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Filosofia do Direito Empirismo Em que consiste o empirismo, tomada esta palavra na sua acepção mais ampla? O termo empirismo são as correntes de pensamento que sustentam ser a origem única ou fundamental do conhecimento dada pela experiência, que alguns simplificam como sendo em última análise, a experiência sensorial. Filosofia do Direito Uma das mais límpidas exposições do empirismo encontra-se na obra de John Locke (1632-1704), intitulada Ensaios Sobre o Entendimento Humano. Pois bem, nessa obra, o grande filósofo inglês explica que são as sensações o ponto de partida de tudo aquilo que se conhece. Todas as idéias são elaboração de elementos que os sentidos recebem em contato com a realidade. Filosofia do Direito Daí ter-se repetido, com vigor novo e sentido diferente, a afirmação de autores medievais, que, nas pegadas, de Aristóteles, declaravam: “NIHIL EST IN INTELLECTU QUOD PRIUS NON FUERIT IN SENSU” “ Nada esta no intelecto que não estivesse primeiro nos sentidos.” Os conhecimento seriam, pois, a posteriori, isto é, posteriores à experiência. Filosofia do Direito Segundo Locke o conhecimento não poderia ser válido somente nos limites da experiência: Há verdades universalmente válidas, como as verdades matemáticas, cuja validez não se baseia na experiência, mas sim no pensamento mesmo. Locke admite uma validade lógica a priori e, portanto, não empírica, no concernente aos juízos matemáticos. Filosofia do Direito John Stuart Mill (1806-1873) Vincula também o conhecimento matemático à experiência, a ponto de apresentar-nos a indução como único método cientifico. Stuart Mill sustenta que todos os conhecimentos científicos resultam de processos indutivos, não constituindo exceção as verdades matemáticas. Filosofia do Direito Neopositivistas Entre certos neopositivistas o empirismo se apresenta sob a feição de fisicalismo, Ou seja, De subordinação de todos os conhecimentos aos dados empíricos. Filosofia do Direito Reichenbach Neste sentido é a afirmação de Reichenbach quando contrapõe à “Filosofia especulativa”, ou seja, à Filosofia tradicional, outro tipo de Filosofia que “considera ciência empírica, e não as matemáticas, o ideal para o conhecimento. Filosofia do Direito Os Empiristas Os empiristas insistem que a observação sensível é a primeira fonte e o último juiz do conhecimento. E que é enganar-se a si mesmo crer que o espírito humano seja capaz de ter acesso direto a qualquer espécie de verdades. Exceto as resultantes de relações lógicas vazias de conteúdo. Filosofia do Direito Os Empiristas Posteriores Os empiristas posteriores não ficaram apegados à redução do conhecimento às sensações, como no sensismo. Mas se mantiveram rigorosamente fiéis à idéia fundamental de que o conhecimento é principalmente uma elaboração de elementos que a experiência fornece. E que o conhecimento intelectual não diferiria, por conseguinte, do conhecimento sensível. Quanto aos conteúdos: A matéria seria sempre fornecida inicialmente pela experiência imediata. Filosofia do Direito Três Tendências Basilares do Empirismo Empirismo Integral Reduz todos os conhecimentos, inclusive os matemáticos, à fonte empírica, àquilo que é produto de contacto direto e imediato com a experiência. Quando a redução é feita à mera experiência sensível, temos o sensismo ou sensualismo; Filosofia do Direito Empirismo Moderado ou Genético-Psicológico Explica a origem temporal dos conhecimentos a partir da experiência, mas não reduz a ela a validez do conhecimento mesmo, o qual pode ser não-empiricamente válido, como no caso dos juízos analíticos, os quais, como já dito, são aqueles cujo predicado está contido no sujeito e que, assim sendo, são a priori, como no exemplo: - “Todos os corpos são extensos”. A simples idéia de “corpo” já implica a de extensão, por identidade Filosofia do Direito Empirismo Cientifico Só a admite como válido o conhecimento oriundo da experiência ou verificado experimentalmente, atribuindo aos juízos analíticos significações de ordem formal enquadradas no domínio dos enunciados lógicos, em essencial conexão com a linguagem peculiar a cada tipo de ciência. Filosofia do Direito Empirismo e Direito No plano da Jurisprudência encontramos também essa orientação, que é uma das constantes do pensamento jurídico. Desde quando surgiu a Ciência do Direito, provocando renovadas aporias, surgiram empiristas. Já em Roma se sustentava que o direito brota do fato e é ditado pelo evolver dos acontecimentos: ex facto oritur jus. Filosofia do Direito Empirismo e Direito Brotará efetivamente dos fatos, apoiando-se direta e causalmente sobre estes todo o sistema das normas jurídicas? Poderíamos responder a esta pergunta formulando outras não menos graves: De que maneira o direito se origina o fato? Será esta a razão suficiente de sua gênese? Filosofia do Direito Empirismo e Direito Os empiristas sustentam que o direito é um fato que se liga a outros fatos através de nexos de causalidade. Do fato, seja ele econômico, geográfico, demográfico ou racial, passar-se-ia à regra jurídica, através de um laço necessário de causalidade. Esta é a tese do empirismo jurídico: até mesmo os princípios mais gerais do direito seriam afinal redutíveis a fontes empiricas. Filosofia do Direito Empirismo e Direito A corrente do empirismo jurídico existe, portanto, desde os romanos até nossos dias. Entre os empiristas, colocam-se alguns intérpretes superficiais do materialismo histórico de Karl Marx, quando, esquecidos dos pressupostos da dialética marxista, a recebem em termos de sociologismo positivista, subordinando fenomenicamente o direito ao “fato econômico”. Filosofia do Direito Empirismo e Direito Duguit, que reduz o direito ao “fato da solidariedade” Max Rümelin e a “Interessenjurisprudez”, que destinam a Jurisprudência à indagação dos conflitos de interesse. Todos os adeptos do sociologismo jurídico, que pretendem transformar a Ciência do Direito em um capitulo da Sociologia. Filosofia do Direito Pierre Marie Nicolas Léon Duguit (Libourne, 4 de fevereiro de 1859 — Bordéus, 18 de dezembro de 1928) foi um jurista francês especializado em direito público. Duguit vê os seres humanos como animais sociais dotados de um senso universal ou instinto de solidariedade e interdependência. Deste senso vem o reconhecimento de respeito a certas regras de conduta essenciais para uma vida em sociedade. Desta forma, as regras jurídicas são constituídas por normas que se impõem naturalmente e igualmente a todos. Sobreleva-se a governantes e governados o dever de se absterem de qualquer ato incompatível com a solidariedade social. Na visão de Duguit, o Estado não é um poder soberano, mas apenas uma instituição que cresce da necessidade de organização social da humanidade. Os conceitos de soberania e direito subjetivo são substituídos pelos de serviço público e função social. Filosofia do Direito Empirismo e Direito São expressões atuais do empirismo os chamados “realismos juridicos”, o norte-americano de Karl N. Llewellyn e Jerome Frank, e o escandinaovo de Hägerström, Lundstedt, Olivercrona e Alf Ross, assim como os “positivistas lógicos” e os analistas da linguagem, como Noberto Bobbio e Herbert Hart.
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