3) Verbo no imperativo afirmativo sem palavra atrativa Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos. Obs.: Com palavra atrativa: Enquanto eu não avisar, jamais vos silenciem. 4) Verbo no infinitivo não flexionado sem palavra atrativa Ex.: Não era minha intenção machucar-te. Obs.: Os POAs -o, -a, -os, -as (-lo, -la, -los, -las) virão enclíticos aos infinitivos não flexionados antecedidos da preposição A: Estou inclinado a perdoá-lo. Apesar de tudo, continuo disposto a ajudá-la. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 108 Obs: Com palavra atrativa: ver Casos Facultativos mais abaixo. 5) Verbo no gerúndio sem palavra atrativa Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida. Obs.: Com palavra atrativa: Recusou a proposta não se fazendo de desentendida. MESÓCLISE É o nome que se dá à colocação pronominal no meio do verbo (extremamente formal); ela é usada nos seguintes casos: 1) Verbo no futuro do presente do indicativo sem palavra atrativa Ex.: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo. Obs.: O POA sempre ficará entre o 'r' do verbo e a terminação do verbo: Daremos um beijo no teu rosto =Dar-te-emos um beijo no rosto. Obs.: Com palavra atrativa: Talvez se realizará, na próxima semana, um grande evento... 2) Verbo no futuro do pretérito do indicativo sem palavra atrativa Ex.: Não fosse o meu compromisso, acompanhar-te-ia nesta viagem. Obs.: Com palavra atrativa: Mesmo não havendo compromisso, nunca te acompanharia nesta viagem. CASOS FACULTATIVOS 1) Pronomes demonstrativos antes do verbo sem palavra atrativa* Ex.: Aquilo me deixou triste ou Aquilo deixou-me triste * este (e variações), isto; esse (e variações), isso; aquele (e variações), aquilo Obs.: Acho que nem preciso dizer que a construção 'Aquilo me deixou-me triste' é algo IMPOSSÍVEL. PRECISO??? Não me deixe triste, hein! (rs) 2) Conjunções coordenativas (exceto aquelas mencionadas nos casos de próclise) antes do verbo sem palavra atrativa Ex.: Ele chegou e dirigiu-se a mim ou Ele chegou e se dirigiu a mim. Corri atrás da bola, mas me escapouou Corri atrás da bola, mas escapou-me. 3) Sujeito explícito com núcleo pronominal (pronome pessoal reto e de tratamento) antes do verbo sem palavra atrativa Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 108 Ex.: Ele se retirou ou Ele retirou-se. Eu te considerarei ou Eu considerar- te-ei. Sua Excelência se queixou de você ou Sua Excelência queixou- se de você. Obs.: Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena que se use a próclise. Ex.: Eu a vi ontem, e não Eu vi-a ontem. 4) Sujeito explícito com núcleo substantivo antes do verbo sem palavra atrativa Ex.: Camila te ama ou Camila ama-te. 5) Infinitivo não flexionado precedido de palavras atrativas ou das preposições para, em, por, sem, de, até, a Ex.: Meu desejo era não o incomodar ou Meu desejo era não incomodá- lo. Calei-me para não contrariá-lo ou Calei-me para não o contrariar. Corri para o defender ou Corri para defendê-lo. Acabou de se quebrar o painel ou Acabou de quebrar-se o painel. Sem lhe dar de comer, ele passará mal ou Sem dar-lhe de comer, ele passará mal.Até se formar, vai demorar muito ou Até formar-se, vai demorar muito. Erro agora em lhe permitir que me deixe ou Erro agora em permitir-lhe que me deixe. Por se fazer de bobo, enganou a muitos ou Por fazer-se de bobo, enganou a muitos. Estou pronto a te acompanhar ou Estou pronto a acompanhar-te COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS 1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio: a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. Ex.: Haviam-me convidado para a festa. Obs.: O hífen que liga o verbo auxiliar ao POA é facultativo. b) Se, antes do tempo composto*, houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar. Ex.: Não me haviam convidado para a festa * locução verbal formada por 'ter/haver + particípio' Obs.: Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja antes dele palavra atrativa. Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 108 2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar (com hífen), antes do principal (sem hífen) ou depois do verbo principal (com hífen) Ex.: Devo-lhe/Devo lhe esclarecer o ocorrido ou Devo esclarecer-lhe o ocorrido. / Estavam-me/Estavam me chamando pelo rádio ou Estavam chamando-me pelo rádio. Obs.: O hífen que liga o verbo auxiliar ao POA é facultativo. b) Havendo palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Ex.: Não posso esclarecer-lhe o ocorrido ou Não lhe posso esclarecer mais nada. / Estavam chamando-me ou Não me estavam chamando. Obs.: Os casos facultativos 1, 3 e 4 permitem 3 colocações pronominais com as locuções verbais: Ele te vai xingar muito ou Ele vai(-)te xingar muito ou Ele vai xingar-te muito. Os gramáticos Domingos Paschoal Cegalla e José Carlos de Azeredo dizem ser possível a colocação do pronome entre os verbos da locução verbal, mesmo com palavra atrativa antes: Ex.: Não me estavam chamando ou Não estavam me chamando ou Não estavam chamando-me. Última OBS.: Por motivo de eufonia, elimina-se o 's' final dos verbos na 1ª pessoa do plural seguidos do pronome 'nos': Inscrevemos + nos no curso = Inscrevemo-nos no curso; Conservamos + nos jovens = Conservamo-nos jovens. Na boa? Respire um pouco, vá beber uma água, estique as pernas, veja um pouco de desenho... relax... Cansou um pouquinho, não? Pronto, tive uma ideia, vou contar uma piada e depois você continua sua leitura, beleza? ☺☺☺☺ Na escola Na escola de treinamento para homem-bomba, os alunos estão todos reunidos, muito concentrados na aula, quando o professor explica: — Olha aqui, vocês prestem muita atenção, porque eu só vou fazer uma vez! Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 108 Ajudou? Não?! Foi mal... rsrs... Chega de palhaçada, vamos nessa! ---------------------------------------------------------------------------------- Os pronomes oblíquos tônicos, sempre precedidos de preposição, são: 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural) 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural) 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(a/s) (singular ou plural) O que você precisa saber sobre estes pronomes é o seguinte: • Sobre o MIM Ex.: Nunca houve nada entre mim e ti. Adequado à norma culta ou não este uso do pronome? Adequadíssimo! Não estaria se estivesse assim: ‘Nunca houve nada entre eu e você’. Lembra-se de que o ‘eu’ só exerce função de sujeito ou de predicativo do sujeito? Então...; o ‘eu’ só poderia vir após preposição se fosse sujeito de um verbo: ‘Entre eu sair e tu saíres, saio eu! Agora está ótimo.’ E nesta frase abaixo, há incorreção gramatical? Ex.: Sempre foi muito complicado para mim entender Português. Deu vontade de dizer que sim? Que pena! A frase acima está perfeita. O ‘mim’ pode ficar diante de verbo no infinitivo — explico isso logo abaixo. Cuidado com esta construção, meu amigo, pois ela pode sabotar você. O que não pode ocorrer é o ‘mim’ ocupar posição de sujeito, ok? Veja: Ex.: Comprei um curso em PDF para mim aprender, enfim, Português. Observe que neste caso o ‘mim’ é sujeito do verbo aprender. “Ah, Pestana, como eu vou saber isso!?” Simples, observe a primeira frase (adequada) de novo: Sempre foi muito complicado para mim entender Português. O que você deve perceber é: se for possível apagar ou deslocar a expressão ‘para mim’ diante do verbo, isso é sinal de que ela não tem o ‘mim’ funcionando como sujeito do verbo no infinitivo. Afinal, ‘mim’ não conjuga verbo, logo não pode ser sujeito. Logo, nestas condições, a expressão pode vir sem problemas diante do verbo. Veja como ficaria: Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 108 Sempre foi muito complicado ( ) entender Português. ou Sempre foi muito complicado entender Português para mim. Tente aplicar estes “macetes” à frase “Comprei um curso em PDF para mim aprender, enfim, Português.”. Não conseguiu? Sabe por quê? Porque nesta frase o ‘mim’ conjuga verbo e tem função de sujeito. Como sabemos que ele está inadequado, consertemos: Comprei um curso em PDF para EU aprender, enfim, Português. • Usar entre si sempre que for possível a posposição do pronome mesmos, lembrando-se que o sujeito tem de ser da 3ª pessoa do plural, senão usa-se entre eles. Ex.: Os irmãos discutiam entre si (mesmos); mas: Nunca houve briga entre eles (construção adequada). • Se, si, consigo são pronomes reflexivos (ou reflexivos recíprocos), isto é, referem-se ao próprio sujeito do verbo. Me, te, nos, vos podem ser também. Ex.: Elisabete se machucou e só fala de si mesma, levando consigo todo o crédito. / Eu me fantasiei. / Nós nos abraçamos. / Vós vos cumprimentastes? / Tu te maquiaste bem. • Usam-se com nós e com vós quando estessão seguidos de ambos, todos, outros, mesmos, próprios, um numeral, um aposto explicativo ou uma oração adjetiva; caso contrário, usa-se conosco e convosco. Ex.: Estava com nós outros. / Saiu com vós todos. (...) / As crianças irão conosco e não convosco. (...) • Contração das preposições com ele(a/s) Ex.: de + ele(a/s) = dele (a/s); em + ele (a/s) = nele (a/s)... Pronomes de tratamento São pronomes que se usam no tratamento cortês e cerimonioso; seguem os principais: Pronomes de Abreviatura Abreviatura Usados para Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 108 tratamento Singular Plural Você V. VV. Um tratamento íntimo, familiar. Senhor, Senhora Sr., Sr.ª Srs., Srª.s Pessoas com as quais mantemos um certo distanciamento mais respeitoso. Vossa Senhoria V. S.ª V. Sªs Pessoas com um grau de prestígio maior. Usualmente, os empregamos em textos escritos, como: correspondências, ofícios, requerimentos, etc. Vossa Excelência V. Ex.ª V. Ex.ªs Pessoas com alta autoridade, militares e políticas, como: Presidente da República, Senadores, Deputados, Embaixadores, Oficiais de Patente Superior à de Coronel, etc. Vossa Eminência V. Em.ª V. Em.ªs Cardeais. Vossa Alteza V. A. V V. A A. Príncipes e duques. Vossa Santidade V.S. - Para o Papa. Vossa Reverendíssima V. Rev.mª V. Rev.mªs Sacerdotes e Religiosos em geral. Vossa Paternidade V. P. VV. PP. Superiores de Ordens Religiosas. Vossa Magnificência V. Mag.ª V. Mag.ªs Reitores de Universidades Vossa Majestade V. M. V V. M M. Reis e Rainhas. O que você precisa saber sobre estes pronomes é o seguinte: • Usa-se Vossa quando se fala com a pessoa; Sua, quando se fala sobre a pessoa. Ex.: No quarto da rainha: – Vossa Majestade precisa de algo? – Sim. Um suco. Na cozinha: – Sua Majestade é cheia de mimos, não?! – Ela sempre foi assim. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 108 • Qualquer pronome de tratamento, apesar de se referir à 2ª pessoa do discurso, exige que verbos e pronomes estejam na forma de 3ª pessoa. Ex.: Você Alteza estuda tanto para poder um dia governar sua nação. • O pronome você não pode ser “misturado” com verbos ou pronomes de 2ª pessoa no mesmo contexto; é preciso haver uniformidade de tratamento; no entanto, o que mais ocorre é a “desuniformidade” de tratamento, note: Ex.: Entre por essa porta agora e diga que me adora, você tem meia- hora pra mudar a minha vida, vem, vambora... (Adriana Calcanhoto) A forma verbal ‘vem’ está na 2ª pessoa do singular (vem (tu)); deveria ser: ‘venha’ (venha (você)). Vou falar mais disso em verbos. Pronomes Possessivos Estabelecem, normalmente, relação de posse entre seres e conceitos e as pessoas do discurso. Daqui a pouco explico o ‘normalmente’. 1ª pessoa: meu(s), minha(s) / nosso(s), nossa(s) 2ª pessoa: teu(s), tua(s) / vosso(s), vossa(s) 3ª pessoa: seu(s), sua(s) O que você precisa saber sobre estes pronomes é o seguinte: • Os pronomes de tratamento utilizam os possessivos da 3ª pessoa: Ex.: Vossa Senhoria deve encaminhar suas reivindicações ao diretor. • Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos assumem valor de possessivos, exercendo, pois, função sintática de adjunto adnominal (ADN); Celso Cunha e Bechara veem-nos como objetos indiretos com valor possessivo. Ex.: Vou seguir-lhe os passos. (Vou seguir seus passos) / Apertou-me as mãos. (Apertou minhas mãos). • Mudança de posição pode gerar mudança de sentido. Ex.: Envio minhas fotos ainda hoje (fotos tiradas por mim) / Envio fotos minhas ainda hoje (fotos em que estou presente) • O pronome possessivo seu pode causar ambiguidade. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 108 Ex.: O policial prendeu o ladrão em sua casa. / João, Maria e seu filho saíram. / Marcos contou-me que Soraia tinha desaparecido com seus documentos. / A professora disse ao diretor que concordava com sua nomeação. Para desfazer a ambiguidade, podem-se usar vírgulas, próprio(-a/ -s), dele(-a/-s), voz passiva, pronome relativo ‘que’, o pronome demonstrativo ‘este’... Ex.: O policial, em sua própria casa, prendeu o ladrão. / O ladrão foi preso pelo policial na casa deste... Olha o que a banca pode fazer com você nesta frase: “O carro dele quebrou”. Na frase acima, temos um pronome possessivo. O que acha? É ou não? Resposta: JAMAIS! De acordo com a norma culta, meu camarada, os pronomes possessivos são os que estão na tabela de pronomes possessivos. Por acaso você viu algum dele(a/s) lá? Creio que não, por isso, não caia nessa! Analisando o ‘dele’: de + ele = dele. Simples assim. Uma mera contração entre preposição e pronome pessoal, que, neste caso, é oblíquo tônico. Beleza? Maravilha! • O artigo definido é facultativo antes dos possessivos. Ex.: Gosto de meu trabalho ou Gosto do meu trabalho. • Os matizes de sentido, respectivamente, que podem ter os possessivos são: parentesco, estimativa, ironia, cortesia, realce... Ex.: Como vão os seus, João? / Roberto tem seus vinte e quatro anos. / Minha querida, cala a boca! / Deixe-me ajudar, minha boa senhora. / Seu bobo, para de palhaçada! Pronomes Indefinidos Referem-se à 3ª pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica. São eles: Variáveis Invariáveis Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 108 Algum, alguma, alguns, algumas Algo Nenhum(ns), nenhuma(s) Tudo Todo, toda, todos, todas Nada Outro, outra, outros, outras Mais/Menos Muito, muita, muitos, muitas Bastante, bastantes Pouco, pouca, poucos, poucas Quem Certo, certa, certos, certas Alguém Vário, vária, vários, várias Ninguém Quanto, quanta, quantos, quantas Outrem Tanto, tanta, tantos, tantas (Os) Demais Qualquer, quaisquer Tal, tais Qual, quais Cada Um, uma, uns, umas Que Locuções pronominais indefinidas Grupos de vocábulos com valor de pronome indefinido. Cada qual, cada um, quem quer que, seja quem for, seja qual for, o mais, todo mundo, todo aquele que, um ou outro, qualquer um... Ex.: Cada um é diferente. Seja quem for que me incomode pagará caro. Todo mundo me respeita. O que você precisa saber sobre estes pronomes é o seguinte: • Importante!!! A mudança de posição de alguns indefinidos poderá mudar ora sua classe, ora seu sentido. Ex.: Qualquer mulher merece respeito (sentido generalizador) / Ela não é uma mulher qualquer (sentido pejorativo). / Algum amigo te traiu? (sentido genérico) / Amigo algum me traiu. (sentido negativo) / Certo homem veio atrás de você. (sentido genérico, pronome indefinido) / Ele é o homem certo. (sentido qualificativo, adjetivo) / Outra mulher chegou. (sentido indefinido, pronome indefinido) / Agora ela é uma outra mulher. (‘nova, renovada’, adjetivo) • Todo, no singular e junto de artigo, significa inteiro; sem artigo, significa qualquer. Ex.: Todo o edifício será pintado. / Todo edifícioserá pintado. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 108 • Nenhum varia normalmente quando anteposto ao substantivo. Ex.: Não havia nenhumas frutas na cesta. • O pronome indefinido outro junto de artigo pode mudar de sentido. Ex.: Outro dia fui visitá-lo. (tempo passado) / Fui visitá-lo no outro dia (tempo futuro). • O pronome cada pode ter valor discriminativo ou intensivo. Ex.: Em cada lugar, há diversidade de beleza. / Tu tens cada mania! • O vocábulo UM pode ser artigo indefinido, numeral ou pronome indefinido (alternando com ‘outro’). Ex.: Ele é um homem bom. (artigo indefinido) / Ele é só um, deixe-o em paz (numeral). / Um chegou cedo; o ‘outro’, atrasado. (pronome indefinido) Alguns pronomes indefinidos podem virar advérbios, a depender do contexto. Lembre-se sempre: pronome se liga a substantivo. Veja: Toda força é bem-vinda. (pronome indefinido) / Ela estava toda boba. (toda modifica o adjetivo ‘boba’; a variação do advérbio neste caso é forma coloquial, mas polêmica; o adequado, apesar de estranho, seria “Ela estava todo boba”) Tenha mais amor e menos desconfiança. (pronomes indefinidos) / Aja mais e fale menos. (advérbios modificando verbos) O mesmo ocorre com os pronomes indefinidos ‘muito, bastante, pouco, algo, nada, que, tanto...’ Pronomes Interrogativos Exprimem questionamento direto ou indireto em um contexto que sugere desconhecimento ou vontade de saber. Que (o que), Quem, Qual (e variações), Quanto (e variações) Ex.: Que é isso? (pergunta direta) Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 108 Quero saber [que é isso (?)]. (pergunta indireta) • Não confunda pronome interrogativo (que) com conjunção integrante (que). Se der para fazer uma pergunta a partir do ‘que’, este será interrogativo, e não conjunção integrante. Ex.: Não sei que horas são. (Que horas são? Pergunta possível) / Espero que sejam dez horas. (Que sejam dez horas? Pergunta impossível) • Nas frases interrogativas indiretas, os pronomes interrogativos vêm, normalmente, após os verbos ‘saber, perguntar, indagar, ignorar, verificar, ver, responder...’ Ex.: Quero saber (o) que devo fazer. (Que devo fazer?) / Ignoro quem fez isso (Quem fez isso?). • A forma reduzida da expressão ‘que é de’ é ‘Cadê’, muito popular, mas não contemplada entre os gramáticos normativos como culta. Ex.: Cadê as pessoas que estavam aqui? Pronomes Demonstrativos Palavras que marcam a posição temporal ou espacial de um ser em relação a uma das três pessoas do discurso, fora do texto (exófora/dêixis) ou dentro de um texto (endófora (anáfora ou catáfora)). Normalmente relacionados à 1ª pessoa: este(a/s), isto. Normalmente relacionados à 2ª pessoa: esse(a/s), isso. Normalmente relacionados à 3ª pessoa: aquele(a/s), aquilo. Além destes pronomes demonstrativos canônicos, há: • mesmo(a/s), próprio(a/s) com valor reforçativo ou junto de artigo Ex.: Ela mesma/própria costura seus vestidos. / A mesma mulher tem talento de sobra. Obs.: Cuidado com a seguinte construção: “O elevador só suporta oito pessoas. Não sobrecarregue o mesmo.” Neste caso, o uso de ‘o mesmo’ retomando um termo, como um típico demonstrativo, não está adequado à norma culta segundo muitos gramáticos, como Sacconi. Os manuais de redação também não o recomendam. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 108 • tal(s), semelhante(s), quando aparecem no lugar de isto, aquilo, aquele(a/s) Ex.: Tal absurdo eu não cometeria. / Nunca vi semelhante coisa, meu Deus! • o(s), a(s), quando substituíveis por aquele(a/s), isso; importante dizer que tal situação ocorre em três casos: antes do pronome relativo ‘que’, antes da preposição ‘de’, e junto ao verbo ser ou fazer, normalmente. Ex.: Somos o que somos. (Somos aquilo que somos) / As que chegaram atrasadas perderam a explicação. (Aquelas que chegaram atrasadas...) / Convidei só os da Barra da Tijuca para o jogo. (Convidei só aqueles da Barra...) / Ela estudava, mas não o fazia com vontade. (Ela estudava, mas não fazia isso com vontade) Principais usos dos demonstrativos 1) Numa perspectiva exofórica ou dêitica, ou seja, referindo-se a elementos extradiscursivos (fora do texto/discurso) dentro do espaço ou do tempo, procede-se assim: Função espacial Os advérbios aqui, cá (proximidade à 1ª p.); aí (proximidade à 2ª p.); ali, lá, acolá (distância da 1ª p. e da 2ª p.) ajudam no uso adequado dos pronomes demonstrativos. Este (a/s), isto: próximo do falante Ex.: Esta camisa (aqui) do Flamengo é minha. Esse(a/s), isso: próximo do ouvinte Ex.: Essa camisa (aí) é tua? Aquele(a/s), aquilo: distante dos dois Ex.: Aquela camisa é dele. Função temporal Este(a/s): presente, passado recente ou futuro (dentro de um espaço de tempo). Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 108 Ex.: Esta é a hora da verdade. / Esta noite foi sensacional. / Este fim de semana será perfeito, pena que ainda é segunda. Esse(a/s): passado recente Ex.: Ninguém se esquecerá desse carnaval. Aquele(a/s): passado ou futuro distantes (vago) Ex.: Foi em 1500, naquele ano, o Brasil surgiu. / Naquele dia, no Seu dia, Deus fará justiça. 2) Numa perspectiva endofórica (anafórica ou catafórica), ou seja, referindo-se a elementos intradiscursivos (dentro do texto), procede-se assim: Função distributiva Este, referindo-se ao mais próximo ou citado por último. Aquele, referindo-se ao mais afastado ou citado em 1º lugar. Ambos são anafóricos, pois substituem termos anteriores. Ex.: Todos nós conhecemos Lula e Dilma. A imagem desta tem como reflexo aquele. Ou seria o contrário? Função referencial Este(a/s), isto referem-se a algo que será dito ou apresentado (valor catafórico). Pode também retomar um termo antecedente (valor anafórico), segundo Bechara. Ex.: Esta sentença é verdadeira: “A vida é efêmera”. E nisto todos confiam. Esse(a/s), isso referem-se a algo já dito ou apresentado (sempre anafóricos). Ex.: Isso que você disse não está certo, amigo. É por essas e outras que nada funciona neste país. Valores estilísticos dos demonstrativos Ex.: Não dou dessas, não! Por exemplo, essa aí não presta (desprezo, ironia) / Essa, não! (surpresa) / Você só pensa naquilo... (malícia) / Não consigo acreditar que ela tenha virado aquilo (pena, comiseração)... Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 108 Pronomes Relativos Este é o campeão de aparições nas provas, portanto aproveite minha minuciosa abordagem! A palavra relação vem do latim ‘relatione’ que significa ligação, conexão, daí chamar o pronome que se refere, ou se relaciona, ou está ligado a um termo, de relativo. Assim, pronome relativo é um elemento conector de caráter anafórico, isto é, refere-se a um termo antecedenteexplícito (substantivo, pronome substantivo, numeral substantivo, advérbio, verbo no infinitivo ou oração reduzida de infinitivo), substituindo-o, e que sintaticamente introduz oração subordinada adjetiva restritiva ou explicativa. Ex.: O homem – apesar de todos os contratempos – que veio aqui era o Presidente. Ninguém que esteve no Brasil desapontou-se. Apenas um, que compareceu à festa, estava bem trajado. Ali, onde você mora, não é o melhor lugar do mundo. Estudar que é bom ninguém acha legal. Procurar aprender Língua Portuguesa, que é importante, você não quer. Visto que seu objetivo é substituir um vocábulo para que este não se torne repetitivo, o pronome relativo nos permite reunir duas orações numa só. Ex.: O livro é espetacular. Estou lendo um livro. => Estou lendo um livro que é espetacular ou O livro que estou lendo é espetacular. Obs.: Na linguagem coloquial, observa-se o uso pleonástico por um pronome oblíquo após o relativo. Não está adequado à norma culta! Ex.: Este ó livro que pretendemos comprá-lo. É importante dizer que, se um verbo ou um nome da oração subordinada adjetiva exigir a presença de uma preposição, esta irá à frente do pronome relativo. Preste atenção!!! Ex.: O filho, do qual a mãe tinha necessidade, era bom. (quem tem necessidade, tem necessidade DE) Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 108 Obs.: Na linguagem coloquial, a ausência da preposição é comum. Cuidado!!! Ex.: Este é o carro (!?) que precisamos. É notório hoje em dia o uso não atento às normas gramaticais do pronome relativo. Por isso, faz-se necessário aos que se preocupam com as normas o conhecimento do registro formal. Ex.: Este é o livro que o autor é excelente. (LINGUAGEM COLOQUIAL) Este é o livro cujo autor é excelente. (LINGUAGEM CULTA) Veja o uso adequado dos oito pronomes relativos QUE (substituível pelo variável O QUAL) - É invariável. - Refere-se a pessoas ou coisas. - É chamado de relativo universal, pois pode – geralmente – ser utilizado em substituição de todos os outros relativos. Ex.: As mulheres, que (=as quais) são geniosas por natureza, permanecem ótimas. O Flamengo, que (= o qual) sempre será meu time de coração, é pentacampeão. Minha sogra, a que (= à qual) tenho grande aversão, está viva ainda. O Flamengo é o (= aquilo) que preocupa os vascaínos. Os dois, que (= os quais) você ajudou, já estão recuperados. Obs.: 1- Numa série de orações adjetivas coordenadas o que pode estar elíptico. Ex.: A sala estava cheia de alunos que conversavam, (!) riam, (!) dormiam. 2- Diz-se que o relativo que só deve ser antecedido de preposição monossilábica (a, com, de, em, por; exceto sem e sob); caso contrário, usam-se os variáveis (sem restrição quanto ao uso das preposições), inclusive para evitar ambiguidade. Ex.: Este é o ponto com que concordo, mas foi este sobre o qual você falou? / Ambiguidade: Conheci o pai da garota que se acidentou. (Quem se acidentou?), por isso: Conheci o pai da garota o qual (ou a qual) se acidentou. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 108 3- Cuidado para não confundir o relativo que com a conjunção integrante que, ou com o pronome interrogativo que, ou com a partícula expletiva que. Ex.: Eu disse ao homem que ia comprar o carro hoje! (conjunção integrante; Eu disse ao homem ISSO) / Eu não soube pelo homem que horas são. (pronome interrogativo) / Eram as meninas que tinham de limpar a casa hoje, mãe! (partícula expletiva; às vezes vem em forma de ‘expressão expletiva’ formada pelo verbo “ser + que” para conferir ênfase a um termo de valor substantivo; no caso, ‘as meninas’) QUEM - É invariável. - Refere-se a pessoas ou a algo personificado. - A preposição a precederá o relativo quem sob qualquer circunstância, exceto se o verbo ou um nome da oração subordinada adjetiva exigir outra preposição. De qualquer forma, vem sempre preposicionado. Ex.: A Justiça a quem devo obediência é meu guia. Eis o homem a quem mais admiro. Conheci uma musa por quem me apaixonei. Deus, perante quem me ajoelho, é importantíssimo. Obs.: Evita-se o uso da preposição sem antes de quem; prefere-se sem o qual em vez de sem que. Ex.: Esperávamos Maria sem quem não sairíamos. (!?) / Esperávamos Maria, sem a qual não sairíamos. CUJO - É um pronome adjetivo que vem, geralmente, entre dois nomes substantivos explícitos, entre o ser possuidor (antecedente) e o ser possuído (consequente). - É variável, logo concorda em gênero e número com o nome consequente, o qual geralmente difere do antecedente. - Nunca vem precedido ou seguido de artigo, é por isso que não há crase antes dele. - Geralmente exprime posse. - Equivale à preposição de + antecedente, se invertida a ordem dos termos. Ex.: O Flamengo, cujo passado é glorioso, continua alegrando. (O passado do Flamengo...) Esta é uma doença contra cujos males os médicos lutam. (...contra os males da doença) Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 108 Vi o filme a cujas cenas você se referiu. (...às cenas do filme) O telefone, cuja invenção ajudou a sociedade, é útil. (A invenção do telefone...)* O registro formal, em que o grau de prudência é máximo, e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo é o preferido dos professores de língua portuguesa. (...o conteúdo do registro formal...) *Aqui não há relação de posse. QUANTO - É variável. - Aparece sempre após os pronomes “tudo, todo (e variações) e tanto (e variações)” seguidos ou não de substantivo ou pronome. Ex.: Ele encontrou tudo quanto procurava. Aqui há tudo quanto você precisa. Bebia toda a cerveja quanta lhe ofereciam. Todas quantas colaborarem serão beneficiadas. Aqui há tanto movimento quanto se pode esperar. Explico tantas vezes quantas sejam necessárias. ONDE - É invariável. - Aparece com antecedente locativo real ou virtual. - Substituível por “em que, no qual (variações)”. - Pode ser antecedido, principalmente, pelas preposições “a, de, por e para”. Aglutina-se com a preposição a, tornando-se “aonde”, e com a preposição de, tornando-se “donde”. Ex.: A cidade onde (= em que/ na qual) moro é linda. Meu coração, onde tu habitas, é teu e de mais ninguém. O sítio para onde voltei evocava várias lembranças. As praias aonde fui eram simplesmente fantásticas. O lugar donde retornei não era tão bom quanto aqui. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 108 A casa por onde passamos ontem era minha. Obs.: Há um uso indiscriminado do relativo onde na linguagem coloquial; seguem exemplos abaixo: Fomos recepcionados pela Camila, onde nos acolheu com afeto. / Esta instrução é excelente onde permite educar bem a criança. / Há uma boa variedade de atividades onde o professor também é um observador. COMO - É invariável. - Precedido sempre pelas palavras ‘modo, maneira, forma e jeito’. - Equivale a “pelo qual”. Ex.:Acertei o jeito como (= pelo qual) fazer as coisas. Encontraram o modo como resolver a questão. A maneira como você se comportou é elogiável. Gosto da forma como aqueles atores contracenam. QUANDO - É invariável. - Antecedente sempre exprimindo valor temporal. - Equivale a “em que”. Ex.: Ele era do tempo quando se amarrava cachorro pelo rabo. É chegada a hora quando (= em que) todos devem se destacar. Verbo Palavra que • indica ação, estado ou fenômeno natural — sempre dentro de uma perspectiva temporal; pode indicar também a noção de existência, volição (desejo), necessidade, etc. Ex.: Pestana estudou muito. (ação/passado) Pestana está feliz. (estado/presente) Amanhã choverá muito na cidade do Pestana. (fenômeno natural/futuro) Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 108 Há dois Pestanas na minha vida. (existência/presente) Queria o Pestana ao meu lado. (volição/passado) Precisarei do Pestana na próxima aula. (necessidade/futuro) Obs.: Frisei acima a ‘perspectiva temporal’ porque substantivos podem indicar ação, estado, fenômeno natural, etc.: plantação (ato de plantar), morte (estado), chuva (fenômeno natural). Estas palavras não podem ser verbos, entretanto, pois não indicam tempo em si mesmas. Muito diferente do verbo. • varia em modo, tempo, número, pessoa, voz e aspecto; as quatro primeiras flexões combinadas formam o que chamamos de conjugação verbal, ou seja, para atender às necessidades dos falantes, o verbo muda de forma à medida que variamos a ideia de modo, tempo, número e pessoa — falarei minuciosamente de cada tópico daqui a pouco. • tem um papel importantíssimo dentro da frase; sem ele (explícito ou implícito) não há orações na língua portuguesa, pois o verbo é o núcleo do predicado — percebeu que eu usei vários para dizer o que eu acabei de dizer? ;) Obs.: São mais de 11.000 verbos na língua, segundo nos informa o gramático Cegalla. Antes que você se desespere pensando que vai ter de saber tudo sobre eles, saiba que, em conjugação verbal, só alguns verbos são realmente importantes na sua vida de concurseiro. São estes os frequentes em concursos: ser, ir, vir (e derivados), ver (e derivados), pôr (e derivados), ter (e derivados), caber, valer, adequar, haver, reaver, precaver, requerer, prover, viger, preterir, eleger, impugnar, os terminados em –ear, -iar (lembra-se do MARIO?) e –uar. Falarei deles em separado, fique em paz mental! Antes de mais nada, porém, creio que você deve ter contato com a estrutura verbal antes de sair por aí conjugando; beleza? Vem comigo! Breve Apresentação das Flexões dos Verbos Pretendo esmiuçar o que significa modo, tempo, número, pessoa, voz e aspecto, mas antes disso preciso que você entenda superficialmente do que tratam tais conceitos. Esta abordagem inicial, não profunda, vai fazer você entender mais sobre as variações (ou flexões) verbais de modo que os conhecimentos seguintes servirão de complemento ao que já foi visto paulatinamente por você. Resultado: você não vai perder o fio de Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 108 raciocínio, não vai ficar ‘viajando na maionese’... Relaxe, que vai dar tudo certo. Vamos lá, então... Modo É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. Por exemplo, se você come um hambúrguer e gosta, você exclama: “Nossa! Como isso aqui está gostoso!”. Percebe que o verbo ‘estar’ se encontra em uma determinada forma, indicando certeza, afirmação, convicção, constatação? Então, dizemos que este ‘modo’ como o verbo se apresenta indica que o falante põe certeza, verdade no que diz, certo? Este é o famoso MODO INDICATIVO, o modo da certeza, do fato, da verdade! Agora, em uma cena parecida, você vê uma pessoa comendo com vontade e diz: “Espero que esteja gostoso mesmo.” Percebe que a forma, o modo, a maneira como o verbo se apresenta mudou em relação ao de cima? Por que mudou? Para expressar outra ideia que o falante quer passar, a saber: dúvida, suposição, incerteza, possibilidade. Este é o igualmente famoso MODO SUBJUNTIVO, o modo da subjetividade, da incerteza, da dúvida, da hipótese! “Coma este hambúrguer, você não vai querer outro.” Note que nesta frase, o verbo indica sugestão, ordem, pedido... dependendo do tom como ele é pronunciado. Um simples “Passe o sal”, pode ser dito em tom de pedido, se o casal estiver no início do relacionamento, mas se estiver casado há muitos anos, a ordem é o expediente... rs... Estou brincando, afinal eu sou casado e minha mulher me ama de paixão ;) Voltando à realidade, dizemos que tal verbo se encontra no MODO IMPERATIVO, o modo da ordem, do pedido, da sugestão, da exortação, da advertência! Falarei mais sobre a formação do imperativo à frente. Tempo Os seres humanos, em geral, entendem o tempo numa linha corrente, e é a partir disso que formulam suas frases, situando no tempo seu discurso. No entanto, nós, seres humanos, que estamos sempre no tempo presente da linha do tempo REAL, podemos sempre, pela linha do tempo do DISCURSO, voltar ao passado e viajar ao futuro. “Como fazemos isso, Pestana?” Através dos verbos, ora bolas! --------------/------------------------/---------------------------/-----------------���� PASSADO PRESENTE FUTURO Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 108 Entendendo melhor: você está lendo agora este texto, certo? Aí, chega alguém até você e começa a atrapalhar sua leitura, daí você diz: “Eu estava lendo.”, como quem diz: “Volte para lá, seu chato!”. Percebeu que o verbo usado por você ficou no passado? Por quê? Pois você, aluno(a), no presente real retornou, através do discurso, ao passado, ou seja, àquilo que você estava fazendo. Logo, as noções de passado, presente e futuro norteiam nossa vida, não só no tempo cronológico, real, físico, mas também no tempo do discurso. Você entenderá isso melhor mais à frente, meu nobre (percebeu que eu usei o verbo no futuro?). Como já dito, existem três tempos no modo indicativo: passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito), presente e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo: presente, pretérito imperfeito e futuro. Explanarei em detalhes daqui a pouco. Número Este é fácil: singular e plural. Eu amo, mas nós amamos; tu amas, mas vós amais; ele ama, mas eles amam. Molezinha! Pessoa Fácil também: 1ª pessoa, o falante (eu amei, nós amamos); 2ª pessoa, o ouvinte (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa, o assunto (ele amou, eles amaram). Voz É a maneira como o verbo se encontra/aparece para indicar sua relação com o sujeito; dependendo de sua forma, o verbo pode indicar uma ação praticada pelo sujeito (voz ativa), uma ação sofrida pelo sujeito (voz passiva) ou uma ação praticada e sofrida pelo sujeito (voz reflexiva). Falarei mais sobre isso mais à frente. Take it easy! Aspecto Alguns verbos têm peculiaridades semânticas dentro da perspectiva temporal, ou seja, dependendo da forma e do contexto em que se encontram podem indicar processos de duração verbal diferenciados. Por exemplo: Eu comia hambúrgueres na minha adolescência(o verbo indica que este hábito era costumeiro nesta fase da vida). Agora: Eu comia um hambúrguer, quando ela me interrompeu (o verbo indica que a ação verbal já havia iniciado, prosseguiu até um momento, mas não foi finalizada). Sobre isso, fique tranquilo, falarei mais à frente. É bastante interessante. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 108 Veja só alguns aspectos abaixo para você ter uma ideia (baseado nos exemplos do dicionário Caldas Aulete): Aspecto durativo: indica um processo continuado, uma ação que se prolonga por determinado tempo (p.ex.: Ele estuda durante o verão). Aspecto habitual: indica que ação ou situação se repete habitualmente (p.ex.: Eles lancham todos os dias). Aspecto pontual: que indica que um evento é momentâneo, não dura além de um momento (p.ex.: Ela espirrou). Entendendo a Estrutura do Verbo Na conjugação de um verbo, normalmente ocorre a combinação de alguns elementos, conhecidos como: Radical, Vogal Temática (VT), Tema, Desinência Modo-Temporal (DMT) e Desinência Número-Pessoal (DNP). É importante dizer que estes elementos verbais podem sofrer algumas mudanças na forma, chamadas tecnicamente de ‘alomorfias’. Fica ligado nisso quando eu apresentar os exemplos abaixo. • Radical: indica a significação do verbo, é a sua base. Ex.: FAZER: Eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos... (presente do indicativo) Obs.: Importante saber sobre radical: Formas rizotônicas: a sílaba tônica do verbo recai dentro do radical: Eu amo muito minha esposa. / Eles precisam de ajuda. Formas arrizotônicas: a sílaba tônica do verbo recai fora do radical: Nós estudaremos mais a Língua Portuguesa. • VT: é uma vogal que vem após o radical, permitindo uma boa pronúncia do verbo e indicando como vai ser o modelo (paradigma) das conjugações (1ª conjugação: -A / 2ª conjugação: -E / 3ª conjugação: -I). Ex.: AMAR: Eu amei, tu amaste, ele amou, nós amamos... (pretérito perfeito do indicativo) COMER: Eu comera, tu comeras, ele comera, nós comêramos... (pretérito mais-que-perfeito do indicativo) PARTIR: Eu partirei, tu partirás, ele partirá, nós partiremos... (futuro do presente do indicativo) Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 108 • TEMA: é a combinação dos elementos anteriores (Radical + VT) que serve de preparação para o recebimento das desinências verbais. Ex.: AMAR, COMENDO, PARTIDO... Obs.: O verbo PÔR, cujo radical é PO, é de 2ª conjugação (POER); a vogal temática de 2ª conjugação (E) fica mais clara quando o conjugamos: Eu ponho, tu pões, ele põe, nós pomos, vós pondes, eles põem. • DMT: indica o modo e o tempo verbal; não há DMT em todos os tempos e modos. Tempo Modo Indicativo Modo Subjuntivo Formas Nominais Presente (1ª conj.) --- e infinitivo Presente (2ª e 3ª conj.) --- a r Perfeito --- --- Imperfeito (1ª conj.) va (ve) sse gerúndio Imperfeito (2ª e 3ª conj.) a (e) sse ndo Mais-que-perfeito ra (re) (átono) --- Futuro do presente ra (re) (tôn.) --- particípio Futuro do pretérito ria (rie) --- (a/ i)do* Futuro do subjuntivo r * Para alguns gramáticos, o a e o i do particípio são vogais temáticas; esta desinência de particípio (do) pode mudar, dependendo do verbo. • DNP: indica o número e a pessoa do verbo, vem depois da DMT; não há DNP em todos os tempos e modos; o modelo abaixo é só um padrão de conjugação. Tempo Singular Plural Presente indicativo 1ª p.: o / 2ª p.: s 1ª p.: mos / 2ª p.: is / 3ª p.: m Pretérito perfeito do 1ª p.: i / 2ª p.: ste 1ª p.: mos / 2ª p.: stes / 3ª p.: ram indicativo 3ª p.: u Futuro do presente do indicativo 1ª p.: i / 2ª p.: s 1ª p.: mos / 2ª p.: is / 3ª p.: o Futuro do subjuntivo e Infinitivo flexionado 2ª p.: es 1ª p.: mos / 2ª p.: des / 3ª p.: em Imperativo afirmativo --- 1ª p.: mos / 2ª p.: i, de Obs.: Os tempos que aqui não foram mencionados (pretérito imperfeito, mais-que- perfeito, futuro do pretérito, presente do subjuntivo e pretérito imperfeito do subjuntivo) seguem um modelo (paradigma) de desinências, que é: 2ª pessoa do singular: S, 1ª pessoa do plural: MOS, 2ª pessoa do plural: IS e 3ª pessoa do plural: M. Falarei mais sobre o imperativo à frente. Classificações dos Verbos Regulares Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 108 Segue um paradigma (modelo) em que o radical e as desinências permanecem inalterados; bem mais de 90% dos verbos são regulares. Ex.: Eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam. Irregulares Não segue um paradigma; normalmente na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, isso já fica claro, pois o radical ou as desinências são alterados. Ex.: Eu caibo, tu cabes, ele cabe, nós cabemos, vós cabeis, eles cabem. Alguns irregulares famosos: polir, estar, fazer, dar, vir, pedir, poder, ter, pôr, caber, ferir*... * Conjugam-se como ferir: aderir, advertir, competir, convergir, despir, digerir, expelir, gerir, impelir, mentir, perseguir, repelir, sugerir, transferir, vestir... Certos verbos sofrem alterações no radical para que seja mantida a regularidade sonora: corrigir, fingir, embarcar, tocar...; tais alterações não tornam o verbo irregular, logo são regulares. Anômalos Apresenta vários radicais diferentes; existem dois apenas: SER e IR. Ex.: Eu sou, tu és... eu fui... eu era... (que) eu seja... (se) eu fosse... (quando) eu for... Esses dois verbos são idênticos na conjugação dos seguintes tempos: pretérito perfeito do indicativo (fui, foste...), pretérito mais-que-perfeito do indicativo (fora, foras...), pretérito imperfeito do subjuntivo (fosse, fosses...) e futuro do subjuntivo (for, fores...). Só conseguimos identificar um ou outro pelo contexto. Ex: Fui sargento durante cinco anos. (SER) / Fui à praia pela manhã. (IR) Defectivos Não apresentam conjugação completa. Tal “defeito” existe apenas no presente do indicativo, do subjuntivo e do imperativo. Por isso, mesmo defectivo, o verbo poderá ser conjugado inteiramente nos outros tempos e modos verbais. Os defectivos são: Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 108 • verbos que só não possuem a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo: abolir, banir, colorir, delinquir, demolir, emergir, explodir, feder, haurir, imergir, puir, ruir, ungir... • verbos que, no presente do indicativo, só se conjugam nas 1ª e 2ª pessoas do plural: precaver-se, reaver, adequar, combalir, falir, florir, remir, ressarcir... • os que só aparecem na 3ª pessoa do singular se estiverem em seu sentido denotativo: todos os impessoais, das orações sem sujeito (lembra-se?): haver, ter, fazer, ser, estar e os que indicam fenômenos naturais; os unipessoais, verbos da oração principal da oração subordinada substantiva subjetiva (lembra-se?): cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, saber, etc.;os verbos onomatopaicos: cacarejar, coachar, zunir, miar, rugir, latir, etc. Obs.: Não são defectivos: caber, valer, redimir, polir, surtir, rir, escapulir, entupir, sacudir... Abundantes Possuem duas ou mais formas na mesma parte da conjugação; geralmente isso ocorre no particípio. Ex.: havemos ou hemos, haveis ou heis (haver); construis ou constróis (construir); destruis ou destróis (destruir); comprazi ou comprouve (comprazer-se), etc. Celso Cunha diz que os verbos DIZER, FAZER E TRAZER, na 2.ª pessoa do singular, apresentam no imperativo afirmativo duas formas: dize ou diz, faze ou faz, traze ou traz. Sobre os particípios duplos: As formas regulares (particípio em -ado ou –ido) são empregadas na voz ativa com os verbos auxiliares ter ou haver: Eu havia pagado o banco. O banco havia aceitado o cheque. Já havíamos limpado a casa. Tenho aceitado trabalhos demais este ano. Ainda não tínheis acendido a vela. Ele tinha me salvado uma vez. Ela tinha pegado pena perpétua. O padre havia benzido o lugar. Você podia ter imprimido o material antes. Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 108 As formas irregulares (particípio não terminado em –ado ou –ido) são usadas na voz passiva com os auxiliares ser, estar ou ficar, normalmente; podem variar em gênero e número: Eu sou pago pelo banco. O cheque foi aceito pelo banco. A casa ficou limpa pela empregada. Meus trabalhos foram aceitos pela agência. A vela será acesa pelo coroinha. O homem estava salvo por ele. O ladrão foi pego em flagrante. O fiel era bento pelo padre. Aquele documento enfim ficou impresso. Obs.: Os verbos trazer, chegar, abrir, cobrir, escrever, etc. não são abundantes, logo a única forma no particípio é: trazido, chegado, aberto, coberto, escrito. Pelo amor de Deus! As formas trago e chego não são admitidas no registro culto da língua, segundo os maiores gramáticos. Ele tinha chegado tarde. E não: Ele tinha chego tarde. / O pacote foi trazido na hora certa. E não: O pacote foi trago na hora. O verbo vir tem como particípio vindo, a mesma forma que seu gerúndio, assim como seus derivados: advindo, intervindo, provindo, sobrevindo. Pronominais Não são conjugados sem a presença do pronome oblíquo átono com função de parte integrante do verbo. Vá à página 7. Para os preguiçosos (☺), veja agora alguns: valorizar-se, indignar-se, ufanar-se, atrever-se, alegrar-se, admirar-se, lembrar-(se), esquecer-(se), orgulhar-se, arrepender-se, queixar-se, sentar-se, suicidar-se, concentrar-se, converter-se, afastar-se, precaver-se, sentir-se, etc. Veja se estas frases refletem o uso da língua: “Eu apaixonei pelo professor”, “Nós queixamos do professor”, “Ela suicidou do prédio”. Se sua resposta foi “não”, parabéns! Está faltando o quê? O pronome oblíquo átono, pois o verbo é PRONOMINAL, ora... as frases adequadas ficam assim, portanto: “Eu apaixonei-ME pelo professor”, “Nós NOS queixamos do professor”, “Ela suicidou-SE do prédio”. Simples assim. Cuidado com os verbos esquecer e lembrar, pois, dentre outros, eles podem não ser pronominais sempre. Ok? Veja o que quero dizer com isso: “Ela esqueceu a informação ou Ela esqueceu-se da informação”. Quando esses verbos forem pronominais, exigirão um complemento preposicionado; percebe? Reflexivos Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 108 São verbos acompanhados de pronomes reflexivos. Sempre são verbos transitivos diretos e/ou indiretos (VTD/ VTI/VTDI). Segundo Bechara, ele “faz refletir sobre o sujeito a ação que ele mesmo praticou.” Diz-se que o pronome reflexivo, que acompanha tal verbo, é também recíproco quando há mais de um ser no sujeito e o verbo se encontra no plural. É possível substituir o pronome átono por ‘a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo(s), a nós mesmos, a vós mesmos’ Ex.: A menina se cortou. / Se está doente, trate-se. / Os namorados se deram as mãos. (recíproco) / A avó e a neta se queriam muito. (recíproco) / Eles se beijaram. (recíproco) / Ela se impôs uma dieta muito severa. / Ele se achou culpado por ter perdido a luta. / Sofia deixou-se estar à janela. Conjugação Verbal e Verbos “Polêmicos” Não é incomum as provas de concurso, como o seu, cobrarem o conhecimento da conjugação (tempos, modos, números e pessoas) de alguns verbos; como a maioria deles é regular, sempre seguem um paradigma (modelo) na conjugação. Meu amigo, baseie a conjugação de todo e qualquer verbo regular pelos verbos AMAR (1ª conjugação), VENDER (2ª conjugação) e PARTIR (3ª conjugação). Beleza? Apesar de eu apresentar a conjugação das formais nominais, falarei mais sobre elas mais à frente, principalmente dos verbos no infinitivo. Veja o paradigma: VERBO AMAR Indicativo Pessoas Radical Presente Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito Pretérito Mais- Que- Perfeito Futuro do Presente Futuro do Pretérito EU Am o ei Ava ara arei aria TU Am as aste avas aras arás arias ELE Am a ou Ava ara ará aria NÓS Am amos amos ávamos áramos aremos aríamos VÓS Am ais astes áveis áreis areis aríeis ELES Am am aram avam aram arão ariam VERBO AMAR Subjuntivo Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 108 Pessoas Radical Presente Pretérito Futuro EU Am e asse ar TU Am es asses ares ELE Am e asse ar NÓS Am emos ássemos armos VÓS Am eis ásseis ardes ELES Am em assem arem Formas Nominais Radical Infinitivo Gerúndio Particípio Am ar ando ado VENDER Indicativo Pessoas Radical Presente Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito Pretérito Mais- Que- Perfeito Futuro do Presente Futuro do Pretérito EU Vend o i Ia era erei eria TU Vend es este Ias eras erás erias ELE Vend e eu Ia era erá eria NÓS Vend emos emos íamos êramos eremos eríamos VÓS Vend eis estes Íeis êreis ereis eríeis ELES Vend em eram Iam eram erão eriam VENDER Subjuntivo Pessoas Radical Presente Pretérito Futuro EU Vend a esse er TU Vend as esses eres ELE Vend a esse er NÓS Vend amos êssemos ermos VÓS Vend ais êsseis erdes ELES Vend am essem erem Formas Nominais Língua Portuguesa para o Soldado da PMDF Teoria e Questões da Funiversa Prof. Fernando Pestana – Aula 03 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 108 Radical Infinitivo Gerúndio Particípio Vend er endo ido PARTIR Indicativo Pessoas Radical Presente Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito Pretérito Mais- Que- Perfeito Futuro do Presente Futuro do Pretérito EU Part o i Ia ira irei iria TU Part es iste Ias iras irás irias ELE Part e iu Ia ira irá iria NÓS Part imos imos íamos íramos iremos iríamos VÓS Part is istes Íeis íreis ireis iríeis ELES Part em iram Iam iram irão iriam PARTIR Subjuntivo Pessoas Radical Presente Pretérito Futuro EU Part a isse ir TU Part as isses ires ELE Part a isse ir NÓS Part amos íssemos irmos VÓS Part ais ísseis irdes ELES Part am issem irem Formas Nominais Radical Infinitivo Gerúndio Particípio Part ir indo ido Você deve
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