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DIREITO PENAL DESMEMBRADO - COM QUESTÕES AULA 4

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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
 
Olá, Pessoal! 
 
Hoje abordaremos um tema que, em se tratando do CESPE, é questão 
praticamente certa em sua prova. Trata-se de um assunto extremamente 
relevante. 
 
Vamos começar a subir mais um degrau rumo à aprovação. 
 
Bons estudos! 
******************************************************* 
 
1. (CESPE/Analista Judiciário–TRE MT/2010) O homicídio praticado 
mediante paga ou promessa de recompensa classifica-se 
doutrinariamente como crime bilateral. 
 
Correto. Crime bilateral é aquele que, por sua própria natureza, exige o 
encontro de dois agentes, sem o qual o mesmo não seria possível. No 
homicídio praticado mediante paga ou promessa de recompensa, também 
conhecido como mercenário, há a figura do mandante e a do executor. 
O homicídio é, provavelmente, um dos crimes mais conhecidos do Código 
Penal. É o primeiro delito tipificado na parte especial e consiste na destruição 
da vida de um homem praticada por outro. 
 
Nelson Hungria considera o homicídio como: 
AULA04 – CRIMES CONTRA A PESSOA 
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DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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(...) o tipo central dos crimes contra a vida e é o ponto culminante na 
orografia dos crimes. É o crime por excelência. É o padrão da delinqüência 
violenta ou sanguinária, que representa como que uma reversão atávica às 
eras primeiras, em que a luta pela vida, presumivelmente, se operava com o 
uso normal dos meios brutais e animalescos. É a mais chocante violação do 
senso moral médio da humanidade civilizada. 
Apresenta a seguinte descrição típica: 
 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Desde já é importante ressaltar que o homicídio em sua forma fundamental 
(acima apresentada) não possui nenhum elemento normativo, ou seja, 
independe de qualquer injustiça ou violência. Assim, se Tício mata Mévio 
mediante veneno, por exemplo, apesar de não ter havido violência, podemos 
afirmar que houve homicídio. 
Ocorre, entretanto, que o homicídio possui outras figuras típicas além da 
supracitada. Desta forma, podemos resumir o assunto da seguinte forma: 
TIPOS PENAIS DO CRIME DE HOMICÍDIO 
HOMICÍDIO SIMPLES Art. 121, caput 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Art. 121, § 1º 
HOMICÍDIO QUALIFICADO Art. 121, § 2º 
HOMICÍDIO CULPOSO SIMPLES Art. 121, § 3º 
HOMICÍDIO CULPOSO 
QUALIFICADO 
Art. 121, § 4º 
PERDÃO JUDICIAL Art. 121, § 5º 
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2. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) A natureza jurídica do 
homicídio privilegiado é de circunstância atenuante especial. 
 
Errado. A natureza jurídica do homicídio privilegiado é caso de diminuição de 
pena. Crime privilegiado é aquele no qual o legislador diminui, em abstrato, 
os limites mínimo e máximo da pena. Traz o Código Penal em seu art. 121, 
§1°, que o juiz partirá da pena de homicídio simples, diminuída de um sexto 
a um terço. 
O homicídio privilegiado encontra previsão no parágrafo 1º do art. 121, nos 
seguintes termos: 
 
Art. 121 [...] 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
 
 
Do supra dispositivo legal, podemos verificar que o privilégio é cabível 
quando o agente: 
1. Matar alguém impelido por motivo de relevante valor 
social ��� Neste caso, o homicídio ocorre devido a determinada 
situação que diz respeito a um interesse coletivo. Exemplo: O 
sujeito mata o vil traidor da pátria. 
 
 
APESAR DA PALAVRA “PODE”, A REDUÇÃO DE PENA NO HOMICÍDIO 
PRIVILEGIADO NÃO É FACULDADE, MAS OBRIGAÇÃO DO JUIZ. 
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2. Matar alguém impelido por motivo de relevante valor 
moral ��� Aqui, o motivo do homicídio está relacionado com uma 
situação que afeta o particular, e não a coletividade. Exemplo: 
Mévio fica sabendo que Tício, seu vizinho, estuprou sua filha. 
Diante de tal situação, Mévio mata Tício. 
 
3. Matar alguém sob o domínio de violenta emoção, logo após 
injusta provocação da vítima ��� Neste caso, para que fique 
caracterizado o homicídio privilegiado, é necessário que 
tenhamos: 
a. Emoção violenta; 
b. Injusta provocação da vítima; e 
c. Sucessão imediata entre a provocação e a reação. 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
TJMG: 1906478/MG DJ 20.09.2000 
Homicídio Privilegiado. Relevante Valor Social. 
Motivo social é aquele que corresponde aos interesses coletivos. 
Jamais pode ser considerado como motivo de relevante valor social 
o homicídio cometido, por exemplo, em razão de desavenças 
relacionadas com jogo de baralho. 
STM, Apelfo 49.061/RS, DJ 13.02.2003 
Age sob influência de violenta emoção, e não por ela dominado, o 
agente que, respondendo a reiteradas provocações da vítima, que o 
persegue até o momento em que deixava o local em seu automóvel, 
dispara a arma de fogo em direção àquela. 
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3. (CESPE/Administração – PM-DF/2010) Um médico praticou aborto 
de gravidez decorrente de estupro, sem autorização judicial, mas 
com consentimento da gestante. Nessa situação, o médico deverá 
responder por crime, já que provocar aborto sem autorização judicial 
é sempre punível, segundo o CP. 
 
Errado. A questão reporta-se a um dos tipos de aborto legal, quando há 
gravidez resultante de estupro, art. 128, II, do CP. O Código é expresso, na 
descrição do artigo, que não há punição quando presentes os requisitos: 
consentimento da gestante e que seja praticado por médico. Trata-se de 
uma norma penal permissiva. Não há necessidade de autorização judicial. 
O aborto nada mais é do que a interrupção da gravidez com a consequente 
morte do feto. Pode ser classificado em: 
 
� Natural � Quando ocorre a interrupção espontânea da gravidez. 
É impunível. 
� Acidental � Quando a interrupção da gravidez ocorre devido a 
um acidente. Seria o caso, por exemplo, de uma mulher grávida 
que cai da escada e acaba abortando. É impunível. 
� Legal ou permitido � Ocorre quando a lei confere a 
possibilidade de ser realizado o aborto. No nosso ordenamento 
jurídico, encontra cabimento nas situações descritas no art. 128, I 
e II. São elas: 
 
� Quando praticado por médico, se não há outro 
meio de salvar a gestante (aborto necessário). 
� Quando praticado por médico, se a gravidez 
resulta de estupro e o aborto é precedido de 
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consentimento da gestante ou, quando incapaz, deseu representante legal (aborto permitido). 
 
� Criminoso ��� Ocorre quando o fato não se enquadra nas 
supracitadas situações. Começaremos, a partir de agora, a tratar 
desta espécie, que apresenta as seguintes figuras típicas: 
 
TIPOS PENAIS DO CRIME DE ABORTO 
AUTO-ABORTO Art. 124 
FATO DE PROVOCAR ABORTO COM 
O CONSENTIMENTO DA GESTANTE 
Art. 125 
FATO DE PROVOCAR ABORTO SEM 
O CONSENTIMENTO DA GESTANTE 
Art. 126 
ABORTO QUALIFICADO Art. 127 
 
4. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio 
privilegiado, estando o agente em uma das situações que ensejem o 
seu reconhecimento, o juiz é obrigado a reduzir a pena, mas a lei não 
determina o patamar de redução. 
 
Errado. O §1° do art. 121 do CP trata do homicídio privilegiado. É uma causa 
especial de diminuição de pena e, sendo direito subjetivo do agente, caso ele 
se enquadre nas hipóteses previstas, o juiz é obrigado a aplicar a redução de 
um sexto a um terço da pena. 
 
5. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Getúlio, a fim de auferir o 
seguro de vida do qual era beneficiário, induziu Maria a cometer 
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suicídio, e, ainda, emprestou-lhe um revólver para que consumasse o 
crime. Maria efetuou um disparo, com a arma de fogo emprestada, na 
região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido lesão corporal de 
natureza grave. Em relação a essa situação hipotética, Apesar de a 
conduta praticada por Getúlio ser típica, pois configura induzimento, 
instigação ou auxílio ao suicídio, ele é isento de pena, porque Maria 
não faleceu. 
 
Errado. Tipificado no art. 122 do CP, o crime de induzimento, instigação ou 
auxílio ao suicídio é um crime material, e consuma-se com o resultado 
morte ou lesão corporal grave. 
O parágrafo único enuncia as hipóteses de aumento de pena, dentre as quais 
o motivo egoístico, aquele torpe, mesquinho, no qual o agente quer alcançar 
algum proveito. 
Na questão em tela Getúlio deve responder pelo crime consumado, tendo a 
pena duplicada pela prática do crime por motivo egoístico. 
Resumindo o tema: 
Suicídio é tirar a própria vida de modo voluntário e consciente. O suicídio, 
por razões de política criminal e clara desnecessidade, não é punido no 
ordenamento penal brasileiro. 
Assim, se alguma pessoa tirou a própria vida, não haverá punição, pois, pelo 
principio da intranscendência da ação e da condenação penal, ninguém 
poderá ser responsável por fato praticado por outrem e, logicamente, os 
sucessores ou herdeiros do suicida não poderão pagar penalmente por ele ter 
tirado a própria vida. 
A modalidade tentada também não poderá ser sancionada, tendo em vista 
que o Estado deve procurar ajudar a pessoa, pois claramente se trata de um 
humano que não se encontra em suas melhores faculdades psíquicas, 
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necessitando da colaboração do Estado para a concretização de tratamento 
psiquiátrico e/ou internação. 
Apesar de o suicídio, como vimos, não caracterizar ilícito penal, a 
participação é prevista como crime e encontra previsão no art. 122 do 
Código Penal, nos seguintes termos: 
 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; 
ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio 
resulta lesão corporal de natureza grave. 
 
No supracitado dispositivo, o legislador visa proteger o direito à vida, e daqui 
surge um importante questionamento: Caso a participação não resulte em 
morte ou lesão corporal do suicida, poderá o agente ser responsabilizado? 
Para ficar bem claro, imagine a seguinte situação: Mévio está no terraço de 
seu prédio, pronto para pular. Nesse momento, aparece Tício que começa a 
cantar: “PULA!!! PULA!!! PULA!!!”. Segundos após, Mévio desiste de sua 
ação, mas o fato é todo filmado por câmeras de segurança. 
Poderá ser Tício responsabilizado pelo fato previsto no art. 122 do CP? 
A resposta é NEGATIVA, pois não vindo a vítima a morrer ou a sofrer a lesão 
corporal de natureza grave, não haverá crime. 
 
6. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio 
privilegiado, a violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser 
dominante da conduta do agente e ocorrer logo após injusta 
provocação da vítima. 
 
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Correto. O art. 121, §1° preceitua as hipóteses para o reconhecimento do 
homicídio privilegiado. Uma delas é estar o agente sob violenta emoção, logo 
em seguida à injusta provocação da vítima. Esta emoção deve ser 
absorvente, plena, fazendo com que o agente perca sua capacidade de 
autocontrole. E a expressão logo em seguida aponta um elemento temporal, 
devendo ser quase que imediatamente após injusta agressão. 
 
7. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) É inadmissível a 
ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado, ainda que a 
qualificadora seja de natureza objetiva. 
 
Errado. A ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado é sim admissível, 
desde que a qualificadora seja de natureza objetiva, para que exista 
compatibilidade entre elas. 
Explicação detalhada: As circunstâncias privilegiadoras são todas subjetivas, 
posto que se relacionam com o motivo do crime ou com o estado de animo 
do agente. Encontram previsão no parágrafo 1º, art. 121, do Código Penal: 
 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
Para que seja possível a existência de um homicídio qualificado e 
privilegiado, é indispensável que as qualificadoras sejam de natureza 
OBJETIVA. No entanto, não são todas as qualificadoras que cumprem este 
requisito. Veja: 
 
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ARTIGO 121, CÓDIGO PENAL 
§ 1°: 
PRIVILEGIADORAS 
§ 2°: 
QUALIFICADORAS 
*Motivo de relevante valor 
social ou moral 
 Motivo torpe –
SUBJETIVA 
 Motivo fútil – SUBJETIVA 
* Domínio de violenta 
emoção 
 Meio cruel – OBJETIVA 
 Meio insidioso –
OBJETIVA 
 
 Para assegurar a 
execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem 
de outro crime -
SUBJETIVA 
 
8. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) No delito de infanticídio 
incide a agravante prevista na parte geral do CP consistente no fato 
de a vítima ser descendente da parturiente. 
 
Errado. O infanticídio está previsto no art. 123 do Código Penal. É um 
homicídio cometido pela mãe contra seu filho, nascente ou neonato. É um 
crime próprio, ou seja, só pode ser cometido pela genitora que se encontra 
sob a influência do estado puerperal. O legislador optou por eleger este tipo 
de homicídio a um delito autônomo, com peculiaridades próprias, não 
incidindo assim a agravante prevista na parte geral do CP. 
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Diferentemente do que muitos pensam, o infanticídio não se trata de uma 
figura privilegiada do homicídio, mas sim de delito autônomo com 
denominação jurídica própria. 
Em diplomas penais anteriores, adotava-se, para a conceituação do 
infanticídio, o critério psicológico, segundo o qual o delito ocorria quando o 
fato era cometido pela mãe, tendo por motivo o fim de ocultar desonra 
própria. Tal critério encontra-se completamente ultrapassado, sendo hoje 
adotado pelo Código Penal vigente o sistema fisiopsicológico, segundo o qual 
se leva em consideração, unicamente, o estado puerperal. 
Mas o que é esse tal de estado puerperal? 
O estado puerperal, que constitui elementar do delito de infanticídio, é o 
período pós-parto ocorrido entre a expulsão da placenta e a volta do 
organismo da mãe para o estado anterior à gravidez. Há quem diga que o 
estado puerperal dura somente de 03 a 07 dias após o parto, mas também 
há quem entenda que poderia perdurar por um mês ou por algumas horas. O 
certo é que a existência ou não da perturbação da saúde mental deve ser 
analisada caso a caso através da perícia. 
A mãe em estado puerperal pode apresentar depressão, não aceitando a 
criança, não desejando ou aceitando amamentá-la. Às vezes, a mãe fica em 
crise psicótica, violenta, e pode até matar a criança, caracterizando crime de 
infanticídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TJMG: 107020417025160011 MG, DJ 08.05.2009 
Se a prova dos autos, inclusive a de natureza pericial, atesta que a recorrente 
matou o seu filho, após o parto, sob a influência de estado puerperal, imperiosa a 
desclassificação da imputação de homicídio qualificado para que a pronunciada 
seja levada a julgamento pelo cometimento do crime de infanticídio. 
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9. (CESPE/Delegado de Polícia RN/2009) Na legislação brasileira, 
não se mostra possível a existência de um homicídio qualificado-
privilegiado, uma vez que as causas qualificadoras, por serem de 
caráter subjetivo, tornam-se incompatíveis com o privilégio. Além 
disso, a própria posição topográfica da circunstância privilegiadora 
parece indicar que ela não se aplicaria aos homicídios qualificados. 
 
Errado. Vamos reforçar o conceito da questão 07: 
A ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado é admissível, desde que a 
qualificadora seja de natureza objetiva, para que exista compatibilidade 
entre elas. Exemplo didático, um pai mata com veneno (qualificadora 
objetiva) o estuprador de sua filha (privilégio subjetivo - relevante valor 
moral). A incompatibilidade se apresenta se o homicídio for praticado com 
uma qualificadora de caráter subjetivo. Exemplificando, não há possibilidade 
de uma pessoa cometer homicídio por motivo fútil e relevante valor moral 
concomitantemente. 
 
10. (CESPE/Soldado–PM DF/2009) Uma jovem de 20 anos de idade, 
brasileira, residente em Brasília, engravidou do namorado, tendo 
mantido a gestação em segredo. Dois dias após o nascimento do seu 
filho, recebeu alta hospitalar e, no caminho para casa, abandonou-o 
na portaria de um prédio residencial para ocultar de seus familiares 
sua própria desonra, já que moravam em outra cidade e não sabiam 
da gravidez. Nessa hipótese, a jovem em tela praticou o delito de 
abandono de incapaz. 
 
Errado. No caso citado a jovem praticou o crime de exposição ou abandono 
de recém-nascido, disposto no art. 134 do CP. É uma forma privilegiada de 
abandono de incapaz. Existe um fim específico, que é ocultar desonra própria 
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e o sujeito passivo é o recém-nascido, ao contrário do art. 133, que pode ser 
qualquer incapaz. 
Trata-se de um crime contra a periclitação da vida e da saúde. Aproveito 
para resumir esta espécie de crimes: 
CRIME CONDUTA PENA OBSERVAÇÃO 
PERIGO DE 
CONTÁGIO 
VENÉREO 
(ART. 130) 
Expor alguém, por meio de 
relações sexuais ou qualquer 
ato libidinoso, a contágio de 
moléstia venérea, de que 
sabe ou deve saber que está 
contaminado. 
 
Detenção, 
de três 
meses a 
um ano, 
ou multa. 
Forma qualificada: 
Se é intenção do agente 
transmitir a moléstia: 
Pena - reclusão, de um a 
quatro anos, e multa. 
Obs.: Somente se procede 
mediante representação, 
ou seja, através de ação 
penal pública 
condicionada. 
 
PERIGO DE 
CONTÁGIO DE 
MOLÉSTIA 
GRAVE 
(ART. 131) 
Praticar, com o fim de 
transmitir a outrem moléstia 
grave de que está 
contaminado, ato capaz de 
produzir o contágio. 
Reclusão, 
de um a 
quatro 
anos, e 
multa. 
PERIGO PARA A 
VIDA OU SAÚDE 
DE OUTREM 
(ART. 132) 
Expor a vida ou a saúde de 
outrem a perigo direto e 
iminente. 
Detenção, 
de três 
meses a 
um ano, 
se o fato 
não 
constitui 
crime 
mais 
grave. 
Causa de aumento de 
pena: 
A pena é aumentada de 
um sexto a um terço se a 
exposição da vida ou da 
saúde de outrem a perigo 
decorre do transporte de 
pessoas para a prestação 
de serviços em 
estabelecimentos de 
qualquer natureza, em 
desacordo com as normas 
legais. 
ABANDONO DE 
INCAPAZ 
(ART. 133) 
Abandonar pessoa que está 
sob seu cuidado, guarda, 
vigilância ou autoridade e, 
por qualquer motivo, incapaz 
de defender-se dos riscos 
Detenção, 
de seis 
meses a 
três anos. 
Formas qualificadas: 
Se do abandono resulta 
lesão corporal de natureza 
grave: 
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resultantes do abandono 
 
Pena - reclusão, de um a 
cinco anos. 
Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro 
a doze anos. 
Causas de aumento de 
pena (aumentam-se de 
um terço): 
1- Se o abandono ocorre 
em lugar ermo; 
2-Se o agente é 
ascendente ou 
descendente, cônjuge, 
irmão, tutor ou curador da 
vítima. 
3- Se a vítima é maior de 
60 (sessenta) anos 
 
EXPOSIÇÃO OU 
ABANDONO DE 
RECÉM-
NASCIDO 
(ART. 134) 
Expor ou abandonar recém-
nascido para ocultar desonra 
própria. 
Detenção, 
de seis 
meses a 
dois anos. 
Formas qualificadas: 
Se do fato resulta lesão 
corporal de natureza 
grave: 
Pena - detenção, de um a 
três anos. 
Se resulta a morte: 
Pena - detenção, de dois a 
seis anos. 
MAUS-TRATOS 
(ART. 136) 
Expor a perigo a vida ou a 
saúde de pessoa sob sua 
autoridade, guarda ou 
vigilância, para fim de 
educação, ensino, tratamento 
ou custódia, quer privando-a 
de alimentação ou cuidados 
indispensáveis, quer 
sujeitando-a a trabalho 
excessivo ou inadequado, 
quer abusando de meios de 
correção ou disciplina. 
Detenção, 
de dois 
meses a 
um ano, 
ou multa. 
Formas qualificadas: 
Se do fato resulta lesão 
corporal de natureza 
grave: 
Pena - reclusão, de um a 
quatro anos. 
Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro 
a doze anos. 
Causa de aumento de 
pena: 
Aumenta-se a pena de um 
terço se o crime é 
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PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
praticado contra pessoa 
menor de 14 anos. 
 
11. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O crime de 
constrangimento ilegal é caracterizado pela ausência de violência ou 
grave ameaça por parte de quem o comete. 
 
Errado. O art. 146 do CP traz o delito de constrangimento ilegal, tipificando 
como crime constranger alguém a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o 
que ela não manda, mediante violência ou grave ameaça. 
 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro 
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
Para que reste caracterizado o delito, é essencial que seja ilegítima a 
pretensão do sujeito ativo, ou seja, que não tenha o direito de exigir da 
vítima a conduta almejada. Assim, a título de exemplo, caso Tício exija, 
mediante grave ameaça, que Mévio, torcedor do Palmeiras, vista a camisa do 
Corinthians e cante o hino do “Timão”, estará caracterizado o crime de 
constrangimento ilegal. 
 
12. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O delito de ameaça pode 
ser praticado de forma verbal, escrita ou gestual. 
 
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Correto. Em consonância como o prevê a lei no artigo 147 do Código Penal, 
ameaçar alguém de causar-lhe mal injusto e grave, por palavra, escrito ou 
gesto. É crime de forma livre, admitindo inúmeros meios de execução. 
CRIME CONDUTA PENA OBSERVAÇÕES 
AMEAÇA 
(ART. 147) 
Ameaçar alguém por 
palavra, escrito ou 
gesto, ou qualquer 
outro meio simbólico, 
de causar-lhe mal 
injusto e grave. 
Detenção, de 
um a seis 
meses, ou 
multa 
Obs. 1: A ameaça é distinta do 
constrangimento ilegal, pois 
enquanto neste busca-se uma 
atividade positiva ou negativa 
da vítima, na ameaça o intuito é 
apenas o de atemorizar. 
 
Obs. 2: A ameaça não se 
confunde com a “praga” ou o 
“esconjuro”. Assim, se Tício 
manda Mévio “ir para o 
inferno”, ou Tício conhece o 
caminho ou, obviamente, não 
há ameaça. 
 
13. (CESPE/OAB/2009.1) Não constituem injúria ou difamação 
punível a ofensa não excessiva praticada em juízo, na discussão da 
causa, pela parte ou por seu advogado e a opinião da crítica literária 
sem intenção de injuriar ou difamar. 
 
Correto. Determina o art. 142 do CP que não constitui injúria ou difamação 
punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por 
seu procurador. Trata-se de imunidade judiciária, garantidora do princípio da 
ampla defesa. 
Determina ainda o mesmo artigo que a opinião desfavorável da crítica 
literária, artística ou científica, salvo quando evidente a intenção de difamar 
ou injuriar, também não constitui injúria ou difamação punível. Trata-se de 
imunidade literária, artística ou científica, para o salutar desenvolvimento da 
cultura. 
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14. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) São compatíveis, em 
princípio, o dolo eventual e as qualificadoras do homicídio. É 
penalmente aceitável que, por motivo torpe, fútil etc., assuma-se o 
risco de produzir o resultado. 
 
Correto. É entendimento pacífico nos Tribunais Superiores que não existe 
impedimento na aplicação das qualificadoras de homicídio no caso de ter 
ocorrido dolo eventual. A justificativa é que a valoração dos motivos é feita 
objetivamente da mesma forma que os meios e os modos. Portanto, 
motivos, meios e modos estão cobertos também pelo dolo eventual. 
 
15. (CESPE/OAB/2009.1) O CP prevê, para os crimes de calúnia, de 
difamação e de injúria, o instituto da exceção da verdade, que 
consiste na possibilidade de o acusado comprovar a veracidade de 
suas alegações, para a exclusão do elemento objetivo do tipo. 
 
Errado. O instituto da exceção da verdade não é cabível para a injúria. Ela é 
admitida para a calúnia e na difamação, de acordo com o art. 138, §3° e art. 
139, parágrafo único, respectivamente. No entanto, não há previsão legal 
para o crime de injúria. 
 
16. (CESPE/Analista Judiciário–TRE MA/2009) Maria Paula, sabendo 
que sua mãe apresentava problemas mentais que retiravam dela a 
capacidade de discernimento e visando receber a herança decorrente 
de sua morte, induziu-a a cometer suicídio. A vítima atentou contra a 
própria vida, vindo a experimentar lesões corporais de natureza 
grave que não a levaram à morte. Nessa situação hipotética, Maria 
Paula cometeu o crime de induzimento, instigação ou auxílio a 
suicídio, na forma consumada. 
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Errado. O caso de aumento de pena do crime de induzimento, instigação ou 
auxílio a suicídio, previsto no art. 122, II, do CP, é quando a vítima tiver 
diminuída sua capacidade da resistência, diferente da situação enunciada na 
questão. Neste caso, como a vítima apresentava a capacidade de 
discernimento suprimida pelos problemas mentais, não ensejará o crime do 
art. 122 e sim tentativa de homicídio em sua forma qualificada. 
 
17. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) No delito de aborto, 
quando a gestante recebe auxílio de terceiros, não se admite exceção 
à teoria monista, aplicável ao concurso de pessoas. 
 
Errado. Diferentemente do que afirma a questão, no delito de aborto, quando 
a gestante recebe auxílio de terceiros, o terceiro que executa o aborto 
responde pelo crime de aborto consensual, art. 126 do CP, e a gestante 
responderá pelo crime de aborto consentido, art. 124, segunda parte. Nesse 
caso, de forma excepcional, o Código Penal adota a teoria pluralista do 
concurso de pessoas, no qual existem dois tipos penais diversos para 
agentes que procuram o mesmo resultado. 
 
18. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) Por ausência de 
previsão legal, não se admite a aplicação do instituto do perdão 
judicial ao delito de lesão corporal, ainda que culposa. 
 
Errado. O perdão judicial para a lesão corporal culposa, conforme art. 129, 
§8° do CP, veio previsto de maneira idêntica ao delito de homicídio culposo. 
Assim, se as consequências da lesão atingirem o próprio agente de forma tão 
grave que a sanção penal se torne desnecessária, o juiz poderá deixar de 
aplicar a pena. 
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Aqui cabe um importante questionamento: A lesão corporal culposa cometida 
no trânsito encontra-se prevista no art. 303 do Código Penal Brasileiro, e 
este não prevê a possibilidade de perdão judicial. Será possível a aplicação 
do perdão judicial previsto no Código Penal aos delitos no trânsito? 
Segundo a jurisprudência majoritária, há sim esta possibilidade. Observe o 
julgado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O chefe de uma equipe de 
vendedores de uma grande rede de supermercados exigiu a 
presença, em sua sala, de um subordinadoque não havia cumprido a 
meta de vendas do mês e, com a intenção de ofender-lhe o decoro, 
chamou-o de burro e incompetente. Durante a ofensa, apenas os dois 
encontravam-se no recinto. Nessa situação, o chefe não deverá 
responder por nenhum delito, uma vez que os crimes contra a honra 
só se consumam quando terceiros tomam conhecimento do fato. 
 
Errado. O chefe dos vendedores no exemplo da questão praticou o crime de 
injúria. Depreende-se do art. 140 do CP que aquele que ofende a dignidade 
TJDF - APR: APR 125833220068070003 DF – DJ 13.05.2009 
Não obstante a falta de previsão legal no código de trânsito do instituto do perdão 
judicial para os delitos de homicídio culposo e lesão corporal culposa, razões de 
política criminal, aliadas à hermenêutica justificada pelo princípio da isonomia e 
pela busca da pacificação social, tornam possível a aplicação da figura jurídica do 
perdão judicial aos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa, praticados 
na direção de veículo automotor. 
O perdão judicial vem a ser a clemência do estado quando deixa de aplicar a pena 
abstratamente prevista para o delito, em razão de as conseqüências do delito 
terem atingido o agente de forma tão grave, quer fisicamente, quer moralmente, 
que a imposição da penalidade se torne despicienda, ou seja, a dor sentida é mais 
expressiva do que eventual pena aplicada, já se consubstanciando, em si própria, 
uma penalidade a ser suportada. 
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ou decoro de outrem comete injúria. É um insulto, uma qualidade negativa, 
que macula a honra subjetiva da vítima, ou seja, o que a pessoa pensa de si 
mesma, sua auto-estima. Não há necessidade, para consumação do delito, 
de conhecimento do fato injurioso por terceiros. 
 
20. (CESPE/ Advogado OABSP/2008) Caso um advogado militante, 
na discussão da causa, acuse o promotor de justiça de prevaricação 
durante uma audiência, o crime de calúnia estará amparado pela 
imunidade judiciária. 
 
Errado. Atentando-se ao art. 142 do Código Penal, é de fácil constatação que 
ele não abrange o crime de calúnia. A imunidade judiciária, prevista em seu 
inciso I, refere-se tão somente aos crimes de injúria e difamação, por 
ofensa proferida em juízo, pela parte ou por seu procurador, na discussão da 
causa. 
 
21. (CESPE/Agente Técnico–MPE AM/2008) Independentemente das 
consequências do crime de rixa, a punição aos contendores é sempre 
aplicável. 
 
Correto. O crime de rixa é um crime instantâneo, ocorrendo sua consumação 
com as agressões recíprocas, pois é nesse momento que ocorre o perigo à 
vida ou à saúde da pessoa humana. Os participantes da rixa devem 
responder pelos atos de violência, momento em que há a produção do 
resultado, independente das consequências. 
Resumindo o tema: 
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Entende-se por rixa o desentendimento, a rivalidade, a disputa, a briga em 
que os participantes atacam-se corporalmente, sendo a agressão 
recíproca, mesmo que praticada de forma desproporcional. 
Segundo a norma vigente, é a briga entre mais de duas pessoas, 
acompanhada de vias de fato ou violências físicas recíprocas, de modo que 
cada sujeito age por si mesmo contra qualquer um dos outros contendores. 
Cabe ressaltar que, para a caracterização de tal crime, faz-se necessário a 
participação de no mínimo três participantes, e que são, ao mesmo tempo, 
sujeitos ativos e passivos do crime. Incorre no crime de rixa não só o sujeito 
que participa diretamente do conflito, mas também o individuo que instiga, 
trata e combina, citando como exemplo aqueles que “marcam” encontro para 
as torcidas organizadas de futebol entrarem em confronto. 
O crime de rixa encontra-se previsto no art. 137 do Código Penal, com a 
seguinte redação: 
 
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
Pena: detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou 
multa. 
O referido crime tem como objetividade jurídica a proteção da vida e da 
saúde física e mental da pessoa humana. 
A razão pela qual se iniciou o desentendimento, a disputa, as brigas, é 
irrelevante para a caracterização do crime e o momento da participação pelo 
agente em nada importará. Assim, estará caracterizado o crime de rixa se o 
agente tiver dado inicio ao conflito, ingressado no seu curso ou dele sair sem 
que se tenha terminado. 
Cabe ressaltar que, além das agressões físicas diretas entre os conflitantes, a 
luta pode ser realizada por meio de lançamento de objetos, o que muitas 
vezes acontece quando, por algum motivo, grupos acabam que se 
distanciando. 
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O crime de rixa consuma-se a com a prática das violências recíprocas, 
instante em que há a produção do resultado e surge o evento dano. No 
referido crime, admite-se a tentativa, hipótese em que o crime somente não 
se consuma em razão de ser frustrado por outrem. 
São elementos qualificadores do crime de rixa a lesão corporal grave e a 
morte. Observe: 
 
Art. 137. [...] 
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de 
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a 
pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
 
A ocorrência de lesão corporal de natureza grave ou morte qualifica a rixa, 
respondendo por ela inclusive a vítima da lesão grave. Mesmo que a lesão 
grave ou a morte atinja estranho não participante da rixa, alguém que 
passava no local, por exemplo, ainda assim se configura a qualificadora. 
Quando não é identificado o autor da lesão grave ou homicídio, todos os 
participantes respondem por rixa qualificada; sendo identificado o autor, os 
outros continuam respondendo por rixa qualificada e o autor responderá pelo 
crime que cometeu em concurso material com a rixa qualificada. 
A morte e as lesões graves devem ocorrer durante a rixa ou em 
conseqüência dela, não podendo ser nem antes nem depois. Assim, se 
ocorrerem antes, não a qualifica simplesmente porque não foram sua 
conseqüência, mas sua causa. 
É indispensável, portanto, a relação de causalidade, isto é, que a rixa seja a 
causa do resultado (lesão grave ou morte). A ocorrência de mais de uma 
morte ou lesão grave não altera a unidade da rixa qualificada que continua 
sendo crime único, embora deva ser considerado na dosimetria penal às 
"conseqüências do crime". 
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O resultado agravado recairá sobre todos os que dela tomaram parte, 
inclusive sobre eventuais desistentes. O participante que sofrer lesão 
corporal grave também incorrerá na pena da rixa agravada em razão do 
ferimento que ele próprio recebeu. Não é punição pelo mal que sofreu, mas 
pela participação na rixa, cuja gravidade é representada exatamente pela 
lesão que o atingiu. 
Observa-se, por fim, que no crime de rixa a ação penal é pública 
incondicionada, ou seja, não depende de queixa ou representação do 
ofendido. 
 
*****Armando e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 aPaulo, 
porém se recusavam a pagar. No dia marcado para o acerto de 
contas, Armando e Sérgio, com o ânimo de matar, compareceram ao 
local do encontro com Paulo portando armas de fogo, emprestadas 
por Mário, que sabia para qual finalidade elas seriam usadas. 
Armando e Sérgio atiraram contra Paulo, ferindo-o mortalmente. 
Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue os itens 
seguintes. 
 
22. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Paulo é sujeito 
passivo do crime de homicídio privilegiado. 
 
Errado. Claramente, o delito é cometido com motivação torpe, o que 
qualifica, e não privilegia o delito. Como vimos, chama-se de torpe a 
motivação repugnante, ignóbil, desprezível, vil, profundamente imoral. 
 
23. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Segundo 
determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é considerado 
crime hediondo. 
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Correto. O homicídio qualificado é crime hediondo, elencado no art. 1.º, da 
lei n.º 8.072/90. 
 
24. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) O crime de 
homicídio descrito acima se consumou no momento em que a vítima 
foi ferida em sua integridade física. 
 
Errado. O crime de homicídio tem por caracterizada a sua consumação com a 
efetiva destruição da vida, e não com o ferir da integridade física. 
 
25. (CESPE / Escrivão Da Polícia Federal / 2002) Rui era engenheiro 
e participava da construção de uma rodovia, para a qual seria 
necessária a destruição de uma grande rocha, com o uso de 
explosivos. Rui, contudo, por insuficiência de conhecimentos 
técnicos, não calculou bem a área de segurança para a explosão. Por 
isso, um fragmento da rocha acabou atingindo uma pessoa, a grande 
distância, matando-a. Nessa situação, devido ao fato de a morte 
haver decorrido do uso de explosivos, o caso é de homicídio 
qualificado. 
 
Errado. No caso em tela, Rui não responderá por homicídio qualificado 
porque não havia a intenção de matar. Todo crime de homicídio qualificado é 
doloso e, portanto, ausente está, no caso, o elemento subjetivo. 
Trata-se de crime de homicídio culposo, na modalidade imperícia. 
 
26. (CESPE / AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL / 2004) Vítor desferiu 
duas facadas na mão de Joaquim, que, em conseqüência, passou a 
ter debilidade permanente do membro. Nessa situação, Vítor praticou 
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crime de lesão corporal de natureza grave, classificado como crime 
instantâneo. 
 
Correto. Nos termos do art. 129, parágrafo 1º, III, o crime de lesão corporal 
é qualificado como grave quando resulta em debilidade permanente de 
membro, sentido ou função. Trata-se de crime instantâneo, pois se consuma 
no instante da lesão, não possuindo a conduta caráter permanente. 
As lesões corporais classificam-se em: 
 
� LESÕES CORPORAIS GRAVES (em sentido amplo) ��� 
Abrangem as lesões corporais graves (em sentido estrito) e 
gravíssimas (a expressão “lesões gravíssimas” não é legal, mas 
doutrinária). Ocorrem quando as lesões corporais resultam em: 
 
 
 
1. Incapacidade para as ocupações habituais por mais 
de trinta dias; 
2. Perigo de vida; 
3. Debilidade permanente de membro, sentido ou 
função; 
4. Aceleração de parto: 
 
 
5. Incapacidade permanente para o trabalho; 
6. Enfermidade incurável; 
7. Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
8. Deformidade permanente; 
9. Aborto. 
 
RECLUSÃO DE 
01 A 05 ANOS 
RECLUSÃO DE 
02 A 08 ANOS 
Lesões graves 
em sentido 
estrito 
Lesões 
gravíssimas. 
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� LESÕES CORPORAIS LEVES ��� Ocorrem quando a lesão corporal 
não se enquadra nos casos acima apresentados. 
� LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE ��� Caracteriza o 
chamado crime preterdoloso, no qual temos a lesão corporal a título 
de dolo, e o resultado qualificador (morte) a título de culpa. 
Encontra previsão no parágrafo 3º do art. 129 do Código Penal: 
 
Art. 129. 
[...] 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o 
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-
lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos 
 
27. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Maria, proprietária de um 
supermercado, sabendo que seu próprio filho praticara furto em seu 
estabelecimento, atribuiu ao empregado José tal responsabilidade, 
dizendo ser ele o autor do delito. Nessa situação, Maria cometeu o 
crime de calúnia. 
 
Correto. O crime de calúnia encontra previsão no art. 138 do Código Penal, 
nos seguintes termos: 
 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato 
definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
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Do dispositivo legal, retira-se que o crime de calúnia consiste na afirmação, 
em relação a alguém, de um fato criminoso, sabidamente falso. 
 
28. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Antônia, ao presenciar a prisão de seu 
filho, proferiu xingamentos aos policiais que a efetuavam, 
ofendendo-os. Nessa situação, é correto afirmar que Antônia praticou 
o crime denominado injúria. 
 
Errado. Essa questão é muito comum em provas e, apesar disto, muitos 
candidatos ainda erram. No caso em tela, ocorre o delito de desacato, e não 
de injúria. 
No caso apresentado pela banca, a conduta de Antônia foi desenvolvida para 
ofender a autoridade pública no exercício de sua função e, portanto, 
caracterizado está o crime contra a Administração Pública. 
 
29. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Nos crimes 
contra a honra, a retratação do ofensor somente é possível nos 
crimes de calúnia e difamação. 
 
Correto. A retratação do querelado só é admitida na calúnia e na difamação, 
e não na injúria. A calúnia e a difamação dizem respeito a fatos que podem 
ser desmentidos. A injúria refere-se a dizeres contendo qualidades pessoais 
negativas, não havendo imputação de fato, e aqui a retratação dificilmente 
conseguiria desfazer o efeito da ofensa. 
 
30. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Manoel trancafiou seu desafeto em um 
compartimento completamente isolado e introduziu nesse 
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compartimento gases deletérios (óxido de carbono e gás de 
iluminação), os quais causaram a morte por asfixia tóxica da vítima. 
Nessa situação, Manoel responderá pelo crime de homicídio 
qualificado. 
 
Correto. O caso apresentado pela banca diz respeito ao homicídio qualificado 
pelo meio insidioso ou cruel, previsto no inciso III, do §2.º, do art. 121, do 
CP (com emprego deveneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum). 
Além da supracitada qualificadora, dependendo do caso concreto, a conduta 
ainda poderia ser qualificada pelo motivo torpe e pelo uso de meio que 
impossibilitou a vítima de oferecer resistência. 
 
31. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. João e Maria, por enfrentarem grave 
crise conjugal, resolveram matar-se, instigando-se mutuamente. 
Conforme o combinado, João desfechou um tiro de revólver contra 
Maria e, em seguida, outro contra si próprio. Maria veio a falecer; 
João, apesar do tiro, sobreviveu. Nessa situação, João responderá 
pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. 
 
Errado. Na situação em tela, João desfechou um tiro de revólver contra 
Maria, isto é, executou a ação de matar a mulher. Assim, haverá crime de 
homicídio, e não induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. 
Para que esta questão fique ainda mais clara, vamos analisar um caso 
concreto: 
Imagine a seguinte situação: Tício e Mévio, visando ao suicídio, trancam-se 
em um quarto no qual há uma torneira que, quando aberta, libera gás 
tóxico. Agora vamos analisar algumas possibilidades: 
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a. Tício abre a torneira, libera o gás e vem a falecer. Mévio 
sobrevive. Neste caso, responderá Mévio por 
participação em suicídio. 
b. Mévio abre a torneira, Tício falece e Mévio sobrevive. 
Neste caso, responderá Mévio por homicídio. 
c. Agora uma hipótese bem interessante: Os dois abrem a 
torneira e os dois sobrevivem. Neste caso, os dois 
responderão por tentativa de homicídio. 
d. Por fim, Tício abre a torneira, os dois sobrevivem e 
sofrem lesões corporais graves. Neste caso, Mévio 
responderá por participação em suicídio e Tício, que 
abriu a torneira, responderá por tentativa de homicídio. 
 
32. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Durante um entrevero, Carlos desferiu 
um golpe de facão contra a mão de seu contentor, que veio a perder 
dois dedos. Nessa situação, Carlos praticou o crime de lesão corporal 
de natureza grave, por resultar debilidade permanente de membro. 
 
Correto. No caso em questão, não resta dúvida que a lesão corporal é de 
natureza grave. Todavia, a banca tenta confundir o candidato quanto à 
circunstância qualificadora. 
Caso o indivíduo perdesse a mão, seria lesão corporal qualificada pela perda 
ou inutilização do membro, sentido ou função. Entretanto, como perde 
“apenas” os dedos, trata-se de lesão corporal qualificada pela debilidade 
permanente de membro, sentido ou função. 
 
33. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Jorge constrangeu um cego deficiente 
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físico de se deslocar até uma agência bancária para receber um 
benefício, privando-o de seu guia e destruindo as suas muletas. 
Nessa situação, Jorge praticou o crime de constrangimento ilegal. 
 
Correto. O constrangimento ilegal encontra previsão no art. 146 do Código 
Penal: 
 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro 
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
Observe que a conduta apresentada pela banca se enquadra perfeitamente 
na tipificação: Jorge, de forma perversa, impediu uma pessoa (cego 
deficiente físico) de fazer algo (comparecer até uma agência bancária para 
receber um benefício), mediante violência (privando-o de seu guia e 
destruindo as suas muletas). 
 
34. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- TO / 2008) Considere que 
um boxeador profissional, durante uma luta normal, desenvolvida 
dentro dos limites das regras esportivas, cause ferimentos que 
resultem na morte do adversário. Nessa situação, o boxeador deverá 
responder por homicídio doloso, com atenuação de eventual pena, 
em face das circunstâncias do evento morte. 
 
Errado. No caso, a banca deixa claro que o boxeador profissional realizou 
uma luta normal, desenvolvida dentro dos limites das regras esportivas. 
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Assim, caracterizado está o exercício regular de direito, excludente de 
ilicitude, previsto no art. 23 do Código Penal. 
 
35. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- TO / 2008) O aborto, o 
homicídio e a violação de domicílio são considerados crimes contra a 
pessoa. 
 
Correto. Questão fácil que exige apenas o conhecimento de quais são os 
crimes contra a pessoa. 
 
36. (CESPE / TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR / 2006) Mesmo 
resultando em lesão corporal grave ou morte, o latrocínio encontra-
se capitulado nos crimes contra o patrimônio e não, nos crimes 
contra a pessoa. 
 
Correto. Questão que, apesar de fácil, ainda engana muitos candidatos. 
Vamos relembrar o tema: 
Como você já sabe, o latrocínio é o roubo qualificado pelo resultado morte. 
Classifica-se, no Código Penal, como crime contra o patrimônio, e não contra 
a pessoa. 
 
37. (CESPE / TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR / 2006) Não se pune o 
aborto se a gravidez resulta de estupro, sobretudo se é precedido de 
consentimento da gestante. 
 
Correto. A hipótese do aborto sentimental encontra-se prevista no art. 128, 
II, do Código Penal, ocorrendo quando a gravidez resulta de estupro e o 
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aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de 
seu representante legal. 
 
38. (CESPE / TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR / 2006) No caso do 
homicídio culposo, o juiz poderá conceder o perdão judicial se as 
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão 
grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 
Correto. O perdão judicial encontra previsão no art. 121, parágrafo 5º e é 
perfeitamente tratado na questão. Relembre: 
 
Art. 121 [...] 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar 
de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o 
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
 
Uma peculiaridade do homicídio culposo é o fato de o juiz poder deixar de 
aplicar a pena se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de 
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária, como, por 
exemplo, no caso em que o agente fique paraplégico ou na hipótese de 
morte de um filho. 
 
Art. 121. 
[...] 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar 
de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o 
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próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
 
Observe os interessantes julgados que explicam e exemplificam o tema: 
 
 
 
39. (CESPE / ANALISTA PROCESSUAL – TJRR / 2006) O delito de 
homicídio é crime de ação livre, pois o tipo não descreve nenhuma 
forma específica de atuação que deva ser observada pelo agente. 
 
Correto. Crime de ação livre é aquele que pode ser praticado de qualquer 
forma. O homicídio se enquadra perfeitamente nesta definição, pois o tipo 
penal simplesmente tipifica a conduta de matar, independentemente do meio 
utilizado. 
 
40. (CESPE / ANALISTA PROCESSUAL – TJRR / 2006) Tentado ou 
consumado, o homicídio cometido mediante paga ou promessa de 
TJSC, ACR 774.240/SC, DJ 10.03.2010 
Afigura-se justificável a concessão do perdão judicial em que o autor de homicídio 
culposo já é punido diretamente pelo próprio fato que o praticou, em razão das 
gravosas conseqüências produzidas que o atingem de forma tão intensa que a 
sanção penal se torna desnecessária. 
TJSC, ACR 685.049/SC, DJ 26.01.2010 
Em se tratando de réu primário, que sempre teve conduta ilibada, não há dúvida 
de que o peso a ser carregado pela responsabilidade em causar fato com 
conseqüências tão graves, como a morte de um parente próximo, torna 
despicienda a cominação de sanção penal, permitindo o perdão judicial, uma vez 
que a maior punição já foi aplicada ao agente e desta não restará impune. 
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recompensa é crime hediondo, recebendo, por conseqüência, 
tratamento penal mais gravoso. 
 
Correto. O crime de homicídio qualificado é hediondo, na forma tentada e na 
forma consumada. 
 
41. (CESPE / ANALISTA PROCESSUAL – TJRR / 2006) No crime de 
rixa, a co-autoria é obrigatória, pois a norma incriminadora reclama 
como condição obrigatória do tipo a existência de pelo menos três 
autores, sendo irrelevante que um deles seja inimputável. 
 
Correto. Para caracterizar o crime de rixa, há necessidade de, no mínimo, 
três pessoas. Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial 
consolidado, é irrelevante que um deles seja inimputável. 
 
42. (CESPE / Promotor de Justiça de Tocantins / 2004) No interior de 
um bar, iniciou-se uma briga entre integrantes de duas torcidas. 
Júlio, que a tudo assistia, passou a desferir socos e pontapés nos 
contendores, sendo que um deles veio a sofrer ferimentos de 
natureza grave, causados por outro contendor. Nessa situação 
hipotética, a conduta praticada por Júlio caracteriza-se como 
tentativa de homicídio. 
 
Errado. A situação narrada configura crime de rixa qualificada por lesão 
corporal de natureza grave. 
 
43. (CESPE / PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS / 2004) Se, 
após consumado o estupro, o autor, temeroso em ser reconhecido, 
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mata a vítima, esse homicídio é qualificado, para assegurar a 
impunidade. 
 
Correto. Nos termos do art. 121, parágrafo 2º, inciso V, qualifica o crime de 
homicídio o fato de ser cometido para assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime. 
 
44. (CESPE / PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS / 2004) Matar 
alguém sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta 
provocação da vítima, caracteriza o homicídio privilegiado. 
 
Correto. A questão traz hipótese de cabimento de circunstância privilegiadora 
prevista no parágrafo 1º do art. 121. Relembre: 
 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
45. (CESPE / DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS / 2003) Os delitos de 
infanticídio, de aborto e de induzimento, instigação ou auxílio ao 
suicídio são denominados crimes contra a vida. 
 
Correto. Questão fácil que exige apenas o conhecimento de quais são os 
crimes contra a vida. Para que você relembre, são crimes contra a vida o 
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homicídio, o infanticídio, o aborto e o induzimento, instigação ou auxílio ao 
suicídio. 
 
46. (CESPE / ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL- PA / 2006) Há homicídio 
qualificado se o agente tiver praticado crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral. 
 
Errado. O relevante valor social ou moral não QUALIFICAM O CRIME, mas 
sim privilegiam. 
 
47. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Tratando-se de delito de 
infanticídio, dispensa-se a perícia médica caso se comprove que a 
mãe esteja sob a influência do estado puerperal, por haver 
presunção juris tantum de que a mulher, durante ou logo após o 
parto, aja sob a influência desse estado. 
 
Certo. Questão que se apóia na jurisprudência dominante. O reconhecimento 
do estado puerperal deve ser interpretado de maneira suficientemente 
ampla, de modo a abranger o variável período do choque puerperal. A 
influência deste estado é efeito normal e corriqueiro de qualquer parto e, 
dada a sua grande frequência, deve ser admitido sem maior dificuldade. 
 
48. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Nas figuras típicas do 
aborto, as penas serão aumentadas de um terço, se, em 
consequência do delito, a gestante sofrer lesão corporal de natureza 
grave, independentemente de o resultado ser produzido dolosa ou 
culposamente, não havendo responsabilização específica pelas 
lesões. 
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Errado. Não existe aborto culposo. O núcleo do verbo é provocar, isto é, dar 
causa, originar o Aborto. Se a grávida topasse em uma pedra caísse e, em 
virtude da queda, perdesse o bebê, poderia ser "culpada do crime de aborto 
culposo", o que, obviamente, seria um grande absurdo. 
Alguém poderia dizer que depois de grávida a mulher deveria ficar trancada 
em casa, protegida contra os riscos da sociedade, protegendo, assim sua 
prole. 
 
49. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Em caso de morte da 
vítima, o delito de omissão de socorro não subsiste, cedendo lugar ao 
crime de homicídio, uma vez que a circunstância agravadora dessa 
figura típica omissiva se limita à ocorrência de lesões corporais de 
natureza grave. 
 
Errado. O que o examinador quis aqui foi confundir o crime omissivo próprio 
de omissão de socorro, com os omissos impróprios em que o garantidor tem 
o dever de evitar o resultado a título de ser culpado pelo resultado. Exemplo 
de alguém que joga um amigo, que não sabe nadar, na piscina. Aquele deve 
evitar que este se afogue, caso contrário poderá responder por homicídio 
culposo, ou até mesmo doloso. 
 
50. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Segundo a jurisprudência 
do STJ, são absolutamente incompatíveis o dolo eventual e as 
qualificadoras do homicídio, não sendo, portanto, penalmente 
admissível que, por motivo torpe ou fútil, se assuma o risco de 
produzir oresultado. 
 
Errado. Segundo Fernando Capez o STJ e o STF já se posicionaram de forma 
a admitir a coexistência do privilégio e da qualificadora. 
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Desse modo, é possível que o agente tenha agido sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima (privilegiadora), e 
que tenha empregado um meio que impediu ou impossibilitou a sua defesa 
(qualificadora). STJ 5ª turma, RESP 68.037-0/SC e STF HC 71.147-2/RS. 
 
51. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Caso o delito de 
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio seja praticado por 
motivo egoístico ou caso seja a vítima menor ou, ainda, por qualquer 
causa, seja sua capacidade de resistência eliminada ou diminuída, a 
pena será duplicada. 
 
Errado. O que torna a e errada é só uma palavra: ELIMINAR. Eliminando a 
resistência da vítima teremos outro delito que não o de auxílio ao suicídio. 
Dependendo do caso concreto, poderá ser lesão corporal (leve, grave ou 
gravíssima) ou homicídio, conforme ocorra um, ou outro resultado. 
 
52. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) A lei penal prevê a 
impossibilidade de arguição da exceção da verdade no crime de 
calúnia se o fato imputado for crime de ação privada e o ofendido 
não tiver sido condenado por sentença irrecorrível. 
 
Correto. Admite-se a prova da verdade, salvo se, constituindo o fato 
imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível. 
 
53. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) O crime de difamação não 
admite a exceção da verdade, mas permite que o agente ofereça a 
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exceção de notoriedade do fato, de modo a demonstrar que, para o 
agente, o fato era de domínio público, afastando o dolo da conduta. 
 
Errada. Admite-se se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao 
exercício de suas funções. 
 
54. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) A configuração do crime de 
calúnia prescinde da imputação falsa de fato definido como crime ou 
contravenção, podendo ser suprida mediante a determinação e a 
presença do animus caluniandi. 
 
Errada. Para que haja calúnia, SÃO NECESSÁRIOS: imputação de fato falso e 
definido como crime. 
 
55. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) A consumação do crime de 
calúnia se dá com o conhecimento, por parte do sujeito passivo, da 
imputação falsa de fato definido como crime, independentemente da 
ciência ou divulgação por parte de terceiros. 
 
Errada. Consuma-se o crime de calúnia com o conhecimento de terceiro, 
independente do conhecimento da vítima. 
 
56. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) O autor de imputação falsa 
de fato descrito como infração penal que, na mesma circunstância, 
der causa à instauração de investigação policial e de processo 
judicial contra a vítima responderá em concurso material pelos 
crimes de calúnia e denunciação caluniosa. 
 
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Errada. A calúnia, concorrendo com a denunciação caluniosa, é por esta 
absorvida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS 
 
1. (CESPE/Analista Judiciário–TRE MT/2010) O homicídio praticado 
mediante paga ou promessa de recompensa classifica-se 
doutrinariamente como crime bilateral. 
 
2. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) A natureza jurídica do 
homicídio privilegiado é de circunstância atenuante especial. 
 
3. (CESPE/Administração – PM-DF/2010) Um médico praticou aborto 
de gravidez decorrente de estupro, sem autorização judicial, mas 
com consentimento da gestante. Nessa situação, o médico deverá 
responder por crime, já que provocar aborto sem autorização judicial 
é sempre punível, segundo o CP. 
 
4. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio 
privilegiado, estando o agente em uma das situações que ensejem o 
seu reconhecimento, o juiz é obrigado a reduzir a pena, mas a lei não 
determina o patamar de redução. 
 
5. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Getúlio, a fim de auferir o 
seguro de vida do qual era beneficiário, induziu Maria a cometer 
suicídio, e, ainda, emprestou-lhe um revólver para que consumasse o 
crime. Maria efetuou um disparo, com a arma de fogo emprestada, na 
região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido lesão corporal de 
natureza grave. Em relação a essa situação hipotética, Apesar de a 
conduta praticada por Getúlio ser típica, pois configura induzimento, 
instigação ou auxílio ao suicídio, ele é isento de pena, porque Maria 
não faleceu. 
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6. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio 
privilegiado, a violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser 
dominante da conduta do agente e ocorrer logo após injusta 
provocação da vítima. 
 
7. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) É inadmissível a 
ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado, ainda que a 
qualificadora seja de natureza objetiva. 
 
8. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) No delito de infanticídio 
incide a agravante prevista na parte geral do CP consistente no fato 
de a vítima ser descendente da parturiente. 
 
9. (CESPE/Delegado de Polícia RN/2009) Na legislação brasileira, 
não se mostra possível a existência de um homicídio qualificado-
privilegiado, uma vez que as causas qualificadoras, por serem de 
caráter subjetivo, tornam-se incompatíveis com o privilégio. Além 
disso, a própria posição topográfica da circunstância privilegiadora 
parece indicar que ela não se aplicaria aos homicídios qualificados. 
 
10. (CESPE/Soldado–PM DF/2009) Uma jovem de 20 anos de idade, 
brasileira, residente em Brasília, engravidou do namorado, tendo 
mantido a gestação em segredo. Dois dias após o nascimento do seu 
filho, recebeu alta hospitalar e, no caminho para casa, abandonou-o 
na portaria de um prédio residencial para ocultar de seus familiares 
sua própria desonra, já que moravam em outra cidade e não sabiam 
da gravidez. Nessa hipótese, a jovem em tela praticou o delito de 
abandono de incapaz. 
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11. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O crime de 
constrangimento ilegal é caracterizado pela ausência de violência ou 
grave ameaça por parte de quem o comete. 
 
12. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O delito de ameaça pode 
ser praticado de forma verbal, escrita ou gestual. 
 
13. (CESPE/OAB/2009.1) Não constituem injúria ou difamação 
punívela ofensa não excessiva praticada em juízo, na discussão da 
causa, pela parte ou por seu advogado e a opinião da crítica literária 
sem intenção de injuriar ou difamar. 
 
14. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) São compatíveis, em 
princípio, o dolo eventual e as qualificadoras do homicídio. É 
penalmente aceitável que, por motivo torpe, fútil etc., assuma-se o 
risco de produzir o resultado. 
 
15. (CESPE/OAB/2009.1) O CP prevê, para os crimes de calúnia, de 
difamação e de injúria, o instituto da exceção da verdade, que 
consiste na possibilidade de o acusado comprovar a veracidade de 
suas alegações, para a exclusão do elemento objetivo do tipo. 
 
16. (CESPE/Analista Judiciário–TRE MA/2009) Maria Paula, sabendo 
que sua mãe apresentava problemas mentais que retiravam dela a 
capacidade de discernimento e visando receber a herança decorrente 
de sua morte, induziu-a a cometer suicídio. A vítima atentou contra a 
própria vida, vindo a experimentar lesões corporais de natureza 
grave que não a levaram à morte. Nessa situação hipotética, Maria 
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Paula cometeu o crime de induzimento, instigação ou auxílio a 
suicídio, na forma consumada. 
 
17. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) No delito de aborto, 
quando a gestante recebe auxílio de terceiros, não se admite exceção 
à teoria monista, aplicável ao concurso de pessoas. 
 
18. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) Por ausência de 
previsão legal, não se admite a aplicação do instituto do perdão 
judicial ao delito de lesão corporal, ainda que culposa. 
 
19. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O chefe de uma equipe de 
vendedores de uma grande rede de supermercados exigiu a 
presença, em sua sala, de um subordinado que não havia cumprido a 
meta de vendas do mês e, com a intenção de ofender-lhe o decoro, 
chamou-o de burro e incompetente. Durante a ofensa, apenas os dois 
encontravam-se no recinto. Nessa situação, o chefe não deverá 
responder por nenhum delito, uma vez que os crimes contra a honra 
só se consumam quando terceiros tomam conhecimento do fato. 
 
20. (CESPE/ Advogado OABSP/2008) Caso um advogado militante, 
na discussão da causa, acuse o promotor de justiça de prevaricação 
durante uma audiência, o crime de calúnia estará amparado pela 
imunidade judiciária. 
 
21. (CESPE/Agente Técnico–MPE AM/2008) Independentemente das 
consequências do crime de rixa, a punição aos contendores é sempre 
aplicável. 
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*****Armando e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 a Paulo, 
porém se recusavam a pagar. No dia marcado para o acerto de 
contas, Armando e Sérgio, com o ânimo de matar, compareceram ao 
local do encontro com Paulo portando armas de fogo, emprestadas 
por Mário, que sabia para qual finalidade elas seriam usadas. 
Armando e Sérgio atiraram contra Paulo, ferindo-o mortalmente. 
Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue os itens 
seguintes. 
 
22. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Paulo é sujeito 
passivo do crime de homicídio privilegiado. 
 
23. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Segundo 
determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é considerado 
crime hediondo. 
 
24. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) O crime de 
homicídio descrito acima se consumou no momento em que a vítima 
foi ferida em sua integridade física. 
 
25. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL / 2002) Rui era 
engenheiro e participava da construção de uma rodovia, para a qual 
seria necessária a destruição de uma grande rocha, com o uso de 
explosivos. Rui, contudo, por insuficiência de conhecimentos 
técnicos, não calculou bem a área de segurança para a explosão. Por 
isso, um fragmento da rocha acabou atingindo uma pessoa, a grande 
distância, matando-a. Nessa situação, devido ao fato de a morte 
haver decorrido do uso de explosivos, o caso é de homicídio 
qualificado. 
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26. (CESPE / AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL / 2004) Vítor desferiu 
duas facadas na mão de Joaquim, que, em conseqüência, passou a 
ter debilidade permanente do membro. Nessa situação, Vítor praticou 
crime de lesão corporal de natureza grave, classificado como crime 
instantâneo. 
 
27. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Maria, proprietária de um 
supermercado, sabendo que seu próprio filho praticara furto em seu 
estabelecimento, atribuiu ao empregado José tal responsabilidade, 
dizendo ser ele o autor do delito. Nessa situação, Maria cometeu o 
crime de calúnia. 
 
28. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Antônia, ao presenciar a prisão de seu 
filho, proferiu xingamentos aos policiais que a efetuavam, 
ofendendo-os. Nessa situação, é correto afirmar que Antônia praticou 
o crime denominado injúria. 
 
29. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Nos crimes 
contra a honra, a retratação do ofensor somente é possível nos 
crimes de calúnia e difamação. 
 
30. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Manoel trancafiou seu desafeto em um 
compartimento completamente isolado e introduziu nesse 
compartimento gases deletérios (óxido de carbono e gás de 
iluminação), os quais causaram a morte por asfixia tóxica da vítima. 
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DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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Nessa situação, Manoel responderá pelo crime de homicídio 
qualificado. 
 
31. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. João e Maria, por enfrentarem grave 
crise conjugal, resolveram matar-se, instigando-se mutuamente. 
Conforme o combinado, João desfechou um tiro de revólver contra 
Maria e, em seguida, outro contra si próprio. Maria veio a falecer; 
João, apesar do tiro, sobreviveu. Nessa situação, João responderá 
pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. 
 
32. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Durante um entrevero, Carlos desferiu 
um golpe de facão contra a mão de seu contentor, que veio a perder 
dois dedos. Nessa situação, Carlos praticou o crime de lesão corporal 
de natureza grave, por resultar debilidade permanente de membro. 
 
33. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a 
seguinte situação hipotética. Jorge constrangeu um cego deficiente 
físico de se deslocar até uma agência bancária para receber um 
benefício, privando-o de seu guia e destruindo as suas muletas. 
Nessa situação, Jorge praticou o crime de constrangimento ilegal. 
 
34. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- TO / 2008) Considere que 
um boxeador profissional, durante uma luta normal, desenvolvida 
dentro dos limites das regras esportivas, cause ferimentos que 
resultem na morte do adversário. Nessa situação, o boxeador deverá 
responder por homicídio doloso,

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