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Resumo Texto Civil IV.docx Arnoldo Wald

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Resumo Texto Civil IV – Alnoldo Wald
Consenso é o acordo de vontades entre os contratantes, podendo ser expresso (escrito ou verbal) ou tácito, decorrendo de palavras ou do silêncio. Art. 110 – a manifestação de vontade subsiste ainda que o autor haja feito reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Art. 111 – o silêncio importa em anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa, ou seja, nos negócios em que não seja costume haver aceitação expressa ou quando o proponente a tiver dispensado, o contrato se reputa concluído, salvo manifestação de vontade contrária por parte daquele a quem a proposta foi feita (art. 432).
Mandato e doação: certos casos em que a lei dispensa a aceitação expressa. No caso, só se a doação for sem encargos (art. 539), e o mandato se dá como concluído se o mandatário inicia a execução do contrato, após proposta do mandante (art. 659).
Vícios da vontade – anulam os contratos nos casos em que são anuláveis os negócios jurídicos em geral.
Falso motivo – só vicia o contrato quando expresso como razão determinante do negócio (art. 140).
Eficácia para terceiros – o contrato deve ser transcrito no Registro de Títulos e Documentos, sendo essa transcrição exigida para certos tipos de contrato (art. 127 a 131, da Lei 6.015/73). Contratos de locação com cláusula de vigência no caso de alienação da coisa locada e de promessa de compra e venda de imóveis devem ser registrados no Registro de Imóveis (art. 167, da Lei de Registros Públicos).
O contrato necessita de, no mínimo, duas pessoas. Exceção: no caso de contrato realizado entre A e B, no caso de A também ser representante de B (o contrato será, em nomes, entre A e A, mas, na verdade, é entre A e B, contendo duas manifestações de vontade, manifestadas pelo mesmo agente). Restrições legais quanto ao contrato consigo mesmo: art. 497 do CC e arts. 154, §2º, 155, I e 156, da Lei das SA).
Negociações preliminares: antes de aceitar, uma das partes pode pretender apenas obter informações para saber se o contrato interessa ou não (indagações, minutas, apontamentos, visitas, contas e trocas de cartas para esclarecimentos), não vinculando as partes ao cumprimento do contrato, uma vez que ainda não há a formação da expectativa contratual.
Responsabilidade pré-contratual: surge se uma das partes age culposamente, causando prejuízo à outra parte (culpa in contraendo). Tal responsabilidade está relacionada com o dever dos contratantes de atuar conforme o P. da boa-fé objetiva (art. 422, CC), fazendo a outra parte acreditar que o contrato seria realizado, podendo responder pelos danos provenientes da quebra da formação da relação contratual.
Proposta de contrato (policitação) obriga o proponente, menos se feita sem prazo à pessoa presente, não for aceita imediatamente ou, se feita à pessoa ausente, esta não responder dentro do prazo estipulado ou de prazo razoável. Além disso, a policitação deixa de obrigar o proponente quando, antes ou simultaneamente com ela, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação daquele (art. 427 e 428).
Se, após a proposta e antes da aceitação, o proponente falecer ou se tornar incapaz, entende a doutrina dominante que perdura a proposta feita perfeitamente válida, vinculando a parte e seus sucessores. A doutrina autoriza o proponente que, salvo manifestação de vontade em contrário, esse possa revogar a proposta mas, assim fazendo, responderá por perdas e danos se tiver causado algum prejuízo ao outro contratante.
Oferta destinada ao público em geral (art. 429) – equivale à proposta (se tiver os requisitos essenciais e desde que os usos não estabeleçam o contrário), mas pode ser revogada se, pela mesma via de sua divulgação, estiver a faculdade de sua revogação.
Nos contratos presentes, normalmente a aceitação segue imediatamente depois de feita a proposta, enquanto a falta de aceitação desvincula o policitante, salvo quando a proposta é apresentada como válida para determinado prazo.
Nos contratos entre ausentes (ou contratos por correspondência), há as teorias subjetivas (pois são de difícil comprovação) de informação (1), declaração (2) e teorias objetivas de expedição (3) e recepção (4):
O acordo só se torna perfeito quando o proponente toma conhecimento da aceitação por parte de outro contratante;
O contrato se realiza quando o aceitante declara aceitar a proposta;
O contrato é formado a partir do momento em que o aceitante expede a sua declaração de aceitação da proposta (projeção objetiva da teoria declaratória);
Exige o recebimento pelo proponente da comunicação do aceitante (projeção objetiva da teoria da informação).
Art. 433 e 434, CC – contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, salvo se antes dele vier retratação do aceitante (teoria da recepção) ou se as partes convencionarem prazo para o recebimento da resposta pelo proponente, não chegando esta tempestivamente (teoria da recepção). Se a resposta vier, portanto, depois do prazo convencionado, o solicitante deverá comunicar o atraso no recebimento ao aceitante (art. 430), valendo como proposta nova a aceitação intempestiva ou aquela que for apresentada com emendas, adições, restrições ou modificações (art. 431).

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