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Aula 03 Controle Externo TCU ESTRAT

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Aula 03
Controle Externo p/ TCU ? Técnico e Auditor (Tecnologia da Informação e
Biblioteconomia)
Professor: Erick Alves
.
Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ʹ Aula 03
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AULA 03 
Olá pessoal! 
Nosso objetivo nesta aula é seguir o estudo das competências do 
TCU. Na aula passada vimos as competências atribuídas pela Constituição. 
Nesta Aula 03 veremos as competências dispostas na legislação 
infraconstitucional. 
Para tanto, seguiremos o seguinte sumário: 
SUMÁRIO 
Competências do TCU previstas na legislação infraconstitucional ..................................................... 2 
Competências reunidas no art. 1º do RI/TCU ................................................................................................... 2 
Bateria de questões .................................................................................................................................................... 21 
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 53 
Questões comentadas na Aula .............................................................................................................................. 55 
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 65 
A sequência desta aula está um pouco diferente. Primeiro veremos a 
teoria e depois uma bateria de questões comentadas. Ao final, como 
sempre, ainda temos o resumo dos tópicos mais importantes e a lista de 
questões seguidas do gabarito. 
Uma opção de estudo para vocês, não só nesta aula como nas 
demais, é tentar resolver as questões por conta própria, inclusive as 
discursivas, logo após estudar a teoria. Mas, depois, não deixem de 
também estudar com atenção os comentários, pois eles complementam o 
conteúdo teórico, ok? 
Preparados?! CF, LO/TCU e RI/TCU a postos?! 
Então, aos estudos! 
.
Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ʹ Aula 03
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COMPETÊNCIAS DO TCU PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO 
INFRACONSTITUCIONAL 
As competências fundamentais do TCU foram atribuídas diretamente 
pela Constituição. Não obstante, a legislação infraconstitucional atribui 
uma série de responsabilidades para o Tribunal de Contas. As principais 
delas estão compiladas no art. 1º da LO/TCU e no art. 1º do RI/TCU. Esse 
último é mais completo, abrangendo tudo que está na Constituição, na 
LO/TCU e em outras normas relevantes. Assim, o estudo dos 34 incisos do 
art. 1º do RI/TCU esgota tudo o que precisamos saber sobre as 
competências do Tribunal. 
Vamos fazer isso, apenas deixando de lado os incisos que repetem as 
competências atribuídas ao TCU pela Constituição, que são: incisos I a IV, 
VI, VIII, IX, XI, XII, XVI e XVIII a XXII do art. 1º do RI/TCU. Nós já 
estudamos as matérias tratadas nesses incisos na aula passada, ok? 
Veremos, então, os demais. 
COMPETÊNCIAS REUNIDAS NO ART. 1º DO RI/TCU 
O art. 1º do RI/TCU informa que compete ao TCU, na forma da 
legislação vigente, em especial a Lei 8.443/1992 (LO/TCU): 
Auditar projetos e programas de Governo 
V ± auditar, por solicitação da comissão mista permanente de senadores e 
deputados referida no §1º do art. 166 da Constituição Federal, ou de comissão técnica 
de qualquer das casas do Congresso Nacional, projetos e programas autorizados na 
lei orçamentária anual, avaliando os seus resultados quanto à eficácia, eficiência, 
efetividade e economicidade; 
O dispositivo trata da realização de auditorias de natureza 
operacional em projetos e programas autorizados na lei orçamentária 
anual (LOA). Exemplos de programas de Governo são o Bolsa Família, Luz 
para Todos, Merenda Escolar etc. 
Leitura obrigatória: 
LO/TCU, art. 1º; RI/TCU, art. 1º 
.
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Teoria e exercícios comentados 
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Nas auditorias de natureza operacional (ANOp), procura-se ir além do 
exame dos aspectos formais, da pura legalidade, passando a focar 
aspectos de desempenho e resultado, com o principal objetivo de 
contribuir para o aperfeiçoamento da gestão pública. Assim, os projetos e 
programas são avaliados quanto à eficácia, eficiência, efetividade e 
economicidade. Não obstante, as ilegalidades eventualmente 
identificadas deverão receber o tratamento adequado pelo TCU. 
Segundo o RI/TCU, os legitimados para solicitar auditorias 
operacionais em projetos e programas de Governo autorizados na LOA são 
a CMO ou comissão técnica de qualquer das casas do Congresso 
Nacional. 
Acompanhar a arrecadação da receita 
VII ± acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União, das entidades da 
administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas 
pelo poder público federal, e das demais instituições sob sua jurisdição, mediante 
fiscalizações, ou por meio de demonstrativos próprios; 
Receita pública não compreende apenas tributos, mas também toda 
entrada de recursos que implique aumento patrimonial da Administração 
Pública, direta e indireta. Como exemplo, pode-se mencionar os 
dividendos devidos ao Tesouro em função das participações societárias 
detidas pela União, que não são tributos, mas constituem receita pública. 
Assim, o acompanhamento da arrecadação da receita pública realizado 
pelo TCU não se confunde com a fiscalização tributária, a cargo da Receita 
Federal. 
O trabalho do Tribunal consiste em verificar se as receitas públicas 
arrecadadas pelos órgãos e entidades da União foram efetivamente 
recolhidas aos cofres do Tesouro. Compreende, ainda, a fiscalização das 
renúncias de receitas. 
O TCU exerce fiscalização em todas as etapas da receita, por meio 
de levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou 
monitoramentos, incluindo a análise de demonstrativos próprios, com a 
identificação dos respectivos responsáveis. 
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Teoria e exercícios comentados 
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Fiscalizar o cumprimento da LRF1 
XIII ± fiscalizar, no âmbito de suas atribuições, o cumprimento, por parte dos 
órgãos e entidades da União, das normas da Lei Complementar n° 101, de 4 de maio 
de 2000 ± Lei de Responsabilidade Fiscal; 
O TCU possui competência para fiscalizar, no âmbito de suas 
atribuições, o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) pelos 
órgãos e entidades da União, em auxílio ao Poder Legislativo. Não é 
demais lembrar que a competência do TCU, também aqui, se restringe à 
esfera federal. 
A própria LRF (art. 59) atribui ao TCU a responsabilidade de: 
¾ Verificar o cálculo dos limites da despesa total com pessoal na
esfera federal;
¾ Acompanhar as operações do Banco Central do Brasil referentes à
dívida pública;
¾ Alertar aos Poderes ou órgãos da União, quando constatar:
ƒ a possibilidade de limitação de empenho e movimentação
financeira;
ƒ que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90%
do limite;
ƒ que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das
operações de crédito e da concessão de garantia encontram-se
acima de 90% dos respectivos limites;
ƒ que os gastos com inativos e pensionistas encontram-se acima
do limite definido em lei;
ƒ a ocorrência de fatos que comprometam oscustos ou os
resultados dos programas ou indícios de irregularidades na
gestão orçamentária.
Além disso, o TCU fiscaliza o cumprimento das obrigações específicas 
atribuídas aos demais órgãos e Poderes da União pela LRF, como, por 
exemplo, o dever que o Poder Executivo possui de promover, até trinta de 
junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos 
entes da Federação relativas ao exercício anterior, dando a devida 
1 A Resolução TCU 142/2001 dispõe sobre as competências atribuídas ao Tribunal pela LRF. 
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divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público (LRF, art. 51). 
O responsável pelo cumprimento dessa obrigação no âmbito do Executivo 
Federal está sujeito à fiscalização do TCU. 
Processar e julgar infrações administrativas contra as finanças 
públicas e a responsabilidade fiscal 
XIV ± processar e julgar as infrações administrativas contra as finanças 
públicas e a responsabilidade fiscal tipificadas na legislação vigente, com vistas à 
aplicação de penalidades; 
Conforme tipificado na Lei 10.028/2000 (Lei dos Crimes Fiscais), as 
infrações administrativas contras as finanças públicas, são: 
ƒ deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao
Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e
condições estabelecidos em lei;
ƒ propor lei de diretriz orçamentária anual que não contenha as
metas fiscais na forma da lei;
ƒ deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e
movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos
em lei;
ƒ deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei,
a execução de medida para a redução do montante da despesa
total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do
limite máximo.
Cuidado, pois tais irregularidades são tipificadas como infrações 
administrativas, não como crimes, apesar do nome que se dá à lei. 
Compete ao TCU processar e julgar essas infrações. O agente que der 
causa a qualquer uma delas será punido com multa de, exatamente, 
30% dos seus vencimentos anuais. Ou seja, não há previsão de 
gradação da pena em razão da gravidade da conduta do agente em cada 
caso concreto: o valor será sempre correspondente a 30% dos 
vencimentos anuais do responsável. Ah, o pagamento da multa é de 
responsabilidade pessoal do agente, e não do órgão em que trabalha. 
Vale observar que, caso a conduta do gestor configure crime, a 
competência para julgamento não é mais do TCU, mas sim do órgão do 
.
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Poder Judiciário com jurisdição sobre a matéria, a partir de denúncia do 
Ministério Público. 
Acompanhar, fiscalizar e avaliar os processos de desestatização e as 
concessões, permissões e autorizações de serviço público 
XV ± acompanhar, fiscalizar e avaliar os processos de desestatização 
realizados pela administração pública federal, compreendendo as privatizações de 
empresas, incluindo instituições financeiras, e as concessões, permissões e 
autorizações de serviço público, nos termos do art. 175 da Constituição Federal e das 
normas legais pertinentes; 
O TCU acompanha, fiscaliza e avalia: 
¾ Processos de desestatização e privatização de empresas, incluindo
instituições financeiras;
¾ Concessões, permissões e autorizações de serviço público.
No geral, os processos de desestatização, assim como as concessões, 
caracterizam-se pela transferência para a iniciativa privada de ativos 
ou direitos detidos pela União relacionados à execução de serviços 
públicos. 
Como exemplos de processos da espécie fiscalizados pelo TCU pode-
se mencionar: as privatizações de instituições financeiras realizadas no 
Governo FHC; as concessões de rodovias federais; as concessões para 
geração e transmissão de energia elétrica; concessões de serviços de 
telecomunicações e, mais recentemente, os leilões de concessão para 
exploração e administração de aeroportos. 
O TCU acompanha, fiscaliza e avalia esses processos em todas as 
fases, desde o estágio em que são expostas as razões e fundamentações 
para a privatização ou concessão, passando pelo procedimento licitatório, 
pelos estudos de viabilidade econômico-financeira, e indo até a fase de 
execução contratual. 
O controle do TCU ocorre, especialmente, sobre as agências 
reguladoras, como a Anatel, Aneel, Anac, ANP e ANTT. Essas, por sua 
vez, fiscalizam e regulam a prestação dos serviços públicos e atividades 
econômicas relacionadas à sua área de atuação. Nesse sentido, o trabalho 
do Tribunal tem por objetivo verificar se as referidas agências estão 
cumprindo adequadamente suas funções de regulação e 
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fiscalização, de forma a garantir a qualidade dos serviços públicos 
prestados. O TCU não as substitui, ou seja, não promove ações de 
fiscalização direta sobre concessionários ou permissionários que não 
pertençam à administração pública federal. 
¾ Exemplos de fiscalizações do TCU sobre desestatização:
Acórdão 1121/2005 ʹ Plenário
Entidade: Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) 
Sumário: Auditoria realizada na Concessionária da Ponte Rio-Niterói S.A. - PONTE, 
para verificar a pertinência das tarifas de pedágio cobradas desde o início da 
concessão, a execução contratual e a manutenção do seu equilíbrio econômico-
financeiro em virtude das revisões, reajustes e adequações realizadas. 
Determinações à ANTT. Determinação à Secretaria de Fiscalização de 
Desestatização/TCU para realização de auditoria nas obras realizadas pela 
concessionária. Autorização para requisição de técnicos especializados da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Arquivamento dos autos com proposta de 
monitoramento. Ciência ao Ministério dos Transportes, à ANTT e à Concessionária. 
Acórdão 324/2010 ʹ Plenário
Entidade: Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) 
Sumário: Acompanhamento. Agência Nacional de Energia Elétrica. Revisão 
tarifária periódica. Segundo ciclo de revisão. Ampla Engenharia Ltda. Regularidade 
dos procedimentos adotados. Arquivamento. 
Acórdão 3233/2011 ʹ Plenário
Assunto: Desestatização 
Sumário: Acompanhamento do 1º estágio de concessão do aeroporto 
internacional de Brasília/DF. Impropriedades nos estudos de viabilidade técnica, 
econômico-financeira e ambiental. Aprovação do 1º estágio, com ressalvas. 
Determinação à Agência Nacional de Aviação Civil para correção das 
impropriedades. Recomendações. Ciência aos interessados. 
Repare, nos exemplos acima, que as determinações do TCU são 
sempre direcionadas às agências reguladoras, e não às concessionárias 
responsáveis pela exploração do serviço. 
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Aplicar sanções e adotar medidas cautelares 
XVII ± aplicar aos responsáveis as sanções e adotar as medidas cautelares 
previstas neste Regimento; 
O dispositivo preceitua que o TCU pode aplicar sanções aos 
responsáveis (jurisdicionados) e, além disso, pode adotar medidas 
cautelares. Já falamos sobre a aplicação de sanções na aula passada ao 
comentarmos o inciso VIII do art. 71 da CF. Nos ocuparemos agora 
somente das medidas cautelares. 
Medidas cautelares são ações preventivas adotadaspelo Tribunal 
com o objetivo de neutralizar situações lesivas ao erário, reais ou 
iminentes, ou, ainda, situações que possam vir a obstruir o exercício do 
controle externo. As medidas cautelares estão previstas expressamente 
na LO/TCU (art. 44 e art. 61) e no RI/TCU (art. 273 a 276), sendo que na 
Constituição Federal elas estão apenas implícitas. Decorrem do poder 
geral de cautela que assiste ao TCU, conforme reconhecido pelo STF2, 
sendo uma forma de possibilitar que o órgão de controle externo 
desempenhe suas funções com efetividade. 
As medidas cautelares que podem ser adotadas pelo TCU são: 
ƒ afastamento temporário do responsável que possa retardar ou
dificultar a realização de auditoria ou inspeção;
ƒ decretação de indisponibilidade de bens do responsável;
ƒ solicitação de providências para o arresto de bens dos responsáveis
julgados em débito;
ƒ suspensão cautelar de ato ou procedimento impugnado, com ou
sem a prévia oitiva da parte.
Estudaremos essas medidas na nossa última aula. Por ora, cumpre 
apenas ficarmos atentos para a diferença entre: (i) suspensão cautelar 
de ato ou procedimento impugnado (RI/TCU, art. 276) e (ii) sustação da 
execução de ato ou contrato, quando não adotadas as providências para o 
exato cumprimento da lei (RI/TCU, art. 251). 
A suspensão cautelar é provisória, perdurando até que se corrija 
a irregularidade e o Tribunal decida sobre a matéria. Já a sustação é 
2 MS 26.547/DF, DJ 29/5/2007. Segundo o STF, o poder geral de cautela que assiste ao Tribunal de Contas 
decorre, por implicitude, das atribuições que a Constituição expressamente outorgou à Corte de Contas 
(Teoria dos Poderes Implícitos). 
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definitiva e irreversível, não cabendo revogação. No dia-a-dia, o TCU 
acaba adotando o instituto da suspensão cautelar na maioria das vezes, 
eis que a correção da irregularidade é o que verdadeiramente importa, 
reservando a sustação para casos extremos. 
Fiscalizar as declarações de bens e rendas 
XXIII ± fiscalizar as declarações de bens e rendas apresentadas pelas 
autoridades e servidores públicos; 
A Lei 8.730/1993 estabelece a obrigatoriedade da apresentação de 
declaração de bens e rendas no momento da posse ou da entrada em 
exercício de cargo, emprego ou função pública, bem como no final de 
cada exercício financeiro, no término da gestão ou mandato e nas 
hipóteses de exoneração, renúncia ou afastamento definitivo, por 
parte de autoridades3 e de todos quantos exerçam cargos eletivos e 
cargos de confiança na administração direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União. O cumprimento dessa obrigação poderá ser feito 
mediante a entrega de cópia da declaração anual de Imposto de Renda ou 
por meio de autorização de acesso à declaração entregue à Receita 
Federal, sendo nulo o ato de posse ou de entrada em exercício que se 
realizar sem a entrega da declaração. 
O declarante deverá remeter uma cópia da declaração ao TCU para 
que este mantenha registro próprio dos bens e rendas de autoridades 
públicas e adote as providências inerentes às suas atribuições no controle 
da legalidade e legitimidade desses bens e rendas, sendo-lhe lícito 
verificar a compatibilidade entre as variações patrimoniais e os 
rendimentos declarados, representando ao Poder competente sobre 
irregularidades ou abusos apurados. 
A LO/TCU prevê, ainda, a possibilidade de que o Plenário ou as 
Câmaras do Tribunal, a seu critério, solicitem cópias das declarações de 
bens e rendas de quaisquer servidores responsáveis por atos de que 
resulte despesa pública (art. 104). 
Por fim, registre-se que os servidores do TCU obrigam-se a manter 
em sigilo o conteúdo das declarações apresentadas (LO/TCU, art. 104, §1º). 
3 Presidente e Vice-Presidente da República, Ministros de Estado, membros do Congresso Nacional, do 
Ministério Público da União, da Magistratura Federal, incluídos os Ministros e Auditores (Ministros-
Substitutos) do TCU e os membros do Ministério Público junto ao TCU. 
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Decidir sobre denúncias e representações 
XXIV ± decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por qualquer 
cidadão, partido político, associação ou sindicato, bem como sobre representações 
em geral; 
Como vimos na aula passada, a competência para o Tribunal decidir 
sobre denúncia SURYpP�GD�SUySULD�&RQVWLWXLomR��DUW������†�ž���³qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima 
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o 
Tribunal de Contas da União´.
De forma semelhante, a LRF dispõe que qualquer CAPPS (cidadão, 
associação, partido político ou sindicato) é parte legítima para denunciar 
ao Tribunal de Contas o descumprimento das prescrições estabelecidas na 
referida Lei (LRF, art. 73-A). 
O dispositivo do Regimento Interno informa ainda que o Tribunal 
dispõe de competência para decidir sobre representações em geral, as 
quais devem ser apresentadas por pessoas legitimadas, listadas no 
art. 237 do RI/TCU. Cuidado para não confundir com a representação feita 
pelo TCU às autoridades competentes, quando se depara com 
irregularidade estranha à sua esfera de atuação (CF, art. 71, XI). 
Denúncias e representações são institutos semelhantes, utilizados 
para levar ao conhecimento do Tribunal a ocorrência de ilegalidades, 
irregularidades ou abusos havidos na administração contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades sujeitos à 
sua jurisdição ou na aplicação de quaisquer recursos repassados pela 
União. Ao examinar denúncia e representação, o TCU decide pela 
procedência, procedência parcial ou improcedência do fato 
inquinado. Fundamentalmente, os dois institutos diferenciam-se apenas 
em relação aos legitimados para propor um ou outro perante o TCU. As 
características próprias desses instrumentos serão estudadas em detalhes 
na nossa Aula 06. 
O inciso XXVI apresenta dois casos particulares de representações 
que podem ser encaminhadas ao Tribunal. Na sequência, veremos cada 
um deles. 
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Decidir sobre representações relativas a licitações e contratos 
XXVI ± decidir sobre representações relativas a licitações e contratos 
administrativos (...), nos termos da legislação vigente; 
A Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993) estatui que o 
controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos 
por ela regidos será feito pelo Tribunal de Contas competente, sem 
prejuízo da atuação do sistema de controle interno4. 
Para tanto, a Lei faculta a qualquer licitante ou contratado, bem 
como a qualquer pessoa física ou jurídica não envolvida no 
certame, a qualquer tempo, representar ao Tribunal de Contas ou 
aos órgãos de controle interno contra irregularidades na aplicação da 
Lei. Assim, a representação pode ser feita antes da conclusão do certame 
ou após a celebração do contrato, por qualquer pessoa, mesmo que não 
tenha participado da licitação. 
Ademais, a Lei dispõe que o Tribunal de Contas e o controle interno 
poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à 
data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já 
publicado. Em função do exame realizado, o Tribunal poderá, dentre 
outras medidas, determinar a suspensão cautelarda licitação em caso de 
fundado receio de grave lesão ao erário, ficando a Administração obrigada 
a adotar as medidas corretivas pertinentes que lhe forem determinadas 
pelo Tribunal em função do exame do edital. Por exemplo, se a 
Administração realizar uma licitação de obra pública instruída por um 
projeto básico deficiente que não permita a correta caracterização da obra 
ou que apresente um orçamento desarrazoado, fora dos parâmetros de 
mercado, o TCU poderá determinar a suspensão cautelar do certame até 
que a Administração refaça as peças irregulares. 
O controle da aplicação da Lei de Licitações e Contratos é uma das 
atividades mais corriqueiras do TCU, o qual acumula vasta jurisprudência 
sobre o assunto. Aliás, vale saber que as decisões do TCU relativas à 
aplicação de normas gerais de licitação, sobre as quais cabe 
privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelos 
administradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios5. 
4 Lei 8.666/1993, art. 113, §§1º e 2º. 
5 Súmula TCU nº 222. 
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Decidir sobre representações relativas a notificações de liberação 
de recursos federais para municípios 
XXVI ± decidir sobre representações relativas (...) ao descumprimento da 
obrigatoriedade de que as câmaras municipais, os partidos políticos, os sindicatos de 
trabalhadores e as entidades empresariais sejam notificados da liberação de recursos 
federais para os respectivos municípios, nos termos da legislação vigente; 
O dispositivo decorre da Lei 9.452/1997, que estabelece obrigação 
aos órgãos e entidades da União de notificar as Câmaras Municipais 
acerca dos recursos financeiros que tenham liberado, a qualquer título, 
para os Municípios. Da mesma forma, a prefeitura beneficiária do recurso 
deverá notificar os partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e 
entidades empresariais com sede no Município acerca da respectiva 
liberação. 
O descumprimento das referidas obrigações poderá ser objeto de 
representação ao TCU, encaminhada pelas Câmaras Municipais. 
Decidir sobre consultas acerca da aplicação de dispositivos legais e 
regulamentares 
XXV ± decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade 
competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e 
regulamentares concernentes a matéria de sua competência; 
Em caso de dúvida na aplicação de disposição legal ou regulamentar, 
o Plenário do TCU decidirá sobre consulta que atenda aos seguintes
requisitos de admissibilidade (RI/TCU, art. 264 e 265): 
ƒ Formulada por autoridade competente;
ƒ Referente a dúvida na aplicação de dispositivos legais e regulamentares que
tratem de matéria da competência do TCU;
ƒ Indique precisamente o seu objeto, ou seja, qual é a dúvida;
ƒ Formulada articuladamente;
ƒ Instruída, sempre que possível, com parecer do órgão de assistência técnica ou
jurídica da autoridade consulente; e
ƒ Não verse apenas sobre o caso concreto.
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São autoridades competentes para formular consulta ao TCU: 
ƒ Presidentes da República, do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal;
ƒ Procurador-Geral da República;
ƒ Advogado-Geral da União;
Consulta livre sobre 
matérias de 
competência do TCU 
ƒ Presidente de comissão do Congresso Nacional ou de
suas Casas;
ƒ Presidentes de tribunais superiores;
ƒ Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo
federal de nível hierárquico equivalente;
ƒ Comandantes das Forças Armadas.
Deverão demonstrar a 
pertinência temática 
com as respectivas 
áreas de atuação 
Somente as autoridades acima podem formular consulta ao 
TCU. O cidadão comum não pode. O partido político também não. Nem o 
presidente de empresa pública ou sociedade de economia mista. A lista 
apresentada é exaustiva. 
As autoridades máximas dos Poderes da União, assim como o 
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União, podem 
formular a consulta livremente, observando os demais requisitos de 
admissibilidade. Possuem a chamada legitimação universal, que os 
habilita a formular consulta relacionada a qualquer área de atuação da 
administração pública federal. 
Já os presidentes de comissão do Congresso ou de suas Casas, os 
presidentes de tribunais superiores, os Ministros de Estado ou autoridades 
do Poder Executivo federal de nível hierárquico equivalente (secretários de 
Estado, presidente do Bacen etc.) e os Comandantes das Forças Armadas, 
além de observar os requisitos de admissibilidade, deverão demonstrar 
que o assunto da consulta é afeto às áreas de atribuição das 
instituições que representam. Por exemplo, o Comandante do Exército, 
ao formular consulta ao TCU, deve demonstrar que o dispositivo legal ou 
regulamentar duvidoso tem aplicabilidade nas atividades administrativas 
ou finalísticas do Exército. 
O Relator ou o Tribunal não conhecerá, ou seja, não examinará, 
consulta que não atenda aos requisitos de admissibilidade, devendo o 
.
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processo ser arquivado após comunicação ao consulente (RI/TCU, 
art. 265). 
A resposta que o TCU der à consulta terá caráter normativo e 
constituirá prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso 
concreto (RI/TCU, art. 264, §3º). Quer dizer que o entendimento 
manifestado pelo TCU na resposta à consulta deve obrigatoriamente ser 
seguido pela Administração Pública quando da aplicação do dispositivo 
legal ou regulamentar em questão. Em outras palavras, a resposta à 
consulta é vinculante. Mas isso não afasta a possibilidade de que o 
Tribunal examine, em processo específico, os casos concretos que 
envolvam a aplicação do dispositivo. 
Por versar sobre a aplicação, em tese, de dispositivos legais e 
regulamentares, a resposta à consulta pode ser objeto de controle 
concentrado de constitucionalidade, mediante ação direta de 
inconstitucionalidade (ADIn) ou ação declaratória de constitucionalidade 
(ADC). Pela mesma razão, não pode ser objeto de controle difuso, eis 
que não cuida de casos concretos. 
Por fim, vale destacar um aspecto importante relativo à apreciação 
dos processos de consulta. Trata-se do §4º do art. 264 do RI/TCU, que 
possui a seguinte redação: 
§ 4º A decisão sobre processo de consulta somente será tomada se presentes
na sessão pelo menos sete ministros, incluindo ministros-substitutos 
convocados, além do Presidente. 
Portanto, para que a sessão do Plenário para decidir sobre consulta 
seja instalada, o Regimento Interno exige a presença de pelo menos 
sete Ministros, incluindo Ministros-Substitutos convocados e excluindo 
o Presidente.
O quórum de pelos menos sete Ministros, incluindo 
Ministros-Substitutos convocados, é necessário 
para a realização da sessão, e não para a votação 
sobre o mérito da consulta, cuja decisão poderá ser 
tomada inclusive por maioria simples. 
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Exemplos de resposta a consulta: 
¾ Acórdão 1798/2009 ʹ Plenário
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de consulta formulada pelo Ministro de Estado 
da Cultura (...) acerca de proposta de Projeto de Lei, que institui oPrograma Nacional de 
Fomento e Incentivo à Cultura - Profic e dá outras providências, a fim de que este Tribunal 
se pronuncie sobre a legalidade, legitimidade e economicidade das proposições ali 
dispostas. 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, 
ante as razões expostas pelo Relator, em: 
9.1. não conhecer da presente consulta com base no art. 1º, inciso XVII, da Lei nº 8.443, 
de 16 de julho de 1992 c/c o art. 264, § 3º, do Regimento Interno do TCU, por ausência de 
pressuposto de admissibilidade; 
9.2. encaminhar cópia desta deliberação (...) ao Ministério da Cultura; e 
9.3. arquivar o presente processo, nos termos do art. 265 do Regimento Interno. 
¾ Acórdão 680/2009 ʹ Plenário
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Consulta encaminhada pelo Gen. Div. Ítalo 
Fortes Avena, Comandante da 12ª Região Militar, solicitando Parecer da viabilidade legal 
acerca da realização de convênio com a Agência de Desenvolvimento Sustentável do 
Amazonas (ADS) visando a viabilizar a produção agrícola nas diversas localidades onde o 
Exército possui Organizações Militares, e a consequente aquisição dessa produção por meio 
de inexigibilidade de licitação e de credenciamento dos produtores, 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão Plenária, 
em: 
9.1. não conhecer da presente Consulta, tendo em vista não terem sido atendidos os 
requisitos de admissibilidade previstos no art. 264 do Regimento Interno; 
9.2. dar conhecimento deste acórdão, bem como do relatório e voto que o 
fundamentam, ao consulente, e 
9.3. arquivar o presente processo. 
¾ Acórdão 1661/2011 ʹ Plenário
VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se examina consulta acerca da 
obrigatoriedade da exigência de regularidade perante a Fazenda Federal, nas contratações 
realizadas por dispensa de licitação, com fulcro no art. 24, incisos I e II, da Lei nº 
8.666/1993. 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, 
ante as razões expostas pelo Relator, em: 
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9.1. conhecer da consulta formulada pelo Ministro-Presidente do Tribunal Superior do 
Trabalho e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, por atender aos requisitos de 
admissibilidade elencados nos arts. 1º, XVII, da Lei nº 8.443/1992, e 264, inciso V, §§ 1º e 
2º, do RI/TCU; 
9.2. responder ao consulente, considerando os esclarecimentos tecidos na proposta de 
deliberação que conduz este acórdão, com o objetivo de melhor delinear o objeto da 
consulta, que: 
"A comprovação de regularidade com a Fazenda Federal, a que se refere o art. 29, III, da 
Lei nº 8.666/1993, poderá ser dispensada nos casos de contratações realizadas mediante 
dispensa de licitação com fulcro no art. 24, incisos I e II, dessa mesma lei." 
9.3. remeter cópia desta deliberação ao Ministro-Presidente do Tribunal Superior do 
Trabalho; 
9.4. arquivar os autos e encerrar o presente processo. 
Nos dois primeiros exemplos a consulta não foi conhecida, uma vez 
que os requisitos de admissibilidade não foram preenchidos. No primeiro 
caso, o objeto da consulta residiu na avaliação de proposta de Projeto de 
Lei, ou seja, não versou sobre dúvida na aplicação de dispositivos legais 
ou regulamentares, uma vez que a proposta de Projeto de Lei ainda não 
pertence ao mundo jurídico. No segundo caso, a consulta foi formulada 
por pessoa não legitimada e ainda tratou apenas de caso concreto. O 
Tribunal não se manifestou sobre nenhuma das duas consultas e 
determinou o arquivamento dos processos, após comunicação aos 
consulentes. 
Já no último exemplo, a consulta foi respondida pelo Tribunal, uma 
vez atendidos os requisitos de admissibilidade. Perceba que a resposta do 
Tribunal apresentou caráter geral, em tese, não tratando de caso 
concreto. O entendimento manifestado deverá ser adotado por toda 
Administração a partir de então. 
Fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao COB e CPB 
XXVII ± fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao Comitê Olímpico 
Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro por força da legislação vigente; 
Por força da Lei 10.264/2001, dois por cento da arrecadação bruta de 
todas as loterias federais do país devem ser repassados ao Comitê 
Olímpico Brasileiro (COB) e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). O 
.
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repasse, a aplicação e a prestação de contas dos recursos devem 
obediência às normas aplicáveis a convênios. 
O mesmo diploma legal atribuiu ao TCU a competência para 
fiscalizar a aplicação dos recursos da União repassados ao COB e ao 
CPB, conforme reproduzido no RI/TCU. 
Implementar e manter página de contas públicas na Internet 
XXVIII ± implementar e manter na Internet a página Contas Públicas, na 
forma definida em ato normativo; 
A página Contas Públicas6 foi criada e é mantida pelo TCU por força 
da Lei 9.755/1998. 
O objetivo da página é divulgar informações sobre arrecadação de 
tributos, repasse de recursos, execução orçamentária, balanços contábeis, 
resumos de instrumentos contratuais e relações mensais de compras 
feitas pela administração direta e indireta, consolidando dados da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Realizar outras fiscalizações ou outras atribuições previstas em lei 
XXIX ± realizar outras fiscalizações ou exercer outras atribuições previstas 
em lei; 
O inciso deixa claro que o TCU pode realizar outras fiscalizações ou 
exercer outras atribuições que não estejam dispostas expressamente no 
Regimento Interno, mas que possuem previsão legal. Por exemplo: 
ƒ Enviar ao Ministério Público Eleitoral, em tempo hábil, o nome dos
responsáveis cujas contas houverem sido julgadas irregulares nos 5 anos
imediatamente anteriores à realização de cada eleição, para subsidiar a
apreciação da inelegibilidade do candidato a ser realizada pela Justiça
Eleitoral, nos termos da LC 64/1990 (LO/TCU, art. 91);
ƒ Criar mecanismos para fiscalizar o cumprimento do art. 212 da CF, que
estabelece percentual mínimo de aplicação de recursos na manutenção e
desenvolvimento do ensino (Lei 9.394/1996 ± LDB7, Lei 11.494/2007 ±
Fundeb8);
6 http://www.contaspublicas.gov.br 
7 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ȂLei Darcy Ribeiro. 
8 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação. 
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ƒ Calcular e divulgar os percentuais individuais que Estados e o Distrito
Federal têm na arrecadação da Cide Combustíveis (Lei 10.866/2004);
ƒ Designar representante para acompanhar procedimento administrativo
instaurado pela Administração para apurar ato de improbidade
(Lei 8.429/1992).
Autonomia para se organizar internamente 
XXX ± alterar este Regimento; 
XXXI ± eleger seu Presidente e seu Vice-Presidente, e dar lhes posse; 
XXXII ± conceder licença, férias e outros afastamentos aos ministros, 
ministros-substitutos e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, 
dependendo de inspeção por junta médica a licença para tratamento de saúde por prazo 
superior a seis meses; 
XXXIII ± organizar sua Secretaria e prover-lhe os cargos, observada a 
legislação pertinente; 
XXXIV ± propor ao Congresso Nacional a criação, transformaçãoe extinção 
de cargos e funções do quadro de pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da 
respectiva remuneração. 
Tais incisos, oriundos da LO/TCU, art. 1º, X a XV, demonstram a 
autonomia institucional e administrativa do TCU, uma vez que as medidas 
necessárias à sua organização interna são decididas no âmbito da própria 
Corte de Contas. 
A LO/TCU acrescenta ainda a competência para o TCU elaborar seu 
Regimento Interno (o RI/TCU é claro, apenas faz referência à alteração do 
Regimento), bem como propor ao Congresso Nacional a fixação de 
vencimento dos Ministros, Auditores (ministros-substitutos) e 
membros do Ministério Público junto ao Tribunal (LO/TCU, art. 1º, 
X e XIII). 
Muita atenção, pois, em relação à criação, transformação e extinção 
de cargos, bem como quanto à fixação dos respectivos vencimentos, o 
TCU apenas propõe ao Congresso Nacional, ou seja, não o faz por si só, 
visto que tais matérias devem ser objeto de Lei. O mesmo ocorre com o 
orçamento do Tribunal, que é proposto ao Parlamento para a elaboração 
da lei orçamentária. 
**** 
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Antes de finalizar, cabe destacar a seguinte revogação ocorrida na 
última revisão do RI/TCU: 
Inciso revogado no RI/TCU! 
X ± fiscalizar a aplicação dos recursos provenientes da compensação financeira 
pela exploração do petróleo, do xisto betuminoso e do gás natural, nos termos da 
legislação vigente, conforme previsto no inciso IV do art. 253; 
A Constituição assegura royalties, isto é, participação no resultado da 
exploração de petróleo ou gás natural aos seguintes destinatários (CF, 
art. 20, §1º): 
(i) Estados, Distrito Federal e Municípios; e 
(ii) Órgãos da administração direta da União. 
Desses, porém, o TCU fiscaliza a aplicação apenas da parcela de 
royalties recebida pelos órgãos da administração direta da União 
(Comando da Marinha e os Ministérios do Meio Ambiente, de Ciência e 
Tecnologia e de Minas e Energia), pois tais recursos são federais. 
Em relação aos royalties devidos aos Estados, Distrito Federal e 
Municípios, o STF9 qualificou-os como receita própria dos referidos entes, 
da mesma maneira que ocorre com o FPE e FPM. Assim, a competência 
para fiscalizar a aplicação desses recursos é dos respectivos tribunais de 
contas estaduais ou municipais. O TCU fiscaliza apenas a entrega desse 
dinheiro aos estados e municípios, a cargo dos órgãos da União, nos 
termos do inciso XX do art. 1º do RI/TCU. Mas, frise-se, quem fiscaliza 
a aplicação são os tribunais de contas estaduais e municipais, daí a razão 
para a revogação do dispositivo. 
***** 
9 MS 24.312, DJ 19/12/2003. 
.
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Com isso terminamos o estudo das competências mais relevantes 
atribuídas ao TCU pela legislação infraconstitucional, as quais foram 
reunidas nos incisos do art. 1º do RI/TCU. 
Por fim, vale comentar que, para o desempenho de sua competência 
institucional, o Tribunal: 
ƒ Terá irrestrito acesso a todas as fontes de informações disponíveis
em órgãos e entidades jurisdicionados, inclusive às armazenadas em
meio eletrônico, bem como àquelas que tratem de despesas de
caráter sigiloso (RI/TCU, art. 3º);
ƒ Receberá, em cada exercício, a relação de responsáveis pelas
unidades jurisdicionadas (rol de responsáveis) e outros
documentos ou informações que considerar necessários, podendo
solicitar a Ministro de Estado ou a autoridade equivalente outros
elementos indispensáveis ao exercício de sua competência (LO/TCU,
art. 2º);
ƒ Poderá requisitar aos órgãos e entidades federais, sem quaisquer
ônus, a prestação de serviços técnicos especializados (LO/TCU,
art. 101).
E agora...vamos resolver questões! 
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BATERIA DE QUESTÕES 
Segue uma bateria de questões comentadas sobre os assuntos que 
vimos até aqui no curso: 
1. (TCE/PB ± Procurador MPTCE 2014 ± Cespe) Acerca do controle da
administração pública, assinale a opção correta. 
a) O TCU exerce uma função não judicial quando julga as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, nos 
processos de tomada e prestação de contas anual. 
b) O sistema de controle da administração pública veda a aplicação da accountability
devido à inexistência de previsão legal para tal aplicação. 
c) O controle da edição do ato administrativo deve ser sempre posterior à sua
edição, quando este relacionar-se à aplicação de recursos públicos. 
d) Na estrutura do sistema de controle da administração pública federal, a CGU,
órgão de controle interno, é subordinada ao TCU, órgão de controle externo. 
e) O tribunal de contas do estado está subordinado ao Poder Legislativo estadual,
em decorrência de delegação da própria CF e ratificação da constituição estadual. 
Comentários: Vamos analisar cada alternativa: 
a) CERTA. Como já sabemos, existe certa polêmica na discussão sobre se
o TCU exerce ou não função judicial ou jurisdicional, com caráter de
definitividade (coisa julgada). A posição dominante, contudo, adotada 
inclusive pelo Cespe, é que o Tribunal não exerce função judicial com força de 
coisa julgada, uma vez que em nosso ordenamento jurídico impera o princípio 
da inafastabilidade da tutela jurisdicional, ou sistema de jurisdição una, no 
qual qualquer lesão ou ameaça a direito poderá ser levada à apreciação do 
Poder Judiciário. Aliás, vale relembrar que o Tribunal de Contas é um órgão de 
natureza administrativa, e não um órgão judicial. A polêmica existe porque o 
art. 71, II da CF atribui ao TCU competência para ³julgar´ as contas dos 
administradores públicos (daí é que se diz que o TCU exerce ³função 
judicante´). Trata-se de competência própria e privativa da Corte de Contas, 
que não poderá ser exercida nem mesmo pelo Poder Judiciário. Este Poder, 
em homenagem ao princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, apenas 
aprecia as formalidades da decisão da Corte de Contas e só pode se 
pronunciar em caso de manifesta ilegalidade, mas nunca para julgar as contas 
no lugar do TCU, e sim para anular a decisão do Tribunal. Se isso ocorrer, as 
contas devem ser submetidas a novo julgamento pelo TCU. 
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b) ERRADA. Accountability, de forma rápida, significa ³prestar contas´. O
dever de prestar contas, ao contrário do que afirma a assertiva, está previsto 
de forma expressa na Constituição Federal (art. 70, parágrafo único): 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores 
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma 
obrigações de natureza pecuniária. 
c) ERRADA. O controle pode ser prévio, concomitante ou posterior à
prática dos atos administrativos. 
d) ERRADA. Os órgãos de controle interno não são subordinados aos
órgãos de controle externo. Por conseguinte, a CGU não é subordinada ao 
TCU, embora o controle interno tenha a missão constitucional de apoiar o 
controle externo no exercício de sua missão institucional. Entre eles há 
complementariedade. 
e) ERRADA. Os tribunais de contas, em qualquer nível federativo, são
órgãos autônomose independentes, não subordinados ao Poder Legislativo e 
nem mesmo a outro órgão ou Poder. 
*DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³a´ 
2. (TCE/PB ± Procurador MPTCE 2014 ± Cespe) As funções de controle
desempenhadas pelo TCE/PB compreendem 
a) a inspeção dos atos realizados por administradores públicos da administração
direta e indireta, excluídas as sociedades de economia mista e empresas públicas, 
por terem estas natureza jurídica de direito privado. 
b) a fiscalização dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos
responsáveis sujeitos à sua jurisdição, realizada por meio de conferência e inspeção. 
c) a execução de suas próprias decisões que impliquem imputação de débito ou
multa. 
d) a decretação da anulação de atos e contratos eivados de vícios dos órgãos
jurisdicionados. 
e) o exame mais amplo possível da correção e regularidade dos atos da 
administração e da consonância destes com a lei e com planos e programas. 
Comentários: Vamos analisar cada alternativa: 
a) ERRADA. A jurisdição do Tribunal de Contas também alcança os
administradores das empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
Embora tais entidades tenham natureza jurídica de direito privado, são 
constituídas preponderantemente de capital do Poder Público, sendo por este 
controladas. 
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b) ERRADA. O correto seria ³realizada por meio de auditoria e inspeção´.
Existem ainda outros instrumentos de fiscalização, como monitoramento, 
acompanhamento e levantamento, mas nenhum chamado ³conferência´. 
c) ERRADA. O Tribunal de Contas não possui competência para executar
suas próprias decisões. O Tribunal apenas condena o responsável ao 
pagamento de débito e multa, cuja decisão possui força de título executivo 
extrajudicial. Caso o responsável não honre a dívida, a execução deverá ser 
feita pelo Poder Judiciário, após a propositura da ação cabível por parte das 
procuradorias dos órgãos e entidades destinatários dos valores devidos. 
d) ERRADA. O Tribunal de Contas não possui competência para anular
atos e contratos dos órgãos jurisdicionados. A anulação de atos e contratos 
ilegais só pode ser feita pela própria Administração, no uso do seu poder de 
autotutela, ou pelo Poder Judiciário, se provocado. Por outro lado, o Tribunal 
de Contas possui competência para sustar atos administrativos ilegais, desde 
que os responsáveis não adotem as medidas necessárias ao exato 
cumprimento da lei no prazo determinado pelo Tribunal e, adicionalmente, o 
Poder Legislativo e Executivo não adotem as medidas necessárias no prazo de 
90 dias. Já no caso de contratos administrativos, a competência para sustar é 
do Poder Legislativo, não estendida à Corte de Contas. 
e) CERTA. A missão do Tribunal de Contas é realizar o controle externo
da Administração Pública, abrangendo desde a arrecadação das receitas até a 
aplicação desses recursos nas diversas áreas de atuação governamental 
(saúde, educação, defesa, saneamento, habitação, meio-ambiente, previdência, 
sistema financeiro etc.). No seu dia-a-dia, a Corte de Contas examina atos 
administrativos de diferentes características e ordens de grandeza, como 
obras de rodovias, construção de submarinos, contratação de serviços de 
limpeza, admissão de pessoal, etc. sempre em prol da boa e regular aplicação 
dos recursos públicos. Daí a correção da assertiva. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³e´ 
3. (TCU ± ACE 2005 ± Cespe) O Tribunal de Contas da União (TCU) exerce
competências específicas que decorrem de comandos constitucionais e 
infraconstitucionais. Nesse contexto, redija um texto dissertativo a respeito das 
competências que a Constituição de 1988 e, mais recentemente, a Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuíram ao TCU, abordando, necessariamente, os 
seguintes aspectos (20 linhas): 
ƒ competência do TCU no exame das contas de governo da República;
ƒ competência do TCU no exame das contas dos administradores federais,
indicando a eficácia da decisão proferida;
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ƒ competência legal do TCU em relação aos montantes fixados para a despesa
total com pessoal e para o endividamento público;
ƒ competência do TCU no exame das contas dos administradores de entidades
privadas responsáveis pela gestão de recursos públicos federais.
Comentário: Vamos ver o que uma boa resposta para essa questão 
discursiva poderia abordar sobre cada tópico pedido. 
No exame das contas de governo, compete ao TCU emitir parecer prévio em 
relação às contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República (CF, 
art. 71, I), ressaltando que, em relação às contas dos demais chefes de Poder, 
incluindo as contas do chefe do Ministério Público, o TCU efetivamente profere 
julgamento, ante a suspensão liminar pelo STF do art. 56, caput¸ da LRF. 
Quanto às contas dos administradores federais, o TCU tem competência 
exclusiva para julgá-las regulares, regulares com ressalva ou irregulares, 
sendo o mérito da decisão insuscetível de revisão por qualquer outro órgão ou 
Poder (CF, art. 71, II; LO/TCU, art. 15). 
No que tange aos montantes fixados para a despesa total com pessoal e 
para o endividamento público, cabe ao TCU, nos termos da LRF, alertar aos 
Poderes ou órgãos da União quando constatar que eles ultrapassaram 90% do 
respectivo limite (LRF, art. 59). 
Por fim, o TCU possui competência para examinar e julgar as contas dos 
administradores de entidades privadas responsáveis pela gestão de recursos 
públicos federais, nos casos em que derem causa a perda, extravio ou outra 
irregularidade de que resulte dano ao erário (CF, art. 71, II, parte final). As 
entidades privadas também estão sujeitas ao julgamento do TCU quando 
forem omissas ou falhas no dever de prestar contas ao órgão público 
repassador acerca dos recursos federais recebidos (LO/TCU, art. 8º). 
 Gabarito: N/A 
4. (TCDF ± Auditor 2002 ± Cespe) (...) redija um texto dissertativo abordando os
seguintes aspectos (20 linhas): 
ƒ Natureza dos processos que tramitam nos tribunais de contas (TCs);
ƒ Adoção de medidas cautelares pelos TCs;
ƒ Competências dos TCs para fiscalizar atos e contratos celebrados pela
Administração Pública;
ƒ Executoriedade das decisões proferidas pelos TCs;
ƒ Possibilidade de as decisões dos TCs serem revistas pelo Poder Juiciário.
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Comentário: Vejamos o que uma boa resposta para essa questão 
discursiva poderia contemplar. 
Face à natureza administrativa dos TCs, os processos que neles tramitam 
também possuem natureza administrativa. 
Aos TCs assiste o poder geral de cautela, que lhes permite adotar 
medidas cautelares quando presente real ou iminente situação lesiva ao erário 
ou obstrutiva ao livre exercício do controle externo. Dentre as medidas 
cautelares geralmente adotadas pelo TCU, pode-se destacar a suspensão 
cautelar de licitações e respectivo contrato, retenção de valores em pagamento 
de contrato, suspensão de concurso público, suspensão de repasse no âmbito 
de convênios etc. 
Os TCs possuem competência para fiscalizar atos e contratos celebrados 
pela Administração Pública, sendo-lhes facultado assinar prazo para o exato 
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade (CF, art. 71, IX). Caso não seja 
atendido, os TCs sustarão a execução do ato impugnado. Em se tratando de 
contrato, a competência dos TCs para sustação é residual, adotada somente 
se, no prazo de 90 dias, o PoderLegislativo ou o Poder Executivo não 
efetivarem as medidas cabíveis (CF, art. 71, §§1º e 2º). 
As decisões dos TCs de que resulte imputação de débito ou multa terão 
eficácia de título executivo (CF, art. 71, 3º). A execução judicial das decisões, 
porém, não cabe aos TCs, mas sim aos órgãos de representação judicial dos 
cofres a que se destinam o débito ou a multa. 
O Poder Judiciário pode apreciar as decisões do TCs e anulá-las em caso 
de irregularidade formal grave ou ilegalidade manifesta. Porém, o Judiciário 
não pode revê-las, isto é, proferir novo julgamento em substituição às 
decisões dos TCs tomadas no exercício de suas competências próprias e 
privativas. 
 Gabarito: N/A 
5. (TCU ± TEFC 2012 ± Cespe) Na conjuntura vigente, um sistema centralizado para
pagamento dos servidores aposentados do Poder Executivo não poderia incluir os 
servidores aposentados do TCU sem prévia autorização desse tribunal. 
Comentário: O TCU, além de não fazer parte do Poder Executivo, possui 
autonomia administrativa e financeira. Portanto, se os servidores aposentados 
do TCU fossem incluídos no sistema previsto na assertiva, sem a autorização 
do Tribunal, tal autonomia estaria sendo violada. 
Gabarito: Certo 
.
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6. (TCU ± TEFC 2012 ± Cespe) Ao apresentar ao TCU denúncia de irregularidade
cometida em órgão público federal, todo cidadão poderá obter certidão dos 
despachos e fatos apurados, porém somente quando o processo referente à 
denúncia estiver concluído ou arquivado. 
Comentário: A questão está errada, pois o denunciante tem direito à 
certidão ainda que o processo não tenha sido concluído ou arquivado. Com 
efeito, nos termos do art. 182 do RI/TCU, a certidão dos despachos e fatos 
apurados será fornecida ao denunciante em até 15 dias, se o processo estiver 
concluído ou arquivado. Por outro lado, caso as apurações ainda não estejam 
concluídas, a certidão também será obrigatoriamente fornecida, desde que já 
tenha decorrido o prazo de 90 dias a contar da entrada da denúncia no 
Tribunal. 
Gabarito: Errado 
7. (TCE/ES ± Auditor 2012 ± Cespe) A função de controle ² interno e externo ² é
mais ampla que a supervisão. O controle é mais definido e se aplica a situações em 
que não há subordinação nem mesmo vinculação formal, administrativa, sendo 
objeto do controle toda utilização ou movimentação de recursos públicos, 
independentemente de seu montante e destinação. 
Comentário: A assertiva está correta. Como vimos na aula 0, a supervisão 
é uma espécie de controle, o controle administrativo, exercido pelos Ministros 
de Estado sobre os órgãos da Administração Federal, direta e indireta, 
enquadrados em sua área de competência. Quando exercida sobre a 
Administração Direta, a supervisão caracteriza-se pela autotutela e pela 
subordinação. Já a supervisão exercida sobre as entidades da Administração 
Indireta não caracteriza subordinação hierárquica, mas tão-somente 
vinculação formal para fins de controle, sendo conhecida como tutela - e não 
autotutela. Por sua vez, os órgãos de controle interno e externo, pelo menos 
em tese, caracterizam-se pela independência em relação aos órgãos 
fiscalizados, inexistindo subordinação ou vinculação formal entre eles. 
Gabarito: Certo 
8. (TCE/ES ± Auditor 2012 ± Cespe, adaptada) A jurisdição do TCU é a mais
ampla possível, abrangendo, inclusive, pessoas que integrem a administração da 
União, mesmo fora do território nacional. 
Comentário: O quesito está correto. Vimos que a jurisdição do TCU 
abrange qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, que administre 
recursos do orçamento da União. Esse comando maior está previsto no 
parágrafo único do art. 70 da CF. Assim, a utilização de recursos da União 
coloca sob a jurisdição do TCU, por exemplo, as embaixadas brasileiras 
.
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situadas no exterior. Outro exemplo são as agências do Banco do Brasil em 
países estrangeiros, que também estão sujeitas à fiscalização do Tribunal. 
Portanto, pode-se dizer que a jurisdição do TCU, em termos espaciais, pode 
extrapolar os limites do território nacional, desde que haja gestão de recursos 
públicos federais. 
Ressalte-se que a previsão de que o TCU tem jurisdição em todo o 
território nacional (art. 73, caput da CF) não pode ser interpretada como 
limitadora da abrangência da ação fiscalizatória da Corte de Contas. Com 
HIHLWR�� R� GLVSRVLWLYR� QmR� GL]� DOJR� FRPR� ³apenas QR� WHUULWyULR� QDFLRQDO´��
Portanto, a regrinha básica para saber se determinada pessoa está sob a 
jurisdição do TCU ± verificar se ela administra, de qualquer forma, recursos 
públicos federais ± também vale no exterior. 
Gabarito: Certo 
9. (TCE/ES ± Auditor 2012 ± Cespe) Caso tome conhecimento de que o chefe do
Poder Executivo estadual tenha cometido em determinado certame licitatório, graves 
irregularidades relativas à gestão do dinheiro público, o dono de uma empresa 
licitante poderá, nos termos da Constituição Federal (CF), denunciar o fato 
diretamente ao tribunal de contas estadual. 
Comentário: Nos termos do art. 74, §2º da CF, qualquer cidadão, partido 
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, 
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas. Assim, 
o dono da empresa licitante, na qualidade de cidadão, poderá sim denunciar ao
tribunal de contas estadual as irregularidades de que tenha conhecimento na 
gestão do dinheiro público. Perceba que a questão não especifica a origem do 
recurso público objeto da irregularidade denunciada. Com efeito, o 
Governador do Estado, em regra, gere recursos estaduais, mas também pode 
ser responsável pela aplicação de recursos federais provenientes de 
transferências voluntárias da União. Caso se trate de recursos estaduais, a 
competência é do respectivo TCE; no caso de recursos federais, a 
competência é do TCU. Não obstante, o cidadão dono da empresa licitante 
possui legitimidade para denunciar perante qualquer Tribunal de Contas. O 
órgão de controle externo, por sua vez, ao analisar a denúncia, irá verificar se 
o assunto se insere ou não no âmbito de sua competência e jurisdição. Caso
negativo (se a licitação foi realizada com recursos federais e a denúncia foi 
protocolada no TCE, por exemplo), a Corte de Contas não irá levar adiante o 
processo, comunicando a decisão ao denunciante, podendo, alternativamente, 
remeter o feito ao Tribunal de Contas competente. 
Gabarito: Certo 
.
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10. (TCE/ES ± Auditor 2012 ± Cespe) De acordo com o STF, o TCU e, dado o
princípio da simetria, os tribunais de contas estaduais detêm legitimidade para 
requisitar, diretamente, informações que impliquem a quebra de sigilo bancário. 
Comentário: O quesito está errado. Segundo o STF, o TCU e, por simetria, 
os demais tribunais de contas, não possui legitimidade para requisitar, 
diretamente, a quebra de sigilo bancário. Veja a ementa do MS 22.934-DF, de 
17/4/2012: 
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. 
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. SEGURANÇA CONCEDIDA. 
O Tribunal de Contas da União, a despeito da relevância das suas funções, não 
está autorizado a requisitar informações que importem a quebra de sigilo 
bancário, por não figurar dentre aqueles a quem o legislador conferiu essa 
possibilidade, nos termos do art. 38 da Lei 4.595/1964, revogado pelaLei 
Complementar 105/2001. Não há como admitir-se interpretação extensiva, por tal 
implicar restrição a direito fundamental positivado no art. 5º, X, da Constituição. 
Precedente do Pleno (MS 22801, rel. min. Menezes Direito, DJe-047 de 14.03.2008.) 
Ordem concedida. 
Gabarito: Errado 
11. (TCDF ± ACE 2012 ± Cespe) Cabe ao controle parlamentar apreciar a
legalidade dos atos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial do Poder Executivo, e não avaliar a economicidade de tais gastos e 
contas. 
Comentário: O quesito está errado, pois a avaliação da economicidade 
dos gastos públicos faz parte das atribuições do controle parlamentar, nos 
termos do art. 70, caput, da CF: 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da 
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, 
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será 
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de 
controle interno de cada Poder. 
Gabarito: Errado 
12. (TCU ± AUFC 2011 ± Cespe) A criação de cargos no seu quadro de pessoal e a
fixação da remuneração de suas carreiras serão propostas pelo TCU ao Congresso 
Nacional. 
Comentário: O quesito está correto. Refere-se à autonomia que o TCU 
possui para organizar-se internamente, conforme previsto no art. 1º, XV da 
LO/TCU e art. 1º, XXXIV do RI/TCU. Perceba, porém, que a criação dos cargos e 
a fixação da remuneração são matérias que devem ser objeto de Lei, aprovada 
mediante o devido processo legislativo no Congresso Nacional. Ou seja, não é 
.
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o TCU quem realiza esses atos; o que o Tribunal faz é propô-los ao Congresso,
por meio do envio de projeto de lei. 
Gabarito: Certo 
13. (TCU ± AUFC 2011 ± Cespe) A competência para a investigação de
irregularidades praticadas por ministros de Estado desloca-se do TCU para o 
Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de estes gozarem de foro especial. 
Comentário: Qualquer pessoa que cometa irregularidades na gestão de 
recursos públicos federais está sujeita à jurisdição do TCU, inclusive ministros 
de Estado. Com efeito, segundo o art. 1º, VIII da LO/TCU, compete ao Tribunal 
de Contas ³UHSUHVHQWDU�DR�SRGHU�FRPSHWHQWH�VREUH�LUUHJXODULGDGHV�RX�DEXVRV�
apurados, indicando o ato inquinado e definindo responsabilidades, inclusive 
DV�GH�0LQLVWUR�GH�(VWDGR�RX�DXWRULGDGH�GH�QtYHO�KLHUiUTXLFR�HTXLYDOHQWH´. 
Gabarito: Errado 
14. (TCU ± AUFC 2011 ± Cespe) A responsabilidade pela manutenção da página
eletrônica Contas Públicas, implementada pelo TCU na Internet, foi transferida ao 
terceiro setor. 
Comentário: O quesito está errado, pois compete ao TCU implementar (o 
que já foi feito) e manter (o que está sendo feito) a página Contas Públicas na 
internet, por força da Lei 9.755/1998 (RI/TCU, art. 1º, XXVIII). 
Gabarito: Errado 
15. (TCU ± ACE 2006 ± ESAF) Sobre o controle de constitucionalidade exercido
pelo Tribunal de Contas da União, pode-se afirmar que: 
a) o Tribunal de Contas da União tem legitimidade para entrar com uma Adin ± 
Ação Direta de Inconstitucionalidade ± no Supremo Tribunal Federal. 
b) o controle abstrato de constitucionalidade realizado pelo TCU gera efeitos ex 
tunc. 
c) o TCU não pode realizar controle difuso da constitucionalidade de leis. 
d) o Tribunal de Contas da União, no âmbito de suas atribuições, pode examinar a 
constitucionalidade de lei e declará-la inconstitucional, com o fito de afastá-la de 
aplicação em um caso concreto. 
e) não cabe controle incidental de constitucionalidade pelo TCU, mesmo quando
examinando aplicação de lei por órgão jurisdicionado. 
Comentário: Vamos ver cada alternativa: (a) errada, pois o TCU não 
aparece no rol de legitimados para propor ADIn junto ao STF, conforme 
art. 103, incisos I a IX da CF; (b) errada, pois o TCU não exerce controle 
abstrato de constitucionalidade, mas sim controle difuso ou incidental, no 
.
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caso concreto, com efeitos apenas entre as partes (Súmula 347 do STF); 
(c) errada, pois, de acordo com a Súmula 347 do STF, o TCU pode, no exercício 
de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade de leis e atos do Poder 
Público (controle difuso); (d) certo, o TCU aprecia ± não declara ± a 
constitucionalidade de leis e atos normativos. Caso considere a lei 
inconstitucional, pode afastar a sua incidência no caso concreto; (e) errada, 
pois como já dissemos, o controle de constitucionalidade exercido pelo TCU é 
incidental, ou seja, na apreciação do caso concreto. 
Gabarito: alternativa ³d´ 
16. (TCU ± ACE 2004 ± Cespe) No âmbito do direito brasileiro, embora o controle de
constitucionalidade seja realizado eminentemente por parte do Poder Judiciário, o 
TCU pode, no exercício de suas competências, reconhecer a incompatibilidade de 
uma norma jurídica com a Constituição. 
Comentário: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode 
apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público 
(Súmula 347 do STF). Portanto, a questão é correta. Porém, tome cuidado, pois 
apreciar é diferente de declarar a constitucionalidade. Apreciar a 
constitucionalidade é exercer controle difuso ou incidental, no caso concreto, 
com efeitos entre as partes, e apenas em matérias da competência do Tribunal 
de Contas. Declarar a inconstitucionalidade, por outro lado, é controle 
abstrato, em tese, cuja competência é exclusiva do Poder Judiciário. 
Gabarito: Certo 
17. (TCU ± ACE 2005 ± Cespe) Compete ao TCU realizar inspeções e auditorias
requeridas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou por determinadas 
comissões do Legislativo federal. Todavia não há imposição expressa para que 
apresente pronunciamento conclusivo de matéria cuja apreciação lhe foi solicitada 
por um desses órgãos. 
Comentário: A primeira frase está errada, pois compete ao TCU realizar 
auditorias e inspeções requeridas pelo Congresso Nacional, suas Casas ou 
por quaisquer comissões do Congresso, do Senado ou da Câmara, e não por 
determinadas comissões, como está no quesito (LO/TCU, art. 1º, II; RI/TCU, art. 
1º, II e art. 232, III). Embora a Constituição somente se refira às comissões 
técnicas e de inquérito, a LO/TCU estende a todas as comissões do Legislativo 
a faculdade de solicitar fiscalização ao TCU. Por sua vez, a segunda frase 
também está errada, eis que o art. 72, §1º da CF c/c art. 1º, IV do RI/TCU, 
preceitua que o TCU emite pronunciamento conclusivo sobre a matéria que lhe 
seja submetida pela comissão mista permanente de deputados e senadores 
referida no §1º do art. 166 da CF (CMO). 
Gabarito: Errado 
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18. (TCU ± ACE 2004 ± Cespe) Um dos efeitos possíveis das decisões dos tribunais
de contas é a inelegibilidade do gestor público que tiver suas contas rejeitadas por 
irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente. Para a 
eficácia desse julgamento, no que tange à inelegibilidade, a decisão da corte de 
contas não precisa ser homologada pela justiça eleitoral. 
Comentário: A partir da edição da LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) são 
inelegíveis ³RV� TXH� WLYHUHP� VXDV� FRQWDV� UHODWLYDV� DR� H[HUFtFLR� GH� FDUJRV� RX�
funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato 
doloso de improbidade administrativa, epor decisão irrecorrível do órgão 
competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder 
Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, 
contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do 
art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem 
H[FOXVmR�GH�PDQGDWiULRV�TXH�KRXYHUHP�DJLGR�QHVVD�FRQGLomR´. 
De pronto, vale salientar que não é o TCU quem declara o responsável 
inelegível. O TCU apenas encaminha ao Ministério Público Eleitoral os nomes 
dos responsáveis cujas contas foram julgadas irregulares nos cinco anos 
anteriores à realização de cada eleição (LO/TCU, art. 91). A competência para 
decidir e declarar a inelegibilidade é da Justiça Eleitoral, que pode declará-la 
ou não. A questão não deixou esse procedimento claro, por isso foi anulada. 
Não obstante, repare que não basta o julgamento pela irregularidade das 
contas para a Justiça Eleitoral declarar a inelegibilidade. A irregularidade deve 
ser insanável e, adicionalmente, decorrer de ato doloso (intencional) de 
improbidade administrativa. Assim, atos culposos que tenham motivado a 
irregularidade das contas, decorrentes de imperícia, imprudência ou 
negligência, ainda que insanáveis, não são suficientes para macular a 
elegibilidade do candidato. Apesar disso, o TCU informa os nomes de todos os 
responsáveis que tiveram as contas julgadas irregulares, independente se a 
irregularidade decorreu de ato doloso ou culposo. 
Gabarito: Anulada 
(TCU ± ACE 2008 ± Cespe) Um deputado estadual de Sergipe, insatisfeito com os 
recursos que o estado vinha recebendo da União, resolveu apresentar um projeto de 
lei estadual criando um novo imposto, incidente sobre a exploração da atividade de 
lavra de petróleo nesse estado por empresas privadas e estatais. 
19. Os royalties recebidos pelo estado de Sergipe são considerados como receitas
públicas originárias deste ente federativo. 
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Comentário: Segundo entendimento do STF, os royalties devidos aos 
Estados, Distrito Federal e Municípios, são receitas próprias e originárias dos 
referidos entes, a maneira do FPE e FPM. 
Gabarito: Certo 
20. Na situação em apreço, compete ao TCU fiscalizar a aplicação dos recursos
recebidos a título de royalties pelo estado de Sergipe, já que esses recursos são 
repassados pela União aos estados. 
Comentário: Como os recursos repassados a título de royalties aos 
Estados, DF e Municípios não são federais, a competência para fiscalizar a 
aplicação desses recursos é dos respectivos tribunais de contas estaduais ou 
municipais, e não do TCU. O TCU fiscaliza apenas o repasse efetuado pelos 
órgãos competentes da União. Não esqueça, contudo, que o TCU fiscaliza a 
aplicação da parcela de royalties repassada aos órgãos da administração 
direta federal (Comando da Marinha e os Ministérios do Meio Ambiente, de 
Ciência e Tecnologia e de Minas e Energia). 
Gabarito: Errado 
21. (TCU ± ACE 2006 ± ESAF) Sobre as competências do Tribunal de Contas da
União, não se pode afirmar que àquela Corte de Contas compete, na forma 
estabelecida no seu Regimento Interno e em sua Lei Orgânica 
a) fiscalizar declarações de bens e rendas apresentadas pelas autoridades e
servidores públicos, nos termos da legislação em vigor e na forma definida em atos 
normativos específicos. 
b) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social
a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo e 
na forma estabelecida em ato normativo. 
c) julgar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante
parecer a ser elaborado em noventa dias a contar do recebimento dos balanços 
gerais da União e do relatório do órgão central do sistema de controle interno do 
Poder Executivo sobre a execução dos orçamentos de que trata o § 5º do art. 165 
da Constituição Federal, ou seja, o orçamento fiscal, o das estatais e o orçamento 
da seguridade social. 
d) propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de cargos e
funções do quadro de pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da respectiva 
remuneração. 
e) representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados,
indicando o ato inquinado e definindo responsabilidades, mesmo as de ministro de 
Estado ou de autoridade de nível hierárquico equivalente. 
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Comentário: Vamos ver cada alternativa. A maioria delas é a literalidade 
de dispositivos: (a) certo, conforme RI/TCU, art. 1º, XXIII (redação antiga); 
(b) correto��FRQIRUPH�&)��DUW������9�H�5,�7&8��DUW���ž��;9,,,��$�SDUWH�TXH�GL]�³na 
forma estabelecida em ato normativo´�HVWá prevista no art. 249, II do RI/TCU; 
(c) errado, pois em relação às contas do Presidente da República o TCU emite 
parecer prévio (CF, art. 71, I), sendo o Congresso Nacional responsável pelo 
julgamento (CF, art. 49, IX); (d) certo, conforme LO/TCU, art. 1º, XV e RI/TCU, 
art. 1º, XXXIV; (e) certo, conforme LO/TCU, art. 1º, VIII e RI/TCU, art. 1º, XVI. 
Gabarito: alternativa ³c´ 
22. (TCU ± ACE 2006 ± ESAF) Indique, entre as opções apresentadas abaixo, qual
autoridade não tem legitimidade para formular consulta ao TCU, quanto à dúvida 
suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes a 
matéria de sua competência. 
a) Advogado-Geral da União.
b) Presidente da República.
c) Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo federal de nível
hierárquico equivalente. 
d) Comandantes das Forças Armadas.
e) Procurador-Geral da Fazenda Nacional.
Comentário: O art. 264 do RI/TCU informa o rol de legitimados a formular 
consulta ao TCU. O Procurador-Geral da Fazenda Nacional não está entre eles, 
ao contrário de todos os demais mencionados na questão. 
Gabarito: alternativa ³e´ 
23. (TCE/AC ± ACE 2008 ± Cespe, adaptada) Conforme a doutrina majoritária, a
natureza jurídica do TCU é administrativa. 
Comentário: 2�7&8��DSHVDU�GH�VHU�XP�³7ULEXQDO´�H�SRVVXLU�D�FRPSHWência 
para julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos federais, não é 
órgão judicial. A doutrina majoritária considera que a natureza do TCU é 
administrativa. 
Gabarito: Certo 
24. (TCE/AC ± ACE 2008 ± Cespe, adaptada) As decisões do TCU que importem
em multa equivalerão a título executório. 
Comentário: Perceberam o detalhe? Na hora da prova a atenção deve ser 
total! As decisões do TCU que importem em multa equivalerão a título 
executivo, e não executório. 
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Em pesquisa a dicionários jurídicos atuais, encontrei que título executivo 
e título executório possuem o mesmo significado, isto é, são instrumentos 
hábeis a desencadear o processo de execução judicial de uma dívida líquida e 
certa. Porém, pesquisando na internet, pode-se encontrar significados 
diferentes para os dois termos, sendo título executório proveniente de decisão 
judicial e título executivo não necessariamente formado em juízo. Essa 
diferenciação estaria positivada no antigo Código de Processo Civil e, 
portanto, ultrapassada. 
Não obstante, o Cespe considerou a presente questão errada, 
provavelmente por conta dessa abordagem que associa título executório ao 
Poder Judiciário, visto que as decisões do Tribunal de Contas que resultem em 
débito ou multa equivalem a título executivo extrajudicial. Então, para efeitos

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