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2 fase DIR PENAL PARTE ESPECIAL II

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OAB – 2ª FASE – DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL – PROF. MICHEL KNOLSEISEN
AULAS 01 e 02
FURTO
1. TIPO OBJETIVO
“Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”
- O tipo objetivo do crime de furto é subtrair coisa alheia móvel.
- Coisa: pode ser coisa de valor econômico, de valor sentimental. 
	O cadáver se for para fins de estudos, será considerado coisa e se subtraído será crime de furto. O cadáver na função de morto, corpo estava no IML, velório, caixão, tumba, aí será o crime do art. 211, do CP.
- Móvel: a coisa móvel é a coisa que pode ser carregada pela força humana.
- Alheia: aquilo que está sob posse ou propriedade de terceiro.
	Coisas que nunca pertenceram a ninguém; coisas abandonadas – mas aí tem que tomar cuidado com o art. 169, II, do CP, que trata das coisas achadas, se eu pego a coisa achada, que não foi abandonada, mas sim esquecida, e não entrego para a polícia no prazo de 15 dias, eu irei cometer o crime de apropriação de coisa achada e não furto, porque a coisa não estará mais sob minha posse.
2. TIPO SUBJETIVO
- Analisar se o sujeito além de pegar a coisa alheia móvel, se ele queria pegar a coisa.
- O tipo subjetivo do crime de furto é o dolo e o dolo necessita de conhecimento, o sujeito tem que saber o que ele está fazendo.
- O sujeito tem que saber que a coisa é alheia. Para ter o dolo preciso só saber que aquela coisa não é minha, é de um terceiro e não minha.
- Erro de tipo essencial: é quando o sujeito faz, ele pega a coisa móvel alheia, mas ele não sabe o que está fazendo, não sabe que está pegando coisa alheia de terceiro (ex.: tem dois celulares na mesa e eu pego um outro achando que era o meu).
	A consequência do erro de tipo essencial é a atipicidade da conduta.
- Além do dolo, temos um algo a mais, ou seja, temos o especial fim de agir. O delito de furto tem uma finalidade específica, qual seja, “para si ou para outrem”. Isso quer dizer que não basta ter o dolo, pegar a coisa de outra pessoa, sabendo que é coisa de outra pessoa, além disso, tem que pegar a coisa para você ou para outra pessoa.
- Furto de uso: no furto de uso não tem o especial fim de agir, o sujeito pega a coisa de terceiro com a intenção de restituir posteriormente (ex.: pegar dinheiro da carteira do pai sem pedir para depois devolver).
	A consequência do furto de uso é a atipicidade da conduta, porque a intenção era usar a coisa alheia móvel e depois devolver e não subtrair para si ou para outrem.
3. CONSUMAÇÃO DO FURTO
- A consumação do crime se dá com a posse do bem, não sendo necessário que a posse seja mansa e pacífica, basta que o sujeito tenha a posse do bem.
- Posse mansa e pacífica é ter a liberdade de pegar o bem e fazer o que eu quiser.
- O sujeito pode ter somente a posse do bem, que ocorre quando o sujeito pega o bem. Não será mansa e pacífica se o sujeito for perseguido, mas ainda assim ele teve a posse, ou seja, o furto consumou-se.
- Nas situações em que há vigilância extrema no local não caracteriza crime impossível, pois ainda que seja extremamente vigiado o local, não torna impossível um furto, o qual se consuma com a posse do bem, não precisando ser mansa e pacífica.
4. TENTATIVA DO FURTO
- A tentativa é plenamente possível quando o sujeito não consegue obter a posse do bem por circunstâncias alheias à sua vontade.
- O sujeito começa a execução do crime, mas não conseguiu por uma circunstância que não dependem da sua vontade.
5. FURTO PRIVILEGIADO (art. 155, §2º, do CP)
- Para caracterizar o furto privilegiado o sujeito tem que ser:
a) primário, ou seja, o sujeito que quando pratica o furto não tem condenação penal transitada em julgado.
b) coisa de pequeno valor, a jurisprudência classificou como pequeno valor coisas de até 1 salário mínimo
- Sendo o sujeito primário e a coisa de pequeno valor, terá crime sim, mas com uma pena menor.
5.1. Princípio da Insignificância
	Tem situações que o sujeito pratica o crime, mas a lesão é tão ínfima que não vale a pena movimentar a máquina penal.
	Teremos sempre um tipo penal, que é formado pelo tipo formal (lei) e pelo tipo material (lesão ao bem jurídico). Para o sujeito ser punido, a sua conduta ser considera típica, ele tem que praticar a conduta e além disso, ferir o bem jurídico protegido, mas a lesão causada ao terceiro tem que ser significativa.
	Na insignificância falta, portanto, o tipo material. Se não há tipo material, não podemos falar em tipo penal, pois fica faltando um elemento. 
	Logo, a insignificância da conduta traz como consequência a atipicidade material. Portanto, não há crime.
	Primeiro, eu peço a absolvição pela insignificância e subsidiariamente eu peço a desclassificação para furto privilegiado.
	Contudo, se a coisa subtraída tem valor sentimental não se aplica o princípio da insignificância, mas pode entrar no crime privilegiado, basta o réu ser primário e a coisa ser de pequeno valor.
	O STJ ainda não pacificou a matéria de que se o réu precisa ser primário para que haja a aplicação do princípio da insignificância.
6. FURTO QUALIFICADO (art. 155, §4º, CP)
a) Rompimento de obstáculo
	O obstáculo é o objeto que serve para proteger o bem (ex.: cofre em relação a joia que está lá dentro; a porta em relação à televisão que está na sala; o vidro do carro em relação ao carro e a tudo que está dentro dele).
	O dano causado pelo sujeito para romper o obstáculo, o crime praticado será somente de furto qualificado e não dano somado ao furto. O dano é absorvido pelo rompimento de obstáculo, com base no princípio da absorção ou consunção.
	O rompimento de obstáculo precisa ser comprovado, devendo ser objeto de prova pericial. Não há que se falar em furto com rompimento de obstáculo sem prova pericial, pois crimes como este sempre deixam vestígios.
b) Fraude, Abuso de Confiança, Escalada, Destreza
	Na fraude o sujeito utiliza um meio que engana a vítima para que a vítima reduza a vigilância sobre o bem, nisso o sujeito aproveita e ele mesmo subtrai o bem.
	Furto qualificado pela fraude é diferente de estelionato, porque aqui a vítima não entrega o bem para o agente, diferente do que ocorre no estelionato, onde é a própria vítima entrega o bem para o agente (ex.: ladrão disfarçado de manobrista: a vítima entrega o carro enganada para o bandido, ou seja, é estelionato e não furto, porque a própria vítima entregou o bem para o agente).
	Abuso de confiança, a questão tem que deixar muito claro a relação de confiança entre o agente e a vítima. A vítima confia no agente, o agente sabe que a vítima confia nele, e se aproveita disso para furtá-la. O agente só tem acesso ao bem furtado porque a vítima confia nele. Em relações empregatícias não caracteriza relação de confiança.
	Contudo, se desde o começo o agente pretender conquistar a confiança da vítima, o agente estará se valendo de uma fraude, irá praticar um furto por fraude e não por abuso de confiança (ex.: uma mulher se disfarça de empregada doméstica para entrar na minha casa e subtrair os bens). 
	Furto com fralde sempre envolve uma mentira. Abuso de confiança já existe uma relação de confiança entre agente e vítima, não é uma amizade de mentira, por exemplo.
	Escalada é a entrada no recinto por meios que não são comuns (ex.: entrar em um banco através de um túnel; entrar em uma casa pela janela). Para caracterização desta qualificada é preciso prova pericial, pois crimes como este deixam vestígios. Nas hipóteses que não houve indícios, vestígios que mostrem a escalada, a lei autoriza outros meios de prova que apontem a escalada (ex.: testemunha, filmagem de câmera de segurança).
	Destreza é uma habilidade fora do comum de subtrair um bem pertencente a um terceiro (ex.: batedor de carteira). A destreza é a soma de dois elementos, habilidade fora do comum do agente e a vítima não pode perceber a subtração. 
	Quando o agente aplica habilidade fora do comum, a vítima não percebe a subtração, mas um terceiro percebe a subtração, ainda assim, a conduta do agente será furto qualificado por destreza.
	Quando avítima está incapacitada de perceber a subtração não irá se caracterizar o furto qualificado pela destreza (ex.: furtar pessoa muito bêbada, pessoa morta).
c) Chave falsa
	Chave falsa é qualquer chave que não é a original. Chave falsa não precisa ter formato de chave, não precisa ser necessariamente uma chave (ex.: arame; chave mixa; cartão).
d) Concurso de pessoas
	O furto será qualificado quando duas ou mais pessoas planejam, participam, dividem tarefas para a prática de um furto.
	Se o agente pratica um furto com a participação de um menor, o agente ainda vai responder pelo furto qualificado por concurso de pessoas.
	Não é preciso a identificação da outra pessoa para configurar o furto com concurso de pessoas, desde que haja prova que essa segunda pessoa existia.
7. FURTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR (art. 155, §5º, CP)
	O sujeito vai subtrair o carro e para ele responder por essa qualificadora é preciso que o veículo ultrapasse a fronteira de estado ou país.
	Se o agente tinha intenção de levar o veículo para outro país, mas não conseguiu por circunstâncias alheias a sua vontade. Neste caso, a qualificadora só vai se realizar se transpassar com o carro pela fronteira, se o sujeito não conseguiu, ele não irá responder pela qualificadora. O carro precisa ser transportado, precisa ultrapassar a fronteira, por mais que o agente tenha a intenção, se o carro não ultrapassou não cometeu a qualificadora. Neste caso, o veículo não ultrapassou a fronteira e não havendo nenhuma outra qualificadora, o agente responde por furto simples.
	Havendo a transposição de fronteira não importa qual o furto praticado antes (simples ou qualificado pelo rompimento de obstáculo), o agente responderá sempre pelo furto de veículo, porque é o furto mais grave. 
8. FURTO NORTURNO (art. 155, §1º, CP)
- O furto noturno é composto por dois elementos, tem que ser no período da noite e ser feito no período de repouso, de descanso.
- Praticado o furto com esses dois elementos terá um aumento de pena de 1/3.
- Se a vítima é vigia noturno, trabalhou a noite toda e estava dormindo de manhã quando sua casa foi furtada. Isso não caracteriza o furto noturno, pois embora a vítima esteja em período de descanso, o furto não ocorreu durante a noite.
- O STF fixou posicionamento que o local não precisa estar habitado, se uma loja for furtada as 23h será caracterizado furto noturno. 
- O STF fixou também que essa causa de aumento de pena de 1/3 vai se aplicar tanto para o furto simples, quanto para o furto qualificado.
9. FURTO QUALIFICADO PRIVILEGIADO (Súmula 511, do STJ)
- É possível o agente responder pelo furto qualificado privilegiado, se o agente for primário, se a coisa for de pequeno valor e se a qualificadora for de ordem objetiva. Isso quer dizer que não é qualquer qualificadora.
- As qualificadoras de ordem objetiva, de acordo com o STJ, todas as qualificadoras, com exceção da fraude do abuso de confiança.
- Quando a qualificadora não é de ordem objetiva, não adiante o sujeito ser primário e a coisa de pequeno valor. O agente irá sempre responder por furto qualificado. Não tendo que se falar em furto qualificado privilegiado.
AULAS 03 a 06
CRIMES PATRIMONIAIS
ROUBO
1. TIPO OBJETIVO (art. 157, CP)
Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzindo à impossibilidade de resistência
- Grave ameaça: é qualquer forma que deixa a vítima com medo, intimidada. A grave ameaça pode ser verbal, por gesto, por escrito.
- Violência: há duas formas de violência, a própria e imprópria.
	Violência própria: é quando o sujeito usa a força física para intimidar a vítima (ex.: bater na vítima). O arrebatamento é considerado violência própria (ex.: trombadinha passa correndo e puxa a correntinha do pescoço).
	Violência imprópria: é qualquer meio, distinto da força física, que impossibilite ou reduza a defesa da vítima
- O uso da grave ameaça ou da violência é para atingir a subtração da coisa móvel alheia.
- A grave ameaça e a violência são empregadas antes da subtração.
2. TIPO SUBJETIVO
- O tipo subjetivo é o dolo. O dolo é o querer praticar o crime.
- O sujeito emprega a violência ou grave ameaça com a intenção de subtrair o bem. Se empregar a violência ou grave ameaça para outra coisa senão subtrair, não se tem o dolo para o crime de roubo
- Não existe roubo culposo. 
3. ROUBO IMPRÓPRIO (art. 157, §1º, CP)
- Roubo impróprio é o furto que vira roubo. 
- O sujeito ativo começa praticando uma subtração sem o emprego de violência ou grave ameaça e para garantir a impunidade ou a posse do bem, o sujeito emprega a grave ameaça.
- O sujeito subtrai e já tem a posse do bem, depois aplica a violência ou grave ameaça para garantir a posse do bem ou a sua impunidade.
4. CONSUMAÇÃO e TENTATIVA
- O roubo se consuma com a posse do bem. Basta a posse do bem,
- É possível a tentativa, quando o sujeito inicia a execução do roubo, mas por circunstâncias alheias a sua vontade, não havendo a posse do bem.
- Mesmo que fique instantes com a posse do bem, a consumação do crime de roubo ocorre com a posse do bem. Não importa quanto tempo, a partir que pega o bem e tira da vítima.
- Será tentado quando emprega a violência ou a grave ameaça, mas não retira o bem da vítima por circunstâncias alheias a sua vontade.
- No roubo impróprio a consumação do crime ocorre com o emprego da violência ou da grave ameaça. Porque no roubo impróprio o agente começa consumando um furto e vira roubo com o emprego da violência ou grave ameaça. 
- No roubo impróprio não cabe a tentativa.
5. SUJEITO PASSIVO
- O sujeito passivo é aquele que tem a posse do bem.
- Para determinar se é um ou dois roubos, preciso analisar quantas pessoas estavam com a posse do bem.
6. ROUBO MAJORADO (art.15, §2º, CP)
a) Arma
	Arma é qualquer objeto que possibilite uma lesão a alguém, então pode ser arma de fogo, arma branca.
	Arma de brinquedo, simulacro utilizado em um roubo não vai caracterizar esta majorante, contudo o sujeito caracteriza o roubo na modalidade simples (arma de brinquedo = grave ameaça).
	Se a arma foi apreendida tem que ter prova pericial, para se ter indícios. Na falta da apreensão da arma, de indícios deve ser utilizado outros meios de provas (ex.: filmagens de câmera, testemunha). Se ninguém viu, a arma não foi apreendida, eu devo afastar a majorante.
b) Concurso de pessoas
	Quando duas ou mais pessoas, com unidade de desígnios, praticam o crime de roubo.
c) Serviço de valores mais conhecimento do agente
	A vítima tem como trabalho, ofício de transportar valores, ainda que provisoriamente (ex.: motorista de carro forte; motoboy)
	Valores não se resumem em dinheiro. Valor é qualquer coisa que tenha expressão monetária, que se converta em dinheiro.
	É preciso que o sujeito saiba que está transportando valor.
d) Automotor
	É a hipótese que o veículo ultrapassa fronteira de estado ou país. Para consumar é necessário que o veículo ultrapasse a fronteira, como ocorre no furto.
e) Restrição de liberdade
	O agente vai aplicar a violência ou grave ameaça e vai restringir a liberdade da vítima para praticar o roubo (ex.: trancar a vítima em um quarto, amarrar a vítima, trancar no porta-malas).
	Nesse caso, a restrição da liberdade da vítima não é imprescindível para o agente subtrair os bens.
	O agente restringe a liberdade da vítima para ter facilidade na execução do roubo ou para ter uma garantia sobre eventual ação da polícia.
7. Roubo agravado pelo resultado (art. 157, §3º, CP)
- Há o uso da violência no roubo e desta violência decorre o resultado de lesão corporal grave ou resultado morte, neste caso, quando o resultado é a morte, teremos o latrocínio.
- No latrocínio é empregada violência no roubo e dessa violência decorre a morte da vítima.
- O resultado morte pode ser culposo ou doloso, mas em ambos os casos caracteriza o latrocínio.
- Logo, latrocínio ocorre com a morte causada pela violência empregada coma intenção de subtrair
- O latrocínio é crime patrimonial, portanto, não é de competência do júri.
- No latrocínio sempre deve morrer uma pessoa distinta do sujeito ativo ou do grupo do sujeito ativo.
- Se o agente causar duas mortes e subtrair um único bem pertencente a uma das vítimas, neste caso, deve-se levar em conta o bem que foi subtraído, se foi um bem pertencente a uma vítima será um latrocínio.
- Ou seja, eu conto quantos latrocínios ocorreram pelos bens subtraídos e não de quantas mortes houve, pois, latrocínio é crime patrimonial.
- O latrocínio consuma-se com a morte, independentemente do que ocorre com o patrimônio (Súmula 610, STF).
- Latrocínio tentado é quando o sujeito emprega a violência para matar a vítima e não consegue, por motivos alheios à sua vontade. Não importa se conseguiu subtrair o bem ou não.
- Se de uma grave ameaça decorre a morte, para identificar o crime tem que analisar se essa morte era previsível para o homem médio. 
	Se a morte for previsível o agente, além do roubo, também responde por homicídio culposo. Se a morte era imprevisível o agente, responde apenas pelo roubo.
EXTORSÃO (art. 158, CP)
1. TIPO OBJETIVO
- O sujeito ativo vai empregar a violência (própria) ou a grave ameaça (promessa de mal injusto) para a finalidade de constranger (obrigar) a vítima a entregar qualquer vantagem patrimonial.
- Na extorsão ao constranger a vítima sob violência ou grave ameaça a entregar o bem, quer dizer que você vai obrigar a vítima sob violência ou grave ameaça para que ele mesma lhe entregue o bem. 
- Na extorsão é imprescindível a participação da vítima, sem vítima, sem ganho. Enquanto que no roubo o sujeito pode até usar a vítima, mas ela não é necessária para a execução.
- A extorsão ocorre sobre qualquer vantagem patrimonial, não precisa ser necessariamente coisa móvel (ex.: quotas de uma sociedade)
2. TIPO SUBJETIVO
- O tipo subjetivo é o dolo de empregar violência ou grave ameaça para constranger alguém com o fim de que esse alguém lhe entregue qualquer vantagem patrimonial.
- Aqui existe o especial fim de agir, qual seja, obter um ganho patrimonial, uma vantagem financeira. É isso que diferencia a extorsão do delito de constrangimento ilegal.
3. CONSUMAÇÃO e TENTATIVA
- O crime de extorsão se consuma com o constrangimento da vítima, que ocorre com o emprego da violência ou grave ameaça.
- Para consumação não é necessária a obtenção da vantagem patrimonial.
 - Só se fala em extorsão quando houver o pedido de vantagem patrimonial.
- O crime de extorsão não admite sua modalidade tentada.
4. CAUSAS DE AUMENTO (art. 158, §1º, CP)
- As mesmas observações do furto e do roubo.
5. EXTORSÃO QUALIFICADA PELO RESULTADO (art. 158, §2º, CP)
- Tudo que vale para o roubo qualificado pelo resultado, vale para a extorsão qualificada pelo resultado.
6. SEQUESTRO RELÂMPAGO (art. 158, §3º)
- Acontece a restrição da liberdade da vítima, porque o sujeito precisa que ela pegue o dinheiro para entregar para o sujeito.
- A vítima, assim como na extorsão, é imprescindível para o sujeito ter o ganho.
- A diferença do sequestro relâmpago e o roubo com restrição de liberdade, é que no roubo a restrição da liberdade da vítima é para facilitar o roubo, já no sequestro relâmpago a vítima é necessária para entregar o bem para o sujeito.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (art. 159, CP)
1. TIPO OBJETIVO
- O sujeito ativo vai sequestrar, que significa restringir a liberdade, não importando onde (ex.: sequestrar a vítima dentro da casa dela).
- O sujeito ativo vai sequestrar pessoa humana e a liberdade dessa pessoa vai ser condicionada a um pagamento de resgate, que significa ganho financeiro
	Cadáver, animais não é sequestro, é só extorsão. 
- No cárcere privado também há a restrição de liberdade, mas é só isso, essa restrição não tem como fim receber um resgate (ex.: marido ciumento que tranca a mulher em casa; velho safado que tranca menina no porão). Já na extorsão mediante sequestro, o sujeito restringe a liberdade da pessoa com o fim de receber um resgate, de ter um ganho financeiro.
2. TIPO SUBJETIVO
- O tipo subjetivo é o dolo de sequestrar, de restringir a liberdade de uma pessoa.
3. CONSUMAÇÃO e TENTATIVA
- O delito se consuma com a restrição de liberdade da vítima visando a obtenção de ganho.
- Não é necessário o pedido de resgate para o delito se consumar, basta restringir a liberdade da vítima com a finalidade de receber um resgate.
- A tentativa é possível sim, quando o agente fizer de tudo para restringir a liberdade da vítima e não conseguir por circunstâncias alheias à sua vontade.
- Ainda que o sujeito desista de pedir o resgate e libere a vítima, o crime se consumou, uma vez que a vítima teve a restrição de sua liberdade.
4. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADA (art. 159, §1º, CP)
a) Sequestro dura mais de 24 horas
	O sequestro ele é punido, não importando o tempo que a vítima fique em poder do sequestrador, mas se a vítima ficar mais de 24 horas em poder do sequestrador a pena será aumentada.
	Essas 24 horas começam a contar a partir do momento em que ocorreu a restrição da liberdade da vítima.
b) Vítima menor de 18 anos
	No momento da restrição da liberdade da vítima ela tinha menos de 18 anos. 
	Para essa qualificadora, é preciso que no mínimo seja previsível que a vítima é menor de 18 anos. O aniversário de 18 anos no cativeiro não afasta a qualificadora, importa a idade da vítima no momento em que ela teve a restrição da liberdade.
c) Vítima maior de 60 anos
	Tem que ser previsível ao agente que a vítima é maior de 60 anos. Se não for previsível a idade da vítima esta qualificadora é afastada, assim como ocorre com as vítimas menores de 18 anos.
d) Associação criminosa (quadrilha ou bando)
	Três ou mais pessoas, unidas, praticam a extorsão mediante sequestro. Sendo punidos por ambos os crimes, pela associação criminosa (art. 288, do CP), a qual viola a paz pública; e pela extorsão mediante sequestro (art. 159, do CP), que viola o patrimônio.
	Aqui não haverá o bis in idem, pois os bens jurídicos tutelados são diferentes.
5. EXTORSÃO MEIDANTE SEQUESTRO QUALIFICADO PELO RESULTADO (art. 159, §2º e §3º, do CP)
- Sempre que do contexto do sequestro decorrer lesão corporal grave ou decorrer morte, teremos uma extorsão mediante sequestre qualificado pelo resultado.
- Do fato, que não envolve necessariamente violência da parte do sequestrador, do sequestro decorre lesão corporal grave ou morte.
- Quem tem que morrer ou sofrer lesão corporal grave é a vítima que teve a liberdade restringida.
6. DELAÇÃO PREMIADA (art. 159, §4º, CP)
- Basta que a extorsão mediante sequestro seja feita em concurso de pessoas, não necessariamente precisa ser uma associação criminosa.
- Um dos sujeitos traz informações para as autoridades policiais, mas isso não é suficiente, essas informações têm que levar a libertação da vítima viva.
- Ainda que encontrem a vítima viva através da informação prestada pelo delator, porém não prendam os coautores o delator fará jus a delação premiada.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA (art. 168, do CP)
1. TIPO OBJETIVO
- Na apropriação indébita o sujeito terá uma posse lícita do bem, mas a partir de um determinado momento passa a agir como se fosse dono.
- No furto o sujeito age para pegar um bem que não lhe pertence. Na apropriação indébita o sujeito recebe o bem do dono de maneira lícita, obtendo dessa forma a posse lícita e passa a agir como se fosse o dono.
2. TIPO SUBJETIVO
- O tipo subjetivo é o dolo, é a vontade de se apropriar do bem. O sujeito sabe que tem a posse do bem e passa a agir como se fosse o dono.
3. CONSUMAÇÃO e TENTATIVA
- O crime se consuma com a inversão da propriedade do bem.
4. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (art. 168, §1º, do CP)
a) Depósito necessário
	Ocorre em hipóteses de desgraça, ou seja, o a vítima entrega o seu bem para o sujeito em casos de desastres, calamidades públicas.
b) Em razão de função legal (curador, tutor, etc)
	O sujeito começaa agir como se fosse dono dos bens que o juiz lhe confiou.
c) Em razão de ofício e emprego
	O sujeito só tem a posse do bem em virtude do seu ofício, emprego.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA (art. 168- A, do CP)
1. TIPO OBJETIVO
- O tipo objetivo é o não pagamento ao INSS das verbas previdenciárias no prazo estabelecido na lei ou em acordo.
2. TIPO SUBJETIVO
- O tipo subjetivo é o dolo, é a vontade de se apropriar (ex.: empregador sabe que o prazo dele é dia 20 e não paga).
- Não é necessário a intenção de obter lucro com o não pagamento, basta saber o prazo e não pagar.
3. CONSUMAÇÃO e TENTATIVA
- O crime se consuma, via de regra, quando o sujeito não faz o pagamento.
- A jurisprudência entende que esse crime é omissivo material, ou seja, ele exige de resultado.
- Processo administrativo: este crime ele só vai caracterizado e só permitido a ação a penal quando encerrado o processo administrativo. Isso significa dizer que primeiro é necessário um processo administrativo e somente com o término dele é que será possível a ação penal.
- Se não tiver encerrado o processo administrativo e houver ação penal contra o sujeito, minha tese de defesa será da impossibilidade da ação penal pela falta de justa causa, pois sem o final do processo administrativo não haverá materialidade.
- A prescrição só começa a correr com o término do processo administrativo, porque não há crime sem o término do procedimento administrativo.
4. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
- Extinção da punibilidade significa que o crime ocorreu, mas que o sujeito não será punido.
- Haverá extinção de punibilidade com o pagamento integral da dívida. Esse pagamento pode ocorrer a qualquer tempo.
5. SUSPENSÃO DO PROCESSO E DA PRESCRIÇÃO
- Durante o período de parcelamento o processo ficará suspenso, ou seja, não vai ter andamento do processo. Bem como, ficará suspenso o prazo prescricional.
- Se deixar de pagar as parcelas o processo vai voltar a andar, assim como a prescrição.
- Se pagar todas as parcelas ocorre a extinção da punibilidade.
ESTELIONATO (art. 171, do CP)
1. TIPO OBJETIVO
- O sujeito ativo vai empregar uma fraude para fazer com que a vítima incida em erro. Ou seja, a fraude vai trazer para a vítima uma falsa percepção da realidade.
- A vítima enganada vai entregar o bem e o agressor vai receber uma vantagem econômica.
- A diferença do furto para o estelionato, é que no estelionato a vítima vai entregar o bem para o sujeito, no furto o sujeito toma da vítima. Do mesmo jeito ocorre no furto com fraude, a vítima reduz a vigilância e o próprio agente pega o bem. 
- A diferente entre o estelionato para a extorsão, é que na extorsão a vítima estará com medo, pois foi empregado violência ou grave ameaça, ou ainda restrição da liberdade.
- Se o sujeito praticar o estelionato com documento falso irá responder somente pelo estelionato e não pela falsificação de documento mais estelionato, pois o crime fim absorve o crime meio, pelo princípio da absorção (Súmula 17, STJ).
- A falsificação de documento tem que ser para utilizar no estelionato para assim ser absorvida, ou seja, o documento falso só vai ser absorvido quando a falsificação estiver dentro do contexto do estelionato. 
2. TIPO SUBJETIVO
- O tipo subjetivo é o dolo, a vontade de empregar uma fraude e há um especial fim de agir, o sujeito emprega a fraude a fim de obter uma vantagem econômica. 
- Se o sujeito somente tem vontade de empregar uma frauda para obter outra coisa, não será estelionato (ex.: art. 215, do CP).
3. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
- Ocorre a consumação do crime quando o sujeito obtém a vantagem econômica.
- A tentativa ocorre quando sujeito emprega a fraude e não obtém a vantagem econômica por circunstâncias alheias à sua vontade.
4. ESTELIONATO PRIVILEGIADO (art. 171, §1º, CP)
- É a mesma coisa que o furto privilegiado.
5. FORMAS EQUIPARADAS DE ESTELIONATO (art. 171, §2º, CP)
a) Fraude mediante cheque
	Ocorre quando o agente emite o cheque, o cheque é verdadeiro, pertence ao sujeito e ele preenche o cheque sabendo que ele não possui fundos.
	Quando o agente repassa cheque de terceiro sabendo que esse cheque não tem fundo trata-se do delito estelionato previsto no caput, do art. 171, do, CP.
	Se o agente falsifica uma folha de cheque para obter vantagem econômica trata-se do crime de estelionato previsto no caput, do art. 171, do CP.
	Nem todas as situações em que o cheque não tiver fundos vai se tratar de estelionato, ou seja, para haver estelionato não basta o cheque estar sem fundos, tem que haver o dolo de receber vantagem econômica (Súmula 246, do STF). Se não houver o dolo direto, haverá a conduta será atípica.
AULA 07
RECEPTAÇÃO (art. 180, do CP)
IMUNIDADES PENAIS (art. 181 e 182, do CP)
1. ABSOLUTAS (art. 181, do CP)
	Também são chamadas de escusas absolutórias. Escusa absolutória nunca vai significar atipicidade, de fato, houve crime, mas o legislador escolheu não punir estes sujeitos em virtude de laços de família.
	O sujeito pratica o crime, as imunidades penais não excluem o crime, pelo contrário, reconhecem o crime, mas não pune.
	Os isentos de pena são: 
a) os cônjuges, a partir do momento que a união é oficializada até o momento do divórcio – a separação de fato para a lei é considerada casamento em vigor, portanto há imunidade durante a separação de fato;
b)

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