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VYGOTSKY - A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

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A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM NA VISÃO SÓCIO- 
INTERACIONISTA DE VYGOTSKY 
 
 
Resumo: O estudo desse artigo visa destacar a importância da aquisição da 
linguagem numa perspectiva sócio-interacionista, com base nos fundamentos 
de Vygotsky, o qual considera o ser humano como essencialmente social e 
histórico, nas relações com os outros homens, e em constante interação social 
e troca comunicativa. Dentro desse pressuposto e intermediada pela linguagem 
é que a criança vai se humanizando, isto é, adquirindo conhecimento do mundo 
e de si própria. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A linguagem intervém no processo de desenvolvimento da criança desde 
o nascimento. Decorrente de sua interação com o mundo, a criança, 
gradativamente, vai apropriando-se da linguagem em suas relações com os 
objetos e com o outro, quer seja criança ou adulto. 
A aquisição da linguagem representa uma questão fundamental na 
Teoria Lingüística e no estudo da Cognição Humana. O estudo da aquisição 
da linguagem objetiva explicitar a forma como a pessoa parte de um estado no 
qual não possui qualquer forma de expressão verbal sem a necessidade de 
aprendizagem formal, incorpora a língua de sua comunidade nos primeiros 
anos de vida, adquirindo um modo de expressão e de interação social dela 
dependente. Vygotsky considera a linguagem como constituidora das funções 
mentais superiores sendo que o conhecimento é adquirido nas relações entre 
as pessoa através da linguagem e da interação social, acredita que é no 
significado da palavra que o sujeito encontra as repostas referentes às 
questões sobre pensamento e fala. 
A fim de obtermos um maior esclarecimento sobre questões relacionadas 
à aquisição da linguagem pela criança, buscou-se por base à teoria sócio–
 interacionista de Vygotsky. 
 
Vygotsky: uma breve história 
Lev Semyonovitch Vygotsky nasceu em 05 de novembro de 1896 na Bielo-
Rússia, que depois (em 1917) ficou incorporada à União Soviética, e 
mais recentemente voltou a ser Bielo-Rússia. Nasceu no mesmo ano que 
Piaget, mas viveu muitíssimo menos que este, pois morreu de tuberculose em 
1934, antes de completar 38 anos. Foi o primeiro psicólogo moderno a sugerir 
os mecanismos pelos quais a cultura torna-se parte da natureza de cada 
pessoa ao insistir que as funções psicológicas são um produto de atividade 
cerebral. Conseguiu explicar a transformação dos processos psicológicos 
elementares em processos complexos dentro da história. 
As principais obras de Vygotsky traduzidas para o português são "A 
formação social da mente", "Psicologia e pedagogia" e "Linguagem, 
desenvolvimento e aprendizagem", “A Construção do Pensamento e 
Linguagem” (obra completa), 
“Teoria e Método em Psicologia”, “Psicologia Pedagógica”. 
Vygotsky morreu em 1934, e sua obra permaneceu desconhecida no Ocidente 
até os anos 60, principalmente por razões políticas. Teve dois 
artigos publicados em periódicos americanos nos anos 30, e apenas em 1962 
saiu nos Estados Unidos o livro Pensamento e Linguagem. 
Ao lado de colaboradores como Luria, Leontiev e Sakharov, entre 
outros, apresenta-nos conceitos importantes. Suas maiores contribuições estão 
nas reflexões sobre o desenvolvimento infantil e sua relação com a 
aprendizagem em meio social, e também o desenvolvimento do pensamento e 
da linguagem. 
 
As Abordagens Teóricas em aquisição da Linguagem 
 
As primeiras pesquisas sobre aquisição da Linguagem foram realizadas 
entre1876 e 1926 e preocupavam-se em observar o surgimento e o 
desenvolvimento da linguagem nas crianças. Esses estudos iniciais eram 
baseados em diários elaborados por lingüistas e filólogos a partir do registro da 
fala espontânea dos próprios filhos. Esses diários tinham como objetivo 
registrar o que as crianças faziam com relação à linguagem, a partir de uma 
observação constante configurando,assim, pesquisas longitudinais. Eram 
trabalhos descritivos e relativamente intuitivos, pois os pesquisadores não 
sabiam ainda ao certo o que estavam procurando. 
Por volta de 1926 – 1957 se deram o período dos estudos de 
grandes amostras, quando cresceu significativamente o número de pesquisas 
sobre aquisição da linguagem. Esses estudos eram baseados na observação 
sistemática de vários sujeitos, objetivando descrever o que é o comportamento 
normal em aquisição da linguagem. Essas observações de grandes grupos 
perdiam, no entanto desenvolvimentos individuais importantes. 
Segundo a visão teórica Behaviorista (Skinner), que assumia 
que aprendizagem de uma língua se dava pela exposição ao meio e em 
decorrência da imitação e do reforço. O ponto de vista teórico Behaviorista 
defendia que o ser humano aprende por condicionamento, assim como 
qualquer outro animal, porém, como pondera Matzenauer (2004), se uma 
criança adquiri uma língua por imitação,como se explicaria o fato de formar 
frases ou palavras que nunca ouviu? 
A partir do fim da década de 50, os estudos de Noam Chomsky impulsionam os 
trabalhos em aquisição da linguagem, com base na posição assumida de que a 
 linguagem é inata. Para o pesquisador, a linguagem é uma notação genética 
do ser humano. Segundo a teoria inatista o ser humano vem “equipado” como 
uma gramática universal. A criança nasce pré-programada para adquirir a 
linguagem e é capaz de, a partir da exposição à fala, construir suas hipóteses 
sobre a língua a que está imersa. Ela vai apenas moldando-se às 
especificidades da sua língua. 
“A visão cognitivista construtivista (Piaget) entende a aquisição da 
linguagem como dependente do desenvolvimento da inteligência da criança. 
Sob esse ponto de vista, a linguagem surge quando a criança desenvolve a 
função simbólica. É necessária a mediação do outro entre a criança e o mundo” 
(SCARPA, 2003), porém a criança não espera passivamente o conhecimento, 
mas constrói tal conhecimento a partir das relações estabelecidas através 
dessa mediação. 
A visão interacionista social (Vygotsky) considera os fatores 
sociais, comunicativos e culturais para aquisição da linguagem, estudando as 
características da fala dos adultos. Segundo esse ponto de vista teórico a 
interação social e a troca comunicativa são pré-requisitos básicos para 
aquisição da linguagem. Nessa perspectiva, a linguagem é atividade 
constitutiva do conhecimento de mundo e acriança se constrói como sujeito. 
Sem linguagem, o ser humano não é social, nem histórico, nem cultural. 
 
 
 
0 Sócio-Interacionismo de Vygotsky 
 
Na teoria sócio-interacionista que teve em Vygotsky seu maior expoente, 
uma nova abordagem fica evidenciada. Seus pressupostos partem da idéia de 
homem enquanto corpo e mente, enquanto ser biológico e social e enquanto 
participante de um processo histórico cultural. 
Essa nova abordagem pode ser assim resumida: Privilegia o ambiente social; 
O desenvolvimento varia conforme o ambiente; Não aceita uma visão única 
e universal do desenvolvimento humano; A relação homem / mundo é uma 
relação mediada por instrumentos (símbolos); Desenvolvimento e 
aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente; quanto mais 
aprendizagem mais desenvolvimento; 
A linguagem tem uma função central no desenvolvimento cognitivo, com 
a aquisição da linguagem modificam-se todos os processos mentais; a 
linguagem é fator de interação social. O uso dos signos como instrumentos das 
atividades psicológicas, transforma as funções mentais elementares (ações 
reflexas; reações automatizadas) em processos mentais superiores (ações 
conscientementecontroladas; atenção voluntária; memorização ativa; 
pensamento abstrato; comportamento). Intencional (capacidade para solução 
de problemas).O indivíduo percebe e organiza o real através dos dados 
fornecidos pela cultura. Os sistemas de representação e a linguagem 
constituem os instrumentos psicológicos que fazem a mediação entre o 
indivíduo e o mundo. 
Toda forma superior de comportamento aparece duasvezes durante 
seu desenvolvimento: primeiro como forma coletiva, como um procedimento 
externo do comportamento, isto é, interpsicológica, para depois se converter 
em individual, em uma forma de comportamento da própria pessoa, isto é, 
intrapsicológica. 
Este processo de interiorização implica uma verdadeira reconstrução 
daquilo que em princípio foi manifestado em nível externo. Dessa forma, o 
desenvolvimento cultural da criança tem origem social, em duplo sentido 
(WERTSCH, 1988, In Coll 1996:28). É evidente para Vygotsky a idéia de que o 
indivíduo reconstrói e reelabora os significados transmitidos pelo seu grupo 
cultural 
Através dos postulados de reconstrução e reelaboração dos 
significados culturais que Vygotsky desenvolveu o conceito de Zona de 
Desenvolvimento Proximal (ZDP), pois, só é possível à criança realizar ações 
que estão próximas daquelas que ela já consolidou. 
Segundo Vygotsky, a ZDP constitui-se em dois níveis: o nível 
de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. A capacidade 
de realizar tarefa sozinha constitui-se no nível de desenvolvimento real, 
enquanto que o nível de desenvolvimento potencial é a etapa em que a criança 
desempenha tarefas com a ajuda do outro. 
 
 
 
"Essa possibilidade de alteração de desempenho de uma pessoa pela 
interferência de outra éfundamental na teoria de Vygotsky. Em primeiro lugar 
porque representa, de fato, um momento do desenvolvimento: não é qualquer 
indivíduo que pode, a partir da ajuda do outro, realizar qualquer tarefa. Isto é, a 
capacidade de se beneficiar de uma colaboração de outra pessoa vai ocorrer 
num certo nível de desenvolvimento, não antes". (OlLIVEIRA, 1993:59). 
O nível de desenvolvimento potencial caracteriza-se, portanto em uma 
etapa na qual a interferência do outro, afeta significativamente o resultado da 
ação individual. 
 
 
 
A vivência em sociedade, para Vygotsky, é essencial para a transformação 
do homem biológico em ser humano. É pela aprendizagem nas relações com 
os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso 
desenvolvimento mental. A criança nasce dotada apenas de funções 
psicológicas elementares, como os reflexos e a atenção involuntária. Com o 
aprendizado cultural, no entanto, parte destas funções básicas transforma-se 
em funções psicológicas superiores, como aconsciência, o planejamento e a 
deliberação, características exclusivas do homem. 
Isso não significa que o indivíduo seja como o espelho, apenas refletindo o 
que aprende. 
 
 
 
As informações intermediadas são reelaboradas numa espécie de 
linguagem interna. É isso que caracterizará a individualidade. Por isso a 
linguagem é duplamente importante para Vygotsky. Além de ser o principal 
instrumento de mediação do conhecimento entre os seres humanos, ela tem 
relação direta com o próprio desenvolvimento psicológico. Nenhum 
conhecimento é construído pela pessoa sozinha, mas sim em parceria com as 
outras, que são os mediadores 
 
 
 
Desenvolvimento do pensamento e da linguagem 
 
No que diz respeito ao papel da linguagem no desenvolvimento e a relação 
de linguagem e pensamento Vergnaud, (1993) “expõe que para Vygotsky a 
linguagem é instrumento constitutivo do pensamento”. Ela é entendida como 
sistema simbólico que tem como funções o intercambio social, ou seria a 
comunicação entre os indivíduos, o que permite a transmissão, preservação e 
assimilação de informações e experiências acumuladas pelo homem ao longo 
de sua historia e o pensamento generalizante que seria a classificação dos 
objetos, ordenando o real por meio deconceitos, tornando a linguagem 
elemento constitutivo do pensamento. Além de regular a própria conduta e a do 
outro, a linguagem permite lidar com o mundo físico e social e planejar nossas 
próprias ações. 
Para Vygotsky (1934/2001) pensamento e linguagem estão atrelados, um 
não acontece sem o outro, embora possuam trajetórias distintas até que ocorra 
uma ligação entre eles. Assim a principio, na fase pré-verbal na aquisição da 
linguagem, o pensamento e a linguagem independem um do outro: As crianças 
pequenas e os animais partem de uma inteligência prática, ou seja, utiliza-se 
de instrumentos como mediados entre eles e o mundo, e não signos. Por volta 
dos dois anos de idade, a criança passa a utilizar a fala de uma forma 
intelectualizada com a função simbólica generalizante. O pensamento torna-se 
verbal e a fala intelectual, unindo as duastrajetórias, possibilitando a 
comunicação, organizada agora via sistema de signos. É no significado da 
palavra que fala e pensamento se unem em pensamento verbal; é o significado 
que possibilita a comunicação entre os usuários da linguagem. Segundo 
Vygotsky o desenvolvimento ocorre do social para o individual, da fala social 
para a fala interior, ou seja, o sujeito internaliza a linguagem utilizada em sua 
sociedade, para isso passa pela fala egocêntrica e culmina com a fala interior. 
Assim, a linguagem, como instrumento do pensamento, evidencia o modo pelo 
qual se interiorizam os padrões de comportamento fornecido pelo seu grupo 
cultural. 
A linguagem é, antes de tudo, social. Portanto, sua função inicial é 
a comunicação, expressão e compreensão. Essa função comunicativa 
está estreitamente combinada com o pensamento. A comunicação é uma 
espécie de função básica porque permite a interação social e, ao mesmo 
tempo, organiza o pensamento. 
Para Vygotsky, a aquisição da linguagem passa por três fases: a 
linguagem social que tem por função denominar e comunicar, e seria a primeira 
linguagem que surge. Depois teríamos a linguagem egocêntrica e a linguagem 
interior, intimamente ligada ao pensamento. 
A progressão da fala social para a fala interna, ou seja, o processamento 
de perguntas e respostas dentro de nós mesmos – o que estaria bem próximo 
ao pensamento, representa a transição da função comunicativa para a 
função intelectual. Nesta transição, surge à chamada fala egocêntrica. Trata-se 
da fala que a criança emite para si mesmo, em voz baixa, enquanto está 
concentrado emalguma atividade. Esta fala, além de acompanhar a atividade 
infantil, é um instrumento para pensar em sentido estrito, isto é, planejar uma 
resolução para a tarefa durante a atividade na qual a criança está entretida 
(Ribeiro, 2005). 
Uma contribuição importante de Vygotsky e seus colaboradores, descrita 
no livro Pensamento e Linguagem (1998), do mesmo autor, é o fato de que, por 
volta dos dois anos de idade, o desenvolvimento do pensamento e da 
linguagem – que até então eram estudados em separado – se fundem, criando 
uma nova forma de comportamento. 
O declínio da vocalização egocêntrica é sinal de que a 
criança progressivamente abstrai o som, adquirindo capacidade de “pensar as 
palavras”, sem precisar dizê-las. Aí estamos entrando na fase do discurso 
interior. Se, durante a fase da fala egocêntrica houver alguma deficiência de 
elementos e processos de interação social, qualquer fator que aumente o 
isolamento da criança, iremos perceber que seu discurso egocêntrico 
aumentará subitamente. Isso é importante para o cotidiano dos educadores, 
em que eles podem detectar possíveis deficiências no processo de 
socialização da criança. (Ribeiro, 2005) O discurso interior é quando as 
palavras passam a ser pensada, sem que necessariamente sejam faladas. É 
um pensamento em palavras. Já o pensamento é um plano mais profundo do 
discurso interior, que tem por função criar conexões eresolver problemas, o que 
não é, necessariamente, feito em palavras. É algo feito de idéias, que muitas 
vezes nem conseguimos verbalizar, ou demoramos ainda um tempo para achar 
as palavras certas para exprimir um pensamento. 
O pensamento não coincide de forma exata com os significados das palavras. 
O pensamento vai além, porque capta as relações entre as palavras de uma 
forma maiscomplexa e completa que a gramática fazna linguagem escrita e 
falada. Para a 
expressão verbal do pensamento, às vezes é preciso um esforço grande 
paraconcentrar todo o conteúdo de uma reflexão em uma frase ou em um 
discurso. 
Finalmente, cabe destacar que o pensamento não é o último plano 
analisávelda linguagem. Podemos encontrar um último plano interior: a 
motivação do 
pensamento, a esfera motivacional de nossa consciência, que abrange 
nossas nclinações e necessidades, nossos interesses e impulsos, nossos 
afetos eemoções. Tudo isso vai refletir imensamente na nossa fala e no nosso 
pensamento. 
 
 
 
(Vygotsky 1998). 
 
 
 
Considerações Finais 
 
A linguagem é duplamente importante para Vygotsky. Além de ser o 
principal instrumento de mediação do conhecimento entre os seres humanos, 
ela tem relação 
direta com o próprio desenvolvimento psicológico. Nenhum conhecimento é 
construído pela pessoa sozinha, mas sim em parceria com as outras, que são 
os mediadores. 
 
 
 
 
 
 
A incorporação do pensamento de Vygotsky em uma teoria da aquisição da 
linguagem o sócio-interacionismo buscou incorporar o papel atribuído à língua, 
entidade que, por ser socialmente compartilhada, ao mesmo tempo em que é 
instrumental na aquisição do conhecimento, introduz a criança no curso de um 
desenvolvimento sócio-historico. 
 
 
A função primaria da linguagem é então comunicar, relacionar socialmente, 
influenciar os circundantes, tanto adultos, quanto crianças. Assim sendo a 
linguagem primordial da criança é social. A linguagem também é plurifuncional 
desenvolve-se a partir da diferenciação da linguagem egocêntrica e linguagem 
comunicativa, ambas sendo igualmente sociais e diferentemente dirigidas. A 
Linguagem interior da criança é à base do seu pensamento tanto autístico 
quanto lógico. Desse modo compreendemos que a linguagem da criança se 
desenvolveria nessa linha: 
 
 
Linguagem Social - Linguagem Egocêntrica - Linguagem Interior. 
 
Ou expressa de outro modo poderia ser Linguagem Exterior – Cochicho - 
Linguagem Interior. 
 
 
 
Neste processo de mudança na linguagem exterior para interior, ela vai do 
social para individual. É este ponto central que Vygotsky crítica o conceito de 
egocentrismo de Piaget. 
 
Em síntese, o domínio da fala, que é um atributo do ser humano, permite a 
criança: a utilização de instrumentos auxiliares o planejamento da ação; o 
controle do seu próprio comportamento e ainda possibilita-lhe o acesso a uma 
forma de contato social privilegiada. 
 
Sendo assim, deduzimos, que se a linguagem é matéria do pensamento e 
também o elemento da comunicação social pode-se afirmar que não há 
sociedade sem comunicação e consequentemente, sem linguagem. 
 
 
 
Referências 
 
 
 
OLIVEIRA, Marta Kohl de, Vygotsky – aprendizado e desenvolvimento em 
processo 
 
 
sócio-histórico. Ed. Scipione, 1993 
 
 
 
PALANGANA, Isilda Companer, Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e 
 
 
 
Vygotsky. ( A relevância social). ED. Plexus, 1998. 
 
 
 
hhttp://www.wikpedia.com.br/ aquisição_ da_ linguagem 12/07/08

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