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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENDO DE CIÊNCIA EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA QUÍMICA EXPERIMENTO 4 – DETERMINAÇÃO DE CONSTANTES FÍSICAS DE COMPOSTOS ORGÂNICOS CAROLINE DA COSTA PAGANI (201310339) RAQUEL DE SANTANA SANTOS NOVAES (201210041) ILHÉUS - BA 2015 CAROLINE DA COSTA PAGANI (201310339) RAQUEL DE SANTANA SANTOS NOVAES (201210041) DETERMINAÇÃO DE CONSTANTES FÍSICAS DE COMPOSTOS ORGÂNICOS Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação da disciplina CET986 – no curso de Engenharia Química - Turma P10. Dia de execução do experimento: 07/12/2015. Professor: Carla Fávaro ILHÉUS - BA 2015 INTRODUÇÃO A identificação das constantes físicas dos compostos é fundamental para a caracterização do mesmo, assim como para a utilização de tais constantes em outros experimentos. Além do ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade citados nesse experimento, existe também o índice de refração. (Vogel, 1981) O ponto de fusão de uma substância é a temperatura na qual existe um equilíbrio entre um estado cristalino ordenado e um estado líquido mais randômico. Se a substância é um composto iônico as forças que mantém os íons unidos no estado cristalino são forças eletrostáticas intensas da rede, que atuam entre os íons positivos e negativos na estrutura cristalina ordenada. Uma grande quantidade de energia térmica é necessária para quebrar a estrutura organizada do cristal e lavá-lo para a estrutura aberta e desordenada de um líquido. (Solomons, 2013) Tomando que a temperatura de ebulição é a temperatura em que a pressão de vapor se iguala com a pressão atmosférica, diz que o p.e. é a temperatura na qual uma substância pura ou uma mistura azeotrópica líquida passa do estado líquido para o estado gasoso, ou seja, é uma pequena faixa de temperatura em que o vapor e o líquido coexistem harmonicamente. (Vogel, 1988). O ponto de ebulição de um composto orgânico líquido depende das forças de interação entre as moléculas nos mesmos, de seu peso molecular e de sua estrutura molecular. Sendo que os compostos orgânicos, em geral, possuem baixos pontos de ebulição que se devem aos fatores supracitados. (Vogel, 1988). Em geral, os pontos de fusão e de ebulição dos compostos orgânicos são menores do que os dos compostos inorgânicos, como substâncias iônicas e metálicas. Isso ocorre devido as diferentes forças intermoleculares que mantém as moléculas de determinada substância unidas, quanto mais forte é a força intermolecular mais energia será necessário fornecer ao meio para que essas interações sejam rompidas e elas mudem seu estado físico, o que resulta em maiores pontos de fusão e ebulição. Como as forças intermoleculares existentes nos compostos orgânicos são fracas em comparação ás forças dos compostos iônicos, consequentemente os pontos de fusão e ebulição são menores. O termo densidade denota, de maneira geral, a relação existente entre uma grandeza e o espaço ou volume associado a ela. A densidade absoluta ou massa específica é uma propriedade física das substâncias cujo valor se calcula pela relação entre certa massa da substância e o volume ocupado por ela, tomando por unidade geralmente o grama por centímetro cúbico (g/cm3). No sistema internacional a unidade é o quilograma por metro cúbico (kg/m3). As propriedades físicas das substâncias são facilmente mensuráveis, utilizando-se técnicas e aparelhos já conhecidos na literatura. Conhecendo as constantes físicas de componentes de uma mistura, é possível decidir um método de separação plausível para isolar o produto desejado: cristalização, destilação, dentre outros. (Solomons, 2013). OBJETIVOS Determinar as constantes físicas: ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade de compostos orgânicos. MATERIAIS E MÉTODOS A seguir serão apresentados os materiais e os métodos usados neste experimento. Materiais Bico de gás; Fósforo; Béquer; Termômetro; Tubo capilar (2); Anel de borracha; Tubo de ensaio (2); Tela de amianto; Pipeta; Suporte Garra; Picnômetro; Proveta. Reagentes Composto 1 (Benzofenona); Composto 2 (Acetato de Etila); Composto 3 (Clorofórmio). Métodos Procedimento Determinação do ponto de fusão Usando um bico de Bunsen, foi fechada uma extremidade do tubo capilar. Colocado assim 0,5 cm do composto 1 no tubo. A amostra foi compactada deixando cair o tubo dentro de um condensador reto de 30cm. Após o tubo ser ajustado a um termômetro, utilizando um anel de borracha, e preso a um suporte universal, o conjunto foi mergulhado em um béquer com água sobre uma tela de amianto e um tripé. O tubo e o termômetro não tocaram o fundo do béquer. Foi aquecido lentamente o líquido, observando a temperatura de ínicio e fim da fusão. Determinação do ponto de ebulição Foi colocado 1 ml do composto 2 em um tubo de ensaio pequeno, uma pérola de vidro, foi mergulhado um tubo capilar com a extremidade aberta tocando o fundo do líquido. Foi ajustado o tubo capilar junto com o termômetro e colocado em banho maria, semelhante a montagem do experimento anterior. Foi observado o aparecimento de bolhas que escapam do tubo de ebulição e quando formado o “colar contínuo” de bolhas, o líquido entrou em ebulição, terminando assim o aquecimento. No momento que as bolhas cessam o líquido entrou completamente no tubo capilar. Determinação da densidade Usando uma balança analítica foi determinada a massa do picnômetro vazio e seco (massa A). Foi colocado após a primeira pesagem o composto 3 de forma que não deixe nenhum espaço vazio, foi tampado e limpado com papel absorvente e determinado a sua massa (massa B). Esvaziado o picnômetro, foi seco e preencheu com água destilada. Limpado os excessos foi pesado o volume de água (massa C). A diferença entre as massas e razão da diferença é usada para determinar a densidade do composto tendo como temperatura ambiente 20ºC. RESULTADOS E DISCUSSÕES Tendo como base a tabela a seguir de constantes físicas de algumas substâncias orgânicas é possível comparar com os resultados obtidos e sugerir o nome dos compostos utilizados. Tabela 1 - Tabela de constantes físicas de algumas substâncias orgânicas. Substância P.F (ºC) Substância P.E (ºC) Substância Densidade (g/mL) 1,4-benzoquinona 113-115 Acetonitrila 82 Clorofórmio 1,492 Vanilina 82-83 Acetona 56 Heptano 0,684 Ácido Benzóico 122-123 Acetato de Etila 76 Nitrobenzeno 1,196 Benzofenona 50-51 Etanol 78 Acetato de Etila 0,902 1,2,3-trimetóxibenzeno 43-45 Diclorometano 40 Água 1,000 Composto 1 Composto 2 Composto 3 * Constantes físicas de algumas substâncias orgânicas á 20°C. Determinação do ponto de fusão Composto 1e Início da fusão: 47 ºC Fim da fusão: 52 ºC Analisando a tabela 1, podemos ver que a faixa de fusão esta próxima da faixa de fusão da Benzofenona. Então, o composto 1e utilizado foi a Benzofenona. Figura 1 - Composto orgânico Benzofenona (). Em geral, a faixa de temperatura de fusão não excede 2 ºC para uma substância pura. Uma pequena quantidade de impurezas na amostra é suficiente para alargar consideravelmente essa faixa de temperatura, além de abaixar a temperatura inicial de fusão. Em geral impurezas diminuem as temperaturas de fusão e enlanguescem o intervalo de fusão, devido a interferências nas interações entre as moléculas dos compostos. Ou seja, as impurezas fazem diminuir a interação entre as móleculas fazendo assim chegar ao ponto de fusão em temperatura menor. Como a variação observada entre o intervalo de temperatura teórico e o prático foi pequena, o mais provável é que está diferença ocorreu devido a possível contaminação ou degradação dos compostos e/ou impurezas nas vidrarias utilizadas. Desse modo o composto identificado com benzofenonatrata-se de uma mistura, e não uma substância pura. Não se pode descartar também a hipótese de erro cometida pelo analista na observação do inicio exato e final da fusão. Determinação do ponto de ebulição Composto 2f Início da ebulição: 75 ºC Fim da ebulição: 78 ºC Sua temperatura no momento em que foi formado o “colar de bolhas”, que é o etanol em ebulição, foi de 75oC, neste momento a pressão de vapor do acetato de etila se aproxima da pressão atmosférica, no momento em que a última bolha sai do tubo, a temperatura observada neste momento foi de 78oC. Analisando a tabela 1, podemos ver que a faixa de ebulição esta próxima da faixa de ebulição do Acetato de Etila. Então, o composto 2f utilizado foi o Acetato de Etila. Figura 2 - Composto Acetato de Etila ). Nesta parte do experimento observou-se também uma variação pequena entre o valor da tabela e o obtido experimentalmente, através de tal diferença pode-se inferir que o composto em questão não é uma substância pura ou composta e sim uma mistura. A propriedade que mantém a coesão da substância no estado líquido, bem como define a interação da substância com a superfície sobre a qual ela está é a tensão superficial. A intensidade dessa força decresce com o aumento da temperatura. Isso ocorre porque, com maior energia cinética, as moléculas passam menos tempo próximas umas das outras e as forças intermoleculares ficam menos efetivas. Como uma substância pura é formada por átomos de um só elemento químico, e a compostas é formada por mais de um tipo de elemento químico, enquanto que a mistura é formada por duas ou mais substâncias, tem-se que a tensão superficial de um mesmo composto em sua forma pura é maior do que a mesma em uma mistura, e consequentemente o ponto de ebulição da mistura é menor do que o desta substância pura. Por esta razão, acredita-se que o acetato de etila utilizado no experimento trata-se de uma mistura, uma vez que a temperatura inicial de ebulição obtida foi menor do que a tabelada. Determinação da densidade Composto 3c Massa A = 26,4428 g Massa B = 63,8800 g Massa C = 51,7949 g Utilizando a equação 1 Analisando a tabela 1, é possível notar que o composto 3c teve densidade próxima à densidade do clorofórmio. Figura 3 - Composto Clorofórmio (CH). 1,025 % Com um erro relativo baixo, de 1,025%, podemos afirmar que o composto 3c utilizado é o Clorofórmio. O erro pode ser atribuído a alguns fatores como à alta volatilização do clorofórmio, acarretando a perda de material por evaporação, a pureza do composto, além da temperatura do ambiente no momento do experimento, uma vez que quanto maior a temperatura, maior o volume e, portanto, menor a densidade de um composto, e vice-versa. A volatilidade de um líquido está diretamente associada à atração entre suas moléculas. Assim, quanto mais fracas forem as ligações intermoleculares, mais fácil será a evaporação. O clorofórmio faz ligações de hidrogênio, essas ligações são mais fortes quando o hidrogênio está ligado átomos com alta eletronegatividade, como flúor, oxigênio e nitrogênio, mas outros átomos podem participar desde que promovam um acentuado momento de dipolo, gerando uma forte redução da densidade eletrônica do hidrogênio, que é o caso do clorofórmio. CONCLUSÃO A partir dos experimentos realizados, verificou-se que, seguindo o roteiro proposto, foi possível medir o ponto de fusão da benzofenona no experimento I, determinar o ponto de ebulição do acetato de etila no experimento II e encontrar a densidade do clorofórmio no experimento III. As pequenas divergências de valores nos experimentos I e II devem-se provavelmente às impurezas presentes nos reagentes utilizados, ou seja, os compostos utilizados são misturas, e não substâncias puras. No experimento I o inicio da fusão se deu a 47°C, enquanto que na tabela o inicio da fusão seria em 50°C e o final da fusão foi em 52°C e 51°C, respectivamente. No experimento II o valor tabelado do ponto de ebulição do acetato de etila é de 78°C, o valor obtido experimentalmente foi de 75°C referente ao inicio da formação do “colar” de bolhas e 78°C o fim deste “colar”. A diferença entre a densidade teórica e a obtida experimentalmente no experimento III esta provavelmente mais atrelada à alta volatilidade do clorofórmio, pois desde o momento em que ele foi colocado no picnômetro já estava havendo perda de material por evaporação, e a pureza do composto em questão, uma vez que no momento do experimento o laboratório estava climatizado a uma temperatura média de 20ºC, o mesmo parâmetro atribuído à tabela 1, diminuindo a possibilidade do erro ser atribuído a temperatura. Mesmo assim o erro relativo obtido foi muito pequeno, cerca de 1,025%. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] CARNEIRO, M. S. S.; Introdução á química orgânica. Modulo Q7, Janeiro de 2010. [2] CONSTANTINO, M. G.; Curso Básico: Química Orgânica. Volume 3, 2006. [3] PIZZOLATTI, M. G. Análise Orgânica Clássica II. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012. [4] SOLOMONS, T. W. G. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC,10. ed. v. 1. 2013. [5] VOGEL, A. I. Química Orgânica- Ánalise Orgânica e Qualitativa. Rio de Janeiro: Ao livro técnico SA, 3. ed. v. 1. 1981. [6] VOGEL, A. I. química orgânica – Análise orgânica qualitativa. 3 ed. Rio de janeiro: Ao livro técnico, 1988, v. 3, p.1.082-1.087.
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