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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM AGRAVOS CARDIOVASCULARES Prof. Rulio Marçal ruliog@bol.com.br Assistência em Hipertensão Arterial Sistêmica Referências FREITAS, EV. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ªed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2006. KAWAMOTO, EE. Enfermagem em clínica cirúrgica. 1ed. São Paulo: EPU, 1999. SILVA, S. Procedimentos básicos de enfermagem ao adulto. São Paulo: Atheneu, 2008. Vamos relembrar... Doença silenciosa; Hipertensão primária ou secundária; Pode ser vista como três entidades: um sinal, um fator de visco e uma doença. Critérios Definida como PAS > 140mmHg e PAD > 90mmHg durante um período sustentado São definidos três estágio PAS PAD Estagio 1 140 – 159 90 – 99 Estagio 2 160 – 179 100 - 109 Estagio 3 > 180 > 110 Fatores de risco História familiar Idade Raça Sal Obesidade Diabetes Abuso de álcool Vida sedentária Cigarro CONSEQUÊNCIAS Infarto do miocárdio; Insuficiência cardíaca; Insuficiência renal; Acidentes vasculares cerebrais; Comprometimento visual. FISIOPATOLOGIA Hipertensão pode ser resultado de: Atividade elevada do SNS; Reabsorção renal de sódio, cloreto e H2O; Atividade elevada do sistema renina-angiotensina-aldosterone; Vasodilatação das arteríolas ligadas à disfunção endothelial; Resistência a ação da insulina + hipertrigliceridemia e obesidade. Diagnóstico Aferição da pressão arterial (digital, aneóide) Exame da retina Ex. laboratoriais (análise da urina, Na, K, creatinina, glicemia, colesterol total e frações) ECG e ECO Clearence de creatinine Microalbuminúria Proteinúria de 24h Tratamento Tratamento não-farmacológico (3 meses) Perda de peso; Incentivo a atividade física; Alimentação saudável; Redução da ingesta de sódio; Diminuição ou abolição do álcool e tabaco; Tramento farmacológico. Tratamento Tratamento farmacológico As três classes de anti-hipertensivos escolhidos, de eficácia terapêutica comprovada, segura e mais usados na rede de Atenção Básica estão os: Diuréticos (Hidroclorotiazida – HCTZ); Betabloqueadores (Propranolol – PP); Inibidores da Enzima conversora de angiotensina – IECA (Captopril). Diagnósticos e cuidados de enfermagem Risco para débito cardíaco relacionado a resistência vascular aumentada, vasoconstrição, isquemia do miocárdio, hipertrofia ventricular; Cuidado de Enfermagem: Monitorar a PA, observar a presença e a qualidade dos pulsos periféricos, auscultar sons cardíacos e respiratórios, observar edema presente monitorar respostas aos medicamentos. Dor e cefaléia relacionado a pressão vascular cerebral aumentada evidenciado pelo relato de dor latejante na região suboccipital, relato de rigidez de pescoço, visão turva, tontura e vômito. Cuidados: Determinar as característica da dor, encorajar a manter o repouso, orientar medidas não-farmacológicos como compressa fria, massagem nas costas e pescoço e atividade de lazer. Nutrição Alterada mais do eu as necessidades corporais relacionadas a ingestão excessiva em relação a necessidade metabólica, estilo de vida sedentário bem como relato e observação de padrões alimentares disfuncionais evidenciado por aumento de peso. Cuidados: Avaliar a compreensão do paciente quanto a relação direta entre hipertensão e obesidade, discutir sobre a diminuição da ingestão calórica de gorduras, sal e açúcar, Incentivar a motivação do paciente para perder o peso, ajudar e instruir o paciente nas seleções indicadas em frutas, vegetais folhosos e encaminhar ao nutricionista em casos indicados. HIPERDIA Programa elaborado pelo Ministério da Saúde em (2001), com o objetivo de reestruturar o atendimento aos portadores da Hipertensão e Diabetes, proporcionando um atendimento resolutivo e de qualidade na rede pública de serviços de saúde. O Programa monitora os pacientes cadastrados no plano Nacional e gera informações, aquisições, disposição e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. O Sistema é integrado ao Cartão Nacional de Saúde, transferindo e recebendo os dados do Sistema CadSUS – Cadastros de Domicílios e Usuários do SUS, garantindo a identificação única do usuário do SUS, através do CNS. ASSISTÊNCIA EM ARRITMIAS CARDÍACAS Arritmias Cardíacas Uma arritmia cardíaca é uma anormalidade na frequência, regularidade ou na origem do impulso cardíaco, ou uma alteração na sua condução causando uma sequência anormal da ativação miocárdica. O Sistema de Condução Cardíaco Nó sinusal Nó atrioventricular Sistema His-Purkinje NS NAV P R Q S T PRi HEINISCH, RH Condução do Estímulo Cardíaco Origina-se nas céls. P do nó sinusal Atinge os tratos internodais e a musc. Atrial (2) Sofre importante retardo no nó AV (3) Acelera-se no feixe de His (4) Conduz-se rapidamente nas fibras de Purkinje (5) A musculatura ventricular é ativada pela superfície endocárdica donde se espraia ao epicárdio Mecanismos Desencadeantes das Arritmias Cardíacas Alterações na automaticidade normal Automaticidade anormal Mecanismo de reentrada Exames Complementares para o Diagnóstico das Arritmias Eletrocardiograma Sempre deve ser feito durante os sintomas de uma potencial arritmia Pode identificar arritmias e bloqueios cardíacos As arritmias frequentemente são paroxísticas e o ECG fora da crise pode ser normal O ECG pode não detectar a arritmia, mas sugerir a sua origem por: Presença de via anômala Sinais de toxicidade medicamentosa Prolongamento do QT por antiarrítmicos Teste Ergométrico A principal indicação é para evidenciar isquemia no esforço (Teste de stress miocárdico) Permite a identificação de arritmias induzidas pelo esforço Empregado também para avaliar o prognóstico de uma arritmia A não acentuação da arritmia pelo esforço é um sinal de bom prognóstico Holter Gravação do ritmo cardíaco por 24/48h 2 a 3 derivações Permite análise contínua do ritmo cardíaco Identifica arritmias paroxísticas Quantifica batimentos normais e anormais Permite correlacionar sintomas com alterações do ritmo e bloqueios Avalia efeito de antiarritmicos Detecta episódios de isquemia miocárdica Tipos de Arritmias TV, Assistolia, FV e AESP TSP, TA, Flutter, BSP, BV, BA, etc Cuidados de Enfermagen Identificar os fatores desencadeantes Monitorar ECG Acalmar o paciente Oxigenoterapia Medicação segundo prescrição médica Orientação ao paciente Preparar para possíveis: cardioversão, instalação de marca-passo provisório. Encaminhar UTI. Farmacologia Anti-arrítmica Classe I – Bloqueadores de canais de Na+ – Depressão moderada Ex: Quinidina, procainamida e lidocaína Classe II – -Bloqueadores Ex: Atenolol, propanolol. Classe III – Bloqueadores de canais de potássio - Aumentam a duração do potencial de ação, não agem sobre canais de Na+ Ex: Amiodarona, bretílio, sotalol Classe IV – Bloqueadores de canais de Ca++ Ex: Verapamil, diltiazem Assistência em Insuficiência Cardíaca Congestiva INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA Conceito É um estado fisiopatológico em que o coração é incapaz de bombear o sangue em quantidade suficiente para manter a perfusão periférica e suprir as necessidades metabólicas, tissulares, ou o faz a custa de altas pressões de enchimento. EPIDEMIOLÓGIA Prevalência Nos USA/1993 < que 2% nas pessoas abaixo de 50 anos,10% acima de 65 anos e até 15% dos idosos acima 85 anos. No Brasil causa de 400 mil internações anuais (MS 2011). Cardiopatia relacionada à doença de chagas com cerca de 4 a 6 milhões de pessoas infectadas pelo Trypanossoma cruzi. Insuficiência Cardíaca Congestiva Insuficiência Cardíaca Aguda: Manifesta-se em curto espaço de tempo, de modo súbito e dramático sem que haja tempo suficiente para que os mecanismos compensatórios, hemodinâmicos e neuro-hormonais. Insuficiência Cardíaca Crônica: Os sinais e sintomas aparecem de modo lento e gradual. FORMAS CLÍNICAS ICC D Manifestações Clínicas: Falta de Ar Edema dos MMII, Ascite, Anasarca Pressão Venosa Jugular Elevada Dor Abdominal ICC D Causas: ICC Esquerda Obstrução Pré capilar: Congênita, Shunts, Hipertensão Pulmonar Idiopática Insuficiência Primária do Ventrículo Direito Cor Pulmonale: Vasoconstrição produzida por hipóxia, Embolia Pulmonar, DPOC. ICC E: Manifestações Clínicas: Falta de ar, ortopnéia, dispnéia paroxística noturna ( edema pulmonar) Fadiga e confusão mental Nictúria Dor Torácica Exame Físico na ICC E: Estertores e Derrame pleural 3ª. Bulha( enchimento rápido do Ventrículo no início da diástole) 4ª. Bulha( contração atrial) Pele Pálida , fria e sudoreica Classificação da New York Heart Association(NYHA) Classe: I- Pacientes com IC , mas sem limitações durante as atividades habituais. Classe: II- Pacientes com leve limitação às atividades habituais. Classe: III- Pacientes com grande limitação funcional durante as atividades habituais mais sem sintomas em repouso. Classe : IV- Pacientes com sintomas em repouso. Dieta inadequada Interrupção da medicação Arritmias( bradicardias / taquicardias) Infecções Embolia pulmonar FATORES PRECIPITANTES OU AGRAVANTES Uso de substâncias ou drogas cardiopressoras: Antagonistas dos canais de cálcio, antineoplásicos, anestésicos, alguns antiarrítmico podem deprimir a função ventricular. Antiinflamatórios e alguns hipoglicemiantes orais podem induzir a retenção de líquidos. O álcool tem ação cardiotoxica. Hipertensão arterial e isquemia miocárdica provoca um aumento da pós carga e piora da função ventricular E FATORES PRECIPITANTES OU AGRAVANTES Anemia Apneia do sono Doenças associadas com: insuficiência renal diabetes, hipotiroidismo ou tireotoxicose pode acarretar sobrecarga adicional ao coração FATORES PRECIPITANTES OU AGRAVANTES Digitálicos: Principais agentes inotrópicos cardíacos modulam a atividade neuro-hormonal, ↓ atividade simpática e a estimulação vagal, ↓ freqüência cardíaca. Os glicosídeos cardíacos mais usados são os que se apresentam na forma química pura como a digitoxina, a digoxina e o lanatosídio Tratamento Farmacológico Inotrópicos Não Digitálicos: Agonistas beta-adrenérgicos, ex. dobutamina, e dopamina Vasodilatadores Diretos: melhora da performance cardíaca, pois ↑Débito cardíaco. Ex: nitroprussiato de sódio, dinitrato de isosorbitol e o prazosin Insuficiência Cardíaca Congestiva Tratamento Farmacológico Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (ECA) Os vasodilatadores indiretos prescritos são representados pelas drogas inbidoras da enzima de conversão da angiotensina (IECA) EX:Captopril , Enalapril e o Lisinopril. Antiarrítmicos: Usados em casos específicos de taquicardia ventricular sustentada, ex amiodarona Insuficiência Cardíaca Congestiva Tratamento Farmacológico Nos casos mais leves os pacientes podem não apresentar alterações na inspeção. Nas formas mais avançadas é visível o desconforto respiratório (Taquipneia ou franca insuficiência respiratória como se vê no edema pulmonar agudo). Insuficiência ventricular esquerda: Ingurgitamento jugular Edema de MMII Hepatomegalia Refluxo hepatojugular Insuficiência Cardíaca Congestiva Exame Físico Hidrotórax: È um achado frequente na IC, resulta da hipertensão venocapilar sistêmica. Pode ser bilateral, unilateral, o mais frequante é hemitórax D. Ascite: Ocorre principalmente na IC crônica, consequência do aumento da pressão nas veias hepáticas e veias que drenam o peritônio Insuficiência Cardíaca Congestiva Exame Físico Edema: Frequentemente na extremidades inferiores, causado pela hipertensão venosa sistêmica, associada ao aumento da permeabilidade capilar e retenção de sódio pelos túbulos renais. Ritmo de Galope: É formado pela presença de uma 3ª bulha anormal, auscultado na região apical com o paciente em decúbito lateral E Insuficiência Cardíaca Congestiva Exame Físico Insuficiência Cardíaca Congestiva Exame Físico Arritmias: A taquicardia é um mecanismo básico de compensação do coração insuficiente(+ freqüente extra-sistóles e fibrilação atrial). A taquicardia pode estar ausente em alguns casos de cardiopatia chagásica Sopros: Podem ser secundários à dilatação do anel valvar provocado pela dilatação ventricular, que resulta em insuficiência mitral e ou tricúspide Insuficiência Cardíaca Congestiva Exame Físico Convergência Pressórica: Resulta da diminuição da pressão sistólica em consequência da redução da força de contração do ventrículo e do aumento da pressão diastólica pelo efeito da hiperatividade adrenegértica. Insuficiência Cardíaca Congestiva Exame Físico Insuficiência Cardíaca Congestiva Exames EXAMES: ECG Rx de Tórax Ecocardiograma Teste ergométrico Monitorização Eletrocardiograma Ambulatorial (Holter 24hs). Prova de Função pulmonar Insuficiência Cardíaca Congestiva Exames Tomografia computadorizada Ressonância magnética Cateterismo cardíaco Biópsia Endomiocárdica Exames laboratoriais: Hemograma, glicemia em jejum, uréia, K+,Na+,mg, proteína total e frações,urina I, sorologia para chagas, TSH, T4 livre, ferro sérico, cálcio. RX Anormal RX Normal Insuficiência Cardíaca Congestiva Exames Insuficiência Cardíaca Congestiva Diagnóstico de Enfermagem 1.Débito cardíaco diminuído: *Caracterizado por pré ou pós-carga alterada *Relacionado com freqüência cardíaca alterada 2.Dor aguda *Caracterizado por relato verbal de dor *Relacionado com agentes lesivos ( biológicos, químicos, físicos, psicológicos) 3.Fadiga *Caracterizado por necessidade percebida de energia adicional para realizar tarefas de rotina *Relacionado com estado de doença 4.Estilo de vida sedentário *Caracterizado por falta de condicionamento físico *Relacionado com conhecimento deficiente sobre os benefícios que a atividade física trás à saúde. 5.Padrão respiratório ineficaz *Caracterizado por bradpnéia, por alteração na profundidade respiratória, dispnéia, ortopnéia, taquipnéia e ventilação-minuto diminuído. *Relacionado com fadiga 6.Troca de gases prejudicada *Caracterizada por respiração anormal ( frequência, ritmo, profundidade) *Relacionado com desequilíbrio na ventilação-perfusão Insuficiência Cardíaca Congestiva Diagnóstico de Enfermagem 7.Volume excessivo de líquidos *Caracterizado por mudança na pressão arterial, mudança no padrão respiratório *Relacionado com mecanismos reguladores comprometidos. 8.Risco de intolerância à atividade Caracterizado por presença de problemas circulatórios e respiratórios 9.Intolerância à atividade *Caracterizado por alteração eletrocardiográficas refletindo arritmias ou isquemia, relato verbal de fadiga ou fraqueza *Relacionado com desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio. Insuficiência Cardíaca Congestiva Diagnóstico de Enfermagem Insuficiência Cardíaca Congestiva Intervenção de enfermagem Monitorar a eficácia da terapia de O2 se apropriada Monitorar a ingestão / eliminações, o débito urinário e o peso diário Monitorar o ritmo e a FC Monitorar a função renal (uréia e creatinina) Monitorar valores laboratoriais de eletrólitos que podem aumentar o risco de arritmias, ex: potássio e magnésio sérico Modificação do comportamento ( estilo de vida ) Controle de medicamentos prescritos pelo médico Monitoração de sinais vitais Interpretação de dados laboratoriais Administração de analgésico Suporte emocional Melhora do sono Controle de energia (minimizar esforços) Controle de peso Insuficiência Cardíaca Congestiva Intervenção de enfermagem Terapia recreacional Parar de fumar Parar de beber bebida alcoólica Posicionamento Controle da dor Testes laboratoriais à beira do leito Redução da ansiedade Cuidado com cateter central de inserção periférica Manter um ambiente propício ao repouso Prevenir a formação de trombos periféricos, realizando mudança de decúbito 2/2hs Insuficiência Cardíaca Congestiva Intervenção de enfermagem
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