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AULA 05 INCAPACIDADE RELATIVA

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INCAPACIDADE RELATIVA
O Código de 1916, em seu art. 6º, considerava incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
a) os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 21 (vinte e um) anos;
b) os pródigos; 
c) os silvícolas.
Consoante a diretriz do Novo Código Civil, são incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer :
Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. (trata-se dos menores púberes).
CONCEITO
Caracteriza-se pela impossibilidade da prática de certos atos (CC. Art. 4º), ou a maneira de os exercer, sem a devida assistência. São eles:
Os maiores de 16 e menores de 18 anos, que podem praticar, de per si, apenas certos atos:
Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos não podem eximir-se de uma obrigação quando ocultam dolosamente sua idade (art. 180 c/c art. 105 e 181).
Pelo artigo 116 do ECA eles são equiparados a maior quando da responsabilidade civil decorrente de atos infracionais.
Podem aceitar mandato (art. 666 CC/2002).
Podem fazer testamento: CC. Art. 1.860, parágrafo único.
Podem exercer emprego público para o qual não for exigida a maioridade.
Podem ser comerciantes (precedido de autorização): CC. 5º, parágrafo único, V.
Podem se casar, homem ou mulher com 16 anos: CC. Art. 1517
Podem celebrar contrato de trabalho: CLT 446 (se for aprendiz com 14 anos).
Podem votar facultativamente: Código Eleitoral, art. 4º §1º, I.
Obs. A menoridade cessa aos 18 anos (CC. Art. 5º), mas Maria Helena Diniz afirma que ele já pode, requerer o registro de seu nascimento (Lei 6.015/73 art. 50, §3º com alteração da Lei 9.053/95), pleitear perante a Justiça Trabalhista sem assistência do pai ou tutor (CLT art. 792), exercer na justiça criminal o direito de queixa, renúncia e perdão (CPC arts. 34, 50, parágrafo único, e 52), firmar recibos de salário e pagamento INSS. 
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido, que não poderão praticar atos na vida civil sem assistência de um curador (art. 1767, III).
Obs. Os psicopatas, toxicômanos e viciados em substâncias capazes de causar dependência química ou física; já eram relativa ou absolutamente incapazes, conforme determinasse a decisão do Juíz da interdição (CPC, art. 1185).
Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo: são fracos de mente, surdos-mudos, portadores de anomalia psíquica etc.
Os pródigos: pelo CC, arts 1768 e 1769 só incorrem em interdição se tiverem cônjuge; ascendente ou descendente, qualquer parente ou MP promovem essa ação.
Obs. Os atos praticados por pessoas relativamente incapazes geram anulabilidade do ato e não nulidade: CC Art. 171, I – permanecendo como era antes de reforma.
A prodigalidade é um desvio comportamental por meio do qual o indivíduo desordenadamente dilapida o seu patrimônio, podendo reduzir-se à miséria.
Para a sua própria proteção (e para evitar que bata às portas de um parente ou do Estado), o pródigo poderá ser interditado.
Segundo a legislação em vigor, a curatela do pródigo somente o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, atos que não sejam de mera administração (art. 1782, CC-02).
QUESTÃO VALENDO 01 PONTO
Para casar, o curador do pródigo deve ser ouvido?
Como o casamento deflagra também efeitos patrimoniais, o seu curador deve manifestar-se, não para interferir na escolha afetiva, mas para opinar acerca do regime de bens escolhido.
A CAPACIDADE JURÍDICA DOS SILVÍCULAS
A disciplina normativa do índio, que no Código de 1916 mereceu assento entre os relativamente incapazes, passou a ser remetida à legislação especial (art. 4º, parágrafo único, CC-02), que disciplina autonomamente a matéria (cf. especialmente a Lei n. 5371 de 05 de dezembro de 1967, e a Lei n. 6001 de 19 de dezembro de 1973 - Estatuto do Índio).
Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente. 
Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos. 
PROTEÇÃO AOS INCAPAZES: NOTAS SOBRE A INTERDIÇÃO
Pais ou tutores representam os menores de 16 anos e assistem os maiores de 16 e menores de 18 anos (CC. Arts. 115 a 120: 1634, V, 1690, 1747, I e 1767).
Os pródigos, deficientes mentais, alcoólatras, ou toxicômanos, igualmente, serão representados se menores de 16 anos e assistidos se entre 16 e 18 anos, todavia, por curador. A curatela pode incidir sobre maiores de 18 anos, também, pois pode, a incapacidade ter causa, superveniente – trata-se de múnus público.
Vale notar que quando o indíviduo adquiri a sua capacidade de fato nada poderá retirar-lhe esse atributo que não seja através de um processo de interdição, de modo que o pressuposto jurídico da curatela, in casu, é uma decisão judicial pois aquele que era capaz torna-se incapaz. O pedido será sempre deferido, a critério do juiz, dentro de um processo de interdição (que visa a curatela), um procedimento especial de jurisdição voluntária que necessita obrigatoriamente de prova pericial (CPC arts. 1181 e 1183).
São legitimados para propor essa ação, taxativamente mas não na mesma ordem, os genitores, o tutor, o cônjuge ou qualquer parente (CC art. 1768, II e III) e o MP (CC art. 1769). 
Por qualquer parente deve-se entender os parentes sucessíveis abrangendo até o limite da ordem de vocação hereditária, ou seja, os colaterais até o 4º grau (CC. Arts. 1829, IV, 1830 e 1839), excluindo-se os afins (CPC art. 1182).
CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE OU EMANCIPAÇÃO
Aos 18 anos completos acaba a menoridade, ficando habilitado o indivíduo para todos os atos da vida civil (CC. Art. 5º), porém, o parágrafo único diz quando cessa essa incapacidade.
a) a primeira forma de emancipação a que se refere o inciso I do parágrafo único do artigo 5º do CC é aquela que consiste na aquisição da capacidade civil antes da idade legal, em razão da extinção do poder familiar (que se dá, na verdade, pela renúncia dos pais desse poder).
Fazendo cessar igualmente a condição de pupilo na tutela, em que, a partir dos 16 anos o menor adquire a maioridade.
Pode ser por instrumento público ou na divergência dos pais em concedê-la (CPC, arts. 1103 a 1112-jurisdição voluntária), por sentença.
b) em razão do casamento;
c) pelo exercício de emprego ou função pública, excetuadas as funções exercidas em órgãos autárquicos ou entidades paraestatais)
d) pela colação de grau no ensino superior
e) pelo exercício de atividade comercial
OBS. O artigo 73 da Lei 4.375/64 (Dec. 57.654/66 art. 239) diz: “Para efeito de serviço militar cessará a incapacidade civil do menor da nada em que completar 17 anos”, porque o ano em que completa 18 deve se alistar.

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