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AVALIAÇÃO NEUROPSICOLOGICA DA ATENÇÃO INSTRUMENTOS DE AUXÍLIO DIAGNÓSTICO DOS
UNESC
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Alchieri & Cruz (2000) há uma grande discrepância entre a quantidade de instrumentos nacionais e internacionais, faltam referências sobre os instrumentos mais utilizados, e ainda mais importante, os manuais dos testes psicológicos não apresentam, muitas vezes, informações suficientes para o seu entendimento e manuseio, principalmente quando nos referimos aqui a algo tão complexo como é o caso da avaliação da atenção. Diante disso, faremos aqui uma breve análise de alguns dos instrumentos mais utilizados na literatura nacional ou internacional acerca de testes de avaliação da atenção e sua contribuição no diagnóstico neuropsicológico. 14 Testes de atenção seletiva Testes de cancelamento Numerosas tarefas podem ser utilizadas na avaliação da atenção seletiva, e usualmente abrangem os domínios visuais e auditivos. Por exemplo, em 1985, Mesulam & Weintraub desenvolveram um teste de cancelamento visual que consideraram efetivo na avaliação de heminegligencia espacial. (Spreen & Strauss, 1998). The Mesulam and Weintraub Cancellation Tasks (MWCT) é administrado através do uso de lápis e papel, e consiste de 4 formas: símbolos (tarefa não-verbal) em forma estruturada e randomizada; e letras (tarefa verbal) também em forma randomizada e estruturada (figuras 1 e 2). Os estímulos são apresentados em uma folha de papel A4. O sujeito é instruído a fazer um círculo (cancelar) em todas as letras/símbolos alvo o mais rápido possível. Os testes de cancelamento se tornaram populares na avaliação da capacidade de atenção seletiva visual e inibição em tarefa de curta duração. Sujeitos sem quadros patológicos, na idade adulta, podem completar cada uma das 4 formas em menos de 2 minutos. A análise consiste no número de erros e omissões em ambos os lados da folha (esquerda e direita), que podem indicar negligência espacial. Inúmeros estudos neuropsicológicos em pacientes com déficits de atenção indicam que maior número de erros pode ser indicativo de impulsividade e o maior número de omissões pode indicar inatenção (Lezak, 1995). São poucos os estudos normativos, além dos estudos de Mesulam (1985) com pacientes neurológicos. Dawes & Sênior (2001) realizaram um estudo de normatização com 306 sujeitos de 17 a 79 anos de idade, encontrando que o tempo para completar o teste varia 15 em relação a forma (letras ou símbolos) e quanto a estrutura (randomizada versus estruturada). No Brasil, não há estudos normativos, apesar de alguns estudos na população clínica serem encontrados, como por exemplo, em estudos de crianças com TDA/H (Amaral & Guerreiro, 2001), em casos de lesões cerebrais (Cardoso et al. 2005). Montiel & Capovilla (2007a) desenvolveram o Teste de Atenção por Cancelamento. O teste tem três partes: a primeira parte é uma prova de cancelamento de figuras, numa folha com 18 linhas e 20 figuras cada, em que cada estímulo aparece 60 vezes aleatoriamente. A segunda parte é semelhante a primeira porém é mais complexa, pois o estímulo alvo é composto por duas figuras, na primeira há apenas uma figura. Ambas as tarefas tem como objetivo avaliar a atenção seletiva. Já a terceira parte avalia a atenção alternada, mas também utilizando uma prova de cancelamento. O estímulo alvo muda a cada linha, sendo que a figura inicial de cada linha deve ser considerada alvo. Em todas as partes do teste o tempo de administração é de um minuto. O teste é disponibilizado pelos autores no livro, assim como o teste de cancelamento de Mesulam (1985). Montiel & Capovilla (2007) citam que estudos ainda estão sendo conduzidos para a obtenção dos dados normativos em adultos e crianças a partir de 7 anos de idade. Entretanto, estudos preliminares realizados pelos autores com pacientes com transtorno de pânico mostraram que, de forma geral, quanto maior o número de acertos menor o tempo de duração; quanto maior a duração em uma parte do teste maior a duração nas demais partes; quanto maior o escore em uma parte do teste, maior nas demais partes, ou seja, há uma relação direta entre o tempo dispensado pelos pacientes em cada teste, e entre os escores neles obtidos. 16 Comercializado no Brasil, temos o Teste d2 - Atenção Concentrada o qual foi desenvolvido de forma semelhante a outros testes de cancelamento, com uso de lápis e papel, e que consta de 14 linhas cada uma com 14 sinais (Brickenkamp, 2000). Ao todo são 16 sinais diferentes, em ordem aleatória, sendo que o sujeito deve riscar três sinais determinados. O tempo de administração é de cerca de 8 minutos. Segundo a fundamentação teórica apresentada no manual o teste permite avaliar a velocidade de processamento do sujeito, assim como a qualidade do desempenho e a relação entre a velocidade e a precisão do desempenho. Destina-se a sujeitos de 9 a 52 anos. A amostra da padronização brasileira foi composta de 3.576 sujeitos divididos em três grupos: estudantes, profissionais e motoristas. Não foi constatada a diferença entre os sexos, diferentemente da amostra alemã. Foram construídas tabelas separadas para escolares, profissionais e motoristas, considerando a idade e o grau de escolaridade. No manual os autores explicitam que o teste d2 foi elaborado com o objetivo de medir a aptidão para dirigir, mas que mostrou sua utilidade na avaliação de outras profissões que exigem atenção concentrada. Outro instrumento comercializado no Brasil é o teste de Atenção Concentrada – AC desenvolvido por Suzy Cambraia e publicado originalmente em 1967 (Cambraia, 2004). O objetivo do teste é avaliar a capacidade que o sujeito tem de manter sua atenção concentrada no trabalho que realiza durante um período determinado. A aplicação pode ser feita de maneira individual e coletiva. O tempo de aplicação, após as instruções e o treino, é de 5 minutos. É composto por 21 linhas de 21 estímulos diferentes por linha, nas quais deve-se encontrar os estímulos iguais aos quatro estímulos apresentados no quadro modelo. Os estudos de normatização deste testes foram realizados em 2001 e 2003 e desenvolvidos com sujeitos desde o Ensino Fundamental até o Nível Superior Completo, 17 incluindo amostras nos estados de São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraná e Espírito Santo. Mais recentemente Sisto et al.(2006) desenvolveram o teste de atenção Sustentada – AS. O teste é composto por 25 fileiras com 25 estímulos cada e o sujeito deve assinalar apenas um tipo de estímulo. O participante tem 15 segundos para completar cada fileira e o tempo total de aplicação é de aproximadamente 10 minutos. Os estudos de normatização foram realizados com adultos de 18 a 73 anos, que buscavam a avaliação psicológica para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. Nesse instrumento são extraídas as medidas de Concentração, Velocidade com Qualidade e Sustentação. A Concentração refere-se à soma de itens que eram para serem assinalados (tarefa solicitada), menos erros e omissões. A Velocidade com Qualidade diz respeito à quantidade de itens que o indivíduo fez ao todo (tarefa solicitada, mais itens que não eram para ser assinalados e não o foram), menos os erros e omissões. Para classificar o nível de Sustentação da pessoa somam-se, das três primeiras linhas, os itens que eram para marcar e foram marcados com os itens que não eram para ser marcados e não o foram. A soma de erros e omissões é subtraída desse total. Esse mesmo procedimento é repetido com as três últimas linhas. Obtidos esses dois índices, subtrai-se o segundo do primeiro e o resultado é interpretado conforme as tabelas de normatização do manual, sendo verificado, posteriormente, se a pessoa mantém, perde ou aumenta a sustentação. Em um interessante estudo conduzido