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PROCESSUAL PENAL DESMEMBRADO - AULA 9/11

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Aula 8 complementar– Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
1 
Aula 8 complementar – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Olá amigos, 
Bom dia! 
Boa tarde! e 
Boa noite! 
Nosso objetivo de hoje: 
Aula 8.1: 
10.7 Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei 
nº 7.716/1989). 
10.10 Crimes de responsabilidade (Decreto-Lei nº 201/1967, 
Lei nº 1.079/1950 e Lei nº 8.176/1991). 
10.11 Crimes falimentares (Lei nº 11.101/2005). 
10.12 Crimes nas licitações e contratos da administração 
pública (Lei nº 8.666/1993; Lei nº 12.037/2009). 
Trazemos a lume algumas breves considerações a respeito das 
leis que acreditamos não termos tratado na aula 8. Após o envio é 
que verificamos a carência e, por isso, resolvemos tratar em arquivo 
autônomo. 
Aspectos processuais das leis especiais 
Aula 8 complementar– Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
2 
Mais uma vez lembramos: Todo o texto da legislação que 
iremos comentar é importante para sua prova, haja vista a cobrança 
possivelmente conjunta de aspectos materiais e processuais da 
referida legislação nas provas da Cespe. 
Contudo, registramos que só iremos tratar dos aspectos 
processuais das leis em questão, isso porque o presente curso se 
destina ao tratamento do Direito Processual Penal. 
QUESTÃO SIMULADA 
Nos termos da Constituição Federal, o racismo é insuscetível de 
liberdade provisória sem fiança. 
Errado 
Registremos a principal disposição constitucional a respeito do 
crime de racismo e que acaba por refletir no tema de nossa disciplina. 
Segundo o artigo 5º, XLII da Constituição Federal: a prática 
do racismo é inafiançável e imprescritível. 
Sobre a inafiançabilidade constitucional, remetemos o leitor às 
mesmas razões relacionadas à lei de drogas e que constam da 
questão que simulamos e expomos na página 76 da aula 8. 
Lembre-se que a vedação expressada nos termos da 
Constituição è somente à fiança, pois o texto constitucional não 
utiliza o termo liberdade provisória nesse contexto. 
Por fim lembramos que o efeito da condenação previsto na lei 
de racismo não é automático, conforme dispõe expressamente em 
seu art. 18: Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não 
são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na 
sentença. 
Aula 8 complementar– Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
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3 
QUESTÃO SIMULADA 
O Vice-prefeito, em nenhuma hipótese, pode se beneficiar da 
resposta preliminar (art. 2º, inciso I) prevista no procedimento 
especial tratado no Dec.Lei 201/67, norma que regula os crimes de 
responsabilidade dos Prefeitos Municipais. 
Errado 
Comentário: 
Leitura do art. 3º do citado Decreto Lei, conforme se verá 
abaixo, já que em caso de substituição pelo vice-prefeito, o mesmo 
procedimento se aplicará. 
Crimes de responsabilidade (Decreto-Lei nº 201/1967, 
Lei nº 1.079/1950 e Lei nº 8.176/1991). 
Vejamos os trechos da legislação que tocam o direito processual 
penal: 
Decreto-Lei nº 201/1967 
Art. 1º, ... 
§1º Os crimes definidos nêste artigo são de ação pública, 
punidos os dos itens I e II, com a pena de reclusão, de dois a 
doze anos, e os demais, com a pena de detenção, de três 
meses a três anos. 
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes 
definidos neste artigo, acarreta a perda de cargo e a 
inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício 
de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem 
prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio 
público ou particular. 
Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo anterior é 
o comum do juízo singular, estabelecido pelo Código de 
Processo Penal, com as seguintes modificações: 
Aula 8 complementar– Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
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4 
I - Antes de receber a denúncia, o Juiz ordenará a 
notificação do acusado para apresentar defesa prévia, no 
prazo de cinco dias. Se o acusado não for encontrado para 
a notificação, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá 
apresentar a defesa, dentro no mesmo prazo. 
II - Ao receber a denúncia, o Juiz manifestar-se-á, 
obrigatória e motivadamente, sobre a prisão preventiva
do acusado, nos casos dos itens I e II do artigo anterior, e 
sobre o seu afastamento do exercício do cargo durante a 
instrução criminal, em todos os casos. 
III - Do despacho, concessivo ou denegatório, de 
prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado, 
caberá recurso, em sentido estrito, para o Tribunal 
competente, no prazo de cinco dias, em autos apartados. O 
recurso do despacho que decreta a prisão preventiva ou 
o afastamento do cargo terá efeito suspensivo. 
§ 1º Os órgãos federais, estaduais ou municipais, 
interessados na apuração da responsabilidade do Prefeito, 
podem requerer a abertura do inquérito policial ou a 
instauração da ação penal pelo Ministério Público, bem 
como intervir, em qualquer fase do processo, como 
assistente da acusação. 
§ 2º Se as previdências para a abertura do inquérito policial 
ou instauração da ação penal não forem atendidas pela 
autoridade policial ou pelo Ministério Público estadual, poderão 
ser requeridas ao Procurador-Geral da República. 
Art. 3º O Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir o 
Prefeito, fica sujeito ao mesmo processo do substituído, 
ainda que tenha cessado a substituição. 
Lei nº 1.079/1950 (A referida lei trata do que vários 
doutrinadores chamam de Ação Penal Popular). 
PARTE SEGUNDA 
PROCESSO E JULGAMENTO 
TÍTULO ÚNICO 
DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E MINISTROS DE ESTADO 
Aula 8 complementar– Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
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5 
CAPÍTULO I 
DA DENÚNCIA 
Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar1 o 
Presidente da República ou Ministro de Estado, por crime de 
responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados. 
Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o 
denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado 
definitivamente o cargo. 
Art. 16. A denúncia assinada pelo denunciante e com a firma 
reconhecida, deve ser acompanhada dos documentos que a 
comprovem, ou da declaração de impossibilidade de apresentá-
los, com a indicação do local onde possam ser encontrados, 
nos crimes de que haja prova testemunhal, a denúncia deverá 
conter o rol das testemunhas, em número de cinco no mínimo. 
Art. 17. No processo de crime de responsabilidade, servirá 
de escrivão um funcionário da Secretaria da Câmara dos 
Deputados, ou do Senado, conforme se achar o mesmo em 
uma ou outra casa do Congresso Nacional. 
Art. 18. As testemunhas arroladas no processo deverão 
comparecer para prestar o seu depoimento, e a Mesa da 
Câmara dos Deputados ou do Senado por ordem de quem 
serão notificadas, tomará as providências legais que se 
tornarem necessárias legais que se tornarem necessárias para 
compelí-las a obediência. 
CAPÍTULO II 
DA ACUSAÇÃO 
Art. 19. Recebida a denúncia, será lida no expediente da 
sessão seguinte e despachada a uma comissão especial eleita, 
da qual participem, observada a respectiva proporção, 
 
1
A denúncia aqui tem natureza de delação criminosa (notitia criminis) e não necessariamente veicula a 
prática de crime, pois os denominados crimes de responsabilidade, apesar desse nome, detêm naturezajurídica de infrações político-administrativas, sujeitando o infrator a sanções não criminais, conforme 
dispõe o art. 2º: Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da 
pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, 
imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, 
contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República. O referido 
artigo que deve ser obtemperado com a leitura do art. 52, § único da CF/88, que passou a tratar da 
inabilitação com o prazo de 8 anos. 
Aula 8 complementar– Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
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6 
representantes de todos os partidos para opinar sobre a 
mesma. 
Art. 20. A comissão a que alude o artigo anterior se reunirá 
dentro de 48 horas e, depois de eleger seu Presidente e 
relator, emitirá parecer, dentro do prazo de dez dias, sôbre se 
a denúncia deve ser ou não julgada objeto de deliberação. 
Dentro desse período poderá a comissão proceder às 
diligências que julgar necessárias ao esclarecimento da 
denúncia. 
§ 1º O parecer da comissão especial será lido no expediente 
da sessão da Câmara dos Deputados e publicado integralmente 
no Diário do Congresso Nacional e em avulsos, juntamente 
com a denúncia, devendo as publicações ser distribuídas a 
todos os deputados. 
§ 2º Quarenta e oito horas após a publicação oficial do 
parecer da Comissão especial, será o mesmo incluído, em 
primeiro lugar, na ordem do dia da Câmara dos Deputados, 
para uma discussão única. 
Art. 21. Cinco representantes de cada partido poderão falar, 
durante uma hora, sobre o parecer, ressalvado ao relator da 
comissão especial o direito de responder a cada um. 
Art. 22. Encerrada a discussão do parecer, e submetido o 
mesmo a votação nominal, será a denúncia, com os 
documentos que a instruam, arquivada, se não fôr considerada 
objeto de deliberação. No caso contrário, será remetida por 
cópia autêntica ao denunciado, que terá o prazo de vinte dias 
para contestá-la e indicar os meios de prova com que pretenda 
demonstrar a verdade do alegado. 
§ 1º Findo esse prazo e com ou sem a contestação, a 
comissão especial determinará as diligências requeridas, ou 
que julgar convenientes, e realizará as sessões necessárias 
para a tomada do depoimento das testemunhas de ambas as 
partes, podendo ouvir o denunciante e o denunciado, que 
poderá assistir pessoalmente, ou por seu procurador, a tôdas 
as audiências e diligências realizadas pela comissão, 
interrogando e contestando as testemunhas e requerendo a 
reinquirição ou acareação das mesmas. 
§ 2º Findas essas diligências, a comissão especial proferirá, 
no prazo de dez dias, parecer sobre a procedência ou 
improcedência da denúncia. 
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7 
§ 3º Publicado e distribuído esse parecer na forma do § 1º 
do art. 20, será o mesmo, incluído na ordem do dia da sessão 
imediata para ser submetido a duas discussões, com o 
interregno de 48 horas entre uma e outra. 
§ 4º Nas discussões do parecer sôbre a procedência ou 
improcedência da denúncia, cada representante de partido 
poderá falar uma só vez e durante uma hora, ficando as 
questões de ordem subordinadas ao disposto no § 2º do art. 
20. 
Art. 23. Encerrada a discussão do parecer, será o mesmo 
submetido a votação nominal, não sendo permitidas, então, 
questões de ordem, nem encaminhamento de votação. 
§ 1º Se da aprovação do parecer resultar a procedência da 
denúncia, considerar-se-á decretada a acusação pela Câmara 
dos Deputados. 
§ 2º Decretada a acusação, será o denunciado intimado 
imediatamente pela Mesa da Câmara dos Deputados, por 
intermédio do 1º Secretário. 
§ 3º Se o denunciado estiver ausente do Distrito Federal, a 
sua intimação será solicitada pela Mesa da Câmara dos 
Deputados, ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado em 
que êle se encontrar. 
§ 4º A Câmara dos Deputados elegerá uma comissão de três 
membros para acompanhar o julgamento do acusado. 
§ 5º São efeitos imediatos ao decreto da acusação do 
Presidente da República, ou de Ministro de Estado, a suspensão 
do exercício das funções do acusado e da metade do subsídio 
ou do vencimento, até sentença final. 
§ 6º Conforme se trate da acusação de crime comum ou de 
responsabilidade, o processo será enviado ao Supremo Tribunal 
Federal ou ao Senado Federal. 
CAPÍTULO III 
DO JULGAMENTO 
Art. 24. Recebido no Senado o decreto de acusação com o 
processo enviado pela Câmara dos Deputados e apresentado o 
libelo pela comissão acusadora, remeterá o Presidente cópia de 
tudo ao acusado, que, na mesma ocasião e nos termos dos 
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parágrafos 2º e 3º do art. 23, será notificado para comparecer 
em dia prefixado perante o Senado. 
Parágrafo único. Ao Presidente do Supremo Tribunal Federal 
enviar-se-á o processo em original, com a comunicação do dia 
designado para o julgamento. 
Art. 25. O acusado comparecerá, por si ou pêlos seus 
advogados, podendo, ainda, oferecer novos meios de prova. 
Art. 26. No caso de revelia, marcará o Presidente novo dia 
para o julgamento e nomeará para a defesa do acusado um 
advogado, a quem se facultará o exame de todas as peças de 
acusação. 
Art. 27. No dia aprazado para o julgamento, presentes o 
acusado, seus advogados, ou o defensor nomeado a sua 
revelia, e a comissão acusadora, o Presidente do Supremo 
Tribunal Federal, abrindo a sessão, mandará ler o processo 
preparatório o libelo e os artigos de defesa; em seguida 
inquirirá as testemunhas, que deverão depor publicamente e 
fora da presença umas das outras. 
Art. 28. Qualquer membro da Comissão acusadora ou do 
Senado, e bem assim o acusado ou seus advogados, poderão 
requerer que se façam às testemunhas perguntas que julgarem 
necessárias. 
Parágrafo único. A Comissão acusadora, ou o acusado ou 
seus advogados, poderão contestar ou argüir as testemunhas 
sem contudo interrompê-las e requerer a acareação. 
Art. 29. Realizar-se-á a seguir o debate verbal entre a 
comissão acusadora e o acusado ou os seus advogados pelo 
prazo que o Presidente fixar e que não poderá exceder de duas 
horas. 
Art. 30. Findos os debates orais e retiradas as partes, abrir-
se-á discussão sobre o objeto da acusação. 
Art. 31. Encerrada a discussão o Presidente do Supremo 
Tribunal Federal fará relatório resumido da denúncia e das 
provas da acusação e da defesa e submeterá a votação 
nominal dos senadores o julgamento. 
Art. 32. Se o julgamento for absolutório produzirá desde 
logo, todos os efeitos a favor do acusado. 
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9 
Art. 33. No caso de condenação, o Senado por iniciativa do 
presidente fixará o prazo de inabilitação do condenado para o 
exercício de qualquer função pública; e no caso de haver crime 
comum deliberará ainda sobre se o Presidente o deverá 
submeter à justiça ordinária, independentemente da ação de 
qualquer interessado. 
Art. 34. Proferida a sentença condenatória, o acusado 
estará, ipso facto destituído do cargo. 
Art. 35. A resolução do Senado constará de sentença que 
será lavrada, nos autos do processo, pelo Presidente do 
Supremo Tribunal Federal, assinada pêlos senadores que 
funcionarem comojuizes, transcrita na ata da sessão e, dentro 
desta, publicada no Diário Oficial e no Diário do Congresso 
Nacional. 
Art. 36. Não pode interferir, em nenhuma fase do processo 
de responsabilidade do Presidente da República ou dos 
Ministros de Estado, o deputado ou senador; 
a) que tiver parentesco consangüíneo ou afim, com o 
acusado, em linha reta; em linha colateral, os irmãos 
cunhados, enquanto durar o cunhado, e os primos co-irmãos; 
b) que, como testemunha do processo tiver deposto de 
ciência própria. 
Art. 37. O congresso Nacional deverá ser convocado, 
extraordinariamente, pelo terço de uma de suas câmaras, caso 
a sessão legislativa se encerre sem que se tenha ultimado o 
julgamento do Presidente da República ou de Ministro de 
Estado, bem como no caso de ser necessário o início imediato 
do processo. 
Art. 38. No processo e julgamento do Presidente da 
República e dos Ministros de Estado, serão subsidiários desta 
lei, naquilo em que lhes forem aplicáveis, assim os regimentos 
internos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, como 
o Código de Processo Penal. 
... 
TÍTULO II 
DO PROCESSO E JULGAMENTO 
CAPÍTULO I 
Aula 8 complementar– Delegado da Polícia Federal – 2013 
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10 
DA DENÚNCIA 
Art. 41. É permitido a todo cidadão denunciar perante o 
Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e o 
Procurador Geral da República, pêlos crimes de 
responsabilidade que cometerem (artigos 39 e 40). 
Art. 42. A denúncia só poderá ser recebida se o denunciado 
não tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o 
cargo. 
Art. 43. A denúncia, assinada pelo denunciante com a firma 
reconhecida deve ser acompanhada dos documentos que a 
comprovem ou da declaração de impossibilidade de apresentá-
los, com a indicação do local onde possam ser encontrados. 
Nos crimes de que haja prova testemunhal, a denúncia deverá 
conter o rol das testemunhas, em número de cinco, no mínimo. 
Art. 44. Recebida a denúncia pela Mesa do Senado, será lida 
no expediente da sessão seguinte e despachada a uma 
comissão especial, eleita para opinar sobre a mesma. 
Art. 45. A comissão a que alude o artigo anterior, reunir-se-
á dentro de 48 horas e, depois de eleger o seu presidente e 
relator, emitirá parecer no prazo de 10 dias sobre se a 
denúncia deve ser, ou não julgada objeto de deliberação. 
Dentro desse período poderá a comissão proceder às 
diligências que julgar necessárias. 
Art. 46. O parecer da comissão, com a denúncia e os 
documentos que a instruírem, será lido no expediente de 
sessão do Senado, publicado no Diário do Congresso Nacional e 
em avulsos, que deverão ser distribuídos entre os senadores, e 
dado para ordem do dia da sessão seguinte. 
Art. 47. O parecer será submetido a uma só discussão, e a 
votação nominal considerando-se aprovado se reunir a maioria 
simples de votos. 
Art. 48. Se o Senado resolver que a denúncia não deve 
constituir objeto de deliberação, serão os papeis arquivados. 
Art. 49. Se a denúncia for considerada objeto de 
deliberação, a Mesa remeterá cópia de tudo ao denunciado, 
para responder à acusação no prazo de 10 dias. 
Art. 50. Se o denunciado estiver fora do Distrito Federal, a 
cópia lhe será entregue pelo Presidente do Tribunal de Justiça 
Aula 8 complementar– Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
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11 
do Estado em que se achar. Caso se ache fora do país ou em 
lugar incerto e não sabido, o que será verificado pelo 1º 
Secretário do Senado, a intimação farse-á por edital, publicado 
no Diário do Congresso Nacional, com a antecedência de 60 
dias, aos quais se acrescerá, em comparecendo o denunciado, 
o prazo do art. 49. 
Art. 51. Findo o prazo para a resposta do denunciado, seja 
esta recebida, ou não, a comissão dará parecer, dentro de dez 
dias, sobre a procedência ou improcedência da acusação. 
Art. 52. Perante a comissão, o denunciante e o denunciado 
poderão comparecer pessoalmente ou por procurador, assistir 
a todos os atos e diligências por ela praticados, inquirir, 
reinquirir, contestar testemunhas e requerer a sua acareação. 
Para esse efeito, a comissão dará aos interessados 
conhecimento das suas reuniões e das diligências a que deva 
proceder, com a indicação de lugar, dia e hora. 
Art. 53. Findas as diligências, a comissão emitirá sobre o seu 
parecer, que será publicado e distribuído, com todas as peças 
que o instruírem e dado para ordem do dia 48 horas, no 
mínimo, depois da distribuição. 
Art. 54. Esse parecer terá uma só discussão e considerar-se-
á aprovado se, em votação nominal, reunir a maioria simples 
dos votos. 
Art. 55. Se o Senado entender que não procede a acusação, 
serão os papeis arquivados. Caso decida o contrário, a Mesa 
dará imediato conhecimento dessa decisão ao Supremo 
Tribunal Federal, ao Presidente da República, ao denunciante e 
ao denunciado. 
Art. 56. Se o denunciado não estiver no Distrito Federal, a 
decisão ser-lhe-á comunicada a requisição da Mesa, pelo 
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado onde se achar. Se 
estiver fora do país ou em lugar incerto e não sabido, o que 
será verificado pelo 1º Secretário do Senado, far-se-á a 
intimação mediante edital pelo Diário do Congresso Nacional , 
com a antecedência de 60 dias. 
Art. 57. A decisão produzirá desde a data da sua intimação 
os seguintes efeitos, contra o denunciado: 
a) ficar suspenso do exercício das suas funções até sentença 
final; 
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12 
b) ficar sujeito a acusação criminal; 
c) perder, até sentença final, um terço dos vencimentos, que 
lhe será pago no caso de absolvição. 
CAPÍTULO II 
DA ACUSAÇÃO E DA DEFESA 
Art. 58. Intimado o denunciante ou o seu procurador da 
decisão a que aludem os três últimos artigos, ser-lhe-á dada 
vista do processo, na Secretaria do Senado, para, dentro de 48 
horas, oferecer o libelo acusatório e o rol das testemunhas. Em 
seguida abrir-se-á vista ao denunciado ou ao seu defensor, 
pelo mesmo prazo para oferecer a contrariedade e o rol das 
testemunhas. 
Art. 59. Decorridos esses prazos, com o libelo e a 
contrariedade ou sem eles, serão os autos remetidos, em 
original, ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, ou ao seu 
substituto legal, quando seja ele o denunciado, comunicando-
se-lhe o dia designado para o julgamento e convidando-o para 
presidir a sessão. 
Art. 60. O denunciante e o acusado serão notificados pela 
forma estabelecida no art. 56. para assistirem ao julgamento, 
devendo as testemunhas ser, por um magistrado, intimadas a 
comparecer a requisição da Mesa. 
Parágrafo único. Entre a notificação e o julgamento deverá 
mediar o prazo mínimo de 10 dias. 
Art. 61. No dia e hora marcados para o julgamento, o 
Senado reunir-se-á, sob a presidência do Presidente do 
Supremo Tribunal Federal ou do seu substituto legal. Verificada 
a presença de número legal de senadores, será aberta a sessão 
e feita a chamada das partes, acusador e acusado, que 
poderão comparecer pessoalmente ou pêlos seus procuradores. 
Art. 62. A revelia do acusador não importará transferência 
do julgamento, nem perempção da acusação. 
§ 1º A revelia do acusado determinará o adiamento de 
julgamento, para o qual o Presidente designará novo dia, 
nomeando um advogado para defender o revel. 
§ 2º Ao defensor nomeado será, facultado o exame de tôdas 
as peças do processo. 
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13 
Art. 63. No dia definitivamente aprazado para o julgamento, 
verificado o número legal de senadores será aberta a sessão e 
facultado o ingresso às partes ou aos seus procuradores. Serão 
juizes todos os senadores presentes, com exceção dos 
impedidos nos termos do art. 36. 
Parágrafo único. O impedimento poderá ser oposto pelo 
acusador ou pelo acusado e invocado por qualquer senador. 
Art. 64. Constituído o Senado em Tribunal de julgamento, o 
Presidente mandará ler o processo e, em seguida, inquirirá 
publicamente as testemunhas, fora da presença umas das 
outras. 
Art. 65. O acusador e o acusado, ou os seus procuradores, 
poderão reinquirir as testemunhas, contestá-las sem 
interrompê-las e requerer a sua acareação sejam feitas as 
perguntas que julgar necessárias. 
Art. 66. Finda a inquirição, haverá debate oral, facultadas a 
réplica e a tréplica entre o acusador e o acusado, pelo prazo 
que o Presidente determinar, 
Parágrafo único. Ultimado o debate, retirar-se-ão partes do 
recinto da sessão e abrir-se-á uma discussão única entre os 
senadores sobre o objeto da acusação. 
Art. 67. Encerrada a discussão, fará o Presidente um 
relatório resumido dos fundamentos da acusação e da defesa, 
bem como das respectivas provas, submetendo em seguida o 
caso a julgamento. 
CAPÍTULO III 
DA SENTENÇA 
Art. 68. O julgamento será feito, em votação nominal pêlos 
senadores desimpedidos que responderão "sim" ou "não" à 
seguinte pergunta enunciada pelo Presidente: "Cometeu o 
acusado F. o crime que lhe é imputado e deve ser condenado à 
perda do seu cargo?" 
Parágrafo único. Se a resposta afirmativa obtiver, pelo 
menos, dois terços dos votos dos senadores presentes, o 
Presidente fará nova consulta ao plenário sobre o tempo não 
excedente de cinco anos, durante o qual o condenado deverá 
ficar inabilitado para o exercício de qualquer função pública. 
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Art. 69. De acordo com a decisão do Senado, o Presidente 
lavrará nos autos, a sentença que será assinada por ele e pêlos 
senadores, que tiverem tomado parte no julgamento, e 
transcrita na ata. 
Art. 70. No caso de condenação, fica o acusado desde logo 
destituído do seu cargo. Se a sentença for absolutória, 
produzirá a imediata reabilitação do acusado, que voltará ao 
exercício do cargo, com direito à parte dos vencimentos de que 
tenha sido privado. 
Art. 71. Da sentença, dar-se-á imediato conhecimento ao 
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal e ao 
acusado. 
Art. 72. Se no dia do encerramento do Congresso Nacional 
não estiver concluído o processo ou julgamento de Ministro do 
Supremo Tribunal Federal ou do Procurador Geral da República, 
deverá ele ser convocado extraordinariamente pelo terço do 
Senado Federal. 
Art. 73 No processo e julgamento de Ministro do Supremo 
Tribunal, ou do Procurador Geral da República serão 
subsidiários desta lei, naquilo em que lhes forem aplicáveis, o 
Regimento Interno do Senado Federal e o Código de Processo 
Penal. 
... 
CAPÍTULO II 
DA DENÚNCIA, ACUSAÇÃO E JULGAMENTO 
Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o Governador 
perante a Assembléia Legislativa, por crime de 
responsabilidade. 
Art. 76.A denúncia assinada pelo denunciante e com a firma 
reconhecida, deve ser acompanhada dos documentos que a 
comprovem, ou da declaração de impossibilidade de apresentá-
los com a indicação do local em que possam ser encontrados. 
Nos crimes de que houver prova testemunhal, conterão rol das 
testemunhas, em número de cinco pelo menos. 
Parágrafo único. Não será recebida a denúncia depois que o 
Governador, por qualquer motivo, houver deixado 
definitivamente o cargo. 
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Art. 77. Apresentada a denúncia e julgada objeto de 
deliberação, se a Assembléia Legislativa por maioria absoluta, 
decretar a procedência da acusação, será o Governador 
imediatamente suspenso de suas funções. 
Art. 78. O Governador será julgado nos crimes de 
responsabilidade, pela forma que determinar a Constituição do 
Estado e não poderá ser condenado, senão à perda do cargo, 
com inabilitação até cinco anos, para o exercício de qualquer 
função pública, sem prejuízo da ação da justiça comum. 
§ 1º Quando o tribunal de julgamento fôr de jurisdição 
mista, serão iguais, pelo número, os representantes dos órgãos 
que o integrarem, excluído o Presidente, que será o Presidente 
do Tribunal de Justiça. 
§ 2º Em qualquer hipótese, só poderá ser decretada a 
condenação pelo voto de dois têrços dos membros de que se 
compuser o tribunal de julgamento. 
§ 3º Nos Estados, onde as Constituições não determinarem 
o processo nos crimes de responsabilidade dos Governadores, 
aplicar-se-á o disposto nesta lei, devendo, porém, o 
julgamento ser proferido por um tribunal composto de cinco 
membros do Legislativo e de cinco desembargadores, sob a 
presidência do Presidente do Tribunal de Justiça local, que terá 
direito de voto no caso de empate. A escolha desse Tribunal 
será feita - a dos membros do legislativo, mediante eleição 
pela Assembléia: a dos desembargadores, mediante sorteio. 
§ 4º Êsses atos deverão ser executados dentro em cinco 
dias contados da data em que a Assembléia enviar ao 
Presidente do Tribunal de Justiça os autos do processo, depois 
de decretada a procedência da acusação. 
Art. 79. No processo e julgamento do Governador serão 
subsidiários desta lei naquilo em que lhe forem aplicáveis, 
assim o regimento interno da Assembléia Legislativa e do 
Tribunal de Justiça, como o Código de Processo Penal. 
Parágrafo único. Os Secretários de Estado, nos crimes 
conexos com os dos governadores, serão sujeitos ao mesmo 
processo e julgamento. 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 80. Nos crimes de responsabilidade do Presidente da 
República e dos Ministros de Estado, a Câmara dos Deputados 
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é tribunal de pronuncia e o Senado Federal, tribunal de 
julgamento; nos crimes de responsabilidade dos Ministros do 
Supremo Tribunal Federal e do Procurador Geral da República, 
o Senado Federal é, simultaneamente, tribunal de pronuncia e 
julgamento. 
Parágrafo único. O Senado Federal, na apuração e 
julgamento dos crimes de responsabilidade funciona sob a 
presidência do Presidente do Supremo Tribunal, e só proferirá 
sentença condenatória pelo voto de dois terços dos seus 
membros. 
Art. 81 A declaração de procedência da acusação nos crimes 
de responsabilidade só poderá ser decretada pela maioria 
absoluta da Câmara que a preferir. 
Art. 82. Não poderá exceder de cento e vinte dias, contados 
da data da declaração da procedência da acusação, o prazo 
para o processo e julgamento dos crimes definidos nesta lei. 
Lei nº 8.176/1991 – É Lei de natureza Penal. 
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QUESTÃO SIMULADA 
Gabarito: Certo 
QUESTÃO SIMULADA 
Nos termos expressos da lei de falência, é possível a prisão 
preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com o 
fundamento em provas da prática de crime falimentar, desde que 
preenchidos os pressupostos cautelares. 
Errado 
Crimes falimentares (Lei nº 11.101/2005). 
No que se refereaos aspectos processuais penais da lei 
11.101/05 temos a destacar o seguinte: 
Naturalmente, em virtude da maioria dos delitos falimentares 
serem de médio potencial ofensivo, a norma especial determina, em 
seu art. 185, a adoção do procedimento sumário, nos moldes do que 
dispõe o art. 531 e ss do CPP. 
A ação penal será pública e incondicionada, somente se falando 
em queixa na hipótese de ação penal privada subsidiária da pública. 
Segundo dispõe o art. 183 da Lei Falencial, a competência 
criminal é a do local do fato onde tenha sido decretada a falência, 
concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de 
recuperação extrajudicial. 
Tópico relacionado à competência se refere à atribuição do 
Ministério Público para propor e acompanhar a ação penal que veicule 
crimes falimentares. Tem-se que o órgão do Ministério Público que irá 
promover a referida ação é o que, respectivamente, atue junto à Vara 
Empresarial, conclusão que se extrai do art. 187 da Lei 11.101/05. 
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Na oportunidade, transcrevemos o art. citado aproveitando o ensejo 
para realçar outras disposições processuais penais relevantes: 
Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou 
concede a recuperação judicial, o Ministério Público, verificando 
a ocorrência de qualquer crime previsto nesta Lei, promoverá 
imediatamente a competente ação penal ou, se entender 
necessário, requisitará a abertura de inquérito policial. 
§ 1o O prazo para oferecimento da denúncia regula-se 
pelo art. 46 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 
1941 - Código de Processo Penal, salvo se o Ministério 
Público, estando o réu solto ou afiançado, decidir aguardar a 
apresentação da exposição circunstanciada de que trata o art. 
186 desta Lei, devendo, em seguida, oferecer a denúncia em 
15 (quinze) dias. 
§ 2o Em qualquer fase processual, surgindo indícios da 
prática dos crimes previstos nesta Lei, o juiz da falência ou da 
recuperação judicial ou da recuperação extrajudicial cientificará 
o Ministério Público. 
Por derradeiro, insta registrar a previsão contida no art. 99, VII 
da lei 11.101/05 que afirma que “a sentença que decretar a falência 
do devedor determinará as diligências necessárias para salvaguardar 
os interesses das partes envolvidas podendo ordenar a prisão 
preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida 
com o fundamento em provas da prática de crime definido nessa lei”. 
No mencionado art. se percebe a possibilidade da prisão preventiva 
decretada pelo juiz da falência na sentença declaratória de falência, 
com fundamento em salvaguardar os interesses das partes 
envolvidas. Ocorre que a prisão pautada exclusivamente na parte 
sublinhada, poderia se travestir de prisão civil por dívida, o que é 
vedado por nossa CF. 
Sendo assim, prevalece o entendimento doutrinário e 
jurisprudencial de que, para a decretação da supracitada prisão, 
necessária será a implementação das hipóteses legais de prisão 
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preventiva previstas no CPP em conluio com os pressupostos de 
cautelaridade naturais às medidas restritivas pessoais, quais sejam: 
fumus comissi delicti e periculum libertatis. Isso tudo sem perder de 
vista o máximo da pena abstratamente prevista para o crime 
falimentar, aspecto necessário à avaliação da homogeneidade da 
medida (proporcionalidade – art. 282, CPP). 
Lei nº 8.666/1993 
A lei 8.666/93 prevê procedimento especial para os crimes nela 
capitulados. 
Vejamos os trechos da legislação que tocam o direito processual 
penal: 
Seção IV 
Do Processo e do Procedimento Judicial 
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal 
pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público 
promovê-la. 
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os 
efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, 
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua 
autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a 
ocorrência. 
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a 
autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por 
duas testemunhas. 
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que 
conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou 
Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do 
sistema de controle interno de qualquer dos Poderes 
verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, 
remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos 
necessários ao oferecimento da denúncia. 
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da 
pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, 
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no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de 
Processo Penal. 
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o 
prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, 
contado da data do seu interrogatório, podendo juntar 
documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número 
não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que 
pretenda produzir. 
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e 
praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas 
pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 
(cinco) dias a cada parte para alegações finais. 
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 
24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para 
proferir a sentença. 
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo 
de 5 (cinco) dias. 
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais 
definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções 
que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, 
o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal. 
Lembramos ainda o quadro exposto na página 58 da aula 8 a 
respeito do acordo de leniência e sua repercussão em nossa 
disciplina, mais ainda após o advento da lei 12.529/11. 
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Lei nº 12.037/2009 
Na temática relacionada à identificação criminal, alertamos o 
estudante para a lei que alterou a disciplina da matéria mais 
recentemente (12.654/12), haja vista que a mesma envolve tema 
que reputamos de conveniente abordagem, mormente em se 
pensando em provas discursivas. 
Assim, reproduzimos trecho de nosso Processo Penal 
sistematizado que reputamos adequados à eventual abordagem em 
provas de concursos jurídicos.
“Questão polêmica é a que se refere aos atos probatórios capazes de prejudicar o 
envolvido, mesmo que este não tome parte ativa em seu procedimento. Trata-se, por exemplo, 
do ato de reconhecimento pessoal, onde o investigado ou réu, comparecendo, já se submete à 
produção probatória. Novamente, entendemos que, como não há invasividade na produção 
probatória (pois tal ato não interfere na integridade corporal do envolvido, nem mesmo 
depende de um comportamento ativo do mesmo) há licitude em tal submissão. 
Em que pese nosso entendimento, na leitura do excerto abaixo, retirado de decisão do 
STF, a conclusão parece ser diferente: 
“Aquele que sofre persecução penal instaurada pelo Estado tem, dentre outras prerrogativas 
básicas, (a) o direito de permanecer emsilêncio, (b) o direito de não ser compelido a produzir 
elementos de incriminação contra si próprio nem de ser constrangido a apresentar provas 
que lhe comprometam a defesa e (c) o direito de se recusar a participar, ativa ou 
passivamente, de procedimentos probatórios que lhe possam afetar a esfera jurídica, tais 
como a reprodução simulada (reconstituição) do evento delituoso e o fornecimento de 
padrões gráficos ou de padrões vocais para efeito de perícia criminal (HC 96.219-MC/SP, 
Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.). Precedentes.”2 Grifos acrescidos 
Contudo, recentemente, verificamos admissão do raciocínio que adotamos em prova 
realizada pela banca CESPE. Dessa forma, ressaltamos as justificativas apresentadas pela 
própria banca, que, ainda, fazem menção ao processo de identificação criminal, in verbis: 
“97 - Como o sistema processual penal brasileiro assegura ao investigado o direito de 
não produzir provas contra si mesmo, a ele é conferida a faculdade de não participar de 
alguns atos investigativos, como, por exemplo, da reprodução simulada dos fatos e do 
procedimento de identificação datiloscópica e de reconhecimento, além do direito de 
não fornecer material para comparação em exame pericial. 
Justificativa da Cespe: 
 
2
HC 99.289 do STF, decisão do ano de 2009. 
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97 E - Indeferido 
A assertiva apontada como errada deve ser mantida, eis que o sistema processual traz 
em seu bojo o direito de não produzir prova contra si mesma, conforme princípio 
adotado pela doutrina e jurisprudência do “nemo tenetur se detegere (privilege against 
self-incrimanation)”. Ocorre que em determinada situação, prevista na legislação 
de regência, não poderá obstar o prosseguimento da investigação, sendo 
compelido a se submeter a alguns procedimentos, como por exemplo, os casos de 
necessidade de identificação datiloscópica e ao procedimento de reconhecimento 
de pessoa. Em doutrina conferir a lição de BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de 
processo Penal, 4ºed. São Paulo: Saraiva. 2009. P126. No mesmo sentido conferir: 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 5.ª. ed. rev. 
e ampliada. São Paulo: Editora RT. 2009. p.160/162. 
O objeto de avaliação do item em tela, investigação policial e direitos do investigado, 
encontra-se expressamente previsto nos seguintes pontos do edital:1, 2, 2.1 e 2.6. Em 
conclusão, sob todos os ângulos que se examine o presente recurso, não há amparo 
para anulação do gabarito preliminar.”3 Grifos acrescidos 
Em complemento ao aqui estudado e com base no direito comparado, transcrevo as 
lições de Hélvio Simões Vidal, que busca subsídios no Direito Processual Penal Alemão para as 
situações relacionadas à ponderação necessária entre os interesses do investigado e o dever do 
Estado na persecução penal. Referido autor, inclusive, cita entendimento do Tribunal Federal 
Alemão, referência na proteção da dignidade da pessoa humana, núcleo axiológico de todos os 
direitos fundamentais, apontando ainda a existência de disposição expressa no Código de 
Processo Alemão sobre medidas há muito discutidas no Brasil. Vejamos: 
“Nenhum princípio, entretanto, é absoluto, e, não obstante ser a dignidade da pessoa 
humana um princípio universal, a doutrina alemã e o Tribunal Cosntitucional Federal 
(BVerfGE), na interpretação de permissivo constante do § 81 a StPO, admite, como 
conforme À Constituição as intervenções corporais para a investigação de crime, com 
base nos princípios da passividade e da mínima lesividade, pois as provas não invasivas e 
as situaçãoes em que o suspeito não está obrigado a intervir na prova, mas consentir
que sejam sobre ele realizadas intervenções, não violam a dignidade humana. Assim, o 
corte de cabelo ou barba, a realização de endoscopia, a radiografia, a punção de líquido 
medular, a extração de gotículas de sangue (Blutprobe), saliva ou urina não atentam 
contra a integridade corporal do investigado, pois não há exposição da sua saúde à 
perigo. Quando determinada pelo juiz e realizadas pelo médico, essas intervenções 
corporais são admitidas e o investigado é obrigado a elas submeter-se, se não houver 
perigo para a sua saúde (UWE HELLMANN. Strafprozessrecht. 2. Auflage. Berlin-
Heidelberg: Springer, 2006, pg. 104). A prova pode ser obtida mesmo contra a vontade 
do investigado, pois é realizada sem a intervenção ativa do sujeito (Grundsatz der 
Passivität) (ROXIN. Strafverfahrensrecht. 25. Auflage. Münchem: Verlag C. H. Beck, 
1998, pg. 273; concordes: WERNER BEULKE. Strafprozessrecht. 9. Auflage. Heidelberg: 
Müller Verlag, 2006, pg. 141 e VOLKER KREY. Deutsches Strafverfahrensrecht. 
Stuttgart: Verlag W. Kohlhamer, 2006, Band. I, pg. 133).4
Assim, reputamos que é nesse contexto que se colocará a discussão sobre a recente lei 
aprovada (com 180 dias de vacatio legis) no Brasil que autoriza a extração do ácido 
desoxirribonucleico do condenado, necessário para a realização do famoso exame de DNA, para 
 
3
Prova de Processo Penal para o cargo de Agente da Polícia Federal elaborada em 2012 com as justificativas realizadas pela própria 
banca. Disponível em: http://www.cespe.unb.br/concursos/DPF_12_AGENTE/ 
4
VIDAL, Hélvio Simões. Curso avançado de processo penal. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2011, p. 365/366. 
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23 
fins de identificação criminal e de criação de um banco de dados nacional de criminosos. Segue 
o trecho da nova disposição legal: 
“LEI Nº 12.654, DE 28 DE MAIO DE 2012.
Altera as Leis nos 12.037, de 1o de outubro de 2009, e 7.210, de 11 de julho de 1984 - 
Lei de Execução Penal, para prever a coleta de perfil genético como forma de 
identificação criminal, e dá outras providências. 
Art. 1o O art. 5o da Lei no 12.037, de 1o de outubro de 2009, passa a vigorar acrescido 
do seguinte parágrafo único: 
“Art. 5o ....................................................................... 
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá 
incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético.” (NR) 
Art. 2o A Lei no 12.037, de 1o de outubro de 2009, passa a vigorar acrescida dos 
seguintes artigos: 
“Art. 5o-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados 
em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia 
criminal. 
§ 1o As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não 
poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto 
determinação genética de gênero, consoante as normas constitucionais e internacionais 
sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos. 
§ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter 
sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou 
promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão 
judicial. 
§ 3o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão ser 
consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado.” 
“Art. 7o-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término 
do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito.” 
“Art. 7o-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados 
sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.” 
... 
Art. 4o Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta)dias da data de 
sua publicação. 
Brasília, 28 de maio de 2012; 191o da Independência e 124o da República. 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.5.2012” Grifos acrescidos 
Destarte, restará saber se enquadraremos a coleta de material genético como 
intervenção corporal invasiva ou não invasiva, o que promoverá imediatamente a conclusão 
dessa prova ser ou não constitucional, ser ou não lícita. Ainda estamos refletindo sobre o 
assunto, pois, nunca se questionou a obrigação geral de todos em se submeterem à identificação 
civil, o que de certo modo, poderia futuramente ser usado numa investigação criminal, já que a 
foto, a assinatura e a impressão datiloscópica, colhidas para elaboração da carteira de 
identificação civil, podem ser utilizadas para, por exemplo, o exame grafotécnico. Logo, se a 
referida situação estava amparada pelo princípio da legalidade, que informa que ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei, agora a situação do DNA 
também estaria amparada pela mesma proteção, pois a lei, já aprovada, está em vias de 
produção de efeito. 
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Por derradeiro, referimos ainda, nesse diapasão, a conclusão da Suprema Corte 
Americana sobre a diferenciação entre o direito de não produzir prova contra si mesmo e o 
tratamento do investigado como mera fonte passiva de elementos probatórios (situação que se 
assemelha com a hipótese do reconhecimento de pessoa). Assim, afirmam Márcio Adriano 
Anselmo, Delegado da Polícia Federal, e Guilherme Silveira Jacques, Perito Criminal Federal, 
em Artigo intitulado “IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL: Bancos de perfis genéticos geram 
polêmica no Brasil” (Revista Consultor Jurídico, 02 de junho de 2012): “Ao apreciar o tema da 
garantia contra a autoincriminação, a Suprema Corte norte-americana, no caso conhecido caso 
Schmerber v. California (1966), adotou a clássica distinção entre os procedimentos 
coativos que requerem a participação ativa do acusado daqueles em que o acusado trata-
se apenas de uma simples fonte passiva de elementos de prova contra si próprio. Nessa 
segunda situação, entendeu não haver violação ao nemo tenetur se detegere.5””6
Força e Fé!!! 
Só falta uma! 
Grande abraço e até a próxima aula! 
Prof. Pablo Farias Souza Cruz 
 
5 Apud in RIOS DO AMARAL, Carlos Eduardo. Da coleta do perfil genético como forma de identificação criminal. Disponível em: 
http://www.anadep.org.br/wtk/pagina/materia?id=14536 
6
CRUZ, Pablo Farias Souza . Processo Penal Sistematizado. Rio de Janeiro: Forense, no prelo a primeira 
edição.

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