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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Olá, Futuros Delegados da Polícia Federal! Hoje chegamos à nossa terceira aula e analisaremos os crimes contra a Administração Pública/Finanças. Ao término da aula apresentarei um resumo sobre o tema. Trata-se de um assunto importantíssimo e que, com certeza, estará presente em sua PROVA Vamos começar! Bons estudos! ******************************************************* 1. (CESPE / Analista Judiciário - STM / 2011) Caso o indivíduo X, servidor público, aceite dinheiro oferecido pelo indivíduo Y para retardar o andamento de processo que tramita na vara onde X exerce suas funções, os dois deverão responder por corrupção passiva, em concurso de pessoas. Errado. O agente público, se solicita ou recebe vantagem indevida, responde por corrupção passiva. Diferentemente, a pessoa que oferece ou promete responde por corrupção ativa. 2. (CESPE / Analista Judiciário - STM / 2011) A pessoa que exige para si vantagem a pretexto de influir em ato praticado por servidor público no exercício da função comete crime de tráfico de influência. AULA 03 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA / FINANÇAS CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Caracteriza-se a exploração de prestígio quando a solicitação é feita a pretexto de influir, por exemplo, sobre juiz ou funcionário da justiça. Certo. A questão enuncia de forma correta o tráfico de influência (art. 332, do CP) e o delito de exploração de prestígio (art. 357, do CP). 3. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) Quem der causa à instauração de mera investigação administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente, não responde pelo delito de denunciação caluniosa. Errado. A denunciação caluniosa está prevista no art. 339 do código Penal. É definida como a conduta de dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. 4. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) Aquele que provoca a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de simples contravenção penal que sabe não se ter verificado, não comete crime contra a administração da justiça. Errado. Aquele que provoca a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de simples contravenção penal que sabe não se ter verificado, comete crime de comunicação falsa de crime ou de contravenção, delito previsto no art. 340 do Código Penal CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 5. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) Aquele que facilita a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional comete crime contra a administração da justiça. Certo. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional, caracteriza modalidade de favorecimento real, prevista no art. 349-A do Código Penal. 6. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) A respeito do delito de falso testemunho, o Código Penal adotou, em relação à falsidade, a teoria objetiva, segundo a qual o delito se consuma com a mera divergência entre o fato narrado e a realidade dos fatos. Errado. A doutrina menciona a existência de duas teorias: objetiva e subjetiva. A primeira diz que a falsidade corresponde aos fatos que não aconteceram, mas que foram narrados como se tivessem acontecido. Denota mera divergência entre o fato narrado e a realidade dos fatos. A segunda teoria relaciona-se diretamente à ciência do agente. Refere que a falsidade é o relato verdadeiro, amplamente em consonância com os fatos, mas que não foram presenciados pela testemunha. Ou seja, o agente falsamente afirma ter presenciado um fato verídico. O Código Penal, no que diz respeito ao falso testemunho, adota a teoria subjetiva. Assim, para fins de comprovação do crime de falso testemunho (art. 342 do CP), é necessário que reste demonstrada a dissensão entre o depoimento e a ciência da testemunha (teoria subjetiva), e não a mera existência de contraste entre o depoimento da testemunha e o que efetivamente sucedeu (teoria objetiva). CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 7. (CESPE / Juiz - TRT 1ª Região / 2010) A fraude processual é crime comum e material, exigindo-se, para a sua consumação, que o juiz ou o perito tenham sido efetivamente induzidos a erro, não podendo ser cometido por pessoa que não tenha interesse no processo. Errado. O código penal brasileiro prevê em seu artigo 347 o crime de fraude processual. O referido dispositivo pressupõe que, na pendência da lide, o agente inove artificiosamente o estado do lugar, da coisa ou da pessoa, com o fito de induzir em erro o juiz ou o perito. A fraude processual é crime comum e formal, não se exigindo para a sua consumação, que o juiz ou o perito tenham sido efetivamente induzidos a erro, bastando que a inovação seja apta, num primeiro momento, a produzir tal resultado. O sujeito ativo do crime poderá ser qualquer pessoa, pois trata-se de crime comum, podendo o agente ter ou não interesse na lide, ou seja, incorrerá em crime inclusive pessoa estranha a relação processual. O sujeito passivo é o Estado e a pessoa prejudicada pela ação do agente. 8. (CESPE / AGU-ADM / 2010) Um servidor público, nomeado para elaborar prova de concurso para a progressão de servidores para classe imediatamente superior, antecipou a alguns candidatos as questões e as respostas do exame, o que acarretou graves consequências de ordem administrativa e patrimonial devido à anulação do certame. Nessa situação, além das sanções administrativas correspondentes, o agente responderá pelo crime de violação de sigilo funcional. Certo. A conduta descrita caracteriza o delito de violação de sigilo funcional. Tal delito encontra-se definido no art. 325 do Código Penal como a conduta CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO de Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação. 9. (CESPE / AGU-ADM / 2010) Um delegado de polícia, por desleixo e mera indolência, omitiu-se na apuração de diversas ocorrências policiais sob sua responsabilidade, não cumprindo, pelos mesmos motivos, o prazo de conclusão de vários procedimentos policiais em curso. Nessa situação, a conduta do policial constitui crime de prevaricação. Errado. A prevaricação está definida no artigo 319 do Código Penal como a conduta de retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. O tipo penal exige com elemento subjetivo o dolo e a intenção de satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Como na questão não há qualquer menção ao fato de à autoridade querer satisfazer interesse ou sentimento pessoal, não estará caracterizada a prevaricação. 10. (CESPE / AGU-ADM / 2010) Um policial militar em serviço, ao abordar um cidadão, exigiu dele o pagamento de determinada soma em dinheiro, utilizando-se de violência e ameaçando-o de sequestrar o seu filho. A vítima, ante o temor da ameaça, cedeu às exigências formuladas e entregou ao policial a quantia exigida. Nessa situação, não obstante a prática de crime pelo agente, não há que se falar em delito de concussão, pois inexiste nexo causal entre a função pública desempenhada pelo policial e a ameaça proferida. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Certo. Para que haja concussão é necessário que exista correlação ou nexo causal entre a ameaça e a função pública desempenhada pelo agente. No caso em análise não há correlação, não há nexo, pois qualquer pessoa e não apenas um policial poderia ameaçar sequestrar o filho da vítima a fim de obter a vantagem indevida. 11. (CESPE / AGU-ADM / 2010) Um funcionário que ocupa cargo em comissão de uma prefeitura foi exonerado, de ofício, pelo prefeito, tendo sido formalmente cientificado do ato mediante comunicação oficial devidamente publicada no diário oficial. A despeito disso, o servidor continuou a praticar atos próprios da função pública, sem preencher condições legais para tanto. Nessa situação, configurou-se o delito de usurpação de função pública. Errado. O crime de Usurpação de função pública, previsto no art. 328 do Código Penal, consiste em usurpar o exercício de função pública. Usurpar que é derivado do latim USURPARE, significa apossar-se sem ter direito. Usurpar a função pública é, portanto, exercer ou praticar ato de uma função que não lhe é devida. A punição se dá quando alguém toma para si, indevidamente, uma função pública alheia, praticando algum ato ou vontade correspondente, entretanto, a função usurpada há de ser absolutamente estranha ao usurpador para a configuração do crime. 12. (CESPE / Procurador - BACEN / 2009) Não haverá o crime de condescendência criminosa quando faltar ao funcionário público competência para responsabilizar o subordinado que cometeu a infração no exercício do cargo. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. O crime de condescendência criminosa, previsto no art. 320 do Código Penal, pode ocorrer em duas situações: Quando o funcionário, por indulgência, deixar de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Assim, não é correto afirmar que o delito em tela só ocorre quando há relação de subordinação. 13. (CESPE / Procurador - BACEN / 2009) No crime de prevaricação, a satisfação de interesse ou sentimento pessoal é mero exaurimento do crime, não sendo obrigatória a sua presença para a configuração do delito Errado. Consiste a prevaricação em retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Assim, a satisfação de interesse ou sentimento pessoal não é mero exaurimento do crime, mas sim elemento subjetivo que deve coexistir com o dolo, a fim de caracterizar o crime. 14. (CESPE / Procurador - BACEN / 2009) A ocorrência de prejuízo público como resultado do fato não influencia a pena do crime de abandono de função. Errado. Conforme previsão do § 1º do art. 323 do Código Penal, se do abandono de função resulta prejuízo público, a pena é ampliada em relação ao tipo fundamental. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 15. (CESPE / Analista - IBRAM / 2009) O agente público que, descumprindo dever funcional, praticar ato de ofício apenas por ceder à influência de outrem comete o crime de prevaricação. Errado. Caracteriza o delito de corrupção passiva, previsto no § 2º do art. 317 do Código Penal o fato de o funcionário praticar, deixar de praticar ou retardar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem. 16. (CESPE / Analista - IBRAM / 2009) O agente público que, mediante ameaças e lesão corporal, exige vantagem pecuniária indevida comete o crime de concussão. Errado. O delito de concussão, previsto no art. 316 do Código Penal, se tipifica quando o funcionário público exige, impõe, ameaça ou intima a vantagem espúria e o sujeito passivo cede à exigência pelo temor. Em outros termos, o crime de concussão é uma espécie de extorsão praticada pelo funcionário público, com abuso de autoridade, contra particular que cede ou virá a ceder em face do metu publicae potestatis (medo do poder público). Neste delito a exigência não advém de ameaças e lesão corporal. 17. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) No delito de peculato, é desnecessário o elemento subjetivo do tipo denominado animus rem sibi habendi, sendo certo que o mero uso do bem público para satisfazer interesse particular, ainda que haja devolução posterior, configura o crime em tela. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. No crime de peculato, definido no art. 312 do Código Penal, o elemento subjetivo do tipo é o dolo, caracterizado pela vontade livre e consciente de apropriar-se ou desviar a coisa móvel pública ou particular, com o ânimo de apoderar-se dela de forma definitiva sem a intenção de restituí-la. O funcionário passa a agir como se fosse o dono ou desvia a coisa dando um fim diverso do previsto legalmente. É o denominado animus rem sibi habendi. 18. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) É inadmissível a aplicação do princípio da insignificância aos delitos praticados contra a administração pública. Errado. A questão acima é controvertida em nossos tribunais superiores. Existem decisões divergentes entre o STJ e o STF. O STF no HC 87.478-PA entendeu ser perfeitamente aplicável o principio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública. Já o STJ no REsp. 655.946-DF entendeu não ser aplicável. O CESPE segue o entendimento do STF segundo o qual é admissível a aplicação do princípio da insignificância aos delitos praticados contra a Administração Pública. 19. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) A formalidade do compromisso não integra o crime de falso testemunho, razão pela qual quem não é obrigado pela lei a testemunhar, mas que se dispõe a fazê-lo e é advertido pelo juiz, mesmo sem ter prestado compromisso, pode ficar sujeito às penas do crime de falso testemunho. Certo. Segundoo entendimento do STF, a formalidade do compromisso não mais integra o tipo do crime de falso testemunho, diversamente do que CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO ocorria no primeiro Código Penal da Republica, Decreto 847, de 11/10/1890. Quem não e obrigado pela lei a depor como testemunha, mas que se dispõe a fazê-lo e é advertido pelo Juiz, mesmo sem ter prestado compromisso pode ficar sujeito as penas do crime de falso testemunho. 20. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) A autoridade administrativa que se nega a cumprir ordem judicial para satisfazer sentimento pessoal pratica o delito de desobediência. Errado. O crime de desobediência não pode ter por sujeito ativo o funcionário público, salvo atuando como particular, ou seja, descumprindo ordem não referente às suas funções. Se o servidor público, recebendo ordem judicial para cumprimento, retarda ou deixa de praticar, indevidamente, os respectivos atos de ofício, ou os pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, resta passível de ser processado criminalmente, porém por prevaricação (art. 319 do CP). 21. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Policial civil que ingressa no depósito de veículos e subtrai uma motocicleta apreendida comete o crime de peculato desvio. Errado. No caso em tela, há ocorrência do peculato furto. Segundo o STF, tal espécie de peculato ocorre quando o funcionário público não detém a posse da coisa (valor, dinheiro ou outro bem móvel) em razão do cargo que ocupa, mas sua qualidade de funcionário público propicia facilidade para a ocorrência da subtração devido ao trânsito que mantém no órgão público em que atua ou desempenha suas funções CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 22. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Comete o crime de concussão o médico de hospital público que exige de paciente, em razão de sua função, dinheiro para viabilizar o atendimento pelo SUS. Certo. O médico do SUS, nos termos do art. 327 do Código Penal, é considerado funcionário público para fins penais. Assim, como a conduta se enquadra na figura típica do art. 316, responderá o agente pelo crime de concussão. 23. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Se um gerente do Banco do Brasil, entidade paraestatal, apropriar-se de dinheiro particular de que tem a posse em razão do cargo, o crime por ele cometido será o de apropriação indébita, uma vez que ele não pode ser considerado funcionário público para fins penais. Errado. Segundo o art. 327 do Código Penal, considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, integra a Administração Indireta e, portanto, o gerente será considerado funcionário público para fins penais. 24. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) No crime de concussão, o ressarcimento do dano é causa de extinção da punibilidade. Errado. O Código Penal não prevê hipótese de extinção de punibilidade, no caso de ressarcimento do dano, para o delito de concussão. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 25. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Para que se configure o crime de desvio irregular de verbas, é necessário que as contas do gestor público sejam rejeitadas pelo tribunal de contas. Errado. A conduta de dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei caracteriza o delito de desvio irregular de verbas, previsto no art. 315 do Código Penal. Para a caracterização do crime é irrelevante o fato de as contas haverem sido aprovadas ou rejeitadas pelo tribunal de contas. 26. (CESPE / TCE-RN / 2009) Constitui crime contra as finanças públicas ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, ainda que a despesa possa ser paga no mesmo exercício financeiro e constitui crime contra as finanças públicas ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública que não tenham sido criados por lei ou que não estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia. Errado. O final da questão está correto, pois trata do crime de oferta pública ou colocação de títulos no mercado, definido no art. 359-H do Código Penal. Ocorre, entretanto, que a primeira parte está errada, pois para a caracterização do crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura, previsto no art. 359-C do código Penal, é necessário que o agente ordene ou autorize a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. 27. (CESPE / TJ – PA / 2009) Os crimes contra as finanças públicas cometidos por agente público que possua atribuição legal para ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, classificam-se como crime próprio. Certo. Crimes próprios são aqueles que exigem uma qualificação especial do sujeito ativo. No caso, atribuição legal para ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito. 28. (CESPE / SESCONT / 2009) Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o peculato, na modalidade desvio, é crime formal, consumando-se independentemente de prejuízo efetivo para a administração pública. Errado. Segundo entendimento do STJ (HC 114.717/MG, DJ 14.06.2010) o crime de peculato-desvio é material e admite, portanto, a tentativa. 29. (CESPE / Analista - DETRAN-DF / 2009) O pai de João praticou o crime de favorecimento pessoal, na medida em que modificou, de maneira tendenciosa, o lugar do crime, no intuito de induzir o perito em erro para favorecer o filho. Errado. No caso apresentado, o pai de João inovar artificiosamente, na pendência de processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o perito. Assim, caracterizado está o crime de fraude CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO processual (art. 347 do CP) e não o delito de favorecimento pessoal (art. 348 do CP) que consiste em auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão. 30. (CESPE / Analista - DETRAN-DF / 2009) Caso assumisse a autoria do atropelamento, o pai de João cometeria denunciação caluniosa, crime de ação penal públicacondicionada a representação, por dar causa à instauração de investigação policial sabendo-se inocente. Errado. O ato de acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem caracteriza o crime de auto-acusação falsa, previsto no art. 341 do Código Penal. A denunciação caluniosa, diferentemente, consiste em dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. 31. (CESPE / Polícia Federal / 2009) Considere a seguinte situação hipotética. Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em razão da sua função pública de agente da Polícia Federal, para praticar ato legal, que lhe competia, como forma de agrado. Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de corrupção passiva, o qual, para se consumar, tem como elementar do tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público. Errado. Ainda que seja para a prática de ato legal, se a autoridade pública recebe vantagem indevida, haverá corrupção passiva, denominada doutrinariamente de “corrupção passiva imprópria”. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 32. (CESPE / Polícia Federal / 2009) Caso um policial federal preste ajuda a um contrabandista para que este ingresse no país e concretize um contrabando, consumar-se-á o crime de facilitação de contrabando, ainda que o contrabandista não consiga ingressar no país com a mercadoria. Certo. No crime de facilitação do contrabando e do descaminho (art. 318, CP), o crime se consuma com a facilitação, não sendo necessário que esteja consumado o contrabando ou descaminho (crime formal). Em outras palavras, o crime se consuma com a ajuda prestada, independentemente do resultado. 33. (CESPE / Analista jurídico - SEBRAE-BA / 2009) Tratando-se de peculato culposo, a reparação do dano, a qualquer momento, extingue a punibilidade do agente. Errado. Conforme o §3º, do art. 312, do Código Penal, no peculato, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 34. (CESPE / Analista jurídico - SEBRAE-BA / 2009) Equipara-se a funcionário público, para fins penais, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal. Certo. A lei nº 9.983/2000 estendeu o conceito de funcionário público, equiparando a este quem trabalha em entidade paraestatal e quem trabalha em empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração pública CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 35. (CESPE / Analista jurídico - SEBRAE-BA / 2009) A retratação do agente, antes da sentença, no crime de denunciação caluniosa, isenta-o de pena. Errado. O crime de denunciação caluniosa está previsto no art. 339 do Código Penal e consiste no ato de dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. Na denunciação caluniosa não há previsão de isenção de pena no caso da retratação do agente. Nesta questão a banca tenta confundir o candidato com o crime de falso testemunho, pois neste sim o fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 36. (CESPE / Procurador Judicial / 2009) O agente público que, embora não tendo a posse do dinheiro, o subtrai em proveito próprio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário, comete modalidade de peculato. Certo. O peculato-furto encontra previsão no § 1º do art. 312 do CP e, segundo o STF, ocorre quando o funcionário público não detém a posse da coisa (valor, dinheiro ou outro bem móvel) em razão do cargo que ocupa, mas sua qualidade de funcionário público propicia facilidade para a ocorrência da subtração devido ao trânsito que mantém no órgão público em que atua ou desempenha suas funções. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 37. (CESPE / Procurador Judicial / 2009) O agente que solicita vantagem a pretexto de influir em ato funcional praticado por funcionário público comete o crime de exploração de prestígio, cujo sujeito ativo deve ser funcionário público. Errado. No caso em questão, como há solicitação de vantagem a pretexto de influir em ato funcional praticado por funcionário público, trata-se do crime de tráfico de influência e não de exploração de prestígio. O tráfico de influência encontra previsão no art. 332 do Código Penal e caracteriza-se pelo fato de o agente solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. 38. (CESPE / Assistente Administrativo - MPE-RR / 2009) O agente que facilita a revelação de fato de que tem ciência em razão do cargo que ocupa, mas que deveria permanecer em segredo não pratica crime, mas pode ser responsabilizado administrativamente pela prática de infração disciplinar. Errado. A conduta descrita na questão caracteriza o crime de violação de sigilo funcional. Tal delito ocorre quando o agente revela fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilita- lhe a revelação. 39. (CESPE / Assistente Administrativo - MPE-RR / 2009) O servidor público que se apropria, em proveito próprio, de dinheiro público de que tem a posse em razão do cargo que ocupa, pratica o crime de peculato. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Certo. A conduta de apropriar-se de dinheiro público de que tem a posse em razão do cargo enquadra-se na tipificação do crime de peculato (art. 312 do Código Penal). 40. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de corrupção passiva, se, por causa do delito, o funcionário retardar a prática de ato de ofício, haverá mero exaurimento da conduta delituosa, que não conduz ao aumento de pena. Errado. A corrupção passiva, definida no art. 317 do Código Penal, consiste em solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Segundo o parágrafo 1º do citado artigo, a pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 41. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de prevaricação, a satisfação de interesse ou sentimento pessoal, que motiva a prática do crime, é necessária para a existência do crime. Certo. No que diz respeitoao delito de prevaricação, previsto no art. 319 do Código Penal, o tipo penal possui dois elementos SUBJETIVOS: O dolo e a expressão “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. Sem esta finalidade específica em consonância com o dolo, a conduta é atípica. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 42. (CESPE / TRE – GO / 2009) Pratica crime de prevaricação o funcionário que deixa, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Errado. A questão trata do crime de condescendência criminosa, tipificada no artigo 320 do Código Penal, e não da prevaricação. A condescendência criminosa consiste em deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. 43. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de advocacia administrativa, a legitimidade ou ilegitimidade do interesse privado patrocinado perante a administração pública não influi na pena. Errado. Na advocacia administrativa, conforme o parágrafo único do art. 321 do Código Penal, a legitimidade ou ilegitimidade do interesse patrocinado influencia na pena, sendo maior se for ilegítimo. 44. (CESPE / Procurador - PM Natal / 2008) Adão, diretor de penitenciária federal, deixou de cumprir seu dever de vedar aos presos ali custodiados o acesso a aparelho telefônico celular, fato que permitiu aos detentos a comunicação com o ambiente externo. Nessa situação, Adão cometeu, em tese, o delito de condescendência criminosa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. O delito de condescendência criminosa, previsto no art. 320 do Código Penal, exige que o ato seja cometido por indulgência, brandura, clemência. No caso em tela, o diretor da penitenciária comete o crime de prevaricação, previsto no art. 319-A do Código Penal. 45. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) No âmbito da administração pública, o agente que pede dinheiro a pretexto de influir na decisão de juiz eleitoral incorre em crime de tráfico de influência. Errado. Neste caso, responderá o agente por exploração de prestígio. 46. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) No âmbito da administração pública, o agente que solicita para si vantagem indevida em razão da função pública que exerce incide no crime de corrupção ativa. Errado. Neste caso, o crime caracterizado é o de corrupção passiva. 47. (CESPE / Analista - TRE-RJ / 2012) Pratica o delito de excesso de exação o funcionário público que exige tributo que sabe ser indevido. Errado. A questão enuncia corretamente o excesso de exação. 48. (CESPE / Agente - TJ-RR / 2012) Pode haver o crime de corrupção passiva sem que haja o de corrupção ativa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Certo. A corrupção passiva é crime formal e consuma-se no momento em que o funcionário público solicita, recebe ou aceita a promessa de vantagem indevida, MESMO QUE O PARTICULAR NÃO REALIZE O PAGAMENTO. 49. (CESPE / TCE-RN / 2009) Constitui crime contra as finanças públicas ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, ainda que a despesa possa ser paga no mesmo exercício financeiro e constitui crime contra as finanças públicas ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública que não tenham sido criados por lei ou que não estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia. Errado. O final da questão está correto, pois trata do crime de oferta pública ou colocação de títulos no mercado, definido no art. 359-H do Código Penal. Ocorre, entretanto, que a primeira parte está errada, pois para a caracterização do crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura, previsto no art. 359-C do código Penal, é necessário que o agente ordene ou autorize a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. 50. (CESPE / TJ – PA / 2009) Os crimes contra as finanças públicas cometidos por agente público que possua atribuição legal para ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, classificam-se como crime próprio. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Correto. Crimes próprios são aqueles que exigem uma qualificação especial do sujeito ativo. No caso, atribuição legal para ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito. 51. (CESPE / TCE – AM / 2007) Constitui crime contra as finanças públicas autorizar a assunção de obrigação, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro, nos dois últimos quadrimestres do seguinte período do mandato último ano. Correto. A questão trata do crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura. Tal delito encontra previsão no art. 359-C do Código Penal e consiste em ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. 52. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, quem ordena ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos duzentos e quarenta dias anteriores ao final do mandato. Errado. A questão trata do crime de aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura. Incide no citado delito o agente público que ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Assim, o crime é caracterizado quando o aumento é determinado nos 180 dias anteriores ao final do mandato e não nos 240. 53. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, quem autoriza a colocar no mercado financeiro títulos de dívida pública sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e custódia. Correto. A questão trata do crime de oferta pública oucolocação de títulos no mercado. Tal delito, previsto no art. 359-H do Código Penal consiste em ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia. 54. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, quem promove o cancelamento de restos a pagar inscritos em valor superior ao permitido em lei ou regulamento. Errado. Nos termos do art. 359-F, do Código Penal, o que caracteriza o delito é o fato de deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei. 55. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO quem ordena operação de crédito interno ou externo, com autorização legislativa, mas sem prévio acordo da instituição financeira. Errado. O art. 359-A do Código Penal não caracteriza como crime a ordenação de operação de crédito interno ou externo sem prévio acordo da instituição financeira, mas sim sem prévia autorização legislativa. 56. (CESPE / Analista de Controle Externo - TCE – AC / 2006) Constitui crime de responsabilidade fiscal face às finanças públicas, quem presta garantia em operação de crédito com a constituição de contragarantia em valor igual ao valor da garantia prestada. Errado. O art. 359-E do Código Penal define o delito de prestação de garantia graciosa como a conduta de prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei. Assim, não constitui crime o ato de prestar garantia em operação de crédito com a constituição de contragarantia em valor igual ao valor da garantia prestada. ******************************************************* Por enquanto é “só”! Aproveito a oportunidade para apresentar um resumo sobre um dos principais temas de seu edital: Os crimes contra a Administração Pública. ******************************************************* CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - RESUMO CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA PECULATO DIVIDE-SE EM: PECULATO- APROPRIAÇÃO E PECULATO-DESVIO Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. A consumação no peculato-apropriação ocorre quando o indivíduo age como se fosse dono do objeto. Por sua vez, no peculato-desvio ocorre quando o indivíduo desvia o bem, sendo irrelevante se consegue ou não proveito próprio ou alheio. PECULATO-FURTO O funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem o subtrai ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Ocorre quando o funcionário público subtrai ou concorre para que seja subtraído. PECULATO CULPOSO Quanto aos delitos acima, se o funcionário concorre culposa-mente para o crime de outrem. A reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Refere-se aos delitos acima. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. O crime se consuma não no momento em que o funcionário recebe a coisa, mas no momento em que, tendo sua posse, dela se apropria. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública, com o fim de obter vantagem indevida para si ou O crime se consuma no momento em que as informações falsas passam a fazer parte do sistema de informações. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO para outrem ou para causar dano. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. O crime se consuma com a alteração ou modificação. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO Extraviar livro oficial ou qualquer documento de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá- lo, total ou parcialmente. Consuma-se o delito com a realização das condutas definidas na norma incriminadora, sendo irrelevante a ocorrência de dano para a administração pública. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei. O crime é consumado com a aplicação irregular de rendas e verbas públicas, não bastando a simples indicação sem execução. CONCUSSÃO Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. A consumação ocorre com a exigência, no momento que esta chega ao conhecimento do sujeito passivo. EXCESSO DE EXAÇÃO Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso que a lei não autoriza; OU se desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos. O delito se consuma no momento da exigência ou do emprego do meio vexatório ou gravoso. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO CORRUPÇÃO PASSIVA Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. A pena é aumentada de um terço se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. O delito se consuma no momento em que a solicitação chega ao conhecimentodo terceiro ou quando o funcionário recebe a vantagem ou aceita a promessa de sua entrega. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho. Consuma-se o delito com a realização da conduta de facilitação, seja ela comissiva (Ex: Aconselhar) ou omissiva (Ex: Não criar obstáculos). PREVARICAÇÃO Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Consuma-se o delito com a omissão, retardamento ou realização do ato. PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. O crime se consuma com o acesso do preso ao aparelho telefônico, ainda que não consiga utilizá-lo. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Consuma-se com a simples conduta negativa. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário. Consuma-se o delito com a realização do primeiro ato de patrocínio, independentemente da obtenção do resultado pretendido. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Há agravante se o interesse é ILEGÍTIMO. ABANDONO DE FUNÇÃO Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei. Consuma-se com o afastamento do cargo por tempo juridicamente relevante. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso. Consuma-se o delito no momento em que o funcionário pratica o primeiro ato de ofício. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo, e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação. O delito é consumado no momento do ato da revelação do segredo. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Permitir ou facilitar, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; Utilizar, indevidamente, o acesso restrito. O delito é consumado no momento da permissão ou facilitação. VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo. A consumação ocorre no momento em que o funcionário ou o terceiro toma conhecimento do conteúdo da proposta. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la Consuma-se o delito com a prática da violência. CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA Usurpar o exercício de função pública. Se do fato o agente aufere vantagem � Tipo qualificado. O crime é consumado com a prática do primeiro ato de ofício, independente do resultado, ou seja, não importando se o exercício da função usurpada é gratuito ou oneroso. RESISTÊNCIA Opor-se à execução de ato legal mediante violência ou ameaça à funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. Se o ato, em razão da resistência, não se executa � Tipo qualificado. Consuma-se no momento da violência ou ameaça. DESOBEDIÊNCIA Desobedecer à ordem legal de funcionário público. O crime é consumado com a ação ou omissão do desobediente. DESACATO Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela. O crime é consumado com o ato ofensivo. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO TRÁFICO DE INFLUÊNCIA Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. A pena é aumentada da metade se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. No verbo obter a consumação ocorre no momento em que o sujeito obtém a vantagem (ou a promessa). Nos verbos solicitar, exigir e cobrar a consumação opera-se com a simples ação do sujeito. CORRUPÇÃO ATIVA Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. A pena é aumentada de um terço se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Consuma-se no momento em que o funcionário público toma conhecimento da oferta ou promessa. CONTRABANDO OU DESCAMINHO Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. Se a mercadoria deu entrada ou saída pela alfândega, a consumação ocorre no momento em que a mercadoria é liberada. Se a conduta é interrompida e não ocorre a liberação, há tentativa. Se a mercadoria entra por outro local que não pela aduana, consuma-se o delito no momento da entrada em território nacional. INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU DE SINAL Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público para identificar ou cerrar qualquer objeto. Consuma-se o delito com o ato de rasgar, inutilizar, conspurcar ou violar. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO Subtrair ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário em razão de ofício ou de particular em serviço público. O crime é consumado com a subtração ou efetivação da inutilização. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES REINGRESSO DE ESTRANGEIRO EXPULSO Reingressar no território nacional o estrangeiroque dele foi expulso. Trata-se de crime próprio, pois o tipo exige qualificação especial do sujeito ativo, qual seja: a de estrangeiro. O delito consuma-se no momento em que o estrangeiro expulso de nosso território, nele penetra. É admissível a tentativa. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando- lhe crime de que o sabe inocente. Este delito não se confunde com a calúnia. Na calúnia o sujeito somente atribui falsamente ao sujeito passivo a prática de um fato descrito como delito. Na denunciação caluniosa ele, além de atribuir à vítima, falsamente, a prática de um delito, leva tal fato ao conhecimento da autoridade e, com isso dá causa a instauração de inquérito policial ou de ação penal. O delito se consuma com a instauração da investigação policial, o processo penal etc. A tentativa é admissível como, por exemplo, no caso em que a autoridade policial não leva a sério a falsa comunicação. TIPOS QUALIFICADO E PRIVILEGIADO: A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. A pena é diminuída de metade, se a CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO imputação é de prática de contravenção. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado. Este delito não pode ser confundido com a denunciação caluniosa. Nesta, como vimos, o sujeito indica uma determinada pessoa como suposta autora. Diferentemente, na comunicação falsa, o indivíduo apenas noticia à autoridade um fato que não ocorreu, deixando de lhe apontar a autoria. Assim, para sua PROVA, pense: 1 - APONTOU AUTORIA ��� DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA. 2 - SÓ COMUNICOU UM FATO ��� COMUNICAÇÃO FALSA. Consuma-se o delito com a ação da autoridade e a tentativa é possível. AUTO-ACUSAÇÃO FALSA Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem. O objeto da auto-acusação deve ser crime. Se for contravenção, o fato será atípico. A conduta deve ocorrer perante autoridade (policial, judicial ou administrativa). Se ocorrer perante funcionário público, não há caracterização do delito A consumação ocorre quando a autoridade toma conhecimento da auto-acusação. A tentativa é possível na auto-acusação realizada por escrito. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. Trata-se de crime próprio, pois só pode ser cometido por testemunha, perito, contador, tradutor e intérprete. Há uma grande divergência doutrinária quanto à possibilidade da existência de concurso de pessoas nesta espécie de delito. Entendem as bancas que é possível a participação no crime de falso testemunho. O falso testemunho se consuma com o CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO encerramento do depoimento e a tentativa é admissível (Ex: O depoimento, por qualquer circunstância, não se encerra). A falsa perícia se consuma com a entrega do laudo à autoridade. É admissível a tentativa. FIGURAS TÍPICAS AGRAVADAS: As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se: 1. O crime é praticado mediante suborno; 2. O crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal; 3. O crime ocorre em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. RETRATAÇÃO: O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade CORRUPÇÃO ATIVA DE TESTEMUNHA, PERITO, CONTADOR, TRADUTOR OU INTÉRPRETE. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação. Consuma-se no momento em que o sujeito dá, oferece ou promete o objeto material, independentemente de qualquer resultado. A forma tentada só é admitida nos casos em que o sujeito emprega a forma escrita para dar, oferecer ou prometer a vantagem. Exemplo: Carta com a promessa é interceptada pela autoridade policial. FIGURA TÍPICA AGRAVADA: As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a inter- vir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. Trata-se de crime de forma vinculada, ou seja, que só pode ser praticado mediante violência ou grave ameaça. O processo pode ser judicial, administrativo ou em curso em juízo arbitral. Também se inclui o inquérito policial. A consumação ocorre com o emprego da violência ou grave ameaça, não importando que o sujeito consiga o fim que objetiva. Admite-se a tentativa. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite. Exige-se, para a caracterização do delito, a legitimidade da pretensão ou, ao menos, que o sujeito suponha legítima a sua pretensão com base em razões convincentes. Assim, se o dono de imóvel alugado invade a casa, a fim de obter, através de objetos do inquilino, o aluguel devido, teremos o exercício arbitrário das próprias razões e não o furto. O delito consuma-se com o emprego dos meios executórios para a satisfação da pretensão. É admissível a tentativa. AÇÃO PENAL: Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa, ou seja, a ação será privada. SUBTRAÇÃO OU DANO DE COISA PRÓPRIA EM PODER DE TERCEIRO Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção. Trata-se de crime próprio que só pode ser cometido pelo proprietário do objeto material. Tem sua consumação no momento em que o sujeito subtrai, destrói, suprime, ou danifica o objeto material. Admite-se a tentativa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO FRAUDE PROCESSUAL Inovar artificiosamente, na pendência de processo civilou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. Este delito também é denominado de “estelionato processual”. A diferença entre a fraude processual e o estelionato reside no fato de que neste (estelionato) a fraude objetiva permitir que o sujeito venha a obter vantagem ilícita em prejuízo alheio. Na fraude processual a intenção é enganar o Juiz ou Perito. Não havendo modificação no mundo externo, ou seja, não se inovando (alterando) um local (lugar), uma coisa (móvel ou imóvel) ou pessoa (fisicamente), sem transformar seu o estado original, real, não haverá crime. Neste sentido, vale transcrever o seguinte entendimento que versa sobre a inovação: “(...) inovar artificiosamente o estado de lugar, coisa ou pessoa, escreve Heleno Cláudio Fragoso, citando Manzini, significa provocar em lugar, coisa ou pessoa modificações materiais, extrínsecas ou intrínsecas, de forma a alterar o aspecto ou outra propriedade probatória que o lugar, coisa ou pessoa tinha precedentemente, e idôneas para induzir o juiz ou perito.” No mesmo sentido, importante se faz constar o entendimento abaixo: “Inova-se artificiosamente: o estado de lugar, quando, por exemplo, se abre um caminho, para inculcar uma servidão ‘itineris’; o estado de coisa, quando, ‘verbi gratia’, se eliminam os vestígios de sangue numa peça indiciária da autoria de um homicídio, ou se coloca um revólver junto a uma vítima de homicídio, para fazer crer em suicídio; o estado (físico) de pessoa, quando, ‘in exemplis’, se suprimem, mediante operação plástica, certos sinais característicos de um individuo procurado pela justiça’.” CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Cabe ressaltar que, se for a fraude tida como grosseira, constatável à primeira vista, não se configurará o crime, pois o artigo 347 do CP trás em sua redação a palavra “artificiosamente” o que integra seu tipo. Por iguais razões, não incorrerá no crime aqui tratado o agente que, mesmo intencionalmente, corta ou deixa crescer seus cabelos, extrai seu bigode, passa a usar óculos ou pratica qualquer ato similar com o intuito de não ser reconhecido onde, portanto, tais condutas não configuram o tipo penal, ou seja, a inovação artificiosa. Quanto à consumação, apesar de haver divergências, para a sua PROVA entenda que ocorre com a inovação, não sendo necessário que o sujeito engane o Juiz ou Perito. A tentativa é admissível. FAVORECIMENTO PESSOAL Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão. Distingue-se a conduta do agente que presta auxílio ao criminoso daquele que exerce a co-autoria ou participação no crime. No crime aqui tratado o agente presta auxílio desempenhando qualquer ação que vise a subtração do criminoso à ação da autoridade. É indispensável, para a existência do crime, que o auxílio não tenha sido prestado ou prometido antes ou durante o crime precedente, pois, de outro modo, o que haveria a reconhecer, como é claro, seria a co-participação. As ações mais comuns que levam o agente a incorrer no crime de favorecimento pessoal são, entre outras, ocultar o criminoso dando-lhe abrigo (esconderijo); auxiliá-lo a disfarçar-se, fornecer-lhe transporte para evasão. Em relação às condutas que levam o agente a incorrer no crime, cabe transcrever o seguinte entendimento jurisprudencial: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO “O favorecimento pessoal pode ser praticado por qualquer meio, desde que traduza uma ação positiva e direta, com referência ao escopo pretendido, podendo ser considerado como modalidade de auxilio o fato de subtrair o criminoso às diligências realizadas pela autoridade para encontrá-lo.” O sujeito ativo do crime poderá ser qualquer pessoa, excetuado o co-autor do delito precedente, ainda que sua participação no crime se tenha limitado à promessa de auxiliar, após a prática criminosa. A consumação opera-se no momento da prestação do auxílio que subtraiu o criminoso à autoridade. É admissível a tentativa. FIGURA TÍPICA PRIVILEGIADA: Quando imposta abstratamente ao crime antecedente pena de detenção. ESCUSA ABSOLUTÓRIA: Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. FAVORECIMENTO REAL Prestar a criminoso, fora dos casos de co- autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, FAVORECIMENTO REAL X PESSOAL: No real o agente objetiva tornar seguro o proveito do delito. Diferentemente, no pessoal, visa tornar seguro o autor do crime antecedente. Por “proveito do crime” devemos entender qualquer vantagem, material ou imaterial. A título de exemplo podemos citar como vantagem material a posse do objeto furtado anteriormente, e imaterial o valor pago pela pratica, ou seja, a coisa (dinheiro) que veio a substituir o objeto do material do crime. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO sem autorização legal, em estabelecimento prisional. FAVORECIMENTO REAL X RECEPTAÇÃO: Na receptação o proveito deve ser econômico enquanto no favorecimento real pode ser econômico ou moral. Na receptação o agente age em proveito próprio ou de terceiro, que não o autor da conduta anterior. No favorecimento real age, exclusivamente, em favor do autor do crime antecedente. No favorecimento real a ação do sujeito visa ao autor do crime antecedente enquanto na receptação a conduta recai no objeto material do delito anterior. O crime de favorecimento real não comporta a modalidade culposa, pois o agente uma vez exprimindo sua vontade em auxiliar o autor de crime, sabedor se tratar da ilicitude do objeto, exerce vontade consciente, dolosa. Consuma-se com a prestação do auxílio e a tentativa é admissível. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder. Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança; II - prolonga a execução de pena ou de medida de Há divergências quanto à revogação do art. 350 do CP pela lei de abuso de autoridade. O entendimento majoritário é o de que não houve revogação total, mas apenas do inciso III do citado dispositivo. De qualquer forma, devido a estas divergências, dificilmente este delito aparece em PROVAS e, para você, basta uma noção geral das condutas descritas nos incisos I, II e IV. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERALPROFESSOR: PEDRO IVO segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade; III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. FUGA DE PESSOA PRESA OU SUBMETIDA À MEDIDA DE SEGURANÇA Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva. Para a caracterização do delito é necessário que a pessoa esteja legalmente presa ou submetida a medida de segurança. Caso a prisão ou medida de segurança seja ilegal, não haverá o delito por atipicidade do fato. TIPOS QUALIFICADOS: Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos. A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado. FORMA CULPOSA No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa. A consumação ocorre no momento da fuga e a tentativa, salvo na modalidade culposa, é admissível. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa. Trata-se de crime próprio, pois só pode ser cometido por preso ou indivíduo submetido à medida de segurança. A consumação ocorre com o emprego da violência física contra a pessoa. Observe que a tentativa é admissível, mas, como é tratada no próprio tipo penal (“tentar evadir-se”), tem a mesma pena da forma consumada. ARREBATAMENTO DE PRESO Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda. Este crime praticamente não aparece nas provas. Consuma-se com o arrebatamento do preso e a tentativa é admissível. Obs.: Arrebatar significa tirar, arrancar, tomar. MOTIM DE PRESOS Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão. Este crime, assim como o anterior, também não vem sendo muito exigido em provas. Trata-se de crime próprio que só pode ser cometido por presos. Atinge sua consumação com a efetiva perturbação da ordem ou disciplina e admite-se a forma tentada. PATROCÍNIO INFIEL Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado. Trata-se de crime próprio que só pode ser praticado por advogado regularmente inscrito na OAB ou por estagiário de advocacia nos termos do art. 3º do Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil. Consuma-se com a produção do prejuízo e é admissível a tentativa na forma comissiva. PATROCÍNIO SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na Trata-se de crime praticado por advogado ou procurador judicial que defende, na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. O sujeito ativo só pode ser o advogado, regularmente inscrito na OAB ou procurador judicial (estagiário ou provisionado inscrito na Ordem). A disposição não inclui os membros do Ministério Público e os Procuradores do Estado. O tipo penal prevê duas condutas: 1. Patrocínio simultâneo; e 2. Patrocínio sucessivo das partes contrárias (tergiversação). No primeiro caso, o advogado, ao mesmo tempo, defende interesses, na mesma causa, de partes contrárias. Não é necessário que seja no mesmo processo, uma vez que a figura penal fala “na mesma causa”, pois uma causa pode ter mais de um processo. Na segunda hipótese, o advogado, após defender um litigante, passa a defender o outro. As partes contrárias são as pessoas com interesses diversos na mesma causa (pessoas físicas ou jurídicas, autor, réu, ofendido etc.), não sendo suficiente que haja colisão de interesses, pois é necessário que as partes sejam contrárias. Como “mesma causa” deve-se entender a mesma pretensão jurídica, ainda que ela se estenda em processos diversos, como, por exemplo, a cobrança de alimentos por períodos sucessivos. A consumação ocorre com a efetiva prática de ato processual no interesse simultâneo de partes contrárias. O consentimento exclui a ilicitude da conduta. É admissível a tentativa na CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 42 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO modalidade de defesa simultânea, mas não na de patrocínio sucessivo. Exemplo: Em uma separação consensual, no qual o advogado defende interesses de ambos os cônjuges há inexistência de crime, podendo os cônjuges contratar o mesmo advogado, pois inexistem partes contrárias. Em uma separação litigiosa, o advogado que defende ambos os cônjuges pratica o crime de patrocínio simultâneo. SONEGAÇÃO DE PAPEL OU OBJETO DE VALOR PROBATÓRIO Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador Este crime quase não é encontrado em provas, bastando o conhecimento da conduta típica. EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha. Trata-se de delito bem parecido com o tráfico de influência que analisamos na aula passada. A diferença reside no fato de que aqui a lei expressamente cita as pessoas que servem à justiça (em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha). O rol é taxativo. A consumação ocorre com a solicitação ou recebimento e a tentativa é admissível no caso de solicitação por escrito e no recebimento. TIPO QUALIFICADO: As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas no dispositivo legal. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 43 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO VIOLÊNCIA OU FRAUDE EM ARREMATAÇÃO JUDICIAL Impedir, perturbar ou fraudar arrematação Judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem. Atenha-se apenas ao conhecimento da figura típica. DESOBEDIÊNCIA A DECISÃO JUDICIAL SOBRE PERDA OU SUSPENSÃO DE DIREITO Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial.
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