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PROCESSUAL PENAL DESMEMBRADO - AULA 04/11

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Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
1 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
 
 
 
Olá amigos, 
Bom dia! 
Boa tarde! e 
Boa noite! 
Nosso objetivo de hoje: 
 
Aula 4: 
7.6 Meios de prova: perícias, interrogatório, confissão, 
testemunhas, reconhecimento de pessoas e coisas, acareação, 
documentos, indícios. 
7.7 Busca e apreensão: pessoal, domiciliar, requisitos, 
restrições, horários. 
 
Antes, porém, conforme prometido no fim da aula passada, 
vamos a orientação da resposta ao questionamento deixado. 
Lembra-se da pergunta? Vamos rememorar. 
“4) Disserte sobre as mitigações da Teoria dos Frutos da 
Árvore Envenenada.” 
Na dissertação sugerimos que o candidato a temática da 
seguinte forma: 
Com a nova redação dada pela Lei 11690/08 ao art. 157, §1º 
do CPP houve positivação expressa, no Brasil, da teoria da prova 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
2 
ilícita por derivação ou teoria dos frutos da árvore envenenada. 
Segundo essa teoria a prova derivada é tão ilícita quanto a originária. 
Assim conclui-se que se a prova originariamente ilícita não é 
admitida, obviamente, a derivada também não será devido à sua 
contaminação. 
A previsão legal estabelece mitigações à inadmissibilidade da 
prova ilícita por derivação, que são, respectivamente, a teoria da 
fonte independente e a teoria da descoberta inevitável. 
Passa-se agora, à análise das mitigações acima transcritas: 
“→ Descoberta inevitável: Segundo esta teoria, a Prova Ilícita 
Derivada será admitida caso se verifique que o Estado chegaria à 
conclusão resultante da prova ilícita caso tivesse executado os atos 
de investigação da forma lícita. Desse modo, o raciocínio deve ser 
indutivo e deverá levar em consideração o que se costuma fazer na 
prática da investigação criminal e na atual conjuntura social. 
Essa teoria trata, tecnicamente, de uma exceção propriamente 
dita à teoria dos frutos da árvore envenenada, pois mesmo havendo 
nexo entre a prova derivada e a prova ilícita originária o legislador à 
admite no processo (mesmo que haja prejuízo para o réu). 
→ Fonte independente: Por esta teoria, a prova ilícita 
derivada é admitida no processo quando não estiver evidenciado o 
nexo de causalidade entre a prova originariamente ilícita e a 
derivadamente ilícita. Na dúvida, aqui, se admite a prova (mesmo 
que haja prejuízo para o réu). 
A princípio a doutrina reputa que nesse caso não há nexo de 
causalidade entre a prova ilícita originária e a prova “derivada”. 
Nesse prisma se percebe que não se falaria aqui, tecnicamente, de 
uma exceção à teoria da inadmissibilidade das provas ilícitas por 
derivação, por uma razão muito simples, a prova que se discute não 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
3 
é derivada, muito menos ilícita, pois decorre de uma fonte 
independente e pura, ou seja, lícita. 
→ Conexão atenuada: (ou teoria da contaminação expurgada 
– mancha purgada – tinta diluída – vícios sanados): Por esta teoria, 
se admite a prova ilícita derivada diante da renovação de um ato 
inicialmente obtido de forma ilícita. 
Ex: Confissão realizada no curso de uma prisão ilegal, mas que 
é posteriormente repetida em juízo regularmente. 
Há nexo entre a prova ilícita e a derivada?! SIM, mas 
tênue. 
Mesmo com a renovação do ato, a ilicitude persiste. Há nexo 
entre FONTES e não entre a prova ilícita originária e a derivada. 
A CPP não previu essa mitigação. 
Exemplo dessa última teoria seria o seguinte: Um sujeito 
confessa o crime durante uma prisão ilegal. Essa confissão não é 
lícita. O inquérito foi iniciado em razão desta confissão, já que o auto 
de prisão em flagrante é uma notitia criminis coercitiva. Concluído o 
inquérito o mesmo é enviado ao MP, que denuncia. O juiz recebe a 
denúncia e no meio da instrução processual penal o réu aparece e 
confessa o delito por livre e espontânea vontade. Para essa teoria a 
renovação do ato de forma livre e espontânea seria suficiente para 
expurgar a contaminação originária. 
Diante dessas três teorias, podemos dizer que o art. 157, §1º, 
CPP adota todas as mitigações? 
A princípio o texto legal menciona a fonte independente e a 
descoberta inevitável. 
Entretanto, o §2º possui um equívoco terminológico, pois 
conceitua como fonte independente a descoberta inevitável. 
Para o CPP, é como se as duas se confundissem. 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
4 
No que se refere à teoria da conexão atenuada não há expressa 
previsão legal, embora haja entendimento de que, mesmo diante da 
omissão legal, a adoção dessa teoria estaria implícita no art. 157, §2º 
do CPP quando o mesmo se refere à ausência de nexo de causalidade 
entre a prova ilícita originária e a prova subsequente temporalmente. 
Nesse sentido, embora reconheça a distinção entre a teoria da fonte 
independente e a da mancha expurgada, é a lição do professor 
Renato Brasileiro de Lima: 
“Segundo a teoria em questão, o vício da ilicitude originária, 
quando atenuado em virtude do decurso do tempo, de circunstâncias 
supervenientes, da magnitude da ilegalidade funcional ou da 
colaboração voluntária de um dos envolvidos, faz desaparecer o nexo 
causal entre a prova ilícita originária e a prova subsequente, não 
sendo viável falar-se em prova ilícita por derivação.”1 
 Por derradeiro insta registrar a discussão a respeito da 
(in)constitucionalidade da previsão das referidas teorias por norma 
infraconstitucional, haja vista a conclusão de que com a adoção das 
mesmas se estaria ampliando a utilização de provas ilícitas no 
processo penal, aliás, sublinhe-se, tanto para condenar quanto para 
absolver o réu. 
 Sobre o tema, o panorama, ainda inicial, é o seguinte:”2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal, vol. I, Niterói, RJ: Impetus, 2011, p. 902. 
2 CRUZ, Pablo Farias Souza. Processo Penal Sistematizado. No prelo a 1ª edição. Rio de Janeiro: Grupo 
Gen: Forense, 2013, p. 470/472. 
Inconstitucional 
 
Antonio Magalhães Gomes Filho e 
Ada Pelegrini Grinover 
 
O art, 157, § 2º do CPP subverte o 
art. 5º, inc. LVI da CF. (As reformas 
no processo penal e As nulidades do 
processo penal, respectivamente. Apud: 
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual 
de Processo Penal, vol. I, Niterói, RJ: 
Impetus, 2011, p. 900) 
Lógica que decorre da afirmação de 
que onde o legislador constituinte 
não distinguiu, não caberia ao 
legislador ordinário distinguir. 
Constitucional 
 
STJ já aplica e Denilson Feitoza sustenta a constitucionalidade nos 
seguintes termos: “No art. 157... se a noção legal de prova ilícita, de um 
lado, nos pareceu ampliativa, a noção legal de fonte independente pode ser 
restritiva das possibilidades constitucionais. 
... tanto podemos admitir outras limitações à teoria da prova ilícita por 
derivação, como a limitação da contaminação expurgada ou da conexão 
atenuada, quanto entender, para garantir direito fundamental, no caso 
concreto, que a limitação deva ser afastada e a prova deva ser reconhecida 
como prova ilícita. 
Não se trata de decisionismo judicial, mas do fato de ter sido previsto 
como conceito indeterminado no âmbito constitucionalpara possibilitar 
sua evolução histórica e interpretativa.” (Direito Processual Penal, Teoria, 
Crítica e Praxis. 2010, editora Impetus, Niterói, Rio de Janeiro, p. 728 a 
729) 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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5 
Abordada a questão da aula passada vamos aos temas da aula 
de hoje. 
 
 
2013 – CESPE 
Com relação às provas criminais, julgue os itens que se 
seguem. 
É indispensável o exame pericial, direto ou indireto, nos casos 
em que a infração penal deixe vestígios, não podendo supri-lo a 
confissão do acusado, facultada ao MP, ao assistente de acusação, ao 
ofendido, ao querelante e ao acusado a indicação de assistente 
técnico para atuar na etapa processual após sua admissão pelo juiz e 
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais. 
Certo 
 
Comentários: 
A afirmação está correta em sua parte inicial, pois o CPP 
só admite a supressão do exame pericial nos crimes que 
deixam vestígios pela prova testemunhal e repele a utilização 
da confissão como meio de prova substitutivo. Tal conclusão 
se extrai nos seguintes dispositivos do CPP: 
 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não 
podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por 
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá 
suprir-lhe a falta. 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
6 
 
A questão também está correta em sua parte final, pois 
tratou da aplicação do seguinte artigo do CPP: 
Art. 159. ... 
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de 
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de 
quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão 
pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos 
peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído 
pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Em virtude da utilização do termo acusado e da necessidade de 
admissão pelo juiz, prevalece o entendimento de que o assistente 
técnico só pode ser admitido na fase processual. 
 
Agente da Polícia Federal - DPF12_AG – CESPE/UnB – 
DPF - justificativas realizadas pela própria banca. 
96 - De acordo com inovações na legislação específica, a perícia 
deverá ser realizada por apenas um perito oficial, portador de 
diploma de curso superior; contudo, caso não haja, na localidade, 
perito oficial, o exame poderá ser realizado por duas pessoas 
idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente 
na área específica. Nessa última hipótese, serão facultadas a 
participação das partes, com a formulação de quesitos, e a indicação 
de assistente técnico, que poderá apresentar pareceres, durante a 
investigação policial, em prazo máximo a ser fixado pela autoridade 
policial. 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
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Gabarito: Errado 
96 E – Indeferido 
A compreensão do item decorre de texto expresso da norma de 
regência, especificamente dos seguintes artigos: Art. 159. O exame 
de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, 
portador de diploma de curso superior. § 1o Na falta de perito oficial, 
o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de 
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, 
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza 
do exame. [...] § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao 
assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a 
formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. § 4o O 
assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a 
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, 
sendo as partes intimadas desta decisão. [...] II - indicar assistentes 
técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado 
pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. § 6o Havendo requerimento 
das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será 
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua 
guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, 
salvo se for impossível a sua conservação. Em doutrina, tem-se a 
seguinte lição: “Repita-se, contudo, a Lei 11.690/08, que modificou a 
redação do art. 159, par. 4º e 5º, não determina a participação do 
assistente técnico na fase de investigação policial.” OLIVEIRA, 
Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 11.ª. edição. Rio de 
Janeiro: Lumen Juris. 2009. p. 45. 
Em conclusão, sob todos os ângulos que se examine o presente 
recurso, não há amparo para anulação do gabarito preliminar. 
 
 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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Agente da Polícia Federal - DPF12_AG – CESPE/UnB – 
DPF - justificativas realizadas pela própria banca. 
97 - Como o sistema processual penal brasileiro assegura ao 
investigado o direito de não produzir provas contra si mesmo, a ele é 
conferida a faculdade de não participar de alguns atos investigativos, 
como, por exemplo, da reprodução simulada dos fatos e do 
procedimento de identificação datiloscópica e de reconhecimento, 
além do direito de não fornecer material para comparação em exame 
pericial. 
Gabarito: Errado 
97 E – Indeferido 
A assertiva apontada como errada deve ser mantida, eis que o 
sistema processual traz em seu bojo o direito de não produzir prova 
contra si mesma, conforme princípio adotado pela doutrina e 
jurisprudência do “nemo tenetur se detegere (privilege against self-
incrimanation)”. Ocorre que em determinada situação, prevista na 
legislação de regência, não poderá obstar o prosseguimento da 
investigação, sendo compelido a se submeter a alguns 
procedimentos, como por exemplo, os casos de necessidade de 
identificação datiloscópica e ao procedimento de reconhecimento de 
pessoa. Em doutrina conferir a lição de BONFIM, Edilson Mougenot. 
Curso de processo Penal, 4ºed. São Paulo: Saraiva. 2009. P126. No 
mesmo sentido conferir: NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de 
Processo Penal e Execução Penal. 5.ª. ed. rev. e ampliada. São Paulo: 
Editora RT. 2009. p.160/162. 
O objeto de avaliação do item em tela, investigação policial e 
direitos do investigado, encontra-se expressamente previsto nos 
seguintes pontos do edital:1, 2, 2.1 e 2.6. Em conclusão, sob todos 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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os ângulos que se examine o presente recurso, não há amparo para 
anulação do gabarito preliminar. 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre a 
matéria: 
 
Perícia 
→ Conceito: É o exame realizado por pessoa com 
conhecimentos especiais em coisas ou pessoas, que tem por 
finalidade esclarecer determinado fato atrelado ao caso penal. 
Do grego “Peritia” – que significa habilidade especial. 
Exame pericial é exigido por lei quando o crime deixa vestígios 
(crimes não transeuntes). Tal situação configura resquício do Sistemada Prova Legal ou Tarifada em nosso ordenamento, conforme já 
afirmamos por ocasião do estudo dos sistema de valoração das 
provas. 
Não pode ser suprido pela confissão do acusado nos crimes 
NÃO transeuntes. 
Pergunta: Se o vestígio desaparecer? 
Resposta: Com o desaparecimento se torna inviável o exame de 
corpo delito direto, se aventando, então, a realização do exame de 
corpo de delito indireto→ Art. 158. 
Entretanto, caso também não seja possível o exame de corpo 
de delito indireto, só então se abrirá possibilidade de utilização da 
PROVA TESTEMUNHAL como forma de suprir a falta do Exame de 
Corpo de Delito → Art. 167. 
 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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10 
→ Número de peritos: A situação está tratada no Art. 159, CPP. 
Mencionado artigo trata da perícia oficial realizada por perito oficial. 
Portanto, após a Reforma de 2008, basta 1 perito oficial. 
Pergunta: Se não houver perito oficial? 
Resposta: Supre-se a falta com 2 peritos NÃO oficiais (pessoas 
idôneas com curso superior – preferencialmente na área em que 
houver a necessidade). 
Os peritos não oficiais também são conhecidos como peritos 
louvados. Os mesmo necessitam prestar o compromisso a que se 
refere o §2º do art. 159. 
 
Pergunta: A S. 361 do STF ainda é aplicável? 
Resposta: Dispõe a referida súmula: No processo penal, é nulo 
o exame realizado por um só perito, considerando-se impedido o que 
tiver funcionado, anteriormente, na diligência de apreensão. 
A S. 361, STF, na sua 1ª parte, somente é aplicável, 
atualmente, no caso de perícia oficial realizada por perito NÃO 
oficial. 
A 2ª parte da súmula, essa SIM, não tem mais aplicação 
no processo penal brasileiro, não se falando mais em 
impedimento do perito que tiver funcionado anteriormente na 
diligência de apreenssão. 
 
Laudo pericial ≠ Auto pericial 
Auto pericial: É a parte do exame pericial onde o perito 
descreve os elementos a serem periciados. É eminentemente 
descritivo. 
Laudo pericial: É a parte do exame pericial onde o perito 
expressa suas conclusões a respeito da perícia. É eminentemente 
conclusivo. 
 
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Exercícios Comentados 
 
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11 
 → Laudo (Exame) pericial: 
 * prazo – art. 160 
 Laudo + Auto = Exame pericial. 
 ↓ 
 Prazo de 10 dias 
 (prorrogado em casos especiais) 
 ↓ 
 Prazo dilatório 
 CPP só fala o prazo para a realização do LAUDO. 
 
 * recusa – art. 184: 
Juiz ou delegado podem negar prova pericial requerida pelas 
partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade – 
exceto o caso de exame de corpo de delito, quando a infração penal 
deixar vestígios. 
Se houver ofensa direta ou indireta à liberdade de locomoção, 
com a negativa, é possível sustentar a impetração de HC. 
 
 * divergência entre peritos – art. 180: 
No caso de divergência entre os dois peritos, pode o juiz pedir 
outro perito (art. 180). Não precisaria estar positivado, porque o 
sistema que impera e o do Livre Convencimento Motivado. 
Nestor Távora sustenta que o juiz pode até desconsiderar o 
laudo do perito oficial para se convencer, por exemplo, das 
apreciações feitas pelo assistente técnico. 
 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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12 
 
Na prática não é só a autoridade judiciária, apesar de o art. 181 
falar isso. Doutrina e jurisprudência entendem que pode ser também 
a autoridade policial. 
 Art. 182 – Sistema Liberatório (≠ Sistema Vinculado). 
 ↓ 
 Utilizado na apreciação da prova pericial. 
 
O exame TEM que existir, MAS não é obrigatória sua aceitação. 
O Sistema Liberatório aqui referido decorre do Sistema do Livre 
Convencimento Motivado. 
 
→ Exame do corpo de delito: Corpo de Delito é o conjunto dos 
vestígios, dos elementos sensíveis deixados pelo crime (delito). 
 
 
 
Obs: A indispensabilidade do exame de corpo de delito é 
relativa, pois admite sua substituição nos seguintes casos: 
Art. 167 (vestígios desaparecem – prova testemunhal). 
Arts. 14 e 23, lei 4898/65 (lei do abuso de autoridade). 
Art. 77, §1º, lei 9099/95 (crimes de menor potencial ofensivo) 
– supridos pelo Boletim Médico (em nome da informalidade que 
garante a celeridade os Juizados Especiais). Ex: Lesões corporais 
leves e culposas. 
 
 
Aula 4 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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13 
→ Momento (art. 161): Qualquer hora do dia ou da noite. O 
mais rápido possível para que os vestígios não desapareçam (art. 
161). 
→ Exame necroscópico (autópsia): É o exame interno do 
cadáver. 
Art. 162: Dispõe que necropsia deverá ocorrer após o período 
de 6 horas, salvo se os peritos julgarem, pela evidência dos sinais da 
morte, que possa ser feita antes daquele prazo (o que declararão no 
auto). O prazo mínimo foi fixado em virtude da medicina legal 
apontar referido período como aproximado na aparição dos sinais da 
morte, assunto estudado e nomeado como tanatologia forense. 
Dispensa - § único: nos casos de morte violenta, pode o perito 
NÃO fazer a autópsia ou a necropsia. 
→ Demais perícias: 
• local do crime (art. 169 e § único): Ainda que exista alteração 
do local ou no local, é necessário que o exame exista (ainda que fique 
prejudicado, pode ser útil – se for bem feito o auto, o laudo pode ser 
realizado por um bom perito). 
• laboratório (art. 170): Não implica nulidade automática a 
perícia digital pela falta da previsão legal no art. 170. 
• avaliação de coisas (art. 172): Avaliação de coisas destruídas, 
deterioradas ou que constituam produto do crime. 
Necessário concluir, por exemplo, se a coisa é de pequeno valor 
(o que implica na redução da pena) ou de valor insignificante (para 
sustentação da atipicidade do crime pelo Princípio da Insignificância). 
Esse exame é útil na tipificação dos seguintes delitos: 
 * art. 155, §2º, CP (furto); 
 * art. 170, CP (apropriação indébita); 
 * art. 171, §1º, CP (estelionato); 
 * art. 50, §1º, lei 11343/06 (drogas); 
 
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14 
 * a multa reparatória nos crimes de trânsito (art. 297, 
CTB – 9503/97). 
 
• exame do grafotécnico (art. 174): Prova expressamente 
prevista no CPP (e não prova atípica). Visa comparar grafia do 
documento para apuração de autoria do delito. 
Obs: inciso IV – observar o direito ao silêncio! Ninguém é 
obrigado a produzir prova contra si mesmo. 
 
• Perícias nos instrumentos do crime: Servem para atestar a 
natureza (art. 175) e a eficiência da arma utilizada no crime. 
 
• Exame de embriaguez ao volante (art. 306, CTB; 277, §3º, 
CTB): Não está expressamente previsto no CPP. Bafômetro – 
enquanto alguns doutrinadores entendem que é o único meio para 
produção da prova, outros defendem que não, pois a embriaguez 
deixa vestígios internos (0,6 decigramas de álcool), se fazendo 
necessário o exame de corpo de delito – o que dificulta colheita de 
prova para condenar o agente, uma vez que ninguém é obrigado a 
produzir provas contra si mesmo. 
Existe multa administrativa para aqueles que se recusam a usar 
o bafômetro– questiona-se a constitucionalidade dessa multa: já que 
o indivíduo não é obrigado a produzir provas contra si mesmo, logo 
não poderia ser punido pelo exercício de um direito. 
A embriaguez ao volante é um crime que deixa vestígios? Duas 
visões poderiam ser delineadas: 
1) Deixa vestígios internos. Logo, é indispensável o exame de 
corpo de delito. 
2) Esse crime não deixa vestígios, sendo, portanto, dispensável 
o exame de corpo de delito. 
 
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Exercícios Comentados 
 
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15 
Sobre o tema o STJ, embora não pautado em qualquer uma das 
premissas acima, decidiu o seguinte: 
HC 230643 / SP - HABEAS CORPUS - 2012/0004368-6 
T5 - QUINTA TURMA 
HABEAS CORPUS. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. 
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. AUSÊNCIA DE AFERIÇÃO DA 
CONCENTRAÇÃO ALCOÓLICA NO SANGUE. ELEMENTAR OBJETIVA 
NÃO DEMONSTRADA. ORDEM CONCEDIDA. 
1. Hipótese em que embora a denúncia e o laudo policial 
relatem indícios veementes do estado de embriagues da Paciente, 
não há qualquer comprovação no grau de concentração alcoólica em 
seu sangue. 
2. A Lei n.º 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro) teve a 
redação do caput do art. 306 alterada pela Lei nº 11.705, de 19 de 
junho de 2008, a qual incluiu a elementar da concentração de álcool 
por litro de sangue igual ou superior a 06 (seis) decigramas. 
3. Trata-se de elementar objetiva, que estabelece valor 
fixo para a configuração do delito, de modo que para sua 
comprovação é necessária aferição técnica apta a estipular 
numericamente a concentração de álcool por litro de sangue 
do acusado. Precedentes. 
4. Matéria submetida ao crivo da 3ª Sessão desta Corte, 
no dia 28 de março de 2012, na ocasião do julgamento do 
REsp 1.111.566/DF, a qual pacificou a questão decidindo que 
apenas o teste do bafômetro ou o exame de sangue podem 
atestar o grau de embriaguez do motorista para desencadear 
uma ação penal. 
 
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5. Ordem concedida, para trancar a ação penal (Data de 
julgamento: 21/06/2012; Data de publicação: 29/06/2012).3 Grifos 
acrescidos 
Dando fim a discussão, pelo menos no âmbito do STJ, em 
04/09/2012 foi publicado o acórdão do Recurso Especial referenciado 
na decisão acima: "1. O entendimento adotado pelo Excelso Pretório, 
e encampado pela doutrina, reconhece que o indivíduo não pode ser 
compelido a colaborar com os referidos testes do 'bafômetro' ou do 
exame de sangue, em respeito ao princípio segundo o qual ninguém é 
obrigado a se autoincriminar (nemo tenetur se detegere ). Em 
todas essas situações prevaleceu, para o STF, o direito fundamental 
sobre a necessidade da persecução estatal. 2. Em nome de adequar-
se a lei a outros fins ou propósitos não se pode cometer o equívoco 
de ferir os direitos fundamentais do cidadão, transformando-o 
em réu, em processo crime, impondo-lhe, desde logo, 
um constrangimento ilegal, em decorrência de uma inaceitável 
exigência não prevista em lei. 3. O tipo penal do art. 306 do 
Código de Trânsito Brasileiro é formado, entre outros, por um 
elemento objetivo, de natureza exata, que não permite a 
aplicação de critérios subjetivos de interpretação, qual seja, o 
índice de 6 decigramas de álcool por litro de sangue. 4. O grau 
de embriaguez é elementar objetiva do tipo, não configurando 
a conduta típica o exercício da atividade em qualquer outra 
concentração inferior àquela determinada pela lei, emanada 
do Congresso Nacional. 5. O decreto regulamentador, podendo 
elencar quaisquer meios de prova que considerasse hábeis à 
tipicidade da conduta, tratou especificamente de 2 (dois) exames 
por métodos técnicos e científicos que poderiam ser realizados em 
 
3 http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/doc.jsp?livre=embriagues+ao+volante&&b=ACOR&p=true&t=&l=10&i=1 
 
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aparelhos homologados pelo CONTRAN, quais sejam, o exame de 
sangue e o etilômetro. 6. Não se pode perder de vista que numa 
democracia é vedado ao judiciário modificar o conteúdo e o 
sentido emprestados pelo legislador, ao elaborar a norma jurídica. 
Aliás, não é demais lembrar que não se inclui entre as tarefas do juiz, 
a de legislar. 7. Falece ao aplicador da norma jurídica o poder 
de fragilizar os alicerces jurídicos da sociedade, em 
absoluta desconformidade com o garantismo penal, que 
exerce missão essencial no estado democrático. Não é papel 
do intérprete-magistrado substituir a função do legislador, buscando, 
por meio da jurisdição, dar validade à norma que se mostra de pouca 
aplicação em razão da construção legislativa deficiente. 8. Os 
tribunais devem exercer o controle da legalidade e da 
constitucionalidade das leis, deixando ao legislativo a tarefa de 
legislar e de adequar as normas jurídicas às exigências da sociedade. 
Interpretações elásticas do preceito legal incriminador, efetivadas 
pelos juízes, ampliando-lhes o alcance, induvidosamente, violam 
o princípio da reserva legal, inscrito no art. 5º, inciso II, 
da Constituição de 1988: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". 9. Recurso especial a 
que se nega provimento." RECURSO ESPECIAL Nº 1.111.566 - DF - 
RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE (voto vencido) - 
R.P/ACÓRDÃO : MINISTRO ADILSON VIEIRA MACABU. 4 
 
O tema ora tratado ainda sofrerá a incidência da edição de nova 
lei a respeito do tema. Trata-se da lei 12.760, de 20 de dezembro 
de 2012, que acabará por rechaçar o entendimento proferido 
 
4
 Fonte: 
 http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=106876&utm_source=agencia&utm_medium
=email&utm_campaign=pushsco 
 
 
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pelo STJ, pois amplia os meios de prova admissíveis para a 
infração criminal. Vejamos a novel legislação: 
 
“LEI Nº 12.760, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2012. 
Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o 
Código de Trânsito Brasileiro. 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso 
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Os arts. 165, 262, 276, 277 e 306 da Lei no 9.503, de 23 
de setembro de 1997, passam a vigorar com as seguintes alterações: 
“Art. 165. …………………………………………………………… 
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir 
por 12 (doze) meses. 
Medida administrativa – recolhimento do documento de 
habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do 
art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 – do Código de 
Trânsito Brasileiro. 
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista 
no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) 
meses.”(NR) 
“Art. 262. ……………………………………………………………. 
§ 5o O recolhimento ao depósito, bem como a sua manutenção, 
ocorrerá por serviço público executado diretamente ou contratado por 
licitação pública pelo critério de menor preço.”(NR) 
“Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue 
ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas 
no art. 165. 
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de 
tolerância quando a infraçãofor apurada por meio de aparelho de 
medição, observada a legislação metrológica.”(NR) 
 
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“Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em 
acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá 
ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento 
que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo 
Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância 
psicoativa que determine dependência. 
§ 1o (Revogado). 
§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser 
caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que 
indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da 
capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em 
direito admitidas. 
…………………………………………………………………………” (NR) 
 “Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de 
outra substância psicoativa que determine dependência: 
…………………………………………………………………………………. 
§ 1o As condutas previstas no caput serão constatadas 
por: 
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de 
álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama 
de álcool por litro de ar alveolar; ou 
II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, 
alteração da capacidade psicomotora. 
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser 
obtida mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, 
vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito 
admitidos, observado o direito à contraprova. 
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos 
testes de alcoolemia para efeito de caracterização do crime tipificado 
 
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neste artigo.”(NR) 
Art. 2o O Anexo I da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, 
fica acrescido das seguintes definições: 
“ANEXO I 
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
…………………………………………………………………………………. 
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO -…………. 
AR ALVEOLAR – ar expirado pela boca de um indivíduo, 
originário dos alvéolos pulmonares. 
…………………………………………………………………………………. 
ESTRADA - …………………………………………………………. 
ETILÔMETRO – aparelho destinado à medição do teor alcoólico 
no ar alveolar. 
………………………………………………………………………………..” 
Art. 3o Fica revogado o § 1o do art . 277 da Lei no 9.503, 
de 23 de setembro de 1997. 
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação 
Brasília, 20 de dezembro de 2012; 191o da Independência e 
124o da República. 
DILMA ROUSSEFF 
José Eduardo Cardozo 
Alexandre Rocha Santos Padilha 
Aguinaldo Ribeiro” Grifos acrescidos 
 
Sobre o tema remetemos o aluno aos argumentos expostos 
sobre o tema da invasividade probatória, trabalhado anteriormente. 
 
Agente da Polícia Federal - DPF12_AG – CESPE/UnB – 
DPF - justificativas realizadas pela própria banca. 
 
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99 - O Código de Processo Penal determina expressamente que 
o interrogatório do investigado seja o último ato da investigação 
criminal antes do relatório da autoridade policial, de modo que seja 
possível sanar eventuais vícios decorrentes dos elementos 
informativos colhidos até então bem como indicar outros elementos 
relevantes para o esclarecimento dos fatos. 
Gabarito: Errado 
99 E – Indeferido 
A assertiva apontada como errada deve ser mantida, isso 
porque em que pese as recentes alterações do CPP, no que ao tange 
ao momento do interrogatório do réu, portanto na fase judicial, em 
nada alterou a parte da investigação policial. Senão vejamos: Art. 6o 
Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a 
autoridade policial deverá: [...]V - ouvir o indiciado, com observância, 
no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste 
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas 
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; [...] Art. 10. O 
inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver 
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o 
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de 
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança 
ou sem ela.§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver 
sido apurado e enviará autos ao juiz competente. [...] Dos 
dispositivos apontados, conclui-se que em relação à investigação não 
ocorreu modificação alguma, existindo essa imposição como último 
ato apenas na fase judicial, como se pode aferir no art. 400 do CPP. 
Por derradeiro, vale o registro que no item em tela foram exigidos 
conhecimentos tão somente no que tange a ordem dos atos a serem 
praticados em sede de inquérito policial, objeto previsto nos pontos 1 
 
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e 2.2 do edital do certame. Em conclusão, sob todos os ângulos que 
se examine o presente recurso, não há amparo para anulação do 
gabarito preliminar. 
 
2013 – CESPE 
De acordo com o CPP, o interrogatório do investigado, em 
regra, pode ser realizado em qualquer etapa do inquérito policial, e 
por intermédio do sistema de videoconferência ou de outro recurso 
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde 
que o investigado esteja recolhido em unidade da federação distinta 
daquela em que se realize o procedimento e tal medida seja 
necessária para prevenir risco à segurança pública, em razão de 
fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou 
possa fugir durante o deslocamento. 
Errado 
Comentários: 
A parte sublinhada está errada. 
A questão está errada, pois para a ocorrência do 
interrogatório por videoconferência, embora haja vários 
requisitos, dentre eles, não está a necessidade de que o preso 
esteja em unidade de federação distinta. 
Ademais, o CPP ao dispor sobre o interrogatório por 
videoconferência o trata do contexto do processo judicial e 
não do inquérito policial, onde quem presidirá o ato será o 
delegado de polícia e não o juiz, conforme faz menção o texto 
do CPP ao dispor sobre a videoconferência. 
 
 
 
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23 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre a 
matéria: 
 
Interrogatório (arts. 185 ao 196, CPP) 
É o ato pelo qual o magistrado procede à oitiva do réu acerca 
da imputação5 que lhe é dirigida. Trata-se do momento mais 
oportuno ao exercício da AUTODEFESA. 
É corolário do Contraditório e da Ampla Defesa. É o ato de 
quem?! Do magistrado (interrogatório JUDICIAL). 
Interrogatório no Inquérito → Ato de natureza administrativa 
(principalmente porque não é garantido aqui o contraditório e ampla 
defesa). Meramente procedimental. 
No processo, o interrogatório, após a reforma de 2008, passou 
a ser o ÚLTIMO ato da instrução. 
Prevalece, na doutrina, que o interrogatório tem natureza 
mista ou híbrida (meio de prova e meio de defesa). 
 
Características: 
 
 Obrigatoriedade 
 Personalidade 
 Oralidade 
 Publicidade 
 Individualidade→ Obrigatoriedade: Refere-se à EXIGÊNCIA DE 
OPORTUNIDADE do interrogatório. 
 
5 A palavra imputação no direito processual penal é sinônimo de ACUSAÇÃO. 
 
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24 
A doutrina majoritária entende que o réu pode não comparecer 
ao interrogatório (já que pode comparecer ao interrogatório e exercer 
seu direito ao silêncio e até mentir6). 
Cuidado com o art. 260, CPP, 1ª parte – condução coercitiva se 
o réu não comparece; segundo a doutrina majoritária, NÃO foi 
recepcionado. Está em vigor, mas não é vigente na parte que 
menciona o interrogatório. Porque o interrogatório é um DIREITO e 
não um DEVER. E o “não comparecimento” é considerado uma 
manifestação do direito ao silêncio => Eugênio Pacelli. 
Ninguém deveria ser punido pelo exercício de um direito, já que 
direito é uma faculdade protegida pela lei. 
Se a questão utilizar o termo LEGALMENTE, será correto falar 
na possibilidade da condução coercitiva do rei para interrogatório e 
isso nos procedimentos comuns, pois no procedimento do Tribunal do 
Júri a condução coercitiva não é mais autorizada, nem em termos 
legais. 
Se a questão falar DOUTRINARIAMENTE, NÃO é correto falar 
em condução coercitiva (observada a mesma ressalva feita acima a 
respeito do procedimento). 
 
→ Personalidade: Interrogatório é um ato exclusivo, 
personalíssimo do réu. NÃO é possível representação. 
 
→ Oralidade: Exceção à oralidade é encontrada nos arts. 192 e 
193, CPP (Surdos e Mudos). 
 
 
6 Mais uma vez é de se lembrar, conforme dito linhas atrás que: Entretanto, deve-se ter cautela para não tratar o direito ao silêncio 
como absoluto, já que, em se pregando uma lealdade processual, não se deve admitir a mentira que incrimine terceiro, sob 
pena da prática do crime de denunciação caluniosa (art. 339 do CP) e nem que referida mentira produza inovação artificiosa, 
fraudulenta, do processo (art. 347 e seu § único), pois os direitos e garantias fundamentais não podem servir de escudo para 
práticas ilícitas. 
 
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25 
→ Publicidade: Como os atos processuais são, em regra, 
públicos, o interrogatório também o será. Será sigiloso nas mesmas 
exceções dos demais atos processuais (contidos no art. 5º, LX, CF). 
 
→ Individualidade: Art. 191, CPP. Havendo mais de um 
acusado, serão interrogados separadamente. Objetivo: Garantir a 
imparcialidade (pureza) dos depoimentos e a utilidade de eventual 
acareação. 
 
Sistema de Inquirição 
 
È importante, para fins didáticos, diferenciar o sistema de 
inquirição do réu com o sistema de inquirição da testemunha. 
Vejamos: 
Sistema de inquirição do RÉU: Em regra, Presidencialista – 
SEMPRE foi e não houve alteração (juiz faz as perguntas). Exceção: 
Tribunal do Júri (que é DIRETO) 
Inquirição das TESTEMUNHAS = Reforma de 2008, transformou 
em DIRETA. No procedimento do Júri, o sistema de inquirição 
também é DIRETO. 
 
Obrigatoriedade de advogado: Modificação introduzida em 
2003. É obrigatória a presença do advogado justamente porque a 
defesa técnica é INDISPONÍVEL (relembrar que Ampla Defesa se 
subdivide em defesa técnica e autodefesa). 
Art. 185, “caput”: “... na presença de seu defensor...” 
 
 
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26 
Direito de entrevista (185, §5º): Direito de entrevista 
pessoal e reservada. Como viabilizar referido direito quando utilizada 
a videoconferência? 
R.: Um advogado do lado do réu (próprio §5º estabelece) e 
outro ao lado do juiz. 
 
 
É conferido direito de entrevista por videoconferência? R.: SIM, 
com o estabelecimento de canais telefônicos reservados7 entre o réu 
e o seu advogado (que está ao lado do juiz no fórum) e de advogado 
com advogado para que exista coerência na defesa. 
 
Procedimento 
Procedimento em duas partes: 
Na primeira parte é esclarecido o comportamento do réu, onde 
este mora, vida pregressa, profissão que ele exerce... (informações 
inerentes à PESSOA DO RÉU). 
Na segunda parte foca-se no FATO ocorrido. 
 
Indagação: Direito ao silêncio estaria presente nas 2 partes?! 
DIVERGÊNCIA! 
Majoritariamente, tem-se entendido que tal direito engloba as 
duas partes (da pessoa e do fato). Observação que deve ser feita 
neste caso, é sobre o cuidado a ser tomado com os seguintes tipos 
penais: 
 
7 Não cabendo, portanto, interceptação telefônica. 
 
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27 
*art. 68, LCP, decreto-lei nº 3688/41, - Recusa de dados sobre 
a própria identidade; 
*art. 307, CP – Crime de falsa identidade. 
 
Minoritariamente se entende que este direito englobaria apenas 
a parte referente ao FATO. 
Sobre a discussão lembramos ao leitor os comentários que 
fizemos ao comentar o princípio fundamental da ampla defesa: 
“Sobre o princípio da ampla defesa, poderia se indagar se o mesmo, 
somado ao direito ao silencio, também protegido 
constitucionalmente, poderia viabilizar o direito à mentira. 
Na resolução da questão deve-se registrar, de início, o 
entendimento majoritário, que a responde de forma positiva. 
Destarte, prevalece a possibilidade, pois o direito ao silêncio, como 
direito fundamental que é, englobaria o direito de defesa do réu, que 
deve ser ampla (AMPLA DEFESA). Assim, não só o silêncio omissivo 
quanto o silêncio comissivo seriam possíveis. 
Entretanto, deve-se ter cautela para não tratar o direito ao 
silêncio como absoluto, já que, em se pregando uma lealdade 
processual e um processo penal que equilibre as garantias do réu 
com exercício legítimo da pretensão punitiva8, não se deve admitir a 
mentira que incrimine terceiro, sob pena da prática do crime de 
denunciação caluniosa (art. 339 do CP) e nem que referida mentira 
produza inovação artificiosa, fraudulenta, no processo (art. 347 e seu 
§ único), pois os direitos e garantias fundamentais não podem servir 
de escudo para práticas ilícitas. Assim, se viabilizará a proteção dos 
 
8 Apesar de comum a terminologia pretensão punitiva, ressaltamos a opinião de BADARÓ e LOPES JR. que preferem o termo 
pretensão acusatória. Afirma Jopes Jr.: O titular da pretensão acusatória (acusador) exige que a justiça penal exerça o poder 
punitivo e não que se atribua a ele mesmo ou a um terceiro, como ocorre no processo civil. Não existe pedido de adjudicação 
alguma por parte do acusador, pois não lhe corresponde o pode de penar. Por isso, o acusador detém o poder de acusar, não de 
penar. Logo, jamais poderia ser uma pretensão punitiva.(LOPES JR. Aury. Direito Processual Penal e sua conformidade 
constitucional, vol. 1, edição 2008, p. 99/100) 
 
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interesses e finalidades envolvidas no desenvolvimento adequado da 
atividade processual penal, sem excessos para qualquer dos lados e 
reconhecendo a lealdade processual como uma via de mão-dupla.”9 
 
Interrogatório do Réu preso: O interrogatório do réupreso 
deve seguir a seguinte ordem de preferência10 legalmente 
estabelecida: 
 
1) Preferencialmente, no estabelecimento prisional (§1º, 
art. 185, CPP). 
 2) Videoconferência (§2º, art. 185, CPP). 
 3) FÓRUM – art. 399, CPP. 
 
Interrogatório por Videoconferência (art. 185, §2º, CPP) 
Pode ferir o Princípio da Imediatidade das Provas, mas assegura 
o Princípio da Identidade Física do Juiz. 
 
 
 Características do Interrogatório por Videoconferência: 
 
 Excepcionalidade 
 Decisão fundamentada 
 Intimação das partes 
 Impossibilidade – Estabelecimento Prisional 
 
O interrogatório on-line deve ser tratado como exceção, 
segundo legislador: 
 
9 Trecho referente ao item 1.3.11, onde ainda expusemos a respeito do modelo cooperativo que reputamos aplicável ao processo 
penal. 
10 Mesmo que se reconheça que na prática a lógica é inversa. 
 
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§2º: “EXCEPCIONALMENTE, o juiz, por decisão 
fundamentada...”. 
 
 Constitucionalidade: 
 
Antes da previsão legal, o STF entendia pela 
INCONSTITUCIONALIDADE11, uma vez que inexistia lei federal 
regulando o mesmo. Assim, a ausência de lei federal foi a ratio 
decidendi. 
Depois do acréscimo em lei, deve-se presumir a 
constitucionalidade. Apesar disso, há entendimento no sentido da 
inconstitucionalidade, por violação da CF no que tange à Ampla 
Defesa (sobretudo no poder de influir na decisão do magistrado), sob 
a alegação de que esta foi restringida (já que deve ser ampla, 
presencial...). 
 
 
 
11
 "Ação penal. Ato processual. Interrogatório. Realização mediante videoconferência. Inadmissibilidade. Forma singular não 
prevista no ordenamento jurídico. Ofensa a cláusulas do justo processo da lei (due process of law). Limitação ao exercício da ampla 
defesa, compreendidas a autodefesa e a defesa técnica. Insulto às regras ordinárias do local de realização dos atos processuais penais 
e às garantias constitucionais da igualdade e da publicidade. Falta, ademais, de citação do réu preso, apenas instado a comparecer à 
sala da cadeia pública, no dia do interrogatório. Forma do ato determinada sem motivação alguma. Nulidade processual 
caracterizada. Habeas corpus concedido para renovação do processo desde o interrogatório, inclusive. Inteligência dos arts. 5º, LIV, 
LV, LVII, XXXVII e LIII, da CF, e 792, caput e § 2º, 403, 2ª parte, 185, caput e § 2º, 192, parágrafo único, 193, 188, todos do CPP. 
Enquanto modalidade de ato processual não prevista no ordenamento jurídico vigente, é absolutamente nulo o interrogatório penal 
realizado mediante videoconferência, sobretudo quando tal forma é determinada sem motivação alguma, nem citação do réu." (HC 
88.914, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 14-8-2007, Segunda Turma, DJ de 5-10-2007.) Vide: HC 99.609, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 9-2-2010, Primeira Turma, DJE de 5-3-2010; HC 90.900, Rel. p/ o ac. Min. Menezes Direito, 
julgamento em 30-10-2008, Plenário, DJE de 23-10-2009. 
 
 
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30 
 
Ao dissertar sobre a (in) constitucionalidade do interrogatório, é 
necessário abordar os seguintes princípios: 
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa 
Princípio da Imediatidade do Juiz 
Princípio da Identidade Física do Juiz 
Antes, o argumento utilizado (inclusive pelo STF) era a falta de 
previsão legal. Hoje, este argumento está superado (porque HÁ 
previsão legal). 
→ Inconstitucionalidade: sustentada por Antônio Scarance 
Fernandes. 
→ Constitucionalidade12: sustentada por Denilson Feitoza e 
Norberto Avena. 
Confissão 
(Arts. 190 + 197 ao 200 do CPP) 
É o reconhecimento da autoria do fato pelo acusado. É o ato de 
reconhecimento realizado em juízo pelo réu, onde o mesmo admite a 
veracidade dos fatos que lhe são atribuídos e que são capazes de lhe 
acarretar prejuízos. 
Confissão => O termo confissão é adequado à fase 
PROCESSUAL, conforme se observa do conceito acima. 
 
12
 Pontos positivos à sustentação da constitucionalidade do interrogatório on-line: 
* Não se pode presumir a inconstitucionalidade. A utilização de meios mais modernos, por si só, não pode ser considerado, 
presumidamente, como prejudicial. O dispositivo de lei garante a PRESENÇA, mas esta pode ser virtual. 
Duração razoável do processo (direito do réu) seria uma decorrência da presença virtual. 
 ** Os que alegam a inconstitucionalidade do interrogatório virtual não reclamavam a inconstitucionalidade do interrogatório por 
Carta Precatória, onde se feria, ao mesmo tempo, o Princípio da Imediatidade e da Identidade Física do juiz (juiz da instrução = juiz 
que julga). 
O interrogatório, “a priori”, é constitucional em abstrato – presunção relativa de constitucionalidade. Diante do caso concreto pode 
ser inconstitucional (assim como o interrogatório com presença real). 
E se o réu quiser um interrogatório online?! AMPLA defesa => o réu poderia escolher os meios de defesa a serem utilizados. Deve-
se tratar o interrogatório como direito, como faculdade, do réu. Se ele pode até não ir ao interrogatório (“pode +”), porque não 
poderia utilizar um interrogatório virtual (“pode –“)? 
 
 
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No IP => o termo tecnicamente correto seria AUTOACUSAÇÃO 
e não confissão, porque o indivíduo é indiciado (investigado) e ainda 
não foi acusado formalmente. 
Requisitos: 
→ Verossimilhança: Aparência com a verdade. (Requisito 
intrínseco ou material). 
→ Clareza: Na confissão o réu não pode titubear. (Requisito 
intrínseco ou material). 
→ Coincidência: Tem que se referir a fatos já praticados no 
processo. Coincidência no local. Confissão do fato que tenha amparo 
naqueles autos. (Requisito intrínseco ou material). 
→ Pessoalidade: Só o acusado é quem pode confessar. 
(Requisito extrínseco ou formal). 
→ Expressividade: A confissão tem que ser EXPRESSA (não 
implícita). (Requisito extrínseco ou formal). 
→ Judicialidade: A confissão é feita perante uma autoridade 
JUDICIAL. (Requisito extrínseco ou formal). 
→ Espontaneidade: Sem a influência de terceiros. (Requisito 
extrínseco ou formal). 
→ Saúde mental ou Higidez: Só pode confessar quem tem 
sanidade mental. (Requisito extrínseco ou formal). 
 
• Valor – art. 197: Valor RELATIVO. Deve haver confrontação 
com outros elementos colhidos no processo. É um meio de prova que 
sua relatividade expressa no texto legal, conforme se observa no srt. 
197 do CPP. 
 
A confissão ficta NÃO é admitida no Processo Penal, já que SÓ 
existe a confissão REAL (característica da expressividade). Presunção 
 
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Exercícios Comentados 
 
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de inocência. “Nemo tenetur se detegere” ou “Nemo tenetur se ipsum 
accusare”. O silêncio não pode ser interpretado em prejuízo do réu. 
 
Características 
→ Divisibilidade: Possibilidade de considerar uma parte da 
confissão e desconsiderar o resto (pode-se considerar tudo ou não 
considerar nada). Juiz é livre para se convencer parcial ou totalmente 
da confissão (desde que fundamentadamente). 
→ Retratabilidade: Réu pode voltar atrás na sua confissão 
(emtempo hábil) – antes da sentença. 
O juiz é obrigado a aceitar a retratação? NÃO! Na sentença 
pode considerar o que quiser tanto da confissão quanto da 
retratação. Decorre da própria divisibilidade. É um direito subjetivo 
do réu, mas não vincula o juiz, que deve confrontar a confissão (ou a 
retratação) com as demais provas dos autos. 
Livre convencimento motivado. Busca cada vez mais crescente 
da VERDADE REAL (PROCESSUAL – Ferrajoli). 
→ Espontaneidade: Confissão policial retratada em juízo, MAS 
levada em consideração na condenação, faz incidir a atenuante do 
art. 65, III, “d”, CP? 
Resposta do STJ e da doutrina majoritária: SIM! Se a confissão 
proferida em juízo (e retratada) for considerada para condenar, deve 
ser considerada para atenuar a pena. 
Para atenuar a pena, a confissão deve ter espontaneidade? Se, 
inobstante a ausência de espontaneidade, a mesma foi utilizada para 
condenação, também deverá ser considerada para atenuar da pena. 
 
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DPF - justificativas realizadas pela própria banca. 
 
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101 - De acordo com o sistema processual penal brasileiro, 
qualquer pessoa poderá ser testemunha e a ninguém que tenha 
conhecimento dos fatos será dado o direito de se eximir da obrigação 
de depor, com exceção das pessoas proibidas de depor porque, em 
razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar 
segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, e dos doentes 
e deficientes mentais e menores de quatorze anos de idade. 
Gabarito: Errado 
101 E - Indeferido 
A compreensão do item decorre de texto expresso do CPP: DAS 
TESTEMUNHAS Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. [...] 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. 
Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou 
descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, 
o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando 
não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do 
fato e de suas circunstâncias. Art. 207. São proibidas de depor as 
pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, 
devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte 
interessada, quiserem dar o seu testemunho. Art. 208. Não se 
deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e 
deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às 
pessoas a que se refere o art. 206. Desse modo, nos termos da 
sobredita legislação, a pessoas proibidas de prestar depoimentos 
somente prestarão depoimento em juízo, se desobrigadas pela parte 
interessada, quiserem dar o seu testemunho. De igual modo, não há 
vedação que os doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 
(quatorze) anos prestem depoimento em juízo, apenas não se 
submeterão ao compromisso legal (art. 208 do CPP). Em conclusão, 
 
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sob todos os ângulos que se examine o presente recurso, não há 
amparo para anulação do gabarito preliminar. 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre a 
matéria: 
Prova testemunhal 
(arts. 202 a 225, CPP) 
Para se compreender o meio de prova testemunhal, insta 
registrar o conceito de testemunha. 
Testemunha:“É todo indivíduo estranho ao feito e equidistante 
das partes, chamado ao processo para falar sobre fatos, perceptíveis 
aos seus sentidos e relativos ao objeto do litígio” (conceito ideal de 
testemunha). 
Quem pode ser testemunha? (Legitimidade). Genericamente, 
qualquer pessoa pode ser testemunha (art. 202, CPP). O que varia é 
a valoração que será dada para cada depoimento. 
Obs: Pacelli – Uma coisa é a capacidade para depor, outra, bem 
diferente, é o juízo de valoração que se faz sobre o depoimento. No 
processo penal, todos podem ser testemunhas, cabendo ao juiz 
examinar a pertinência e a idoneidade de cada testemunha. 
 
Obrigação de depor: A princípio, todo mundo é obrigado a 
depor (art. 206, CPP). Entretanto, algumas pessoas podem se recusar 
a depor (ex: ascendente, descendente, cônjuge, irmão, etc.), SALVO 
quando não for possível, de outro modo, obter-se a ou integrar-se a 
prova do fato e de suas circunstâncias. 
Deve-se dar a interpretação mais ampla possível para este 
artigo. 
 
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Compromisso: Previsão (art. 203 e 208, CPP). A falta de 
compromisso fragiliza a prova testemunhal, mas não a anula 
obrigatoriamente. 
Exceção ao compromisso: doentes, deficientes mentais, 
menores de 14 anos e pessoas do art. 206, CPP (ascendente, 
descendente, cônjuge, irmão...). 
Testemunhas proibidas (art. 207, CPP): Estão proibidas de 
depor as pessoas que, em razão da função, ministério, ofício ou 
profissão, devam guardar segredo, SALVO se, desobrigadas pela 
parte interessada, QUISEREM dar seu testemunho. 
Remissão ao art. 7º, XIX, do Estatuto da OAB (8906/94). 
Jornalistas são proibidos de depor? NÃO! Tendo o direito ao 
sigilo da fonte, não são obrigados a falar sobre o que captaram de 
forma imediata. Cuidado! Embora os jornalistas detenham o direito 
ao sigilo da fonte, não se enquadram na previsão do art. 207, CPP. 
Logo, não são testemunhas proibidas de depor. 
Parlamentares também não são proibidos de depor, embora 
tenham a prerrogativa de não depor a respeito de atos relacionados 
ao exercício parlamentar, conforme disposição do art. 53, §6º, CF. 
 
 
Obrigações da testemunha 
→ Comparecer: Se a testemunha não comparecer poderá ser 
conduzida coercitivamente e poderá responder por crime de 
desobediência (art. 330, CP). 
→ Identificar-se: Se a testemunha não se identificar, poderá 
ser capitulada a contravenção de recusa de dados sobre a própria 
identidade (art. 68, LCP). 
 
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→ Prestar depoimento: Se a testemunha não presta 
depoimento poderá cometer o crime de desobediência (art. 330, 
CP). 
→ Dizer a verdade: Se a testemunha não disser a verdade, 
poderá cometer o crime de falso testemunho (art. 342, CP). 
 
Espécies de testemunhas 
→ Numerárias: São aquelas que prestam o compromisso. 
Testemunhas compromissadas. Ocupam o número de testemunhas. 
→ Extranumerárias: NÃO prestam compromisso. Não ocupam 
o número dado pela lei. Exs: 
 1) os informantes (os que não prestam compromisso 
testemunhal – crianças, por exemplo). 
 2) testemunhas do juízo – ouvidas por iniciativa do juiz 
(previstas no art. 209, “caput”, CPP). 
 3) as inócuas (as que não ajudaram em nada – previstas 
no §2º do art. 209, CPP –. A princípio, eram testemunhas 
numerárias, posteriormente se transformam em extranumerárias, 
viabilizando assim sua substituição. 
→ Próprias: São as que depõem sobre o fato objeto do litígio 
(sejam diretas ou indiretas). 
 
→ Impróprias: NÃO depõem sobre o fato objeto do litígio, mas 
sim sobre um ato do processo – testemunhas instrumentárias ou 
fedatárias ou instrumentais (ex: testemunhas de apresentação). 
→ Diretas: Depõem sobre o fato diretamente relacionado ao 
caso penal (infração penal). 
→ Indiretas: São as que depõem sobre o fato intermediário,circunstancial, não diretamente relacionado ao caso penal. “Ouviram 
dizer”. 
 
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→ De antecedentes: Depõem sobre informações sobre a vida 
da parte (não só do réu, mas da vítima também). Testemunhas de 
beatificação (Borges da Rosa) ou laudadores. 
Utilidade: No Tribunal do Júri, porque o que rege não é a ampla 
defesa, mas sim a PLENITUDE DE DEFESA. Tribunal do Júri, muitas 
vezes, exige conhecimentos metajurídicos. 
→ Da coroa: São os agentes infiltrados. É a prova testemunhal 
que decorre da infiltração policial. Prevista na Lei de Crime 
Organizado (não sendo necessária autorização judicial) e na Lei de D 
rogas (necessitando de autorização judicial). 
 
Sistema de inquirição 
De modo a evitar confusão com os sistemas de inquirição, após 
a reforma de 2008, apresento o seguinte quadro comparativo, haja 
vista a possibilidade de elaboração de questões que cobrem a referida 
distinção. 
 COMUM JÚRI JURADOS 
Réu Presidencialista Direto Presidencialista 
Testemunha Direto Direto Presidencialista 
 
Obs: Quem primeiramente faz pergunta para a testemunha é 
quem a ARROLOU. 
 
 
 
 
Incidentes possíveis: (que podem ser suscitados por ambas 
as partes). 
CONTRADITA x ARGUIÇÃO DE DEFEITO 
 
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→ Contradita: Tem por objetivo excluir a testemunha ou 
excluir o compromisso prestado por ela (arts. 207 e 208, CPP). 
→ Arguição de defeito: É o incidente destinado a registrar a 
suspeita de imparcialidade da testemunha. 
VIDEOCONFERÊNCIA 
Amparado no art. 217, CPP. 
É cabível quando a testemunha se sentir atemorizada, 
humilhada ou sob qualquer circunstancia que poderia comprometer a 
veracidade do depoimento. 
 
Local do depoimento testemunhal 
Regra geral do local dos atos processuais: Fórum ou Subseção 
judiciária do local onde o crime ocorreu. 
Exceções: 
• Os dignitários podem agendar hora, local e data previamente 
com o juiz – art. 221 – (se estiver como testemunha; se for réu não, 
pois o ato de oitiva seria o interrogatório). 
• Em caso de necessidade, poderão ser realizadas na residência 
do juiz (ou em outra casa por ele especialmente designada) as 
audiências, sessões e atos processuais (§2º, art. 792, CPP). 
O MILITAR deverá ser requisitado à autoridade superior. A 
oitiva continuará sendo no fórum, só haverá mais uma formalidade. 
MILITAR NÃO É INTIMADO! É requisitado. 
Já com relação ao funcionário público, o juiz o intima e expede 
mandado imediatamente comunicando o chefe da repartição em que 
servir, indicando dia e hora previamente marcados. Finalidade: 
garantir a ININTERRUPÇÃO dos serviços públicos (Princípio da 
Continuidade dos Serviços Públicos). 
Inversão da ordem da oitiva 
 ↓ 
 
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39 
 Possibilidade excepcional 
 
Como regra, a ordem para oitiva das testemunhas é a seguinte: 
Testemunhas de acusação e, após, as testemunhas de defesa 
(decorrência da Ampla Defesa). Assim, o desrespeito à ordem de 
oitiva de testemunhas gera, à princípio, nulidade. 
Entretanto, há possibilidades, excepcionais, de inversão da 
ordem de oitiva (depoimento de testemunha de defesa antes da 
testemunha de acusação), quais sejam: 
• Testemunha ouvida por precatório (carta precatória). 
Testemunhas DEPRECADAS. Arts. 222, §1º; 400; 411; 531; todos do 
CPP. 
• Antecipação da prova testemunhal (quando testemunha corre 
risco de morte, por exemplo). Risco de perecimento da prova 
testemunhal. 
• Rito Sumário, onde se valoriza a CELERIDADE PROCESSUAL 
(art. 536, CPP). Nesse ponto graça divergência doutrinária sendo 
majoritário o entendimento que prioriza a celeridade do rito sumário. 
 
 
Crime no testemunho: art. 211 do CPP 
Se o juiz percebe que a testemunha começou a mentir, pode, 
por cautela, adverti-la lembrando à mesma a respeito do 
compromisso prestado. Entretanto, caso visualize a suposta prática 
do crime de falso testemunho, poderá remeter cópia do depoimento à 
autoridade policial para a instauração do IP (art. 211, CPP). 
 
Competência: 
Quanto à competência se verifica de modo simplório que se o 
crime ocorrer no âmbito da justiça estadual, quem julgará o crime de 
 
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Exercícios Comentados 
 
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40 
falso testemunho será a própria justiça estadual. Por outro lado, se o 
crime ocorrer no âmbito da justiça federal, quem julgará o crime de 
falso testemunho será a própria justiça federal. 
 
2009 – CESPE – PC/RN 
No procedimento de reconhecimento de indiciado, este deve ser 
colocado ao lado de, no mínimo, três pessoas que tenham com ele 
grande semelhança física. 
Errado 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre o 
ponto. 
 
Reconhecimento de pessoa ou coisa 
(art. 226 a 228) 
Conceito: È o meio de prova destinado à auxiliar a identificação 
de sujeitos ou objetos atrelados ao caso penal. 
Procedimento: Quando o ofendido ou a testemunha não se 
recorda do autor, é preciso primeiro indagar se elas se recordam das 
características. Algumas pessoas com as mesmas características são 
colocadas na frente do ofendido ou da testemunha para que eles 
reconheçam o autor do crime. 
A ausência de pessoas semelhantes ao autor causa nulidade ao 
auto de reconhecimento de pessoa? Não, não há afronta a lei 
processual, pois a lei diz que isso deve ser feito SE POSSÍVEL. 
É imprescindível que a vítima não seja identificada pelo autor? 
Não, apenas quando a vítima tiver receio de se deparar com o 
suposto criminoso. 
 
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Quem assina o auto são as duas testemunhas do ato de 
reconhecimento e quem efetivamente realizou o reconhecimento. O 
reconhecido não precisa assinar o auto de reconhecimento. 
Retrato falado é meio de prova? Não, é meio de investigação. 
Reconhecimento de voz é considerado meio de prova? Sim. A 
ideia do reconhecimento de pessoas ou coisas é o reconhecimento 
visual. Porém, o ordenamento processual penal brasileiro adotou o 
princípio da liberdade de provas. Assim, o reconhecimento de voz é 
muito comum nos crimes contra os costumes, sendo perfeitamente 
admitido. Entretanto, o suposto criminoso não é obrigado a fornecer 
o padrão de sua voz para que seja reconhecido (Direito ao silêncio). 
 
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DPF - justificativas realizadas pela própria banca. 
98 - O sistema processual vigente prevê tratamento especial ao 
ofendido, especialmente no que se refere ao direito de ser ouvido em 
juízo e de ser comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso 
e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência 
e à sentença e respectivos acórdãos. Além disso, ao ofendido é 
conferido o direito da preservação da intimidade, da vida privada, da 
honra e da imagem, o que, entretanto, não obsta a acareação entre 
ele e o acusado. 
Gabarito: Certo 
98 C – Indeferido 
A assertiva apontada como certa deve ser mantida, vez que sua 
compreensão decorrede texto expresso do CPP, em especial dos 
seguintes dispositivos legais: DO OFENDIDO .Art. 201. Sempre que 
possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as 
circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as 
 
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Exercícios Comentados 
 
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42 
provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. 
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)§ 1o Se, intimado para 
esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá 
ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei nº 11.690, 
de 2008)§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais 
relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de 
data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a 
mantenham ou modifiquem. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)§ 
3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por 
ele indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio 
eletrônico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)§ 4o Antes do início 
da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço 
separado para o ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)§ 5o 
Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para 
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, 
de assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do 
Estado. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)§ 6o O juiz tomará as 
providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, 
honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o 
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras 
informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua 
exposição aos meios de comunicação. (Incluído pela Lei nº 11.690, 
de 2008)[...] DA ACAREAÇÃO. Art. 229. A acareação será admitida 
entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, 
entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as 
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, 
sobre fatos ou circunstâncias relevantes. Parágrafo único. Os 
acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de 
divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação. Art. 230. Se 
ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, 
 
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que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da 
divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se 
subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar 
onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações 
desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, 
bem como o texto do referido auto, a fim de que se complete a 
diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma 
estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência só se 
realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz 
a entenda conveniente.” 
Em conclusão, sob todos os ângulos que se examine o presente 
recurso, não há amparo para anulação do gabarito preliminar. 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre a 
matéria: 
 
Acareação 
(art. 229) 
É ato probatório onde se colocam frente a frente pessoas que 
prestaram depoimentos divergentes sobre fatos relevantes para a 
solução do caso penal. É um depoimento conjunto, onde se isolam os 
pontos divergentes com vistas à explicação dos acareados sobre as 
divergências. 
Nos termos do artigo 229 do CPP, a acareação pode se dar 
entre: 
1) acusados; 
2) acusado e testemunha; 
3) testemunhas; 
 
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4) acusado ou testemunha e a pessoa ofendida; e 
5) pessoas ofendidas. 
Ponto importante do projeto do novo CPP se refere à omissão 
quanto à possibilidade de acareação que envolva acusado, tese já 
sustentada por Eugênio Pacelli, que embasava seu entendimento no 
direito constitucional ao silêncio, concluindo que não se poderia 
obrigar o acusado à participar do ato de acareação. Entretanto, 
inobstante a ausência de previsão legal futura quanto a acareação do 
acusado, nada impede que, caso o acusado queira se submeter a tal 
ato, se utilize a acareação como meio de prova, haja vista a 
incidência do princípio da liberdade das provas. 
Quem pode realizar a acareação é a Autoridade Policial (art. 6º, 
VI, CPP) e a Autoridade Judicial. Portanto, pode ocorrer no Inquérito 
Policial e no Processo Criminal. 
Art. 230 – é tratado pelo CPP como acareação, mas parte da 
doutrina o denomina de CONFRONTO, tendo em vista que a palavra 
acarear vem de acaroar, colocar cara a cara, o que intui, 
naturalmente, a presença dos envolvidos. 
 
2009 – CESPE – TER/MA 
Caso o chefe do crime organizado de determinado estado, 
custodiado em presídio de segurança máxima, receba carta de um 
comparsa com informações acerca do sequestro do governador desse 
estado, que seria realizado no dia seguinte, o ordenamento jurídico 
proíbe que a administração penitenciária intercepte a referida carta, 
em respeito à garantia constitucional do sigilo de correspondência; 
além disso, caso ocorra a interceptação, o conteúdo da carta não 
poderá ser considerado meio de prova contra o destinatário. 
Errado 
 
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45 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre o 
ponto. 
 
Prova Documental 
Passemos então, à análise da prova documental. 
Primeiro, indaga-se: Qual o valor probatório dos documentos? 
R.: A prova documental, a exemplo dos demais meios de prova 
tem valor relativo. 
No que tange à conceituação, o CPP cria uma definição 
restritiva de documento em seu art. 232. 
Essa definição do código afirma que documento é o escrito. 
Escrito é o que representa o pensamento que pode servir de prova e 
a lei diz que são escritos: os instrumentos e os papéis. 
Instrumento, de acordo com a doutrina, é o documento pré 
constituído, ou seja, é o escrito que desde a sua origem foi produzido 
com o intuito de servir como prova. Assim, o instrumento é 
teleologicamente probatório, pois finaliza a comprovação de um fato. 
Por outro lado, os papéis seriam documentos eventuais 
(acidentais), pois não se prestam, de início, a comprovação de um 
fato, embora posteriormente possam vir a ser utilizados com essa 
finalidade. 
Atualmente a doutrina tem dado uma conotação mais ampla ao 
termo documento, para nele enquadrar não só os escritos, como 
também as provas fotográficas, fonográficas, desenhos, planilhas, 
esquemas, e-mails. 
Nesse espectro mais amplo, documento seria qualquer objeto 
que condense um fato relevante ao caso penal. 
Os documentos podem ser classificados da seguinte forma: 
 
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A. QUANTO À ORIGEM: 
A.1. Públicos ou oficiais; 
A.2. Particulares ou privados; 
B.QUANTO À FORMA: 
B.1. Originais; 
B.2. Cópias. 
 C. QUANTO A AUTORIA: 
 C.1. Nominativos; 
 C.2. Apócrifos (anônimos).

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