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01. Relaxamento de prisao em flagrante

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (...)ª VARA DO JURI DA COMARCA DE (...), ESTADO DO (...).
BELARMINO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG n.º, inscrito no CPF sob o n.º, com (...) anos de idade, natural de (...), residente e domiciliado à (...), cidade, estado, CEP, por seu advogado e procurador que a esta subscreve (procuração anexa), com escritório à (...), cidade, estado, CEP, onde recebe intimações e notificações, vem respeitosamente á presença de Vossa Excelência requerer
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
visando declaração de nulidade do auto de prisão em flagrante nº (...), com a correspondente expedição de alvará de soltura com o fundamento no art. 5º LXV, da Constituição Federal e sua combinação com o artigo 302 do Código de Processo Penal, pelas seguintes razões fáticas e jurídicas.
I – DOS FATOS
01. Ocorre que na data de (...), por volta das 22 horas, o requerente encontrava-se no interior de sua residência, quando ouviu um barulho no quintal de sua casa.
02. O requerente muniu-se de um revólver e abriu a janela, quando percebeu que uma pessoa caminhava em seu quintal, donde não conseguiu identificá-la em detrimento da escuridão.
03. Achando se tratar de um criminoso, o requerente desferiu 03 (três) disparos que atingiram a vítima em região letal, vindo esta a óbito no local. Em seguida, o requerente saiu do interior de sua residência e constatou que o suposto criminoso se tratava de um adolescente, que invadira sua propriedade por razões que o requerente desconhece.
04. Cabe ressaltar douto julgador que o requerente dirigiu-se à (...) Delegacia de Polícia, onde comunicou o acontecido. Mesmo assim, o requerente foi autuado e preso em Flagrante Delito em (...), às (...) horas, por meio do Auto de Prisão em Flagrante n° (...), e recolhido posteriormente ao (...) Distrito Policial, pela prática do crime capitulado no Artigo 121 do Código Penal.
II – DO DIREITO
01. Preliminarmente, cabe um parêntese à cerca do que seria a prisão em flagrante delito. Segundo Fernando da Costa Tourinho Filho:
A prisão em flagrante inclui-se entre as prisões cautelares de natureza processual. Para os que entendem que o processo cautelar é uma labiríntica transfusão civilística no campo processual penal, a prisão em flagrante e outras prisões provisórias não passam de simples coerção pessoal. Não passam de espécie de autodefesa do próprio ordenamento jurídico. A prisão em flagrante, além de ser, então, uma natural e necessária defesa da coletividade, ante a visível e palpável perturbação da ordem jurídica, é, ainda, uma demonstração da força que emana da soberania do Estado para assegurar o império da lei penal (Fernando da Costa Tourinho Filho, Processo Penal, 2000, p. 427)
02. Prender em flagrante é capturar alguém no momento em que comete um crime. O que é flagrante é o delito; a flagrância é uma qualidade da infração: o sujeito é preso ao perpetuar o crime, preso em (a comissão de) um crime flagrante, isto é, atual. É o delito que está se consumando. Prisão em flagrante delito é a prisão daquele que é surpreendido cometendo uma infração penal.
03. Não obstante seja esse o seu preciso significado, o certo é que as legislações alargaram um pouco esse conceito, estendendo-o a outras situações.
04. Ocorre que no caso em epígrafe não se configuraria a necessidade de Prisão em Flagrante ora realizada para com o requerente, pois no caso em questão não são estão presentes os requisitos necessários para a concretização da Prisão em Flagrante que dispostos no Artigo 302 do Código de Processo Penal, à saber:
Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:
        I - está cometendo a infração penal;
        II - acaba de cometê-la;
        III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
        IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
05. Assim sendo, não sendo atendidos os requisitos expressos no artigo supra, não há que se cogitar prisão em Flagrante do requerente, haja vista que o requerente apresentou-se à (...) Delegacia de Polícia informando do acontecido, no claro e límpido intuito de cooperar com as investigações para a elucidação do ocorrido.
06. Corrobora com tal entendimento o disposto no artigo 5º, inciso LXVI, que traz expresso que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”. O próprio artigo 310, inciso I do CPP, aduz sobre o relaxamento da prisão em flagrante pelo juiz, de forma fundamentada, quando se tratar de prisão ilegal.
07. Porquanto, sendo a prisão clara e comprovadamente ilegal, cabe a aplicação imediata do que dispõe o Artigo 5°, inciso LXV da Constituição Federal, o qual emana que: “a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”, visando subsidiar a liberdade do requerente.
III – DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, vem este requerente postular perante Vossa Excelência que:
Seja RELAXADA A PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO do requerente, pois resta provada de forma inequívoca a ausência dos requesitos necessários e expressos no artigo 302 para a configuração da prisão em flagrante delito, culminado com o disposto no artigo 310, inciso I, ambos do Código de Processo Penal;
Após o relaxamento da prisão, que seja ouvido o representante do Ministério Público e expedido o competente ALVARÁ DE SOLTURA em favor do requerente, sendo este posto imediatamente em liberdade; 
Caso o douto julgador não acate o pedido de relaxamento da prisão por não observar ilegalidade no ato da prisão, que seja concedida ao requerente a LIBERDADE PROVISÓRIA, conforme prevê o artigo 23, inciso II do Código Penal, em detrimento do requerente ter agido em legítima defesa;
Nestes termos,
Pede e aguarda deferimento.
Cidade-Estado, dia / mês / ano.
ADVOGADO
OAB número

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