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2 fase PROCESSO PENAL

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2ª FASE OAB - PROCESSO PENAL – PROF RODRIGO DAMASCENO
contato@rodrigodamasceno.com.br
AULAS 01 e 02
AÇÃO PENAL
1) Espécies de Ação Penal
Art. 100, CP
a) Ação Penal Pública
- Proposta pelo MP, através da denúncia;
- Há duas modalidades: ação penal pública Incondicionada e Condicionada
	a) APPub Incondicionada: é a regra. Quando a lei não falar nada, será APP Incondicionada (art. 100, caput, CP), nesta ação não precisa que uma terceira pessoa se manifeste
	b) APPub Condicionada: o MP precisará do consentimento de uma terceira pessoa, quando a lei exigir, podendo ser o Ministro da Justiça ou mediante representação do ofendido (§1º, art. 100, CP)
- Representação do ofendido: se o ofendido morrer ou for declarado ausente, neste caso quem representa o ofendido é o CADI (§4º, art. 100, CP e 36, CPP)
- Possibilidade de retratação da representação do ofendido: há essa possibilidade, desde que seja antes do MP oferecer a denúncia, DEPOIS da denúncia é irretratável (art. 102, CP e 25, CPP)
- As mulheres também podem renunciar ou retratar a representação? Sim! 
	Na Maria da Penha essa retratação tem duas particularidades: 1) na maria da penha a mulherada se arrepende na audiência 2) pode se arrepender antes do recebimento da denúncia – art. 16, da lei Maria da Penha.
b) Ação Penal Privada
	a) APPriv Exclusiva (§2º, art. 100, CP): a lei diz que esse crime só se procede mediante queixa. Aqui não é denúncia, aqui é queixa. A única maneira de iniciar o processo é através da queixa (ex.: 145, CP). 
- Dentro da ação penal privada exclusiva há uma subespécie: ação penal personalíssima, ou seja, a ação só poderá ser proposta pelo ofendido, se ofendido morreu acabou o negócio, não tem o CADI (ex.: art. 236, §ú, CP – induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento)
	b) APPriv Subsidiária da Pública (§3º, art. 100, CP; art. 46, CPP): a lei define o crime como APPub, mas o MP fica inerte, se o MP não oferece denúncia no prazo legal (réu preso: 5 dias; réu solto ou afiançado: 15 dias).
2) Crimes mais relevantes para OAB
a) Lesão Corporal
- Ela pode ser de duas modalidades: 
	1- APPubl Incondicionada: lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte
	2- APPubl Condicionada: lesão corporal leve (art. 129, caput) e culposa (art. 129, §6º), nos termos do art. 88, da lei 9.099/95
- Exceção: Lei Maria da Penha – não me importa qual a lesão, seja leve, culposa, grave ou gravíssima, sempre será APPubl INCONDICIONADA. Isso não quer dizer, que na Maria da Penha não exista crime de ação penal pública condicionada (ex.: bater no homem).
b) Crimes contra honra
- Art. 138 e seguintes, CP; art. 145, CP
- Temos três crimes contra a honra: difamação, calúnia e injúria (injúria = humilhação).
- Regra geral: será Ação Penal Pública PRIVADA, somente se procede mediante queixa (art. 145, CP)
- Exceção 01: 
	Será Ação Penal Pública INCONDICIONADA quando se tratar de injúria real, resultando lesão corporal (art. 140, §2º - se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes). 
	Se não teve lesão, continua sendo a regra geral – Ação Penal Privada. 
- Exceção 02: 
	Art. 140, §ú, CP – Injúria Preconceituosa (art. 140, §3º) será Ação Peal Pública CONDICIONADA; 
	Injúria contra servidor público no exercício da sua função (art. 141, II e Súmula 714, STF) será Ação Penal Pública CONDICIONADA, havendo uma legitimidade concorrente, pode o servidor propor a queixa ou MP propor a denúncia mediante a representação.
c) Crimes Sexuais
- Art. 213 ao 218, CP e art. 225, CP
- Regra geral: Ação Penal Pública CONDICIONADA (art. 225, caput)
- Exceção 01: Ação Penal Pública INCONDICIONADA se a vítima for menor de 18 anos ou pessoa vulnerável (art. 225, §ú)
- Exceção 02: Ação Penal Pública INCONDICIONADA se a vítima for menor de 14 anos, é estupro de vulnerável (art. 217-A) 
- Exceção 03: Ação Penal Pública INCONDICIONADA se a vítima tiver de 15 a 18 anos, se houver violência para caracterizar estupro (art. 213) 
- Súmula 608, STF: estupro praticado mediante violência real, que ocorre com lesão, é Ação Penal Pública INCONDICIONADA.
3) Renúncia X Perdão
a) Renúncia: art. 104, CP e 49 e seguintes, CPP
- Estou renunciado ao meu direito de queixa, se eu posso renunciar é porque eu ainda não fiz a queixa, eu só posso renunciar se eu não fiz. Ou seja, só posso renunciar ANTES da queixa-crime
- Momento: antes da queixa-crime
- Unilateral: depende da vontade de uma única pessoa, produz efeito independentemente de aceitação (o direito é meu, eu faço o que eu quiser)
b) Perdão: art. 105 e seguintes, CP e 51, CPP
- Só posso me arrepender depois que eu fiz.
- Momento: antes da sentença do transito em julgado
- Bilateral: depende da vontade de duas pessoas, para produzir efeito depende da aceitação da outra parte (ex.: “eu te perdoo” – “mas eu não quero seu perdão”)
- Semelhanças entre perdão e renúncia:
	- Só posso utilizar o perdão ou a renúncia quando o crime for de APPriv Exclusiva, até porque aqui o interesse é privado, ou seja, não posso utilizar na subsidiária da pública, porque daí o interesse é público;
	- Tanto o perdão quanto a renúncia é possível da maneira expressa ou de maneira tácita (a partir do momento em que você tem um comportamento incompatível com o processo penal – fui xingada, não perdoei, entrei com processo penal, passou um tempo tirei foto com a pessoa com legenda fofa)
	- Princípio da Indivisibilidade: A, B e C me xingam. O perdão ou a renúncia é contra todos ou é contra nenhum. O perdão ou renúncia concedido a um, se estende a todos ou a nenhum. 
	- A renúncia NÃO depende de aceitação. Se for renúncia, pouco importa se as outras partes aceitam ou não. 
	- O perdão depende de aceitação. Se for perdão, depende de aceitação, se só o A aceita e B e C não aceitam, o processo vai continuar somente contra os que não aceitaram o perdão.
- Consequência da renúncia ou do perdão:
	Ambos têm como consequência a extinção da punibilidade (art. 107, V, CP)
4) Perempção
- Art. 60, CPP
- Só se aplica para os crimes de Ação Penal Privada Exclusiva, porque aqui o interesse é privado, havendo como consequência a extinção da punibilidade
- No artigo 60, do CPP, temos um rol de hipóteses em que a pessoa foi negligente, havendo a perempção.
- A hipótese menos comum, é, se chegar no final do procedimento, na alegação final e eu que estou acusando o outro não pedir a sua condenação, eu fui negligente, haverá então perempção. 
- Se cair na prova eu for defesa e nas alegações da outra parte ela não pedir condenação, a minha defesa será a extinção da punibilidade pela perempção (Art. 60, III, CP).
5) Conteúdo da Ação Penal
- A ação penal tem que ter um conteúdo mínimo, seja para defender, seja para acusar (queixa-crime), como conteúdo mínimo devo ter:
5.1. Queixa-crime (art. 41, CPP):
a) exposição dos fatos com todas as suas circunstâncias
	Tomar cuidado com a denúncia genérica, pois quando a acusação é muito genérica fica difícil se defender, porque não dá para saber o que eu fiz exatamente (se defende aí do que você fez!! “Calma, o que eu fiz?”). 
	Primeira coisa, tenho que analisar se a denúncia individualiza a conduta do réu, se na prova me deparar com essa denúncia genérica eu alego a violação do art. 41, do CPP e também a violação do devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.
	Sempre quando a denúncia for transcrita entre aspas, é muito provável que a denúncia seja genérica. Na dúvida coloca denúncia genérica.
	Qual a consequência para essa denúncia genérica? Diante de uma denúncia genérica, ela é ilegal, devo pedir então a rejeição da ação penal, pois se a denúncia não preenche o conteúdo mínimo do art. 41, CPP ela é manifestamente inepta (art. 395, CPP). Sendo a denúncia manifestamente inepta ela deve ser rejeitada.
b) identificação de quem eu estou acusando:
	Qualificação.
c) tipo penal:
	Qual crime foi praticado (classificação)
d) rol de testemunhas:
	Sempre apresentar o rol de testemunhasnas primeiras peças (queixa-crime; defesa preliminar e resposta à acusação).
APOSTILA MATERIAL DE APOIO – pág. 5
6) Condições da Ação
LIPO só com JUSTA CAUSA
- Legitimidade: titular da ação penal
- Interesse de agir: não terá interesse de agir quando já estiver extinta a punibilidade (principais hipóteses de extinção – art. 107, CP)
- Possibilidade jurídica do pedido: o fato narrado tem que ser crime para haver possibilidade jurídica do pedido
- JUSTA CAUSA: é o mínimo de prova (indícios de autoria e materialidade), na dúvida há falta de justa causa
- Na ausência qualquer uma das condições da ação a tese a ser feita é a Rejeição por carência de ação (art. 395, II para ausência de condições da ação e III para ausência de justa causa, CP).
AULAS 03 e 04
QUEIXA-CRIME
1. IDENTIFICAÇÃO
- Primeira coisa a fazer é uma linha dos acontecimentos, e como regra, essa linha vai me trazer um fato. Não vai ter uma ação proposta, porque se tiver ação proposta não vai ser queixa-crime.
- Quatro elementos cumulativos para identificação da queixa-crime: 
	1) SOU ADV. DA VÍTIMA 
	2) AÇÃO PENAL PRIVADA ou SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
	3) JÁ TENHO PROVA DE QUEM FOI – não precisa necessariamente de abertura de inquérito policial.
	4) NÃO HÁ AÇÃO PENAL PROPOSTA 
b) FORMA
- Endereçamento para quem eu quero pedir; qualificação das partes; nome da peça; 
- Toda peça é composta por três partes: 1) Fatos; 2) Direito; 3) Requerimentos;
- Endereçar para o juízo competente (será julgado no local onde o fato ocorreu)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL CRIMINAL DA SUBSEÇÃO DE ...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ... JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE ...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO DE ...
- Qualificação das partes de maneira completa
	Sempre que for a primeira peça a qualificação será completa. As partes serão Querelante e Querelado.
	Se eu tenho dois agressores, tenho que qualificar todos, pelo princípio da indivisibilidade (art. 48, CPP) – ou eu proponho contra todos ou contra nenhum.
	Preciso qualificar o advogado, fazendo referência a procuração com poderes especiais (art. 44, CPP).
- Nome da peça + fundamentação legal
	Se for crime de ação penal privada a fundamentação legal será: art. 30, 41, do CPP + 100, §2º, CP
	Se ação subsidiária da pública (devendo mencionar esse detalhe: “queixa crime subsidiária da pública”): art. 30, 41, do CPP + 100, §3º, CP
- Fatos
	É onde eu vou resumir o que aconteceu, deve ser conciso e rápido. Não posso inventar fatos.
- Fundamentação do Direito
	É onde vou trazer as teses jurídicas, em qualquer peça. 
	Tenho que me fazer uma única pergunta: qual a função da queixa crime? Sabendo a função fica fácil identificar minhas teses. 
	Vou classificar o crime, fazer uma subsunção dos fatos, da conduta praticada e mostrar que essa conduta configura crime. Basta demonstrar: tipo + eventual qualificadora + causas de aumento de pena (majorantes – ex.: crimes contra honra na frente de todo mundo, art. 141, CP).
- Requerimentos 
	1º pedido: recebimento da ação penal
	2º pedido: citação da parte contrária para oferecer resposta à acusação
	3º pedido: produção de provas e apresentar o rol de testemunhas
	4º pedido: a condenação da parte contrária
	5º pedido: fixação do mínimo de indenização (art. 387, IV, CPP)
	6º pedido: intervenção do MP (art. 45, CPP)
	Obs.: se for no JECRIM o procedimento é diferente, o requerimento também, tenho que pedir designação de audiência de conciliação.
- Nestes termos, pede deferimento. Cidade, dia, mês e ano. Advogado, nº OAB
	Eu vou por sempre o último dia de prazo. Se não tiver como contar o prazo eu vou colocar de maneira genérica, não posso inventar informações.
	Prazo da queixa crime: art. 38, CPP – prazo de 6 meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, se não fizer nesse prazo decairá o direito de queixa ou representação. 
	Se for APPriv subsidiária da pública eu tenho que esperar esgotar o prazo do MP apresentar a denúncia, para começar a contar o prazo para apresentar a queixa crime
CASO 2 – APOSTILA pág. 05
CASO 3 – APOSTILA pág. 6: fazer em casa no caderno.
AULA 05 e 06
PROCEDIMENTOS ou RITOS
	
1) PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO (art. 394, I, CPP)
- Crimes com pena privativa de liberdade máxima superior ou igual a 4 anos, não importando se é de reclusão ou detenção
- É o rito mais importante, porque tem aplicação subsidiária para os outros procedimentos.
Obs.: O inquérito policial não entra nessa linha de procedimento.
1ª etapa – Denúncia ou Queixa-crime
2ª etapa – Juiz: recebimento ou rejeição da ação penal
3ª etapa – Citação do réu para e 10 dias apresentar sua primeira peça de defesa
4ª etapa – Resposta à Acusação, o juiz poderá absolver o réu sumariamente ou designar audiência.
5ª etapa - Audiência de Instrução e julgamento 
6ª etapa – Alegações Finais, em regra, serão orais. Exceção: alegações finais por memoriais, devendo ser apresentada no prazo sucessivo de 5 dias.
7ª etapa – Juiz: sentença, que pode ser condenatória ou absolutória.
CASO 4 – apostila pág. 9
1.1. Rejeição da Ação Penal – art. 395, CPP.
	Será rejeitada quando for manifestamente inepta; faltar pressuposto processual (competência) ou condição para o exercício da ação penal (LIPo) ou; quando faltar justa causa para o exercício da ação penal.
1.2. Citação do réu – art. 351 e seguintes, CPP:
	Há várias maneiras de chamar o réu para o processo. São elas:
a) Mandado (art. 351, CPP) – mesmo lugar
b) Carta Precatória (art. 353, CPP) - lugar diferente dentro do Brasil 
c) Carta Rogatória (art. 368, CPP) – lugar diferente fora do Brasil
d) Hora certa (art. 362, CPP e 227, CPC) – réu se esquiva da citação, ocorre após três tentativas
e) Edital (art. 361 e 366, CPP) – réu em lugar incerto e não sabido
	Se, citado por edital o réu não comparece, tampouco nomeia advogado, tem como consequências a suspensão do processo e do prazo prescricional.
	A suspensão prescricional não é eterna, ela tem um limite máximo com base no prazo prescricional da pena máxima, com base no art. 109, CP (Súmula 415, STJ). Depois que termina a suspensão prescricional começa a contar o prazo prescricional.
	Pode o juiz produzir antecipadamente as provas, nomeando um advogado dativo para acompanhar. 
	O não comparecimento do réu citado por edital não é o suficiente para decretar prisão preventiva, só se for o caso, nos termos do art. 312.
1.3. Designar audiência ou Absolvição sumária
a) Absolvição Sumária – Resposta à Acusação (art. 397, CPP)
	O juiz absolverá quando houver excludente da ilicitude do fato; excludente da culpabilidade do agente (salvo inimputabilidade); quando o fato não constitui crime; quando extinta a punibilidade, em todas essas hipóteses tem que haver certeza 
	Sempre falar que o fato não constitui crime é porque a conduta é atípica, refere-se ao art. 397, inciso III, CPP.
	Quando falta a questão da antijuridicidade, quer dizer que há falta de ilicitude (art. 23, CP – estado de necessidade; em legítima defesa; em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito).
b) Audiência de Instrução e Julgamento (art. 400, 401, CP)
	Primeiro ouve-se as testemunhas da acusação e depois as testemunhas de defesa, sendo até oito testemunhas para cada.
1.4. Alegações finais
	Como regra são orais, se não for possível, serão feitas por memoriais, iniciando-se pelo MP.
1.5. Decisão final do juiz – Sentença
a) Sentença Absolutória (art. 386, CPP)
	O art. 386 trabalha com a absolvição com base na dúvida e da certeza. Quando eu sou absolvido na dúvida, eu sou absolvido somente no crime, porém nada impende que eu seja condenado no cível.
	Se eu sou absolvido com certeza, essa sentença condenatória faz coisa julgada também no cível. Tanto que quando corre, processo no crime e no cível, o processono cível fica suspenso até que se tenha a sentença criminal.
		
	Absolvido na certeza
	Absolvido na dúvida
	Não existiu o fato
	Inciso I – estar provada a inexistência do fato
	Inciso II e VII – não haver prova da existência do fato
	Não tem autoria
	Inciso IV – provado que o réu não concorreu p/ infração penal
	Inciso V e VII – não existir prova de ter o réu concorrido p/ infração penal
	Não tem crime (o fato não é crime)
	Inciso VI (1ª parte) – existem circunstâncias que excluam o crime ou o réu de pena
	Inciso VI (2ª parte) e VII – se houver fundada dúvida sobre a existência do crime (ex.: legítima defesa)
	Conduta atípica
	Inciso III – o fato não constitui infração penal
	Inciso III e VII – o fato não constitui infração penal
b) Sentença Condenatória (art. 387, CPP)
AULAS 07 e 08
RITOS
2) RITO COMUM SUMÁRIO
- Para crimes com pena privativa de liberdade inferior a 04 anos e maior que 02 anos. Para crimes com pena inferior ou igual a 2 anos é rito comum sumaríssimo (Jecrim).
- Aqui no rito sumário, são 5 testemunhas no máximo para acusação e para defesa (art. 532, CPP). No rito sumário, o número de testemunhas é diferente do rito ordinário, onde são no máximo 8 testemunhas para cada.
3) RITO ESPECIAL DE DROGAS
- Aqui o rito não é comum, aqui é o rito Especial, pois está na Lei Especial de Drogas, do art. 33 ao 39, da Lei 11.343/06.
- Alguns crimes não serão julgados no rito de drogas, mas sim no JECRIM. Se falarmos do art. 28, 33, §3º e 38, vamos utilizar o rito do JECRIM
- Art. 48, §1º, da lei de drogas: se for traficante e usuário não será JECRIM. 
- Defesa Preliminar: é proposta a ação penal, o juiz ele não vai receber e nem rejeitar, antes ele vai determinar a notificação para que o réu apresente sua defesa preliminar, e só depois da defesa preliminar é que o juiz vai decidir se recebe ou rejeita a denúncia. 
notificação  defesa preliminar  recebe ou rejeita a denúncia
- No rito de drogas, se na defesa preliminar você convencer o juiz de que seu cliente é usuário, o juiz criminal tem que fazer remessa para o JECRIM e não receber a denúncia.
- Alteração da ordem na audiência de instrução e julgamento: a regra é o interrogatório do réu ser feito por último, mas no rito de drogas a vítima é o estado e o estado não fala, por isso há a alteração da ordem na audiência. Então no rito de drogas, o primeiro ato da audiência é o interrogatório do réu (art. 57, da lei 11.343/06)
- No rito especial de drogas pode arrolar até 5 testemunhas (art. 55, §1º, lei 11.343/06).
4) RITO COMUM SUMARÍSSIMO – JECRIM
- Competência: pena igual ou inferior a 2 anos – crimes de menor potencial ofensivo (art. 394, III, do CPP e 61, da lei 9.099/95).
- Como fica esses dois anos quando houver concurso de crime? 
	A pior situação é ser condenado à pena máxima do primeiro crime e pena máxima do segundo crime. O cliente foi denunciado por dois crimes, praticados em concurso material, onde eu somo as penas. 
	Crime 01: pena de 6 meses a 1 ano; crime 02, pena 1 a 2 anos. Aqui, a pior coisa que pode acontecer é ser condenado pelas penas máximas dos crimes, daí serão 1+2= 3 anos, neste caso ultrapassa 02 anos e sai do JECRIM.
- Em resumo: no caso de concurso material eu tenho a soma das penas máximas (crime1 + crime2).
	Crime 02: o artigo fala lá no caput que a pena é de 6 meses a 1 ano, só que daí eu tenho o §1º, que fala que aquela forma qualificada a pena vai de 1 a 3 anos, o cidadão foi denunciado pela forma qualificada, neste caso a pior coisa que pode acontecer é ser condenado por 3 anos, ou seja, eu tenho que levar em conta as qualificadoras (aumenta) e eventual forma privilegiada (diminui).
- Também devo analisar as causas especiais de aumento e de diminuição para ver se é Jecrim ou não.
	Crime 03: uma pena de 1 a 6 anos e uma causa especial de diminuição da pena 1 a 2/3. Qual a pior situação que pode acontecer, ser condenado a 6 anos (multiplica pelo de cima e divide pelo de baixo).
	Se eu diminuir 1/3 de 6 = 2 (6 x 1 = 6 / 3 = 2), 6 menos 2 = 4 anos. 
	E se eu diminuir 2/3 de 6 = 4 (6 x 2 = 12 / 3 = 4), 6 menos 4 = 2 anos. 
	Ou seja, sempre quando tiver causas de aumento e diminuição, eu vou pegar pena máxima e fazer o cálculo com os dois extremos e usar aquilo que é pior. No exemplo, o pior que pode acontecer é diminui 1/3 de 6 anos, que será 4 anos.
- Nesse rito sumaríssimo, a primeira coisa que acontece é um TC (art. 69. Lei 9.099/95)
- Após o TC, será designada uma audiência preliminar, essa audiência tem como objetivo colocar o autor e a vítima frente a frente para tentar uma composição civil, ou seja, um acordo.
- Se você aceitou a composição de danos e a ação for pública condicionada à representação eu estou renunciando a minha representação e o MP não poder entrar com ação. Se eu aceitar a composição na ação privada, eu estou renunciado o meu direito de propor queixa-crime. 
- A composição civil fora do JCRIM acarreta renúncia? Não! (art. 104, §ú).
- Transação Penal: se não houver composição civil, acordo, teremos a transação penal.
	Só aplico a transação penal quando a infração for de menor potencial ofensivo, e a transação penal trata-se de um acordo (ex.: MP diz: eu não vou te denunciar, em contrapartida você lavará lençol no hospital por 6 meses). 
	A transação penal nada mais é do que a aplicação imediata da pena restritiva de direito ou pena de multa, ou seja, é imediata porque não houve processo, não houve condenação. É um acordo do MP com o acusado.
	Aquele que aceita a transação ele não foi processado, sequer condenado, com isso, ele permanece inocente, não quer dizer que a pessoa é culpada.
	 Essa é a grande vantagem de aceitar a transação, ela não vai implicar em reincidência, tampouco em confissão de culpa, a pessoa vai continuar sendo primária (art. 76, §4º, lei 9.099/95).
- Súmula Vinculante nº 35, STF
	Vamos imaginar que temos um acordo MP X agressor. “Não vou te denunciar, em contrapartida você vai lavar 6 meses de lençol”, o agressor pensa “vale a pena”. Feito acordo, será homologado pelo magistrado, no primeiro dia o agressor não vai lavar o lençol, no segundo dia o agressor não vai lavar o lençol. De maneira injustificada, o agressor descumpre o acordo dele, não vai lavar o lençol, será que o MP pode descumprir a parte dele e denunciar o agressor? Descumprida a transação penal o MP pode denunciar, pode requisitar inquérito, ou seja, transação penal não faz coisa julgada material (Súmula Vinculante 35, STF).
- Exceções:
	1) Não terá direito a transação penal quando o acusado tiver condenação definitiva (transitada em julgado) por crime, a uma pena de liberdade.
	Ou seja, se o acusado está sendo processo, foi condenado por uma contravenção penal, condenado por crime a uma pena de multa, ele pode receber o benefício da transação penal.
	2) O acusado não terá o benefício da transação penal sempre, somente de 5 em 5 anos.
	3) se a conduta, os antecedentes do acusado não indicarem a transação ser uma boa ideia.
- Não havendo a transação será oferecida a denúncia ou a queixa (art. 77, lei 9.099/95)
- Audiência (art. 91, 9.099/95):
	1) Primeira coisa que ocorre na audiência é a reposta à acusação (é como se fosse uma defesa preliminar);
	2) O juiz magistrado receberá ou rejeitará a denúncia ou queixa;
	3) Produção de provas – será ouvida a vítima, as testemunhas de acusação e defesa, por fim o interrogatório do réu;
	4) em regra, debates orais (alegações finais oral) – exceção: memoriais por escrito;
	5) sentença
- Suspensão condicional do processo:
	Suspensão condicional do processo não se confunde com a suspensão condicional da pena. Suspensão condicional da pena é o sursis, aqui eu estou suspendendo a pena, a pessoa é condenada mas não haverá pena, suspende a execução da pena, a pessoa é culpada, só não irá cumprir a pena. 
	E na suspensão condicional do processo eu estou suspendendo o próprio processo, ou seja, se eu suspendo o processo, eu não vou ter condenação e nem pena, então o acusado não será reincidente,aqui há ação, há o processo.
	Quando o acusado terá direito a suspensão condicional do processo? Em qualquer crime, mesmo fora do jecrim (menor potencial ofensivo), desde que a pena de liberdade mínima ela não será superior a um ano, ou seja, ela será igual ou menor a um ano.
	O sujeito é denunciado por um crime de 1 a 4 anos qual é o rito? Rito ordinário, eu pego o máximo da pena para ver qual é o rito. Mas para a definição se há ou não cabimento da suspensão do processo eu analiso a pena mínima (art. 89, lei 9.099/95).
	Na hora que envolver causas de aumento ou diminuição eu pergunto qual é a melhor situação possível. Eu devo levar em conta a soma dos mínimos. 
Ex.: art. 70, CP – concurso formal, a pena será aumentada de 1/6 até a metade. Eu devo pegar o menor aumento, se for até um ano tem direito, se passar de um ano não.
	Se houver qualificadoras ou forma privilegiada do crime, eu devo levar em conta o mínimo da pena.	
5) RITO DO TRIBUNAL NO JÚRI
- Competência: para crimes dolosos contra a vida.
- Art. 74, §1º, CPP
- Art. 394, §3º, CPP
- Art. 406, CPP e seguintes
- Tribunal do Júri é um rito bifásico, ou seja, tem duas fases. 
	1ª fase: é um juiz, promotor, normal. 
	2ª fase: sete jurados, sendo juiz presidente do tribunal do júri
- A primeira fase é um filtro, em que eu só vou levar para os jurados aquilo que realmente precisa ser levado, ou seja, quando realmente existe crime doloso contra a vida. Senão trava aqui. Ex.: ficou certo que o réu agiu em legítima defesa, precisa levar para a segunda fase? Não.
- A primeira fase é semelhante ao rito ordinário (denúncia, recebimento, citação, resposta acusação, audiência, alegações finais, sentença).
- Decisões que o juiz pode tomar na sentença: Sol
	1) Absolvição Sumária (art. 415, CPP)
	2) Impronúncia (art. 414, CPP)
	3) Desclassificação (art. 419, CPP)
	4) Pronúncia (art. 413, CPP) Inferno
- Qual dessas decisões é melhor para o réu? A defesa sempre olha para o SOL, em contrapartida a acusação quer que o réu fique preso, ou seja, a acusação olha para o INFERNO. 
Aulas 09 e 10
JÚRI E DEFESA PRELIMINAR
	Tribunal do júri, como vimos, é dividido em duas fases. A primeira fase é um filtro, tudo exatamente igual ao rito ordinário, salvo pelo fato de que na primeira fase não teremos condenação, teremos o PUTA DIA, onde a pior coisa que pode acontecer é a pronúncia e a melhor coisa é a absolvição sumária.
a) Absolvição Sumária 
	Qualquer absolvição sumária no júri é com o Art. 415, CPP - Quando o juiz tiver certeza que o cidadão é inocente, ele absolverá sumariamente
	I – provado a inexistência do fato;
	II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
	III – o fato não constitui infração penal (conduta atípica);
	IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime
	No rito comum ordinário o réu não pode ser absolvido sumariamente por ser inimputável. Já aqui no rito do tribunal do júri, a regra é que a inimputabilidade, ela não se aplica. A exceção, é que só pode usar a inimputabilidade quando ela for a única tese de defesa (§ú, art. 415 CPP).
b) Impronúncia
	Art. 414, CPP – aqui é a dúvida. Impronunciará quando não houver indícios suficientes.
	§ú, art. 414, CPP – nova prova acarretará nova denúncia, novo processo.
c) Desclassificação
	Art. 419, CPP – quando chega à conclusão que o crime praticado é diferente de crime doloso contra a vida. Trata da competência.
	Quando chega na conclusão que o crime praticado não é doloso contra a vida, usa o art. 419, mas e se o crime for o Aborto? Posso utilizar a palavra desclassificação, mas não posso utilizar como fundamento o art. 419, porque o aborto ainda continua sendo crime doloso contra a vida.
	Quando eu desclassifico para um crime que não é doloso contra a vida, é uma desclassificação própria. Quando eu desclassifico para outro crime doloso contra a vida, é desclassificação imprópria, neste caso eu posso desclassificar e ainda pronunciar o réu.
d) Pronúncia
	Art. 413, CPP – significa que o réu vai para a segunda fase do tribunal do júri, ou seja, vai a júri popular. 
	§1º, art. 413, CPP – traz o excesso de linguagem, na pronúncia o juiz não pode fazer juízo de certeza, ele só tem que analisar se tem indício suficiente, ele tem que guardar a certeza para ele, até para evitar certa influência sob os jurados. Quando há excesso de linguagem, a decisão de pronúncia é nula.
PRINCIPAIS PEÇAS PROCESSUAIS DE PRIMEIRA INSTÂNCIA
1) DEFESA PRELIMINAR
a) Identificação da Peça
- Primeiro passo é fazer a linha do tempo e ver onde o processo está, assim descubro qual peça devo fazer. Mas devo ir um pouco além para ver quais serão as decisões que o juiz poderá tomar, para que assim eu possa fazer todos os pedidos cabíveis.
FATO  DENÚNCIA  NOTIFICAÇÃO  DEFESA PRELIMINAR  JUIZ recebe ou rejeita a denúncia
- Tenho que analisar qual foi a denúncia, qual foi o fato praticado. Porque defesa preliminar ocorre onde? No crime de drogas. Ou seja, o réu é denunciado por tráfico e é notificado para apresentar uma defesa preliminar
-- Além dos crimes de drogas, há a possibilidade de utilizar a defesa preliminar no caso de crime praticado por funcionário público, desde que seja afiançável
DEFESA PRELIMINAR = DROGAS ou FUNC. PÚBLICO + NOTIFICAÇÃO
- Lei de Drogas: Art. 55, §1º, Lei 11.343/06
- Essa é a primeira peça de defesa, e sempre que for a primeira peça duas são as consequências: eu tenho que qualificar na íntegra meu cliente e tenho que pedir produção de provas.
- Crime funcional: Art. 514, CPP e Súmula 330, STJ (esta súmula não serve para a lei de drogas). 
- Caso não tenha inquérito, obrigatoriamente ter a defesa preliminar do funcionário público. O problema [e que pode ser que tenha o inquérito policial e o STJ fala que se por acaso tem o inquérito, o juiz pode optar por fazer ou não a defesa preliminar. Ou seja, a reposta preliminar é desnecessária. Nas drogas é sempre obrigatório a resposta preliminar.
b) Função da Defesa Preliminar
- Toda peça é composta por três partes: dos fatos, do direito e dos requerimentos
- A principal função é conseguir a rejeição da denúncia, com base nas hipóteses do art. 395, CPP. Mas além disso, eu sempre vou ter a possibilidade de eventuais vícios do processo ou causas extintivas de punibilidade
- Em uma defesa preliminar eu não vou falar sobre pena, porque a pior coisa que pode acontecer aqui é o recebimento da denúncia, que não envolve pena.
c) Principais teses de defesa para uma defesa preliminar no rito de Droga
	1 – Rejeição da denúncia (art. 395, CPP)
Tese da falta de Laudo de Constatação de Droga (art. 50, §1º, lei 11.343/06) – vou pedir rejeição por falta de justa causa (art. 395, III). É a falta do mínimo de prova de que aquela substância é o mínimo de droga.
Tese de desclassificação do traficante para o usuário (art. 28, lei 11.343/06) – qual é o critério que uso para diferenciar o traficante do usuário? É O DOLO. Art. 28, §2º. Caso eu consiga desclassificar para o art. 28, o juiz que estava julgando por tráfico, ele deve remeter para o jecrim. Ou seja, a consequência de desclassificar para usuário é a remessa para o jecrim.
DEFESA PRELIMINAR
- Estrutura geral da peça:
1) fatos – resumo do que aconteceu
2) direito – teses jurídicas divididas em sub tópicos
	2.1. Preliminares – são aquelas questões que eu tenho que resolver antes de discutir se o réu é culpado ou inocente. Eu tenho duas espécies: a) são as causas de extinção de punibilidade (art. 107, CP); b) vícios processuais (é aquilo que foi feito errado, acarreta nulidade; se a colheita das provas foi feita de maneira correta).
	2.2. Do Mérito – a) inocência; b) desclassificação para um crime menos grave.
	2.3. Da Pena – a) quantidade; b) regime e; c) substituição por restritiva de direito. Essa parte da pena, na defesa preliminar eu posso cortar fora.
3) requerimentos
APOSTILA – Caso 05. Pág 09.
AULA 11
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
a) Identificação da Peça- Linha do Procedimento para me localizar no processo
RESPOSTA À ACUSAÇÃO = RECEBIMENTO + CITAÇÃO
- A resposta acusação vem depois do recebimento da denúncia e a citação do denunciado
b) Formalidades
- Nome da peça: Resposta à Acusação
- Fundamento legal: art. 396 c/c 396-A, do CPP – para qualquer rito, tomar cuidado com o tribunal do júri, que o fundamento é outro, é o art. 406, CPP
- É a primeira peça da defesa, consequência disso é a qualificação completa e pedir provas
c) Função da Peça
- Conseguir a absolvição sumária (art. 397, CPP)
- Eu não posso pedir a absolvição somente (art. 386, CPP), isso eu só peço no final, após as alegações finais
- Não preciso falar de pena, somente a partir das alegações finais
d) Estrutura da Peça
- Segue a estrutura padrão de qualquer peça
- Endereçamento, qualificação completa, nome da peça mais fundamento legal, fatos, direitos (preliminares + mérito), requerimentos, nestes termos pede deferimento, local data ano.
- Preliminares: causas de extinção da punibilidade (art. 107, CP) e vícios processuais e nas provas. Se foi feito algo errado, eu vou pedir a nulidade do recebimento da denúncia e não a rejeição, porque a denúncia já foi recebida
- Mérito: vou pedir a absolvição sumária (art. 397, CPP) ou desclassificação para tipo penal menos grave.
APOSTILA – Caso 06 – pág. 10
AULAS 12 a 14
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
a) Identificação da Peça
- Linha do tempo para me localizar no processo
- As alegações finais por memoriais ocorre depois da audiência e da manifestação da acusação pedindo a condenação do denunciado
AL. FINAIS = AUDIÊNCIA/provas + MANIFESTAÇÃO DA ACUSAÇÃO
- As alegações finais da defesa é a última coisa que ocorre antes da sentença
b) Formalidades
- Nome da peça: Alegações Finais Por Memoriais
- Fundamento legal: art. 403, §3º, para complexidade do caso ou número grande de réus e quando não falar nada; e art. 404, CPP, em caso expresso de precisar de diligência imprescindível
- Prazo: 5 dias sucessivamente
- Pode usar as alegações finais por memoriais em outros ritos, pois o rito comum ordinário é subsidiário aos demais ritos (jecrim, de drogas, do júri)
c) Função da peça
- A função principal da peça é a absolvição do réu (art. 386, CPP). A absolvição é uma questão de mérito
d) Estrutura da peça
- Estrutura padrão
- Posso arguir preliminares, se houver
- Vou arguir a absolvição pelo 386, CPP ou a desclassificação
- Vou falar sobre a pena.
APOSTILA – Caso 07 – pág. 10
AULA 15
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS NO JÚRI POPULAR
a) Identificação da peça
- As alegações finais por memorial é uma peça da primeira fase, ou seja, não há qualquer menção de plenário ou jurado, que isso é na segunda fase.
- Tenho que fazer a linha do tempo para me localizar dentro do processo. A última coisa que vai ser narrado é que após a audiência o MP vai requerer a pronúncia do denunciado.
ALEGAÇÕES FINAIS = AUDIÊNCIA + MANIFESTAÇÃO DO MP DE PRONÚNCIA
b) Formalidades
- Art. 411, §4º c/c 403, §3º, CPP
c) Função da Peça
- Preliminares
- Mérito: vou discutir o PUTA DIA, o denunciado estará entre o céu e o inferno (P DIA – absolvição sumária 415; impronúncia 414; desclassificação 419; pronúncia 413)
- Não vou discutir sobre a pena.
APOSTILA – Caso 08 – pág. 11
AULAS 16 a 19
MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DE TESES
*Essa metodologia não funcionará para prisão e queixa-crime.
APOSTILA – Caso 09 – pág. 29
1 – DOS FATOS
2- DO DIREITO
2.1. – PRELIMINARES
a) Extinção da Punibilidade (art. 107, CP)
Decadência e Prescrição: para isso eu preciso de datas.
Decadência: em ações penais privadas e públicas condicionadas à representação
Para qualquer causa de extinção de punibilidade terá como requerimento: 
	Defesa Preliminar – o pedido será de rejeição da denúncia, pois com a extinção da punibilidade não tem interesse, não havendo desta forma condição da ação (art. 395, II, CPP)
	Resp. à Acusação – o pedido será a extinção da punibilidade com a absolvição sumária (art. 397, IV, CPP)
	Demais Peças – não tem um pedido específico, o pedido será basicamente a extinção da punibilidade com base no art. 107, CP utilizando o inciso correto.
b) Nulidade – Vícios Processuais e Provas
Quando se fala em nulidade, qualquer coisa que tenha sido feita errado pode acarretar uma nulidade.
	
	LEI MANDA
	PROBLEMA FGV
	
	Competência
	Vara Estadual
	Denunciado na Vara Federal
	Art. 564, I, CPP
	Legitimidade
	
	
	Art. 564, II, CPP
	Rito
	
	
	Art. 564, III, CPP. Não há art. específico, o rol do 564 é exemplificativo
- A consequência de uma nulidade é que o processo é nulo desde o ato em que foi feito errado. Se o erro foi feito na audiência, eu vou pedir a nulidade desde a audiência, se quem recebeu a denúncia é incompetente, vou pedir a rejeição desde o recebimento.
- Posso ter tanto um vício processual quanto um vício na produção de provas.
- Nas provas é questionado a licitude das provas. A dificuldade é questionar a prova.
- Primeiro passo é identificar todas as provas trazidas no processo e analisar uma por uma para ver se foi produzida de forma correta. Compara como a prova foi produzida no problema com a lei.
- Consequência das Provas Ilícitas (Art. 157, CPP): são três as consequências – 1) provas derivadas das provas ilícitas são ilícitas também, 2) todas elas devem ser desentranhadas do processo, 3) analisar o mérito sem as provas.
2.2. MÉRITO
É a parte mais importante e a mais simples.
a) Absolvição (art. 397 ou 386 ou 415, todos CPP)
As três principais teses:
	- Resp. à Acusação: eu tenho que pedir absolvição sumária, olhando inciso por inciso do art. 397.
	- Memorial e seguintes peças: eu tenho que pedir a absolvição com base no artigo 386, CPP
	- Júri 1ª fase: (inferno) P. DIA (céu)
b) Desclassificação para Crime Melhor
Eu saio de um crime mais grave para um crime melhor, tenho que selecionar o artigo do crime melhor, eu tenho que citar esse artigo.
Feita a desclassificação, pediu a desclassificação, devo voltar nas preliminares e devo analisar as preliminares com base nesse novo crime e questionar a questão da extinção da punibilidade e das nulidades, principalmente a competência e a legitimidade. Isso também vale para o júri.
2.3. PENA
a) Pena-base:
	Art. 59, CP – comparo o problema com as circunstâncias judiciais. A pena-base não pode ficar abaixo do mínimo legal, por isso peço para que a pena fique no mínimo legal.
b) Agravantes e Atenuantes:
	Art. 61 ao 66, CP – só vou falar de agravantes se o MP falar primeiro, tenho que debater tudo que o MP disser. O caso mais clássico é quando se tem o bis in idem, ou seja, uso o mesmo fato para prejudicar o réu duas vezes, isso não pode. Eu não posso agravar quando a circunstância agravadora já faz parte do tipo penal.
c) Causas Especiais de Aumento e Diminuição:
	Se tiver algo aumentando tenta rebater e tenta procurar ali na região do artigo algo que possa se aplicar para diminuir a pena.
d) Regime
	Art. 33, §2º
e) Substituição da pena
	Art. 44, CP
AULAS 20 e 21
PRINCÍPIOS
1 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
- Art. 5º, XXXIX, CR e Art. 1º, CP: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem cominação legal - isso também vale para a medida de segurança, além de tratar do crime e da pena. 
- Ou seja, o princípio da legalidade também vale para a medida de segurança
- A lei deve ter quatro atributos cumulativos para não violar o princípio da legalidade: Prévia, Escrita, Estrita e Certa.
- Os atributos mais importantes são: Prévia e Estrita
	1º - Prévia: 
	Uma lei prévia é uma lei anterior ao fato, isso significa antes da ação, no momento da prática da ação.
Ex.: Em dezembro, João dá 10 tiros em Zé com a intenção de matar, a pena é de 6 a 20 anos. Zé não morre, fica na UTI e morre somente em maio do outro ano, e nesta data a pena para homicídio mudou para 15 a 30 anos. Qual pena será aplicada a João? Será aplicada a pena que era vigente na data da ação de João, ou seja, 6 a 20 anos.
	Retroatividade da Lei Penal(Art. 5º, XL, CR): A lei, em regra, não retroage. Salvo para beneficiar o réu.
	Então se surge uma nova pena mais prejudicial o réu, a lei retroagirá para beneficiar o réu. Em cima disso é possível várias pegadinhas:
	a) Crime permanente e crime continuado: Súmula 711, STF – Será aplicada a lei mais grave em crime permanente e continuado, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Ou seja, se a lei mais grave entrou em vigor durante o crime e antes de sua cessação, ela será aplicada, não retroagirá. Agora, se entrar em vigor uma lei mais branda ela retroagirá também, lei benéfica não importa o momento, ela vai sempre retroagir.
APOSTILA – Caso 35, pág. 89
	Se surge uma lei melhor, quem é o responsável para aplicar essa lei? Art. 66, I, LEP – Caberá ao juiz da execução.
	É possível combinação de lei no tempo? 
	Quando, que é a atua, lei 11.343/06, que traz uma nova pena no art. 33 de 5 a falamos da lei de drogas, tínhamos uma lei antiga 6.369/76, e no artigo 12 trazia a figura do tóxico e pena de 3 a 15 anos para quem cometia tráfico, não existia causa de diminuição da pena. Mas aí surge a nova lei15 anos, e traz no §4º uma diminuição de pena de 1/6 a 1/3.
	Se o réu praticou o crime em 78, qual lei tinha que ser aplicada? A lei de 76. MAS daí surgiu essa nova lei, e ela retroagirá? Porque veja só, a pena da lei de 06 é pior, então, de início ela não retroagirá, porém essa nova lei traz uma parte boa que era a diminuição da pena. E agora? Eu vou fazer uma cominação de pena, ou seja, pegar a pena da lei de 76, com a pena de 3 a 15 anos e pegar a causa de diminuição da lei de 2006 1/6 a 1/3. EU POSSO FAZER ESSA COMBINAÇÃO?? 
	Súmula 511, STJ - A REGRA É: tudo ou nada, ou eu pego a lei na íntegra ou eu não pego nada. 
	2º - Estrita:
	A lei penal para não ferir o princípio da legalidade precisa ser estrita, quando a gente fala em “estrita”, como regra, não pode usar a analogia, de forma a criminalizar aquilo que a lei não criminaliza. Então, analogia mala parte não pode.
APOSTILA – Caso 36, pág. 89.
	E analogia em bona parte é possível? Sim, é possível utilizar a analogia para beneficiar o réu, ou seja, estender a interpretação, o alcança de uma lei para beneficiar o réu.
	3º Escrita:
	O costume não pode criminalizar, tem que ter lei escrita, não é porque a sociedade não aceita que a pessoa tem que ser presa.
	Agora, eu posso utilizar o costume para descriminalizar, com base na adequação social, onde a sociedade aceita tal conduta.
	4º - Certa:
	Lendo o artigo eu tenho que saber exatamente o que ele diz.
2 – PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
- Crime é toda conduta típica, antijurídica e culpável.
- A tipicidade vai ser julgada em dois momentos, o primeiro momento é a análise que fica na parte da lei é a tipicidade formal (ele fez isso? Ele queria fazer isso), é a parte objetiva e subjetiva. O segundo momento é a tipicidade material, toda vez que a lesão provocada for significante.
Ex.: Rodrigo pega a caneta do colega que vale 2,00 e leva embora. Rodrigo praticou a conduta? Sim. Ele sabia o que estava fazendo? Sim. Então, a tipicidade formal está ok. Mas além da tipicidade formal, eu tenho que verificar se esses 2,00 é ou não uma lesão significante. Toda vez que a lesão for insignificante eu não tenho tipicidade material, logo a conduta é atípica.
- Os argumentos que eu devo utilizar em uma situação de lesão insignificante são:
	 Absolvição pela conduta atípica. É atípica por quê?
	 Porque há ausência de tipicidade material, não tem por quê?
	 Porque a lesão é insignificante se comparada, por exemplo, ao patrimônio da vítima.
- Caso eu não consiga absolvição, eu tenho que pedir desclassificação para o crime melhor, que no caso do delito de furto, eu tenho que pedir de maneira alternativa o furto privilegiado pelo pequeno valor da coisa.
- Se no tráfico o cara vendeu meia pedra de crack? Não, não existe insignificância para tráfico.
- Tentativa de homicídio, roubo, crimes que tem grave ameaça e violência não são passíveis do princípio da insignificância.
3 – PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DO ESTADO DE INOCÊNCIA
- Art. 5º, LVII: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado.
- Esse princípio tem aplicação em dois momentos:
	1º - Produção das provas: se no final do processo, se o juiz está com dúvida se o réu é culpado ou inocente. Na dúvida o réu é inocente (in dubio pro reo).
	2º - Prisões que são antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, são prisões provisórias (flagrante, preventiva e temporária). Essas prisões são exceções, porque antes do trânsito em julgado todos são inocentes, só devem ser deferidas para cumprir alguma necessidade cautelar prevista em lei.
4 – PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DAS PROVAS ILÍCITAS
- Art. 5º, LVI, CR: no Brasil não pode usar provas ilícitas.
- Art. 157, §1º, CPP: as provas derivadas da prova ilícita também são contaminadas e devem ser desentranhadas do processo.
- Consequências da prova ilícita:
	1ª – vou pedir o reconhecimento da ilicitude da prova 
	2ª – vou pedir a contaminação das provas derivadas da prova ilícita
	3ª – vou pedir o desentranhamento da prova ilícita e de suas derivadas
	4º - vou analisar o mérito sem as provas ilícitas e pedir a absolvição por falta de prova.
5 – PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO
- Quando oferecida a denúncia, ela deve trazer a descrição minuciosa dos fatos e ao final vai trazer a classificação do crime, qual crime o denunciado praticado.
- Ao longo do processo você vai tentar confirmar os fatos e proferir a sentença. A sentença traz os fatos, a fundamento e conclusão. Em outras palavras, tanto a denúncia quanto a sentença tem fatos e direito.
- Quando se diz que algo é correlato a outro é porque são iguais.
- Sempre o fato da denúncia deve ser exatamente aos fatos da sentença.
Ex.: 1 - Rodrigo foi denunciado porque subtraiu com violência coisa alheia móvel, mas o MP denuncia pelo 155, CP. Ao longo do processo tudo foi confirmado. E o juiz sabe que se teve violência foi roubo e não furto. Pode isso?? Pelo princípio da correlação o fato em que ser igual, não me importa o direito, porque o juiz pode tranquilamente, sem qualquer problema alterar o direito, então pode sim ter um direito diferente, desde que os fatos sejam iguais, então eu posso dar definição jurídica diferente para os mesmos fatos, e isso é chamado de EMENDATIO LIBELLI.
Ex.: 2 – Eu tenho uma denúncia e tenho uma sentença, a denúncia é composta de fatos e direito e a sentença da mesma forma. Os fatos têm que ser iguais. Rodrigo foi denunciado porque subtraiu coisa alheia móvel, não teve violência, logo é 155, CP. Ao longo da instrução processual, chega uma nova prova de um fato novo, prova de que houve o emprego de violência, o juiz ao perceber a existência de um fato novo colocou este fato na sentença, ficando diferente os fatos da sentença e da denúncia. O juiz não quer mudar a sentença, então o promotor tem que mudar o que está escrito na denúncia, ele tem que aditar a denúncia para que o fato esteja igual ao fato da sentença. Se mudou o fato, ocorreu a MUTATIO LIBELLI. 
	Se aditar, tem que chamar a defesa para se manifestar sobre a mutatio libelli e, se preciso, até arrolar testemunha.
	Emendatio, juiz faz sozinho. Mutatio o juiz tem que chamar o MP e depois a defesa para se manifestar.
	EMENDATIO
	MUTATIO
	383, CPP e 418, CPP (júri)
	384, CPP e 411, §3º (júri)
	Altera o direito
(mesmo fato, definição jurídica diversa)
	Novo fato
	
Ação Penal Pública e Privada
	
Ação Penal Pública
	
Não tem aditamento
	
Tem aditamento – não aditamento art. 28
	1ª e 2ª Instância
	Só 1ª Instância – Súmula 453
APOSTILA – Caso 37 – pág. 89
AULAS 22 a 24
PRISÕES E LIBERDADE
ASPECTOS GERAIS – para TODAS as prisões processuais
	As prisões antes da sentença condenatória são chamadas de prisões provisórias e são três: Flagrante, Preventiva e Temporária. 
	O importante é saber que temos itens que servem para todas as prisões, qualquer das prisões eu tenhoque analisar esses três primeiros itens que são gerais:
a) Uso da força excessivo e algemas:
	A tendência a prender alguém é a pessoa resistir. E a polícia pode usar a força e algemas, mas essa força e algema são exceções.
	Pode fazer uso da força e de algemas. E eu tenho que verificar se esse uso da força e das algemas foram abusivas, porque se foram abusivas eu tenho uma ilegalidade, e isso vai fazer da prisão ilegal (art. 284, CPP e Súmula Vinculante 11, do STF).
	Se teve uso excessivo, temos uma ilegalidade, uma tese. Se não foi, seguimos em frente para o próximo requisito.
b) Momento da prisão:
	 Qualquer hora do dia ou da noite
	 Domicílio: regra – durante o dia e com mandado judicial / exceção: qualquer hora com ou sem mandado, desde que seja prisão em flagrante.
	A pessoa pode ser presa em qualquer hora do dia ou da noite? Sim, pode ser preso tanto durante a noite ou durante o dia (art. 283, §2º, CPP).
	O problema é quando você está dentro do seu domicílio (art. 5º, XI, CR). A regra para o domicílio é que a prisão seja feita durante o dia e com ordem judicial. Mas para toda regra, há uma exceção.
	A pessoa também pode ser presa à noite em seu domicílio quando a prisão for em flagrante. 
c) Provas ilícitas:
	Para autorizar qualquer prisão tem que haver o mínimo de prova que a pessoa praticou o crime, até mesmo no próprio flagrante.
	Então, eu devo questionar se essa prova que foi utilizada para prender alguém é lícita ou ilícita (art. 5º, LVI, CR).
	Isso porque todos têm direito em ficar em silêncio e não produzir provas contra si mesmo, portanto, obrigar alguém a fazer o bafômetro é prova ilícita (Art. 5º, LXIII, CR).
1) PRISÃO EM FLAGRANTE
- Art. 301 ao 310, do CPP
- Perguntas que sempre tenho que fazer quando estiver diante de uma prisão em flagrante:
Quando aos Aspectos Gerais: uso de algema e força excessivo, momento, provas ilícitas?
Quando ao flagrante delito: HOUVE FLAGRANTE DELITO? ART. 302, CPP
	Tenho que verificar se a prisão foi feita no calor dos acontecimentos, porque se já esfriou não é mais flagrante.
	Todas as hipóteses de prisão em flagrante estão no art. 302, do CPP.
a) Estava executando? Art. 302, I
b) Acabou de cometer? Art. 302, II
c) Logo após + perseguição? Art. 302, III
	Flagrante impróprio presumido. Logo após teve uma perseguição.
	Quanto tempo vale o “logo após”? Ninguém sabe, porém é questão de pouco tempo.
	Ou seja, pouco tempo após o crime teve uma perseguição. E essa perseguição não tem tempo máximo determinado, desde que ela não seja interrompida. Então pode haver uma perseguição de até 13h, desde que não seja interrompida.	
d) Logo depois + encontrado? Art. 302, IV
	Flagrante impróprio presumido. Logo depois do crime o agente foi encontrado com objetos do crime.
	Quanto vale o “logo depois”? Ninguém sabe também, mas é mais que o “logo após”.
e) Foi retardada a prisão?
	Este flagrante é uma ação controlada, não há interferência na prática do crime. Esta hipótese é legal, mas não é para qualquer crime. Posso utilizar esse flagrante em dois crimes, fazendo duas perguntas:
	O crime é de drogas? O crime é de organização criminosa?
	Porque, perguntando isso eu tenho certeza que o flagrante retardado é correto. 
- O art. 303, do CPP traz a figura do crime permanente, neste caso o agente estará em situação de flagrância enquanto não cessar a permanência do crime.
- Se a reposta é NÃO para todas essas perguntas, não houve flagrante, logo a prisão é ilegal.
- Flagrante Induzido ou Preparado ou Provocado
	Quando o agente foi preso em flagrante cometendo o crime, eu tenho que verificar se ele foi induzido a cometer o crime. Neste caso, o flagrante será ilegal.
	A consequência desse flagrante induzido é a ilegalidade desse flagrante, além de ser ilegal, o crime é impossível, por total ineficácia do meio, a conduta é atípica, segundo 145, STF.
	Neste caso, no memorial, tem que pedir absolvição pelo 386, III, CPP, pelo fato não constituir infração penal, pela conduta ser atípica.
	Flagrante preparado em caso de crime continuado ou permanente, eu tenho que saber o momento em que ele iniciou a conduta em relação a minha conduta de induzimento. Se ele já estava praticando a conduta, o flagrante é legal. Se antes da minha conduta, o agente não estava praticando crime, significa que o crime só surgiu depois que eu induzi ele, neste caso houve flagrante ilegal, por ser induzido.
- Flagrante Forjado
	Aqui o flagrante é armado. Ex.: numa blitz o policial coloca droga no seu carro e te prende em flagrante por tráfico. 
Quanto às formalidades: AS FORMALIDADES FORAM OBEDECIDAS? 
a) Comunicação
	Comunicação da família, do juiz, do promotor, da defensoria pública, se a pessoa não tiver advogado (ART. 306, CPP e art. 5º, LVII, CR)
b) Assistência 
	É garantindo a assistência familiar e jurídica, se você tem advogado, você tem direito a falar com seu advogado (art. 5º, XLIII, CR)
c) Ficar calado
	Direito de permanecer em silêncio (Art. 5º, XLIII, CR)
d) Oitivas
	Tem que ouvir o condutor, as testemunhaSS (pelo menos duas) e realizar o interrogatório do preso (Art. 304, CPP).
e) Prazo de 24 horas
	Prazo de 24h para encaminhar os autos para o juiz competente para que ele analise (Art. 306, §1º, CPP)
	Prazo de 24h para encaminhar cópia do auto de prisão em flagrante para a Defensoria Pública, caso o preso não tenha advogado (art. 306, §1º)
	Prazo de 24h para entregar nota de culpa para o preso, que explica o por que ele foi preso e quem o prendeu (art. 306, §2º).
f) Laudo provisório de constatação da droga 
	Somente em caso de crime de droga (art. 50, §1º, lei 11.343/06)
- Não preenchido nenhuma dessas formalidades o flagrante é ilegal e a prisão deve ser relaxada.
CASOS ESPECIAIS: JECRIM e USUÁRIOS DE DROGAS
a) JECRIM
- Art. 69, §ú, lei 9.099/95: Quem pratica infração de pequeno potencial ofensivo pode ser preso em flagrante?
	Sim. Quando ele é pego e se recusa a prestar compromisso de comparecer em juízo ou não comparecer em juízo.
b) USUÁRIOS
- Art. 49, §2º, Lei 11.343/06. Usuário pode ser preso em flagrante?
	Não. O art. 49, §2º, não menciona qualquer hipótese de possibilidade de prisão em flagrante do usuário. 
APOSTILA – Caso 10 – pág. 34
2 – PRISÃO PREVENTIVA
- Prisão preventiva está nos art. 311 ao 318, do CPP
- Vou analisar se a última coisa que aconteceu foi a prisão e depois qual a prisão. E fazer as seguintes perguntas:
QUANTO AOS ASPECTOS GERAIS:
	Vou questionar os aspectos gerais na íntegra: algema, uso de força excessiva, momento da prisão, provas legais ou ilegais que levaram à prisão.
	A primeira diferença da prisão em flagrante, é que na prisão preventiva eu tenho que ter um mandado de prisão, um decreto prisional
	Então, vou verificar se o decreto prisional, a decisão do juiz está correta
QUANTO AO DECRETO PRISIONAL:
	a) o juiz é competente? Tomar cuidado com o artigo 109, a partir do inciso IV e seguintes, da CR, que diz respeito da justiça federal.
	b) quem pediu a prisão? A prisão preventiva pode ser decretada de ofício? Depende. O juiz, de ofício, no inquérito policial ele não pode decretar de ofício, ele precisa que alguém peça para ele (mp ou autoridade policial), porém durante a ação penal o juiz pode decretar de ofício a prisão preventiva (art. 311, CPP)
	c) a decisão foi fundamentada? A decisão deve ser devidamente fundamentada (art. 93, IX, CR e 315, CPP)
	d) pressupostos da prisão foram preenchidos? Qualquer medida cautelar é necessário o fumus boni juris e o periculum in mora, ou seja, para a decretação da prisão preventiva é necessário indícios de autoria e prova de existência da materialidade do crime (Art. 312, CPP). Além disso, é necessário, quatro perigos elencados no art. 312: perigo à ordem pública ou à ordem econômica ou aplicação da lei penal ou instrução criminal. Ou seja, eu preciso de indício de autoria somado com prova da existência do crime somado a pelo menos um dos perigos elencados no art. 312.
 Indício de autoria + materialidade + perigo à ordem pública:prende para evitar novos crimes. 
Obs.: Vale ressaltar que perigo à ordem pública não é a mesma coisa que gravidade abstrata (aquilo que serve para todas, não serve para nenhum). Também não é a mesma coisa que clamor popular e a mídia, é necessário que haja um perigo concreto.
 Indício de autoria + materialidade + perigo à ordem econômica: prende para evitar novos crimes que afetem a ordem econômica. 
 Indício de autoria + materialidade + perigo à aplicação da lei penal: prende para evitar fuga. Tem que trazer risco real de fuga, trazer elemento concreto que o indiciado pretende fugir.
 Indício de autoria + materialidade + perigo à instrução criminal: prende para não interferir na produção das provas.
- Por mais que eu tenha todos esses quatro perigos, a decretação de prisão preventiva é exceção. A prisão preventiva tem que ser a última alternativa, utilizada quando as demais alternativas não forem suficientes (art. 282, §6º, CPP).
- Qualquer crime pode ter prisão preventiva? Não!!
QUANTO AO CABIMENTO:
- Regra geral: em crimes dolosos, com pena de liberdade máxima superior a 4 anos.
- Exceções: em caso de reincidência em crime doloso e; quando tem violência familiar e a outra medida foi insuficiente.
- Não é possível decretar a prisão preventiva contra aquele que agiu amparado por uma descriminante (art. 23, CP). Ex.: em legítima defesa matar alguém, o juiz não pode decretar a prisão preventiva.
APOSTILA – Caso 11 – pág. 34
3) PRISÃO TEMPORÁRIA
 - Primeiras questões são QUANTO AO ASPECTO GERAL
- Prisão temporária também possui um decreto prisional
- Segunda pergunta será QUANDO AO DECRETO PRISIONAL
a) juiz competente? 109, IV, CR – juiz estadual ou federal
b) quem pediu a prisão? Art. 2º, lei 7.960/89 - Nunca ela poderá ser decretada de ofício pelo juiz
c) o decreto está devidamente fundamentado? Art. 93, IX, CR e 2, §2º, lei 7.960/89
d) é inquérito policial? Art. 1º, Lei 7.960/89 - Prisão temporária só poderá ser decretada ao longo do inquérito policial
- Terceira pergunta será QUANTO AOS REQUISITOS DA PRISÃO TEMPORÁRIA (Art. 1º, lei 7.960/89)
a) a prisão é imprescindível para investigação OU não possui residência fixa / não forneceu elementos para sua identificação?
b) há fundadas razões, de acordo com qualquer prova, de autoria ou participação no rol de crimes do art. 1º, III, Lei 7.960/89?
	Sempre será necessário ter a segunda pergunta somada a uma das duas primeiras.
- Terceira pergunta será QUANTO AO PRAZO (Art. 2º)
a) Em regra – 5 dias + 5 dias
b) Exceção – 30 dias + 30 dias (crimes hediondos – art. 2º, §4º, lei 8.072/90)
	Só prorroga se houver provada extrema necessidade.
4) LIBERDADE PROVISÓRIA
- Art. 310, III e 321, ambos do CPP e art. 5º, 
- Art. 310, I: Se a prisão é ilegal = relaxamento
- Art. 310, II: Se a prisão é legal mas precisa manter o cara preso = converter a prisão temporária em preventiva
- Art. 310, III: Se é legal, mas desnecessária = liberdade provisória com ou sem fiança
- REGRA: liberdade com fiança
- EXCEÇÃO: liberdade sem fiança hipóteses nos art. 323, 324, 330.
- Liberdade provisória cabe em prisão em flagrante “legal” e que não é necessária a preventiva, em regra com fiança, sem fiança nas hipóteses do art. 323, 324 e 350, todos do CPP.
- A função da liberdade provisória é mostrar que não é necessária a prisão preventiva (art. 312 e 313), mostrar para o juiz que não é necessário a prisão preventiva.
APOSTILA – Caso 13 – pág. 
AULA 25
MARCAÇÃO DE CÓDIGO E REVISÃO
1) REVISÃO DAS PEÇAS DE PRIMEIRA INSTÂNCIA:
	
	
DEFESA PRELIMINAR
	
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
	
MEMORIAIS – AL. FINAIS.
	
MEMORIAIS - JÚRI
	ENDEREÇAMENTO
	Juiz da causa  juiz competente
	Juiz da causa  juiz competente
	Juiz da causa  juiz competente
	Juiz da causa  juiz competente
	QUALIFICAÇÃO
	Completa
	Completa
	Não qualifica
	Não qualifica
	FUND. LEGAL
	Drogas – 55, §1º, lei de drogas
Fun. Público – 514, CPP
	Art. 396 e 396-A
ou
Art. 406, CPP (júri)
	Art. 403, §3º, CPP
ou
Art. 404, §ú, CPP (diligência)
	Art. 411, §4º, CPP
+
Art. 403, §3º, CPP
	IDENTIFICAÇÃO
	Denúncia
+
Não recebida
+
Notificação
	Recebimento da denúncia
+
Citação
	Audiência
+
MP - Condenação
	Audiência
+
MP – Pronúncia
	FUNÇÃO DA PENA
	Rejeição da denúncia – Art. 395, CPP
	Absolvição Sumária – Art. 397, CPP
	Absolvição – Art. 386, CPP
	
P. DIA
	PENA
	Não
	Não
	Sim
Art. 59, II, CP
	Não
	PRAZO
	Drogas – 10 dias
Fun. Púbblico – 15 dias
	
10 dias
	
5 dias
	
5 dias
2) REVISÃO DAS PEÇAS DE PRISÃO E LIBERDADE
	
	RELAXAMENTO
	LIB. PROVISÓRIA
	REVOGAÇÃO
	ENDEREÇAMENTO
	Juiz da causa  juiz competente
	Juiz da causa  juiz competente
	Juiz da causa  juiz competente
	QUALIFICAÇÃO
	Completa
	Completa
	Completa
	FUND. LEGAL
	Art. 5º, LXV, CF
Ou
Art. 5, LVX, CF c/c Art. 310, I, CPP
	Art. 321. CPP e Art. 310, III, CPP
Art. 5º, XLVI, CR
	Art. 316, CPP
	IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA
	Prisão Ilegal
	Prisão em Flagrante LEGAL
+
Prisão preventiva desnecessária – não há motivos
	Prisão Preventiva LEGAL
+
Desnecessária porque os motivos desapareceram
	FUNÇÃO DA PEÇA
	Demonstrar a ilegalidade da prisão
	Demonstrar que a prisão preventiva não é cabível
	Demonstrar que não é mais necessária a prisão
	PENA
	Não
	Não
	Não
	PRAZO
	Não
	Não
	Não
AULA 26
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
	Quando a gente vai fazer um recurso, a gente estará recorrendo para o Tribunal de Justiça e para isso é necessário ter pressupostos, o recurso precisa passar pelo juízo de admissibilidade.		
1 – PRESSUPOSTOS (ALICaTe)
a) Adequação 
	É o recurso correto para o caso concreto. Se no processo penal eu interponho um recurso no lugar do outro, salvo a hipótese de má-fé, isso não traz prejuízo para a parte, porque no direito penal vige o Princípio da Fungibilidade (Art. 579, CPP).
b) Legitimidade
	Como regra, quem é titular da ação penal tem legitimidade para recorrer. Apenas cuidado com a apelação supletiva, que é quando o particular recorre. 
c) Interesse
	Tem interesse quem perdeu algo. Art. 577, §ú, do CPP – ou seja, se eu na alegação final pedi a absolvição e na sentença o juiz condenou, eu tenho interesse.
	Se eu pedi uma absolvição da certeza e na sentença o juiz absolveu na dúvida, eu tenho interesse de agir para recorrer com a intenção de mudar o artigo, a fim de que a sentença se torne coisa julgada também no cível.
	Se o réu, que estava sem a assistência do advogado, não quer recorrer, essa decisão não impede o conhecimento do recurso interposto pelo advogado (Súmula 705, STF)
d) Cabimento
	Só será cabível o recurso se ele estiver previsto em lei. No direito penal existem vários recursos.
e) Tempestividade
	Art. 798, §1º, CPP – não computará o dia do começo (dia da intimação), incluindo-se o dia do vencimento.
Ex.: Prazo de 3 dias. A intimação ocorreu na Terça, então começo a contar o prazo na quarta, e o dia do término seria na Sexta.
Ex.: E se o réu é intimado na terça, mas a intimação só é juntada aos autos na quarta, o prazo começa a contar a partir da data da intimação e não da juntada, portanto, começa a contar na terça.
Ex.: O réu é intimado numa sexta-feira, o prazo começará a contar no dia seguinte útil, ou seja, na segunda-feira.
Ex.: Se o réu é intimado na quinta, começo a contar o prazo na sexta e ele termina no domingo, neste caso, o prazo avança para o próximo dia útil, no caso, segunda-feira. O que não ocorre na queixa-crime, onde não ocorre a prorrogação do prazo.
2 – NÃO REFORMATIO IN PEJUS
	É muito importante para resolução tanto de peça, quanto de questões na prova.
	Se somente o réu recorreu não é possível a reformatio in pejus, ou seja, a sentença não é reformada para prejudicar o réu.
	O réu não pode ter sua situação agravada se só ele recorre (Art. 617, CPP).
	Vamos imaginar que temos uma sentença que condenou o Zeca a 3 anos de reclusão, o MP se contentou e SOMENTE O RÉU RECORREU (se o MP recorre pode aumentara pena a vontade) a pena não pode ser aumentada, o máximo que pode acontecer é a pena permanecer nos 3 anos. 
	Reformatio in Pejus DIRETA, é quando o próprio Tribunal prejudica o réu.
Ex.: a pena inicial era de 15 anos, mas o crime não é hediondo, o MP não recorre, somente o réu recorre e o Tribunal mantém os 15 anos, mas fala que o crime correto é o hediondo, o problema é que para ter a progressão de regime o réu terá que cumprir muito mais pena, ou seja, o réu foi prejudicado. Qualquer que seja o prejuízo não é admitida.
	Reformatio in Pejus INDIRETA, é quando o juiz prejudica o réu. 
Ex.: a pena é de 2 anos, pela sentença 01 e somente o réu recorre. Chega para o TJ e ele começa a analisar o recurso e vê que tinha razão e o processo é nulo, ou seja, o TJ anula a primeira decisão. Quando a decisão é anulada o processo volta para o juiz sentenciar de novo. E na segunda decisão, o juiz condena por 8 anos, pode isso? NÃO. 
	Quando for fazer alguma tese de reformatio in pejus tem que analisar a prescrição com base na primeira pena, na pena que você recorreu.
Ex.: a primeira pena foi 01 ano e a segunda pena foram 04 anos, é publicada sentença e o advogado interpõe uma apelação. Então se você pega e calcula a prescrição de 04 anos (oito anos de prescrição), ela é maior do que da pena de 01 ano (quatro anos de prescrição), o correto é analisar em qual prescrição? O correto seria analisar a prescrição com base na pena de 01 ano.
	O réu foi absolvido em primeira instância, só que o MP recorre e faz uma apelação pedindo a condenação. O processo chega para o TJ e ele fala que não cabe condenação, no entanto, verifica que esse processo é nulo, mas o MP não pediu a anulação, só o TJ é que viu a anulação, a questão é o TJ pode anular o processo de ofício? 
	É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida contra o réu, salvo os casos de recurso de ofício - SÚMULA 160, STF.
AULA 27 a 29
RECURSO DE APELAÇÃO DE DEFESA
1 – EFEITOS
a) Devolutivo
	Todo recurso tem efeito devolutivo, ou seja, devolve a matéria para nova análise, você devolve porque quer que o TJ faça uma nova análise.
b) Suspensivo
	Quando você apela de uma decisão, o simples fato de você apelar você consegue suspender os efeitos dessa decisão? A apelação tem ou não efeito suspensivo? Ao apelar eu consigo ou não suspender o efeito? Depende da decisão que está apelando.
	Art. 596, CPP – Apelação de Sentença absolutória NÃO TEM efeito suspensivo: essa sentença manda soltar, se o MP recorre dessa decisão, será que esse recurso consegue suspender essa soltura ou o réu será solto independente de recurso? O réu será posto em liberdade, ou seja, NÃO TEM EFEITO SUSPENSIVO.
	Art. 597, CPP – Sentença Condenatória POSSUI efeito suspensivo: o réu foi condenado a 30 anos de cadeira, e você interpõe recurso, ao apelar eu consigo suspender o efeito da pena até o julgamento do meu recurso? SIM, enquanto não transitar em julgado, o réu não pode cumprir pena, pode cumprir ser preso através de prisão preventiva.
c) Extensivo
	Em um crime com concurso de agentes, eu interponho a apelação somente em favor de um dos réus, o efeito da apelação se estende aos outros réus? 
	Art. 580, CPP – em regra, no caso de concurso de agentes o recurso interposto em favor de um dos réus, se estenderá aos demais. EXCEÇÃO: só se for algo exclusivamente pessoal do réu.
2 – FORMA
- Duas peças: sempre quando for recurso, como regra, terão duas peças a serem feitas. Tem uma exceção, que é o Embargos de Declaração.
- Na prova da OAB eu devo fazer as duas peças juntas ou separadas? Eu vou utilizar apenas uma folha para a interposição e as outras quatro folhas para as razões.
- Sempre terá interposição? Na dúvida eu sempre faço interposição. Só não vou fazer interposição quando a FGV expressamente falar que o réu já interpôs.
- Se for fazer as duas peças eu vou datar 5 ou 8 dias? Quando eu for apresentar as duas peças eu vou datar as duas no prazo de 5 dias. Só vou usar os 8 dias quando for apresentar somente as razões.
a) Peça de Interposição:
- Esta peça serve apenas para manifestar a sua vontade de recorrer (“ juiz, quero recorrer”).
- É endereçada para o juiz da sentença. Vou utilizar o art. 593, CPP
- O prazo para interposição é de 5 dias.
- É feita como se fosse uma peça de primeira instância. A simples manifestação do réu, atrás da intimação da sentença já bastaria como peça de interposição.
b) Peça das Razões:
- Todas as teses de direito, a parte jurídica será colocada nas razões, os motivos de eu querer recorrer.
- É endereçada para o tribunal competente. Vou utilizar o art. 600, CPP.
- O prazo para apresentar as razões é de 8 dias.
	Porém uma exceção, no JECRIM deve ser apresentado as duas peças juntamente, no prazo de 10 dias (Art. 82, lei 9.099/95).
3 – IDENTIFICAÇÃO DA APELAÇÃO
- Art. 593, CPP
- Apelação é um recurso que sempre CAI (condenação, absolvição, impronúncia).
- Primeira pergunta: essa decisão sempre CAI? Se sim, é apelação. Se não, eu vou abrir o art. 581, CPP, caso não esteja neste artigo, o recurso é apelação.
4 – APELAÇÃO NO JÚRI
- Vai seguir uma sistemática um pouco diferente, haja vista que o júri tem duas fases.
- Na primeira fase eu tenho juiz, que ainda não é presidente de nada. E na segunda fase tem os jurados e o juiz presidente.
- Vai caber apelação tanto na primeira, quanto na segunda fase. Mas há uma diferença.
a) Apelação no júri – 1ª FASE
- No final da primeira fase temos as decisões: P. DIA.
- Tenho que perguntar se estas decisões CAI, pra ver se cabe apelação.
	Absolvição Sumária CAI? Sim – Apelação (art. 416, CPP)
	Impronúncia CAI? Sim – Apelação (Art. 416, CPP)
	Desclassificação CAI? Não – Res (Art. 581, CPP)
	Pronúncia CAI? NÃO – Res (Art. 581, CPP)
- Ou seja, na primeira fase júri cabe apelação quando temos Absolvição Sumária e Impronúncia.
- A defesa pode ficar satisfeita com a decisão de impronúncia? Qual a função da minha peça aqui? A defesa pode ficar insatisfeita com a impronúncia, pois visava a absolvição sumária.
- O mesmo ocorre, quando eu for da acusação e ficar insatisfeito com a decisão de absolvição sumária, pois a minha intenção com a apelação será a pronúncia.
- Dentro da apelação na primeira fase do júri, não tem que se falar em pena.
b) Apelação no júri – 2ª FASE
- Na segunda fase eu tenho a figura do juiz presidente e a figura dos jurados.
- Quem fará a dosimetria da pena será o juiz, mas quem decide se o réu é culpado ou inocente são os jurados, ou seja, há uma somatória.
- O corpo dos jurados é soberano, não se pode mudar a decisão deles. 
- Caberá apelação em caso de (Art. 593, III, CPP):
	 Nulidade: quando tiver uma nulidade depois da pronúncia eu vou utilizar a apelação. O pedido a fazer para o TJ é de anulação do ato seguinte. Não temos um inciso correto no artigo 593, pois serve para todos os ritos, mas temos dois artigos que podem ajudar acerca das nulidades: 564; 478 e 479, todos do CPP.
Nulidade = TJ. Anulação do Ato
	 Juiz-Presidente contraria a lei ou decisão dos jurados e houve erro na aplicação da pena ou da medida de segurança: quem errou aqui foi o juiz e ele não é soberano, então o tribunal pode mudar a decisão dele, vou pedir a retificação da decisão, a reforma (art. 593, §1º e §2º)
Erro do Juiz-Presidente = TJ. Retificação/Reforma
	 Decisão dos jurados for manifestamente contrária às provas dos autos: aqui, quem come bronha são os jurados. O pedido a fazer para o TJ é de um novo julgamento, porque não pode reformar a decisão do corpo dos jurados, porque é soberano. Mas isso só possível por uma única vez, se o corpo de jurados errar de novo, ema ema ema (art. 593, §3º)
Erro dos Jurados = TJ. Novo Julgamento
- SÚMULA 713, STF: o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri fica adstrito aos fundamentos da sua interposição. 
	Vamos imaginar que o corpo de jurados e o juiz presidente, proferem uma sentença e nessa decisão eu visualizei que tem uma nulidade, que o juiz presidente errou na pena e queos jurados contrariaram a prova. Eu vou fazer minha apelação e nessa hora eu vou fundamentar com qual artigo? Eu tenho que fundamentar com o artigo 593, inciso III e todas as alíneas, tenho que citar uma por uma, porque se eu esquecer de uma alínea o TJ não vai ler o que eu escrevi. 
APOSTILA – Casos 20, 21 e 22– pág. 44 a 46
RECURSO DE APELAÇÃO SUPLETIVA
1 – AÇÃO PENAL PRIVADA?
	A apelação é exatamente igual, com fundamentação no artigo 593, I, do CPP. Aqui é chamada de Apelação do Ofendido
2 – AÇÃO PENAL PÚBLICA?
	O MP é o dono da ação. Eu só vou poder recorrer se o MP não recorreu. E nessa apelação eu vou estar suprindo a ausência do MP. Aqui é chamada de Apelação Supletiva.
	Se o MP recorrer mal recorrido, não importa. Só vou poder recorrer na ação penal pública quando o MP não recorrer.
	A apelação supletiva também é composta por duas peças (interposição + razões).
	A fundamentação dessa Apelação está no art. 593, I c/c art. 598, do CPP, para a peça de interposição e art. 598, CPP para as razões.
	O único cuidado é que eu tenho que me habilitar como assistente na peça de interposição, com fulcro no art. 268, CPP.
	O prazo para interposição é de 15 dias, a contar do dia em que acabar o prazo do MP. São 5 dias de prazo do MP, no sexto dia começa a contar o prazo de 15 dias, para o ofendido não habilitado no processo. Se o ofendido já estava habilitado o prazo continua sendo de 5 dias.
APOSTILA – Caso 23 – pág. 46.
AULA 30
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
	Tem como função dizer que a sentença está correta, temos que atacar a apelação do MP e no final pedir que a sentença seja mantida.
	A regra é a mesma da apelação, eu vou fundamentar com base no 600, CPP, com prazo de 8 dias e endereçar para o tribunal
APOSTILA - Caso 24 – pág. 47
AULA 31
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RSE)
1. EFEITOS
a) devolutivo: todo recurso tem efeito devolutivo.
b) suspensivo: a regra é não ter efeito suspensivo, mas vai depender das decisões, as hipóteses de cabimento estão no art. 584, CPP. 
	Efeito suspensivo é a capacidade de suspender o efeito da decisão que eu estou impugnando, para isso vai depender da modalidade de recurso em sentido estrito que eu vou utilizar. Isso porque o recurso em sentido estrito tem a função parecido com o agravo de instrumento do processo civil, é uma decisão interlocutória que eu vou recorrer através do RSE, e para cada uma das decisões pode ou não ter efeito suspensivo, depende das decisões. 
c) extensivo: art. 580, CPP - é aquele efeito que se estende aos demais. A regra é que o efeito de um recurso se estende a todos os réus, salvo se for algo exclusivamente pessoal.
d) regressivo: é conhecido também como imperativo. O efeito regressivo é o efeito de ao recorrer permitir que o próprio juiz que proferiu a decisão se retratar. Esse efeito então é a possibilidade de uma retratação, com base no art. 589, do CPP. 
Ex.: o réu é pronunciado, se é pronunciado cabe SER. O juiz pronunciou, a defesa recorreu, dessa forma você permite que o juiz se retrate, mude a decisão dele. 
2. FORMA
- Todo recurso tem duas peças, interposição e razão. Como regra, eu faço as duas.
- A interposição é para o juiz que decidiu, com base no art. 581, CPP. Em regra, o prazo é de 5 dias, conforme art. 586, CPP. No caso do art. 581, XIV, do CPP o prazo é de 20 dias.
- A razão é endereçada ao tribunal, com base no art. 588, CPP. O prazo é de 2 dias.
- Se eu for apresentar as duas peças no mesmo dia, será no prazo da interposição.
- O pedido de retratação será feito na peça de interposição, com base no art. 589, CPP.
3. IDENTIFICAÇÃO
- Tenho que me perguntar: essa decisão CAI? Se não CAI, não é apelação e eu vou para o art. 581, do CPP.
- Art. 581, I: não receber denúncia ou queixa. Cabe RSE na rejeição da ação penal, mas isso não quer dizer que cabe RSE no recebimento da denúncia ou queixa. Mas não é sempre que vai caber RSE na rejeição da ação penal, no JECRIM não cabe RSE, cabe apelação (art. 82, lei 9099/95).
- Súmula 707, STF: ao ser interposto o RSE a outra parte deve ser intimada para contrarrazoar, sob pena de nulidade.
- Art. 581, X: tanto concedido quanto negado o habeas corpus em 1ª instância, cabe RSE. Se, por acaso, a decisão for de negar e veio do TJ, não cabe RSE para o STJ, nesse caso eu vou usar o RO HC 
APOSTILA – Caso 25 – pág. 65.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO NO JÚRI
- Quando cai tribunal do júri na primeira fase eu não posso deixar de fazer a linha do tempo e devo colocar as quatro decisões do final da primeira fase: P. DIA.
- Quando cabe RSE no júri? Primeira coisa que eu pergunto é se essa decisão CAI? Se cai é apelação, se não cai é RSE. 
- Ou seja, vai cair RSE no júri em casos de Desclassificação e de Pronúncia.
- A desclassificação importará na incompetência do juízo (art. 581, II, CPP).
- A acusação quer que o réu vá para o inferno sem Gatorade (pior pronúncia), eu como defesa quero o que? Primeira coisa, absolvição sumária, se não der a impronúncia, depois a desclassificação, se não tiver jeito para o inferno com Gatorade (pronúncia melhorzinha).
APOSTILA – Caso 26, pág. 65.
- Casos em que NÃO CABE RSE em casos que falar de execução ou de medida de segurança após o transito em julgado:
	- Art. 581, XI, CPP
	- Art. 581, XII, CPP
	- Art. 581, XVII, CPP
	- Art. 581, XIX, CPP
	- Art. 581, XX, CPP
	- Art. 581, XII, CPP
	- Art. 581, XIII, CPP
- Nos art. 581, XXI e XXIV, do CPP não cabem nenhum recurso.
- Nos casos citados não caberá RSE, mas sim Agravo em Execução, conforme dispõe o art. 197, da LEP.
AULA 32
AGRAVO EM EXECUÇÃO
- Art. 197, Lei 7.210/84 (LEP)
1) FORMA
- A forma é igual ao RSE: interposição e razão, como em qualquer recurso.
- O prazo é de 5 dias para interposição e de 2 dias para as razões.
- No agravo em execução eu estou agravando a pena ou a medida de segurança.
- Quando se fala em agravo em execução, o juiz é necessariamente o juiz da vara de execução.
- Faço o agravo em execução com fundamentação no art. 197, da LEP.
2) IDENTIFICAÇÃO
- O agravo em execução é feito em face de decisão do juiz da vara de execução penal, quanto à pena e quanto à medida de segurança.
- O art. 66, da LEP traz o rol das decisões que caberá agravo em execução.
- Em regra, não terá efeito suspensivo. Salvo, no caso de desinternação (art. 66, V, f, LEP).
APOSTILA – Caso 27 – pág. 71.
AULA 33
EMBARGOS INFRINGENTES e de NULIDADES 
1 – IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA
- Eu vou ter um recurso que vai ser julgado em 2ª instância, esse recurso vai ser apreciado por três desembargadores, dois negam e um diz sim. É nesse momento que eu vou identificar minha peça, é no acórdão, e esse acórdão é não unânime desfavorável. Ou seja:
EMB. INF. NULIDADES = RECURSO + ACÓRDÃO + NÃO UNÂNIME + DESFAFORÁVEL
- Quando um desembargador disse sim, ele abriu a possibilidade de levar esse caso para os demais desembargadores que também compõem a câmara. Ou seja, eu estou perdendo, tive dois nãos e um sim, mas tem dois desembargadores que não votaram e eu quero que eles votem, porque se eles votarem sim, o placar fica 3x2 para mim.
- Quando se fala em embargos infringentes e de nulidades, a primeira diferença dos outros recursos, é que aqui eu vou recorrer da decisão do tribunal. 
- A fundamentação é feita com base no art. 609, §ú, CPP
- Não faz sentido questionar as decisões que foram unânimes, só poderei argumentar os meus embargos com aquilo que houve divergência entre os desembargadores, porque aí eu chamo o resto da câmara para tentar reverter o placar. A função dos embargos é tentar convencer o restante da câmara para meu favor.
- Não cabe embargos infringentes do julgamento de habeas corpus, de mandado de segurança e de revisão criminal, pois não são recursos.
2 – FORMA
- Se a divergência diz respeito à matéria de direito penal o nome da peça é Embargos Infringentes (ex.: legítima defesa; sobre a pena-base).
- Se a matéria divergente é a respeito de processo penal, sobre alguma nulidade processual, a peça chama Embargos de

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