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Resumo - Regulamento da Câmara Nacional de Resolução de Disputas CBF/2016

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Regulamento da Câmara Nacional de Resolução de Disputas
Guilherme Consul Charles
Objeto: resolução dos litígios sob jurisdição da CBF em âmbito nacional.
Competência: as entidades regionais de administração sem órgão de resolução de disputa, os clubes, os atletas profissionais e os com contrato de formação, os intermediários e os técnicos com contrato registrado na CBF estão submetidos à CNRD-CBF. 
A CNRD tem competência para solucionar litígios entre clubes e atletas quando houver questionamentos relacionados a alguma transferência nacional (sanções desportivas, compensação pela rescisão); conflitos de natureza laboral (desde que em comum acordo entre as partes); compensação por formação e mecanismo de solidariedade; litígios envolvendo intermediários registrados, clube e atletas; problemas de natureza laboral entre técnicos e comissão com os clubes; quando houver descumprimento do RNRT da CBF; questões derivadas de decisões de entidades envolvidas com o futebol e outros que, passíveis de decisão arbitral, tenham relação com o futebol. 
Legislação Aplicável: legislação nacional e estatutos/regulamentos da FIFA e da CBF.
Câmara Nacional de Resolução de Disputas:
- Composição: 05 membros, sendo um indicado pela CBF (este é o presidente), um indicado pelos clubes filiados à CBF, um pela FENAPAF, um pelos intermediários registrados e um pelos técnicos de futebol. 
- Metodologia das indicações: a indicação deve conter o membro titular e o suplente ao cargo. A nomeação é feita pelo Presidente da CBF. Os processos correm de maneira sigilosa. A secretaria será nomeada pela CBF e conduzirá a tramitação processual e operacional da Câmara. 
- Requisitos para a indicação: não exercer cargos na CBF e suas filiadas, clubes ou na justiça desportiva do futebol. É proibido também atuar como consultor, patrocinador de interesses ou procurador de qualquer das partes nos processos perante a CNRD, sob pena de exclusão do quadro por parte da CBF. As entidades responsáveis pela indicação devem comprovar a formação jurídica adequada do candidato, com domínio na área de direito desportivo nacional/internacional (haverá a disponibilização de currículo dos membros da CNRD).
- Mandato: 02 anos, permitida a recondução por mais 02 anos por uma única vez. A posse será realizada 10 dias após a indicação. 
- Processo: um membro relator para cada caso. Decisões por maioria simples (03 votos). As decisões devem ser escritas e fundamentadas. As partes podem solicitar o afastamento de um ou mais dos membros quando houver dúvida fundamentada acerca de sua imparcialidade ou independência, cabendo ao Presidente da CNRD decidir sobre o afastamento ou não. Caso a suspeita seja em relação ao presidente, o relator do caso acaba por decidir. Os atos com envolvimento do membro suspeito, caso este seja afastado, são anulados. 
- Causas de suspeição: interesse pessoal direto ou indireto na resolução do litígio; vínculo familiar ou de amizade/inimizade com uma das partes.
Procedimento: será iniciado com uma representação formal do requerente à CNRD, chamada de Representação Administrativa. Deverá conter: qualificação completa das partes (com representante e procuração, se possível); descrição dos fatos e de sua natureza, dos pedidos e da compensação desejada; fundamentos de direitos; instrução probatória; valor atribuído ao litígio e comprovante de recolhimento das custas (caso esteja irregular, devolução em 10 dias para que a falha seja sanada). Feita a nomeação do Relator, haverá a intimação do Requerente para a apresentação da Resposta em até 10 dias, de forma fundamentada e com instrução probatória, se possível.
Instrução Probatória: as provas válidas são o interrogatório das partes, oitiva de testemunhas, perícias, documentação suplementar e qualquer prova julgada ‘conveniente’. Salvo prova negativa, o ônus da prova é de quem apresenta o fato. Provas de ofício custeadas pelo requerente, podendo haver reembolso pela parte vencida. Pode haver intimação para a audiência de instrução e julgamento caso não se possa julgar antecipadamente. 
Permite-se a ausência à convocação de cônjuges, parentes e de quem tem obrigação de guardar segredo profissional. 
Medidas de Urgência: o pedido de tutela de urgência deve estar devidamente fundamentado e com comprovante de recolhimento de custas. Presidente da CNRD pode solicitar resposta da outra parte no prazo de 24h a 120h. 
Decisões: decisão em até 30 dias depois do encerramento da instrução probatória, por maioria simples de votos. Deve constar da data do proferimento, nome dos membros do julgamento e das partes, síntese dos fatos e fundamentação, parte dispositiva e assinatura dos membros. Erros podem ser retificados em até 05 dias contados a partir da verificação do erro. 
Notificações: comunicações realizadas pela secretaria do CNRD (e-mail: cnrd@cbf.com.br), sempre com comprovação de recebimento. 
Prazos: ônus sempre do remetente de comprovar a tempestividade de suas manifestações. Os prazos não descritos expressamente serão fixados pela CNRD, não devendo ser menor de 05 dias ou maior de 30 dias. Em caso de urgência, os prazos podem ser reduzidos até um mínimo de 24 horas. Prazos com início no primeiro dia útil seguinte ao recebimento da notificação. Termo final sempre em dia útil (subsequente quando o fim do prazo cair em dia não útil). Os prazos podem ser restituídos quando motivos alheios à vontade impedirem que determinado prazo seja respeitado. 
Recursos: interposição no CBMA (Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem), na forma do Regulamento de Arbitragem Esportiva. As decisões do órgão arbitral são irrecorríveis. O recorrente deve requerer a juntada aos autos no procedimento instaurado na CNRD de cópia de petição de recurso e do comprovante de sua interposição no prazo de 48h. 
Custas: devem ser recolhidas antes do protocolo de requerimento de abertura do processo – tabela de custas no site da CBF. Na decisão final, o CNRD fixará o grau de êxito do requerimento e as custas a serem suportadas por cada parte. 
Confidencialidade: sigilo absoluto sobre a matéria dos casos levados à CNRD.
Representação: habilitação de procuradores por meio de mandato.
Cumprimento das Decisões Condenatórias: cumprimento deve se dar em 10 dias a partir da intimação. Em caso de descumprimento, a CBF aplicará as penalidades a partir das previsões no ordenamento jurídico desportivo nacional/internacional e dos regulamentos da FIFA e da própria CBF.
Vigência: entrada em vigor a partir da publicação (01/03/2016), aplicado a contratos celebrados também em data anterior. Revoga-se os dispositivos da CRL, cuja competência e atribuições foram absorvidas pela CNRD.

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