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Obrigações - Unidade 01

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Direito das obrigações
UNIDADE 01
Introdução ao Direito das Obrigações
01.1) – Direito (directum): regra, direção
- regra de conduta obrigatória (direito objetivo)
- sistema de conhecimentos jurídicos (ciência do direito)
- faculdades ou poderes que tem ou pode ter uma pessoa, ou seja, o que pode uma pessoa exigir da outra (direito subjetivo).
Bilateralidade: prerrogativa X obrigação, norma de conduta
Unilateralidade: norma de organização 
“o que é sempre justo e bom chama-se direito” (Paulo/Roma)
“direito é a arte do bom e do justo” (Celso/Roma)
“conjunto de condições da vida social, asseguradas pelo poder do Estado, mediante a coerção externa”. (Ihering apud Gusmão)
“norma que, se inobservada, poderá ser aplicada coercitivamente” (Gusmão)
“direito é a ordenação heterônoma, coercível e bilateral-atributiva das relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos e valores” (Miguel Realce)
Coercibilidade: traço distintivo da norma jurídica frente as normas morais e das do costume. 
Direito é sobretudo uma norma social: Ubi societas, ib jus.
01.2) Do Direito das Obrigações. Evolução histórica: (pré-romana, romana e moderna)
Primitivamente, hostilidade e desconfiança, falta de reconhecimento de direitos individuais, oq eu dificultava à constituição de relações jurídico-obrigacionais entre os membros dos grupos.
A primeira idéia de obrigação, foi coletiva, no comércio entre grupos, onde a sanção comprometeria o grupo todo. Após, surgiu a obrigação individual, caracterizada por um sentido delitual da responsabilidade, garantida por um aparelho coator. Surgimento dos contratos (troca).
Roma: direito das obrigações nitidamente formulado. A princípio, extremamente pessoal, onde o devedor se achava comprometido e respondia com o próprio corpo pelo seu cumprimento, seja com a escravidão, ou desmembramento, no caso do concurso de credores (Nexum). Extremo apego às formas.
428 a.c., Lex Poetelia Papiri, a responsabilidade é desvinculada da pessoa do devedor, e passa a ser sobre os seus bens (ob-ligatio), e declínio do formalismo, até o Corpus Iuris Civilis (séc. VI d.c.), em que passa a se impor a manifestação da vontade na intenção dos obrigados.
O direito medieval, acresceu ao direito romano, o peccatum, equiparado à mentira, o que fez surgir o pacta sunt servanda.
No direito moderno é revigorada a noção romana. Há doutrinadores que estabelecem como relação entre o credor e o patrimônio do devedor, ou ainda, entre os dois patrimônios. Contudo, a obrigação é assumida pelo devedor, e seu patrimônio somente responderá no caso de descumprimento.
No direito atual, a autonomia da vontade vem sendo refreada pelo dirigismo em razão da ordem pública.
01.3) Conceito de Obrigação
Vínculo jurídico de caráter transitório entre credor e devedor, pelo qual o primeiro pode exigir do segundo a satisfação de uma prestação (dar, fazer ou não fazer) patrimonial.
Elementos:
Subjetivo: Credor e devedor
Objetivo: Prestação
Vínculo: por ser jurídico garante a coercibilidade para o cumprimento e transitório pois admite a satisfação
01.4) Natureza dos direitos creditórios
D. Patrimoniais: conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa natural ou jurídica, sendo suscetíveis de estimação pecuniária, dividindo-se em pessoais e reais (Bassil Dower apud MHD)
Obrigações somente direitos pessoais. (dever de dar, fazer ou não fazer algo no interesse do credor).
Sujeito ativo: credor
Sujeito passivo: devedor
Relativos: credor e devedor. Não são oponíveis erga omnes.
De prestação: positiva ou negativa.
	Distinção:
	Direitos pessoais
	Direitos reais
	Sujeito
	2 (credor/devedor)
	1 (sujeito/coisa)
	Ação
	Pessoal contra o devedor
	Real contra a pessoa que tem a coisa
	Objeto
	Prestação do devedor
	Coisa corpórea ou incorpórea
	Limite
	Autonomia da vontade
	Tipos jurídicos limitados
	Gozo
	Por intermédio do devedor
	Exercício direto sobre a coisa
	Extinção
	Inércia do credor
	Situação contrária em proveito de outrem
	Seqüela
	Inexiste (relatividade)
	Direito real segue o objeto contra terceiros
	Abandono
	Inexiste
	Característico
	Usucapião
	Inexiste
	Modo aquisitivo
	Posse
	Inexiste 
	Exteriorização do domínio
Categorias híbridas (d. pessoal + d. real)
Obrigações propter rem
2 titulares do direito real (credor e devedor) mas não oponível erga omnes.
Ex.: obrigação do condômino de contribuir para a conservação da coisa comum, proprietário do imóvel tombado, ao adquirente de imóvel hipotecado de pagar o débito..
O devedor se liga à obrigação em razão de um bem, do qual é proprietário ou possuidor, assim, se abandonar a coisa, se libertará da obrigação.
Características: vinculação a um direito real, exoneração pelo abandono e transmissibilidade.
Natureza jurídica: direito misto (real + pessoal) relação jurídico real em que se insere o poder de reclamar certa prestação positiva ou negativa do devedor.
Ônus reais: obrigações que limitam a fruição e a disposição da propriedade. Direito real sobre coisa alheia que gera uma obrigação. Ex. renda constituída sobre imóvel, (art. 804) incluindo obrigações anteriores, impostos. Limitado ao valor da coisa onerada.
Obrigações com eficácia real: prestação que se transmite e é oponível a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. Ex.: locação oponível ao adquirente da coisa locada (art. 576). compromisso de compra e venda, gera a adjudicação compulsória e direito real se inscrito no RI (art. 1417)
01.5) DEVER JURÍDICO, SUJEIÇÃO E ÔNUS JURÍDICO. (Gomes)
- Obrigação é, numa relação jurídica, o lado passivo do direito subjetivo, consistindo no dever jurídico de observar certo comportamento exigível pelo titular deste. (envolve dever jurídico, sujeição e ônus)
- Dever jurídico: necessidade que corre a todo indivíduo de observar as ordens ou comandos do ordenamento jurídico, sob pena de incorrer numa sanção (que visa tutelar um interesse alheio ao do sujeito do dever), como o dever universal de não perturbar o exercício do direito do proprietário.
- Sujeição: necessidade de suportar as conseqüências jurídicas do exercício regular de um direito potestativo, tal como é o caso do empregado dispensado pelo empregador, ou o do locador de despejar o locatário.
- Ônus jurídico: necessidade de agir de certo modo para tutela de interesse próprio. Ex.: inscrição do contrato para valer perante terceiros.

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