Buscar

Farmacotecnica 01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Farmacotécnica em 
Manipulação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Farmacotécnica em 
Manipulação 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
3 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
MÓDULO I 
 
1. INTRODUÇÃO À FARMACOTÉCNICA 
 
No rol das Ciências Farmacêuticas, a Farmacotécnica destaca-se por reunir 
subsídios teóricos e práticos para aquele que, talvez, seja o maior objetivo do profissional 
farmacêutico: produzir medicamentos. E, quando se fala em medicamentos, fala-se de um 
produto que, por ser destinado à promoção da saúde, é atrelado a um rígido controle de 
qualidade. 
Desde os mais remotos tempos, a qualidade é embasada nas relações da 
Farmacotécnica com as demais Ciências Farmacêuticas. O próprio Galeno, considerado o 
pai da Farmacotécnica (se não da profissão farmacêutica), em seus escritos no início da 
Era Cristã, demonstrava uma enorme coerência científica, sendo que algumas de suas 
fórmulas são utilizadas ainda hoje. 
Quando se pensa na técnica e todas as implicações relacionadas à escolha da 
forma física do medicamento, dependemos de pré-requisitos muito importantes, como a 
Química - em especial a Físico-Química e a Química Orgânica. O conhecimento da 
primeira leva à otimização da técnica de preparo, e orienta quanto ao perfil 
biofarmacêutico (velocidade de absorção) que se pretende atingir. Já a Química Orgânica, 
além de sua importância nestes aspectos técnicos, também subsidia nas questões 
críticas, como a estabilidade dos componentes envolvidos numa formulação e suas 
incompatibilidades. 
Por outro lado, quando se pensa no propósito do medicamento, ou seja, a que se 
destina, um dos pré-requisitos mais importantes da Farmacotécnica é a Farmacologia, e 
conseqüentemente, Fisiologia, Bioquímica, Anatomia, entre outras ciências. O 
conhecimento da Farmacologia definirá a melhor via de administração do medicamento 
para o sucesso terapêutico, a melhor forma de apresentação e, conseqüentemente, a 
técnica envolvida no preparo. 
Outras Ciências Farmacêuticas, como a Farmacognosia e a Química 
Farmacêutica, têm relação direta com a produção de medicamento, uma vez que são 
responsáveis pela obtenção e desenvolvimento dos princípios ativos. Deste modo, estão 
relacionadas num eixo horizontal e vertical com a Farmacotécnica. 
 
 
 
 
 
4 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
De modo semelhante, as disciplinas de Controle de Qualidade têm também esta 
característica - exceto pelo fato de que no eixo vertical elas complementam a 
Farmacotécnica, enquanto a Farmacognosia e Química Farmacêutica poderiam até ser 
consideradas como pré-requisitos. 
A Deontologia, por sua vez, vem complementar a questão do medicamento nos 
aspectos legais e éticos, assumindo uma relação paralela com a Farmacotécnica. 
Farmacotécnica é, enfim, a ciência responsável pelo desenvolvimento e produção 
de medicamentos, levando-se em conta o efeito terapêutico e a estabilidade (prazo de 
validade) desejados, condições de acondicionamento, transporte e armazenamento, bem 
como a forma ideal de administração e dispensação. Seus principais pré-requisitos 
incluem outras Ciências Farmacêuticas, como Farmacologia, Farmacognosia e Química 
Farmacêutica, além de ciências básicas como Físico-Química, Química Geral e Orgânica, 
Fisiologia, Patologia, Parasitologia e Microbiologia. 
 
1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
Considerando-se que a Farmacotécnica tem como função básica desenvolver 
medicamentos ou meios de veiculação e administração de fármacos, alguns conceitos se 
fazem importantes. Segundo a Farmacopéia Brasileira, em sua quarta edição, temos 
como definições: 
Fármaco: substância ativa, droga, insumo farmacêutico ou matéria-prima 
empregada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos em 
benefício da pessoa a qual se administra o medicamento. 
Medicamento: produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado, que 
contém um ou mais fármacos juntamente com outras substâncias, com a finalidade 
profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. 
Medicamento magistral: medicamento preparado na farmácia cuja prescrição 
estabelece a composição, a forma farmacêutica e a posologia. 
Medicamento oficinal: medicamento preparado na farmácia ou industrializado, 
cuja fórmula está descrita nos compêndios oficiais (farmacopéias, formulários). 
Especialidade farmacêutica: produto farmacêutico industrializado que pode ser: 
 
 
 
 
 
5 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
a) Medicamento de referência: medicamento cuja patente expirou, podendo 
então ser reformulado. 
b) Medicamento genérico: bioequivalente a um medicamento de referência. 
b.1) Medicamentos bioequivalentes: medicamentos que não apresentam 
diferenças estatísticas no perfil farmacocinético (quantidade absorvida e 
velocidade de absorção). 
c) Medicamento similar: possui o mesmo princípio ativo, forma e dose do 
medicamento de referência. 
c.1) Equivalentes farmacêuticos: são medicamentos que contêm o mesmo 
fármaco (ou mesmo sal, ou mesmo éster da molécula terapeuticamente ativa) 
na mesma quantidade e forma farmacêutica, podendo ou não conter 
excipientes idênticos; 
c.2) Alternativas terapêuticas: são medicamentos que contêm a mesma 
molécula terapeuticamente ativa ou seu precursor, mas não necessariamente 
na mesma dose, forma farmacêutica, sal ou éster. 
Forma farmacêutica: é a forma na qual o medicamento é apresentado, podendo 
ser líquida (ex.: gotas, xarope, elixir), sólida (ex.:comprimidos, cápsulas), semi-sólida (ex.: 
creme, gel, pomada) ou gasosa ( spray, aerossol). 
Fórmula farmacêutica: composição do medicamento, considerando a dose do 
fármaco e percentuais dos demais componentes. 
Dose: quantidade de fármaco suficiente (mínima) para produzir efeito terapêutico 
ideal. A dose usual segura e eficaz é definida por estudos clínicos e depende de fatores 
fisiológicos, patológicos e genéticos. 
Posologia: freqüência com que uma dose é administrada para manter níveis 
plasmáticos terapêuticos. Pode ser determinada empiricamente ou por estudos 
farmacocinéticos, através de duas possíveis abordagens: 
a) Abordagem empírica: administração de determinada dose e observação do 
efeito. Reajuste da dose e dos intervalos e nova observação. 
b) Abordagem cinética: os efeitos terapêuticos e tóxicos relacionam-se com a 
concentração plasmática. Envolve a avaliação farmacocinética da absorção, distribuição, 
metabolismo e excreção do fármaco no organismo. 
 
 
 
 
 
6 
Este material deve ser utilizadoapenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS 
Assim como os fármacos, que podem ser divididos em específicos ou 
inespecíficos, e sub-classificados sob vários aspectos (químico, farmacodinâmico, 
terapêutico etc.), os medicamentos também podem ser classificados sob vários critérios. 
Entre os critérios mais populares está a forma de apresentação: comprimido, drágea, 
solução, creme, supositório, pó, pomada etc. 
Quanto à farmacografia, ou seja, a forma de prescrição, existem preparações 
oficinais (ex.: farmacopéicas), magistrais (prescritas pelo médico veterinário ou dentista) e 
as especialidades (registradas no Ministério da Saúde e produzidas em escala industrial). 
Por outro lado, segundo o princípio terapêutico, existem medicamentos alopáticos e 
homeopáticos. 
Quanto ao grau de dispersão ou diâmetro (∅) das partículas disperdsas dos 
ativos e coadjuvantes no veículo, temos as dispersões moleculares (∅ < 0,01 μ), 
dispersões coloidais (∅entre 0,01 e 0,5 μ), dispersões finas (∅entre 0,05 e 10 μ), e 
dispersões grosseiras (∅< 10 μ). As dispersões moleculares são favorecidas pela 
afinidade com que as interações intermoleculares ocorrem. Nos demais casos, a falta de 
afinidade pode requerer o uso de técnicas especiais e maior número de operações 
unitárias. São exemplos de dispersões moleculares: as soluções líquidas, as ligas 
metálicas e algumas formas plásticas, como pomadas, supositórios e géis. Como 
exemplos de dispersões coloidais temos alguns géis e suspensões. As dispersões 
grosseiras incluem a maioria das suspensões, emulsões e formas sólidas. As dispersões 
não-moleculares são também conhecidas como dispersões mecânicas. Assim, quanto à 
técnica de preparo (dispersão) temos dispersões moleculares e mecânicas. 
No que diz respeito à segurança, os medicamentos são classificados quanto ao 
seu uso: medicamentos de uso externo ou interno, que podem também, dependendo da 
ação desejada, também ser classificados como medicamentos de ação sistêmica ou local. 
Nesse contexto, quando se pensa no local seguro para utilização do medicamento, 
há ainda a classificação quanto à via de administração, que é uma das mais importantes e 
merece um capítulo à parte. Entre as principais vias de administração temos: oral, 
injetável, intramuscular, tópica, oftálmica, nasal, auricular, retal, vaginal. 
 
 
 
 
 
7 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Finalmente, uma das classificações mais úteis do ponto de vista farmacotécnico diz 
respeito à forma física: 
Líquidos: soluções, suspensões e emulsões. 
Plásticos: formas semi-sólidas (pomadas, géis, pastas e cremes), supositórios, 
óvulos e velas. 
Sólidos: pós, granulados, cápsulas, comprimidos, drágeas, pílulas, pastilhas etc. 
Gasosos: sprays, aerossóis, fumigações etc. 
 
1.3 OPERAÇÕES BÁSICAS 
Embora o número de operações envolvidas na elaboração de medicamentos seja 
bastante grande, existem duas ou três operações básicas que podem ser consideradas 
inevitáveis - entre estas a Pesagem e/ou Tomada de Volume e o processo de Mistura. 
As duas primeiras justificam-se pela necessidade de garantirmos a correta dosagem do 
principio ativo, e a terceira garante a uniformidade do medicamento. 
Outras operações, até comuns, podem ser consideradas secundárias ou derivadas 
dos processos de mistura. Como exemplo temos a Trituração, que consiste em subdividir 
partículas sólidas, e a Tamisação, que consiste em separar partículas de tamanhos bem 
definidos. 
Para entender a importância destas operações, basta entender os medicamentos 
como formas de dosagem e liberação de fármacos. Esta idéia implica que a proporção do 
princípio ativo na formulação deve ser respeitada. Logo, a pesagem ou tomada de volume 
de cada componente deve ser feita sempre com muita exatidão. Da mesma forma, a 
liberação dos fármacos ou princípios ativos deve ocorrer de maneira adequada. Para 
tanto, esta liberação precisa ser uniforme em cada dose terapêutica da forma 
farmacêutica, encerrando quantidades equivalentes dos ativos. A mistura dos 
componentes do medicamento buscando, se não um sistema homogêneo, ao menos 
uniforme, é fundamental. 
Convém ressaltar ainda que, além das práticas supra-citadas, são também 
imprescindíveis em uma farmácia magistral as práticas relacionadas ao Controle de 
Qualidade de matérias- primas (MP), que na verdade antecedem a manipulação. 
Segundo as exigências da RDC 033, de 2000 (Anvisa), são operações básicas no 
 
 
 
 
 
8 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
controle de qualidade de MP: determinação de ponto de fusão, densidade, pH e 
conferência das propriedades organolépticas. 
A busca pela melhoria da qualidade de produtos manipulados vem sendo 
perseguida pelas farmácias não apenas como um diferencial, mas também pela 
reconquista de sua credibilidade frente aos produtos industrializados. Para tanto, a 
garantia da qualidade dependerá não apenas da implementação do Controle de 
Qualidade, mas de um sistema de qualidade regido por um Manual de Qualidade e Boas 
Práticas de Manipulação (RDC 210 de 2003) que envolva todos os processos da 
produção do medicamento. Tais processos dizem respeito a todas as etapas, que vão 
desde a compra das matérias-primas até o acompanhamento terapêutico. 
Entre as principais responsabilidades e atribuições do profissional farmacêutico 
responsável técnico estão: 
ƒ Supervisionar a preparação, incluindo a conferência das fórmulas, o que 
exige do farmacêutico competência prática e conhecimentos científicos. 
ƒ Estudar e acompanhar a legislação vigente. 
ƒ Adquirir matérias-primas de fornecedores confiáveis e qualificados, criando 
meios e critérios para este procedimento. 
ƒ Avaliar certificados de análise emitidos pelos fornecedores. 
ƒ Implementar e supervisionar o controle de qualidade de acordo com 
aspectos éticos e legais. 
ƒ Avaliar prescrições médicas quanto a sua adequação, concentração, 
compatibilidades, posologia e via de administração. 
ƒ Estipular as condições adequadas de manipulação, conservação, transporte, 
dispensação e controle do produto. 
ƒ Elaborar procedimentos operacionais padrão (POP´s), treinando e 
qualificando o pessoal responsável para que estes sejam seguidos com rigor. 
ƒ Supervisionar e inspecionar rotinas operacionais de manipulação. 
ƒ Conferir o rótulo. 
ƒ Fazer a manutenção de arquivos informatizados de documentação 
correspondente a todas as etapas envolvidas no processo: laudos de compra, 
 
 
 
 
 
9 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
certificados de análise de fornecedores e controle de qualidade, relatórios de 
preparação da formulação, datas de entrada e saída, entre outras. 
ƒ Registrar as substâncias e medicamentos controlados. 
ƒ Participar e viabilizar a participação de membros da equipe em programas 
de qualificação continuada em todas as áreas pertinentes à produção, incluindo: 
desenvolvimento de formulações, garantia de qualidade, farmacovigilância, 
informática, entre outras. 
ƒ Prestar atenção farmacêutica necessária aos pacientes, objetivando a 
administração correta dos produtos. 
 
1.3.1 Conferência de fórmulas 
A receita médica em uma farmácia de manipulação poderia ser comparada a uma 
ordem de serviço. Entretanto, antes de iniciar a produção de um medicamento, o 
responsável técnico farmacêuticodeve analisar a prescrição com atenção. Os aspectos 
relevantes a serem observados podem ser divididos em questões legais e técnicas. 
No que diz respeito às questões técnicas, a conferência da prescrição exigirá 
conhecimentos específicos relacionados a problemas de incompatibilidade, erro de 
dosagem, bem como a simples questão de cálculos matemáticos. 
Em relação aos aspectos legais, um receituário ou prescrição deve apresentar os 
seguintes requisitos: 
ƒ Identificação do médico, incluindo o número de registro no Conselho 
Regional de Medicina (CRM). 
ƒ Identificação do paciente. 
ƒ Data. 
ƒ Legibilidade da receita e concordância dos termos segundo a DCB. 
ƒ Dose do fármaco e indicação posológica. 
 
Em caso de dúvida, o profissional deve entrar em contato com o prescritor 
(receitante), não sendo conveniente aviar a receita. Juridicamente, somente o 
farmacêutico será responsabilizado por acidentes relacionados a erro de receituário. 
 
 
 
 
 
 
10 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
1.3.1.1 Tipos de prescrições 
As prescrições podem ser de três tipos: especialidades farmacêuticas, oficinais e 
magistrais. 
As especialidades dizem respeito aos medicamentos industrializados. Logo, cabe 
ao profissional competente prestar atenção farmacêutica avaliando questões relacionadas 
à posologia, interações medicamentosas, bem como perfil fisiológico do cliente. 
No caso das preparações oficinais, estas em geral não apresentam erros de 
dosagem, já que são descritas em literatura confiável. Entretanto, a atenção farmacêutica 
se estende também à área de manipulação, assim sendo, é passível de erro nos cálculos 
matemáticos, e a conferência destes se faz imprescindível. 
Por fim temos as prescrições magistrais, as quais são elaboradas por médicos, 
veterinários ou dentistas, profissionais estes especializados em clínica e terapia, e não em 
medicamentos. Assim sendo, cabe ao profissional farmacêutico, sempre que pertinente, 
consultar a literatura de referência a fim de evitar danos algumas vezes irreparáveis. 
 
1.3.2 PESAGEM 
A pesagem de fármacos ou insumos farmacêuticos é um procedimento essencial, 
pois visa garantir a correta proporção do princípio ativo no medicamento. Sem a garantia 
de uma proporção pré-definida e adequada do fármaco, o medicamento perde seu valor 
terapêutico e a farmácia perde sua credibilidade. 
Entre os erros ou acidentes mais comuns no processo de pesagem estão: 
1. Falha na interpretação ou conversão das unidades ex: miligramas (mg) por 
gramas (g). 
2. Descuido na observância de fatores de conversão (Fc) sal-base (ex: 
fluoxetina base PM = 309,33; fluoxetina cloridrato PM = 345,79; Fc = 1,12). 
3. Descuido na observação dos fatores de correção relacionados à diluição 
aplicados a fármacos muito potentes (ex: o hormônio T3 é convenientemente diluído 
geometricamente 1:100, logo deve-se aplicar fator 100). 
4. Não observação de concentrações constantes nos laudos de qualidade 
emitidos pelos fornecedores (ex: na vitamina E 50% deve-se aplicar fator 2; no 
betacaroteno a 10 % deve-se aplicar fator 10). 
 
 
 
 
 
11 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
1.3.2.1 Tipos de balança 
Entre os vários modelos de balanças disponíveis, os mais comuns poderiam ser 
dividido, quanto a sua precisão, em: 
ƒ Balança Roberval: para pesagem de massa maior que 1 g, utilizada para 
produções em grande escala. 
ƒ Balança Granatária: para pesagem de massa a partir de 0,01 g, útil em 
situações de emergência (como um “apagão”) e em caso de produções em 
pequena escala. 
ƒ Balança semi-analítica: com precisão para pesagens a partir de 0,001 g, 
sendo a mais utilizada na rotina das farmácias. 
ƒ Balança analítica: de grande precisão (0,0001 g), útil no controle de 
qualidade. 
 
O custo das balanças varia de acordo com o modelo e fabricante e, em geral, 
aumenta em ordem crescente com a precisão e capacidade. 
 
1.3.2.2 Cuidados na pesagem 
Independentemente do tipo de balança todas requerem os seguintes cuidados 
básicos: 
1. Acerto do prumo (nível); 
2. Uso de recipientes leves ou compatíveis*; 
3. Tara da balança; 
4. Tempo de estabilização de aproximadamente 15 minutos (para balanças 
eletrônicas) 
Os recipientes devem ser o mais leve possível e grandes o suficiente para garantir 
que não haja queda de insumos no equipamento, especialmente se estes forem 
corrosivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
1.3.3 Tomada de volume 
A tomada de volume de líquidos, assim como a pesagem de insumos sólidos, visa 
a garantia da proporção correta entre o(s) princípio(s) ativo(s), o(s) coadjuvante(s) 
técnico(s) e o veículo. 
Para este procedimento utilizam-se diversas vidrarias, sendo as mais comuns, em 
ordem crescente de precisão: béquer, cálice, proveta e pipeta. Estas podem ainda ser 
encontradas na versão de material plástico, úteis para formulações que contenham 
substâncias que atacam o vidro, como ácido fluorídrico ou hidróxidos alcalinos muito 
concentrados. 
Ressalta-se ainda que no caso de líquidos viscosos, como a glicerina, a 
trietanolamina e os óleos vegetais, em geral, opta-se pela pesagem ao invés da tomada 
de volume, sendo proibido o uso de pipetas. 
 
1.3.4 Mistura 
Após a tomada dos insumos farmacêuticos em suas devidas proporções, deve-se 
misturá-los de forma a obter um medicamento com aspecto o mais homogêneo possível. 
No caso de formas farmacêuticas líquidas nas quais os sólidos são livremente 
solúveis, ou os líquidos são miscíveis ao veículo utilizado, tem-se uma solução (sistema 
homogêneo). 
Entende-se por mistura todo processo que visa buscar a dispersão entre partículas 
com a maior uniformidade possível. Já por dissolução entende-se como sendo uma 
mistura na qual, por exemplo, partículas sólidas se dispersariam intimamente num líquido 
de modo a obter-se um sistema homogêneo verdadeiro (dispersão molecular). Bons 
exemplos de dispersões moleculares são os casos das ligas metálicas (solução de aço: 
carvão e ferro; solução de latão: cobre e zinco) e das pomadas (pomada amarela: 
vaselina e lanolina; pomada branca: vaselina e cera branca), sistemas estes que, embora 
não sejam líquidos, constituem dispersões moleculares. 
Assim, percebe-se que uma dissolução é um processo de mistura, mas nem toda 
mistura caracteriza-se por um processo de dissolução, ou seja, por uma dispersão 
molecular. 
 
 
 
 
 
13 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Para que uma dissolução ocorra, é necessário que soluto e solvente apresentem 
afinidades, como, por exemplo, graus de polaridade ou constante dielétrica semelhantes. 
De modo que o processo de dissolução é facilitado por estes aspectos físico-químicos. 
Já nos casos de sistemas de polaridade muito distintos, o grau de miscibilidade ou 
solubilidade será mínimo ou desprezível, e o processo de mistura se caracterizará por 
uma dispersão mecânica. Nestes sistemas, tem-se as dispersões grosseiras, cujo 
diâmetro da partícula é superior a 0,5 μ , e as dispersões coloidais, que apresentam 
dimensões intermediárias entre as soluções e as suspensões (0,01 a 0,5 μ). São 
exemplos de misturas não-moleculares: pó anti-séptico, suspensão de leite de magnésia, 
loção hidratante, leite,café, entre outras. 
Independente do tipo de dispersão, os medicamentos devem possuir, sempre que 
possível, o máximo de uniformidade. Para tanto, vários procedimentos farmacotécnicos 
são empregados, os quais envolvem uso de coadjuvantes técnicos e de tecnologias 
específicas. De modo geral, as partículas sólidas devem ser trituradas e tamisadas antes 
de serem misturadas, tanto no preparo de um pó quanto de uma suspensão. Para 
misturas entre líquidos não miscíveis (loções e cremes), uma melhor uniformidade pode 
ser garantida com o uso adequado de tensoativos ou substâncias anfifílicas. 
 
1.4 COMPONENTES DE FORMULAÇÕES 
Uma formulação medicamentosa é composta basicamente por três classes de 
componentes: os princípios ativos (fármacos), os coadjuvantes e os veículos, dos quais 
da combinação correta depende o sucesso de uma farmacoterapia. Outrossim, não 
necessariamente um medicamento será composto pelas três classes, havendo três 
possibilidades: 
i.FÁRMACO 
ii.FÁRMACO + VEÍCULO 
iii.FÁRMACO + ADJUVANTES + VEÍCULO 
Os fármacos são responsáveis pela ação farmacodinâmica propriamente dita, 
enquanto os coadjuvantes atuam na promoção da estabilidade ou biodisponibilidade, bem 
como correção de propriedades organolépticas. Já os veículos, em princípio são inertes e 
 
 
 
 
 
14 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
têm a função básica de veicular o fármaco, ou seja, conduzi-lo pela via de administração 
escolhida em sua devida proporção. 
 
1.4.1 Princípios Ativos 
Os princípios ativos ou fármacos são os elementos-chave responsáveis pela ação 
terapêutica de um medicamento alopático ou fitoterápico. São classificados em função de 
vários aspectos, como: classe química, classe terapêutica, alvo molecular ou 
especificidade. 
Quanto à especificidade, existem apenas duas classes: a dos fármacos específicos 
e a dos inespecíficos. 
Os específicos correspondem à maioria dos mais de sete mil fármacos constantes 
no arsenal terapêutico, tais como os analgésicos e antiinflamatórios, os agentes 
cardiovasculares, anti-histamínicos, hormônios, agentes antiparasitários diversos, 
antineoplásicos etc. 
Já os fármacos inespecíficos, em número bastante reduzido, são aqueles que não 
atuam seletivamente sobre determinados receptores. A ação farmacodinâmica desta 
classe depende apenas de suas propriedades físico-químicas, sendo estes pouco 
vulneráveis às modificações estruturais. 
Entre os fármacos inespecíficos mais comumente manipulados temos os anti-
sépticos, rubefacientes, vesificantes, adstringentes, emolientes, umectantes, hidratantes, 
queratoplásticos, queratolíticos e cáusticos. 
Os anti-sépticos podem atuar por mecanismos diversos, tais como poder redox, 
pKa (acidez), quelação, alquilação etc. 
Os rubefacientes e vesificantes possuem ação irritante que provoca aumento da 
circulação local e contribui para dissipar processos inflamatórios. 
Os adstringentes causam precipitação de proteínas e, conseqüentemente, auxiliam 
no bloqueio da difusão de um processo inflamatório. 
Os emolientes atuam na epiderme através da sua hidrofobicidade, impedindo a 
desidratação da pele. Da ação de manter os tecidos mais macios ou moles deriva o termo 
emoliente. Por outro lado, tecidos mais hidratados viabilizam a dispersão da inflamação 
ou mesmo, muitas vezes, processos de absorção. 
 
 
 
 
 
15 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Os umectantes são substâncias hidrofílicas, em geral compostos sintéticos 
polihidroxilados, que por sua natureza mantêm a pele umedecida, enquanto os 
hidratantes possuem características igualmente hidrofílicas. Entretanto, são mais 
absorvíveis, dada a sua origem natural (bioquímica), sendo capazes de hidratar os tecidos 
em níveis mais profundos, incluso intra e intercelular. 
Os queratoplásticos e queratolíticos, por sua vez, não possuem nenhuma relação 
com processos inflamatórios, e sim com síntese e lise de proteínas, respectivamente. 
Enfim, os agentes cáusticos são agentes corrosivos utilizados com fins 
terapêuticos na remoção de verrugas e calosidades. 
 
1.4.2 Adjuvantes Farmacêuticos 
Os adjuvantes ou coadjuvantes são componentes ou excipientes que integram os 
medicamentos com funções diversas. 
Dependendo de suas aplicações estes podem ser divididos em coadjuvantes 
terapêuticos e coadjuvantes técnicos. 
 
1.4.2.1 Coadjuvantes Terapêuticos 
O emprego do termo coadjuvante terapêutico está diretamente ligado às fases 
farmacodinâmica e farmacocinética, sendo, principalmente, de competência da 
Farmacologia. Neste campo tem-se uma infinidade de associações medicamentosas 
entre fármacos “principais” e fármacos “coadjuvantes”, seja visando sinergismo, redução 
de efeitos adversos ou aumento da meia-vida. Assim, temos a carbidopa e ácido 
clavulânico, que associados à levodopa e penicilina aumentam a meia-vida destes por 
inibição metabólica. 
A diferença entre o papel terapêutico e técnico do coadjuvante poderia ser 
traduzida, de modo simplista, pela influência deste, respectivamente, nos aspectos 
farmacológicos e físico-químicos. Entretanto, muitas vezes é impossível definir uma 
fronteira entre tais funções. 
Alguns exemplos de componentes que poderiam ser considerados como 
coadjuvantes terapêuticos são: os queratolítico, os emolientes, os promotores de 
 
 
 
 
 
penetração percutânea, os molhantes, os tampões, todos relacionados à eficácia de ação 
do fármaco. 
Como exemplos temos o ácido salicílico, que atua como coadjuvante terapêutico 
em preparações antimicóticas por sua ação queratolítica, removendo tecido necrosado e 
viabilizando a ação dos princípios ativos antifúngicos. 
Pomadas indicadas em contusões superficiais têm, na inerente ação emoliente de 
suas bases lipófilas, funções de veículos e coadjuvantes terapêuticos de fármacos 
antiinflamatórios específicos. 
Muitos medicamentos de uso tópico poderiam ser inúteis sem os promotores de 
penetração percutânea. Estes agentes, em geral, são solventes polares e apróticos, tais 
como dimetil sulfóxido (DMSO) e dimetilformamida (DMF), moléculas anfifílicas como 
polietilenoglicol, propilenoglicol, etanol, derivados da uréia, tensoativos, ou ainda 
compostos apolares como ácido oléico e miristato de isopropilo (Fig. 1). 
 
OH
OH
S
O
OH
álcool laúrico
decilmetilsulfóxido
propilenoglicol
HN
N O
O O
derivados ciclicos da uréia
C C (CH2)7COOHCH3(CH2)7
H H
ácido oleíco
 
 
Fig. 1 – Promotores de absorção percutânea. 
 
Neste contexto, os molhantes e tampões, além de suas funções técnicas, são 
muitas vezes imprescindíveis no processo de absorção de fármacos hidrofóbicos ou 
impermeáveis, desempenhando, assim, também uma ação coadjuvante terapêutica. 
 
1.4.2.2 Coadjuvantes Técnicos 
O uso correto e adequado de coadjuvantes técnicos é de competência direta do 
farmacotécnico. Os coadjuvantes técnicos possuem as mais variadas e importantes 
16 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
17 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
funções, podendo interferir nos aspectos químicos, físicos, físico-químicos e biológicos da 
formulação. 
Entre os coadjuvantes técnicos que influem nos aspectos químicos destacam-se os 
estabilizantes químicos, que atuam reduzindoa susceptibilidade de um ou mais 
componentes da formulação a reações químicas diversas. 
No que diz respeito aos aspectos físicos estão relacionados à estabilidade física do 
medicamento. Os aspectos físico-químicos dizem respeito às interações físico-químicas 
envolvidas na estabilidade de um medicamento e marcam a interface entre as duas 
classes anteriores. No que diz respeito aos aspectos biológicos temos os coadjuvantes 
envolvidos na resistência do medicamento frente à contaminação microbiana e aqueles 
envolvidos nas propriedades organolépticas. 
 
I) Estabilizantes químicos 
Os coadjuvantes técnicos deste grupo desempenham papel direto na estabilidade 
química da formulação. A baixa estabilidade química está relacionada a maior reatividade 
química de uma substância, ou seja, sua capacidade de se decompor ou de combinar 
com outras moléculas gerando outros compostos químicos. A importância de promover a 
estabilidade química de uma formulação está no simples fato de que os compostos 
gerados podem ser potencialmente tóxicos ou farmacologicamente inativos. 
Entre os principais tipos de estabilizantes químicos temos: os antioxidantes, 
quelantes, tamponantes, acidificantes e alcalinizantes. 
 
a) Antioxidantes 
São agentes adicionados para prevenir a oxidação do princípio ativo ou do 
medicamento como um todo. Podem ser hidro ou lipossolúveis, naturais ou sintéticos, 
bem como orgânicos ou inorgânicos. São exemplos de antioxidantes o ácido ascórbico, 
metabissulfito de sódio, sulfito de sódio, tiouréia, BHA, BHT e tocoferol. 
b) Quelantes 
São agentes que complexam com metais (traços contaminantes), evitando que 
estes catalisem (acelerem) um processo de oxidação. São exemplos de quelantes o 
EDTA, ácido cítrico, ácido tartárico. 
 
 
 
 
 
18 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
c) Tamponantes 
São agentes que mantêm o pH em uma faixa estreita ótima de estabilidade. São 
ainda importantes quanto ao aspecto fisiológico, processo de solubilização de 
determinados fármacos e processo de absorção. Os principais sistemas tampão são: 
citrato de sódio/ácido cítrico; fosfatos alcalinos, bicarbonato/gás carbônico etc. 
d) Acidificantes 
Têm a função de baixar o pH para um valor biocompátivel e de maior estabilidade, 
especialmente frente à hidrólise. Podem ainda, em medicamentos de uso oral, conferir à 
formulação um sabor ácido agradável, sendo nestes casos usualmente denominados 
acidulantes. Alguns exemplos de acidificantes de uso farmacotécnico incluem: ácido 
cítrico, ácido clorídrico, ácido tartárico, dihidrogenofosfato de sódio. 
e) Alcalinizantes 
Possuem a função de elevar o pH. Como exemplos temos o hidróxido de sódio, 
carbonato de sódio, citrato de sódio, amônia, trietanolamina, fosfato disódico. 
 
II) Estabilizantes Físico-químicos 
Os coadjuvantes técnicos deste grupo exercem mudanças quimicamente 
reversíveis na interação entre a fase dispersa (ex: fármaco) e veículo. Destas mudanças 
há a estabilização da formulação medicamentosa frente a deteriorações comumente 
classificadas como físicas (ex: separação de fases numa emulsão). Entre os processos 
físico-químicos envolvidos na estabilização de um medicamento temos a ionização, ou 
protonação, a solvatação, alteração da constante dielétrica, redução da tensão interfacial, 
efeitos de eletrólitos sobre o potencial zeta. Os principais coadjuvantes envolvidos nesta 
classe são: tensoativos (emulsificantes e mollhantes); co-solventes e solventes, 
acidulantes, alcalinizantes, eletrólitos, floculantes e coagulantes. 
 
a) Tensoativos, emulsificantes e molhantes 
Agentes que diminuem a tensão interfacial entre duas fases de polaridades 
distintas. Via de regra, possuem uma porção polar e outra apolar, sendo que, dependendo 
da característica da parte polar, classificam-se em (Fig.2): 
 
 
 
 
 
 
 
Lauril sulfato de sódio - LSS
Dodecil
Dodecil benzeno sulfonato de sódio
Monoéster de sorbitanoCloreto de n-dodecil
Octil fenol polietoxiladoLauril mono etanolamida
Fig. 2 – Exemplos de tensoativos aniônicos, catiônicos, anfóteros e não iônicos. 
 
• Aniônicos - quando a parte polar possui carga efetiva negativa; 
• Catiônicos - quando a carga é positiva; 
• Não-iônicos - quando a parte polar é um grupo hidrofílico, tal como hidroxila 
ou amina primária; 
• Anfóteros – quando há uma parte polar ionizável positiva e outra negativa, 
tal qual aminoácidos. 
Já os emulsificantes são tensoativos utilizados na estabilização de emulsões, que 
são sistemas constituídos por líquidos imiscíveis (ex: óleo-água). Entre os principais 
tensoativos temos: lauril sulfato de sódio (LSS), estearato de sódio, oleato de sódio, alquil 
ésteres de sorbitano, ésteres de sorbitano, álcool cetílico, estearatos de polioxietileno. 
Por outro lado, entende-se por molhantes os tensoativos utilizados com o intuito de 
diminuir a tensão interfacial e superficial num sistema sólido-líquido-gás promovendo o 
contato sólido-líquido e o deslocando gás adsorvido. 
Estes processos resultam no aumento da molhabilidade da partícula sólida e, 
conseqüentemente, favorecem sua dispersão no veículo. São molhantes os tensoativos 
sintéticos (LSS, Span®, Tween®) e naturais (lecitina, colesterol, gomas). 
 
 
 
19 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
20 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
b) Alcalinizantes e acidificantes 
Podem, além de garantir estabilidade química, promover a estabilidade física por 
promoção da dissolução via ionização, ou por interferirem nos estados reológicos de 
sistemas poliméricos, via modificações de interações inter e intramoleculares. 
 
c) Eletrólitos, coagulantes e floculantes 
São coadjuvantes que atuam sobre cargas superficiais residuais de partículas 
sólidas ou amorfas, atenuando, evitando ou modificando processos de sedimentação. 
Exemplos: complexos e sais metálicos, polímeros hidrofílicos, bem como acidificantes e 
alcalinizantes. 
 
III) Estabilizantes físicos 
As características que diferem estabilizantes físicos de físico-químicos são muito 
sutis. Basicamente, a ação de ambos está relacionada a ações tipicamente físico-
químicas. Entretanto, os coadjuvantes aqui classificados como físicos não interferem 
diretamente nas propriedades de outro componente. 
Entre os estabilizantes físicos temos aqueles relacionados à estabilidade física do 
produto em processo, do produto em prateleira e do produto em uso. Entre os 
coadjuvantes envolvidos na estabilidade física, propriamente dita, temos os agentes 
doadores de consistência (viscosificantes, espessantes e/ou agentes suspensores), os 
agentes envolvidos na coesão do pó (aglutinantes) e os agentes de revestimento ou 
cobertura (plastificantes, formadores de película, revestimentos entérico e revestimento 
de açúcar). 
Aqueles envolvidos na estabilização das propriedades físicas durante o processo, 
tais como os envolvidos nas propriedades de fluxo de pó (lubrificantes, antiaderentes e 
deslizantes), são igualmente importantes para uniformidade do produto final. 
Já os desagregantes, assim como os agentes de cobertura, estão envolvidos na 
estabilidade do produto durante a administração do medicamento e definem a velocidade 
de absorção (biodisponibilidade) do medicamento. 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa.Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
a) Viscosificantes, agentes suspensores e espessantes 
São agentes que diminuem a fluidez ou conferem consistência. São úteis no 
sentido de aumentar o tempo de sedimentação das suspensões. 
O termo viscosificante é atribuído a líquidos viscosos (ex.: glicerina, propilenoglicol, 
trietanolamina), enquanto os agentes suspensores são mais associados a polímeros ou 
agentes sólidos hidrofílicos empregados em suspensões ou formas semi-sólidas, como 
géis. São exemplos de agentes suspensores: carboximetilcelulose (CMC), Carbopol®, 
Natrosol®, bentonita, Veegum®, caolin, ágar, goma arábica, goma guar, goma xantana, 
goma adraganta. Já o termo espessante é associado mais freqüentemente a agentes 
doadores de consistência empregados em cremes e pomadas lipófilas (ex.: parafina, 
ceras, álcool estearílico, álcool cetílico, Lanett N® e ácido esteárico). 
 
b) Lubrificante, deslizantes e antiaderentes 
Melhoram as características reológicas do pó, uniformizando o peso de 
comprimidos e cápsulas durante o processo de enchimento. Evitam também avarias no 
equipamento, tais como riscos nas punções e matrizes das máquinas de compressão 
causadas por fricção. São lubrificantes o estearato de magnésio, o estearato de cálcio, 
estearato de zinco, o silicone, a parafina e o polietilenoglicol. Entre os deslizantes mais 
utilizados estão a sílica coloidal, amido de milho e talco, e como antiaderentes o estearato 
de magnésio e o talco. 
 
c) Aglutinantes 
São utilizados para garantir a coesão de granulados e comprimidos. São, na 
maioria, de natureza polimérica, e sua ação se dá por interações intermoleculares do tipo 
ponte de hidrogênio, entre as partículas do pó. Entre os principais aglutinantes temos as 
gomas, o ácido algínico, a carboximetilcelulose, a etilcelulose, povidona, gelatina e Nu-
Tab®. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
d) Agentes de cobertura 
São agentes utilizados para revestir comprimidos ou cápsulas a fim de conferir a 
estes proteção adicional contra a decomposição química, ou sabores desagradáveis. A 
película de cobertura pode ser de três naturezas distintas: cobertura de açúcar (ex.: 
glicose líquida, sacarose), cobertura polimérica (hidroxietilcelulose, hidroxipropilcelulose, 
hidroxipropilmetilcelulose, metilcelulose) e revestimentos entéricos (etilcelulose, 
acetoftalato de celulose, goma laca 35%). 
 
e) Desagregantes 
São usados em comprimidos para promover sua desintegração, facilitando a 
dispersão e a absorção. Podem atuar por três mecanismos: intumescimento (ex.: celulose 
microcristalina, alginato de sódio, croscarmelose e os demais aglutinantes), por formação 
de canalículos (ex.: glicose, frutose, lactose, sacarose, maltose) e por efervescência 
(bicarbonato de sódio). 
 
IV) Estabilizantes biológicos 
Basicamente, os estabilizantes biológicos são os coadjuvantes utilizados contra a 
proliferação microbiana. Podem ser conservantes antimicrobianos ou antifúngicos. 
 
a) Conservantes antimicrobianos 
São os agentes que evitam a proliferação de microorganismos em geral (ex.: 
Nipagin®, Nipazol®, álcool benzílico, cloreto de cetilpiridínio, cloreto de benzalcônio, 
clorobutanol). 
 
b) Conservantes antifúngicos 
Utilizados na prevenção do crescimento de fungos. Os exemplos incluem: 
butilparabeno, etilparabeno, metilparabeno (Nipagin®), propilparabeno (Nipazol®), ácido 
benzóico, propionato de sódio e benzoato de sódio. 
 
V) Agentes corretivos 
Têm a função de modificar as propriedades organolépticas de cor, sabor e aroma. 
 
 
 
 
 
23 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
a) Corantes 
 Dão cor ao medicamento com a finalidade estética, marcadora ou como parâmetro 
de dispersibilidade (ex: amarelo de tartrazina, azul de metileno, urucum). 
b) Flavorizantes 
 Agentes que conferem sabor e aroma (ex.: menta, vanilina, essências de abacaxi, 
hortelã, tutti-fruti, canela). 
c) Edulcorantes 
Agentes que conferem sabor doce (ex.: xarope, glicose, frutose, maltose, sorbitol, 
glicerina e adoçantes, como a sacarina, ciclamato e aspartame) 
 
1.4.3 Veículos 
Veículos são os agentes carreadores do fármaco. Devem ser inertes e inócuos. 
Têm a função de completar a forma de dosagem aumentando o volume, possibilitar a 
quantificação da dose certa de fármaco e permitir a administração do mesmo. 
 
1.4.3.1 Veículos em formas líquidas 
Têm a função de dar volume final ao medicamento e são, em geral, relacionados 
às formas farmacêuticas líquidas (ex.: água destilada, etanol, glicerina, óleos e 
propilenoglicol). 
 
1.4.3.2 Veículos em formas plásticas 
São geralmente denominados bases, sendo que quando lipófilas caracterizam-se 
pela mistura de ceras (ex.: cera de abelhas, parafina, álcool cetílico etc.) e óleos (ex.: 
óleos vegetais, óleos de silicone e óleo mineral) diversos. Por outro lado, quando 
hidrófilas caracterizam-se por sistemas gel, os quais são formados por polímeros 
hidrofílicos (tais como derivados de celulose, ácido carboxivinílico e polipeptídeos) e 
encerram acima de 90% de água. 
 
1.4.3.3 Veículos em formas sólidas 
Enquanto para formas medicamentosas líquidas e plásticas os veículos encerram 
proporções majoritárias, em formas sólidas, muitas vezes, o próprio fármaco é o 
 
 
 
 
 
24 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
componente em maior proporção na formulação. Assim, termos como excipiente e 
diluente podem ser associados a veículos em formas sólidas. 
 
I) Excipientes 
É o conjunto de componentes, que não o(s) principio(s) ativo(s), que compõem a 
fórmula. Em geral apresentam, além da função diluente, outras funções agregadas, tais 
como a de aglutinantes, desagregantes, edulcorantes etc. 
II) Diluentes 
São componentes cuja função básica é a de complementar o peso de formas 
sólidas (ex.: amido, celulose microcristalina e lactose). 
 
1.4.3.4 Veículos em formas gasosas 
Os Propelentes teriam a função de veiculo em formas gasosas, pois são agentes 
responsáveis pelo desenvolvimento da pressão necessária em um frasco de aerossol, 
permitindo a expulsão do produto quando a válvula é acionada. Exemplos incluem CO2 e 
CFC´s como diclorofluorometano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------- FIM DO MÓDULO I -------------------- 
 
	1. INTRODUÇÃO À FARMACOTÉCNICA 
	1.3.2 Pesagem

Outros materiais