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Resumo Direito Eleitoral

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RESUMO – DIREITO ELEITORAL
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
	É ramo do direito público e está relacionado à instrumentalização da participação política e à consagração do poder de sufrágio popular, que é o poder de participação do povo na gerência da vida pública, exercido por meio do voto, instrumento para a sua materialização, que por sua vez se distingue do escrutínio, que é a forma como se pratica o voto, o seu procedimento – escrutínio secreto, por ex. O escrutínio secreto visa resguardar o sigilo do voto, assegurado pelo art. 60, II, CF e 103 do CE, para evitar distorções e abusos de poder político, prejudiciais ao regime democrático.
Espécies de sufrágio: 
Universal: todo sufrágio tem alguma espécie de restrição. No universal, tem-se restrições com razoabilidade, tais como, proibição do seu exercício para menores de 16 anos; 
Restrito: restrições desarrazoadas, a ex. da proibição do seu exercício para mulheres;
Plural: mesma pessoa exercer, por mais de uma vez, o direito ao voto (ex.: eleitor votar 3 vezes no mesmo candidato); 
 Singular: prevalece a lógica de Rousseau, pela qual cada homem deve corresponder a um único voto (art. 14, CF).
	O princípio da IMEDIATIDADE do sufrágio é característica do sistema eleitoral brasileiro. (TJMS-2008). Refere-se ao sufrágio do qual resultam diretamente as decisões e os eleitos, sem a constituição de delegados responsáveis pela decisão final. Vale dizer, é o voto destinado a eleger determinado candidato ou partido, sem que haja intermediação de quem quer que seja. Não se votará em colégio eleitoral que escolherá quem exercerá o cargo público, modelo adotado na constituição de 1824.
	O Direito Eleitoral tem por objeto a normatização de todo o processo eleitoral, que se inicia com o alistamento do eleitor (e consequente distribuição do corpo eleitoral) e se encerra com a diplomação dos eleitos, passando pela organização das eleições. Tem por objetivo a garantia da normalidade e da legitimidade do procedimento eleitoral (resultado justo, de acordo com a vontade soberana do povo), viabilizando a democracia (“governo do povo, pelo povo e para o povo” - Abraham Lincoln). Robert Dahl aponta 5 critérios para a caracterização de um regime democrático: 
participação efetiva dos membros da comunidade, com oportunidade de expressar opiniões; 
igualdade de voto; 
entendimento esclarecido, consciência cidadão; 
orçamento participativo; 
inclusão de adultos.
	Sob o argumento da necessidade de um maior controle por parte do eleitorado, foi incluído na Lei 9.504/97 por meio da Lei 12.304/09, o inciso IX do § 1º do art. 11: o pedido de registro deve ser instruído com as PROPOSTAS defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente da República. Na prática, tem apenas conteúdo moral, já que não existe sanção pelo descumprimento das promessas de campanha.
Classificações da democracia: 
Direta: exercício do poder popular sem intermediários. É pouco utilizada. Teve origem na Grécia Antiga, em especial na cidade-estado de Atenas (século IV a.C.); 
Indireta (representativa): pouca atuação efetiva do povo no poder. O povo escolhe, por meio do sufrágio, seus representantes políticos, de forma periódica. Desenvolveu-se a partir da Revolução Francesa e objetiva distanciar o povo do poder; 
***Semidireta (participativa): modelo dominante no mundo contemporâneo. Caracteriza-se pela preservação da representação política, aliada, entretanto, a meio de participação direta do povo, o que se dá por meio dos institutos de democracia participativa (plebiscito, referendo e iniciativa popular de lei – regulamentados pela Lei 9.709/98).
	Diferentemente do voto direto, secreto, universal e periódico, a obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea no Brasil.
	Excepcionalmente, o voto indireto é possível em caso de vacância concomitante dos cargos de prefeito e vice-prefeito ou governador e vice-governador ou ainda presidente e vice-presidente da República, nos últimos 2 anos de mandato.
	O plebiscito, o referendo e as leis de inciativa popular não são as únicas formas de soberania popular previstas na CF, já que em uma democracia semidireta, a ex. do Brasil, além desses três instrumentos, o povo exerce a soberania também pelo voto proferido nas eleições (PR-23ºconcurso).
	O plebiscito e o referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional (incorporação, subordinação ou desmembramento de estado – art. 18, CF), legislativa ou administrativa. São convocados mediante DECRETO legislativo, por proposta de 1/3, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das casas do Congresso Nacional (art. 3º da Lei 9.707/98).
Art. 18. (…).
§ 3º. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
	Convocado o plebiscito, a respectiva matéria submetida à consulta terá sustada sua tramitação até que o resultado das urnas seja proclamado. O referendo pode ser convocado no prazo de 30 dias, a contar da promulgação da lei ou adoção da medida administrativa que se relacione diretamente com a consulta popular (art. 11 da Lei 9.707/98). Serão considerados aprovados ou rejeitados por maioria simples, de acordo com resultado homologado pelo TSE. A principal distinção entre eles é a de que o plebiscito é convocado previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta, e o referendo é convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta.
	Há três hipóteses para realização de um plebiscito: 1) Nas questões de relevância nacional, de competência dos Poderes Executivo e Legislativo; 2) Incorporação, subdivisão ou desmembramento de estados; 3) Criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios. O referendo ocorre somente na primeira hipótese prevista para o plebiscito.
	A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à CÂMARA DOS DEPUTADOS, subscrito, por no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por 5 Estados, com não menos 0,3% dos eleitores de cada um deles (art. 13 da Lei 9.707/98). Deve circunscrever-se a um só assunto e não poderá ser rejeitado por vício de forma.
	Surgida em 1997, a Lei das Eleições (Lei 9.504/97) passou a exercer fundamental papel para a estabilização da democracia brasileira, estabelecendo normas perenes regulamentadoras de temas como coligações, convenções, registro de candidatos, prestação de contas, dentre outros. Prevalecia o casuísmo.
PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL
	Regras X Princípios: Regras disciplinam situações jurídicas no âmbito do chamado “mínimo ético social”, submetem-se a um juízo de validade e possuem grau de abstração reduzido; já os princípios têm maior grau de abstração, coexistem diante de um conflito, por meio de juízo de ponderação de valores.
Princípio da Lisura das Eleições: respalda-se na busca da verdade real, possibilitando até a produção de PROVAS DE OFÍCIO pelo juiz no processo eleitoral, a fim de formar seu convencimento. Deve-se, no entanto, observar a Súmula 18 do TSE: conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei 9.504/97.
Princípio do Aproveitamento do Voto: o juiz deverá abster de pronunciar nulidades sem prejuízo (in dubio pro voto). Ex. de votodado a candidato inexistente em uma eleição proporcional, mas que permita a identificação do partido. O voto deve ser validado como voto de legenda (art. 176 do CE).
	De igual modo, a interpretação do art. 224 do CE pelo TSE (AC 665, j.17.08.09), segundo a qual ele não se aplica quando, VOLUNTARIAMENTE, mais da metade dos eleitores decidirem anular o voto ou votar em branco, de ordem que a validade da votação deve ser aferida tendo em conta apenas os votos atribuídos efetivamente a candidatos. Nesse sentido, por ex., só se realizaria uma nova eleição caso fosse declarada a nulidade dos votos do candidato mais votado, com maioria absoluta, após o pleito, sob pena de se privilegiar a minoria. Nesse caso, marca-se nova eleição no prazo de 20 a 40 dias (art. 224, CE).
Princípio da Celeridade: É uma das principais características do processo eleitoral. Ex. prazos recursais (em regra, são de 3 dias) e da inclusão do art. 97-A na Lei 9.504/97 pela Lei 12.034/09, consignando expressamente a razoável duração do processo eleitoral que possa resultar na perda de mandato eletivo, sob pena de o magistrado incorrer em desobediência e representação perante o CNJ.
Princípio da Anualidade Eleitoral (ou da Anterioridade): Previsto no art. 16 da CF (“a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data da sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data da sua vigência”). Objetiva preservar a segurança jurídica. Divergência quanto à expressão “processo eleitoral” (discussão travada quanto à Lei da Ficha Limpa), sendo que não estariam abrangidas nela as regras de caráter meramente instrumental e que não venham a causar desequilíbrio nas eleições. Objetiva evitar a desigualdade e a deformidade nas eleições.
	Segundo o STF, o referido princípio também se aplica em casos de mudança jurisprudencial de entendimento consolidado.
Princípio da Moralidade Eleitoral: Análise da vida pregressa e da moralidade como condições de elegibilidade ou causas de inelegibilidade. No julgamento da ADPF 144, ajuizada pela AMB, o STF entendeu à época que o mandamento do art. 14, § 9º, da CF era de eficácia limitada e dever-se-ia observar a presunção de inocência. No entanto, foi aprovado no Congresso Nacional projeto de lei de iniciativa popular (encampado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), dando azo à LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), com previsão de possibilidade de decretação de inelegibilidade de postulante a cargo eletivo que estivesse respondendo a processo criminal, mesmo sem o trânsito em julgado, desde que com decisão de órgão colegiado do Poder Judiciário, flexibilizando o princípio da presunção de inocência (o STF, no julgamento conjunto das ADCs 29 e 30 e ADI 4578, por maioria, julgou constitucional a LC 135/2010, permitindo sua aplicação nas eleições de 2012, alcançando atos e fatos ocorridos antes da sua vigência).
	Não obstante a garantia da presunção de não culpabilidade, a norma inscrita no artigo 14, § 9º, da CF, autoriza restringir o direito fundamental à elegibilidade, em referência aos postulados da moralidade e da probidade administrativa. (MPMG-2010).
SISTEMAS ELEITORAIS
	É o conjunto de critérios utilizados para definir os vencedores em um processo eleitoral (regras do jogo eleitoral). A legitimidade do regime político-democrático reside na autoridade do povo e na consagração não só dos direitos das maiorias, mas também das minorias.
1) Majoritário. Adotado para as eleições de presidente da república, governador de estado, prefeito e senador da república. É considerado eleito o candidato que obtenha a maior soma de votos sobre os seus competidores, considerando-se tão somente os votos válidos. Desprezam-se, pois, os votos em branco, nulos e as abstenções, já que não têm nenhum valor. Lembrar que não é nula a votação quando a maioria dos eleitores opta pelo voto nulo (TJPE-2011). É utilizado nas formas:
Simples: adotado para senadores da república e prefeitos de municípios com até 200mil eleitores, sendo realizado em turno único;
Absoluto: para presidente da república, governadores e prefeitos de municípios com mais de 200mil eleitores. Caso não haja maioria absoluta, haverá 2º turno entre os dois mais votados.
2) Proporcional. Repartição aritmética das vagas, objetivando que a representação se distribua em proporção às correntes ideológicas ou de interesse dos partidos concorrentes. Foi com a Revolução Francesa em 1789 que surgiu esse ideal: “o Parlamento deveria expressar o mais fielmente possível o perfil do eleitorado” - Mirabeau.
Técnicas de utilização:
Número Uniforme: o número de votos necessários para o preenchimento de uma vaga, em cada circunscrição, é previamente estabelecido por lei;
Quociente Eleitoral: adotada pelo Direito Eleitoral brasileiro nas eleições para deputados e vereadores (arts. 106 a 113 do CE). Consubstancia-se em operações aritméticas sucessivas, para que haja a representação proporcional.
1ª ETAPA: determina-se quociente eleitoral (art. 106, CE: divide-se o número de votos válidos – distribuídos aos candidatos e às legendas – pelo de lugares a preencher, desprezada a fração se igual ou inferior a 0,5, ou equivalente a 1 se superior);
2ª ETAPA: determina-se o quociente partidário (divisão do número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas pelo quociente eleitoral, desprezada a fração – ***no partidário, não há referência se inferior a 0,5 ou superior, conforme art. 107, CE).
	Caso todas as vagas não sejam preenchidas, as restantes observarão o disposto no art. 109 do CE:
“Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes partidários serão distribuídos mediante observância das seguintes regras:
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada Partido ou coligação de Partidos pelo número de lugares por ele obtido, mais um, cabendo ao Partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher;
II - repetir-se-á a operação para a distribuição de cada um dos lugares.
§ 1º. O preenchimento dos Iugares com que cada Partido ou coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida pelos seus candidatos.
§ 2º. Só poderão concorrer à distribuição dos lugares os Partidos e coligações que tiverem obtido quociente eleitoral.”
(Ex.: Partido X: nº de votos válidos/n vagas obtidas + 1; Partido Y: n.º de votos válidos/n vagas obtidas + 1. O que tiver a maior média fica com a vaga e assim sucessivamente).
	Quando dois ou mais partidos estiverem coligados para uma eleição proporcional, seus votos serão computados em conjunto para a determinação do quociente partidário, como se fossem um único partido. Atenção!!! Art. 111. Se nenhum Partido ou coligação alcançar o quociente eleitoral, considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados. Assim, o sistema proporcional seria excepcionalmente substituído pelo sistema majoritário simples. Serão SUPLENTES dos eleitos os candidatos mais votados em cada partido, ou coligação, que não foram eleitos, até o último mais votado do partido ou coligação, que será considerado o último suplente.
	O sistema eleitoral adotado nas eleições para deputados e vereadores no Brasil é o sistema eleitoral proporcional de LISTA ABERTA, cabendo aos eleitores a definição dos nomes dos candidatos; se fosse o sistema de lista fechada, como vem sendo proposto por alguns, os eleitores votariam tão somente nas legendas, não podendo escolher o candidato; os partidos decidiriam antes das eleições a ordem em que os candidatos apareceriam na lista. No sistema proporcional de lista aberta, o eleitor, ao votar em um candidato, contribui para a eleição de todos os demais candidatos do mesmo partido. (MPRR-2008)
	Alguns juristas e lideranças defendem a substituição do sistema proporcional de lista aberta pelo sistema de voto distrital nas eleições para deputados e vereadores. Significaria tão somente a substituição do sistema proporcional pelo majoritário(por ex.: as vagas de deputados federais de um estado seriam distribuídas em distritos. No caso da Bahia, que elege 39 deputados federais, seria dividida em 39 distritos).
3) Misto. Não é adotado no Brasil. Espécies:
Origem Alemã: mais tendente à proporcionalidade. Por esse sistema, elege-se a metade dos deputados por circunscrições distritais e a outra metade em função de listas de base estadual. Defendido por José Serra e Fávila Ribeiro;
Origem Mexicana: maior inspiração no sistema majoritário. 
PARTIDOS POLÍTICOS
“Só a ilusão ou a hipocrisia pode acreditar que a democracia seja possível sem partidos políticos”! “A democracia, necessária e inevitavelmente, requer um Estado de partidos”! (Hans Kelsen)
	No Brasil, é VEDADA a candidatura de pessoa que não esteja filiada a partido político. É considerado pessoa jurídica de direito PRIVADO, estando sua disciplina inserta na CF, Lei 9.096/95 (Lei Geral dos Partidos Políticos), além da própria Lei 9.504/97 (Lei das Eleições).
Na Constituição Federal:
CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
“Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos AUTONOMIA para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (EC 52/06).
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no TSE.
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.”
Na Lei 9.096/95.
	No seu art. 1º, dispõe que o partido político “destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.” O partido político tem natureza de PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO (associação civil). O art. 7º, § 1º, ao dispor sobre a criação e registro dos partidos, disciplina a obrigatoriedade do CARÁTER NACIONAL, verificado por meio do APOIAMENTO MÍNIMO para sua criação (“Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por 1/3, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 1/10% do eleitorado que haja votado em cada um deles.”).
	Antes do registro no TSE, o partido deverá requerer seu registro no cartório do registro civil de pessoas jurídicas do Distrito Federal, quando adquirirá personalidade jurídica, nos seguintes termos:
	Documentos necessários para o registro de partido político no cartório do registro civil de pessoas jurídicas do DISTRITO FEDERAL (art. 8º)
	i) Requerimento dirigido ao cartório, subscrito por, pelo menos, 101 fundadores, com domicílio eleitoral em, no mínimo, em 1/3 dos estados;
	ii) Cópia autenticada da ata da reunião de fundação do partido;
	iii) Exemplares do diário oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e estatuto do novo partido;
	iv) Relação de todos os fundadores com qualificação completa e número do título eleitoral com zona, seção, município e estado;
	v) Nome e função dos dirigentes provisórios e endereço da sede do partido na capital federal.
	A personalidade jurídica do partido não é adquirida com o registro no TSE, mas sim com o registro do partido no cartório de pessoas jurídicas da capital federal (PR-15ºconcurso). Adquirida personalidade jurídica, deve-se obter o apoiamento mínimo (***o TSE não aceita como válidas assinaturas de apoiamento colhidas pela internet). Após o apoiamento mínimo, deverá ser realizado o registro perante o TSE, nos seguintes termos:
	Documentos necessários para o registro de partido político no TSE (art. 9º)
	i) Exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidário, inscritos no registro civil;
	ii) Certidão do registro civil da pessoa jurídica do DF;
	iii) Certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento mínimo de eleitores (prova feita por meio de assinaturas dos eleitores, com menção do respectivo título eleitoral, em listas organizadas por cada zona, sendo a veracidade atestada por escrivão eleitoral).
“Art. 9º. (…).
§ 3º. Protocolado o pedido de registro no TSE, o processo respectivo, no prazo de 48 horas, é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em 10 dias, determina, em igual prazo, diligências para sanar eventuais falhas do processo.
§ 4º. Se não houver diligências a determinar, ou após o seu atendimento, o TSE registra o estatuto do partido, no prazo de 30 dias.”
“Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao TSE.
Parágrafo único. O Partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para anotação:
 I - no TSE, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional;
 II - nos TRE's, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual, municipal ou zonal.”
“Art. 11. O partido com registro no TSE pode credenciar, respectivamente:
 I - delegados perante o Juiz Eleitoral;
 II - delegados perante o TRE;
 III - delegados perante o TSE.
Parágrafo único. Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam o partido perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos estaduais, somente perante o TRE e os Juízes Eleitorais do respectivo Estado, do Distrito Federal ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão municipal, perante o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição.”
	A escolha de fiscais e delegados, pelos partidos ou coligações, não poderá recair em menor de 18 anos ou em quem, por nomeação do Juiz Eleitoral, já faça parte de Mesa Receptora. As CREDENCIAIS de fiscais e delegados serão expedidas, exclusivamente, pelos partidos ou coligações. (CESCE TRE-MS)
	Apenas após o registro no TSE, garante-se ao partido o recebimento de recursos do fundo partidário, o acesso gratuito ao rádio e TV e a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, bem como a possibilidade de participar de eleições (art. 7º, §§ 2º e 3º).
Fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos.
Fusão: 2 partidos se juntam, extinguindo-se, para formar um novo. Órgãos de direção nacional dos envolvidos devem elaborar projetos comuns de estatuto e programa, que deverão ser aprovados em reunião conjunta. Após, deverá ser eleito um órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo partido. Na fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro no cartório de pessoas jurídicas do DF do estatuto e do programa, antes mesmo da sua averbação no TSE.
Incorporação: 1 partido deixa de existir, passando a fazer parte do outro. Nesse caso, o partido delibera por seu órgão nacional, por maioria absoluta de votos, sobre a adoção do estatuto e o programa de outra agremiação. Após, realizar-se-á a eleição do novoórgão de direção nacional, em reunião conjunta dos antigos órgãos nacionais. Na sequência, leva-se o instrumento formalizador da incorporação ao ofício civil do DF para o cancelamento do registro do partido incorporado. Após, averba-se no TSE.
Obs.: Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos (art. 29, § 9º, da Lei 9.096/95).
Extinção: O partido poderá dissolver-se na forma do seu estatuto ou, após decisão judicial transitada em julgado no TSE, ter o seu registro civil e seu estatuto cancelado, conforme hipóteses do art. 28:
	Hipóteses ensejadoras do cancelamento do registro e do estatuto do partido político:
	i) recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira;
	ii) subordinação a entidade ou governo estrangeiro;
	Iii) ausência de prestação de contas à Justiça Eleitoral;
	iv) manutenção de organização paramilitar.
	ATENÇÃO: O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do fundo partidário, nem qualquer outra punição, como consequência de atos praticados por órgãos regionais ou municipais. Caso um órgão nacional de partido político deixe de prestar contas ao TSE, a agremiação estará sujeita ao cancelamento do seu registro civil e do estatuto, o que não se aplica, no entanto, à omissão dos órgãos partidários regionais ou municipais (art. 28, § 2º, da Lei 9.096/95) (CESPE TRE-MS 2013).
Funcionamento parlamentar.
“Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma BANCADA, que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições regimentais das respectivas Casas e as normas desta Lei.”
“Art. 13. Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, 5% dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, 1/3 dos Estados (=9), com um mínimo de 2% do total de cada um deles.” (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8)
	O art. 13 disciplinava a cláusula de barreira. Por ela, os partidos que não obtivessem um número considerável de votos seriam, na prática, “degolados”, pois passariam a ter restrições ao funcionamento parlamentar, ao acesso gratuito ao rádio e à TV e aos recursos do fundo partidário. No entanto, 2 ADIs foram ajuizadas (1351-3 e 1354-8), sob o argumento de sua inconstitucionalidade por afrontar o princípio da liberdade partidária (pluralismo político), tendo sido julgadas procedentes em 07.12.2006, permitindo, assim, o funcionamento parlamentar independentemente do cumprimento dos requisitos do art. 13.
Programa e Estatuto. Responsabilidade Civil e Trabalhista. Disciplina e Fidelidade partidárias.
Art. 14. Observadas as disposições constitucionais e as desta Lei, o partido é livre para fixar, em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua estrutura interna, organização e funcionamento.
Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:
I - nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na Capital Federal;
II - filiação e desligamento de seus membros;
III - direitos e deveres dos filiados;
IV - modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;
V - fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de defesa;
VI - condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;
VII - finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além daquelas previstas nesta Lei;
VIII - critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido;
IX - procedimento de reforma do programa e do estatuto.
Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
Parágrafo único. O órgão nacional do partido político, quando responsável, somente poderá ser demandado judicialmente na circunscrição especial judiciária da sua sede, inclusive nas ações de natureza cível ou trabalhista. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
	A contratação de pessoal para prestação de serviços nas campanhas eleitorais NÃO gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contratantes. (CESPE TRE-MS)
	Conforme estabelecido pela CF, art. 17, § 1º, os partidos políticos deverão dispor em seus respectivos estatutos sobre normas de fidelidade e disciplina partidárias, o que encontra previsão nos arts. 23 a 26 da Lei 9.096/95.
Art. 23. A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida pelo competente órgão, na conformidade do que disponha o estatuto de cada partido.
§ 1º Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que não esteja tipificada no estatuto do partido político. [princípio da tipicidade]
§ 2º Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa.
Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção partidários, na forma do estatuto.
Art. 25. O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas de caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários.
Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.
	Em 2007, em decisão histórica, o TSE, em resposta à Consulta 1398, formulada pelo antigo PFL, estabeleceu que os mandatos políticos conquistados nas eleições proporcionais (vereadores e deputados estaduais, federais e distritais) pertencem aos partidos políticos e não aos candidatos eleitos. Tal entendimento também restou ratificado pelo STF, no julgamento dos MS’s 26.602, 26.603 e 26.604 (inf. 482), tendo sido destacado na oportunidade, no entanto, que a perda do mandato nas eleições proporcionais só seria possível caso o ato de infidelidade tivesse sido praticado após o dia 17.03.2007, data do julgamento da Consulta 1398 pelo TSE (caráter salomônico da citada decisão).
	O TSE, no uso de seu poder regulamentar, expediu a Res. 22.610/2007, disciplinando o processo de perda de cargo eletivo, bem como de justificação de desfiliação partidária (instrumento de defesa do mandatário para preservação do seu cargo, admitido pelo STF), o que acabou por gerar muita polêmica quanto à exorbitância ou não de tal ato normativo. Mas o STF julgou constitucional a resolução na ADI 3999, enquanto o Congresso Nacional não disciplinar o instituto.
	Após a posição da fidelidade às eleições proporcionais, surgiram dúvidas quanto à aplicação às eleiçõesmajoritárias. O TSE, por meio da Consulta 1407 (rel. Min. Ayres Brito), respondeu positivamente, sob o fundamento de que, embora no sistema majoritário o prestígio individual do candidato tenda a suplantar o partidário, ressaltou que uma dependência eleitoral menor do partido não pode ser confundida com independência. Assim, a possibilidade de perda do mandato de eleitos pelo sistema majoritário passou a ser possível a partir de 16.10.2007, data do julgamento da Consulta 1407 pelo TSE (caráter salomônico da citada decisão).
	Contudo, o STF em recente julgamento plenário (ADI 5081/DF, j.27/05/2015), sufragou o entendimento de que a perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor. No sistema majoritário, o candidato escolhido é aquele que obteve mais votos, não importando o quociente eleitoral nem o quociente partidário. Nos pleitos dessa natureza, os eleitores votam no candidato e não no seu partido político. Desse modo, no sistema majoritário, a imposição da perda do mandato por infidelidade partidária é antagônica (contrária) à soberania popular. Portanto, o STF julga parcialmente inconstitucional a Resolução 22.610/2007 do TSE nos trechos em que ela fala sobre cargos majoritários.	
Legitimidade: de acordo com o seu art. 1º, cabe ao partido político interessado fazer o pedido de decretação de perda do mandato eletivo, perante a Justiça Eleitoral, em razão da desfiliação sem justa causa (o que não se dá nos casos de incorporação ou fusão, criação de novo partido, mudança substancial ou desvio reiterado do programa e grave discriminação pessoal sofrida pelo mandatário), tendo prazo de 30 dias, contado da desfiliação. Ultrapassado tal prazo, quem quer que demonstre interesse jurídico e o MP podem formular o referido pedido, também no prazo de 30 dias.
***Jurisprudência do STF quanto ao tema:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. FIDELIDADE PARTIDÁRIA. TROCA DE PARTIDO. JUSTA CAUSA RECONHECIDA. POSTERIOR VACÂNCIA DO CARGO. MORTE DO PARLAMENTAR. SUCESSÃO. LEGITIMIDADE. O reconhecimento da justa causa para transferência de partido político afasta a perda do mandato eletivo por infidelidade partidária. Contudo, ela não transfere ao novo partido o direito de sucessão à vaga. Segurança denegada. (STF – Pleno. MS 27938/DF. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgado em 11/03/2010. DJe de 29-04-2010).
Competência (art. 2º): os pedidos relativos a mandatos federais, o TSE; nos demais casos, os respectivos TRE’s. Nesse sentido, não há competência de juízes eleitorais para o julgamento da perda de mandato de prefeitos e vereadores por infidelidade partidária. Julgado procedente o pedido, o tribunal decretará a perda do cargo, comunicando a decisão ao presidente do órgão legislativo competente para que emposse o suplente, no prazo de 10 dias. Há a possibilidade do recurso previsto no art. 121, § 4º, da CF, quanto ao julgamento final (já que as decisões interlocutórias são irrecorríveis):
“Art. 121. (…).
§ 4º - Das decisões dos TRE's somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de injunção.”
Res. 22.610/2007
Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.
§ 1º - Considera-se JUSTA CAUSA:
I) incorporação ou fusão do partido;
II) criação de novo partido;
III) mudança SUBSTANCIAL ou desvio REITERADO do programa partidário;
IV) grave discriminação pessoal.
§ 2º - Quando o partido político não formular o pedido dentro de 30 (trinta) dias da desfiliação, pode fazê-lo, em nome próprio, nos 30 (trinta) subsequentes, quem tenha interesse jurídico ou o MPE.
§ 3º - O mandatário que se desfiliou ou pretenda desfiliar-se pode pedir a declaração da existência de justa causa, fazendo citar o partido, na forma desta Resolução.
Art. 2º - O TSE é competente para processar e julgar pedido relativo a mandato federal; nos demais casos, é competente o TRE do respectivo estado. [NÃO HÁ COMPETÊNCIA DE JUÍZES ELEITORAIS]
Art. 3º - Na inicial, expondo o fundamento do pedido, o requerente juntará prova documental da desfiliação, podendo arrolar testemunhas, até o máximo de 3 (três), e requerer, justificadamente, outras provas, inclusive requisição de documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas. 
Art. 4º - O mandatário que se desfiliou e o eventual partido em que esteja inscrito serão citados para responder no prazo de 5 (cinco) dias, contados do ato da citação. [POSSIBILIDADE de litisconsórcio passivo necessário]
Parágrafo único – Do mandado constará expressa advertência de que, em caso de revelia, se presumirão verdadeiros os fatos afirmados na inicial. 
Art. 5º - Na resposta, o requerido juntará prova documental, podendo arrolar testemunhas, até o máximo de 3 (três), e requerer, justificadamente, outras provas, inclusive requisição de documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas. 
Art. 6º - Decorrido o prazo de resposta, o tribunal ouvirá, em 48 (quarenta e oito) horas, o representante do MP, quando não seja requerente, e, em seguida, julgará o pedido, em não havendo necessidade de dilação probatória. 
Art. 7º - Havendo necessidade de provas, deferi-las-á o Relator, designando o 5º (quinto) dia útil subsequente para, em única assentada, tomar depoimentos pessoais e inquirir testemunhas, as quais serão trazidas pela parte que as arrolou. 
Parágrafo único – Declarando encerrada a instrução, o Relator intimará as partes e o representante do MP, para apresentarem, no prazo comum de 48 (quarenta e oito) horas, alegações finais por escrito. 
Art. 8º - Incumbe aos requeridos [ou acionados] o ônus da prova de fato extintivo, impeditivo ou modificativo da eficácia do pedido.
Art. 12 - O processo de que trata esta Resolução será observado pelos TRE's e terá preferência, devendo encerrar-se no prazo de 60 (sessenta) dias.
Disciplina partidária: tem natureza de direito privado. Relaciona os partidos políticos aos seus filiados. Conforme o estatuto, o filiado indisciplinado deverá ser advertido, suspenso ou até expulso do partido, sem que tal fato acarrete a perda de eventual mandato. Diz respeito a questões interna corporis.
Fidelidade partidária: tem natureza de direito público. Relaciona o mandatário não apenas ao seu partido, mas sim ao próprio eleitor, que, ao elegê-lo, escolheu também votar em determinado partido. É mais grave e pode acarretar a perda do mandato.
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
De acordo com o art. 14, § 3º, V, da CF, é condição de elegibilidade a filiação partidária.
Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.
Res. 23.117/2209: eleitor considerado inelegível pode filiar-se a partido político. (MPPE-2014)
Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das regras estatutárias do partido.
Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado, no modelo adotado pelo partido.
Art. 18. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos 1 ano antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
***Conforme Res. 23.180/2009, a regra do art. 18 deverá ser flexibilizada em se tratando de candidatura de militar, magistrado, membro do MP e de tribunais de contas (ou seja, aqueles que, por força constitucional, são proibidos de exercer atividadepolítico-partidária), prazo esse que deve corresponder, no mínimo, ao prazo legal de desincompatibilização previsto na LC 64/90 (art. 1º).
Art. 19. Na 2ª semana dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá remeter, aos juízes eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos.
§ 1º. Se a relação não é remetida nos prazos mencionados neste artigo, permanece inalterada a filiação de todos os eleitores, constante da relação remetida anteriormente.
§ 2º. Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer, diretamente à Justiça Eleitoral, a observância do que prescreve o caput deste artigo.
§ 3º. Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão PLENO ACESSO às informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Art. 20. É FACULTADO ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.
Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos 2 dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos.
Art. 22. O CANCELAMENTO imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
I - morte;
II - perda (e não suspensão) dos direitos políticos;
III - expulsão;
IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de 48h da decisão.
V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013).
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013). [antes se considerava dupla filiação, o que acarretava a nulidade de ambas].
	ATENÇÃO: Caso um partido passe por fusão ou incorporação, seus filiados serão automaticamente considerados filiados ao novo partido ou ao partido incorporador, mantidos os prazos de filiação ao partido antigo. Se o partido vier a ser extinto (sem ser incorporado ou fundido a outro), a menos de 1 ano das eleições, seus filiados ficarão impedidos de concorrer a esse pleito (Res. TSE 22.089/2005).
Finanças e Contabilidade dos partidos políticos.
Da Prestação de Contas
Art. 30. O partido político, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, deve manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas.
Art. 31. É VEDADO ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiros;
II - autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as dotações referidas no art. 38 [do fundo partidário];
III - autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos, sociedades de economia mista e fundações instituídas em virtude de lei e para cujos recursos concorram órgãos ou entidades governamentais;
IV - entidade de classe ou sindical.
	ATENÇÃO: é POSSÍVEL o recebimento de recursos por parte de partido político provenientes de instituições financeiras que não ostentam caráter público.
Art. 32. O partido está obrigado a enviar, ANUALMENTE, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte.
§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao TSE, o dos órgãos estaduais aos TRE's e o dos órgãos municipais aos Juízes Eleitorais.
§ 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente, a publicação dos balanços na imprensa oficial, e, onde ela não exista, procede à afixação dos mesmos no Cartório Eleitoral.
§ 3º No ano em que ocorrem eleições, o partido deve enviar BALANCETES MENSAIS à Justiça Eleitoral, durante os 4 meses anteriores e os 2 meses posteriores ao pleito.
	Caso um órgão nacional de partido político deixe de prestar contas ao TSE, a agremiação estará sujeita ao cancelamento do seu registro civil e do estatuto, o que não se aplica, no entanto, à omissão dos órgãos partidários regionais ou municipais (art. 28, § 2º, Lei 9.096/95). (CESPE TRE-MS)
Art. 33. Os balanços devem conter, entre outros, os seguintes itens:
I - discriminação dos valores e destinação dos recursos oriundos do fundo partidário;
II - origem e valor das contribuições e doações;
III - despesas de caráter eleitoral, com a especificação e comprovação dos gastos com programas no rádio e televisão, comitês, propaganda, publicações, comícios, e demais atividades de campanha;
IV - discriminação detalhada das receitas e despesas.
Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a FISCALIZAÇÃO sobre a escrituração contábil e a prestação de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e recursos aplicados nas campanhas eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas:
I - obrigatoriedade de constituição de comitês e designação de dirigentes partidários específicos, para movimentar recursos financeiros nas campanhas eleitorais;
II - caracterização da responsabilidade dos dirigentes do partido e comitês, inclusive do tesoureiro, que responderão, civil e criminalmente, por quaisquer irregularidades;
III - escrituração contábil, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro ou de bens recebidos e aplicados;
IV - obrigatoriedade de ser conservada pelo partido a documentação comprobatória de suas prestações de contas, por prazo não inferior a 5 anos;
V - obrigatoriedade de prestação de contas, pelo partido político, seus comitês e candidatos, no encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do partido dos saldos financeiros eventualmente apurados.
§ 1º. A fiscalização de que trata o caput tem por escopo identificar a origem das receitas e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante o exame formal dos documentos contábeis e fiscais apresentados pelos partidos políticos, comitês e candidatos, sendo vedada a análise das atividades político-partidárias ou qualquer interferência em sua autonomia. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 2º. Para efetuar os exames necessários ao atendimento do disposto no caput, a Justiça Eleitoral pode REQUISITAR técnicos do TCU ou dos Estados (de seus TCE's), pelo tempo que for necessário. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
ATENÇÃO: Quem analisa as prestações de contas dos partidos políticos é a JUSTIÇA ELEITORAL e não os Tribunais de Contas. Nada obstante, a Justiça Eleitoral pode requisitar técnicos do TCU e dos TCE's para auxiliá-la pelo tempo que for necessário.
Art. 35. O TSE e os TRE's, à vista de denúncia fundamentada de filiado ou delegado de partido, de representação do Procurador-Geral ou Regional ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o exame da escrituração do partido e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusive, determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o esclarecimento ou apuração de fatos vinculados à denúncia.
Parágrafo único. O partido pode examinar,na Justiça Eleitoral, as prestações de contas mensais ou anuais dos demais partidos, 15 dias após a publicação dos balanços financeiros, aberto o prazo de 5 dias para impugná-las, podendo, ainda, relatar fatos, indicar provas e pedir abertura de investigação para apurar qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados estejam sujeitos.
Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às seguintes SANÇÕES:
I - no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o recebimento das quotas do fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça Eleitoral;
II - no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, fica suspensa a participação no fundo partidário por 1 ano; [de autoridade ou governo estrangeiro; autoridades ou órgãos públicos etc.]
III - no caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites previstos no art. 39, § 4º, fica suspensa por 2 anos a participação no fundo partidário e será aplicada ao partido multa correspondente ao valor que exceder aos limites fixados.
Art. 37. A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a SUSPENSÃO de novas cotas do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei. (Redação dada pela Lei nº 9.693, de 27.7.98)
§ 1º. A Justiça Eleitoral pode determinar diligências necessárias à complementação de informações ou ao saneamento de irregularidades encontradas nas contas dos órgãos de direção partidária ou de candidatos. (Parágrafo renumerado pela Lei nº 9.693, de 27.7.98)
§ 2º A SANÇÃO a que se refere o caput será aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela irregularidade. (Incluído pela Lei nº 9.693, de 27.7.98)
§ 3º A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário, por desaprovação total ou parcial da prestação de contas de partido, deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze) meses, ou por meio do desconto, do valor a ser repassado, da importância apontada como irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, após 5 (cinco) anos de sua apresentação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 4º Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá RECURSO para os TRE's ou para o TSE, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com EFEITO SUSPENSIVO. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 5º As prestações de contas desaprovadas pelos TRE's e pelo TSE poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada, mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 6º O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem CARÁTER JURISDICIONAL. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 7º (VETADO) (Incluído pela Lei 12.891/2013).
§ 8º (VETADO) (Incluído pela Lei 12.891/2013).
	Antes, a sanção de perda de repasse do fundo partidário do ano subsequente à desaprovação das contas era sempre total. Agora, a perda poderá ser fracionada proporcionalmente, tendo-se estabelecido também a razoável duração do processo relativo ao julgamento de prestação de contas pela Justiça Eleitoral, que não poderá ultrapassar mais de 5 anos, sob pena de impossibilidade de aplicação de sanção.
Do Fundo Partidário
Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por:
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual;
III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário;
IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por 35 centavos de real, em valores de agosto de 1995.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos.
§ 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil.
§ 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do partido, definidos seus valores em moeda corrente.
§ 3º As doações em recursos financeiros devem ser, obrigatoriamente, efetuadas por cheque cruzado em nome do partido político ou por depósito bancário diretamente na conta do partido político.
§ 4º (REVOGADO)
§ 5º Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas, observando-se o disposto no § 1º do art. 23 [os 10% do rendimento bruto para PF], no art. 24 [as vedações legais] e no § 1º do art. 81 [os 2% do rendimento bruto para PJ] da Lei 9.504/1997, e os critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Art. 40. A previsão orçamentária de recursos para o Fundo Partidário deve ser consignada, no Anexo do Poder Judiciário, ao TSE.
§ 1º O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os duodécimos no Banco do Brasil, em conta especial à disposição do TSE.
§ 2º Na mesma conta especial serão depositadas as quantias arrecadadas pela aplicação de multas e outras penalidades pecuniárias, previstas na Legislação Eleitoral.
Art. 41. O TSE, dentro de 5 dias, a contar da data do depósito a que se refere o § 1º do artigo anterior, fará a respectiva distribuição aos órgãos nacionais dos partidos, obedecendo aos seguintes critérios: (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8)
I – 1% do total do Fundo Partidário será destacado para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8)
II - 99% do total do Fundo Partidário serão distribuídos aos partidos que tenham preenchido as condições do art. 13, na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8)
***Atenção. Até 2007, vigorava o art. 41, que se tornou inaplicável em razão da declaração de inconstitucionalidade da cláusula de barreira (proporção dos votos obtidos nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados) prevista no art. 13 pelas referidas ADI's.
***Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário:
I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no TSE; e
II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses. (Redação dada pela Lei nº 13.107, de 2015) [ou seja, os Deputados Federais que mudarem de partido durante o mandato não poderão “levar” os votos para a nova sigla, aumentando o repasse do Fundo. Obs.: antes ressalva-se fusão e incorporação; agora em quaisquer hipóteses não será possível]
Inf. 23/12 – TSE, Petição 1747-93 (plenário): Fundo Partidário. O partido novo criado durante a legislatura que tenha representação na Câmara dos Deputados tem direito de participar no rateio de 95% do fundo partidário que é destinado proporcionalmente aos votos obtidos na última eleição para a Câmara.
Art. 42. Em caso de cancelamentoou caducidade do órgão de direção nacional do partido, reverterá ao Fundo Partidário a quota que a este caberia.
Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo Poder Público Estadual ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo do partido.
Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado neste último caso o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do total recebido; (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) (MPPE-2014).
II - na propaganda doutrinária e política;
III - no alistamento e campanhas eleitorais;
IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, 20% do total recebido.
V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária de qualquer nível devem ser discriminadas as despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir o controle da Justiça Eleitoral sobre o cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste artigo.
§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário.
§ 3º Os recursos de que trata este artigo não estão sujeitos ao regime da Lei 8.666/93, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar despesas. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 4º Não se incluem no cômputo do percentual previsto no inciso I deste artigo encargos e tributos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 5º O partido que não cumprir o disposto no inciso V do caput deste artigo deverá, no ano subsequente, acrescer o percentual de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) do Fundo Partidário para essa destinação, ficando impedido de utilizá-lo para finalidade diversa. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 6º. No exercício financeiro em que a fundação ou instituto de pesquisa não despender a totalidade dos recursos que lhe forem assinalados, a eventual sobra poderá ser revertida para outras atividades partidárias, conforme previstas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
	O partido político poderá, gratuitamente, utilizar prédios públicos para realização de reuniões ou convenções, responsabilizando-se por eventuais danos ao patrimônio público que venham a ocorrer.
ATENÇÃO: publicação da Lei nº 12.875/2013, que altera: • a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95); e • a Lei das Eleições (Lei 9.504/97). A Lei 12.875/2013 foi editada com o objetivo de inibir a criação de novos partidos políticos. Para isso, restringiu o acesso de novas legendas aos recursos financeiros do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda na TV e no rádio.
ALTERAÇÕES NA LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS (LEI 9.096/95)
	Antes
	AGORA
	
Art. 29 (...)
§ 6º Havendo fusão ou incorporação de partidos, os votos obtidos por eles, na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, devem ser somados para efeito do funcionamento parlamentar, nos termos do art. 13, da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão.
	
Art. 29 (…) - foi para o § 7º
§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão. (Redação pela Lei 13.107/15).
ATENÇÃO: publicação da Lei 13.107/2015, que alterou a anterior Lei 12.875/2013, que havia alterado a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) e a Lei das Eleições (Lei 9.504/87), com o objetivo de desestimular a fusão e a incorporação de partidos políticos.
Principais novidades:
1) No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
2) Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.
3) O Fundo Partidário é um valor pago aos partidos políticos para que estes se mantenham. A maior parte desses recursos são oriundos do orçamento da União e uma parte vem também de multas, penalidades, doações e outros recursos financeiros que lhes forem atribuídos por lei. A distribuição do Fundo Partidário é regulada pelo art. 41-A da Lei n.° 9.096/95.
	A Lei prevê que os partidos políticos que tiveram mais votos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados receberão, proporcionalmente, mais verbas que os demais. Em outras palavras, quanto maior o número de Deputados Federais eleitos por aquele partido maior será o valor do Fundo Partidário recebido.
O que mudou com a Lei 13.107/2015:
	Se houver fusão ou incorporação de partidos políticos, a soma dos votos dos partidos políticos fundidos ou incorporados não será mais considerada para fins de repasse do Fundo Partidário. Antes da Lei 13.107/2015, os partidos fundidos ou incorporados acabavam recebendo mais do Fundo Partidário porque era permitido que os votos dos partidos fundidos ou incorporados fossem somados. Agora, essa soma não é mais permitida.
	Antes
	AGORA
	
Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário:
I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; e
II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária, em quaisquer hipóteses, ressalvado o disposto no § 6º do art. 29.
Obs.: esse § 6º falava sobre fusão e incorporação de partidos políticos; desse modo, a fusão e incorporação era uma exceção à regra do parágrafo único.
	
Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário:
I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; e
II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses.
Obs.: agora o parágrafo único não tem mais exceções. As mudanças de filiação partidária, mesmo que em caso de fusão e incorporação, não mais interferem no valor que cada partido receberá do Fundo Partidário.
Obs1: restrição para novos partidos: Para os fins dessa distribuição acima, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária. Assim, o Deputado Federal que mudar de partido durante o mandato não poderá “levar” para o outro os votos que obteve na última eleição, aumentando o repasse do fundo.
Obs2: a restrição agora alcança hipóteses de fusão ou incorporação: Essa regra restritiva (explicada na observação 1 acima) antes não valia para os casos de FUSÃO ou INCORPORAÇÃO de partidos. Agora ela vale! Nesses casos, também, não devem ser somados os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário.
ALTERAÇÕES NA LEI DAS ELEIÇÕES (LEI 9.504/97)
	Antes
	AGORA
	Art. 47. (...)
§ 2º Os horários reservados à propagandade cada eleição, nos termos do § 1o, serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato, observados os seguintes critérios:
I - 2/3 (dois terços) distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram;
II - do restante, 1/3 (um terço) distribuído igualitariamente e 2/3 (dois terços) proporcionalmente ao número de representantes eleitos no pleito imediatamente anterior para a Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram. 
(...)
§ 7º Para efeito do disposto no § 2º, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária, em quaisquer hipóteses, ressalvado o disposto no § 6º do art. 29 da Lei n.° 9.096, de 19 de setembro de 1995.
Obs.: esse § 6º falava sobre fusão e incorporação de partidos políticos; desse modo, a fusão e incorporação era uma exceção à regra do § 7º.
	Art. 47. (...)
§ 2º Os horários reservados à propaganda de cada eleição, nos termos do § 1o, serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato, observados os seguintes critérios:
I - 2/3 (dois terços) distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram;
II - do restante, 1/3 (um terço) distribuído igualitariamente e 2/3 (dois terços) proporcionalmente ao número de representantes eleitos no pleito imediatamente anterior para a Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram. 
(...)
§ 7º Para efeito do disposto no § 2º, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses.
Obs.: agora o § 7º não tem mais exceções. As mudanças de filiação partidária, mesmo que em caso de fusão e incorporação, não mais interferem no tempo de rádio e TV.
	O tempo de propaganda eleitoral gratuita, nas emissoras de rádio e TV é regulado pelo art. 47 da Lei 9.504/97. Os horários reservados à propaganda de cada eleição são distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato, sendo que aqueles partidos e coligações que possuam maior número de representantes na Câmara dos Deputados terão tempo proporcionalmente maior. Quanto maior o número de Deputados Federais do partido/coligação maior será o tempo de rádio e TV.
O que mudou com a Lei n.° 13.107/2015:
	Se houver fusão ou incorporação de partidos políticos, a soma dos votos os partidos políticos fundidos ou incorporados não será mais considerada para fins de tempo de rádio e TV. Antes da Lei 13.107/2015, os partidos fundidos ou incorporados acabavam aumentando seu tempo de rádio e TV porque era permitido que o número de Deputados Federais dos partidos fundidos ou incorporados fosse somado. Agora, essa soma não é mais permitida. Agora a restrição do § 7º alcança as hipóteses de fusão ou incorporação.
	A Lei 13.107, de 24/03/2015 não tem vacatio legis e, portanto, já se encontra em vigor desde a data da sua publicação, em 25/03/2015.
Acesso Gratuito ao rádio e à TV. Tem fundamento no art. 17, § 3º, da CF (Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei).
Art. 45. A propaganda PARTIDÁRIA gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada mediante transmissão por rádio e televisão será realizada entre as 19h30 e as 22h para, com exclusividade:
I - difundir os programas partidários;
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido;
III - divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários.
IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento). (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 1º Fica VEDADA, nos programas de que trata este Título:
I - a participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa [participação de filiado de outro partido];
II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos;
III - a utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação.
§ 2º O partido que contrariar o disposto neste artigo será punido: (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
I - quando a infração ocorrer nas transmissões em bloco, com a cassação do direito de transmissão no semestre seguinte; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
II - quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, com a cassação de tempo equivalente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 3º A representação, que somente poderá ser oferecida por partido político, será julgada pelo TSE quando se tratar de programa em bloco ou inserções nacionais e pelos TRE's quando se tratar de programas em bloco ou inserções transmitidos nos Estados correspondentes. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
	Assim decidiu o STF: O Ministério Público possui legitimidade para representar contra propaganda partidária irregular. Deve-se também reconhecer que o MP detém legitimidade, considerando que o Parquet possui a incumbência de promover a defesa da ordem jurídica e do regime democrático por força da CF/88 (art. 127, caput). (STF. Plenário. ADI 4617/DF, rel. Min. Luiz Fux, 19/6/2013).
§ 4º O prazo para o oferecimento da representação encerra-se no último dia do semestre em que for veiculado o programa impugnado, ou se este tiver sido transmitido nos últimos 30 (trinta) dias desse período, até o 15º (décimo quinto) dia do semestre seguinte. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 5º Das decisões dos TRE's que julgarem procedente representação, cassando o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá RECURSO para o TSE, que será recebido com efeito suspensivo. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
 § 6º A propaganda partidária, no rádio e na televisão, fica restrita aos horários gratuitos disciplinados nesta Lei, com proibição de propaganda paga. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Art. 46. As emissoras de rádio e de televisão ficam OBRIGADAS a realizar, para os partidos políticos, na forma desta Lei, transmissões gratuitas em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção.
§ 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia nacional ou estadual, e em inserções de 30 segundos e 1 minuto, no intervalo da programação normal das emissoras.
§ 2º A formação das cadeias, tanto nacional quanto estaduais, será autorizada pelo TSE, que fará a necessária requisição dos horários às emissoras de rádio e de televisão, mediante requerimento dos órgãos nacionais dos partidos, com antecedência mínima de 15 dias.
§ 3º No requerimento a que se refere o parágrafo anterior, o órgão partidário solicitará conjuntamente a fixação das datas de formação das cadeias, nacional e estaduais.
§ 4º O TSE, independentemente do âmbito nacional ou estadual da transmissão, havendo coincidência de data, dará prioridade ao partido que apresentou o requerimento em primeiro lugar.
§ 5º O material de áudio e vídeo com os programas em bloco ou as inserções será entregue às emissoras com antecedência mínima de 12h da transmissão, podendo as inserções de rádio ser enviadas por meio de correspondência eletrônica. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 6º As inserções a serem feitas na programação das emissoras serão determinadas:
I - pelo TSE, quando solicitadaspor órgão de direção nacional de partido;
II - pelo TRE, quando solicitadas por órgão de direção estadual de partido.
§ 7º Em cada rede somente serão autorizadas até 10 inserções de 30 segundos ou 5 de 1 minuto por dia.
§ 8º. É vedada a veiculação de inserções idênticas no mesmo intervalo de programação, exceto se o número de inserções de que dispuser o partido exceder os intervalos disponíveis, sendo vedada a transmissão em sequência para o mesmo partido político. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
	Embora previstas no art. 46, as propagandas partidárias regionais em cadeia foram extintas pela Res. 22.503/06 do TSE, restando, tão somente, as inserções regionais durante a programação normal das emissoras de rádio e TV.
Art. 47. Para agilizar os procedimentos, condições especiais podem ser pactuadas diretamente entre as emissoras de rádio e de televisão e os órgãos de direção do partido, obedecidos os limites estabelecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao Tribunal Eleitoral da respectiva jurisdição.
Art. 48. O partido registrado no TSE que não atenda ao disposto no art. 13 tem assegurada a realização de um programa em cadeia nacional, em cada semestre, com a duração de dois minutos. (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8)
Art. 49. O partido que atenda ao disposto no art. 13 tem assegurado: (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8)
I - a realização de um programa, em cadeia nacional e de um programa, em cadeia estadual em cada semestre, com a duração de vinte minutos cada;
II - a utilização do tempo total de quarenta minutos, por semestre, para inserções de trinta segundos ou um minuto, nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais.
***Atenção. Até 2007, vigoravam os arts. 48 e 49, que se tornaram inaplicáveis em razão da declaração de inconstitucionalidade da cláusula de barreira (proporção dos votos obtidos nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados) prevista no art. 13 pelas referidas ADIs. Diante do vazio legislativo, o TSE, por meio da Res. 22.503/06, assim estabeleceu a divisão do tempo de propaganda partidária entre os partidos políticos:
	DIVISÃO DO TEMPO DE PROPAGANDA PARTIDÁRIA (Res. 20.034/97, com a redação da Res. 22.503/06)
	i) ao partido com registro definitivo de seus estatutos no TSE que tenha concorrido ou venha a concorrer às eleições gerais para Câmara dos Deputados, elegendo, em 2 eleições consecutivas, representantes em, no mínimo, 5 estados, obtendo, ainda, 1% dos votos apurados no país, não computados os brancos e os nulos, será assegurada (Lei 9.096, art. 57, I e III, e REsp 21.329/2003):
 a) a realização de 1 programa por semestre, em cadeia nacional, com duração de 10min cada;
 b) a utilização do tempo total de 20min por semestre em inserções de 30s ou 1min;
	ii) ao partido que tenha elegido e mantenha filiados, no mínimo, 3 representantes de diferentes estados, é assegurada a realização anual de 1 programa, em cadeia nacional, com duração de 10min (Lei 9.096, art. 56, III);
	iii) ao partido que não tenha atendido aos incisos anteriores fica assegurada a realização de 1 programa em cadeia nacional em cada semestre, com duração de 5min, não cumulativos com o tempo previsto nos incisos anteriores (Lei 9.096/95, art. 56, IV);
	iv) os programas em bloco não poderão ser subdivididos ou transformados em inserções.
	A propaganda partidária ocorre sempre nos semestres não eleitorais, sendo que as emissoras de rádio e TV (obrigadas a realizá-la) terão direito a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito.
Coligações partidárias.
	São acordos entre 2 ou mais partidos para apresentação à eleição da mesma ou das mesmas candidaturas, sendo que sua existência resta confirmada no mês de junho dos anos eleitorais, por ocasião das convenções partidárias (12 a 30 de junho do ano em que se realizarem as eleições), e se extinguem com o fim do processo eleitoral.
	Têm fundamento no art. 17, § 1º, da CF:
“É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006).
	Muitos alegam que a desnecessidade da verticalização é um dos vilões do enfraquecimento dos partidos políticos. É a Lei 9.504/97, em seu art. 6º, que estabelece as regras relativas ao funcionamento das coligações partidárias, e não a Lei Geral dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95).
Das Coligações
Art. 6º. É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os partidos que integram a coligação para o pleito majoritário. [pode haver uma para a majoritária e outra para a proporcional]
§ 1º A coligação terá denominação própria, que poderá ser a junção de todas as siglas dos partidos que a integram, sendo a ela atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido político no que se refere ao processo eleitoral, e devendo funcionar como um só partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato dos interesses interpartidários.
§ 1º-A. A denominação da coligação não poderá coincidir, incluir ou fazer referência a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para partido político. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 2º Na propaganda para ELEIÇÃO MAJORITÁRIA, a coligação usará, obrigatoriamente, sob sua denominação, as legendas de todos os partidos que a integram; na propaganda para ELEIÇÃO PROPORCIONAL, cada partido usará apenas sua legenda sob o nome da coligação.
§ 3º Na formação de coligações, devem ser observadas, ainda, as seguintes normas:
I - na chapa da coligação, podem inscrever-se candidatos filiados a qualquer partido político dela integrante;
II - o pedido de registro dos candidatos deve ser subscrito pelos presidentes dos partidos coligados, por seus delegados, pela maioria dos membros dos respectivos órgãos executivos de direção ou por representante da coligação, na forma do inciso III;
III - os partidos integrantes da coligação devem designar um representante, que terá atribuições equivalentes às de presidente de partido político, no trato dos interesses e na representação da coligação, no que se refere ao processo eleitoral;
IV - a coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pela pessoa designada na forma do inciso III ou por delegados indicados pelos partidos que a compõem, podendo nomear até:
a) 3 delegados perante o Juízo Eleitoral;
b) 4 delegados perante o TRE;
c) 5 delegados perante o TSE.
***§ 4º. O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma ISOLADA no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 5º A responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de propaganda eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos partidos, não alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma mesma coligação. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
	Res. TSE n 23.260: “Os partidos que compuserem coligação para a eleição majoritária só poderão formar coligações entre si para a eleição proporcional.” Assim, um partido que lança candidato a prefeito não se pode coligar, para a eleição de vereador, com outro partido que tenha candidato majoritário nessa eleição. (CESPE MPRR)
	Por ex., um partido A lança candidato a prefeito; do outro lado o partido B lança outro candidato a prefeito. Estes partidos são adversários para o pleito de Prefeito (majoritário),

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