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DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS DO INCIDENTE DE FALSIDADE E DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO

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 DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS 
I – O Código trata das Medidas Cautelares, que são aquelas que visam assegurar os direitos do ofendido lesados pelo crime. Exposição de Motivos, item VI.
II – FINALIDADES: Prevenir o dano ou prejuizo que adviria, fatalmente, da demora, da espera, até que se pudesse tomar uma solução definitiva em prol do interesse do ofendido. Destina-se a evitar o dano que a morosidade, procrastinação ou delonga do processo podia causar.
III – TIPOS DE MEDIDAS ASSECUARTÓRIAS NO DIREITO PROCESSUAL PENAL: 
Sequestro
Hipoteca Legal
Arresto
Busca e Apreensão
 SEQUESTRO
1. CONCEITO: Sequestro é a tomada judicial e consequente depósito da coisa litigiosa em mãos de terceiros, estranhos à lide, com o fim de preservar o 
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Direito sobre ela.
II – OBJETO: Tem por objeto coisa certa e determinada acerca da qual se discute seja a sua propriedade, seja a sua posse
III – CONCEITO NO DIREITO PROCESSUAL PENAL: É a retenção judicial do bem móvel ou imóvel havido com os proventos da infração, com o fim de assegurar as obrigações civis advindas da prática dessa.
IV – QUANDO OCORRE? Em qualquer fase do processo, mesmo antes de oferecida a denúncia ou a queixa.
V – QUEM PODE EMBARGAR? Pode ser embargado pelo terceiro, pelo acusado e pelo terceiro de boa fé( Arts. 129 e 130 do C.P.P).
VI – EM QUE CONSISTE A DEFESA DO ACUSADO? A defesa do acusado consiste na alegação de que os bens não foram adquiridos com os proventos do crime.
VII – CASOS EM QUE SE PODE LEVANTAR O SEQUESTRO:
Se a ação penal não for intentada no prazo de 60 dias contados da data em que ficar concluida a diligência do sequestro.
Quando o terceiro que adquiriu a coisa prestar caução que garanta a efetivação de que o C.P. no art. 91,II, b, 2ª parte dispõe, isto é: “ a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa fé de
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Qualquer bem ou valor que constitua provento auferido pelo agente na prática do fato criminoso.
3. Quando extinta a punibilidade ou absolvido o acusado
 HIPOTECA LEGAL
I. CONCEITO: É um direito real criado para assegurar a eficácia de um direito pessoal. É um direito real de garantia instituido em favor do credor para ser pago pelo valor do bem objeto daquela garantia, com preferência de outros credores.
II. TIPOS DE HIPOTECA:
1. Convencional- Resulta do acordo entre devedor e credor.
2. Judicial: Advém do direito do credor que obteve sentença contra o devedor de inscreverem no Registro Geral um ou alguns imóveis do réu condenado, para em seguida, executá-lo tal como se estivessem hipotecados convencionalmente, penhorando-os em poder de quem os tiver adquirido posteriormente à inscrição do vencedor.
3. Legal – Resulta da lei. É instituida por esta em favor de determinadas pessoas.
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III – POSSIBILIDADES DE HIPOTECA:
A certeza da infração : é mister, consequentemente, que o fato esteja demonstrado, seja certa sua ocorrência, não haja contestação.
Indícios de Autoria: Não se exige liquidez, basta haver indícios suficientes, isto é, circunstâncias que autorizem supor ser o denunciado autor da infração.
 
 ARRESTO
I – CONCEITO: É quando o sequestro não ocorre sobre bens adquiridos com os proventos da infração mas sobre imóvel, completamente, estranho ao crime
II – OBJETO: O arresto tem por objeto, indistintamente, coisas suficientes que garantam o pagamento da dívida.
III – TIPOS:
Provisório: Destinado a ser substituido pela hipoteca ( Art. 136 do C.P.P.)
Definitivo: Os bens são arrestados e transitada que seja a sentença condenatória vendido em leilão ( Art. 133, 137 do CPP)
IV – O ARRESTO ESTÁ SUBMETIDO A DUAS CONDIÇÕES:
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Que os bens do acusado sejam insuficientes para garantir sua responsabilidade
Que os bens arrestado sejam aqueles susceptíveis de penhora, devendo atentar-se pois, ao Art. 649 do C.P.C. que enumera os bens, absolutamente, impenhoráveis. Ex. anel nupcial, retratos de família, os vencimentos dos magistrados, professores, funcionários públicos.
 DA BUSCA E APREENSÃO
I – CONCEITO: É uma providência cautelar, isto é, uma medida acautelatória através da qual se procura obter os elementos de prova ou mesmo as próprias pessoas cuja situação interessa ao processo.
II- TIPOS: 
Domiciliar: É aquela realizada na casa, no escritório, em local habitável. Esta deverá ser sempre precedida da expedição de mandado judicial.
Pessoal: É aquela realizada na pessoa. É a revista pessoa.
III – A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.
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IV – O mandado de prisão constará do mandado da busca.
V – Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento de corpo de delito.
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 DO INCIDENTE DE FALSIDADE
I – INTRODUÇÃO: Processo incidente é, também, o de falsidade documental.
II – CONCEITO DE FALSIDADE: Falsidade é a não correspondência com o verdadeiro, é a sua imitação, já que se destina a enganar. A imitação há de ter idoneidade para iludir ou enganar. A grosseria ridícula, reconhecida a olho nu, não integra, geralmente, o falso.
III – TIPOS DE FALSIDADES:
1. Externa ou Material: Recai, materialmente, sobre a coisa. A mudança da verdade faz-se por contrafação (falsificação de produtos, assinaturas, etc...) de outrem, alteração ou supressão.
2. Ideológica: Nesta a ideia é que é falsa, sendo o documento verdadeiro em seus requisitos externos ou materiais. Ex. Quando em um contrato de compra e venda se diz que foi pago o preço mas tal não correu, há falsidade ideológica e não material: O documento é verdadeiro, porém o conteudo é mentiroso
3. Pessoal: Não se relaciona à pessoa física mas, à sua identidade, bem como, ao nome, qualidade ou condição de estrangeiro ( C.Penal, Art. 30).
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IV – A FALSIDADE ANALISADA PELO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – A falsidade analisada pelo C.P.Penal é a falsidade documental que tanto pode ser material como ideológica.
V – CONCEITO DE DOCUMENTO: 
Sentido lato: É qualquer objeto hábil para provar uma verdade e, portanto, não apenas o escrito mas, por exemplo, uma pedra, um osso, um fragmento de metal.
Sentido Restrito: É a declaração materializada com conteudo jurídico. São os objetos que apresentam em si, reunida e fixada, a manifestação por parte de uma pessoa de pensamento, de uma vontade ou a enunciação de um fato próprio ou a narração de um acontecimento. Nesta acepção documento é o objeto que contém um escrito, uma expressão gráfica de valor probatório ( Art. 232 C.P.P)
Originário: Conforme é elaborado com o fim preestabelecido de provar um fato. Ex. Contrato de locação.
Eventual: Quando, casualmente, serve de prova. Ex. Carta, bilhete, etc...
VII – FINALDIADE DO PROCESSO INCIDENTE DE FALSIDADE: Não tem por fim apurar um crime de falso documento(material ou ideológico) mas, de averiguar o valor probatório do documento que se encontra nos autos e que foi arguido como sendo falso. Tem por finalidade apurar se o documento 
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probatório é verdadeiro ou falso, veraz ou mentiroso. E. Alguém entra com um processo na justiça por homicídio, no decurso do processo surgem dúvidas sobre se o documento anexado aos autos do processo é falso mesmo ou verdadeiro. Paralelo ao processo principal instaura-se o processo incidente para se estabelecer se aquele documento é,d e fato, verdadeiro ou se fica definido ser o mesmo falso, há determinação judicial no sentido de que ele seja desentranhado do processo principal enquanto se encaminha para o M.P. para que, posteriormente, este ofereça denúncia para apurar o crime de falsidade ideológica.
VIII – PROCEDIMENTO:
Impugnado o documento sob a alegação de ser falso, mandará o juiz autuar em apartado a alegação
Em seguida ouvirá a parte contrária no prazo de 48 horas.
Ouvida
a parte contrária, abrir-se-á dilação probatória ao impugnante e ao impugnado sucessivamente por 3 dias, a fim de que demonstrem por todo gênero de provas admitido no juizo criminal o que aduziram (Art. 155 do CPP).
Finda a dilação e conclusos os autos o juiz poderá ordenar as diligências que achar necessárias, isto ainda que a parte contrária tenha confessado a falsidade.
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5. A seguir decidirá o juiz, unicamente, a falsidade documental. Contra esta decisão cabe recurso em sentido estrito ( Art. 581, XVIII do C.P.P) que,s em efeito suspensivo, ( Art. 584 do C.P.P.) subirá nos próprios autos do incidente (Art. 582, III, do C.P.P)
6. Tornado irrecorrível a decisão que reconhecer a falsidade, o documento será desentranhado dos autos principais e junto aos do incidente, serão ambos remetidos ao M.P. para proceder como de direito quanto ao responsável pela falsidade.
IX – QUEM PODE ARGUIR O INCIDENTE DE FALSIDADE?
Promotor
Querelante
Acusado
Procuradores com poderes especiais
O juiz de ofício
X- A decisão no processo incidente que reconhece a falsidade do documento não impede seja o fato ainda uma vez apreciado no ulterior processo criminal ou civil. Em relação a estes não faz ela coisa julgada ( Art. 148 do C.P.P.)
XI – EFEITO : O único efeito da decisão no processo incidente é manter o documento no autos principais ou deles desentranhá-los
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 DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO 
I – CONCEITO DE CRIME: É fato típico, antijurídico e culpável, isto é, enquadrável em dispositivo legal,s em ter a seu favor causa excludente de ilicitude e praticado com dolo ou culpa.
II – CONCEITO DE IMPUTÁVEL E INIMPUTÁVEL: 
Imputável- É a pessoa capaz de entender o caráter criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. É a capacidade que tem alguém de compreender a ilicitude de seu ato e de , livremente, querer praticá-lo.
Inimputável – É a pessoa incapaz de entender o caráter criminoso do fato que praticou ou venha a praticar.
III – TIPOS DE INIMPUTÁVEIS:
Doente Mental –Pessoas que sofrem de psicoses -quer orgânicas e tóxicas, quer funcionais. São os que sofrem de perturbações da atividade mental ligadas a estados somáticos ou fisiológicos mórbidos de caráter transitório, como delírio febril e o sonambulismo.
Os que sofrem desenvolvimento mental incompleto ou retardado: São os
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Oligofrênicos que vão desde a simples debilidade mental até a idiotia passando pela imbecilidade. Equiparável ao oligofrêncio é o surdo-mudo e o silvícola.
IV – QUEM PODE ARGUIR A INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO:
O M.Público
O acusado através do seu defensor ou curador
O juiz, ainda que na fase de inquérito, à vista da representação da autoridade policial
4. Pessoas ligadas por laços de parentesco e afetividade ao indiciado: ascendente, descendente, irmão ou cônjuge
V – MOMENTO EM QUE DEVE SER AGUIDA A INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO: Em qualquer fase do procedimento pode ser arguida a insanidade mental e realizado o exame psiquiátrico.
VI – PROCEDIMENTO:
Levantado que seja o incidente ele será processado à parte e somente depois de oferecido o laudo é que se apensará aos autos do processo.
O juiz determina a perícia, o exame e nomeará curador ao acusado, nomeação ad cautelar, pois há, por ora, suspeita acerca do seu estado mental.
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3. O processo fica suspenso,s em prejuizo da realização de diligências que podiam ser prejudicadas pelo adiamento. A lei refere-se a processo e ação penal, se o exame for determinado no inquérito não haverá suspensão dele.
4. Como o exame psiquiátrico é demorado, a lei determina que estando preso o acusado, seja internado no manicômio judiciário, onde houver. Onde não houver manicômio judiciário será examinado na própria prisão.
5. Se o acusado estiver solto, o Código, neste caso, permite, se os peritos assim requererem, que seja ele internado em estabelecimento adequado-hospital, casa de saude, hospício, etc...designado pelo juiz.
6. Além da observação e dos diversos exames a que o acusado deve ser submetido, faculta a lei aos peritos a leitura dos autos do processo crime, o que lhes será valioso subsídio, pois, por eles se inteirarão da fase anterior do crime. Estes autos lhe serão entregues desde que não haja prejuizo para a marcha do processo.
7. O exame deve ser realizado no prazo de 45 dias, podendo ser prorrogado pelo juiz, desde que os peritos demonstrem necessidade de mais tempo.
8. Os peritos concluem seu trabalho emitindo um juizo sobre a enfermidade existente ou não. Se existe esta enfermidade, existia antes do delito ou foi sucessiva a este, formularão o diagnóstico, indicando a forma nosológica da moléstia e sua pro gnose. Terminarão respondendo aos quesitos do juiz e das partes.
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9. Apresentado o laudo pericial ao qual o juiz não está vinculado, dele podendo discordar, várias medidas processuais deverão ser tomadas.
10.Se os peritos concluírem que, ao tempo do fato, o acusado era inimputável, o processo que fora suspenso retornará ao seu curso.Prosseguirá até a sentença final que tanto pode ser absolutória como condenatória.
11. Sentença condenatória quando o juiz discorda do laudo (Art. 182 do C.P.P) e considera imputável o acusado e o crime provado.
12. Sentença Absolutória porque o julgador concordando com a perícia, acha inimputável o denunciado e então, aplica-lhe a medida de segurança de internação no manicômio judiciário (C.P. Art. 97) e absolve também quando a autoria do delito não ficou provada, nenhuma medida será tomada então neste caso.
13. Se o indivíduo era imputável ao tempo do crime mas lhe sobreveio doença mental durante o processo Continuará o mesmo suspenso até que o acusado se restabeleça. A suspensão não obstará diligências, audiência de testemunhas enfermas ou prestes a se retirar para lugares distantes, exame de material que não admitem delongas.
14.O processo suspenso pode ser prescrito (C.P.Art.116) o juiz deve, então decretá-la de ofício ( Art. 61 C.P.P)
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15. Quando o acusado se restabelece antes da prescrição. O processo segue seu curso, podendo ele ouvir testemunhas que depuseram em sua ausência. Se a testemunha houver falecido ou se achar e m lugar ignorado o depoimento anterior será considerado e não considerado nulo e inexistente. O depoimento tomado na ausência do acusado terá que ter tido a presença do curador.
16. A doença mental sobrevindo no cumprimento da pena: mesma deve ser suspensa ( Art. 154 do CPP e 41 do CP) Este tempo que o réu ficou internado em manicômio é computado na pena(Art.42 do C.P.)

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