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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Química Departamento de Química Inorgânica IQG-128 Química Geral Experimental II IQG-231 Química Experimental EQ Aulas Práticas IQG 128/ IQG 231 Departamento de Química Inorgânica Nesta disciplina são abordados os conceitos envolvidos na química macroscópica, ou seja, do comportamento de um conjunto grande de moléculas, os quais podem ser visualizados por nossos olhos. A seguir são listadas algumas opções bibliográficas onde os conceitos desenvolvidos são discutidos com a profundidade adequada e que devem ser consultadas pelos estudantes: 1) J.C. Kotz, P. Treichel Jr. E G. C. Weaver; “Química Geral e Reações Químicas”; 6a edição; Cengage Learning, 2010. 2) Peter Atkins e Loretta Jones; “Princípios de Química”; 3a edição; Bookman; 2006. 3) T. Brown, H. E. Le May Jr., B. E. Bursten, R. R. Burdge; “Química a Ciência Central”; 9a edição; Pearson Prentice Hall, 2005. 4) J. E. Brady e F. Senese; “Química – A matéria e suas transformações”; 5a edição; LTC; 2009. 5) J. B. Russell; “Química Geral”; 2a edição; Makron Books do Brasil; 1994. NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO A Química é uma ciência experimental, portanto o trabalho em laboratório é uma parte importante no desenvolvimento do conhecimento químico. O aluno aprenderá a interpretar resultados, a avaliar os erros de análise, a apreciar os desafios experimentais e a desenvolver os processos intelectuais necessários para realizar, sozinho, trabalhos futuros ou obter resultados melhores. Para que o trabalho de laboratório ocorra de maneira segura devemos levar em considerações algumas normas de segurança, que serão descritas a seguir em vista da sua importância. 1. Comportamento geral no laboratório químico. IQG 128/ IQG 231 Departamento de Química Inorgânica No laboratório químico é imprescindível o uso de guarda pó de algodão (de preferência na cor branca), óculos de segurança, calça comprida e calçado fechado com sola anti-derrapante. É proibido se alimentar dentro do laboratório e ao encerrar as atividades lavar bem as mãos. Independente da disciplina experimental que você esteja frequentando, lembre-se que você estará compartilhando com outros colegas o laboratório e seus equipamentos. Portanto, execute seus experimentos respeitando as normas de segurança e lembre-se que conversas em voz alta, brincadeiras, uso de walkmans ou mp3, bonés, etc, não são comportamentos adequados em um laboratório químico. A segurança num laboratório químico depende do trabalho de todos. Ao entrar pela primeira vez nas dependências de um laboratório verifique a localização dos equipamentos de segurança: extintores, lava-olhos, baldes de areia, cobertores e chuveiro. Procure saber identificar os pontos da rede elétrica, o registro central de gás, o funcionamento da capela e das tubulações da bancada. 2. Reagentes e produtos químicos Dependendo das atividades realizadas em um laboratório químico, água pode ser um reagente perigoso. Assim, certifique-se com o professor, ou um auxiliar, o manuseio adequado do reagente que você irá manipular. Por exemplo, ácido clorídrico concentrado e amônia concentrada são altamente tóxicos e devem ser sempre manipulados na capela. Nunca inale ou coloque na boca qualquer produto químico de laboratório, por mais inofensivo que possa parecer. Em cada aula o professor fornecerá detalhes sobre as manipulações dos reagentes utilizados nos experimentos previstos. Pergunte sempre ao professor como deve ser descartado o produto que você obteve, nunca descarte os rejeitos, sólidos ou líquidos, pela pia. Lembre-se que a Baia da Guanabara já está suficientemente poluída. IQG 128/ IQG 231 Departamento de Química Inorgânica 3. Vidrarias, aparelhagens e equipamentos. Material de vidro (ou vidraria) e material cerâmico (cadinhos e cápsulas de porcelana), juntamente com os regentes, é a base do laboratório químico. Alguns são familiares, pois mesmo a mídia utiliza os seus nomes, por exemplo, tubo de ensaio e proveta (também chamado cilindro graduado). Outros não aparecem no nosso cotidiano, como bécher (ou béquer ou becker), erlenmayer, condensador de bolas, pipeta (que pode ser pasteur, graduada ou volumétrica), bureta, funil de decantação, funil de placa porosa, etc. Fique atento as técnicas de manuseio dos materiais de vidro, sua lavagem, seu descarte caso quebrado ou a sua recuperação pela oficina de hialotecnia. Além disso, temos pinças de metal e de madeira (para manipulações de materiais), pêras de borracha (para a aspiração de líquidos), estufas, centrífugas, etc. Constitui-se um equipamento fundamental a balança eletrônica. Os químicos empregam o termo pesagem para a operação de determinação da massa de um objeto por uma balança eletrônica. Fique atento ao funcionamento e o procedimento de pesagem de produtos químicos, pois dependendo do experimento a ser executado, um químico pode necessitar pesar alguns miligramas (0,0020 g), ou gramas (1 a 500, por exemplo) ou quilos. Por isto, verifique sempre se você está utilizando o equipamento adequado. Também é fundamental manter o prato da balança limpo, pois os reagentes, além de corroer o metal, podem se depositar no mecanismo eletrônico e danificar definitivamente a balança. Mantenha a balança sempre limpa. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 1. PREPARO DE SOLUÇÕES E TITULAÇÃO I. INTRODUÇÃO Solução é uma mistura homogênea de uma ou mais substâncias. A substância presente em maior quantidade é denominada solvente, e as outras substâncias na solução são conhecidas como soluto e dizemos que estão dissolvidos no solvente. O comportamento da solução geralmente depende da natureza do soluto e da sua concentração. Concentração é o termo usado para designar a quantidade de soluto dissolvida em uma determinada quantidade de solvente. Normalmente expressamos a concentração de maneira quantitativa como mol L-1. As soluções preparadas rotineiramente em laboratório são compradas e preparadas a partir da forma concentrada ou de um sal. As soluções de concentrações mais baixas podem ser obtidas pela adição de água, processo chamado de diluição. Um método de preparar soluções de concentração desejada é realizar a pesagem de certa massa de substância e conveniente diluição. Tais substâncias devem obedecer a uma série de exigências, mas são poucas as que as cumprem totalmente. Estas substâncias são denominadas de substância padrão primário e possuem grau de pureza superior a 99,95%, devem ser facilmente secadas para eliminar qualquer traço de umidade e, serem estáveis tanto em solução como no estado sólido. Também não devem absorver muita água nem reagir com substâncias existentes no ar. Substâncias que não são padrão primário fornecem soluções que necessitam ter sua concentração determinada, sendo que um dos procedimentos usados para esta determinação é denominado Titulação, que envolve a reação química de uma amostra de solução com concentração desconhecida com uma solução de concentração conhecida, denominada de solução padrão. As reações podem ser do tipo ácido-base, precipitação ou oxirredução. O ponto no qual as quantidades estequiométricas se equivalem é conhecido como ponto de viragem ou equivalência, que pode ser determinado com ajuda de um indicador químico que variará sua cor quando este ponto for atingido. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJIQG 128 / IQG 231 As soluções preparadas devem ser armazenadas em frascos apropriados conforme o tipo de solução como, por exemplo, se a solução é sensível à ação da luz, deve-se armazenar em frasco âmbar. Os frascos devem ser identificados com rótulos, os quais devem conter o nome, a concentração da solução, a data de preparação, nome ou iniciais do preparador. Quando o líquido é retirado do frasco, deve-se tomar o cuidado de que ele escoe pelo lado oposto ao rótulo, o qual não se molhará e não se danificará. II. OBJETIVOS Os objetivos desta aula são apresentar aos alunos as técnicas mais básicas de laboratório como o manuseio de balança, balões volumétricos, pipetas, ácidos e bases concentrados pelo preparo de soluções. Também introduzir os fundamentos sobre propagação de erros e escolha de materiais no laboratório químico. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1 - Preparo de soluções. Cada grupo deve preparar 100 mL de duas soluções indicadas pelo professor, uma delas, usando quantidades em massa do soluto, com manuseio da balança e outra a partir da diluição de um produto comercial. Os cálculos estequiométricos devem ser apresentados ao professor antes das manipulações necessárias para o preparo das soluções. III.1.1. Procedimento usando um sólido. Pesar a massa desejada em papel especial, vidro de relógio ou béquer. Transferir a substância para um béquer, juntar um pouco do solvente e se verter, cuidadosamente, o líquido para o balão volumétrico, com o auxílio de Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 um funil ou bastão de vidro. Lavar o béquer (e o funil ou bastão) várias vezes com o solvente, transferindo-se sempre o líquido para o balão volumétrico. Completar o volume, acertando-se o nível com uma pipeta pasteur e se homogeneizar pela agitação e inversão do balão volumétrico tampado. Caso a substância tenha sido pesada em vidro de relógio, transferir a mesma para um béquer com auxílio de frasco lavador e proceder como anteriormente. III.1.2. Procedimento a partir de diluição. Medir com uma pipeta volumétrica conveniente o volume de solução a diluir (usar a pêra para aspiração). Verter a solução para o balão volumétrico. Adicionar o solvente ao balão volumétrico e, completar o volume do balão acertando-se o nível com uma pipeta pasteur. Homogeneizar a solução por agitação e inversão, várias vezes, do balão volumétrico tampado. OBS.: JAMAIS VERTA ÁGUA SOBRE ÁCIDOS CONCENTRADOS; SEMPRE ÁCIDOS SOBRE ÁGUA. III.2 – Determinação da concentração de uma solução por titulação ácido-base. III.2.1. Solução de ácido de concentração conhecida. A um erlenmeyer de 100 mL com 10,0 mL de HCl de concentração conhecida adicione duas gotas de fenolftaleína a 1%. Usando uma bureta adicione solução de NaOH de concentração conhecida, gota a gota, até que haja uma alteração PERMANENTE da cor do indicador. Anote o volume total de NaOH utilizado. Repita o procedimento e calcule a média aritmética dos valores encontrados. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 III.2.2. Solução de uma solução de HCl de concentração desconhecida. Sem descartar o volume de solução de NaOH que já está na bureta, complete com esta solução para a marca do volume zero. Repita o procedimento do item 2, utilizando uma solução de HCl com concentração desconhecida. Anote o volume de NaOH necessário para atingir o ponto de equivalência. Calcule a concentração do ácido clorídrico preparado e compare com o valor teórico. IV. CÁLCULOS E QUESTÕES 1 – Qual o volume de HCl concentrado necessário para a preparação de 2500,0 mL de solução 0,1 mol L-1? (C = 37% e d = 1,19 g/cm3)? 2 – Como se preparam 250,0 mL de solução 0,02 mol L-1 de ácido oxálico? Indique os cálculos e descreva o procedimento. 3 – Por que algumas soluções devem ser preparadas em balões volumétricos, ao passo que outras o são em copos de bécher? 4 – Quantos “mL” de água destilada serão necessários para preparar 400,0 mL de solução 0,15 mol L-1 de ácido clorídrico, se 20,0 mL de solução grosseira aproximadamente 0,2 mol L-1 do mesmo foram neutralizados por 26,0 mL de solução 0,2 mol L-1 de hidróxido de sódio? 5 – Em uma titulação foram gastos 9,0 mL de solução 0,1 mol L-1 de ácido oxálico para neutralizar 20,0 mL de solução grosseira de hidróxido de sódio. A partir desta, será possível preparar 500,0 mL de solução 0,1 mol L-1 de hidróxido de sódio? Justifique. 6 – Qual o procedimento correto que se deve ter ao encher uma bureta? E, ao usá-la no processo de titulação? Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 7 – Indique os cálculos que você fez para chegar a soluções 0,5 mol L-1 de hidróxido de sódio e de ácido clorídrico, a partir das respectivas soluções grosseiras. III. EXERCÍCIOS 1. Calcule a molaridade da solução comercial de HCl que é 37% e possui densidade 1,19 (confirme estes dados no frasco deste ácido). Qual é a unidade da densidade? 2. Calcule a molaridade da solução de H2SO4 comercial que é 97% e possui densidade 1,84 (verifique estes dados no frasco do reagente a ser utilizado). 3. Verifique os dados referentes à amônia, descritos no rótulo de seu frasco e calcule o valor de sua molaridade. (Atenção: os valores se referem ao NH3 e não ao NH4OH) IQG 128/ IQG 231 Departamento de Química Inorgânica 2. SOLUÇÕES I. INTRODUÇÃO Soluções são misturas homogêneas de dois ou mais componentes, sendo que estes estão misturados uniformemente em nível molecular. Em nosso cotidiano temos diversos exemplos de soluções, como por exemplo, o ar atmosférico, a água do mar, ligas metálicas como o latão e o bronze, etc. É importante se conhecer o processo de dissolução em nível molecular de uma substância em outra. Atualmente sabemos quais fatores afetam a dissolução, especialmente aqueles envolvidos na dissolução de um sólido ou líquido em um líquido: a importância das interações envolvidas entre as espécies solubilizadas de soluto e as moléculas do solvente, a intensidade dessas interações a partir da absorção ou liberação de calor do processo e o como a quantidade de soluto dissolvido é influenciada pela temperatura. A natureza das interações soluto-solvente determina se uma substância será solúvel em outra. As interações envolvidas entre soluto e solvente são aquelas conhecidas como forças intermoleculares: interação íon-dipolo, dipolo- dipolo, Forças de London e ligação hidrogênio. Os resultados experimentais mostram que durante o processo de dissolução existe absorção ou liberação de calor (entalpia de dissolução, ∆solH). Isto se deve a diferenças na interação soluto-solvente, soluto-soluto e solvente-solvente. O valor de ∆solH também é importante para que possamos determinar a espontaneidade do processo de dissolução e então compreender porque algumas substâncias não são solúveis em outra em qualquer proporção, ou seja, temos situações em que o processo se torna não espontâneo. A quantidade de soluto dissolvida em uma dada quantidade de solvente a uma dada temperatura é chamada solubilidade. O gráfico da solubilidade em função da temperatura é a curva de solubilidade de uma substância. Quando adicionamos um soluto sólido em um solvente se inicia o processo de dissolução. Continuamos a adicionar o soluto, até que este se deposite no fundo do frasco. Neste ponto temos uma solução saturada, pois alcançamos a solubilidade da substância. Uma solução em equilíbrio com o IQG 128/IQG 231 Departamento de Química Inorgânica soluto não dissolvido é saturada. O soluto adicional não se dissolverá se adicionado a uma solução saturada. Sob condições adequadas é, às vezes, possível formar soluções que contenham quantidade maior de soluto que a necessária para formar uma solução saturada. Tais soluções são chamadas supersaturadas e são bastante instáveis, bastando uma pequena perturbação mecânica para que o excesso de sal cristalize. II. OBJETIVOS Os objetivos da aula são determinar a curva de solubilidade de um sal e observar os fatores que influenciam na solubilidade de um composto em outro. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1. Elaboração da curva de solubilidade de um sal A partir de uma solução saturada de cloreto de potássio, KCl, (ou outro sal indicado pelo professor como, por exemplo, KNO3, MgSO4, ZnSO4, Na3PO4, Na2SO4, MnSO4, K2SO4, CaCl2, MnSO4, Ca(NO3)2, etc.) a uma dada temperatura, determinar, por evaporação da água, a massa de sal contida num certo volume de água. O trabalho é realizado em dupla. Cada dupla determina a solubilidade do cloreto de potássio a uma dada temperatura, que será indicada pelo professor. Verifique, com ajuda do handbook, a solubilidade do cloreto de potássio. PROCEDIMENTO: Colocar num becher pequeno 10,0 a 15,0 mL de água, adicionar o sal bem triturado até obter uma solução saturada à temperatura indicada. Para resfriamento use uma bacia com gelo. Para aquecimento prepare um sistema conforme a figura a seguir: IQG 128/ IQG 231 Departamento de Química Inorgânica Aquecer a água do becher maior até a temperatura requerida e manter a temperatura do becher menor constante. Acrescentar sólido até que este não se dissolva mais, ou seja, até a solução ficar saturada. Controle a temperatura e agite a solução, bem como a água de aquecimento. NÃO AGITE COM O TERMÔMETRO! Depois de 10 a 15 minutos em temperatura constante, anote o valor da temperatura. Retirar o termômetro e deixar a solução saturada em repouso, para a sedimentação dos cristais. Passar o líquido rapidamente para uma cápsula de porcelana seca e tarada, deixando os cristais no becher. Pesar a cápsula com a solução. Usando o bico de Bunsen e uma tela de amianto ou uma placa de aquecimento, evaporar o líquido da cápsula até a secura. Nesta etapa inicie a 2a parte da aula. Na fase final use a chama fraca para evitar salpicos de solução, onde se perde substância e pode causar acidente. Depois que a cápsula estiver bem seca, colocá-la na estufa à 110 oC durante ≈ 15 minutos, esfriar em dessecador e pesar. Repetir este procedimento até o peso constante. Peso da cápsula: vazia _____________________ : com solução _______________ : com sal seco _____________ IQG 128/ IQG 231 Departamento de Química Inorgânica Peso da solução: _______________ Peso do sal seco: _____________ Com os dados obtidos calcule a solubilidade do sal em gramas por 100 g de água e em mol L-1. Coloque no quadro negro, numa tabela, os nomes da dupla, a temperatura e a solubilidade obtida. Com os resultados da tabela, construir o gráfico de solubilidade do sal em estudo. Coloque na abcissa a temperatura, e na ordenada à concentração. Entregar este gráfico na próxima aula! III.2. Solução supersaturada Dissolver, em um tubo de ensaio, 1,0 g de acetato de sódio anidro, CH3COONa, em ≅ 1,0 mL de água ou 1,5 g de acetato de sódio hidratado, CH3COONa.3H2O, em ≅ 0,5 mL de água. Aquecer até solubilização total. Resfriar o tubo sem agitar e em seguida adicionar um pequeno cristal de acetato de sódio e observar. Solubilize novamente o acetato, por aquecimento, e resfrie sem agitação. Com um bastão de vidro atrite as paredes internas do tubo de ensaio e observe o que ocorre. Verifique a solubilidade deste sal no handbook. III.3. Calor de dissolução Em um tubo de ensaio com ≅ 1 mL de água adicione 1 a 2 gotas de ácido sulfúrico concentrado (H2SO4 18,0 mol L-1; ATENÇÃO: CUIDADO!). Ocorre aquecimento ou resfriamento da solução? Este processo é exo- ou endotérmico? Em um tubo de ensaio com ≅ 1,0 mL de água adicione alguns cristais de cloreto de amônio, NH4Cl. Verifique o efeito térmico que ocorre. IQG 128/ IQG 231 Departamento de Química Inorgânica Quando se dissolve um sólido em um líquido se tem dois efeitos atuando: a) rompimento das forças eletrostáticas do retículo cristalino (Energia do Retículo Cristalino - ERC), que é um processo endotérmico, b) formação de ligações através da solvatação do soluto (Energia de Solvatação-ES), que é um processo exotérmico. O calor de dissolução é a resultante destes dois efeitos. III.4. Influência da temperatura na solubilidade Verifique no handbook a solubilidade dos sais. Em um tubo de ensaio com ≅1,0 mL de água adicione 1,5 g de nitrato de potássio, KNO3. Dissolva todo o sal por aquecimento e deixe a solução esfriar. Quando a solução estiver fria observe e justifique o que ocorreu. Aquecer, no tubo de ensaio, ≅ 1,0 mL de solução saturada de acetato de cálcio, Ca(CH3COO)2. OBSERVE o que ocorre. Esfrie o tubo de ensaio e observe novamente. III.5. Líquidos miscíveis e imiscíveis Em um tubo de ensaio misturar 0,5 mL de água com 0,5 mL de etanol. Ocorre separação de fases? Em um tubo de ensaio misturar ≅ 1,0 mL de água com 0,5 mL de éter de petróleo. Observe! Em um tubo de ensaio colocar 1,0 a 2,0 mL de solução aquosa de bromo (CUIDADO!). Adicionar 0,5 mL de éter de petróleo e agitar. Verifique a cor da fase orgânica e explicar o ocorrido. Em um tubo de ensaio colocar 2,0 a 3,0 mL de solução aquosa de iodo e agitar com 1,0 mL de éter de petróleo. Verifique a cor do solvente orgânico e explicar o ocorrido. ATENÇÃO! PREPARAR O GRÁFICO DA TABELA 1 PARA A PRÓXIMA AULA! IV. CÁLCULOS E QUESTÕES Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 3. CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA I. INTRODUÇÃO A cristalização fracionada é um processo de separação de misturas, onde as substâncias misturadas são sólidas. O método está baseado em diferenças de solubilidade. Se duas ou mais substâncias são dissolvidas em um solvente, elas irão cristalizar na solução precipitando-se a diferentes velocidades. A cristalização pode ser induzida por mudanças na concentração, temperaturas, etc. Esta técnica é usada frequentemente para obter substâncias sólidas puras (como por exemplo, nas salinas para obtenção de sais a partir de água do mar) ou para recuperar produtos comercializáveis ou utilizáveis em outros processos industriais. Com dados apresentados na Tabela 1 construir o gráfico das curvas de solubilidade (mol L-1 x Temperatura) do KNO3, NaNO3, KCl, e NaCl (todas em um único gráfico), elaborado (ou não) no computador. Tabela1: Solubilidade de alguns sais em mol L-1. Temperatura (oC) Substância 0 20 40 60 80 100 KNO3 1,3 3,2 5,2 7,0 9,0 11,0 NaNO3 6,7 7,6 8,5 9,4 10,4 11,3 KCl 3,4 4,0 4,6 5,1 5,5 5,8 NaCl 5,4 5,4 5,5 5,5 5,5 5,6 Os compostos nitrato de sódio, NaNO3, e cloreto de potássio, KCl, dissolvem-se em água formando soluções de seus íons. Quando estas soluções são misturadas, têm-se quatro íons. Escreva as quatro equações iônicas mostrando todas as possibilidades de associação destes íons. Com base no gráfico de solubilidade responda as questões: Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Qual o composto mais solúvela temperatura ambiente (20 oC) ? Qual o composto menos solúvel a 100 oC ? A que temperatura KNO3 e NaCl têm a mesma solubilidade molar? II. OBJETIVOS A partir das solubilidades diferentes dos compostos podemos preparar substâncias diferentes. III. PARTE EXPERIMENTAL Em um becher de 100 mL colocar 8,5 g de NaNO3, 7,5 g de KCl e 25 mL de água. Agitar a mistura até solubilização total, aquecendo ligeiramente caso necessário. O volume final deverá ser de 33,3 mL (determinado experimentalmente). Calcular a molaridade dos quatro íons: Na+, K+, NO3- e Cl-. Resfriar a solução até 10oC, colocando o becher em banho de gelo e água. Quando cessar a cristalização, filtrar rapidamente a solução gelada. Secar os cristais em papel de filtro e observar ao microscópio seu aspecto característico. Qual a forma destes cristais? De acordo com o gráfico de solubilidade qual o composto cristalizado? Evaporar o filtrado até cerca de metade do volume original, filtrar rapidamente, à quente, recolhendo o filtrado em um becher. Secar os cristais em papel de filtro e observar seu aspecto, comparando com os cristais obtidos anteriormente. Qual o composto obtido neste segundo procedimento? ATENÇÃO: Recolha os sólidos em frascos separados para posterior purificação. IV. CÁLCULOS E QUESTÕES Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 4. SISTEMAS COLOIDAIS I. INTRODUÇÃO Nas aulas práticas anteriores discutimos soluções que representam um tipo de mistura de substâncias, os quais, por não diferenciarmos mais soluto e solvente são chamados soluções verdadeiras. Existem outros tipos de misturas. Podemos misturar areia da praia e água e após agitação observamos a olho nu os grãos (ou partículas) em suspensão. Com o tempo estas partículas sedimentam por ação da gravidade. Temos ainda outro tipo de solução a qual é denominada dispersão coloidal. Um colóide representa um estado intermediário entre uma solução e uma suspensão. O termo coloide (que em grego significa cola) foi inicialmente utilizado para descrever uma classe de substâncias que se diferenciavam de açúcar e sal. Coloides são misturas heterogêneas de pelo menos duas fases diferentes, com a matéria de uma das fases na forma finamente dividida (sólido, líquido ou gás) denominada fase dispersa, misturada com a fase contínua (sólido, líquido ou gás) denominada meio de dispersão1. A ciência dos coloides está relacionada com o estudo dos sistemas nos quais pelo menos um dos componentes da mistura apresenta uma dimensão no intervalo de 1 a 1000 nm (1 nm = 1 x 10-9 m).1 Na Tabela 1 são mostrados os diferentes tipos de dispersões coloidais.2 Tabela 1: Os tipos de dispersões coloidais e alguns exemplos. Fase Dispersa Fase dispersante Nome Exemplo Líquido Gás Aerossol liq. Névoa, sprays líquidos. Sólido Gás Aerossol sól. Fumaça poeira. Gás Líquido Espuma Espuma da cerveja, chantilly. Líquido Líquido Emulsão Leite, maionese. Sólido Líquido Sol* Gelatina, pomadas, tintas. Gás Sólido Espuma sólida Poliestireno expandido (isopor). Líquido Sólido Emulsão sólida Pérola. Sólido Sólido Suspensão sól. Plásticos pigmentados, vidros. * No caso de elevada concentração de sólido, a denominação é pasta. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Como vemos nos exemplos mostrados na Tabela 1, as dispersões coloidais fazem parte da nossa vida diária desde os primórdios da civilização humana. Elas estão presentes nas nossas cozinhas, no meio ambiente, na purificação da água que consumimos, na lavagem de nossas roupas, nas indústrias alimentícia e farmacêutica, tintas, cosméticos, etc. Algumas características das substâncias que formam coloides são: baixas difusões em água, incapacidade em atravessar membranas, não cristalizam facilmente, geralmente são compostos com elevada massa molar como proteínas (gelatina, por exemplo), polissacarídeos (o amido), polímeros naturais e sintéticos ou materiais inorgânicos que formam agregados em meio aquoso de tal forma que a partícula possui dimensões coloidais (óxidos e hidróxidos metálicos). Soluções de macro-moléculas são misturas homogêneas, mas são consideradas colóides porque a dimensão da macromolécula está no intervalo do tamanho coloidal e apresentam as propriedades características dos colóides. Algumas propriedades das dispersões coloidais são: espalham a luz visível (dispersões coloidais geralmente possuem um aspecto leitoso), não precipitam por ação da gravidade, mas por centrifugação, possuem carga elétrica superficial, etc. II. OBJETIVO Estudar alguns métodos de obtenção de coloides e algumas de suas propriedades, tais como a carga e área superficial e, o espalhamento de luz. Além disso, estudaremos o conceito de estabilidade coloidal. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1 Demonstrações do professor III.1.1.Eletroforese. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Encher um tubo em U com dispersão coloidal de sulfeto de arsênio (III), As2S3, em cada extremidade do tubo em U introduzir um eletrodo de grafite e ligar uma fonte de corrente contínua. Ao final da aula observar o que ocorreu e concluir sobre a carga das partículas coloidais de As2S3. corrente contínua III.1.2.Precipitador Cotrell. O precipitador Cotrell é usado no controle da poluição do ar, eliminando fumaça e poeira prejudiciais à saúde. É usado também na recuperação de materiais finamente divididos que se perderiam na atmosfera sob a forma de poeira, um aerossol. Usar uma trompa d'àgua ou bomba de vácuo para puxar a fumaça do cigarro. alta voltagem Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 III.2. Experimentos realizados pelos alunos III.2.1. Preparação de Colóides. 2.1.1. Processos de condensação. a) Fe(OH)3 coloidal. Adicione 3 a 4 gotas de solução saturada de FeCl3 em um tubo de ensaio com 3 mL de água bem quente. Observe o que ocorre! Repita o procedimento usando água fria e compare as cores obtidas. RECOLHER o hidrossol Fe(OH)3 ao frasco na capela. coloidal 3 quente a 23 HCl(aq) 3 + (s)Fe(OH) O(l)H 3 + (aq)FeCl → b) As2S3 coloidal. Em um tubo de ensaio com 3,0 a 4,0 mL de solução saturada de As2O3 aquecida passar uma corrente de gás sulfídrico, H2S, obtido a partir de solução de HCl e pirita em um aparelho de Kipp, e observar. (aq)AsOH 2 O(l)H 3 + (aq)OAs 33232 → coloidal 232233 O(l)H 6 + (s)SAs S(g)H 3 + (aq)AsOH 2 → ATENÇÃO! O GAS SULFÍDRICO É VENENOSO! Escreva a equação de obtenção do gás sulfídrico no Kipp. Observar o colóide formado com ajuda do Efeito Tyndall. Para tal, colocar o tubo de ensaio em uma caixa escura e passar um feixe de luz através da dispersão. Colocar o As2S3 coloidal (sem turvação) no frasco apropriado na capela. 2.1.2. Processos de Dispersão. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 a) Em um tubo de ensaio colocar 1,0 a 2,0 mL de água e 2 a 3 gotas de óleo vegetal. Agitar bem e observar. b) Em um tubo de ensaio com 1,0 a 2,0 mL de água destilada adicionar 2 a 3 gotas de óleo vegetal e 3 a 4 gotas de sabão ou detergente. Agitar bem. OBSERVE a diferença. III.2.2. Propriedades das partículas coloidais. 2.2.1. Adsorção Colocar em dois tubos decentrífuga 2,0 mL de solução de azul de metileno. Em um dos tubos colocar um pouco de carvão ativo e no outro, um pedaço de carvão. Aquecê-los em banho-maria por algum tempo, centrifugar e comparar a cor dos líquidos sobrenadantes nos dois tubos. Pela adsorção seletiva de íons existentes no meio em que se originam, as partículas coloidais podem adquirir carga elétrica. 2.2.2. Diálise Introduzir um saquinho de papel celofane contendo solução de iodeto de potássio, KI, e dispersão de amido em um becher de 100 mL contendo água destilada. Ao final da aula constatar a presença do íon iodeto no dialisado. O amido, por estar no estado coloidal, não consegue atravessar o papel celofane que age como membrana semipermeável. Usar solução de peróxido de hidrogênio 3-5 % para formar, no dialisado, iôdo molecular, I2, acrescentar amido para confirmar a diálise. Escreva a equação de oxidação do iodeto pelo peróxido de hidrogênio. III.2.3. Destruição de colóides - Coagulação. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 2.3.1. Coagulação mútua de colóides Em um tubo de ensaio misturar 0,5 mL do sol de Fe(OH)3 com 0,5 mL do sol de As2S3. Observar o que ocorre! 2.3.2. Coagulação pela ação de eletrólitos. Realizar os três ensaios simultaneamente para comparação. a) Em um tubo de ensaio com 1,0 mL do sol de As2S3 adicionar 2 gotas de solução de NaCl 1,0 mol L-1. Misturar e OBSERVAR o que acontece. b) Repetir a experiência usando no lugar da solução de NaCl solução de cloreto de magnésio, MgCl2, ambas 1,0 mol L-1. c) Repetir novamente usando a solução de cloreto de alumínio, AlCl3, 1,0 mol L-1 como eletrólito. ONDE O EFEITO COAGULANTE FOI MAIOR? III.2.4. Colóide Protetor. 2.4.1 Prata coloidal. Realizar os dois ensaios simultaneamente para comparação. a) Em um tubo de ensaio com 1,0 a 2,0 mL de água destilada adicione 3 gotas da solução de AgNO3 0,1 mol L-1 e 3 gotas de solução aquosa de NH3. Adicionar 5 gotas de formol, aquecer em banho-maria e OBSERVAR o que acontece. b) Em um tubo de ensaio misture 3,0 a 4,0 mL de dispersão de gelatina a 1%, 3 gotas de solução de AgNO3 e 3 gotas de solução aquosa de NH3. Adicione 5 gotas de formol, aqueça em banho-maria e OBSERVE. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. M. Jafelicci Jr., L. C. Varanda; Química Nova na Escola no 9 9 (1999). 2. D. J. Shaw; “Introdução à química de coloides e de superfícies”; Trad. J. H. Maar; Editora Edgard Blucher / Edusp; São Paulo; 1975. V. CÁLCULOS E QUESTÕES Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 5. CALOR DE REAÇÃO I. INTRODUÇÃO A termoquímica estuda as transferências de calor associadas às reações químicas ou às mudanças no estado físico das substâncias. Calor de reação é o nome dado à quantidade de calor liberado ou absorvido em uma reação química ou mudança de estado. Para medi-lo, utiliza-se um equipamento denominado de calorímetro. Um processo exotérmico é aquele no qual calor é liberado pelo sistema (reação química) para o ambiente. Por exemplo, a queima de um pedaço de carvão. Processos endotérmicos são aqueles nos quais o sistema absorve calor do ambiente. Por exemplo, a fusão do gelo é um processo endotérmico. Neste experimento o calorímetro empregado não possui uma fronteira entre o sistema (reação química) e o ambiente (a água utilizada como solvente). Dessa forma, o calor, q, liberado ou absorvido pela reação química irá alterar a temperatura da água. O seu valor pode ser calculado pela equação: q = mc(∆T) onde: q é calor (J) m = massa (kg) c = calor específico (J kg-1 K-1) ∆T = variação de temperatura (K) O calor específico, c, de uma substância é a quantidade de energia necessária para aumentar de um grau (Kelvin) a temperatura de um grama de uma substância (de 15 °C a 16 °C). Para a água o seu valor é de 4,18 × 103 J kg-1 K-1. O calor, q, liberado ou absorvido por uma reação química, à pressão constante é definido como a variação de entalpia do sistema, ∆H, sendo positivo para os processos endotérmicos e negativo para os exotérmicos. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 II. OBJETIVOS Esta prática visa introduzir o conceito de entalpia de reação, ∆rH, e a aplicação da Lei de Hess. Para isto será medida a quantidade de calor absorvida ou liberada em três reações químicas, a saber, reação 1: dissolução do hidróxido de sódio sólido em água; reação 2: hidróxido de sódio sólido com uma solução aquosa de cloreto de hidrogênio; e reação 3: solução aquosa de hidróxido de sódio com solução aquosa de cloreto de hidrogênio. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1 Determinação do calor na reação no1 NaOH(s) Na+(aq) + OH-(aq) + x1 (calor liberado) ∆rH1 = -x1 J mol-1 Colocar em um copo de 120 mL de poliestireno expandido (calorímetro) 50,0 mL de água destilada e medir a temperatura da água, com um termômetro, até alcançar uma temperatura constante (aproximadamente igual à temperatura ambiente ou ligeiramente inferior). Anotar esta temperatura. Coloque o copo com a água na balança, tare, e adicione, com o auxílio de uma espátula, de 1,8 a 2,2 g de NaOH sólido. Anote o peso exato de NaOH adicionado. Agite por rotação (não use o termômetro) até que todo o hidróxido de sódio se dissolva. Verifique a temperatura máxima alcançada, anotando-a com precisão de 0,2 °C. Calcule a variação de temperatura. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 III. 2 Determinação do calor na reação no 2 NaOH(s) + H+(aq) + Cl-(aq) → H2O(l) + Na+(aq) + Cl-(aq) + x2 (x2 = calor liberado) ∆rH2 = -x2 J mol-1 Em outro copo de poliestireno de 120 mL, repita todo o procedimento do item II.1 substituindo os 50,0 mL de água destilada por 50,0 mL de HCl 2,00 mol L-1. III.3 Determinação do calor na reação no 3 Na+(aq) + OH-(aq) + H+(aq) + Cl-(aq) → H2O(l) + Na+(aq) + Cl-(aq) + x3 (x3 = calor liberado) ∆rH3 = -x3 J mol-1 Em dois outros copos de poliestireno, coloque separadamente, 40,0 mL de solução 2,0 mol L-1 de HCl e 40,0 mL de solução 2,0 mol L-1 de NaOH. Verifique a temperatura das duas soluções; ambas devem estar à mesma temperatura (igual à ambiente ou ligeiramente inferior). Não se esqueça de lavar e secar o termômetro antes de transferi-lo de uma solução para outra. Adicione, com agitação, a solução de NaOH à de HCl. Anote a temperatura máxima alcançada e calcule a sua variação. IV. CÁLCULOS E QUESTÕES 1 – Para cada reação, calcule: a) a quantidade de calor liberado; b) o número de moles de NaOH utilizado; c) a quantidade total de calor liberado, por mol de NaOH . Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 2 – Expressar os resultados como entalpia de reação, ∆rH1, ∆rH2 e ∆rH3. 3 – Considerando os resultados obtidos: a) compare ∆rH2, com a soma (∆rH1 + ∆rH3) e explique; b) calcule a diferença percentual entre ∆rH2 e (∆rH1 + ∆rH3), supondo que ∆rH2 seja o correto. Explique a origem desta diferença. 4 – Usando 5,3 g de NaOH na reação nº 1, qual seria o calor liberado? Qual o efeito do uso desta massa sobre o ∆rH1 (J mol-1) calculado? 5 – Na reação n° 2, usando-se 1,38 g de NaOH, qual seria o calor liberado? Qual o efeitodo uso desta massa sobre o ∆rH2 (J mol-1) calculado? 6 – Na reação n° 3: a) usando-se 50,0 mL de solução de NaOH 2,0 mol L-1 e 50,0 mL de solução de HCl 2,0 mol L-1, qual seria o calor liberado? Qual o efeito do uso destes volumes de solução sobre o ∆rH3 (J mol-1) calculado? b) usando-se 40,0 mL de solução de NaOH 2,0 mol L-1 e 60,0 mL de solução de HCl 2,0 mol L-1, qual seria o calor liberado? Qual o efeito do uso destes volumes de solução sobre o ∆rH3 (J mol-1) calculado? V. LEITURAS RECOMENDADAS 1. BROWN, T.L.; LeMAY Jr., H.E.; BURSTEN, B.E.; BURDGE, J.R. Química – A Ciência Central, 9ª ed., Pearson Education do Brasil Ltda: São Paulo, 2005. Itens. 5.4 a 5.7, pgs. 150-165. 2. KOTZ, J.C.; TREICHEL, P.M.; WEAVER, G.C. Química Geral e Reações Químicas, 6ª ed., Cengage Learning Edições Ltda: São Paulo, 2010. Itens. 6.5 a 6.8, pgs. 217 a 230. 3. RUSSELL, J.B. Química Geral, Vol. 1, 2ª ed., Pearson Education do Brasil Ltda: São Paulo, 1994. Itens. 3.3 a 3.4, pgs. 121 a 132. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 6. CINÉTICA QUÍMICA I. INTRODUÇÃO O ozônio é um dos componentes naturais da estratosfera, onde absorve parte significativa da radiação ultravioleta. Se inalado é um agente químico perigoso e tóxico. Ele constitui um bom exemplo do cuidado que devemos ter com produtos químicos: na estratosfera ele ajuda a proteger nossas vidas, mas na troposfera é um poluente perigoso. Ele é formado na parte superior da atmosfera pela dissociação do oxigênio molecular: O2(g) + radiação (λ < 280 nm) → 2 O(g) (reação 1) O oxigênio atômico gerado reage com moléculas de O2: O(g) + O2(g) → O3(g) (reação 2). Por sua vez, o ozônio é capaz de absorver radiação ultravioleta de alta energia (letal aos seres humanos) exercendo a proteção das camadas inferiores da atmosfera, revertendo a reação 2. Se não perturbado, a concentração de ozônio é mantida constante por este processo cíclico. O aumento da atividade humana nas grandes cidades, através do uso cada vez maior de produtos químicos, tem alterado o delicado ciclo do ozônio. Os produtos comercializados como aerosois, espumas plásticas, líquidos de refrigeração usados até poucos anos atrás em ar-condicionados e geladeiras, contêm os chamados CFCs (fluorclorocarbono). Estes são compostos químicos insolúveis em água e inertes em relação à maioria das outras substâncias; estas propriedades permitem que fiquem um tempo longo na atmosfera. Eles são capazes de se difundir pela estratosfera, onde absorvem a radiação ultravioleta, gerando cloro atômico, que por sua vez reage com o ozônio, de acordo com a sequência de reações: Etapa 1: CF2Cl2(g) + hν → CF2Cl(g) + Cl(g) Etapa 2: Cl(g) + O3(g) → ClO(g) + O2(g) Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Etapa 3: ClO(g) + O(g) → Cl (g) + O2(g) Note que a última etapa resulta na formação de um átomo de cloro, que pode quebrar outra molécula de ozônio e assim sucessivamente. O resultado final é que a decomposição de uma molécula de CFC é capaz de destruir inúmeras moléculas de ozônio. O texto acima ilustra uma aplicação do conhecimento da cinética química, a qual estuda a velocidade com que uma transformação química ocorre, bem como os fatores que influenciam a velocidade desta transformação. Também busca determinar a sequência de etapas, em nível molecular, de uma reação e o rearranjo dos átomos durante um evento reativo, ou seja, o mecanismo da reação. Tudo isto a torna uma área de importância bastante ampla, pois se relaciona com a rapidez com que um medicamento é capaz de agir, com o desenvolvimento de catalisadores para a síntese de novos produtos (polímeros ou craqueamento do petróleo) ou com o controle da velocidade com que um plástico sofre degradação ambiental. Catalisador é toda e qualquer substância que acelera uma reação, diminuindo a energia de ativação, pois promove um caminho molecular diferente para a reação, sem ser consumido durante o processo. A velocidade de uma reação química é definida como a variação na concentração dos reagentes ou produtos por unidade de tempo. Um especialista em cinética avalia como a concentração das espécies varia com o tempo a fim de determinar a LEI DE VELOCIDADE DA REAÇÃO, a qual é a expressão matemática que relaciona a concentração das espécies e a velocidade de reação. Para uma reação hipotética aA + bB → cC + dD, a Lei de Velocidade pode ser escrita como: v = k [A]m [B]n, onde k é chamada de constante de velocidade da reação e, m e n são índices que não se relacionam com os coeficientes estequiométricos a e b. A partir da Lei de Velocidade podemos especular sobre as etapas elementares envolvidas na transformação em questão, ou seja, o mecanismo da reação. A Lei de Velocidade indica que a concentração influencia na velocidade, porém não explica este comportamento. A Teoria das Colisões, cuja idéia central é que duas moléculas devem colidir para reagir, explicam em nível Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 molecular os fatores que influenciam a velocidade de uma reação. Se o número de choques por segundo entre duas moléculas aumentar, então a velocidade também aumenta. Logo, ao aumentarmos a concentração o número de choques cresce e a velocidade da reação aumenta. Porém isto não basta. Além do choque, é necessário que a orientação das moléculas no impacto seja adequada para a formação das novas ligações químicas, assim um efeito chamado fator de orientação é importante. Necessitamos também lembrar que durante o choque as velhas ligações devem ser rompidas e que isto exige energia. Assim, se durante a colisão as moléculas não possuírem energia suficiente para a reação, então nada acontecerá. Esta energia mínima necessária para a reação é denominada Energia de Ativação. Como se estes fatores não bastassem, os dados experimentais indicam que a temperatura também determina a velocidade da reação. Este efeito pode ser compreendido com base na Teoria Cinética Molecular, onde a fração de moléculas com dada energia varia com a temperatura. Assim, se aumentamos a temperatura, aumentamos o número de moléculas com energia necessária para a reação e, por conseguinte a velocidade. Quando observamos a Lei de Velocidade os fatores mencionados acima não aparecem, com exceção da concentração. Na verdade eles estão incluidos na constante de velocidade k, que é, portanto característica para cada reação química a uma determinada temperatura. II. OBJETIVOS Demonstrar por uma metodologia simples, os fatores que influenciam a velocidade de uma reação química, pelo ponto de vista da Teoria das Colisões: a natureza química dos reagentes, a concentração, a temperatura e a presença de catalisadores. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1. Natureza dos reagentes. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Em um becher com uma fina camada de água destilada e 1 gota de fenolftaleína colocar um pequeno pedaço de sódio metálico. NÃO pegue o metal com as mãos e mantenha-se afastado no momento da reação! OBSERVE o que ocorre e explique. )g(H +NaOH(aq) 2 O(l)H 2 +Na(s) 2 22 → Em um becher pequeno com um pouco de álcool etílico, coloque um pedaço de sódio metálico. Compare com a experiência anterior e justifique. )g(H + ONa(sol)CHCH 2 OH(l)CHCH 2 + Na(s) 2 22323 → III.2. Concentração dos reagentes. Misturar em dois tubos de ensaio 0,5 mL de água e uma gota de solução a 5% de tiossulfatode sódio, Na2S2O3. Juntar, ao mesmo tempo, a um dos tubos 5 gotas de solução de HCl 0,6 mol L-1 e ao outro 5 gotas de solução de HCl 6,0 mol L-1. OBSERVAR a velocidade da reação e comparar as duas velocidades )l(OH +)s(S + )g(SO +)aq(NaCl 2 )aq(HCl 2 +)aq(OSNa 22 322 → Qual a influência da concentração na velocidade? III.2.1. Relógio Químico de Landolt. Em um tubo de ensaio com 3,0 mL de água destilada adicionar 3,0 mL de solução 0,05 mol L-1 de metabissulfito de sódio, Na2S2O5 (recém preparado) e 4 gotas de solução de amido. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Em outro tubo com 4,5 mL de água destilada junte 1,5 mL da solução de metabissulfito e 4 gotas de solução de amido. Adicionar em cada tubo de ensaio, 6,0 mL de solução de iodato de potássio, KIO3 0,05 mol L-1, respectivamente. Observar e comparar as velocidades das reações. III.3. Estado de divisão dos reagentes. Em dois tubos de ensaio preparar a mistura de ≅1 mL de água destilada, ≅1 mL de solução de FeCl3 0,1 mol L-1 e 5 gotas de solução de HCl 12 mol L-1. Em um destes tubos de ensaio coloque um grão de zinco e no outro zinco em pó. Compare a velocidade das reações. Observe a variação da cor. Justifique. (g)H + (aq) Zn (aq)H 2 + Zn(s) 2 +2+ → (aq)H 2 +(aq)Fe 2 (g)H + (aq)Fe 2 ++22+3 → ______________________________________ (aq)Fe 2 + (aq) Zn (aq)Fe 2 + Zn(s) +2+2+3 → III.4. Temperatura. Em dois tubos de ensaio, misturar 0,5 mL de água gelada, 3 gotas de solução de oxalato de sódio, Na2C2O4, 0,1 mol L-1 e 2 gotas de solução de H2SO4 concentrado. Esfriar bem um dos tubos e juntar 2 gotas de solução de permanganato de potássio, KMnO4 0,1 mol L-1. Aquecer, ligeiramente, o outro tubo e acrescentar 2 gotas de KMnO4 0,1 mol L-1. OBSERVAR e comparar a velocidade nos dois ensaios. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 O(l)H 8 + (g)CO 10 + (aq)Mn 2 (aq)H 16 + (aq)OC 5 + (aq)MnO 2 22+2+-2 42- 4 → Que conclusão se pode tirar? III.5. Catálise III.5.1. Catálise heterogênea. Em um tubo de ensaio com 1-2 mL de solução de H2O2 a 3% adicionar um pouco de dióxido de manganês, MnO2, sólido. OBSERVAR. (g)O + O(l)H 2 (aq)OH 2 22MnO22 2 → Por que o nome catálise heterogênea? III.5.2. Catálise homogênea. Em dois tubos de ensaio com 0,5 a 1,0 mL de água destilada adicionar 1 gota de solução de FeCl3 0,1 mol L-1 e 1 gota de solução saturada de KSCN. Em um tubo colocar 1 gota de solução de CuSO4 0,1 mol L-1. Acrescentar, então, a cada tubo, 2 gotas de solução de Na2S2O3 a 5%. (aq)OS + (aq)Fe 2 (aq)OS 2 + (aq)Fe 2 -2 64 +2-2 32 +3 → Qual foi a reação mais rápida? III.5.3. Composto intermediário como catalisador. Em dois tubos de ensaio colocar 1 grão de zinco, 1,0 mL de água destilada, 2 gotas de ácido sulfúrico e 2 gotas de solução de KMnO4 0,1 mol L- 1 . Acrescentar, a um dos tubos, alguns cristais de KNO3 e observar. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Na reação com nitrato temos: O(l)H + (aq)NO 5 [H](g) 10 + (aq)NO 5 2-2-3 → (rápida) O(l)H 3 + (aq)Mn 2 + (aq)NO 5 (aq)H 6 + (aq)MnO 2 + (aq)NO 5 2+2-3+-4-2 → (rápida) Na reação sem nitrato temos: O(l)H 8 +(aq)Mn 2 (aq)H 6 + [H](g) 10 + (aq)MnO 2 2+2+-4 → (lenta sem catalisador) Qual o papel do grão de zinco? III.5.4. Auto-catálise. Em dois tubos de ensaio com 0,5 a 1,0 mL de água destilada adicione 3 gotas de solução de Na2C2O4 0,1 mol L-1 e 1 gota de solução de H2SO4. Em um tubo coloque 1 gota de solução de MnSO4 0,1 mol L-1. Adicionar, ao mesmo tempo, em cada tubo, 2 gotas de solução de KMnO4 0,1 mol L-1. OBSERVAR e comparar a velocidade nos dois tubos. O(l)H 8 + (g)CO 10 + (aq)Mn 2 (aq)H 16 + (aq)OC 5 + (aq)MnO 2 22+2Mn+-242-4 +2 → IV. CÁLCULOS E QUESTÕES Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 7. EQUILÍBRIO QUÍMICO I. INTRODUÇÃO Quando a concentração de todos os reagentes e produtos, em um sistema fechado, não variam mais com o tempo diz-se que estamos no estado de equilíbrio químico. Nesta condição, as reações direta (formação dos produtos) e reversa (regeneração dos reagentes) acontecem com a mesma velocidade. Diz-se que temos um equilíbrio dinâmico. Para que tenhamos a condição de equilíbrio não pode ocorrer a liberação ou perda de qualquer uma das espécies do sistema. Muitos sistemas encontram-se no estado de equilíbrio. Por exemplo, quando um líquido é armazenado em um frasco fechado, temos o equilíbrio do vapor desta substância com o líquido. No caso das soluções saturadas de um sal, os íons dispersos em solução estão em equilíbrio com o sal sólido, depositado no fundo. A relação entre as concentrações de reagentes e produtos em equilíbrio é dada pela constante de equilíbrio, K, segundo a Lei da ação das massas. Para a reação hipotética a A + b B → c C + d D teremos: K = [C]c [D]d/[A]a [B]b Onde A, B, C e D são as espécies químicas e a, b, c e d os respectivos coeficientes estequiométricos e a constante de equilíbrio, K, depende da temperatura. Caso o sistema seja perturbado, reagentes ou produtos devem ser consumidos de forma que a Lei da ação das massas seja obedecida, restabelecendo o valor de K. Este princípio é chamado de Princípio de Le Chatelier. Devemos lembrar que a velocidade da reação não determina a concentração das espécies no equilíbrio. A adição de um catalisador também não afeta as concentrações no equilíbrio, apenas este será atingido mais rapidamente. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 II. OBJETIVOS Estudo dos fatores que influenciam o equilíbrio químico. Estudo dos processos de hidrólise. Aplicação do Princípio de Le Chatelier. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1. Fatores que influenciam o equilíbrio químico. III.1.1. Temperatura. (Demonstração) Utilizando três ampolas seladas contendo dióxido de nitrogênio, NO2, observe a cor desse gás à temperatura ambiente, em banho-maria aquecido e em banho de gelo. Aguarde alguns minutos para que as transformações ocorram. Explique as cores observadas em função da temperatura, considerando o seguinte equilíbrio: )g(NO 2 (g)ON 242 → ← ∆rH° = +57,12 kJ III.1.2. Concentração. (Demonstração) Em um kitassato coloque 100 mL de água destilada e uma ponta de espátula de bicarbonato de sódio (NaHCO3). Adicione 8 a 10 gotas de solução água:etanol (40:60) a 1,0% de fenolftaleína, C6H4C(O)OC(C6H4OH)2 . Observe a coloração rosa. Borbulhe CO2 na solução até o descoramento. Como alternativa, sopre a solução com uma pipeta pasteur. Em seguida conecte o kitassato tampado a uma trompa d'àgua, faça vácuo e agite. Observe o reaparecimento da coloração rosa. Explique os resultados observados com base nos seguintes equilíbrios: (aq)OH + (aq)COH O(l)H + (aq)HCO -322-3 →← Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 (aq)CO (g)CO 22 →← (aq)CO + O(l)H (aq)H (aq)HCO (aq)COH 22-332 →←+→← + (aq)HCO (aq)OH (aq)CO -3-2 →←+ III.1.3. Efeito do íon comum. a) Em um tubo de ensaio com 0,5 a 1,0 mL de solução saturada de cloreto de sódio adicione 0,5 a 1,0 mLde solução de HCl conc. (12 mol L-1). Observe a precipitação do sal. Explique o ocorrido com base no equilíbrio: (aq)Cl + (aq)Na NaCl(s) -+→ ← b) Em um tubo de ensaio com 1,0 a 2,0 mL de água destilada adicione 2 a 3 gotas de ácido acético 6,0 mol L-1 e uma gota de solução aquosa 0,2% de alaranjado de metila, [(CH3)2NC6H4N=NC6H4SO3-][Na+] (faixa de pH 3,2 a 4,4 – vermelho claro a laranja amarelado). Observe a cor da solução. Adicione 0,5 a 1,0 mL de acetato de amônio a 20%. Observe a mudança de cor do sistema e explique com base nos equilíbrios abaixo. (aq)H + (aq)COOCH COOH(aq)CH +-33 →← (aq)NH + (aq)COOCH (aq)COONHCH +4-343 → c) Em um tubo de ensaio com 1,0 a 2,0 mL de água destilada acrescente 2 gotas de solução de NH3 6,0 mol L-1 e gotas de uma solução etanólica 0,1% de timolftaleína, C6H4C(O)OC(C10H14O)2 (faixa de pH 9,2 a 10,8). Anote a cor da solução. Adicione ao sistema 0,5 a 1,0 mL de solução 20% de acetato de amônio, CH3COONH4 . Observe e explique o ocorrido com base nos equilíbrios: (aq)OH + (aq)NH O(l)H + (aq)NH -+423 →← Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 (aq)NH + (aq)COOCH (aq)COONHCH +4-343 → d) Em um tubo de ensaio com 0,5 a 1,0 mL de água destilada adicionar 2 gotas de solução de MgCl2 1,0 mol L-1 e 2 gotas de solução de NH3 6,0 mol L-1. OBSERVAR e anotar o ocorrido. Escreva a equação química. Juntar 0,5 a 1,0 mL de solução NH4Cl 20 % e anotar o que acontece com o precipitado formado. JUSTIFIQUE. e) Em um tubo de ensaio misturar 1 gota de solução de FeCl3 0,1 mol L-1 e 1 gota de solução de tiocianato de potássio, KSCN, 0,3 mol L-1. Diluir a solução resultante, com água destilada, até que a coloração se torne ligeiramente avermelhada (solução A). Pegue quatro tubos de ensaio e coloque 1,0 mL da solução (A) em cada um deles. Em um tubo de ensaio com a solução A, adicione 1 gota de solução de FeCl3. Em um outro, acrescente 1 gota de solução 0,3 mol L-1 de KSCN e no terceiro 1 gota de solução saturada de KCl. O quarto tubo de ensaio fica para comparação. OBSERVE e JUSTIFIQUE com base nos equilíbrios: Fe3+(aq) + 6 SCN-(aq) → [Fe(SCN)6]3-(aq) Fe3+(aq) + 4 Cl-(aq) → [FeCl4]1-(aq) III.2. Hidrólise. 2.1. Verificar, com papel indicador universal, o pH das soluções 0,1 mol L-1 de: NaCl, NH4Cl e Na2CO3. Escreva as equações e justifique os resultados obtidos. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 2.2. Em um tubo de ensaio com 1,0 a 2,0 mL de água, junte 1 a 2 gotas de sabão. Adicione 1 gota de fenolftaleína. ANOTE a cor e justifique. Adicione, então, 1,0 a 2,0 mL de álcool e agite. OBSERVE. O caráter básico da solução de sabão é justificado pela equação: (aq)OH + (aq)Na + COOH(aq)-R O(l)H + COONa(aq)-R -+2 →← Por que em solução alcoólica não ocorre hidrólise? 2.3. Em um tubo de ensaio com 2,0 a 3,0 mL de água adicionar 2 a 3 gotas de solução 1,0 mol L-1 de nitrato de bismuto, Bi(NO3)3. A turvação indica hidrólise! Adicionar ao sistema, gota a gota, HCl concentrado até o desaparecimento da turvação. Acrescentar água. O que ocorre? ( ) (aq)NO 2 + (aq)H 2 + )(s)BiO(NO O(l)H +(aq)NO Bi -3+3233 →← IV. CÁLCULOS E QUESTÕES 1 – Qual o efeito do aumento da pressão no equilíbrio entre NO2 e N2O4? Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 8. REATIVIDADE DOS METAIS I. INTRODUÇÃO A reatividade química dos metais varia com a eletropositividade, logo quanto mais eletropositivo for o elemento, mais reativo será o metal. Os metais mais reativos são aqueles que possuem grande tendência de perder elétrons, logo, formam íons positivos com mais facilidade. Por exemplo: colocando-se uma lâmina de ferro em uma solução de sulfato de cobre (II) (coloração azul), verifica-se que a lâmina de ferro fica recoberta por uma camada de metal vermelho (o cobre). Por outro lado, a solução fica amarela [solução de sulfato de ferro(II)]. Ocorre, pois, uma reação química que pode ser representada pela seguinte equação: Fe(s) + CuSO4(aq) →→→→ FeSO4(aq) + Cu(s) Conclui-se que o ferro é mais reativo do que o cobre, pois o desloca de seu composto. Por meio de reações deste tipo, colocam-se os metais em ordem crescente de reatividade química. Li, K, Rb, Cs, Ba, Sr, Ca, Na, Mg, Al, Mn, Zn, Fe, Co, Ni, Pb, H, Cu, Ag, Pd, Pt, Au Maior reatividade, Menor nobreza II. OBJETIVO Trabalhar o conceito de reatividade química e estabelecer a ordem de reatividade entre alguns metais por suas forças relativas como agentes redutores. III. PARTE EXPERIMENTAL Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 III.1. Reações de metais com ácidos. Adicionar HCl 10% em 5 tubos de ensaio (aproximadamente 2,0 mL). Em cada um dos cinco tubos adicionar as seguintes aparas de metais: Magnésio, Alumínio, Zinco, Ferro e Cobre. Anote as suas observações para cada ensaio. III.2. Reações de metais com bases. Adicionar NaOH 6,0 mol L-1 (aproximadamente 2,0 mL) sobre aparas de alumínio metálico. Adicionar NaOH 6,0 mol L-1 (aproximadamente 2,0 mL) sobre aparas de zinco metálico. Anote as suas observações e explique o ocorrido em cada ensaio III.3. Reações entre metais. Em um tubo de ensaio colocar solução de sulfato de cobre (aproximadamente 2,0 mL). Adicionar chumbo metálico, aguardar 5 minutos, agitar e observar. Cu2+(aq) + Pb → Em um tubo de ensaio colocar solução de nitrato ou acetato de chumbo (aproximadamente 2,0 mL). Adicionar cobre metálico, agitar e observar. Pb2+(aq) + Cu → Em um tubo de ensaio colocar solução de sulfato de cobre (aproximadamente 2,0 mL). Adicionar zinco metálico, aguardar 5 minutos, agitar e observar. Cu2+(aq) + Zn → Em um tubo de ensaio colocar solução de sulfato de zinco (aproximadamente 2,0 mL). Adicionar aparas de cobre, agitar e observar. Zn2+(aq) + Cu → Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Em um tubo de ensaio colocar solução de nitrato ou acetato de chumbo (aproximadamente 2,0 mL). Adicionar zinco metálico, aguardar 5 minutos, agitar e observar. Pb2+(aq) + Zn → Em um tubo de ensaio colocar solução de sulfato de zinco (aproximadamente 2,0 mL). Adicionar chumbo metálico, agitar e observar. Zn2+(aq) + Pb → Colocar os metais estudados em ordem decrescente da força redutora. III.4.Reações entre um metal e diferentes ácidos. III.4.1.Testar a ação dos diferentes ácidos sobre o ferro metálico. Procedimento geral - Em um tubo de ensaio contendo 1,0 mL do ácido, colocar 2 a 3 raspas de ferro, previamente limpas. Aquecer ligeiramente em banho-maria, se necessário, e identificar os gases desprendidos por queima e com papel de pH. Verificar também a presença de Fe2+ ou Fe3+ nas soluções resultantes, através de ferricianeto de potássio (K3[Fe(CN)6], solução recém-preparada) e tiocianato de potássio (KSCN). a) Fe(s) + H2SO4(conc) → b) Fe(s) + H2SO4(1,0 mol L-1) → c) Fe(s) + HCl(conc.) → d) Fe(s) + HCl(1,0 mol L-1) → III.4.2.Testar a ação dos diferentes ácidos sobre o alumínio metálico. Utilizar um pedaço de folha de alumínio para cada um dos seguintes ensaios de reatividade: a) Al(s) + H2SO4(conc) → Departamento de Química Inorgânica– IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 b) Al(s) + H2SO4(1,0 mol L-1) → c) Al(s) + HNO3(conc) → d) Al(s) + HNO3(1,0 mol L-1) → e) Al(s) + HCl(conc) → f) Al(s) + HCl(1,0 mol L-1) → OBSERVAÇÃO: repetir a quente os casos em que não houve reação a frio. III.4.3.Reações em alumínio amalgamado. Colocar quatro pedaços de folha de alumínio em um bequer de 100 mL com uma fina camada de solução 0,1 mol L-1 de cloreto de mercúrio(II), HgCl2. Aquecer com agitação até a ebulição. Remover os pedaços de alumínio com uma pinça e lavar exaustivamente com água. Utilizar um pedaço para cada ensaio. Observe e interprete o que acontece: a) Al(Hg) (s) + H2O(l) → b) Al(Hg) (s) + Cu2+(aq) → c) Al(Hg) (s) + Pb2+(aq) → d) Al(Hg) (s) + O2(ar) → OBSERVAÇÃO: Colocar os pedaços de alumínio amalgamado resultantes das reações acima em frasco separado. IV. CÁLCULOS E QUESTÕES Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 9. REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO I. INTRODUÇÃO As reações de oxirredução estão entre as reações químicas mais comuns e importantes. Estão envolvidas em uma grande variedade de processos importantes como a corrosão, a fabricação e ação de alvejantes e a respiração dos animais. Estas reações envolvem a transferência de elétrons de uma substância para outra. O termo oxidação se refere à perda e redução ao ganho de elétrons. Como em uma transformação química o número de elétrons se mantem constante, oxidação e redução ocorrem simultaneamente. Até o momento executamos alguma reação redox nas aulas anteriores, por exemplo, a reação entre zinco metálico e ácido clorídrico diluído, a qual produz o íon Zn2+(aq) e hidrogênio. A transferência de elétrons que ocorre nesta reação produz energia na forma de calor; a reação é favorecida na direção dos produtos e ocorre espontaneamente. Mas a transferência de elétrons que ocorre durante a reação redox pode também ser usada para produzir energia na forma de eletricidade. O aparato experimental usado neste caso é chamado célula eletroquímica. Como a reação ocorre espontaneamente é denominada de cela galvânica ou voltaica. Neste caso a transferência de elétrons não ocorre diretamente entre os reagentes, mas por um condutor metálico externo. Na Figura 1 está exemplificada uma célula eletroquímica. Podemos perguntar: por que os elétrons são transferidos espontaneamente de uma espécie (agente redutor) para outra espécie (agente oxidante), seja pelo contato direto dos reagentes em solução ou através de um condutor externo? Podemos comparar o fluxo de elétrons provocado por uma célula voltaica com o fluxo de água em uma queda d’água por causa da diferença na energia potencial entre o topo da queda e o rio abaixo. Similarmente, os elétrons fluem do anodo (oxidação – perda de elétrons) para o catodo (redução – ganho de elétrons) devido à diferença de energia potencial. A energia potencial dos elétrons é mais alta no agente redutor que no agente oxidante e eles fluem espontaneamente por um circuito externo ou pelo contato em solução. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 A diferença de potencial entre dois eletrodos em uma célula fornece a força diretora que empurra os elétrons por um circuito externo. Esta diferença é chamada força eletromotriz (fem) ou potencial da célula. A sua unidade é o Volt (V) e para uma reação espontânea seu valor será positivo. Existem também situações em que a energia elétrica é empregada para fazer determinados processos não espontâneos ocorrerem. Neste caso temos uma cela eletrolítica e será discutida na próxima aula. II. OBJETIVO Nesta aula serão apresentados por meio de reações químicas os conceitos de oxidação e redução, agente oxidante e agente redutor, força do oxidante e força do redutor e suas implicações com a tabela de potenciais de redução. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1. Célula Galvânica. A pilha de Daniell. (Demonstração) Colocar em dois becheres de 50 mL, respectivamente, 25 mL de solução 1,0 mol L-1 de ZnSO4 e 25 mL de solução 1,0 mol L-1 de CuSO4. Introduzir no becher com solução de sulfato de zinco um bastão de zinco e no becher com solução de sulfato de cobre um bastão de cobre. Ligar as soluções dos dois becheres por meio de uma ponte salina - tubo em U com solução saturada de K2SO4 ou uma tira de papel de filtro embebido com solução de um eletrólito. Ligar os eletrodos a um voltímetro. Anotar a voltagem. Retirar a ponte salina e observar o voltímetro. a) Escreva as semi-reações responsáveis pela transferência de elétrons. b) Indique o anodo e o catodo na pilha de Daniell. c) Quais as funções da ponte salina? Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 ponte salina V eletrodo de cobre solução de Cu(II) eletrodo de zinco solução de Zn(II) Figura 1: Cela eletroquímica galvânica. III.2. Força do redutor e do oxidante e a espontaneidade das reações. (Trabalhe com a tabela de potenciais de redução, em anexo!) Colocar em três tubos de ensaio, 1,0 mL da solução 0,1 mol L-1 de KI e 5 gotas de solução de H2SO4 concentrado. Ao primeiro tubo, adicionar 5 gotas de solução de KMnO4 0,2 mol L-1, ao segundo 5 gotas de solução de K2Cr2O7 0,1 mol L-1 e ao terceiro 5 gotas de solução de Fe2(SO4)3 (ou FeCl3) 0,1 mol L-1. OBSERVAR se ocorre reação, caso necessário aquecer levemente. Repetir o procedimento anterior usando, ao invés de KI; 1,0 mL de solução 0,1 mol L-1 de KBr. Repetir novamente usando agora; 1,0 mL de solução 0,1 mol L-1 NaCl. O(l)H 8 + (aq)X + (aq)Mn 2 (aq)H 16 + (aq)X 10 + (aq)MnO 2 22+2+--4 → O(l)H 7 +(aq)X 3 + (aq)Cr 2 (aq)H 14 +(aq)X 6 + (aq)OCr 22+3+--2 72 → (aq)Fe 2 + (aq)X (aq)X 2 + (aq)Fe 2 +22-+3 → onde X- = halogeneto. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Com base nos resultados experimentais, ordenar os agentes oxidantes Fe3+, Cr2O72- e MnO4- em ordem decrescente da força oxidante. Ordenar também os agentes redutores I-, Br- e Cl- em ordem decrescente da força redutora. O que podemos concluir sobre o comportamento químico dos halogênios? III.3. Influência do meio na força do oxidante e do redutor. Colocar em um tubo de ensaio 5 gotas de solução de K2Cr2O7 0,1 mol L-1 e alcalinizar com 5 gotas da solução 1,0 mol L-1 NaOH. Adicionar 10 gotas da solução 0,1 mol L-1 de KI. OBSERVE se ocorreu reação. Acidular com 5 gotas de H2SO4 18 mol L-1. OBSERVAR. Aquecer levemente o sistema. O(l)H + (aq)CrO 2 (aq)OH 2 +(aq)OCr 2-24--272 → Equação iônica da oxidação do I- a I2 por dicromato em meio ácido. O(l)H 7+ (aq)I 3 +(aq)Cr 2 (aq)H 14 + (aq)I 6 + (aq)OCr 22+3+--2 72 → Como identificar o iodo no ensaio acima? Que outros métodos de identificação de iodo você conhece? III.4. O uso da equação iônica para expressar a oxirredução. Colocar em um tubo de ensaio 0,5 mL de água, 5 gotas de solução 0,2 mol L-1 de KMnO4 e 5 gotas de H2SO4 concentrado. Em seguida acrescentar 10 gotas de H2C2O4 0,1 mol L-1. Caso necessário, aquecer o tubo de ensaio nas palmas das mãos e OBSERVAR o que ocorre. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 O(l)H 8 + (g)CO 10 + (aq)Mn 2 (aq)H 16 +(aq)OC 5 +(aq)MnO 2 22+2+-2 42- 4 → E se em vez de ácido oxálico usássemos oxalato de sódio ou de amônio? III.5. Influência do meio na redução do íon permanganato.OH- H2O H+ MnO4− → MnO42− ; MnO4− → MnO2(s); MnO4− → Mn2+ violeta verde castanho incolor Em um tubo de ensaio colocar ≅1 mL de solução 0,2 mol L-1 de KMnO4, 0,5 mL de solução 6,0 mol L-1 NaOH e alguns cristais de Na2SO3 . OBSERVAR e justificar o fenômeno. Aquecer ligeiramente e observar com atenção a variação de cor. Repetir o procedimento anterior, mas ao invés de NaOH acrescentar 0,5 mL de H2SO4 3,0 mol L-1, aquecer e OBSERVAR. Em meio alcalino: (aq)OH + (aq)SO 3 + (s)MnO 2 O(l)H 2 + (aq)SO 3 + (aq)MnO 2 O(l)H + (aq)SO + (aq)MnO 2 (aq)OH 2 + (aq)SO + (aq)MnO 2 --2 422 -2 3 - 4 2 -2 4 -2 4 --2 3 - 4 → → Em meio ácido: O(l)H 3 + (aq)SO 5 + (aq)Mn 2 (aq)H 6 + (aq)SO 5 +(aq)MnO 2 2-24+2+-2 3-4 → III.6. Propriedades redutoras e oxidantes do peróxido de hidrogênio. A 1,0 mL de solução de FeSO4 0,1 mol L-1 adicionar gotas de NaOH 6,0 mol L-1 até a precipitação. Juntar gota a gota 1,0 mL de H2O2 10 %. Observar. Escreva as reações envolvidas. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Coloque 1,0 mL de água destilada em um tubo de ensaio e junte 2 a 3 gotas de KMnO4 0,1 mol L-1, 2 a 3 gotas de H2SO4 3,0 mol L-1 e 2 a 3 gotas de H2O2 10%. Observar. Aquecer se necessário. 5H2O2(aq)+ 2KMnO4(aq) + 3H2SO4(aq) → K2SO4(aq)+ 2MnSO4(aq) + 8H2O(l) + 5 O2(g) IV. CÁLCULOS E QUESTÕES Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 ANEXO 1: Tabela de Potenciais-Padrão de Redução Meia-reação E0/V Li+ (aq) + e- → Li (s) -3,05 K+ (aq) + e- → K (s) -2,93 Ba2+ (aq) + 2e- → Ba (s) -2,90 Sr2+ (aq) + 2e- → Sr (s) -2,89 Ca2+ (aq) + 2e- → Ca (s) -2,87 Na+ (aq) + e- → Na (s) -2,71 Mg2+ (aq) + 2e- → Mg (s) -2,37 Be2+ (aq) + 2e- → Be (s) -1,85 Al3+ (aq) + 3e- → Al (s) -1,66 Mn2+ (aq) + 2e- → Mn (s) -1,18 2H2O + 2e- → H2 (g) + 2OH- (aq) -0,83 Zn2+ (aq) + 2e- → Zn (s) -0,76 Cr3+ (aq) + 3e- → Cr (s) -0,74 Fe2+ (aq) + 2e- → Fe (s) -0,44 Cd2+ (aq) + 2e- → Cd (s) -0,40 PbSO4 (s) + 2e- → Pb (s) + SO42- (aq) -0,31 Co2+ (aq) + 2e- → Co (s) -0,28 Ni2+ (aq) + 2e- → Ni (s) -0,25 Sn2+ (aq) + 2e- → Sn (s) -0,14 Pb2+ (aq) + 2e- → Pb (s) -0,13 2H+ (aq) + 2e- →→→→ H2 (g) 0,00 Sn4+ (aq) + 2e- → Sn2+ (aq) +0,13 Cu2+ (aq) + e- → Cu+ (aq) +0,15 SO42- (aq) + 4H+ (aq) + 2e- → SO2 (g) + 2H2O +0,20 AgCl (s) + e- → Ag (s) + Cl- (aq) +0,22 Cu2+ (aq) + 2e- → Cu (s) +0,34 O2 (g) + 2H2O + 4e- → 4OH- (aq) +0,40 I2 (s) + 2e- → 2I- (aq) +0,53 MnO4- (aq) + 2H2O + 3e- → MnO2 (s) + 4OH- (aq) +0,59 O2 (g) + 2H+ (aq) + 2e- → H2O2 (aq) +0,68 Fe3+ (aq) + e- → Fe2+ (aq) +0,77 Ag+ (aq) + e- → Ag (s) +0,80 Hg22+ (aq) + 2e- → 2Hg (l) +0,85 2Hg2+ (aq) + 2e- → Hg22+ (aq) +0,92 NO3- (aq) + 4H+ (aq) + 3e- → NO (g) + 2H2O +0,96 Br2 (l) + 2e- → 2Br- (aq) +1,07 O2 (g) + 4H+ (aq) + 4e- → 2H2O +1,23 MnO2 (s) + 4H+ (aq) + 2e- → Mn2+ (aq) + 2H2O +1,23 Cr2O72- (aq) + 14H+ (aq) + 6e- → Cr3+ (aq) + 7H2O +1,33 Cl2 (g) + 2e- → 2Cl- (aq) +1,36 Au3+ (aq) + 3e- → Au (s) +1,50 MnO4- (aq) + 8H+ (aq) + 5e- → Mn2+ (aq) + H2O +1,51 Ce4+ (aq) + e- → Ce3+ (aq) +1,61 H2O2 (aq) + 2H+ (aq) + 2e- → 2H2O +1,77 Co3+ (aq) + e- → Co2+ (aq) +1,82 O3 (g) + 2H+ (aq) + 2e- → O2 (g) + H2O +2,07 F2 (g) + 2e- → 2F- (aq) +2,87 Nota: Esses valores foram obtidos para o estado padrão, isto é, concentração 1 mol/L para espécies em solução e 1 atm para espécies gasosas a 25°C. Existem tabelas especializadas para outras condições. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 10. ELETRÓLISE I. INTRODUÇÃO Como já mencionado na aula prática de reações de oxirredução, a eletricidade também pode ser usada para realizarmos reações de transferência de elétrons não espontâneas. Por exemplo, eletricidade pode ser usada para decompor cloreto de sódio fundido em seus componentes: 2 NaCl (l) → 2 Na (l) + Cl2 (g) Tais processos, produzidos por uma fonte externa de energia elétrica, são chamados reações de eletrólise e ocorrem em células eletrolíticas. Uma célula eletrolítica consiste em dois eletrodos imersos em um sal fundido ou uma solução. Uma bateria ou qualquer fonte de corrente elétrica age como bomba de elétrons dentro de um eletrodo e puxando-os do outro eletrodo. Analogamente à célula voltaica, no anodo ocorre a reação de oxidação e no catodo a redução. O eletrodo da célula eletrolítica, conectado ao terminal negativo da fonte de voltagem é o catodo da célula; ele recebe elétrons usados para reduzir a espécie. Os elétrons removidos durante o processo de oxidação no anodo migram para o terminal positivo da fonte de tensão, assim completando o circuito da célula. A eletrólise de sais fundidos é um importante processo industrial para a produção de metais ativos, como sódio e alumínio. No entanto, devido aos altos pontos de fusão das substâncias iônicas, a eletrólise de sais fundidos necessita de altas temperaturas. Também é possível realizar a eletrólise em solução aquosa do sal, porém a água é parte importante a ser considerada. Devemos considerar se a água é oxidada (formando O2) ou reduzida (formando H2) no lugar dos íons do sal. Quando eletrolisamos uma solução aquosa de NaCl, pelos valores da tabela de potenciais de redução, esperamos que a água se oxide. Porém os experimentos mostram que o íon Cl- se oxida no lugar da água. Este resultado ocorre por causa da cinética do processo do eletrodo; mesmo que a oxidação da água seja termodinamicamente favorecida, a energia de ativação para a oxidação do cloreto é mais baixa, logo ela é cineticamente favorecida. Este efeito cinético é também identificado de outra Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 forma. É comum encontrarmos que o potencial necessário para que uma reação ocorra é consideravelmente maior que o potencial do eletrodo indica. O potencial adicional necessário para provocar a eletrólise é chamado sobrepotencial (ou sobretensão). No caso da eletrólise da solução aquosa de NaCl, o sobrepotencial para a oxidação da água é extremamente elevado e Cl2 é então formado. II. OBJETIVOS Nesta aula iremos realizar a eletrólise de diferentes soluções aquosas comparando os resultados obtidos com a tabela de potenciais, identificando os efeitos da sobretensão nas células eletrolíticas e a influência do material que compõe os eletrodos. III. PARTE EXPERIMENTAL III.1 Eletrólise da água – aparelho de Hoffman. (Demonstração) corrente contínua (g)O +(g)H 2 O(l)H 2 22contínua corrente2 → Apresente as semi-reações de oxidação e redução da água. Departamento de Química Inorgânica – IQ / UFRJ IQG 128 / IQG 231 Com o funcionamento do Aparelho de Hoffman como determinar em qual eletrodo ocorre formação de H2 ou de O2? Como identificar estes gases? III.2. Eletrólise de soluções aquosas. Aparelhagem necessária: Tubo em U, 2 pares de eletrodos, um de grafita, outro de cobre e fonte de corrente contínua. Procedimento: Encher o tubo em U com a solução a ser eletrolisada, colocar os eletrodos e conectá-los com a fonte de corrente contínua. Deixar o sistema ligado por algum tempo e anotar todos os fenômenos observados. Explicar para cada solução eletrolisada as reações que ocorrem no ânodo e no cátodo, usando a tabela de potenciais padrão em anexo. 1. Quando a mesma solução for eletrolisada
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