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Aula 00 Controle Externo p/ TCU ? Técnico e Auditor (Tecnologia da Informação e Biblioteconomia) Professor: Erick Alves 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 66 Olá concurseiro (a)! É com grande satisfação que recebi o convite do Estratégia Concursos para ministrar este curso de Controle Externo, especialmente formatado para o concurso do Tribunal de Contas da União (TCU). Em 8/7/2014, o Tribunal publicou no Diário Oficial autorização1 para a realização de concurso público para provimento de 12 (doze) vagas de Auditor Federal de Controle Externo (AUFC), cargo de nível superior, sendo 10 (dez) para a especialidade Tecnologia da Informação, e 2 (duas) para a especialidade Biblioteconomia. Além disso, serão abertas 18 vagas para o cargo de Técnico Federal de Controle Externo (TEFC), cargo que exige nível médio. As vagas de AUFC serão destinadas ao Distrito Federal. Já as vagas de TEFC serão distribuídas da seguinte forma: 11 no Distrito Federal, 1 no Acre, 1 no Amazonas, 2 no Maranhão, 1 no Mato Grosso, 1 em Pernambuco e 1 em São Paulo.  Este curso cobrirá o conteúdo de Controle Externo geralmente exigido para todos esses cargos. Portanto, para aqueles que sonham em fazer parte de um dos melhores órgãos da Administração Pública Federal, o momento de iniciar a preparação é ³RQWHP´, pois a concorrência certamente será muito acirrada. Em breve, o Edital estará na praça! Para auxiliá-lo (a) nessa jornada, procurarei elaborar um material de qualidade, atualizado, em linguagem clara e objetiva, e totalmente direcionado para o concurso, de modo a facilitar seus estudos, de modo a facilitar seu estudo. Mas antes, vou me apresentar. Meu nome é Erick Alves, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde obtive o 1º lugar no curso de formação de oficiais de Intendência do Exército Brasileiro. Durante o período em que permaneci no Exército, desempenhei diversas atividades administrativas nas quais pude tomar conhecimento das FRPSHWrQFLDV�H�DWULEXLo}HV�GR�7&8��PHX�QRPH�VHPSUH�ILJXUDYD�QR�³URO�GH� UHVSRQViYHLV´� GR� %DWDOKmR�� 3RVWHULRUPHQWH�� em 2007, prestei concurso para o então cargo de Analista de Controle Externo (ACE), hoje Auditor Federal de Controle Externo (AUFC), no qual logrei êxito, sendo o 1 http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/concursos/concursos_andamento/aufc2014/edital_co ncurso2014.pdf 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 66 6º colocado para Brasília-DF e 7º geral. Passei para o outro lado da prancheta, como dizem os militares! Desde então, atuo na atividade fim do TCU, o controle externo, instruindo prestações de contas e realizando fiscalizações. Devo dizer que é um trabalho muito gratificante. E o TCU é realmente um excelente local para se trabalhar, de modo que todo o sacrifício realizado na preparação vale a pena, com certeza... Além disso, venho colaborando com o Estratégia Concursos na disciplina Controle Externo e em cursos de discursivas, sempre com ótima avaliação dos alunos. Em 2014, iniciei ainda um novo projeto no Estratégia, e passei a também ministrar cursos de Direito Administrativo. É com essa experiência que espero ajudá-lo (a) a alcançar a tão sonhada aprovação. Controle Externo possui extrema importância nos concursos para Tribunais de Contas, visto que trata da atividade fim desses órgãos. Após a aprovação, seu trabalho no TCU dependerá em grande medida do conhecimento da Lei Orgânica, do Regimento Interno, das disposições constitucionais sobre o controle da Administração Pública e de outros assuntos que veremos em nossas aulas. Por tudo isso, não raro a matéria também é cobrada nas questões discursivas. Assim, não basta apenas treinar a resolução de questões objetivas. Também é preciso possuir elementos para argumentar nas questões abertas. Este material lhe dará tais elementos. Nosso curso será de teoria e exercícios comentados. Meu objetivo aqui é prepará-lo (a) de forma ampla para resolver as questões de Controle Externo da prova do TCU, tendo como parâmetro os Editais dos certames mais recentes organizados pelo Cespe/UnB. Daremos ênfase às questões dos últimos concursos para Tribunais de Contas promovidos pelo Cespe, dentre eles os concursos para o TCU. Para complementar o estudo, também veremos questões de outras bancas. Dessa forma, espero lhe proporcionar uma preparação de alto nível, mas sem extrapolar os limites do Edital, a fim de que você possa encarar a prova com tranquilidade. A metodologia das aulas contempla, em cada tópico, a exposição da teoria seguida da resolução e comentário de questões anteriores sobre o assunto. Nos comentários, pode haver explicações novas. Assim, teoria e questões se complementam. Ao final de cada aula será apresentado ainda um Resumão do conteúdo, na forma de esquemas, bem como uma lista com as questões 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 66 que foram comentadas, seguidas do gabarito, tudo isso para facilitar a revisão da matéria. Caso reste alguma dúvida que não tenha sido esclarecida na aula, não hesite em postá-la no fórum de dúvidas. O mesmo vale para críticas ou sugestões. A possibilidade de interação com o professor é um dos diferenciais dos cursos em PDF; portanto, não deixe de utilizar essa importante ferramenta! Dito isso, as características principais deste curso são: ¾ Conteúdo teórico completo e atualizado, baseado nos últimos Editais do TCU, apresentado de forma completa, clara e objetiva; ¾ Abordagem que fornece elementos para a resolução de uma muito provável questão discursiva sobre a matéria; ¾ Mais de 400 questões resolvidas e comentadas, com foco nas questões dos últimos concursos para o TCU; ¾ Resumo de todas as aulas, apresentado na forma de esquemas; ¾ Contato direto com o professor via fórum ou e-mail para retirada de dúvidas. Viram só? Será um curso bastante completo e dinâmico, com tudo que se tem direito, voltado tanto para os iniciantes que nunca tiveram contato com a matéria como para os concurseiros que já vêm se preparando para o TCU e que desejam revisar os temas e atualizar o conhecimento. Os assuntos que o Cespe exigiu nos últimos concursos para TEFC e AUFC-TI são: ¾ Edital TEFC 2012: CONTROLE EXTERNO: 1 Tribunal de Contas da União (TCU): natureza, competência e jurisdição. 2 Organização e funcionamento do TCU. 3 Tipos de fiscalização. 4 Deliberações, processo em geral e recursos (Lei nº 8.443/1992 e Regimento Interno do TCU). ¾ AUFC-TI 2010: 1 Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) e Declaração de Lima. 2 Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira (arts. 70 a 74 da Constituição Federal). Tribunais de Contas: funções, natureza jurídica e eficácia das decisões. 3 Tribunal de Contas da União: natureza, 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 66 competência e jurisdição. Organização. Julgamento e fiscalização. Lei Orgânica do TCU ± Lei nº 8443/1992. Regimento Interno do TCU. Esse conteúdo programático de Controle Externo é um padrão seguidoem praticamente todos os concursos do TCU, independentemente do cargo. Por isso, penso que para AUFC-Biblioteconomia não será diferente. Sendo assim, minha proposta é abordar esses assuntos de acordo com a programação de aulas apresentada a seguir: Aula 00 (demonstrativa) Disponível Conceito, tipos e formas de controle. Controle parlamentar. Controle administrativo. Controle judicial. Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS). Declaração de Lima. Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira. Aula 01 4/8 Tribunais de Contas: funções, natureza jurídica e eficácia das decisões. Natureza das fiscalizações. Jurisdição do TCU. Aula 02 11/8 Competências atribuídas ao TCU pela Constituição. Aula 03 18/8 Competências atribuídas ao TCU pela LOTCU, pelo Regimento Interno e por outros normativos infraconstitucionais. Aula 04 25/8 Organização do TCU. Deliberações, sessões e processo no TCU. Aula 05 01/9 Julgamento de Contas. Tomada de Contas Especial. Aula 06 08/9 Fiscalização no TCU. Instrumentos de Fiscalização. Denúncia. Representação. Aula 07 15/9 Sanções, medidas cautelares e recursos. Quando o Edital for publicado, revisarei a programação e farei as adaptações que se mostrarem necessárias. A disciplina Controle Externo, essencialmente, está ancorada na seguinte legislação: ¾ Constituição Federal (CF) ¾ Lei Orgânica do TCU - Lei 8.443/1992 (LO/TCU) ¾ Regimento Interno do TCU ± Resolução TCU 246/2011 (RI/TCU) 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 66 Evitarei ao máximo reproduzir trechos da legislação; somente o farei quando indispensável à boa didática. Assim, recomendo que você imprima e encaderne as normas acima para facilitar o estudo. Elas podem ser facilmente encontradas na página principal do portal TCU: www.tcu.gov.br. É interessante que você as consulte sempre que forem citadas. Além dessas normas, o Cespe também vem cobrando conhecimentos de outras normas mais específicas do TCU, como instruções e decisões normativas, assim como da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Ao longo do curso, veremos várias disposições importantes dessas normas e diversas decisões do Supremo importantes afetas à nossa disciplina. Enfim, espero que você aproveite o curso, tire suas dúvidas, estude bastante e, na hora da prova, resolva as questões com confiança. Desse modo, todo o esforço empregado nessa fase preparatória será recompensado com a alegria que acompanha a aprovação, a qual espero compartilhar com você, na certeza de que em breve estaremos trabalhando juntos como Tribunal de Contas da União! Sem mais delongas...aos estudos! OBSERVAÇÃO IMPORTANTE Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 66 AULA 00 (demonstrativa) Bom, na Aula 00, que além de aula demonstrativa é também a primeira do curso, nosso objetivo será percorrer os conceitos que fornecem a base para o estudo do Controle Externo, cobrindo os seguintes assuntos: 9 Aspectos gerais do controle; 9 Entidades Fiscalizadoras Superiores e Declaração de Lima; 9 Controle externo no Brasil. Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira. Para tanto, seguiremos o seguinte sumário: SUMÁRIO Aspectos gerais do controle ...................................................................................................................................... 7 Conceito ............................................................................................................................................................................ 7 Classificações do controle....................................................................................................................................... 10 Quanto ao posicionamento do órgão controlador ................................................................................... 10 Quanto ao momento do controle .................................................................................................................... 10 Quanto à natureza do controle ........................................................................................................................ 12 Controle Administrativo ..................................................................................................................................... 14 Controle Judicial .................................................................................................................................................... 15 Controle Social ........................................................................................................................................................ 17 Sistemas de controle externo ................................................................................................................................ 22 Declaração de Lima ..................................................................................................................................................... 25 Sistemas de controle no Brasil ............................................................................................................................. 33 Controle Externo ........................................................................................................................................................ 34 Controle Parlamentar .......................................................................................................................................... 39 Controle Técnico .................................................................................................................................................... 41 Controle exercido em conjunto pelo Legislativo e pelo TCU ............................................................... 43 Controle Interno ......................................................................................................................................................... 47 Controle dos recursos estaduais e municipais ............................................................................................... 51 RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 58 Questões comentadas na Aula .............................................................................................................................. 60 Gabarito ............................................................................................................................................................................. 66 Vamos então? 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 66 ASPECTOS GERAIS DO CONTROLE CONCEITO Controle é a fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos,sistemas etc., para que tais atividades não se desviem dos padrões e das normas preestabelecidas, e para que alcancem os resultados desejados. O controle é uma das funções administrativas clássicas: planejar, coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria da administração, um sistema de controle eficaz garante que as atividades sejam realizadas de maneira satisfatória, na direção dos objetivos da empresa. Além do mais, nas grandes corporações modernas de capital pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros donos geralmente estão afastados da administração do negócio. Diretores executivos são contratados para administrar a empresa com o compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietários do capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de assegurar que a administração da companhia esteja seguindo as diretrizes estabelecidas pelos proprietários, além de coibir atitudes oportunistas dos executivos que satisfaçam seus próprios interesses em detrimento da organização. De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais utilizados pelo Estado não pertencem ao Presidente da República nem aos Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes públicos, mas sim ao povo, que recolhe tributos. É com esses recursos que o Estado disponibiliza serviços à sociedade, adquirindo materiais para o funcionamento das repartições, firmando contratos, realizando obras, remunerando seus servidores, etc. Mas é virtualmente impossível que o povo, por si mesmo, consiga administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa tarefa a intermediários legalmente habilitados, os gestores públicos, que têm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo, obedecendo às normas aplicáveis. Paralelamente, de forma semelhante ao que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle atuando para assegurar que os governantes e demais responsáveis por bens e valores públicos desempenhem suas tarefas com correção, em consonância com o ordenamento jurídico e com princípios como os da 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 66 moralidade, publicidade, impessoalidade e supremacia do interesse público. Hely Lopes Meirelles, em uma definição abrangente, porém concisa, OHFLRQD�TXH�³FRQWUROH��HP�WHPD�GH�$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD��p�D�IDFXOGDGH�GH� vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou autoridade H[HUFH�VREUH�D�FRQGXWD�IXQFLRQDO�GR�RXWUR´� Os termos chaves dessa definição representam os principais atributos do controle da gestão pública, que podem ser compreendidos da seguinte forma: ¾ Vigilância: fiscalização e acompanhamento da gestão, com base nas normas aplicáveis. ¾ Orientação: atuação pedagógica, preventiva, com vistas ao aperfeiçoamento das práticas de gestão e à inibição de condutas lesivas aos cofres públicos. ¾ Correção: assegurar o cumprimento da lei e a recomposição do patrimônio lesado. ¾ Poder: como corolário do Estado Democrático de Direito, a CF instituiu um sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes se vigiam mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro (controle externo). ¾ Órgão: cada instituição pública possui em sua estrutura um órgão com atribuição de fiscalizar a própria instituição (controle interno). ¾ Autoridade: autotutela da administração, que pode anular ou revogar seus próprios atos. Em nosso dia-a-dia, é muito comum nos depararmos com notícias sobre obras superfaturadas, fraudes em licitações, e outras tantas falcatruas que têm em comum o fato de envolverem a malversação de recursos públicos. Veja algumas manchetes recentes: TCU detecta falhas de construção em UPA 24h de Oeiras (portalodia.com, em 18/2/2014) Tribunal de Contas da União fiscaliza obras da Copa e encontra problemas (globo.com, em 14/2/2014) TCU estima desperdícios de R$ 2,67 bi ligados a gastos extras com usinas térmicas (valor.com.br, em 19/2/2014) 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 66 Tais notícias somente vêm à tona porque alguma ação de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a identificação da irregularidade. Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que o controle da Administração Pública pode ser feito de diversas formas e por diferentes agentes. Nos exemplos acima, assim como em diversas situações semelhantes, a ação de controle foi empreendida pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a quem cabe zelar pela correta gestão dos recursos da União. Com efeito, veremos que os Tribunais de Contas (incluindo o da União, o do Distrito Federal, bem como todos os outros Estaduais e Municipais) são os órgãos técnicos diretamente envolvidos no controle externo da Administração Pública, em auxílio ao Poder Legislativo, fiscalizando os respectivos órgãos e agentes jurisdicionados que realizam a arrecadação e a aplicação dos recursos municipais, estaduais, distritais e federais. Mas vale lembrar que a Administração também se sujeita ao controle judicial, realizado pelo Poder Judiciário, ao controle social, realizado pelos cidadãos, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos, como veremos com mais detalhes adiante. Quando falamos em controle da gestão pública, estamos nos referindo à fiscalização de qualquer ato administrativo que envolva receitas e despesas públicas, como a compra de bens, admissão de pessoal, arrecadação de impostos, etc. Assim, essa modalidade de controle é mais perceptível sobre as atividades realizadas pelo Poder Executivo, cujas funções típicas são as funções administrativas. Mas o controle da gestão pública também alcança o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, bem como o Ministério Público e o próprio Tribunal de Contas. Contudo, o controle de que estamos falando não alcança as funções típicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar; Judiciário = julgar) e órgãos autônomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), mas apenas suas funções administrativas. Por exemplo: o TCU não tem competência para fiscalizar se o processo legislativo que resultou na edição de determinada lei foi corretamente seguido pelo Congresso Nacional; também não pode dizer se o Supremo Tribunal Federal decidiu ou não de forma adequada em determinada ação direta de inconstitucionalidade. Mas, por outro lado, poderá sim fiscalizar as licitações, as admissões de pessoal e todos os demais atos que resultem 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 66 receita ou despesa realizados tanto pelo Congresso Nacional como pelo Supremo Tribunal Federal. A partir dessas considerações conceituais, vamos avançar apresentando algumas classificações doutrinárias e legais que se aplicam ao controle da gestão pública. CLASSIFICAÇÕES DO CONTROLE QUANTO AO POSICIONAMENTO DO ÓRGÃO CONTROLADOR Quando o controle é exercido por um ente não que integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado é dito controle externo. Por exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo Presidente da República, ou quando um juiz anula um ato do Poder Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, umPoder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o Legislativo e, no segundo caso, o Judiciário exercem controle sobre o Executivo. Todavia, veremos que, na terminologia adotada pela Constituição, apenas o controle exercido pelo Legislativo sobre a Administração Pública, com o auxílio técnico dos Tribunais de Contas, recebe a denominação de controle externo (CF, art. 70 a 75). Por outro lado, quando o controle é exercido por órgão especializado, porém pertencente à mesma estrutura da unidade controlada, é dito controle interno. A Controladoria-Geral da União (CGU), por exemplo, é um órgão que exerce controle interno, pois se vincula diretamente ao Presidente da República (o titular da CGU é um Ministro de Estado), e possui atribuições específicas de controle dos órgãos e entidades administrativas pertencentes ao Poder Executivo Federal. QUANTO AO MOMENTO DO CONTROLE Controle prévio (a priori): exercido antes da conduta administrativa se efetivar. Possui caráter preventivo, orientador, e visa evitar a ocorrência de irregularidades. Exemplos de controle prévio exercido pelo TCU: (i) apreciação prévia da documentação dos processos de desestatização2; 2 Lei 9.494/1997: Art. 18. Compete ao Gestor do Fundo [Nacional de Desestatização]: (...) 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 66 (ii) assinatura de determinações aos gestores públicos, de modo a prevenir que irregularidades se repitam (LO/TCU, art. 18 e art. 43, inciso I); (iii) decretação de medidas cautelares no controle sobre editais de licitação (RI/TCU, art. 276). O ordenamento jurídico atual não mais prevê a necessidade de homologação prévia pelo Tribunal de Contas como condicionante para a eficácia de atos administrativos. Isso estava previsto no período entre as constituições federais de 1946 e 1967, mas não existe mais. Naquele período, todos os atos da administração, inclusive licitações e respectivos contratos para compras, obras e serviços, deveriam passar pelo crivo prévio do Tribunal de Contas para que pudessem produzir efeitos, num verdadeiro excesso de burocracia. Já hoje em dia, a regra não é mais essa, visto que gestores públicos firmam contratos e executam despesas sem precisar de qualquer anuência prévia do Tribunal de Contas. Porém, em algumas situações específicas, por expressa disposição legal, ainda se realiza o ĐŽŶƚƌŽůĞ� ƉƌĠǀŝŽ� à?ĐůĄƐƐŝĐŽà?à?� ŝƐƚŽ� Ġà?� ŶĞĐĞƐƐĄƌŝŽ� ă� ǀĂůŝĚĂĚĞ� ĚŽ� ĂƚŽà?� ĐŽŵŽ� Ġ� Ž� ĐĂƐŽ� ĚĂƐ� concessões de serviços públicos na esfera federal, cujo Edital deve ser enviado ao TCU para aprovação antes de ser publicado.. Controle concomitante (pari passu): efetuado no momento em que a conduta administrativa está sendo praticada. Também possui caráter preventivo, pois permite coibir irregularidades tempestivamente. Exemplos de controle concomitante exercido pelo TCU: (i) acompanhamento da arrecadação da receita (LO/TCU, art. 1º, inciso IV); (ii) fiscalização da entrega dos recursos do FPE e FPM aos destinatários (LO/TCU, art. 1º, inciso VI); (iii) realização de auditorias sobre atos ou contratos administrativos que ainda estão sendo consumados, como uma obra ainda não finalizada (LO/TCU, art. 1º, II). Controle posterior (a posteriori): efetuado após o ato administrativo ter sido praticado. Possui caráter corretivo e, eventualmente, sancionador. É a forma mais utilizada de controle externo. Exemplos de controle posterior exercido pelo TCU: VIII Ȃ preparar a documentação dos processos de desestatização, para apreciação do Tribunal de Contas da União; (...) 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 66 (i) julgamento das contas dos administradores públicos (LO/TCU, art. 1º, inciso VI); (ii) emissão de parecer prévio sobre as contas do prestadas pelo Presidente da República (LO/TCU, art. 1º, inciso III e art. 36); (iii) realização de auditorias para fiscalizar a regularidade de atos administrativos já consumados ou os resultados alcançados por programas de governo (LO/TCU, art. 1º, II). Registre-se que o Tribunal de Contas possui competências que lhe são próprias, e que podem ser enquadradas em qualquer dos três momentos do controle. Embora suas tarefas mais conhecidas e tradicionais sejam de controle posterior (julgamento das contas e realização de auditorias), o controle da administração pública tem evoluído para priorizar ações de controle prévio ou concomitante, a partir de critérios de materialidade, relevância e risco. Dessa forma, espera-se que a Corte de Contas alcance maior efetividade. QUANTO À NATUREZA DO CONTROLE Tradicionalmente, o controle da gestão pública, quanto à natureza, ou seja, considerando o seu foco, classifica-se em: Legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonância com as normas aplicáveis, de qualquer espécie - leis, regimentos, resoluções, portarias etc. Ex: no controle da legalidade de uma construção de rodovia, pode ser verificado se a contratação da empreiteira responsável pela obra foi realizada em conformidade com a Lei de Licitações. Legitimidade: verifica se o ato atende ao interesse público, à impessoalidade e à moralidade. Ex: no controle de legitimidade, pode ser verificado se a construção da rodovia atende às necessidades da população. Caso, por exemplo, já existirem outras vias de acesso que atendam satisfatoriamente a demanda do local, ao contrário de outras localidades mais necessitadas, o investimento poderia não ser considerado legítimo, mesmo se realizado de acordo com a Lei de Licitações. Economicidade: analisa a relação custo/benefício da despesa pública, isto é, se o gasto foi realizado com minimização dos custos e sem comprometimento dos padrões de qualidade. 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 66 Ex: no controle de economicidade, pode ser verificado se os materiais e serviços necessários à construção da rodovia foram adquiridos e contratados a preços de mercado e se atenderam às necessidades da obra com qualidade. Além desses aspectos, com a utilização de técnicas mais modernas de fiscalização, o controle passou a ter também como foco: Eficiência: analisa os meios utilizados em relação aos resultados obtidos pela Administração, com critérios de custo, prazo e qualidade. De certa forma, se confunde com o conceito de economicidade. Ex: no controle de eficiência, pode ser verificado se os recursos dispendidos na obra foram otimizados, ou seja, se a rodovia foi construída com qualidade, em tempo razoável e a custo de mercado. Eficácia: verifica se as metas estabelecidas foram alcançadas, ou seja, se os bens e serviços foram providos. Ex: no controle de eficácia, pode ser verificado se o cronograma estabelecido para a obra foi cumprido, se todas as intervenções previstas foram realizadas, ou mesmo, se a rodovia foi realmente construída. Efetividade: analisa se os objetivos da ação administrativa foram atingidos, em termos de impactos sobre a população-alvo. Ex: no controlede efetividade, pode ser verificado se a rodovia, após construída, realmente melhorou a vida da população, suprindo as carências que motivaram a realização da obra. Segundo as Normas de Auditoria do TCU, legalidade e legitimidade são avaliadas nas auditorias de regularidade, enquanto que economicidade, eficiência, eficácia e efetividade são avaliadas nas auditorias operacionais. Fonte: Manual de Auditoria Operacional do TCU. 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 66 Em suma, o controle avalia a legalidade, economicidade e a eficiência da aquisição e aplicação dos recursos, assim como a legitimidade, eficácia e a efetividade dos resultados alcançados. CONTROLE ADMINISTRATIVO Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo p�R�³SRGHU� de fiscalização que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação´�� (VVH� WLSR� GH� FRQWUROH� deriva do poder de autotutela da Administração, expresso na Súmula 473 do STF: à?���ĚŵŝŶistração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicialà?à? Portanto, anulação refere-se a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais; por sua vez, revogação refere-se a controle de mérito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim classificados segundo critérios discricionários da Administração. Vale destacar que, em qualquer caso, sempre há a possibilidade de apreciação do ato pelo Poder Judiciário. Os controles internos administrativos são inerentes às atividades de uma organização, constituindo etapas de seus processos de trabalho, em todos os níveis, desde a alta direção até os escalões operacionais. Como exemplos de controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de autorização e aprovação de transações, segregação de tarefas, controles físicos sobre os bens e informações, controle da chefia sobre os atos de seus subordinados (controle hierárquico), instauração de processos disciplinares, interposição de recursos administrativos etc. Supervisão Ministerial A supervisão ministerial, na esfera federal, é uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta, nos termos do Decreto-Lei 200/1967, que dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal. 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 66 De acordo com a mencionada norma, o Ministro de Estado é responsável, perante o Presidente da República, pela supervisão dos órgãos da Administração Federal, direta e indireta, enquadrados em sua área de competência. Assim, por exemplo, o Ministro de Estado da Fazenda é responsável pela supervisão da Receita Federal e da Secretaria do Tesouro Nacional, órgãos vinculados ao Ministério de sua competência. A supervisão ministerial deve ser exercida mediante a orientação, coordenação e controle das atividades dos órgãos subordinados ou vinculados ao Ministério, com o objetivo de assegurar o cumprimento das leis, promover a execução dos programas de Governo, fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, promover a prestação de contas, dentre outras ações que assegurem a atuação correta e eficiente da Administração. Especial atenção deve ser dada às peculiaridades da supervisão exercida pela Administração Direta, por intermédio dos Ministros de Estado, sobre as entidades da Administração Indireta. Tal supervisão, também conhecida como tutela - e não autotutela - não significa subordinação hierárquica, mas tão-somente vinculação para fins de controle. Essa vinculação geralmente se dá com relação ao Ministério cujas atividades se relacionam com a da pessoa jurídica da Administração Indireta. Por exemplo, o Banco do Brasil ± sociedade de economia mista ± e a Caixa Econômica Federal ± empresa pública ±, que atuam na área financeira, vinculam-se ao Ministério da Fazenda; já a Petrobrás, sociedade de economia mista que atua na área de energia, vincula-se ao Ministério de Minas e Energia. O controle sobre as entidades da Administração Indireta (tutela) ocorre para garantir a observância da legalidade e o cumprimento das suas finalidades institucionais. Todavia, só pode ser exercido nos limites estabelecidos em lei, sob pena de ofender a autonomia administrativa, operacional e financeira dessas entidades descentralizadas. CONTROLE JUDICIAL O controle judicial ou jurisdicional é aquele exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas. Esse controle ocorre em atenção ao disposto no art. 5º, XXXV, da CF: ³D�OHL�QmR�H[FOXLUi�GD�DSUHFLDomR�GR�3RGHU�-XGLFLiULR�OHVmR�RX� DPHDoD�D�GLUHLWR�´ 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 66 Na lição de Hely Lopes Meirelles: ³1R� QRVVR� VLVWHPD� GH� MXULVGLomR� MXGicial única, consagrado pelo preceito constitucional de que não se pode excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito, individual ou coletivo (art. 5o, XXXV), a Justiça ordinária tem a faculdade de julgar todo ato de administração SUDWLFDGR�SRU�DJHQWH�GH�TXDOTXHU�GRV�yUJmRV�RX�3RGHUHV�GR�(VWDGR�´ Assim, aquele que se sinta lesado em seus direitos em razão de ato praticado pela Administração poderá buscar socorro junto ao Judiciário. Tal possibilidade caracteriza uma instância de controle sobre a gestão da coisa pública, proveniente do sistema de freios e contrapesos presente em nosso ordenamento jurídico. Diferentemente do controle externo realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas (sobre o qual falaremos daqui a pouco), o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, o Judiciário não age de ofício, por conta própria. Ao contrário, para ser exercido, é necessária a provocação do interessado ou do legitimado, mediante a propositura da ação judicial cabível, que pode ser, por exemplo, um mandado de segurança, um mandado de injunção, uma ação popular, uma ação civil pública entre outros. Outra peculiaridade é que a doutrina costuma classificar o controle judicial sobre a Administração Pública como uma espécie de controle a posteriori, eis que geralmente ocorre depois de o ato ter sido consumado. Porém, é possível encontrar exemplos de controle prévio, como os mandados de segurança preventivos. Ademais, em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, não se pronunciando sobre a conveniência e oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mérito administrativo. Os elementos que perfazem o mérito do ato administrativo (motivo e objeto) somente poderão ser objeto de análise pelo Poder Judiciário nos casos em que contrariarem princípios legais (como moralidade, imparcialidade e eficiência) ou que forem desproporcionais ou não pautados em critérios razoáveis. Por exemplo, conforme ensina a Professora Di Pietro, a ausência ou falsidade do motivo, isto é, dos fatos que precedem a elaboração do ato, caracteriza ilegalidade, suscetível de invalidação peloPoder Judiciário, não constituindo invasão do mérito administrativo. Mediante o exercício do controle judicial dos atos administrativos pode-se decretar a sua anulação, nos casos em que existe ilegalidade ou 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 66 ilegitimidade, mas nunca a sua revogação, que é faculdade privativa da própria Administração. Nunca é demais lembrar que, considerando o conceito que leva em conta a posição do controlador em relação ao controlado, o Judiciário realiza controle externo sobre a Administração Pública. Porém, segundo a Constituição Federal, controle externo diz respeito apenas à fiscalização exercida pelo Poder Legislativo, com o auxílio dos Tribunais de Contas, sobre os atos administrativos do poder público. CONTROLE SOCIAL O controle social é exercido pelo cidadão diretamente ou pela sociedade civil organizada. O ordenamento jurídico brasileiro, a começar pela Constituição Federal, estabelece diversas formas de controle social, que pode ser exercido tanto no momento da formulação da política pública como na fase de execução. A seguir, alguns exemplos de ações de controle acessíveis a qualquer cidadão: - denunciar irregularidades aos órgãos de controle externo (CF, art. 74, §2º); - propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa (CF, art. 5º, LXXIII); - examinar e questionar a legitimidade das contas de todas as esferas de governo, as quais ficarão à disposição de qualquer contribuinte no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável por sua elaboração (CF, art. 31, §3º; LRF, art. 49); - conhecer e acompanhar, em tempo real, em meios eletrônicos de acesso público, informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira (LC 131/2009); - sugerir, criticar, reclamar ou informar a respeito de ato de gestão ou ato administrativo praticado por agente público jurisdicionado ao TCU, por meio da ouvidoria do Tribunal (Resolução TCU 214/2008). 1. (TCU ± ACE 2004 ± Cespe) Tendo em conta o momento no qual a atividade de controle se realiza, o controle externo, analogamente ao que ocorre com o controle de constitucionalidade, pode ser classificado em prévio (a priori) ou posterior (a posteriori). 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 66 Comentário: As classificações do controle quanto ao momento da sua realização em relação ao ato controlado são: controle prévio (a priori), controle posterior (a posteriori), e ainda controle concomitante (pari passu). Portanto, o quesito está perfeito. Gabarito: Certo 2. (TCDF ± Auditor 2014 ± Cespe) O controle pode ser classificado, quanto ao momento do seu exercício, em prévio, simultâneo ou a posteriori. A exigência de laudos de impacto ambiental, por exemplo, constitui uma forma de controle simultâneo. Comentário: O quesito está errado. De fato, o controle pode ser classificado, quanto ao momento do seu exercício, em prévio, simultâneo ou a posteriori. Contudo, a exigência de laudos de impacto ambiental constitui exemplo de controle prévio, e não simultâneo. Geralmente, esse tipo de laudo é exigido pelo Poder Público como condição para o licenciamento de obras, servindo para demonstrar as consequências para o ambiente de determinado projeto. É o que prescreve o art. 225, IV da CF: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; Gabarito: Errado 3. (TCU ± ACE 2006 ± ESAF) Desenvolva um texto argumentando sobre o seguinte tema: Prévio, concomitante ou a posteriori: como caracterizar o controle exercido pelo TCU? Comentário: Uma boa resposta para essa questão discursiva poderia iniciar, logo de cara, afirmando que as diversas competências do TCU permitem enquadrar o controle exercido pela Corte de Contas nas três classificações de controle apresentadas. Em seguida, a afirmação deveria ser justificada com exemplos, como os apresentados acima. Para concluir, poderia ser dito que, embora a maior parte do controle exercido pelo Tribunal seja posterior, sua atuação tem evoluído no sentido de priorizar as ações de controle prévio e concomitante, com o objetivo de, cada vez mais, se antecipar às más práticas de gestão e evitar ou minimizar os danos ao patrimônio público. 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 66 4. (TCE/ES ± ACE 2012 ± Cespe) Uma das funções precípuas do Poder Judiciário é realizar o controle de mérito dos atos administrativos do Poder Executivo que contribuem para o melhor interesse da sociedade. Comentário: O quesito está errado, uma vez que o controle judicial, ao contrário do que diz a assertiva, caracteriza-se por não realizar controle de mérito dos atos administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade. Gabarito: Errado 5. (TCE/TO ± ACE 2008 ± Cespe) Um sistema de controle externo se diferencia de um sistema de controle interno na administração pública, pois a) o primeiro se situa em uma instância fora do âmbito do respectivo Poder. b) correspondem, respectivamente, à auditoria externa e à interna. c) o primeiro tem função coercitiva e o segundo, orientadora. d) o primeiro tem caráter punitivo, e o segundo é consultivo. e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o segundo é institucional. Comentário: Quanto ao posicionamento do órgão controlador em relação ao controlado, o controle pode ser externo ou interno. O controle externo é exercido por um ente não que integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado enquanto que o controle interno é exercido por ente que também integra essa estrutura. Portanto, FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³D´� Gabarito: aOWHUQDWLYD�³D´ 6. (TCDF ± Procurador 2012 ± Cespe) O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas próprias condutas. Comentário: A primeira parte da assertiva (O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito...) está correta. Lembre-se de que o controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a Administração pode anular atos ilegais (controle de legalidade) ou revogar atos inconvenientes/inoportunos (controle de mérito). Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle administrativo não é exercido exclusivamente pelo Poder Executivo, mas pela Administração Pública em sentido amplo, compreendendo, portanto, a administração direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo. Assim, por exemplo, o STF, integrante do Poder Judiciário, pode anular uma licitação promovida pelo próprio órgão para adquirir material de expediente, caso constate alguma ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFCe AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 66 que o STF está atuando como Administração Pública, ou seja, exercendo funções administrativas, ainda que não faça parte do Poder Executivo. Gabarito: Errado 7. (TCDF ± ACE 2012 ± Cespe) Caso não seja empregado o mínimo de recursos destinados a saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle judicial de ofício com vistas a garantir ² mediante medida cautelar ² a ocorrência dos atos administrativos necessários para o direcionamento dessa parcela do orçamento. Comentário: Como vimos, o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, não existe controle judicial de ofício, daí o erro do quesito. Gabarito: Errado 8. (TJRO ± Técnico Judiciário 2012 ± Cespe) O abuso de poder é conduta comissiva, que afronta, dentre outros, o princípio da legalidade e o da moralidade, e se sujeita, portanto, ao controle judicial, que se sobrepõe ao controle administrativo. Comentário: O item está errado. Não há predominância entre as formas de controle. Tanto o controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou o exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e contrapesos que rege a Administração Pública, o qual assegura a harmonia entre os Poderes. Gabarito: Errado 9. (TCDF ± Procurador 2012 ± Cespe) Constitui exteriorização do princípio da DXWRWXWHOD� D� V~PXOD� GR� 67)� TXH� HQXQFLD� TXH� ³$� DGPLQLVWUDomR� SRGH� DQXODU� VHXV� próprios atos, quando eivados dos vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação MXGLFLDO´� Comentário: A questão está correta, pois constitui a transcrição da Súmula 473 do STF. Gabarito: Certo 10. (INPI ± Analista 2013 ± Cespe) O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e fiscalização do ato administrativo por parte da própria estrutura organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder Executivo. Comentário: O item está errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro define o controle da Administração da seguinte forma: O poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico. 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 66 Temos então, controle administrativo, judicial e legislativo como espécies do gênero controle da Administração. O controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que o Estado-administrador efetua sobre sua própria atuação, nos aspectos de legalidade e mérito, seja por iniciativa própria ou por provocação. A função administrativa está presente em todos os Poderes do Estado. Embora o Poder Executivo a exerça tipicamente, os demais Poderes, de forma atípica, também administram. Isso se dá, por exemplo, quando realizam concurso público ou quando adquirem bens e serviços. Dessa forma, o controle administrativo é exercido no âmbito de todos os Poderes, não só no Executivo. Os Poderes Judiciário e Legislativo exercem controle administrativo ao desempenharem sua função atípica de administrar. Gabarito: Errado 11. (TCDF ± Auditor 2014 ± Cespe) Na esfera federal, o controle administrativo é identificado com a supervisão ministerial, que, no caso da administração indireta, caracteriza a tutela. A sua autonomia, estabelecida nas próprias leis instituidoras, deve ser assegurada, sem prejuízo da fiscalização na aplicação da receita pública e da atenção com a eficiência e a eficácia no desempenho da administração. Comentário: A assertiva está correta. É a própria definição de supervisão ministerial, que, na esfera federal, é uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta. O quesito também caracteriza corretamente a tutela exercida pela Administração Direta sobre da Administração Indireta, ao indicar a necessidade de se preservar a autonomia das entidades descentralizadas. Gabarito: Certo Compreendidas as principais características da atividade de controle, vamos avançar estudando as peculiaridades dos sistemas de controle externo existentes no mundo. Em seguida, veremos os princípios e diretrizes difundidos internacionalmente por meio da Declaração de Lima para, a partir de então, iniciarmos o estudo particular dos sistemas de controle no Brasil. Vamos lá! 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 66 SISTEMAS DE CONTROLE EXTERNO As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) são os órgãos técnicos de controle externo de maior estatura em cada país. Normalmente é o órgão que atua na esfera federal. No caso do Brasil, a EFS é o TCU. Dependendo da organização política do país, a EFS pode ser classificada em um dos seguintes sistemas de controle externo: ¾ Tribunais de Contas ¾ Auditorias-Gerais O sistema de Tribunais de Contas ou Conselho de Contas caracteriza-se por seu caráter colegiado. Ou seja, as decisões desses órgãos são tomadas em conjunto, pelo voto da maioria de seus membros (decisões colegiadas). Os Tribunais de Contas geralmente possuem poder para julgar a regularidade da gestão do administrador público (as FKDPDGDV� ³FRQWDV� GRV� UHVSRQViYHLV´��� 7DPEpP, em regra, possuem competência para punir e emitir determinações compulsórias aos controlados. Já o sistema de Auditorias-Gerais ou Controladorias-Gerais caracteriza-se por seu caráter unipessoal. São comandados por um auditor ou controlador-geral, que é o responsável pelas decisões do órgão (decisões monocráticas). No geral, as Auditorias-Gerais pronunciam-se conclusivamente sobre as contas, mas não as julgam. Suas decisões, em regra, possuem caráter opinativo ou consultivo, emitidas na forma de pareceres e recomendações, com o objetivo principal de fornecer subsídios para que o titular do controle externo e a opinião pública avaliem a gestão. Em geral, tanto os Tribunais de Contas como as Auditorias Gerais estão associados ao Poder Legislativo. Há, contudo, países que colocam os Tribunais de Contas junto ao Poder Judiciário ou as Auditorias-Gerais junto ao Poder Executivo. Há também casos em que a EFS não está vinculada a nenhum Poder. A tarefa tradicional dos Tribunais de Contas é o controle de legalidade, enquanto que as Auditorias-Gerais priorizam o controle de eficácia, eficiência e efetividade. Contudo, os Tribunais de Contas têm progredido nesse aspecto, expandindo sua atuação para além do mero exame de legalidade, passando a focar aspectos de desempenho e alcance de resultados. 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 66 Os Tribunais de Contas e as Auditorias-Gerais também possuem características em comum: são órgãos administrativos; são autônomos em relação ao Poder que os vincula; em geral, possuem previsão constitucional; e suas decisões não são sujeitas a revisão por outro órgão ou instância. A Controladoria-Geral da União (CGU) não é órgão de controle externo, apesar de sua denominação. Comojá foi dito, a CGU é vinculada à Presidência da República, a quem assessora por meio de atividades de controle interno, além de exercer, como órgão central, a supervisão técnica dos órgãos que compõem o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, prestando a orientação normativa necessária. A Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai, em inglês; intosai.org), da qual o TCU é um dos membros fundadores, é o organismo que congrega as EFS de mais de 170 países. O principal objetivo da entidade é a troca experiências entre seus membros, com vistas ao contínuo aprimoramento da fiscalização das contas públicas. O TCU também faz parte da Organização Latino Americana do Caribe de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Olacefs; olacefs.net). A organização incentiva a pesquisa científica especializada e desenvolve atividades de estudo, capacitação, especialização, assessoria e assistência técnica, informação e coordenação ± tudo isso com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e o aperfeiçoamento das EFS membro. A Olacefs, que atualmente conta com 23 países membros, é um dos grupos regionais da Intosai. Além disso, o TCU integra a Organização das EFS dos Países do Mercosul e Associados (EFSUL; efsul.org), juntamente com as EFS da Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile e Venezuela, e também é membro da Organização das Instituições Supremas de Controle da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Organização das ISC da CPLP; estatuto), juntamente com as EFS de Angola, Cabo Verde, Guiné- Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. O objetivo dessas organizações é aumentar o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de suas instituições membros, mediante a promoção de ações de cooperação técnica, científica e cultural no campo de controle e da fiscalização de uso dos recursos públicos. 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 66 12. (TCU ± ACE 2004 ± Cespe) Os sistemas internacionais de controle externo têm em comum a circunstância de que o órgão de controle é invariavelmente colegiado e ligado ao Poder Legislativo. Comentário: O órgão de controle (EFS) pode ser constituído na forma de Tribunais/Conselhos de Contas ou na forma de Auditorias/Controladorias- Gerais. No primeiro caso, são órgãos colegiados; no segundo, via de regra, são órgãos monocráticos. Além disso, embora a maioria das EFS pelo mundo esteja ligada ao Poder Legislativo, como o TCU no Brasil, há países em que a EFS compõe o Poder Judiciário, como em Portugal; o Poder Executivo, como no Paraguai e na Bolívia; ou nenhum dos Poderes, como na França e no Chile. Gabarito: Errado 13. (TCU ± ACE 2006 ± ESAF) Na maioria dos países onde existe, o sistema de controle externo é levado a termo ou pelos Tribunais de Contas (Cortes de Contas) ou pelas Auditorias-Gerais. Nesse contexto, considerando as principais distinções entre esses dois modelos de controle, assinale a opção que indica a correta relação entre as colunas: 1) Tribunais de Contas ( ) São órgãos colegiados. 2) Auditorias-Gerais ( ) Podem ter poderes jurisdicionais. ( ) Podem estar integrados ao Poder Judiciário. ( ) Proferem decisões monocráticas. a) 1 ± 2 ± 1 ± 2 b) 1 ± 1 ± 1 ± 2 c) 1 ± 1 ± 2 ± 2 d) 2 ± 1 ± 2 ± 1 e) 2 ± 2 ± 2 ± 1 Comentário: Pelo que estudamos, fica fácil matar essa. Os Tribunais de Contas: são órgãos colegiados; podem ter poderes jurisdicionais e podem estar integrados ao Poder Judiciário. Já as Auditorias-Gerais proferem decisões monocráticas e não possuem poderes jurisdicionais. Aproveito para ressaltar o detalhe de que, em regra, não se verificam: (i) Controladorias-Gerais integradas ao Poder Judiciário; (ii) Tribunais de Contas integrados ao Poder Executivo. Gabarito: alternativa ³b´ 14. (TCU ± ACE 2007 ± Cespe) O sistema de controle externo, na maioria dos países signatários, é levado a termo ou pelas cortes de contas ou pelas auditorias- gerais. As principais características do sistema de tribunal de contas são as 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 66 decisões colegiadas e o poder sancionatório. No Brasil, bem como nos demais países que adotam esse sistema, os tribunais de contas, quanto à sua organização, encontram-se ligados à estrutura do Poder Legislativo. Comentário: As duas primeiras frases da questão estão corretas. Ademais, é fato que, no Brasil, os tribunais de contas estão ligados ao Poder Legislativo. Contudo, há países em que isso não ocorre. Portanto, a expressão ³EHP�FRPR�QRV�GHPDLV�SDtVHV�TXH�DGRWDP�HVVH�VLVWHPD´ torna o quesito errado. Em Portugal e na Grécia, por exemplo, o Tribunal de Contas situa-se no âmbito do Poder Judiciário. Já na França, a Corte de Contas não está vinculada a nenhum dos poderes. Gabarito: Errado DECLARAÇÃO DE LIMA3 O que é? A Declaração de Lima é um documento publicado e distribuído pela Intosai, reconhecido como a Carta Magna do controle da gestão pública ou, nos termos da norma, da auditoria governamental. Fornece as bases filosóficas e conceituais para os trabalhos desenvolvidos pelos membros da Intosai e apresenta uma lista abrangente de todas as metas e questões relacionadas à auditoria governamental. Qual é seu objetivo? O principal objetivo da Declaração de Lima é exigir uma auditoria governamental independente. Essa independência deve estar garantida na legislação e protegida por instituições que lhe confiram segurança jurídica de forma adequada. Segundo a Declaração de Lima, instituições dessa natureza só podem ser encontradas em um Estado Democrático de Direito. O estado de direito e a democracia são, portanto, premissas essenciais para uma auditoria governamental efetivamente independente, além de serem os pilares nos quais a Declaração de Lima se fundamenta. 3 Você pode encontrar a Declaração de Lima, em português, no site do TCU: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/relacoes_institucionais//relacoes_internacionais/organizacoes_in ternacionais 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 66 Quais são seus principais pontos? Propósito da auditoria Estabelece que o propósito da auditoria consiste na identificação tempestiva de violações aos princípios da legalidade, eficiência, eficácia e economicidade. Espera-se, com isso, identificar os responsáveis, obter ressarcimento pelos prejuízos causados e impedir ou dificultar a ocorrência dessas violações. Pré-auditoria e pós-auditoria Considera que uma pré-auditoria - ou controle prévio - eficaz é indispensável para garantir a adequada gestão dos recursos públicos, uma vez que pode impedir prejuízos antes de sua ocorrência. Por outro lado, gera um volume excessivo de trabalho e inviabiliza a definição de responsabilidades. Por sua vez, a pós-auditoria - ou controle posterior - enfatiza a responsabilização, sendo uma tarefa indispensável a todas as EFS, a despeito de realizarem pré-auditorias ou não. Auditoria Interna e Auditoria Externa A Declaração de Lima preceitua que as EFS prestam serviços de auditoria externa, pois não devem fazer parte da estrutura organizacional das instituições auditadas. Nesse ponto, portanto,a Declaração faz referência ao conceito de controle externo quanto ao posicionamento do órgão controlador. O documento assevera, ainda, que os serviços de auditoria interna - ou controle interno - devem ser funcional e organizacionalmente independentes, na maior medida possível, apesar de estarem subordinados à autoridade do órgão no qual foram estabelecidos. A EFS, na qualidade de auditoria externa, possui a tarefa de verificar a eficácia da auditoria interna. Auditoria de legalidade, auditoria de regularidade e auditoria operacional A Declaração de Lima reconhece que a tarefa tradicional das EFS é auditar a legalidade e a regularidade. Todavia, atribui igual importância à auditoria operacional, cuja finalidade é verificar o desempenho, a economia, a eficiência e a eficácia da administração pública. Independência das EFS A Declaração de Lima enfatiza a necessidade de a EFS ser independente, funcional, organizacional e financeiramente, tanto em 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 66 relação ao governo e à administração como também em relação ao Parlamento. Segundo a Declaração, a independência da EFS deve estar prevista na Constituição do respectivo país, podendo ser detalhada na legislação. Os membros, ou seja, as pessoas que tomam as decisões pela EFS, também devem ser independentes, devendo haver garantia para tanto na Constituição, a qual deve prever a forma de designação e destituição desses membros. A questão da independência é bastante enfatizada na Declaração, pois assegura que as decisões da EFS sejam imparciais e objetivas, livres de influências externas. Poderes das EFS Os poderes básicos de auditoria da EFS devem estar previstos na Constituição; detalhes podem ser estabelecidos na legislação. Todas as operações financeiras públicas, a despeito de estarem ou não refletidas no orçamento nacional, ficarão sujeitas a auditoria por parte da EFS. A cobrança de impostos, na maior medida possível, também deve estar sujeita ao controle da EFS. Dentre as instituições sujeitas ao controle da EFS, a Declaração de Lima destaca: autoridades ou instituições públicas estabelecidas no exterior; empresas regidas pelo direito privado das quais o governo seja acionista; instituições que recebam subsídios do governo; organizações internacionais e supranacionais cujas despesas sejam cobertas por recursos do país da EFS. O documento recomenda uma auditoria particularmente exaustiva nos recursos usados nas obras públicas e nas instalações de processamento de dados, em razão dos consideráveis recursos dispendidos nessas áreas, estabelecendo que a licitação pública é o procedimento mais adequado para a obtenção da proposta mais favorável em termos de preço e qualidade. Sempre que não forem realizadas licitações públicas, as razões para esse fato devem ser investigadas pela EFS. A Declaração de Lima dispõe que a EFS deve ter acesso irrestrito a informações e documentos necessários à realização de suas atribuições de controle. A EFS também deve ter poderes para determinar às 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 66 organizações auditadas que adotem as medidas necessárias à correção dos desvios apurados. Métodos, procedimentos e pessoal de auditoria e elaboração de relatórios Estabelece que a EFS deve possuir a prerrogativa de elaborar seu próprio plano de auditoria, ou seja, de escolher quais órgãos, contratos, obras etc. serão fiscalizados. Além disso, é adequado que a EFS elabore manuais de auditoria para orientar seus auditores. Os resultados das atividades da EFS devem ser apresentados em relatórios públicos, exceto quando contenham dados protegidos por lei, casos em que a EFS deverá ponderar a necessidade dessa proteção contra os benefícios da divulgação do relatório. Na elaboração dos seus relatórios, a EFS deve levar em consideração os pontos de vista das organizações auditadas a respeito dos achados das auditorias. De acordo com a Declaração de Lima, os membros e funcionários responsáveis por auditorias devem ter a integridade moral e as qualificações necessárias para desempenhar suas tarefas. ***** É isso. Apresentei um resumo dos principais pontos da Declaração de Lima para facilitar seu estudo, o que não substitui uma leitura atenta do inteiro teor da norma, que não é grande. Essa leitura é importante, pois as questões de prova sobre o tema geralmente são literais. Para finalizar o assunto, cabe registrar que o TCU, como membro da Intosai, procura sempre seguir os preceitos da Declaração de Lima na execução de suas atividades de controle, embora a própria Intosai estabeleça que suas normas não sejam de aplicação compulsória pelas EFS. Com efeito, o ordenamento jurídico pátrio assegura ao TCU e, por consequência, aos demais tribunais de contas brasileiros, grande parte das prerrogativas previstas na Declaração de Lima. Ao seguirmos com o curso, você conseguirá facilmente fazer a correspondência entre as disposições da Declaração e as competências atribuídas ao TCU pela Carta Magna e por outros dispositivos legais. 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 66 15. (TCU ± AUFC 2013 ± Cespe) Consoante a Declaração de Lima de Diretrizes para Preceitos de Auditoria, é permitido às Entidades Fiscalizadoras Superiores usar, à sua discrição, os recursos alocados a elas em uma rubrica orçamentária separada. Comentário: O quesito está correto, nos termos do item 3 da Seção 7 da Declaração de Lima (Independência financeira de Entidades Fiscalizadoras Superiores): 3. As Entidades Fiscalizadoras Superiores poderão usar, à sua discrição, os recursos alocados a elas em uma rubrica orçamentária separada. Gabarito: Certo 16. (TCU ± AUFC 2011 ± Cespe) O fato de órgãos e entidades governamentais serem objeto do controle exercido por uma EFS não implica subordinação de tal maneira que eles possam isentar-se de responsabilidades em relação às suas operações e decisões. Se, entretanto, em vez de recomendações, a EFS emitir resoluções ou atos similares, o seu cumprimento se tornará obrigatório. Comentário: O quesito está correto, em conformidade com a Seção 9 da Declaração de Lima: Seção 9. Relação com o governo e a administração As Entidades Fiscalizadoras Superiores auditam as atividades do governo, suas autoridades administrativas e outras instituições subordinadas. Isso não significa, no entanto, que o governo seja subordinado à Entidade Fiscalizadora Superior. Particularmente, o governo é plena e exclusivamente responsável por suas ações e omissões e não poderá absolver-se com base em verificações de auditorias--a menos que as verificações tenham sido emitidas como julgamentos legalmente válidos e aplicáveis no âmbito da lei--e em opiniões de especialistas da Entidade Fiscalizadora Superior. Gabarito: Certo 17. (TCU ± AUFC 2011 ± Cespe) As obras públicas, em geral, por envolverem recursos consideráveis, requerem atenção especial, cabendo à EFS exclusivamente o controle da regularidade das despesas efetuadas. A avaliação dos resultados e a qualidade da execução das obras constituem responsabilidade exclusiva dos próprios contratantes. Comentário: É certo que as obras públicas requerem especialatenção da EFS, por envolverem recursos consideráveis, nos termos da Seção 21, item 1 da Declaração de Lima. Todavia, não cabe exclusivamente à EFS o controle da regularidade das despesas efetuadas, pois tal controle também deve ser 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 66 exercido pela própria Administração. Com efeito, segundo a Seção 21, item 2 da Declaração de Lima, ³D� (QWLGDGH� )LVFDOL]DGRUD� 6XSHULRU� SURPRYHUi� R� desenvolvimento de normas adequadas para regular a administração dessas REUDV�´ Ademais, o quesito também erra ao afirmar que ³D� DYDOLDomR� GRV� resultados e a qualidade da execução das obras constituem responsabilidade exclusiva GRV�SUySULRV�FRQWUDWDQWHV´, pois a EFS também deve fazer esse tipo de avaliação, de acordo com a Seção 21, item 4 da Declaração de Lima: Seção 21. Contratos e obras públicos 4. As auditorias de obras públicas não abrangerão apenas a regularidade dos pagamentos, mas também a eficiência da gestão da construção e a qualidade da construção. Gabarito: Errado (TCU ± AUFC 2010 ± Cespe) De acordo com a Declaração de Lima, julgue os próximos itens, acerca das diretrizes para preceitos de auditoria. Nas situações em que for utilizada, considere que a sigla EFS se refere a entidade fiscalizadora superior. 18. Segundo a declaração em apreço, uma EFS deve gozar de independência funcional e organizacional necessária para desempenhar suas tarefas. Apesar disso, entender que tal instituição, como parte do Estado, não pode ser completamente independente. Comentário: O principal objetivo da Declaração de Lima é exigir a independência funcional e organizacional da EFS. O documento também se refere à necessidade de independência financeira e de independência dos membros da EFS. Essa independência deve estar assegurada pela Constituição, podendo ser regulamentada em outras normas. Todavia, na Seção 5, item 2, a Declaração de Lima reconhece que a EFS não pode ser completamente independente, por ser parte do Estado. Sua independência, então, deve ser a necessária para o desempenho de suas tarefas de forma objetiva e imparcial. Gabarito: Certo 19. A Declaração de Lima admite que a execução da pré-auditoria seja realizada por EFS ou por outras instituições de auditoria. Comentário: A assertiva está correta, sendo objeto da Seção 2, item 2, da Declaração de Lima. A pré-auditoria - ou controle prévio - tem finalidade preventiva e é, essencialmente, realizada pela auditoria interna ou controle interno do órgão, sem prejuízo de que a EFS ou outras instituições de auditoria também a execute. Gabarito: Certo 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 66 20. EFSs prestam serviços de auditoria externa. Comentário: Na Seção 3, item 1, parte final, a Declaração de Lima afirma exatamente isso. Nos termos da Declaração, os conceitos de auditoria externa e auditoria interna referem-se à classificação do controle quanto ao posicionamento do órgão controlador. Assim, os serviços de auditoria externa não fazem parte da estrutura organizacional das instituições a serem auditadas, enquanto que os serviços de auditoria interna são estabelecidos dentro dos órgãos e instituições governamentais. Ao afirmar que a EFS presta serviço de auditoria externa, a Declaração de Lima reforça a necessidade de que a EFS seja independente em relação à entidade auditada. Gabarito: Certo 21. De acordo com a referida declaração, uma EFS deve auditar a legalidade e a regularidade da gestão financeira e da contabilidade. Essa declaração, entretanto, não cita como atribuição das EFSs a auditoria operacional, a qual consta na Constituição Federal brasileira. Comentário: A questão é errada, pois a Declaração de Lima, em sua Seção 4, cita como atribuição da EFS a auditoria operacional, cuja finalidade é verificar o desempenho, a economia, a eficiência e a eficácia da administração pública, colocando esse tipo de auditoria no mesmo patamar de importância da auditoria de legalidade e regularidade da gestão financeira e da contabilidade, que tradicionalmente a EFS executa. Cabe observar que a auditoria operacional, na Constituição Federal brasileira, é prevista no art. 70 e art. 71: Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União (...) será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: IV - realizar, (...) inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; Gabarito: Errado (TCU ± ACE 2008 ± Cespe) Com relação aos conceitos e à legislação aplicáveis ao controle externo e às instituições fiscalizadoras, julgue os itens a seguir. 22. Nos termos da Declaração de Lima, a pré-auditoria, tarefa indispensável de todas as entidades fiscalizadoras superiores, tem a vantagem de reduzir o volume de trabalho e tornar indistintas as responsabilidades previstas no Direito Público. Comentário: O quesito está errado. A Declaração de Lima, na Seção 2, item 4, afirma que a pós-auditoria é uma tarefa indispensável de toda EFS, e não a pré-auditoria, como está na questão. A realização ou não da pré- 00000000000 00000000000 - DEMO Controle Externo TCU - TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 00 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 66 auditoria pela EFS depende da particularidade de cada país. Além disso, na Seção 2, item 3, a Declaração de Lima dispõe que a pré- auditoria tem a desvantagem de gerar um volume excessivo de trabalho, e não a vantagem de reduzir o volume de trabalho, como afirma a questão. Gabarito: Errado 23. Na hipótese de entidades fiscalizadoras superiores emitirem pareceres especializados, inclusive comentários sobre proposições legislativas, as autoridades administrativas serão obrigadas a acatá-las. Essa tarefa adicional, inclusive, deverá prevenir futuros achados de auditorias. Comentário: De acordo com a Seção 12, item 1 da Declaração de Lima, as autoridades administrativas não são obrigadas a acatar os pareceres especializados da EFS, daí o erro do item. Além disso, o quesito também erra ao afirmar que essa tarefa adicional ± emissão de pareceres especializados ± deverá prever futuros achados de auditoria, pois o que dispõe a Declaração de Lima é exatamente o contrário. Gabarito: Errado 24. (TCU ± ACE 2007 ± Cespe) A INTOSAI é um organismo internacional cujo objetivo é fomentar o intercâmbio de ideias e experiências entre entidades fiscalizadoras superiores quanto ao controle das finanças públicas. Entre os documentos elaborados pela INTOSAI, destacam-se a Declaração de Lima, o código de ética e normas de auditoria. Na Declaração de Lima, só constam o controle prévio e o controle posterior, ao passo que, no Brasil, além desses, há o controle concomitante, por expressa disposição legal. Comentário: A primeira frase é a definição exata do objetivo da Intosai. Quantos aos documentos elaborados pela entidade, além da Declaração de Lima, o código de ética e as normas de auditoria também são muito importantes, inclusive
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