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Resumo Processo Penal I

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Resumo Processo Penal I
Princípios:
Devido processo legal – igualdade processual (art. 5º, I e art. 5º, LIV) e paridade dos atos (art. 5º, LV);
Contraditório (art. 5º, LIV);
Ampla defesa (autodefesa + defesa técnica) - possibilidade extensiva de utilizar a defesa para aplicar o contraditório, e é dividida em defesa técnica, que consiste no direito de toda pessoa de receber assistência jurídica qualificada (direito irrenunciável, indisponível e condição para o cumprimento do devido processo legal), e autodefesa, esta última sendo um sub princípio da ampla defesa a partir do qual o réu obtém o direito de se manifestar (direito de auto defesa = direito positivo). Se o réu não quiser se manifestar, pode usufruir do silêncio (direito de autodefesa negativo);
Iniciativa das partes (art. 5º, LV);
Publicidade – confere condição de percepção de vício de legalidade a todos (cria segurança). Também diz respeito ao princípio da oralidade (forma com que se exterioriza o processo), tendência mundial (art. 5º, LX, art. 37, caput c/c art. 93, IX c/c art. 792, CPP);
Vontade real – vontade extraída e real do que aconteceu (utópica). Contrapõe-se à vontade processual que, apesar de buscar a vontade real, contenta-se com a verdade da sentença, extraída pelas partes no processo;
Presunção de inocência – estado de inocência/não culpabilidade (art. 5º, LVIII), ou seja, garantia política do cidadão (se o Estado não comprovar culpabilidade, presunção de inocência), regra de tratamento do acusado (réu não pode ser preso antes do trânsito em julgado) e regra probatória (ônus comprobatório é da acusação). Favor rei (favor libertatis) = se a acusação não comprova, impõe-se ao juiz seguir a tese mais favorável ao acusado;
Motivação (art. 93, IX) – fundamentação, sob pena de nulidade da decisão;
Prazo razoável (art. 5º, LXXVIII e CADH, art. 8.1) – defesa livre, trabalho calmo, cautelosamente (não se pode acelerar o processo de forma a prejudicar a produção de provas, seguindo o prazo razoável);
Proporcionalidade e as garantias processuais;
Duplo grau de jurisdição – direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior (princípio implícito – art. 8.2, h, CADH);
Inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI e art. 157, CPP) – prova ilegal dividida em ilícita (ofensa ao direito material e violação direta da CF), ilegítima (ofensa ao direito processual – art. 207, CPP por ex.) e ilícita por derivação (lícita em essência, mas contaminada pela ilicitude de prova anterior – fruits of the poisonous tree – prova obtida através de confissão sob tortura por ex.). Saber fonte independente (quando a prova ilícita por derivação é adquirida por outra prova, independente da primeira) e fonte superveniente (descoberta inevitável – quando uma prova ilícita por derivação encontra respaldo numa prova superveniente lícita, embasando a prova ilícita por derivação, sendo esta “descontaminada”).
Rito comum ordinário:
Denúncia do MP/queixa-crime do particular -> juiz (recebimento da petição) verifica as condições legais (juízo de admissibilidade) -> citação do réu para defesa -> “resposta à acusação” do réu -> análise da petição inicial e de resposta à acusação pelo juiz -> absolvição sumária do réu OU determinação de data para a AIJ.
Determinada a AIJ -> testemunhas são ouvidas, provas são produzidas (ordem da AIJ = vítima e testemunhas de ACUSAÇÃO são ouvidas, depois as testemunhas da DEFESA são ouvidas e, por fim, o réu é interrogado) -> debates orais (teses acusação e defesa) -> juiz prolata a sentença.
P. do juiz natural (art. 5º, LII e XXXVII): processamento e julgamento por órgão judicial com competência anteriormente fixada pela CF/leis complementares, evitando que o juiz seja “escolhido”. Também diz respeito à imparcialidade e iniciativa das partes (juiz tem de ser provocado).
P. Tempus regit actum – o tempo rege o ato (art. 2º, CPP) = a lei que está em vigor regerá o ato (exceção de retroagir ou ultragir quando for “favor rei”). Desse princípio, derivam dois fatos: atos processuais praticados sob vigilância da lei anterior são considerados válidos e as normas processuais têm vigência imediata, regulando o desenrolar do processo.
A lei “tempus regit actum” é a lei vigente no momento do delito, enquanto as normas processuais puras são as normas mistas (processuais-materiais), que ampliam ou restringem garantias constitucionais.
P. Territorialidade – locus regit actum – o local rege o ato – acarreta em exclusão da lei processual estrangeira, com exceção de previsões de tratados internacionais recepcionados pelo Brasil.
Interpretação extensiva (interpretar situações semelhantes já disciplinadas pelo legislador) – Analogia: não se aplica às normas que restringem a liberdade ou direitos de defesa; fere o P. da Reserva Legal e o P. da Legalidade. A interpretação da lei processual penal é regida pelos princípios gerais do direito: P. “Favor Rei” e “In Dubio Pro Reo”.
SISTEMAS PROCESSUAIS:
INQUISITÓRIO: 
Síntese: sistema rigoroso, secreto, adota ilimitadamente a tortura como meio de atingir o esclarecimento dos fatos e de concretizar a finalidade do processo penal. Não se fala em contraditório ou ampla defesa pelo fato das funções de acusar, julgar e comprovar serem concentradas no juiz (funções concentradas); tem o acusado como mero objeto do processo, não sendo detentor de direitos (em regra, o acusado era preso preventivamente, permanecendo inacessível durante todo o julgamento). O magistrado é a figura do acusador e do juiz ao mesmo tempo, possuindo amplos poderes de investigação e produção de provas. Essa concentração de poderes do juiz (comprobatória, acusatória e julgadora) é fruto da mentalidade centralizada do absolutismo.
ACUSATÓRIO:
Síntese: separação das funções de julgar, acusar e defender (funções processuais bem distribuídas), tendente à oralidade, publicidade, aplicação do P. da presunção de inocência (em regra, o acusado permanece solto durante o processo), atendimento aos P. do contraditório e ampla defesa. Iniciativa probatória conferida às partes (posição de passividade do juiz quanto à reconstrução dos fatos para preservar seu caráter equidistante e imparcial). Em caráter excepcional, porém, o juiz tem poderes instrutórios. A gestão das provas, portanto é função das partes, cabendo ao juiz o papel de garantidor do processo legal (regras do logo), salvaguardando direitos e liberdades fundamentais. Esse sistema é típico de quase toda a Antiguidade Grega e romana, bem como da Idade Média, nos domínios do direito germano, entrando em declínio a partir do século XIII, quando prevalece o sistema inquisitivo. Atualmente o sistema que mais se aproxima ao sistema acusatório é o sistema inglês.
DIFERENÇAS PRINCIPAIS: posição dos sujeitos processuais e gestão da prova.
SISTEMA MISTO (sistema francês): surge a partir das alterações do sistema inquisitorial com a modificação napoleônica (Code d’Instruction Criminelle francês, de 1808). A primeira fase é tipicamente inquisitorial, na qual se objetiva apurar a materialidade e a autoria do fato delituoso, e a segunda fase caracteriza-se pelo sistema acusatório, para o cumprimento do processo penal do réu. Diz-se ser um sistema utópico.
INQUÉRITO: concepção administrativa – é o “poder-saber” – ocorre, historicamente, sem a presença do juiz. Vem do Direito Grego, da Idade Média (administração eclesiástica) - (art. 5º, II, CPP – juiz garantidor – formas de início de inquérito policial – antes, há a necessidade de atos anteriores ao inquérito*). O inquérito tem natureza de atividade policial (art. 144, parágrafo 1º, I e parágrafo 4º, CF).
*VPI – verificação da procedência das informações
Investigação preliminar = inquéritos policiais (procedimentos administrativos; em regra, sigilosos), comissão parlamentar de inquérito (CPI), sindicâncias (qualquer processo administrativo pelo qual servidores são incumbidos de realizar uma investigação administrativa), delegacias policiais (em sede federal, estadual e regional).
Órgão encarregado –delegado policial federal/estadual/regional (art. 4º, CPP), conhecido como “autoridade” (art. 6º, CPP); é a polícia judiciária (art. 4º, CPP);
Objeto da investigação – fato crime (fummus commissi delict);
Atos de investigação – conjunto de investigação ou diligências realizado pela polícia judiciária com o fim de apurar a autoria e materialidade do delito.
Tipos de polícia:
Investigativa judiciária (o crime já ocorreu) – polícia civil ou federal – oferecem material para o autor ajuizar a ação, que também poderá ser utilizado pelo réu;
Militar – reprime e previne – corpo de bombeiros, polícia federal, BOPE;
Etapas de Investigação: Investigação criminal, Admissibilidade da acusação e Instrução.
- Investigação criminal – acontece até o titular da ação penal resolver propor a ação (MP ou particular); é a presença da polícia judiciária, que verifica a autoria e materialidade do fato crime.
- Admissibilidade da acusação – ocorre com a denúncia ou queixa-crime do titular da ação penal, a partir da análise da petição inicial acusatória.
- Instrução – é o próprio curso da ação penal.
Características do inquérito policial:
Polícia Judiciária (art. 4º, CPP);
Objeto de investigação – fumus commissi delicti;
Limite qualitativo – verossimilhança. Obs.: é dispensável.

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