Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disciplina: Teoria Macroeconômica I Prof. Elson Cedro Mira elsonmira@hotmail.com UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS CONCEITOS BÁSICOS • Oferta agregada: Quanto as empresas, em conjunto, estão dispostas a produzir a cada nível de preços • Demanda agregada: Quanto os agentes econômicos estão dispostos a adquirir de produto, a cada nível de preços Curto e Longo prazo na Macroeconomia • Curto prazo: período de tempo no qual alguns preços (principalmente salários) são rígidos e não respondem a alterações da oferta e demanda agregadas • Longo prazo: Os preços são flexíveis e podem responder a alterações de política econômica Macroeconomia clássica Determinação do Produto No modelo clássico os preços são perfeitamente flexíveis • Todo ajustamento econômico se dá via preços • Não existe desemprego involuntário • O mercado de trabalho atinge o nível de pleno emprego • O nível de produto é determinado pelo estoque de fatores de produção e pela tecnologia, independente da demanda agregada • A demanda agregada determinará o nível de preços ao qual a oferta será vendida • As forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno emprego = completa flexibilidade de preços e salários • A quantidade de moeda afeta apenas o nível geral de preços = hipótese da neutralidade da moeda (TQM) • É válida a Lei de Say FUNÇÃO DE PRODUÇÃO AGREGADA • Uma função de produção explica a relação entre a quantidade produzida e a utilização de fatores de produção com uma dada tecnologia Y = f (K, N, T) • Onde: • Y= Produto • K= estoque de capital utilizado • N = Quantidade de trabalho (horas-trabalho) utilizada • T = Nível tecnológico • Supondo mesma tecnologia para as empresas, esta será a função de produção para a economia como um todo e o nível do produto será a soma do estoque de capital e trabalho das empresas • Hipóteses sobre a função de produção: 1. O produto aumenta com o aumento dos fatores de produção (K e N) 2. Para uma dada tecnologia a função de produção apresenta retornos constantes de escala e.g., para dobrar a produção é preciso dobrar a utilização dos dois fatores zY= f (zK, zN) “Se tomarmos um dos fatores de produção fixos (curto prazo na microeconomia), por exemplo K, esta função apresentará rendimentos marginais decrescentes em relação ao fator variável” • Quanto maior a quantidade utilizada de trabalho, menor será a produtividade marginal deste fator. A produtividade marginal do trabalho é positiva mas decrescente • Considerando o uso somente do trabalho como fator de produção variável, a oferta agregada depende exclusivamente deste fator • Ampliação no estoque de capital ou melhoramento da tecnologia deslocará a função de produção para cima = uma produção maior com a mesma quantidade de trabalho DEMANDA POR TRABALHO • Mercado do tipo Concorrência Perfeita • Lucro = Receita total - custo total Lucro = PY – (WN + RK) • Onde: – W = salário nominal por unidade de trabalho N, – R = custo por unidade de capital K – P = preço do produto Y • Como o produto (Y) é função da utilização de trabalho, tem-se: Lucro = P f(N) - WN – RK • Maximizando a função lucro: P fN - W = 0 ou fN = • Em que fN é a derivada primeira de f(N) • A maximização do lucro implica que a empresa contrate trabalhadores até o ponto em que a PMgN iguale o salário real ( ) a PMgN representa a própria demanda de trabalho pela empresa 0 N L p W • Para que a firma utilize mais trabalho, o salário real deve diminuir acompanhando a redução da PMgN a quantidade demandada de trabalho ( Nd ) possui uma relação inversa com o salário real Nd = Nd ( ) p W Demanda por mão de obra no modelo clássico • O salário real é o preço relevante do trabalho para a empresa (o custo em termos de produto) • O salário monetário para a empresa corresponde ao valor da PMgN (P x PMgN) • Se o salário nominal crescer, mas o preço do produto aumentar pari passu, o salário real não será alterado e a demanda de trabalho não será modificada OFERTA DE TRABALHO • É realizada pelas famílias. • A decisão de quanto trabalhar... 1. Está vinculada ao poder de compra (salário real) e não ao salário nominal 2. Representa a escolha entre horas de trabalho e lazer – Há um trade-off entre trabalho e lazer – A decisão decorre da maximização de uma função utilidade relacionada a uma cesta de bens (composta por renda e lazer) – O salário real é o custo de oportunidade do lazer 3. Implicações de alterações no salário real – Efeito substituição • ↑ do salário real torna o lazer mais caro – Efeito renda • ↑ do salário real aumenta o poder aquisitivo, aumentando a demanda por lazer – A inclinação da oferta de trabalho depende de qual efeito tem predominância Por hipótese considerar-se-á a predominância do efeito substituição a curva de oferta positivamente inclinada em relação ao salário real • A curva de oferta de trabalho reflete a desutilidade marginal do trabalho (trocar lazer por trabalho) • Mostra o valor do salário real motivador para a troca de lazer por trabalho Ns = Ns ( ) p W EQUILÍBRIO NO MERCADO DE TRABALHO • Considera-se o mercado de trabalho do tipo concorrência perfeita • Excesso de oferta de trabalho = queda no salário real = desemprego • Excesso de demanda de trabalho = aumento no salário real = superemprego • Em equilíbrio o salário real será e o nível de emprego • Não existe desemprego involuntário – a economia opera em pleno emprego • O pleno emprego é possível pois o salário nominal é flexível EP W EN OFERTA AGREGADA • Definido o nível de emprego no mercado de trabalho (NE) e dada a função de produção, determina-se o produto YE, que corresponde ao produto de pleno emprego que será a oferta agregada da economia Todas as variáveis que a afetam são reais • Alterações no preço do produto = excesso/redução na demanda por trabalho = elevação/redução do salário nominal = recomposição do equilíbrio • A oferta agregada é inelástica em relação ao nível de preços. – Alterações na oferta só podem ser obtidas por mudanças que afetam as variáveis reais da economia (produto, nível de emprego, salário real, preços relativos) DEMANDA AGREGADA A demanda agregada é a relação entre a quantidade demanda de bens e serviços e o nível geral de preços • Derivação da demanda agregada com base na teoria quantitativa da moeda MV = PY Onde: M = quantidade de moeda V = velocidade-renda da moeda P = nível geral de preços, e Y = renda ou o produto real (assim, PY é o produto nominal ou monetário) • Supondo V constante, tem-se uma relação inversa entre P e Y • Para determinada oferta de moeda (Mo), quanto maior o nível de preços P, menor o estoque de moeda para satisfazer às transações, e, conseqüentemente, menor a quantidade de bens e serviços a ser demandada Y • Para qualquer nível de preços, a quantidade demandada se ampliará, caso a oferta de moeda seja maior, deslocando a curva para a direita • Assim, a demanda agregada não é um fator determinante do nível do produto da economia. • São as condições de oferta que determinam o nível de produto • O produto real é dado pela oferta. O nível de preços é determinado pela demanda • A oferta é dada pelas condições reais(lei de Say) – Para isso considera-se somente o motivo transação para demanda por moeda • Políticas monetárias expansionistas ampliam a demanda e as únicas variáveis afetadas pela moeda são as nominais (preços) • Alterações na demanda agregada, em decorrência de alterações na oferta de moeda, apenas mudam o nível de preços da economia, sem qualquer impacto sobre o produto real. • Uma vez determinado o nível de preços no mercado de produto, determina-se o salário nominal compatível com o salário real de equilíbrio (W/P)E no mercado de trabalho POUPANÇA, INVESTIMENTO E O PAPEL DA TAXA DE JUROS NO MODELO CLÁSSICO • A decisão de alocação da renda entre poupança e consumo é uma escolha intertemporal: consumir hoje ou no futuro • Taxa de juros: “prêmio pela espera”, ou seja, pela postergação do consumo • A poupança depende do prêmio esperado S = S (r) C = C (r) Onde: S = Poupança agregada C = Consumo agregado R = taxa real de juros Poupança X Taxa de juros > relação direta Consumo X Taxa de juros > relação inversa O volume de poupança corresponde à oferta de fundos no mercado financeiro DEMANDA POR FUNDOS (INVESTIMENTOS) • Investimento é o acréscimo do estoque de capital na economia com o objetivo de ampliar a produção • A maximização de lucros define a decisão de investimento • Custo do investimento: taxa de juros que se paga para obter o empréstimo para a aquisição do bem de capital = custo de oportunidade • Produtividade marginal do capital: retorno decorrente de uma unidade adicional de capital • Produtividade marginal do capital (PMgK ) é decrescente. Para que o investimento se amplie a taxa real de juros deve ser reduzida Taxa real de juros Onde: ir = Taxa real In = Taxa nominal ii = Inflação 1 i1 i1 i i n r • A demanda por fundos (investimento) é inversamente relacionada com a taxa real de juros I = I ( r ) • Onde: I = demanda por fundos (investimento) r = taxa real de juros Ir < 0 (Ir é a derivada primeira da função investimento) • O que interessa para o tomador de empréstimos como para o aplicador é a taxa real de juros (ou seja, em termos de produto) Assim: S = S ( r ) e I = I ( r ) • A taxa de juros é uma variável real determinada pelas preferências intertemporais e pela PMgK. Não é afetada pela política monetária. • A política monetária afeta a taxa nominal de juros ao influenciar o nível de preços. • O mercado é do tipo Concorrência Perfeita: 1. Excesso de demanda ou oferta por recursos levará a aumento / diminuição da taxa de juros 2. flexibilidade da taxa de juros (a parcela de renda que não é consumida é será investida = Lei de Say Equilíbrio entre oferta agregada e demanda agregada no modelo clássico Equilíbrio no mercado de bens e serviços oferta agregada = demanda agregada Y = DA Considerando apenas consumo e investimento: DA= C + I Assim, no equilíbrio: Y = C + I Como Y = C ( r ) + I ( r ) Pela definição de poupança temos que: S = S ( r) Assim, o equilíbrio econômico se dá quando S ( r ) = I ( r ) Ou seja, a taxa de juros tem a função de equilibrar o mercado de produto Introduzindo o Governo e a Política Fiscal no Modelo Clássico • Impostos ( T ) subtraem renda do setor privado • Gastos governamentais ( G ) são elementos adicionais à demanda • Nova condição de equilíbrio: Y = C + I + G • Considerando a renda disponível após o pagamento de impostos: C = C ( Y – T; r ) S = S ( Y – T; r ) • Para manter o equilíbrio T = G. assim, o equilíbrio passa a ser S ( Y – T; r ) + T = I ( r ) + G • A poupança pode ser pública (Sp) ou privada (Sg) • Poupança pública = ( T – G ) • Poupança nacional (ou poupança interna) = Sp + Sg S ( Y – T; r ) + T = I ( r ) + G S ( Y – T; r ) + T – G = I ( r ) I ( r ) = Sp + Sg • Como T e G são variáveis exógenas ao modelo, elas não afetam a inclinação das curvas, apenas a posição 1. ↑ em T a oferta de recursos se desloca para a direita 2. ↑ em G a demanda de recursos se desloca para a direita elevação de r devido a pressão sobre os recursos existentes ΔG = - (ΔC + ΔI) O aumento em G eleva a demanda mas não eleva a renda. Altera a composição da demanda, reduzindo os gastos privados.
Compartilhar