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DIREITO PENAL DESMEMBRADO - COM QUESTÕES AULA 3

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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
 
Olá, Futuros Delegados da Polícia Federal! 
 
Hoje chegamos à nossa terceira aula e analisaremos os crimes contra a 
Administração Pública/Finanças. Ao término da aula apresentarei um resumo 
sobre o tema. 
Trata-se de um assunto importantíssimo e que, com certeza, estará presente 
em sua PROVA 
Vamos começar! 
Bons estudos! 
******************************************************* 
 
1. (CESPE / Analista Judiciário - STM / 2011) Caso o indivíduo X, 
servidor público, aceite dinheiro oferecido pelo indivíduo Y para 
retardar o andamento de processo que tramita na vara onde X exerce 
suas funções, os dois deverão responder por corrupção passiva, em 
concurso de pessoas. 
 
Errado. O agente público, se solicita ou recebe vantagem indevida, responde 
por corrupção passiva. Diferentemente, a pessoa que oferece ou promete 
responde por corrupção ativa. 
 
2. (CESPE / Analista Judiciário - STM / 2011) A pessoa que exige 
para si vantagem a pretexto de influir em ato praticado por servidor 
público no exercício da função comete crime de tráfico de influência. 
AULA 03 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA / FINANÇAS 
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DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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Caracteriza-se a exploração de prestígio quando a solicitação é feita 
a pretexto de influir, por exemplo, sobre juiz ou funcionário da 
justiça. 
 
Certo. A questão enuncia de forma correta o tráfico de influência (art. 332, 
do CP) e o delito de exploração de prestígio (art. 357, do CP). 
 
3. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) Quem der causa à 
instauração de mera investigação administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime de que o sabe inocente, não responde pelo 
delito de denunciação caluniosa. 
 
Errado. A denunciação caluniosa está prevista no art. 339 do código Penal. É 
definida como a conduta de dar causa à instauração de investigação policial, 
de processo judicial, instauração de investigação administrativa, 
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime de que o sabe inocente. 
 
4. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) Aquele que provoca a ação 
de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de simples 
contravenção penal que sabe não se ter verificado, não comete crime 
contra a administração da justiça. 
 
Errado. Aquele que provoca a ação de autoridade, comunicando-lhe a 
ocorrência de simples contravenção penal que sabe não se ter verificado, 
comete crime de comunicação falsa de crime ou de contravenção, delito 
previsto no art. 340 do Código Penal 
 
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5. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) Aquele que facilita a 
entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou 
similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional comete 
crime contra a administração da justiça. 
 
Certo. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de 
aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem 
autorização legal, em estabelecimento prisional, caracteriza modalidade de 
favorecimento real, prevista no art. 349-A do Código Penal. 
 
6. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) A respeito do delito de falso 
testemunho, o Código Penal adotou, em relação à falsidade, a teoria 
objetiva, segundo a qual o delito se consuma com a mera divergência 
entre o fato narrado e a realidade dos fatos. 
 
Errado. A doutrina menciona a existência de duas teorias: objetiva e 
subjetiva. A primeira diz que a falsidade corresponde aos fatos que não 
aconteceram, mas que foram narrados como se tivessem acontecido. Denota 
mera divergência entre o fato narrado e a realidade dos fatos. A segunda 
teoria relaciona-se diretamente à ciência do agente. Refere que a falsidade é 
o relato verdadeiro, amplamente em consonância com os fatos, mas que não 
foram presenciados pela testemunha. Ou seja, o agente falsamente afirma 
ter presenciado um fato verídico. 
O Código Penal, no que diz respeito ao falso testemunho, adota a teoria 
subjetiva. Assim, para fins de comprovação do crime de falso testemunho 
(art. 342 do CP), é necessário que reste demonstrada a dissensão entre o 
depoimento e a ciência da testemunha (teoria subjetiva), e não a mera 
existência de contraste entre o depoimento da testemunha e o que 
efetivamente sucedeu (teoria objetiva). 
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7. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) A fraude processual é crime 
comum e material, exigindo-se, para a sua consumação, que o juiz ou 
o perito tenham sido efetivamente induzidos a erro, não podendo ser 
cometido por pessoa que não tenha interesse no processo. 
 
Errado. O código penal brasileiro prevê em seu artigo 347 o crime de fraude 
processual. O referido dispositivo pressupõe que, na pendência da lide, o 
agente inove artificiosamente o estado do lugar, da coisa ou da pessoa, com 
o fito de induzir em erro o juiz ou o perito. 
A fraude processual é crime comum e formal, não se exigindo para a sua 
consumação, que o juiz ou o perito tenham sido efetivamente induzidos a 
erro, bastando que a inovação seja apta, num primeiro momento, a produzir 
tal resultado. 
O sujeito ativo do crime poderá ser qualquer pessoa, pois trata-se de crime 
comum, podendo o agente ter ou não interesse na lide, ou seja, incorrerá em 
crime inclusive pessoa estranha a relação processual. O sujeito passivo é o 
Estado e a pessoa prejudicada pela ação do agente. 
 
8. (CESPE / AGU-ADM / 2010) Um servidor público, nomeado para 
elaborar prova de concurso para a progressão de servidores para 
classe imediatamente superior, antecipou a alguns candidatos as 
questões e as respostas do exame, o que acarretou graves 
consequências de ordem administrativa e patrimonial devido à 
anulação do certame. Nessa situação, além das sanções 
administrativas correspondentes, o agente responderá pelo crime de 
violação de sigilo funcional. 
 
Certo. A conduta descrita caracteriza o delito de violação de sigilo funcional. 
Tal delito encontra-se definido no art. 325 do Código Penal como a conduta 
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de Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva 
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação. 
 
9. (CESPE / AGU-ADM / 2010) Um delegado de polícia, por desleixo e 
mera indolência, omitiu-se na apuração de diversas ocorrências 
policiais sob sua responsabilidade, não cumprindo, pelos mesmos 
motivos, o prazo de conclusão de vários procedimentos policiais em 
curso. Nessa situação, a conduta do policial constitui crime de 
prevaricação. 
 
Errado. A prevaricação está definida no artigo 319 do Código Penal como a 
conduta de retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal. 
O tipo penal exige com elemento subjetivo o dolo e a intenção de satisfazer 
interesse ou sentimento pessoal. 
Como na questão não há qualquer menção ao fato de à autoridade querer 
satisfazer interesse ou sentimento pessoal, não estará caracterizada a 
prevaricação. 
 
10. (CESPE / AGU-ADM / 2010) Um policial militar em serviço, ao 
abordar um cidadão, exigiu dele o pagamento de determinada soma 
em dinheiro, utilizando-se de violência e ameaçando-o de sequestrar 
o seu filho. A vítima, ante o temor da ameaça, cedeu às exigências 
formuladas e entregou ao policial a quantia exigida. Nessa situação, 
não obstante a prática de crime pelo agente, não há que se falar em 
delito de concussão, pois inexiste nexo causal entre a função pública 
desempenhada pelo policial e a ameaça proferida. 
 
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Certo. Para que haja concussão é necessário que exista correlação ou nexo 
causal entre a ameaça e a função pública desempenhada pelo agente. No 
caso em análise não há correlação, não há nexo, pois qualquer pessoa e não 
apenas um policial poderia ameaçar sequestrar o filho da vítima a fim de 
obter a vantagem indevida. 
 
11. (CESPE / AGU-ADM / 2010) Um funcionário que ocupa cargo em 
comissão de uma prefeitura foi exonerado, de ofício, pelo prefeito, 
tendo sido formalmente cientificado do ato mediante comunicação 
oficial devidamente publicada no diário oficial. A despeito disso, o 
servidor continuou a praticar atos próprios da função pública, sem 
preencher condições legais para tanto. Nessa situação, configurou-se 
o delito de usurpação de função pública. 
 
Errado. O crime de Usurpação de função pública, previsto no art. 328 do 
Código Penal, consiste em usurpar o exercício de função pública. 
Usurpar que é derivado do latim USURPARE, significa apossar-se sem ter 
direito. Usurpar a função pública é, portanto, exercer ou praticar ato de 
uma função que não lhe é devida. 
A punição se dá quando alguém toma para si, indevidamente, uma função 
pública alheia, praticando algum ato ou vontade correspondente, entretanto, 
a função usurpada há de ser absolutamente estranha ao usurpador para a 
configuração do crime. 
 
12. (CESPE / Procurador - BACEN / 2009) Não haverá o crime de 
condescendência criminosa quando faltar ao funcionário público 
competência para responsabilizar o subordinado que cometeu a 
infração no exercício do cargo. 
 
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Errado. O crime de condescendência criminosa, previsto no art. 320 do 
Código Penal, pode ocorrer em duas situações: Quando o funcionário, por 
indulgência, deixar de responsabilizar subordinado que cometeu infração no 
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente. Assim, não é correto afirmar que o 
delito em tela só ocorre quando há relação de subordinação. 
 
13. (CESPE / Procurador - BACEN / 2009) No crime de prevaricação, 
a satisfação de interesse ou sentimento pessoal é mero exaurimento 
do crime, não sendo obrigatória a sua presença para a configuração 
do delito 
 
Errado. Consiste a prevaricação em retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Assim, a satisfação de 
interesse ou sentimento pessoal não é mero exaurimento do crime, mas sim 
elemento subjetivo que deve coexistir com o dolo, a fim de caracterizar o 
crime. 
 
14. (CESPE / Procurador - BACEN / 2009) A ocorrência de prejuízo 
público como resultado do fato não influencia a pena do crime de 
abandono de função. 
 
Errado. Conforme previsão do § 1º do art. 323 do Código Penal, se do 
abandono de função resulta prejuízo público, a pena é ampliada em relação 
ao tipo fundamental. 
 
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15. (CESPE / Analista - IBRAM / 2009) O agente público que, 
descumprindo dever funcional, praticar ato de ofício apenas por 
ceder à influência de outrem comete o crime de prevaricação. 
 
Errado. Caracteriza o delito de corrupção passiva, previsto no § 2º do art. 
317 do Código Penal o fato de o funcionário praticar, deixar de praticar ou 
retardar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou 
influência de outrem. 
 
16. (CESPE / Analista - IBRAM / 2009) O agente público que, 
mediante ameaças e lesão corporal, exige vantagem pecuniária 
indevida comete o crime de concussão. 
 
Errado. O delito de concussão, previsto no art. 316 do Código Penal, se 
tipifica quando o funcionário público exige, impõe, ameaça ou intima a 
vantagem espúria e o sujeito passivo cede à exigência pelo temor. Em outros 
termos, o crime de concussão é uma espécie de extorsão praticada pelo 
funcionário público, com abuso de autoridade, contra particular que cede ou 
virá a ceder em face do metu publicae potestatis (medo do poder 
público). Neste delito a exigência não advém de ameaças e lesão corporal. 
 
17. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) No delito de 
peculato, é desnecessário o elemento subjetivo do tipo denominado 
animus rem sibi habendi, sendo certo que o mero uso do bem público 
para satisfazer interesse particular, ainda que haja devolução 
posterior, configura o crime em tela. 
 
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Errado. No crime de peculato, definido no art. 312 do Código Penal, o 
elemento subjetivo do tipo é o dolo, caracterizado pela vontade livre e 
consciente de apropriar-se ou desviar a coisa móvel pública ou particular, 
com o ânimo de apoderar-se dela de forma definitiva sem a intenção de 
restituí-la. O funcionário passa a agir como se fosse o dono ou desvia a coisa 
dando um fim diverso do previsto legalmente. É o denominado animus 
rem sibi habendi. 
 
18. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) É inadmissível a 
aplicação do princípio da insignificância aos delitos praticados contra 
a administração pública. 
 
Errado. A questão acima é controvertida em nossos tribunais superiores. 
Existem decisões divergentes entre o STJ e o STF. O STF no HC 87.478-PA 
entendeu ser perfeitamente aplicável o principio da insignificância nos crimes 
contra a Administração Pública. Já o STJ no REsp. 655.946-DF entendeu não 
ser aplicável. O CESPE segue o entendimento do STF segundo o qual é 
admissível a aplicação do princípio da insignificância aos delitos praticados 
contra a Administração Pública. 
 
19. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) A formalidade do 
compromisso não integra o crime de falso testemunho, razão pela 
qual quem não é obrigado pela lei a testemunhar, mas que se dispõe 
a fazê-lo e é advertido pelo juiz, mesmo sem ter prestado 
compromisso, pode ficar sujeito às penas do crime de falso 
testemunho. 
 
Certo. Segundoo entendimento do STF, a formalidade do compromisso não 
mais integra o tipo do crime de falso testemunho, diversamente do que 
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ocorria no primeiro Código Penal da Republica, Decreto 847, de 11/10/1890. 
Quem não e obrigado pela lei a depor como testemunha, mas que se dispõe 
a fazê-lo e é advertido pelo Juiz, mesmo sem ter prestado compromisso pode 
ficar sujeito as penas do crime de falso testemunho. 
 
20. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) A autoridade 
administrativa que se nega a cumprir ordem judicial para satisfazer 
sentimento pessoal pratica o delito de desobediência. 
 
Errado. O crime de desobediência não pode ter por sujeito ativo o funcionário 
público, salvo atuando como particular, ou seja, descumprindo ordem não 
referente às suas funções. 
Se o servidor público, recebendo ordem judicial para cumprimento, retarda 
ou deixa de praticar, indevidamente, os respectivos atos de ofício, ou os 
pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal, resta passível de ser processado criminalmente, porém 
por prevaricação (art. 319 do CP). 
 
21. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Policial civil que 
ingressa no depósito de veículos e subtrai uma motocicleta 
apreendida comete o crime de peculato desvio. 
 
Errado. No caso em tela, há ocorrência do peculato furto. Segundo o STF, tal 
espécie de peculato ocorre quando o funcionário público não detém a posse 
da coisa (valor, dinheiro ou outro bem móvel) em razão do cargo que ocupa, 
mas sua qualidade de funcionário público propicia facilidade para a 
ocorrência da subtração devido ao trânsito que mantém no órgão público em 
que atua ou desempenha suas funções 
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22. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Comete o crime de 
concussão o médico de hospital público que exige de paciente, em 
razão de sua função, dinheiro para viabilizar o atendimento pelo SUS. 
 
Certo. O médico do SUS, nos termos do art. 327 do Código Penal, é 
considerado funcionário público para fins penais. Assim, como a conduta se 
enquadra na figura típica do art. 316, responderá o agente pelo crime de 
concussão. 
 
23. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Se um gerente do 
Banco do Brasil, entidade paraestatal, apropriar-se de dinheiro 
particular de que tem a posse em razão do cargo, o crime por ele 
cometido será o de apropriação indébita, uma vez que ele não pode 
ser considerado funcionário público para fins penais. 
 
Errado. Segundo o art. 327 do Código Penal, considera-se funcionário 
público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. O Banco do Brasil é 
uma sociedade de economia mista, integra a Administração Indireta e, 
portanto, o gerente será considerado funcionário público para fins penais. 
 
24. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) No crime de 
concussão, o ressarcimento do dano é causa de extinção da 
punibilidade. 
 
Errado. O Código Penal não prevê hipótese de extinção de punibilidade, no 
caso de ressarcimento do dano, para o delito de concussão. 
 
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25. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Para que se 
configure o crime de desvio irregular de verbas, é necessário que as 
contas do gestor público sejam rejeitadas pelo tribunal de contas. 
 
Errado. A conduta de dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da 
estabelecida em lei caracteriza o delito de desvio irregular de verbas, 
previsto no art. 315 do Código Penal. Para a caracterização do crime é 
irrelevante o fato de as contas haverem sido aprovadas ou rejeitadas pelo 
tribunal de contas. 
 
26. (CESPE / TCE-RN / 2009) Constitui crime contra as finanças 
públicas ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois 
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, 
ainda que a despesa possa ser paga no mesmo exercício financeiro e 
constitui crime contra as finanças públicas ordenar, autorizar ou 
promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de 
títulos da dívida pública que não tenham sido criados por lei ou que 
não estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de 
custódia. 
 
Errado. O final da questão está correto, pois trata do crime de oferta pública 
ou colocação de títulos no mercado, definido no art. 359-H do Código Penal. 
Ocorre, entretanto, que a primeira parte está errada, pois para a 
caracterização do crime de assunção de obrigação no último ano do mandato 
ou legislatura, previsto no art. 359-C do código Penal, é necessário que o 
agente ordene ou autorize a assunção de obrigação, nos dois últimos 
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não 
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a 
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ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de 
disponibilidade de caixa. 
 
27. (CESPE / TJ – PA / 2009) Os crimes contra as finanças públicas 
cometidos por agente público que possua atribuição legal para 
ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, classificam-se 
como crime próprio. 
 
Certo. Crimes próprios são aqueles que exigem uma qualificação especial do 
sujeito ativo. No caso, atribuição legal para ordenar, autorizar ou realizar 
operação de crédito. 
 
28. (CESPE / SESCONT / 2009) Segundo a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), o peculato, na modalidade desvio, é crime 
formal, consumando-se independentemente de prejuízo efetivo para 
a administração pública. 
 
Errado. Segundo entendimento do STJ (HC 114.717/MG, DJ 14.06.2010) o 
crime de peculato-desvio é material e admite, portanto, a tentativa. 
 
29. (CESPE / Analista - DETRAN-DF / 2009) O pai de João praticou o 
crime de favorecimento pessoal, na medida em que modificou, de 
maneira tendenciosa, o lugar do crime, no intuito de induzir o perito 
em erro para favorecer o filho. 
 
Errado. No caso apresentado, o pai de João inovar artificiosamente, na 
pendência de processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com 
o fim de induzir a erro o perito. Assim, caracterizado está o crime de fraude 
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processual (art. 347 do CP) e não o delito de favorecimento pessoal (art. 348 
do CP) que consiste em auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública 
autor de crime a que é cominada pena de reclusão. 
 
30. (CESPE / Analista - DETRAN-DF / 2009) Caso assumisse a autoria 
do atropelamento, o pai de João cometeria denunciação caluniosa, 
crime de ação penal públicacondicionada a representação, por dar 
causa à instauração de investigação policial sabendo-se inocente. 
 
Errado. O ato de acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou 
praticado por outrem caracteriza o crime de auto-acusação falsa, previsto no 
art. 341 do Código Penal. A denunciação caluniosa, diferentemente, consiste 
em dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, 
instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de 
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o 
sabe inocente. 
 
31. (CESPE / Polícia Federal / 2009) Considere a seguinte situação 
hipotética. Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por 
Fernando, em razão da sua função pública de agente da Polícia 
Federal, para praticar ato legal, que lhe competia, como forma de 
agrado. Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de 
corrupção passiva, o qual, para se consumar, tem como elementar do 
tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público. 
 
Errado. Ainda que seja para a prática de ato legal, se a autoridade pública 
recebe vantagem indevida, haverá corrupção passiva, denominada 
doutrinariamente de “corrupção passiva imprópria”. 
 
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32. (CESPE / Polícia Federal / 2009) Caso um policial federal preste 
ajuda a um contrabandista para que este ingresse no país e 
concretize um contrabando, consumar-se-á o crime de facilitação de 
contrabando, ainda que o contrabandista não consiga ingressar no 
país com a mercadoria. 
 
Certo. No crime de facilitação do contrabando e do descaminho (art. 318, 
CP), o crime se consuma com a facilitação, não sendo necessário que esteja 
consumado o contrabando ou descaminho (crime formal). Em outras 
palavras, o crime se consuma com a ajuda prestada, independentemente do 
resultado. 
 
33. (CESPE / Analista jurídico - SEBRAE-BA / 2009) Tratando-se de 
peculato culposo, a reparação do dano, a qualquer momento, 
extingue a punibilidade do agente. 
 
Errado. Conforme o §3º, do art. 312, do Código Penal, no peculato, a 
reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a 
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
 
34. (CESPE / Analista jurídico - SEBRAE-BA / 2009) Equipara-se a 
funcionário público, para fins penais, quem exerce cargo, emprego 
ou função em entidade paraestatal. 
 
Certo. A lei nº 9.983/2000 estendeu o conceito de funcionário público, 
equiparando a este quem trabalha em entidade paraestatal e quem trabalha 
em empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a 
execução de atividade típica da Administração pública 
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35. (CESPE / Analista jurídico - SEBRAE-BA / 2009) A retratação do 
agente, antes da sentença, no crime de denunciação caluniosa, 
isenta-o de pena. 
 
Errado. O crime de denunciação caluniosa está previsto no art. 339 do 
Código Penal e consiste no ato de dar causa à instauração de investigação 
policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, 
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime de que o sabe inocente. 
Na denunciação caluniosa não há previsão de isenção de pena no caso da 
retratação do agente. 
Nesta questão a banca tenta confundir o candidato com o crime de falso 
testemunho, pois neste sim o fato deixa de ser punível se, antes da sentença 
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a 
verdade. 
 
36. (CESPE / Procurador Judicial / 2009) O agente público que, 
embora não tendo a posse do dinheiro, o subtrai em proveito próprio, 
valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário, comete modalidade de peculato. 
 
Certo. O peculato-furto encontra previsão no § 1º do art. 312 do CP e, 
segundo o STF, ocorre quando o funcionário público não detém a posse da 
coisa (valor, dinheiro ou outro bem móvel) em razão do cargo que ocupa, 
mas sua qualidade de funcionário público propicia facilidade para a 
ocorrência da subtração devido ao trânsito que mantém no órgão público em 
que atua ou desempenha suas funções. 
 
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37. (CESPE / Procurador Judicial / 2009) O agente que solicita 
vantagem a pretexto de influir em ato funcional praticado por 
funcionário público comete o crime de exploração de prestígio, cujo 
sujeito ativo deve ser funcionário público. 
 
Errado. No caso em questão, como há solicitação de vantagem a pretexto de 
influir em ato funcional praticado por funcionário público, trata-se do 
crime de tráfico de influência e não de exploração de prestígio. 
O tráfico de influência encontra previsão no art. 332 do Código Penal e 
caracteriza-se pelo fato de o agente solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si 
ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir 
em ato praticado por funcionário público no exercício da função. 
 
38. (CESPE / Assistente Administrativo - MPE-RR / 2009) O agente 
que facilita a revelação de fato de que tem ciência em razão do cargo 
que ocupa, mas que deveria permanecer em segredo não pratica 
crime, mas pode ser responsabilizado administrativamente pela 
prática de infração disciplinar. 
 
Errado. A conduta descrita na questão caracteriza o crime de violação de 
sigilo funcional. Tal delito ocorre quando o agente revela fato de que tem 
ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilita-
lhe a revelação. 
 
39. (CESPE / Assistente Administrativo - MPE-RR / 2009) O servidor 
público que se apropria, em proveito próprio, de dinheiro público de 
que tem a posse em razão do cargo que ocupa, pratica o crime de 
peculato. 
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Certo. A conduta de apropriar-se de dinheiro público de que tem a posse em 
razão do cargo enquadra-se na tipificação do crime de peculato (art. 312 do 
Código Penal). 
 
40. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de corrupção passiva, se, 
por causa do delito, o funcionário retardar a prática de ato de ofício, 
haverá mero exaurimento da conduta delituosa, que não conduz ao 
aumento de pena. 
 
Errado. A corrupção passiva, definida no art. 317 do Código Penal, consiste 
em solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. 
Segundo o parágrafo 1º do citado artigo, a pena é aumentada de um terço, 
se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou 
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever 
funcional. 
 
41. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de prevaricação, a 
satisfação de interesse ou sentimento pessoal, que motiva a prática 
do crime, é necessária para a existência do crime. 
 
Certo. No que diz respeitoao delito de prevaricação, previsto no art. 319 do 
Código Penal, o tipo penal possui dois elementos SUBJETIVOS: O dolo e a 
expressão “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. Sem esta 
finalidade específica em consonância com o dolo, a conduta é atípica. 
 
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42. (CESPE / TRE – GO / 2009) Pratica crime de prevaricação o 
funcionário que deixa, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando 
lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente. 
 
Errado. A questão trata do crime de condescendência criminosa, tipificada no 
artigo 320 do Código Penal, e não da prevaricação. A condescendência 
criminosa consiste em deixar o funcionário, por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, 
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente. 
 
43. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de advocacia 
administrativa, a legitimidade ou ilegitimidade do interesse privado 
patrocinado perante a administração pública não influi na pena. 
 
Errado. Na advocacia administrativa, conforme o parágrafo único do art. 321 
do Código Penal, a legitimidade ou ilegitimidade do interesse patrocinado 
influencia na pena, sendo maior se for ilegítimo. 
 
44. (CESPE / Procurador - PM Natal / 2008) Adão, diretor de 
penitenciária federal, deixou de cumprir seu dever de vedar aos 
presos ali custodiados o acesso a aparelho telefônico celular, fato 
que permitiu aos detentos a comunicação com o ambiente externo. 
Nessa situação, Adão cometeu, em tese, o delito de condescendência 
criminosa. 
 
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Errado. O delito de condescendência criminosa, previsto no art. 320 do 
Código Penal, exige que o ato seja cometido por indulgência, brandura, 
clemência. No caso em tela, o diretor da penitenciária comete o crime de 
prevaricação, previsto no art. 319-A do Código Penal. 
 
45. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) No âmbito da administração 
pública, o agente que pede dinheiro a pretexto de influir na decisão 
de juiz eleitoral incorre em crime de tráfico de influência. 
 
Errado. Neste caso, responderá o agente por exploração de prestígio. 
 
46. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) No âmbito da administração 
pública, o agente que solicita para si vantagem indevida em razão da 
função pública que exerce incide no crime de corrupção ativa. 
 
Errado. Neste caso, o crime caracterizado é o de corrupção passiva. 
 
47. (CESPE / Analista - TRE-RJ / 2012) Pratica o delito de excesso de 
exação o funcionário público que exige tributo que sabe ser indevido. 
 
Errado. A questão enuncia corretamente o excesso de exação. 
 
48. (CESPE / Agente - TJ-RR / 2012) Pode haver o crime de 
corrupção passiva sem que haja o de corrupção ativa. 
 
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Certo. A corrupção passiva é crime formal e consuma-se no momento em 
que o funcionário público solicita, recebe ou aceita a promessa de vantagem 
indevida, MESMO QUE O PARTICULAR NÃO REALIZE O PAGAMENTO. 
 
49. (CESPE / TCE-RN / 2009) Constitui crime contra as finanças 
públicas ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois 
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, 
ainda que a despesa possa ser paga no mesmo exercício financeiro e 
constitui crime contra as finanças públicas ordenar, autorizar ou 
promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de 
títulos da dívida pública que não tenham sido criados por lei ou que 
não estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de 
custódia. 
 
Errado. O final da questão está correto, pois trata do crime de oferta pública 
ou colocação de títulos no mercado, definido no art. 359-H do Código Penal. 
Ocorre, entretanto, que a primeira parte está errada, pois para a 
caracterização do crime de assunção de obrigação no último ano do mandato 
ou legislatura, previsto no art. 359-C do código Penal, é necessário que o 
agente ordene ou autorize a assunção de obrigação, nos dois últimos 
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não 
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a 
ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de 
disponibilidade de caixa. 
 
50. (CESPE / TJ – PA / 2009) Os crimes contra as finanças públicas 
cometidos por agente público que possua atribuição legal para 
ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, classificam-se 
como crime próprio. 
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Correto. Crimes próprios são aqueles que exigem uma qualificação especial 
do sujeito ativo. No caso, atribuição legal para ordenar, autorizar ou realizar 
operação de crédito. 
 
51. (CESPE / TCE – AM / 2007) Constitui crime contra as finanças 
públicas autorizar a assunção de obrigação, cuja despesa não possa 
ser paga no mesmo exercício financeiro, nos dois últimos 
quadrimestres do seguinte período do mandato último ano. 
 
Correto. A questão trata do crime de assunção de obrigação no último ano 
do mandato ou legislatura. Tal delito encontra previsão no art. 359-C do 
Código Penal e consiste em ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, 
nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, 
cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso 
reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida 
suficiente de disponibilidade de caixa. 
 
52. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) 
Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, 
quem ordena ato que acarrete aumento de despesa total com 
pessoal, nos duzentos e quarenta dias anteriores ao final do 
mandato. 
 
Errado. A questão trata do crime de aumento de despesa total com pessoal 
no último ano do mandato ou legislatura. Incide no citado delito o agente 
público que ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de 
despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do 
mandato ou da legislatura. 
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Assim, o crime é caracterizado quando o aumento é determinado nos 180 
dias anteriores ao final do mandato e não nos 240. 
 
53. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) 
Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, 
quem autoriza a colocar no mercado financeiro títulos de dívida 
pública sem que estejam registrados em sistema centralizado de 
liquidação e custódia. 
 
Correto. A questão trata do crime de oferta pública oucolocação de 
títulos no mercado. Tal delito, previsto no art. 359-H do Código Penal 
consiste em ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação 
no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido 
criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de 
liquidação e de custódia. 
 
54. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) 
Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, 
quem promove o cancelamento de restos a pagar inscritos em valor 
superior ao permitido em lei ou regulamento. 
 
Errado. Nos termos do art. 359-F, do Código Penal, o que caracteriza o delito 
é o fato de deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento 
do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em 
lei. 
 
55. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) 
Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, 
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quem ordena operação de crédito interno ou externo, com 
autorização legislativa, mas sem prévio acordo da instituição 
financeira. 
 
Errado. O art. 359-A do Código Penal não caracteriza como crime a 
ordenação de operação de crédito interno ou externo sem prévio acordo da 
instituição financeira, mas sim sem prévia autorização legislativa. 
 
56. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) 
Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, 
quem presta garantia em operação de crédito com a constituição de 
contragarantia em valor igual ao valor da garantia prestada. 
 
Errado. O art. 359-E do Código Penal define o delito de prestação de 
garantia graciosa como a conduta de prestar garantia em operação de 
crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou 
superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei. Assim, não 
constitui crime o ato de prestar garantia em operação de crédito com a 
constituição de contragarantia em valor igual ao valor da garantia 
prestada. 
 
******************************************************* 
 
Por enquanto é “só”! 
Aproveito a oportunidade para apresentar um resumo sobre um dos 
principais temas de seu edital: Os crimes contra a Administração Pública. 
 
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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - RESUMO 
CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
PECULATO 
DIVIDE-SE EM: 
PECULATO-
APROPRIAÇÃO 
E 
PECULATO-DESVIO 
 
Apropriar-se o funcionário 
público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, 
público ou particular, de que 
tem a posse em razão do 
cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio. 
A consumação no 
peculato-apropriação 
ocorre quando o indivíduo 
age como se fosse dono do 
objeto. Por sua vez, no 
peculato-desvio ocorre 
quando o indivíduo desvia 
o bem, sendo irrelevante 
se consegue ou não 
proveito próprio ou alheio. 
 
 
PECULATO-FURTO 
O funcionário público, embora 
não tendo a posse do 
dinheiro, valor ou bem o 
subtrai ou concorre para que 
seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se 
de facilidade que lhe 
proporciona a qualidade de 
funcionário. 
Ocorre quando o 
funcionário público subtrai 
ou concorre para que seja 
subtraído. 
 
 
 
 
PECULATO CULPOSO 
Quanto aos delitos acima, se 
o funcionário concorre 
culposa-mente para o crime 
de outrem. 
A reparação do dano, se 
precede à sentença 
irrecorrível, extingue a 
punibilidade; se lhe é 
posterior, reduz de metade a 
pena imposta. 
Refere-se aos delitos 
acima. 
 
PECULATO MEDIANTE 
ERRO DE OUTREM 
Apropriar-se de dinheiro ou 
qualquer utilidade que, no 
exercício do cargo, recebeu 
por erro de outrem. 
O crime se consuma não 
no momento em que o 
funcionário recebe a coisa, 
mas no momento em que, 
tendo sua posse, dela se 
apropria. 
 
 
INSERÇÃO DE DADOS 
FALSOS EM SISTEMA 
DE INFORMAÇÕES 
Inserir ou facilitar, o 
funcionário autorizado, a 
inserção de dados falsos, 
alterar ou excluir 
indevidamente dados 
corretos nos sistemas 
informatizados ou bancos de 
dados da Administração 
Pública, com o fim de obter 
vantagem indevida para si ou 
O crime se consuma no 
momento em que as 
informações falsas passam 
a fazer parte do sistema 
de informações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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para outrem ou para causar 
dano. 
 
MODIFICAÇÃO OU 
ALTERAÇÃO NÃO 
AUTORIZADA DE 
SISTEMA DE 
INFORMAÇÕES 
Modificar ou alterar, o 
funcionário, sistema de 
informações ou programa de 
informática sem autorização 
ou solicitação de autoridade 
competente. 
As penas são aumentadas de 
um terço até a metade se da 
modificação ou alteração 
resulta dano para a 
Administração Pública ou 
para o administrado. 
O crime se consuma com a 
alteração ou modificação. 
 
 
EXTRAVIO, 
SONEGAÇÃO OU 
INUTILIZAÇÃO DE 
LIVRO OU 
DOCUMENTO 
Extraviar livro oficial ou 
qualquer documento de que 
tem a guarda em razão do 
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-
lo, total ou parcialmente. 
Consuma-se o delito com a 
realização das condutas 
definidas na norma 
incriminadora, sendo 
irrelevante a ocorrência de 
dano para a administração 
pública. 
 
 
EMPREGO IRREGULAR 
DE VERBAS OU 
RENDAS PÚBLICAS 
Dar às verbas ou rendas 
públicas aplicação diversa da 
estabelecida em lei. 
O crime é consumado com 
a aplicação irregular de 
rendas e verbas públicas, 
não bastando a simples 
indicação sem execução. 
 
 
CONCUSSÃO 
Exigir, para si ou para 
outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida. 
A consumação ocorre com 
a exigência, no momento 
que esta chega ao 
conhecimento do sujeito 
passivo. 
 
EXCESSO DE EXAÇÃO 
Se o funcionário exige tributo 
ou contribuição social que 
sabe ou deveria saber 
indevido ou, quando devido, 
emprega na cobrança meio 
vexatório ou gravoso que a 
lei não autoriza; OU se 
desvia, em proveito próprio 
ou de outrem, o que recebeu 
indevidamente para recolher 
aos cofres públicos. 
O delito se consuma no 
momento da exigência ou 
do emprego do meio 
vexatório ou gravoso. 
 
 
 
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CORRUPÇÃO PASSIVA 
Solicitar ou receber, para si 
ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora 
da função, ou antes de 
assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida, ou 
aceitar promessa de tal 
vantagem. 
A pena é aumentada de um 
terço se, em conseqüência da 
vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou deixa 
de praticar qualquer ato de 
ofício ou o pratica infringindo 
dever funcional. 
O delito se consuma no 
momento em que a 
solicitação chega ao 
conhecimentodo terceiro 
ou quando o funcionário 
recebe a vantagem ou 
aceita a promessa de sua 
entrega. 
 
 
FACILITAÇÃO DE 
CONTRABANDO OU 
DESCAMINHO 
Facilitar, com infração de 
dever funcional, a prática de 
contrabando ou descaminho. 
Consuma-se o delito com a 
realização da conduta de 
facilitação, seja ela 
comissiva (Ex: Aconselhar) 
ou omissiva (Ex: Não criar 
obstáculos). 
 
 
PREVARICAÇÃO 
Retardar ou deixar de 
praticar, indevidamente, ato 
de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, 
para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal. 
Consuma-se o delito com a 
omissão, retardamento ou 
realização do ato. 
 
 
PREVARICAÇÃO 
IMPRÓPRIA 
Deixar o Diretor de 
Penitenciária e/ou agente 
público de cumprir seu dever 
de vedar ao preso o acesso a 
aparelho telefônico, de rádio 
ou similar, que permita a 
comunicação com outros 
presos ou com o ambiente 
externo. 
O crime se consuma com o 
acesso do preso ao 
aparelho telefônico, ainda 
que não consiga utilizá-lo. 
 
CONDESCENDÊNCIA 
CRIMINOSA 
Deixar o funcionário, por 
indulgência, de 
responsabilizar subordinado 
que cometeu infração no 
exercício do cargo ou, quando 
lhe falte competência, não 
levar o fato ao conhecimento 
da autoridade competente. 
Consuma-se com a 
simples conduta negativa. 
 
 
ADVOCACIA 
ADMINISTRATIVA 
Patrocinar, direta ou 
indiretamente, interesse 
privado perante a 
administração pública, 
valendo-se da qualidade de 
funcionário. 
Consuma-se o delito com a 
realização do primeiro ato 
de patrocínio, 
independentemente da 
obtenção do resultado 
pretendido. 
 
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Há agravante se o interesse é 
ILEGÍTIMO. 
 
 
 
ABANDONO DE 
FUNÇÃO 
Abandonar cargo público, 
fora dos casos permitidos em 
lei. 
Consuma-se com o 
afastamento do cargo por 
tempo juridicamente 
relevante. 
 
 
EXERCÍCIO 
FUNCIONAL 
ILEGALMENTE 
ANTECIPADO OU 
PROLONGADO 
Entrar no exercício de função 
pública antes de satisfeitas as 
exigências legais ou continuar 
a exercê-la, sem autorização, 
depois de saber oficialmente 
que foi exonerado, removido, 
substituído ou suspenso. 
 
Consuma-se o delito no 
momento em que o 
funcionário pratica o 
primeiro ato de ofício. 
 
 
VIOLAÇÃO DE SIGILO 
FUNCIONAL 
Revelar fato de que tem 
ciência em razão do cargo, e 
que deva permanecer em 
segredo, ou facilitar-lhe a 
revelação. 
O delito é consumado no 
momento do ato da 
revelação do segredo. 
 
 
 
VIOLAÇÃO DE SIGILO 
FUNCIONAL DE 
SISTEMAS DE 
INFORMAÇÃO 
 
Permitir ou facilitar, mediante 
atribuição, fornecimento e 
empréstimo de senha ou 
qualquer outra forma, o 
acesso de pessoas não 
autorizadas a sistemas de 
informações ou banco de 
dados da Administração 
Pública; 
Utilizar, indevidamente, o 
acesso restrito. 
O delito é consumado no 
momento da permissão ou 
facilitação. 
 
VIOLAÇÃO DO SIGILO 
DE PROPOSTA DE 
CONCORRÊNCIA 
Devassar o sigilo de proposta 
de concorrência pública ou 
proporcionar a terceiro o 
ensejo de devassá-lo. 
A consumação ocorre no 
momento em que o 
funcionário ou o terceiro 
toma conhecimento do 
conteúdo da proposta. 
 
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VIOLÊNCIA 
ARBITRÁRIA 
Praticar violência, no 
exercício de função ou a 
pretexto de exercê-la 
Consuma-se o delito com a 
prática da violência. 
 
 
 
 
 
CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
USURPAÇÃO DE 
FUNÇÃO PÚBLICA 
 
Usurpar o exercício de função 
pública. 
Se do fato o agente aufere 
vantagem � Tipo qualificado. 
O crime é consumado com 
a prática do primeiro ato 
de ofício, independente do 
resultado, ou seja, não 
importando se o exercício 
da função usurpada é 
gratuito ou oneroso. 
 
 
RESISTÊNCIA 
Opor-se à execução de ato 
legal mediante violência ou 
ameaça à funcionário 
competente para executá-lo 
ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio. 
Se o ato, em razão da 
resistência, não se executa � 
Tipo qualificado. 
Consuma-se no momento 
da violência ou ameaça. 
 
 
DESOBEDIÊNCIA 
Desobedecer à ordem legal 
de funcionário público. 
O crime é consumado com 
a ação ou omissão do 
desobediente. 
 
 
DESACATO 
Desacatar funcionário público 
no exercício da função ou em 
razão dela. 
O crime é consumado com 
o ato ofensivo. 
 
 
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TRÁFICO DE 
INFLUÊNCIA 
Solicitar, exigir, cobrar ou 
obter, para si ou para 
outrem, vantagem ou 
promessa de vantagem, a 
pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário 
público no exercício da 
função. 
A pena é aumentada da 
metade se o agente alega ou 
insinua que a vantagem é 
também destinada ao 
funcionário. 
No verbo obter a 
consumação ocorre no 
momento em que o sujeito 
obtém a vantagem (ou a 
promessa). 
Nos verbos solicitar, exigir 
e cobrar a consumação 
opera-se com a simples 
ação do sujeito. 
 
 
CORRUPÇÃO ATIVA 
 
Oferecer ou prometer 
vantagem indevida a 
funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, 
omitir ou retardar ato de 
ofício. 
A pena é aumentada de um 
terço se, em razão da 
vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou omite 
ato de ofício ou o pratica 
infringindo dever funcional. 
Consuma-se no momento 
em que o funcionário 
público toma 
conhecimento da oferta ou 
promessa. 
 
CONTRABANDO OU 
DESCAMINHO 
Importar ou exportar 
mercadoria proibida ou iludir, 
no todo ou em parte, o 
pagamento de direito ou 
imposto devido pela entrada, 
pela saída ou pelo consumo 
de mercadoria. 
Se a mercadoria deu 
entrada ou saída pela 
alfândega, a consumação 
ocorre no momento em 
que a mercadoria é 
liberada. Se a conduta é 
interrompida e não ocorre 
a liberação, há tentativa. 
Se a mercadoria entra por 
outro local que não pela 
aduana, consuma-se o 
delito no momento da 
entrada em território 
nacional. 
 
INUTILIZAÇÃO DE 
EDITAL OU DE SINAL 
Rasgar ou, de qualquer 
forma, inutilizar ou 
conspurcar edital afixado por 
ordem de funcionário público; 
violar ou inutilizar selo ou 
sinal empregado, por 
determinação legal ou por 
ordem de funcionário público 
para identificar ou cerrar 
qualquer objeto. 
Consuma-se o delito com o 
ato de rasgar, inutilizar, 
conspurcar ou violar. 
 
 
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SUBTRAÇÃO OU 
INUTILIZAÇÃO DE 
LIVRO OU 
DOCUMENTO 
Subtrair ou inutilizar, total ou 
parcialmente, livro oficial, 
processo ou documento 
confiado à custódia de 
funcionário em razão de ofício 
ou de particular em serviço 
público. 
O crime é consumado com 
a subtração ou efetivação 
da inutilização. 
 
 
 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
 
CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES 
REINGRESSO DE 
ESTRANGEIRO 
EXPULSO 
Reingressar no 
território nacional o 
estrangeiroque dele 
foi expulso. 
Trata-se de crime próprio, pois o tipo exige 
qualificação especial do sujeito ativo, qual 
seja: a de estrangeiro. 
O delito consuma-se no momento em que o 
estrangeiro expulso de nosso território, 
nele penetra. 
É admissível a tentativa. 
DENUNCIAÇÃO 
CALUNIOSA 
Dar causa à 
instauração de 
investigação policial, 
de processo judicial, 
instauração de 
investigação 
administrativa, 
inquérito civil ou 
ação de improbidade 
administrativa contra 
alguém, imputando-
lhe crime de que o 
sabe inocente. 
Este delito não se confunde com a calúnia. 
Na calúnia o sujeito somente atribui 
falsamente ao sujeito passivo a prática de 
um fato descrito como delito. 
Na denunciação caluniosa ele, além de 
atribuir à vítima, falsamente, a prática de 
um delito, leva tal fato ao conhecimento da 
autoridade e, com isso dá causa a 
instauração de inquérito policial ou de ação 
penal. 
O delito se consuma com a instauração da 
investigação policial, o processo penal etc. 
A tentativa é admissível como, por 
exemplo, no caso em que a autoridade 
policial não leva a sério a falsa 
comunicação. 
TIPOS QUALIFICADO E PRIVILEGIADO: 
A pena é aumentada de sexta parte, se o 
agente se serve de anonimato ou de nome 
suposto. 
A pena é diminuída de metade, se a 
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imputação é de prática de contravenção. 
COMUNICAÇÃO 
FALSA DE CRIME 
OU DE 
CONTRAVENÇÃO 
Provocar a ação de 
autoridade, 
comunicando-lhe a 
ocorrência de crime 
ou de contravenção 
que sabe não se ter 
verificado. 
Este delito não pode ser confundido com a 
denunciação caluniosa. Nesta, como vimos, 
o sujeito indica uma determinada pessoa 
como suposta autora. 
Diferentemente, na comunicação falsa, o 
indivíduo apenas noticia à autoridade um 
fato que não ocorreu, deixando de lhe 
apontar a autoria. 
 
Assim, para sua PROVA, pense: 
 
1 - APONTOU AUTORIA ��� DENUNCIAÇÃO 
CALUNIOSA. 
2 - SÓ COMUNICOU UM FATO ��� COMUNICAÇÃO 
FALSA. 
 
Consuma-se o delito com a ação da 
autoridade e a tentativa é possível. 
AUTO-ACUSAÇÃO 
FALSA 
Acusar-se, perante a 
autoridade, de crime 
inexistente ou 
praticado por outrem. 
O objeto da auto-acusação deve ser crime. 
Se for contravenção, o fato será atípico. 
A conduta deve ocorrer perante autoridade 
(policial, judicial ou administrativa). Se 
ocorrer perante funcionário público, não há 
caracterização do delito 
A consumação ocorre quando a autoridade 
toma conhecimento da auto-acusação. 
A tentativa é possível na auto-acusação 
realizada por escrito. 
FALSO 
TESTEMUNHO OU 
FALSA PERÍCIA 
Fazer afirmação 
falsa, ou negar ou 
calar a verdade como 
testemunha, perito, 
contador, tradutor ou 
intérprete em 
processo judicial, ou 
administrativo, 
inquérito policial, ou 
em juízo arbitral. 
Trata-se de crime próprio, pois só pode ser 
cometido por testemunha, perito, contador, 
tradutor e intérprete. 
Há uma grande divergência doutrinária 
quanto à possibilidade da existência de 
concurso de pessoas nesta espécie de 
delito. 
Entendem as bancas que é possível a 
participação no crime de falso testemunho. 
O falso testemunho se consuma com o 
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encerramento do depoimento e a tentativa 
é admissível (Ex: O depoimento, por 
qualquer circunstância, não se encerra). 
 
A falsa perícia se consuma com a entrega 
do laudo à autoridade. É admissível a 
tentativa. 
 
FIGURAS TÍPICAS AGRAVADAS: 
 
As penas aumentam-se de um sexto a um 
terço, se: 
 
1. O crime é praticado mediante suborno; 
2. O crime é cometido com o fim de obter 
prova destinada a produzir efeito em 
processo penal; 
3. O crime ocorre em processo civil em que 
for parte entidade da administração pública 
direta ou indireta. 
 
RETRATAÇÃO: 
 
O fato deixa de ser punível se, antes da 
sentença no processo em que ocorreu o 
ilícito, o agente se retrata ou declara a 
verdade 
CORRUPÇÃO ATIVA 
DE TESTEMUNHA, 
PERITO, 
CONTADOR, 
TRADUTOR OU 
INTÉRPRETE. 
Dar, oferecer ou 
prometer dinheiro ou 
qualquer outra 
vantagem a 
testemunha, perito, 
contador, tradutor ou 
intérprete, para fazer 
afirmação falsa, 
negar ou calar a 
verdade em 
depoimento, perícia, 
cálculos, tradução ou 
interpretação. 
Consuma-se no momento em que o sujeito 
dá, oferece ou promete o objeto material, 
independentemente de qualquer resultado. 
 
A forma tentada só é admitida nos casos 
em que o sujeito emprega a forma escrita 
para dar, oferecer ou prometer a 
vantagem. Exemplo: Carta com a promessa 
é interceptada pela autoridade policial. 
FIGURA TÍPICA AGRAVADA: 
 
As penas aumentam-se de um sexto a um 
terço, se o crime é cometido com o fim de 
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obter prova destinada a produzir efeito em 
processo penal ou em processo civil em que 
for parte entidade da administração pública 
direta ou indireta 
COAÇÃO NO CURSO 
DO PROCESSO 
Usar de violência ou 
grave ameaça, com o 
fim de favorecer 
interesse próprio ou 
alheio, contra 
autoridade, parte, ou 
qualquer outra 
pessoa que funciona 
ou é chamada a inter-
vir em processo 
judicial, policial ou 
administrativo, ou em 
juízo arbitral. 
Trata-se de crime de forma vinculada, ou 
seja, que só pode ser praticado mediante 
violência ou grave ameaça. 
O processo pode ser judicial, administrativo 
ou em curso em juízo arbitral. Também se 
inclui o inquérito policial. 
A consumação ocorre com o emprego da 
violência ou grave ameaça, não importando 
que o sujeito consiga o fim que objetiva. 
Admite-se a tentativa. 
EXERCÍCIO 
ARBITRÁRIO DAS 
PRÓPRIAS RAZÕES 
Fazer justiça pelas 
próprias mãos, para 
satisfazer pretensão, 
embora legítima, 
salvo quando a lei o 
permite. 
 
 
Exige-se, para a caracterização do delito, a 
legitimidade da pretensão ou, ao menos, 
que o sujeito suponha legítima a sua 
pretensão com base em razões 
convincentes. 
Assim, se o dono de imóvel alugado invade 
a casa, a fim de obter, através de objetos 
do inquilino, o aluguel devido, teremos o 
exercício arbitrário das próprias razões e 
não o furto. 
O delito consuma-se com o emprego dos 
meios executórios para a satisfação da 
pretensão. É admissível a tentativa. 
 
AÇÃO PENAL: 
Se não há emprego de violência, somente 
se procede mediante queixa, ou seja, a 
ação será privada. 
SUBTRAÇÃO OU 
DANO DE COISA 
PRÓPRIA EM 
PODER DE 
TERCEIRO 
Tirar, suprimir, 
destruir ou danificar 
coisa própria, que se 
acha em poder de 
terceiro por 
determinação judicial 
ou convenção. 
Trata-se de crime próprio que só pode ser 
cometido pelo proprietário do objeto 
material. 
 
Tem sua consumação no momento em que 
o sujeito subtrai, destrói, suprime, ou 
danifica o objeto material. 
Admite-se a tentativa. 
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FRAUDE 
PROCESSUAL 
Inovar 
artificiosamente, na 
pendência de 
processo civilou 
administrativo, o 
estado de lugar, de 
coisa ou de pessoa, 
com o fim de induzir 
a erro o juiz ou o 
perito. 
Este delito também é denominado de 
“estelionato processual”. 
A diferença entre a fraude processual e o 
estelionato reside no fato de que neste 
(estelionato) a fraude objetiva permitir que 
o sujeito venha a obter vantagem ilícita em 
prejuízo alheio. Na fraude processual a 
intenção é enganar o Juiz ou Perito. 
 
Não havendo modificação no mundo 
externo, ou seja, não se inovando 
(alterando) um local (lugar), uma coisa 
(móvel ou imóvel) ou pessoa (fisicamente), 
sem transformar seu o estado original, real, 
não haverá crime. 
 
Neste sentido, vale transcrever o seguinte 
entendimento que versa sobre a inovação: 
 
“(...) inovar artificiosamente o estado de 
lugar, coisa ou pessoa, escreve Heleno 
Cláudio Fragoso, citando Manzini, significa 
provocar em lugar, coisa ou pessoa 
modificações materiais, extrínsecas ou 
intrínsecas, de forma a alterar o aspecto ou 
outra propriedade probatória que o lugar, 
coisa ou pessoa tinha precedentemente, e 
idôneas para induzir o juiz ou perito.” 
 
No mesmo sentido, importante se faz 
constar o entendimento abaixo: 
 
“Inova-se artificiosamente: o estado de 
lugar, quando, por exemplo, se abre um 
caminho, para inculcar uma servidão 
‘itineris’; o estado de coisa, quando, ‘verbi 
gratia’, se eliminam os vestígios de sangue 
numa peça indiciária da autoria de um 
homicídio, ou se coloca um revólver junto a 
uma vítima de homicídio, para fazer crer 
em suicídio; o estado (físico) de pessoa, 
quando, ‘in exemplis’, se suprimem, 
mediante operação plástica, certos sinais 
característicos de um individuo procurado 
pela justiça’.” 
 
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Cabe ressaltar que, se for a fraude tida 
como grosseira, constatável à primeira 
vista, não se configurará o crime, pois o 
artigo 347 do CP trás em sua redação a 
palavra “artificiosamente” o que integra 
seu tipo. 
Por iguais razões, não incorrerá no crime 
aqui tratado o agente que, mesmo 
intencionalmente, corta ou deixa crescer 
seus cabelos, extrai seu bigode, passa a 
usar óculos ou pratica qualquer ato similar 
com o intuito de não ser reconhecido onde, 
portanto, tais condutas não configuram o 
tipo penal, ou seja, a inovação artificiosa. 
 
Quanto à consumação, apesar de haver 
divergências, para a sua PROVA entenda 
que ocorre com a inovação, não sendo 
necessário que o sujeito engane o Juiz ou 
Perito. 
A tentativa é admissível. 
FAVORECIMENTO 
PESSOAL 
Auxiliar a subtrair-se 
à ação de autoridade 
pública autor de 
crime a que é 
cominada pena de 
reclusão. 
Distingue-se a conduta do agente que 
presta auxílio ao criminoso daquele que 
exerce a co-autoria ou participação no 
crime. 
No crime aqui tratado o agente presta 
auxílio desempenhando qualquer ação que 
vise a subtração do criminoso à ação da 
autoridade. 
É indispensável, para a existência do crime, 
que o auxílio não tenha sido prestado ou 
prometido antes ou durante o crime 
precedente, pois, de outro modo, o que 
haveria a reconhecer, como é claro, seria a 
co-participação. 
As ações mais comuns que levam o agente 
a incorrer no crime de favorecimento 
pessoal são, entre outras, ocultar o 
criminoso dando-lhe abrigo (esconderijo); 
auxiliá-lo a disfarçar-se, fornecer-lhe 
transporte para evasão. 
Em relação às condutas que levam o 
agente a incorrer no crime, cabe 
transcrever o seguinte entendimento 
jurisprudencial: 
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“O favorecimento pessoal pode ser 
praticado por qualquer meio, desde que 
traduza uma ação positiva e direta, com 
referência ao escopo pretendido, podendo 
ser considerado como modalidade de 
auxilio o fato de subtrair o criminoso às 
diligências realizadas pela autoridade para 
encontrá-lo.” 
 
O sujeito ativo do crime poderá ser 
qualquer pessoa, excetuado o co-autor do 
delito precedente, ainda que sua 
participação no crime se tenha limitado à 
promessa de auxiliar, após a prática 
criminosa. 
 
A consumação opera-se no momento da 
prestação do auxílio que subtraiu o 
criminoso à autoridade. É admissível a 
tentativa. 
 
FIGURA TÍPICA PRIVILEGIADA: 
Quando imposta abstratamente ao crime 
antecedente pena de detenção. 
 
ESCUSA ABSOLUTÓRIA: 
Se quem presta o auxílio é ascendente, 
descendente, cônjuge ou irmão do 
criminoso, fica isento de pena. 
FAVORECIMENTO 
REAL 
Prestar a criminoso, 
fora dos casos de co-
autoria ou de 
receptação, auxílio 
destinado a tornar 
seguro o proveito do 
crime. 
 
Ingressar, promover, 
intermediar, auxiliar 
ou facilitar a entrada 
de aparelho 
telefônico de 
comunicação móvel, 
de rádio ou similar, 
FAVORECIMENTO REAL X PESSOAL: 
No real o agente objetiva tornar seguro o 
proveito do delito. Diferentemente, no 
pessoal, visa tornar seguro o autor do 
crime antecedente. 
Por “proveito do crime” devemos entender 
qualquer vantagem, material ou imaterial. 
A título de exemplo podemos citar como 
vantagem material a posse do objeto 
furtado anteriormente, e imaterial o valor 
pago pela pratica, ou seja, a coisa 
(dinheiro) que veio a substituir o objeto do 
material do crime. 
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sem autorização 
legal, em 
estabelecimento 
prisional. 
 
FAVORECIMENTO REAL X 
RECEPTAÇÃO: 
Na receptação o proveito deve ser 
econômico enquanto no favorecimento real 
pode ser econômico ou moral. 
Na receptação o agente age em proveito 
próprio ou de terceiro, que não o autor da 
conduta anterior. No favorecimento real 
age, exclusivamente, em favor do autor do 
crime antecedente. 
No favorecimento real a ação do sujeito 
visa ao autor do crime antecedente 
enquanto na receptação a conduta recai no 
objeto material do delito anterior. 
 
O crime de favorecimento real não 
comporta a modalidade culposa, pois o 
agente uma vez exprimindo sua vontade 
em auxiliar o autor de crime, sabedor se 
tratar da ilicitude do objeto, exerce vontade 
consciente, dolosa. 
 
Consuma-se com a prestação do auxílio e a 
tentativa é admissível. 
EXERCÍCIO 
ARBITRÁRIO OU 
ABUSO DE PODER 
Art. 350 - Ordenar ou 
executar medida 
privativa de liberdade 
individual, sem as 
formalidades legais 
ou com abuso de 
poder. 
Parágrafo único - Na 
mesma pena incorre 
o funcionário que: 
I - ilegalmente 
recebe e recolhe 
alguém a prisão, ou a 
estabelecimento 
destinado a execução 
de pena privativa de 
liberdade ou de 
medida de segurança; 
II - prolonga a 
execução de pena ou 
de medida de 
Há divergências quanto à revogação do art. 
350 do CP pela lei de abuso de autoridade. 
O entendimento majoritário é o de que não 
houve revogação total, mas apenas do 
inciso III do citado dispositivo. 
De qualquer forma, devido a estas 
divergências, dificilmente este delito 
aparece em PROVAS e, para você, basta 
uma noção geral das condutas descritas 
nos incisos I, II e IV. 
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segurança, deixando 
de expedir em tempo 
oportuno ou de 
executar 
imediatamente a 
ordem de liberdade; 
III - submete pessoa 
que está sob sua 
guarda ou custódia a 
vexame ou a 
constrangimento não 
autorizado em lei; 
IV - efetua, com 
abuso de poder, 
qualquer diligência. 
 
FUGA DE PESSOA 
PRESA OU 
SUBMETIDA À 
MEDIDA DE 
SEGURANÇA 
Promover ou facilitar 
a fuga de pessoa 
legalmente presa ou 
submetida a medida 
de segurança 
detentiva. 
Para a caracterização do delito é necessário 
que a pessoa esteja legalmente presa ou 
submetida a medida de segurança. Caso a 
prisão ou medida de segurança seja ilegal, 
não haverá o delito por atipicidade do fato. 
 
TIPOS QUALIFICADOS: 
Se o crime é praticado a mão armada, ou 
por mais de uma pessoa, ou mediante 
arrombamento, a pena é de reclusão, de 
dois a seis anos. 
A pena é de reclusão, de um a quatro anos, 
se o crime é praticado por pessoa sob cuja 
custódia ou guarda está o preso ou o 
internado. 
 
FORMA CULPOSA 
No caso de culpa do funcionário incumbido 
da custódia ou guarda, aplica-se a pena de 
detenção, de três meses a um ano, ou 
multa. 
 
A consumação ocorre no momento da fuga 
e a tentativa, salvo na modalidade culposa, 
é admissível. 
 
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EVASÃO MEDIANTE 
VIOLÊNCIA 
CONTRA A PESSOA 
Evadir-se ou tentar 
evadir-se o preso ou 
o indivíduo 
submetido a medida 
de segurança 
detentiva, usando de 
violência contra a 
pessoa. 
Trata-se de crime próprio, pois só pode ser 
cometido por preso ou indivíduo submetido 
à medida de segurança. 
 
A consumação ocorre com o emprego da 
violência física contra a pessoa. 
Observe que a tentativa é admissível, mas, 
como é tratada no próprio tipo penal 
(“tentar evadir-se”), tem a mesma pena da 
forma consumada. 
ARREBATAMENTO 
DE PRESO 
Arrebatar preso, a 
fim de maltratá-lo, do 
poder de quem o 
tenha sob custódia ou 
guarda. 
Este crime praticamente não aparece nas 
provas. Consuma-se com o arrebatamento 
do preso e a tentativa é admissível. 
 
Obs.: Arrebatar significa tirar, arrancar, 
tomar. 
MOTIM DE PRESOS Amotinarem-se 
presos, perturbando 
a ordem ou disciplina 
da prisão. 
Este crime, assim como o anterior, também 
não vem sendo muito exigido em provas. 
Trata-se de crime próprio que só pode ser 
cometido por presos. 
Atinge sua consumação com a efetiva 
perturbação da ordem ou disciplina e 
admite-se a forma tentada. 
 
 
PATROCÍNIO 
INFIEL 
Trair, na qualidade de 
advogado ou 
procurador, o dever 
profissional, 
prejudicando 
interesse, cujo 
patrocínio, em juízo, 
lhe é confiado. 
Trata-se de crime próprio que só pode ser 
praticado por advogado regularmente 
inscrito na OAB ou por estagiário de 
advocacia nos termos do art. 3º do 
Estatuto da Advocacia e a Ordem dos 
Advogados do Brasil. 
 
Consuma-se com a produção do prejuízo e 
é admissível a tentativa na forma 
comissiva. 
PATROCÍNIO 
SIMULTÂNEO OU 
TERGIVERSAÇÃO 
Incorre na pena 
deste artigo o 
advogado ou 
procurador judicial 
que defende na 
Trata-se de crime praticado por advogado 
ou procurador judicial que defende, na 
mesma causa, simultânea ou 
sucessivamente, partes contrárias. 
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mesma causa, 
simultânea ou 
sucessivamente, 
partes contrárias. 
 
O sujeito ativo só pode ser o advogado, 
regularmente inscrito na OAB ou 
procurador judicial (estagiário ou 
provisionado inscrito na Ordem). A 
disposição não inclui os membros do 
Ministério Público e os Procuradores do 
Estado. 
O tipo penal prevê duas condutas: 
 
1. Patrocínio simultâneo; e 
2. Patrocínio sucessivo das partes 
contrárias (tergiversação). 
 
No primeiro caso, o advogado, ao mesmo 
tempo, defende interesses, na mesma 
causa, de partes contrárias. 
Não é necessário que seja no mesmo 
processo, uma vez que a figura penal fala 
“na mesma causa”, pois uma causa pode 
ter mais de um processo. 
Na segunda hipótese, o advogado, após 
defender um litigante, passa a defender o 
outro. 
 
As partes contrárias são as pessoas com 
interesses diversos na mesma causa 
(pessoas físicas ou jurídicas, autor, réu, 
ofendido etc.), não sendo suficiente que 
haja colisão de interesses, pois é 
necessário que as partes sejam contrárias. 
Como “mesma causa” deve-se entender a 
mesma pretensão jurídica, ainda que ela se 
estenda em processos diversos, como, por 
exemplo, a cobrança de alimentos por 
períodos sucessivos. 
 
A consumação ocorre com a efetiva prática 
de ato processual no interesse simultâneo 
de partes contrárias. 
 
O consentimento exclui a ilicitude da 
conduta. É admissível a tentativa na 
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modalidade de defesa simultânea, mas não 
na de patrocínio sucessivo. 
 
Exemplo: Em uma separação consensual, 
no qual o advogado defende interesses de 
ambos os cônjuges há inexistência de 
crime, podendo os cônjuges contratar o 
mesmo advogado, pois inexistem partes 
contrárias. Em uma separação litigiosa, o 
advogado que defende ambos os cônjuges 
pratica o crime de patrocínio simultâneo. 
SONEGAÇÃO DE 
PAPEL OU OBJETO 
DE VALOR 
PROBATÓRIO 
Inutilizar, total ou 
parcialmente, ou 
deixar de restituir 
autos, documento ou 
objeto de valor 
probatório, que 
recebeu na qualidade 
de advogado ou 
procurador 
Este crime quase não é encontrado em 
provas, bastando o conhecimento da 
conduta típica. 
EXPLORAÇÃO DE 
PRESTÍGIO 
Solicitar ou receber 
dinheiro ou qualquer 
outra utilidade, a 
pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do 
Ministério Público, 
funcionário de 
justiça, perito, 
tradutor, intérprete 
ou testemunha. 
Trata-se de delito bem parecido com o 
tráfico de influência que analisamos na aula 
passada. 
A diferença reside no fato de que aqui a lei 
expressamente cita as pessoas que servem 
à justiça (em juiz, jurado, órgão do 
Ministério Público, funcionário de justiça, 
perito, tradutor, intérprete ou testemunha). 
O rol é taxativo. 
 
A consumação ocorre com a solicitação ou 
recebimento e a tentativa é admissível no 
caso de solicitação por escrito e no 
recebimento. 
 
TIPO QUALIFICADO: 
 
As penas aumentam-se de um terço, se o 
agente alega ou insinua que o dinheiro ou 
utilidade também se destina a qualquer das 
pessoas referidas no dispositivo legal. 
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DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
VIOLÊNCIA OU 
FRAUDE EM 
ARREMATAÇÃO 
JUDICIAL 
Impedir, perturbar ou 
fraudar arrematação 
Judicial; afastar ou 
procurar afastar 
concorrente ou 
licitante, por meio de 
violência, grave 
ameaça, fraude ou 
oferecimento de 
vantagem. 
Atenha-se apenas ao conhecimento da 
figura típica. 
DESOBEDIÊNCIA A 
DECISÃO JUDICIAL 
SOBRE PERDA OU 
SUSPENSÃO DE 
DIREITO 
Exercer função, 
atividade, direito, 
autoridade ou múnus, 
de que foi suspenso 
ou privado por 
decisão judicial.

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