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O verbo restar é comumente empregado na linguagem jurídica; mas, nem sempre, de maneira correta. Deve-se observar, em primeiro lugar, que ele não pode ser utilizado como verbo auxiliar formador de voz passiva analítica, uma vez que não expressa fato acabado, repetido ou contínuo. Nesse caso, os verbos auxiliares ser e estar, empregados com o particípio do verbo principal, denotam melhor esses aspectos. Em segundo lugar, é necessário frisar que o verbo restar também não pode ser empregado para ligar sujeito a predicativo, função típica do verbo de ligação, que atribui estado, mudança de estado ou qualidade ao sujeito. Núcleo de Revisão Textual — NURT EMPREGO DO VERBO RESTAR A ré restou condenada pelo júri. ERRADO A ré foi condenada pelo júri. CERTO (O verbo ser e o particípio do verbo condenar denotam fato acabado.) Restou evidente o dolo do autor. ERRADO Ficou evidente o dolo do autor. CERTO (O verbo ficar liga o predicativo evidente ao sujeito o dolo do autor.) Resta fazer a estatística dos processos. (restar = faltar) Restavam ao juiz poucos processos para concluir a inspeção. (restar = sobrar) Resto ao credor R$ 100,00. (restar = ficar em débito com) Por fim, vale conferir algumas acepções em que o verbo restar pode ser corretamente empregado:
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