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1" TGP já comparado com o Novo Código de Processo Civil, Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Profº SERGIO REIS FERRADOZA " TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 2" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Módulo 3 3" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza TEORIA DA AÇÃO 4" AÇÃO" " O"DIREITO"SUBJETIVO"À"PRESTAÇÃO"JURISDICIONAL" " ! Para"Theodoro"Junior"(2003,"p."45)" " O"exercício"da"ação"colima,"pois,"um"ato"de"jurisdição"da"parte"do" Estado;"ao"exigir"o"cumprimento"de"uma"obrigação,"aspira;se,"em" úl=ma" análise," que" o" devedor" entregue" algo" de" seu" patrimônio," preste"um"fato,"ou"que"se"esclareça"uma"situação"incerta;"mas"sob" o" ponto" de" vista" processual," o" que" se" pretende" é" o" restabelecimento"da"ordem"jurídica,"circunstância"que"caracteriza" esta"função"de"direito"público." TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 5" ! Temos que, tanto para o autor como para o réu, a ação é o direito a um pronunciamento gerado pelo conflito de interesses, pouco importando qual a solução da lide. Em resumo é: ! A ação CONTA com requisitos ou condições a serem observados, depois de estabelecida a relação processual, para que o juiz possa solucionar a lide (mérito). Direito subjetivo TER Pretensão QUERER Exercício da pretensão PREMIR (FAZER PRESSÃO) Ação AGIR (DIREITO/PODER/DEVER DE PROVOCAR A TUTELA JURISDICIONAL) TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 6" CONDIÇÕES DA AÇÃO ! São requisitos que a ação deve preencher para que se profira uma decisão de mérito. ! A ausência desses requisitos fazem do Autor carecedor da ação. Legitimatio ad causam (legitimidade para a causa) Interesse de agir (ou interesse processual) Possibilidade jurídica do pedido TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 7" a) LEGITIMATIO AD CAUSAM: ! Quem é o titular do direito subjetivo? ! O autor deverá ser titular do interesse que se contém na sua pretensão com relação ao réu. ! O titular da pretensão tem legitimidade para postular em juízo? " É legítimo para figurar no pólo passivo da demanda quem praticou a lesão a direito que gerou a pretensão. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 8" b) INTERESSE DE AGIR OU INTERESSE PROCESSUAL: ! É a causa de pedir. ! O provimento jurisdicional é necessário? ! É adequado? ! NECESSIDADE: quando não é possível obter a solução da lide sem a intervenção do órgão jurisdicional ! ADEQUAÇÃO: o provimento pleiteado deverá ser útil para a solução do litígio. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 9" CAUSA DE PEDIR Art. 282 do CPC/73. A petição inicial indicará: III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; Art. 319 do CPC/15. A petição inicial indicará: III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; FATOS: ! Acontecimentos sobre os quais incide a norma. FUNDAMENTOS JURÍDICOS: ! Menção ao direito objetivo aplicável aos fatos e que denota a possibilidade jurídica do pedido. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza c) POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: ! É o pedido. ! Deve haver previsão legal para o provimento requerido (pedido imediato). ! A pretensão alegada deve ser prevista ou não vedada pelo ordenamento jurídico. (art. 166, IV, CC) Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: IV - não revestir a forma prescrita em lei; 10" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 11" PEDIDO ! Para Fredie Didier Jr.: ! Pedido imediato É a providência jurisdicional que se pretende: a condenação, a expedição de ordem, a constituição de uma nova situação jurídica, a tomada de providências executivas, a declaração etc. ! Pedido mediato É o bem da vida, o resultado prático, que o demandante espera conseguir com a tomada daquela providência. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 12" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza LITISCONSÓRCIO LITISCONSÓRCIO ! Quando em um dos polos da demanda ou em ambos há uma pluralidade de partes. Art. 46 do CPC/73. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: Art. 113 do CPC/15. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 13 + de 1 Autor ou + de um Réu na mesma causa TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO ! O litisconsórcio pode ser classificado em relação a sua: 1) POSIÇÃO: 14 ATIVO" Pluralidade"de"Autores" PASSIVO" Pluralidade"de"Réus" MISTO" Pluralidade"de"Autores"e"Réus" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 2) QUANTO AO MOMENTO DE SUA FORMAÇÃO ! Ele pode ser inicial ou ulterior/incidental: Exemplo: Em litisconsórcio obrigatório o Autor chama apenas o marido e não a mulher para uma ação real imobiliária – art. 10, § 1.º, do CPC). Neste caso deve o Juiz determinar a emenda a inicial para a formação litisconsorcial. 15 inicial Nasce com a propositura da ação TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 2) QUANTO AO MOMENTO DE SUA FORMAÇÃO Exemplo: Em litisconsórcio obrigatório o Autor chama apenas o marido e não a mulher para uma ação real imobiliária – art. 10, § 1.º, do CPC). Neste caso deve o Juiz determinar a emenda a inicial para a formação litisconsorcial. 16 inicial Nasce com a propositura da ação TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! Surge após o início da demanda. ! Ele ocorre no curso do processo (por isso chamado incidental) e pode surgir quando: • For intervenção de terceiro (chamamento ao processo e denunciação da lide); • Houver sucessão processual (ingresso dos herdeiros no lugar da parte falecida - art. 43, CPC); • pela conexão (arts. 103 e 105, CPC) se impuser a reunião de causas para processamento simultâneo. 17 Ulterior ou incidental Nasce no curso do processo TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 3) QUANTO À OBRIGATORIEDADE: a) Ex.: condomínio ou dívida solidária, da qual não se está obrigado a demandar contra todos. b) 18 Facultativo cabe ao autor escolher contra quem vai demandar ou ao lado de quem Necessária não pode ser declinado, nem pela vontade das partes, conforme art. 47 do CPC TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Art. 47 do CPC/73. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo. Art. 114 do CPC/15. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. Ex. 1: citação dos cônjuges, art. 10, § 1.º, do CPC. Ex. 2: ação de divisão e demarcação de terras tem que chamar todos os confrontantes. 19 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza " Devedor solidário, somente poderá fazer parte da execução se o credor lhe opuser título executivo no qual figure como obrigado. " Haverá LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO quando for indivisível da obrigação o objeto da obrigação. Ex.: Executo a DUPLA SERTANEJA e não somente 1 dos componentes para realizar o show. (é necessário litisconsórcio passivo entre eles) 20 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 4) QUANTO A UNIFORMIDADE DA DECISÃO: 21 Unitário impõe-se ao Juiz o dever dejulgar a demanda de modo uniforme para todos os litisconsortes Simples Não há essa imposição. O juiz poderá julgar de modo distinto para cada um dos litisconsorte. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza LITISCONSÓRCIO NA EXECUÇÃO ! É possível quando existe vários credores ou devedores no mesmo título executivo. ! Para haver litisconsórcio na execução, ele deve se operar inicialmente (originário). 22 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO ! É um litisconsórcio facultativo com número excessivo de litisconsortes. ! Esse número elevado de partes prejudica e dificulta a celeridade e a defesa processual. ! Por isso, o processo poderá ser dividido em outros processos, limitando-se assim, o número de litigantes. ! A iniciativa da cisão poderá ocorrer tanto por ato de ofício do juiz como a requerimento do réu. 23 A limitação somente pode ocorrer no LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO, já que no litisconsórcio necessário é proibida tal limitação, pois a pluralidade de partes é obrigatória, conforme parágrafo único do artigo 46, CPC: " TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Art. 46 do CPC/73: [...] Parágrafo único: O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão. " Art.% 113,% §% 1o% do% CPC/15:%O" juiz" poderá" limitar" o" li=sconsórcio" faculta=vo" quanto" ao" número" de" li=gantes" na% fase% de% conhecimento,% na% liquidação% de% sentença% ou% na% execução," quando"este"comprometer"a"rápida"solução"do"liHgio"ou"dificultar" a"defesa"ou"o"cumprimento"da"sentença. 24 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! O Juiz somente poderá fundamentar sua decisão para desmebramento do processo no caso de: � Ser o litisconsórcio facultativo; � Que o número de litigantes comprometa a rápida solução do litígio, ou que dificulte a defesa; 25 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza PRAZO PARA LITISCONSÓRCIO ! Para a dobra do prazo, são necessários procuradores distintos para cada um dos litisconsortes. Art. 191 do CPC/73. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. Art. 229 do CPC/15. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações , em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. STF Súmula nº 641: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido. 26 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 27" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA ! A fixação das atribuições de cada um dos órgãos jurisdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos quais podem eles exercer a jurisdição. ! Neste sentido, “juiz competente” é aquele que, segundo limites fixados pela Lei, tem o poder para decidir certo e determinado litígio (art. 86, CPC). Art. 86 do CPC/73. As causas cíveis serão processadas e decididas, ou simplesmente decididas, pelos órgãos jurisdicionais, nos limites de sua competência, ressalvada às partes a faculdade de instituírem juízo arbitral. 28" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Art. 42 do CPC/15. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. 29" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! A competência, em regra, é determinada no momento em que a ação é proposta com a distribuição ou com o despacho inicial . (art. 87, 1ª parte) ! São irrelevantes as modificações do estado de fato (ex. Mudança de domicílio do réu) ou de direito (ex. alterou a competência pelo valor da causa), SALVO se suprimirem o órgão judiciário cuja competência já estava determinada inicialmente. (art. 87 do CPC, 2º parte) Art. 87 do CPC/73. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. (1ª parte) São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia. (2ª parte) 30" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Art. 43 do CPC/15. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. A competência territorial se define no momento do ajuizamento da ação. A mudança de domicílio da parte autora no curso da ação não dá ensejo à alteração da c o m p e t ê n c i a f i x a d a . U n â n i m e . ( C C 0 0 0 1 7 0 6 - 62.2014.4.01.0000/MG, rel. Juiz Federal Carlos Augusto Pires Brandão (convocado), em 19/08/2014.) 31" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza OBSERVAÇÕES SOBRE COMPETÊNCIA ! RELATIVA pode ser modificada pela vontade das partes. ! ABSOLUTA não pode. • Se juízo incompetente julgar e for competência absoluta é inválido o julgamento • Se for competência absoluta NÃO PRECLUI, pois é MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. 32" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA a) FUNCIONAL: da hierarquia e atribuições dos órgãos jurisdicionais. ! É absoluta, inderrogável e improrrogável, pois os critérios para a sua determinação são de ordem pública. b) MATERIAL (ratione materiae): É o objeto litigioso, o objeto que estar sendo discutido. Ex.: causa de família, ou de trânsito, ADI, ADC, etc 33" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza c) VALOR DA CAUSA: Poderá ser um critério de determinação de competência, por isso é um dos motivos da obrigatoriedade do valor da causa na inicial. Art. 258 do CPC/73. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato. Art. 291 do CPC/15. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível. ! ABSOLUTA: o juizado especial cível não tem competência para julgar causas de valores acima de 40 s.m. (3º, I, da Lei nº 9.099/95), e o juizado especial federal, acima de 60 s.m. (art. 3º, caput, da Lei nº 10.259/2001 ). ! RELATIVA: (art. 102) pela conexão ou continência. 34" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza d) OBJETIVO: das pessoas envolvidas no litígio (ratione personae); Ex.: Ações em que a Fazenda Pública for parte etc; ! ABSOLUTA: art. 109 da CF (Justiça Federal, quando a União for autora, ré, assistente ou oponente, exceto causas falimentares e da Justiça do Trabalho). ! RELATIVA: arts. 97 (último domicílio do ausente) e 100, I (residência da mulher na ação de divórcio) e II (residência ou domicílio do alimentante na ação de alimentos) do CPC. 35" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza e) TERRITORIAL (ratione locci): limites territoriais que cada órgão judicial exerce a atividade jurisdicional; • residir o réu em determinado lugar (forum domicilii, forum rei), • lugar de ter contraído a obrigação (forum contractus), • Objeto da lide achar-se em dado lugar (forum rei sitae). CDC - Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços [...] serão observadas as seguintes normas: I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor.36" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! ABSOLUTA: art. 95 (ações fundadas em direito real sobre bens imóveis) e casos de comarcas com foros central e regionais. ! RELATIVA: todas as demais (art. 102. Competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência) 37" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA 1. LEGAL, por conexão ou por continência. a) Por CONEXÃO: Art. 103, CPC/73. Reputam-se conexas 2 ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. Art. 55 do CPC/15. Reputam-se conexas 2 ou + ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. 38" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza b) Por CONTINÊNCIA: Art. 104, CPC/73. Dá-se a continência entre 2 ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Art. 56 do CPC/15. Dá-se a continência entre 2 ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 39" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza c) IMPERATIVO CONSTITUCIONAL: Art. 109, CF. Toda vez que a União intervir no processo a competência é da justiça federal. d) JUÍZO UNIVERSAL: É a “vis atractiva”, a vara se torna competente para julgar todas as causas, como acontece no caso da Falência, que a vara que julga a falência vira um polo de atração dos demais processos da empresa falida. 2. VOLUNTÁRIA: Expressa: É o foro de eleição. 40" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Tácita: Tinha incompetência relativa (continência e conexão) e essa não fora alegada pelo réu. Observação: ! Na conexão e na continência pode haver união dos processos, e quando há um conflito de competência (art. 115, CPC) o Tribunal de Justiça decide. 41" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 42" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza PREVENÇÃO PREVENÇÃO ! É um critério de confirmação e manutenção da competência do juiz que conheceu a causa em primeiro lugar, perpetuando a sua jurisdição e excluindo possíveis competências concorrentes de outros juízos. 43" MESMA competência territorial É matéria de ordem pública, não se sujeita à preclusão, podendo ser alegada a qualquer tempo. É PREVENTO DESPACHOU PRIMEIRO (CPC, arts. 106 e 263) competência territorial DIVERSA (comarcas distintas) CITOU PRIMEIRO (CPC, art. 219) TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza CUIDADO: " Deve ser o primeiro despacho positivo, não sendo suficiente a determinação a emenda da inicial. Art. 219 do CPC/73. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. Art. 240 do CPC/15. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 do Código Civil 2002. 44" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO Art. 89 do CPC/73. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I. conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II. proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. Art.% 23%do%CPC/15." " Compete"à"autoridade" judiciária"brasileira," com"exclusão"de"qualquer"outra:" 45" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza COMPETÊNCIA CONCORRENTE Art. 88 do CPC/73. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: I. o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil (pessoa jurídica com filial p. ex.); II. no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III. a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. Art.% 21% do% CPC/15." Compete" à" autoridade" judiciária" brasileira" processar%e%julgar%as"ações"em"que:" 46" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 47" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza INTERVENÇÃO DE TERCEIROS DIFERENÇA ENTRE LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ! Os litisconsortes são partes originárias do processo, ainda que, em certas hipóteses, seus nomes não constem da petição inicial. ! O terceiro torna-se parte (ou coadjuvante da parte) em processo pendente. 48 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza INTERVENÇÃO DE TERCEIRO ! Para que o Magistrado possa praticar todos os atos para solucionar os conflitos de interesses de um processo. ! Assim, analisará alegações das partes, provas trazidas e proferirá a sentença de mérito, esgotando sua tarefa jurisdicional (ao menos em parte). ! Quando não couber mais recurso dessa decisão, opera-se a coisa julgada. ! Via de regra, somente as partes litigantes no processo serão atingidas (limite subjetivo da coisa julgada). ! Todavia, por vezes, pode atingir pessoas que não sejam partes no processo. 49 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! Todas as vezes em que os efeitos da sentença incidem ou estiverem na iminência de incidir em uma pessoa estranha à lide originária, haverá a possibilidade da intervenção deste terceiro na lide. ! DESSA FORMA, TODO AQUELE QUE NÃO FOR PARTE NO PROCESSO PODE SER CHAMADO DE TERCEIRO. Ex.: Contrato de compra e venda, o terceiro é aquele que não é nem comprador nem vendedor. 50 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 1. ASSISTÊNCIA 2. OPOSIÇÃO 3. NOMEAÇÃO À AUTORIA 4. DENUNCIAÇÃO DA LIDE 5. CHAMAMENTO AO PROCESSO 51 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 52 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 1. ASSISTÊNCIA 1. ASSISTÊNCIA (arts. 50 a 55 do CPC/73 – 119 a 123 do CPC/ 15) Art. 50 do CPC/73. Pendendo uma causa entre 2 ou + pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá intervir no processo para assisti-la. Art. 119 do CPC/15. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 53 Terceiro ingressa nos autos do processo para auxiliar um dos demandantes, pois ELE TEM INTERESSE JURÍDICO NA VITÓRIA DE UM DELES. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Classificação da assistência: a) SIMPLES: o assistente mantem relação jurídica com o assistido. Ex.: A aluga imóvel para B. B subloca para C. B deixa de pagar o aluguel a A. A demanda ação de despejo. Na ação de despejo, C poderá ser assistente de B, pois tem interesse jurídico de que o Réu vença a demanda. Motivo: se for declarado o despejo quem sairá será C. 54 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! O assistente APENAS ACOMPANHA O PROCESSO, SEM PRATICAR ATOS DE PARTE. (art. 50 CPC/73 ou 119 do CPC/15) ! Não poderá renunciar direitos se o assistido assim não desejar. TRE-AL – AGR. REGIMENTAL 343303. 31/07/2012. Ementa: AIME. PTN. PEDIDO DE INGRESSO NA CONDIÇÃO DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO E VISTAS DOS AUTOS. INDEFERIMENTO. DESNECESSIDADE DO PARTIDO INTEGRAR A AIME NO POLO PASSIVO. ADMISSÃO COMO ASSISTENTE SIMPLES. ART. 50 DO CPC . [...]. AGRAVO DESPROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. 1. Em se tratando de ações que se discutam a prática de ilícito eleitoral; não é necessária a presença do partidopolítico do candidato impugnado no polo passivo da demanda. 55 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza b) LITISCONSORCIAL: assistente TAMBÉM É TITULAR DA RELAÇÃO JURÍDICA com adversário do assistido, havendo vínculo com o assistido e com o outro demandante. ! O assistente litisconsorcial poderá praticar todos os atos do processo como se fosse parte autônoma. Ex.: A e B são proprietárias de um imóvel. C ingressa com ação reivindicatória apenas contra A. B poderá intervir como assistente, pois tem interesse jurídico em que uma das partes vença a demanda. 56 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! Assistente poderá ingressar na ação judicial por meio de simples petição, em qualquer momento processual, expressando seu interesse na demanda. ! O autor e o réu serão intimados para se manifestarem em 5 dias, sobre o ingresso do assistente. ! A decisão faz coisa julgada ao assistente. 57 Autor e o Réu CONCORDAM com o ingresso do assistente Ele ingressa no processo no Estado em que se encontra Um dos demandantes NÃO CONCORDA com o ingresso do assistente Juiz INSTAURA INCIDENTE ao processo p r inc ipa l , para verificar a juridicidade da intervenção, decidindo sobre seu ingresso. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 58 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 2. OPOSIÇÃO 2. OPOSIÇÃO (arts. 56 a 61 do CPC/73 – art. 682 a 686 do CPC/15) Art. 56 do CPC/73. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. Art. 682 do CPC/15. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. 59 Terceiro REIVINDICA PARA SI, no todo ou em parte, O OBJETO DA AÇÃO disputado pelos demandantes. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! É uma verdadeira ação proposta pelo terceiro em face dos demandantes da ação principal (autor e réu). Ex.: A disputa com B titularidade de imóvel. B e C entendem ser proprietário desse mesmo bem. C ingressará no processo nas condições de opoente para disputar com as partes originárias (A e B) o domínio do imóvel. 60 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Cuidado! ! Oposição é facultativa, E O SEU INGRESSO É PERMITIDO ATÉ A PROLAÇÃO DA SENTENÇA. ! Todavia, existe distinção processual quanto ao momento do ingresso do opoente na lide principal. Assim: 61 Oposição é parecida com embargos de terceiro, mas não se confunde. O TERCEIRO ingressa no processo apenas para retirar um bem seu que foi indevidamente constritado. Na OPOSIÇÃO, o terceiro ingressa para discutir o mérito da causa com Autor e Réu. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 62 MOMENTO DO INGRESSO DO OPOENTE NA LIDE ANTES DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO DEPOIS DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO ! Oposição será autuada em apenso (é um incidente); ! Designará audiência para l i t i g a n t e s e o p o n e n t e demonstrarem a juridicidade do seu direito. ! Uma única sentença será proferida. ! Oposição tramitará em autos apartados. ! S e r á s u s p e n s o o processo principal por 90 dias, para que haja, nos autos apartados, instrução, debates e julgamento. ! No final reunirá ambas as a ç õ e s p a r a j u l g á - l a s conjuntamente. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 63 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 3. NOMEAÇÃO À AUTORIA 3. NOMEAÇÃO À AUTORIA (arts. 62 a 69 – não disposto) ! O Sujeito passivo deverá, na defesa e desde que preenchidos os requisitos legais, nomear a autoria aquele que praticou o ato inquinado ilegal. ! A nomeação à autoria é uma forma híbrida de intervenção de terceiro, pois não se pressupõe verdadeiramente a existência de um terceiro, mas a substituição do pólo passivo da demanda. ! Essa substituição recebe o nome de “EXTROMISSÃO PROCESSUAL”. 64 AUTOR"AJUIZOU"AÇÃO CONTRA PESSOA ERRADA TEM"QUE"CORRIGIR"O"POLO"PASSIVO" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Existem 2 hipóteses distintas e taxativas para nomeação: 1. Mero detentor é demandado em nome próprio (clássica – art. 62). Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo- lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou possuidor. ! Neste caso deverá nomear aquele que for o possuidor ou o proprietário. ! SOMENTE CABE NAS AÇÕES REAIS. (do art. 1.225 do CC – propriedade, servidões, usufruto, anticrese etc.) 65 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Ex1.: Reinvindicatória em face de locatário este nomeará o locador ao autor da ação. Ex.2: Caseiro e o depositário: A invadiu a propriedade de B A após invadir, coloca C como caseiro. B demanda contra C por entender ser ele o invasor. C deve nomear A a autoria, já que este praticou o esbulho. 66 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 2. Indenizatória intentadas pelo proprietário ou titular de um direito sobre a coisa, quando o responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem ou instruções de terceiro. (por analogia – art. 63) Art. 63. Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiro. ! Trata-se do mero executor de ordens. ! SOMENTE CABE NAS INDENIZATÓRIAS 67 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Ex.1: O dono do prédio, e não o habitante, é responsável por sua ruína (art. 937 do CC) Ex.2: Réu é demandado por ter praticado um ato ilícito (jogar lixo no terreno do vizinho), ele pode nomear à autoria aquele que determinou a ordem (seu chefe, por exemplo). 68 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Prazo para nomeação à autoria: ! No prazo de defesa, por meio de petição simples. ! O Autor será intimado para se manifestar em 5 dias. " Obs.: ! Na assistência e na oposição a nomeação é facultativas; ! NA NOMEAÇÃO À AUTORIA É OBRIGATÓRIA. 69 Autor ACEITA: deve haver a citação do novo nomeado, Autor NÃO CONCORDA Ou próprio nomeado RECUSA nomeação o processo tramitará contra o nomeante, devolvendo-se o prazo para a defesa. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 70 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 4. DENUNCIAÇÃO DA LIDE 4. DENUNCIAÇÃO DA LIDE (arts. 70 a 76 ou 125 a 129 do CPC/15) ! O denunciado será obrigado a ressarcir determinada obrigação decorrente de dever seu de garantia. ! É isso porque certas pessoas têm obrigações no mundo jurídico de reparar danos em processo alheios por vínculos legais ou contratuais. ! Essa vinculação entre a parte do processo e um terceiro pode ser exercida posteriormente, por meio de uma ação de regresso. 71 A denunciação da lide traz à relação jurídica processual um terceiro (denunciado) PARA QUE SE EVITE UMA FUTURA AÇÃO DE REGRESSO CONTRA ESTE TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Ex.: Réu pagou R$ 1.000,00 numa demanda por acidente de carro. Ele pode demandar ação de regresso contra a seguradora para cobrar o valor que despendeu no processo, porque com a seguradora assiste um vínculo jurídico contratual. Pergunta-se: Porque esperar por uma demanda regressiva se já é possível, por economia processual, colocar o terceiro no processo para que ele respondasegundo o resultado da lide? 72 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza HIPÓTESES DE CABIMENTO DA DENUNCIAÇÃO ! O art. 70 determina como hipóteses obrigatória, mas a doutrina majoritária, entende ser apenas a hipótese do inc. I (evicção) ser obrigatória; as demais, não são. Art. 70 do CPC/73. A denunciação da lide é obrigatória: Art. 125 do CPC/15. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 73 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza EVICÇÃO: Art. 70, I CPC/73 ou art. 125 CPC/15: I./73: Ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe resulta; I./15: Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; " Silvio Rodrigues afirmar que a evicção “resulta sempre de uma decisão Judicial” " Trata-se da perda da coisa por decisão judicial. 74 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Posse indireta: inc II do art. 70 do CPC/73 – não repetido no 2015. II. ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada; ! A evicção auxilia não só o adquirente pelo domínio, mas também pela posse. ! Se terceiro pleitear a propriedade daquele que exerce a posse, poderá o demandado denunciar a lide. Ex.: Locador locou ao locatário imóvel que não lhe pertence e não tinha autorização para tanto. 75 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! Garante daquela posse direta, pois fundada numa relação jurídica, é o proprietário ou o possuidor indireto, que responde pelos vícios que vier a sofrer o possuidor direto. Ex.: Proprietário demandará o locatário (que está no imóvel). Este locatário denunciará o locador (sub-locou) por descumprimento contratual, pois o locador se comprometeu a deixar no imóvel o locatário pelo período aprazado no contrato e terá, portanto, direito a receber uma indenização por quebra de cláusula contratual, visto que o imóvel não era dele (estava sub-locando). 76 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Por lei ou contrato. Inciso III do art. 70/73 ou III/73. àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. II/15 (inciso II porque o antigo foi suprimido). àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. ! É o caso mais comum. ! Ocorre todas as vezes em que alguém tiver alguma relação jurídica com outrem, imposta por lei ou estabelecida convencionalmente, que garante um determinado proveito econômico. Ex.: Relação seguradora e segurado. 77 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Pedro demanda contra Túlio por acidente de trânsito. Túlio, quando for citado poderá denunciar a lide a seguradora, pois assiste com esta um vínculo de garantia. Momento da denunciação da lide: ! Poderá ser requerida tanto pelo Autor quanto pelo Réu. ! Pelo autor (art. 74/73 – art. 127/15), é na petição inicial. ! Pelo réu (art. 75/73 – art. 128/15), no prazo de defesa. ! Ambos os casos o denunciado será citado para apresentar defesa, e o processo principal ficará suspenso. 78 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 79 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 5. CHAMAMENTO AO PROCESSO 5. CHAMAMENTO AO PROCESSO (arts. 77 a 80 do CPC/73 ou art. 130 a 132 do CPC/15) ! Chamar ao processo: a. O devedor, na ação em que o fiador for réu; b. Outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles; c. Todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum. 80 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! A finalidade do chamamento ao processo: a) alargar o campo de defesa dos fiadores e dos devedores solidários, para chamar o responsável principal, ou os co-responsáveis ou coobrigados, a virem responder pelas suas respectivas obrigações. b) Atender o princípio da economia processual, permitindo num mesmo processo se cumularem a ação proposta com as ações regressivas que o réu teria contra os co- responsáveis ou coobrigados. 81 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! O chamamento ao processo permite ao réu chamar a Juízo os co-devedores da obrigação que não foram acionados judicialmente pelo autor, a fim de que respondam solidariamente pela obrigação. Ex.: A é credor e tem 4 devedores, B, C, D e E. Cada um deve a ele uma saca de café. A dívida é solidária, mas A cobra apenas de B as 4 sacas. B poderá chamar ao processo os demais coobrigados para integrar a lide e responder igualmente pela demanda. Trata-se de litisconsórcio ulterior, pois surge no curso do processo em razão de um fato posterior à propositura. 82 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! É modalidade facultativa em razão da economia processual, evitando que o réu sucumbente ajuíze, futuramente, ação regressiva contra os demais coobrigados. Prazo para o chamamento: ! Será feito no PRAZO DE DEFESA, a fim de que os chamados apresentem contestação no prazo legal. ! O feito FICARÁ SOBRESTADO até que todos sejam citados. 83 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 84" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza RESPOSTA DO RÉU 85 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza HIPÓTESES DE RESPOSTA DO RÉU EXCEÇÕES CONTESTAÇÃO RECONVENÇÃO IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA 86 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza CONTESTAÇÃO CONTESTAÇÃO " Art. 297do CPC/73. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção. Art. 335 do CPC/15. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 dias, cujo termo inicial será a data: ! Prazo: 15 dias da juntada do mandado de citação. 87 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza BENEFÍCIO DE PRAZO " Art. 188 do CPC/73. computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a fazenda pública ou o ministério público. Art. 180 do CPC/15. O Ministério Público gozará de PRAZO EM DOBRO para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o. Art. 183 do CPC/15. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de PRAZO EM DOBRO para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. 88 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza § 1º do art. 183. A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. BENEFICIÁRIOS DO PRAZO EM DOBRO 89 Fazenda Pública União Estados/DF Municípios Autarquias Fundações Correios Ministério Público TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! CORREIO por prestar serviço público de serviço postal com exclusividade, ela recebe tratamento muito próximo ao das autarquias, ou seja, é tratada como se fosse “Fazenda Pública”. (STJ AgRg no Ag 418.318/DF). Prazos: # Portanto, a Fazenda Pública possui prazo em quádruplo para contestação, exceção ou reconvenção. # Prazo para FazendaPública ou o MP contrarrazoar é simples. Não está abrangido pelo art. 188 do CPC. 90 Contestar Quádruplo Recorrer Dobro TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA NÃO possuem benefício de prazo, pois não estão previstas no art. 188 do CPC (STJ. 2a Turma. AgRg no REsp 1.266.098- RS, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 23/10/2012). ! CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL (exs: CREA, CRM, CRO) TEM benefício de prazo, porque possuem natureza jurídica de autarquia (AgRg no Ag 1388776/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, julgado em 07/06/2011). 91 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! ESTADO ESTRANGEIRO NÃO tem, pois não está previsto no art. 188 do CPC. (STJ. 3ª turma. Ag. 297.723. julgado em 08/06/2000) 92 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza PRAZO DIFERENCIADO PARA RECURSOS NOS TRIBUNAIS SUPERIORES ! O art. 188 do CPC/73, ou o art. 180 do CPC/15 vale também no caso de recursos nos Tribunais Superiores, inclusive nos recursos internos no âmbito do STJ e STF. (Súmula 116 do STJ: A Fazenda Pública e o MP têm prazo em dobro para interpor agravo regimental no STJ). 93 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza PRAZO DIFERENCIADO NAS AÇÕES DE IMPROBIDADE ! Aplica-se SIM O PRAZO DIFERENCIADO, pois se trata de ação de natureza cível (STJ AgRg nos EDcl no Ag 587748 / PR). FAZENDA FAZENDA PÚBLICA RÉ NA AÇÃO RESCISÓRIA ! Aplica-se. ! Originariamente o prazo fixado pelo relator é de 15 a 30 dias para que o réu apresente resposta (art. 491 do CPC). ! Se a Fazenda Pública for ré, O PRAZO deverá observar o art. 188 do CPC, de modo que será ́ fixado ENTRE 60 E 120 dias (STJ REsp 363.780/RS). 94 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza PRAZO DIFERENCIADO NO PROCEDIMENTO SUMÁRIO ! NÃO. ! O procedimento sumário, tem regra específ ica determinando que os prazos serão contados em dobro (art. 277 do CPC). ! Se a Fazenda Pública for a ré ́, o juiz, designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de 60 dias, citando-se a Fazenda com a antecedência mínima de 20 dias. 95 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza PRAZO PARA LITISCONSORTES ENTRE FAZENDA PÚBLICA + PARTICULAR ! O art. 191 do CPC/73 prevê que, quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. Art. 229 do CPC/15. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados EM DOBRO para todas as suas man i fes tações , em qua lque r j u í zo ou t r i buna l , independentemente de requerimento. 96 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! Portanto, ! Com o Novo Código de Processo Civil, o prazo da FAZENDA PÚBLICA PARA CONTESTAR SERÁ EM DOBRO e o do PARTICULAR SERÁ EM DOBRO. ! No código de Processo Civil de 1973, era: ! Havendo litisconsortes Fazenda Pública + particular, o prazo da FAZENDA PÚBLICA PARA CONTESTAR SERÁ EM QUÁDRUPLO (60 DIAS) e o do PARTICULAR SERÁ EM DOBRO (30 DIAS). (AgRg" no" AREsp" 8.510/ES," Rel." Min." Benedito"Gonçalves,"Primeira"Turma,"julgado"em"27/09/2011)" 97 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza PRAZOS DIFERENCIADOS NOS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA ! A Lei nº 12.153/09 dispôs que NÃO haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive interposição de recursos. ! Tal dispositivo deve-se a celeridade processual dos Juizados Especiais" 98 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza NA CONTESTAÇÃO DEVE HAVER ! Obrigatoriedade de qualificação completa do réu (art. 238, § único do CPC/73 ou 274, parágrafo único do CPC/ 15). ! Defesa processual (preliminares de mérito): elementos capazes de ocasionar a extinção do processo sem resolução de mérito. 99 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza PRELIMINARES DE MÉRITO NA CONTESTAÇÃO 100 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza A r t . 3 0 1 d o C P C / 73. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: Art. 337 do CPC/15. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; - inexistência ou nulidade da citação; Ex.: Réu não foi validamente citado. Não corre prazo para contestação. Nulidade absoluta. II - incompetência absoluta; II - incompetência absoluta e relativa; INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA (matéria de ordem pública) , ex.: Competência do juízo. A relativa é objeto de exceção (peça autônoma – ex.: continência ou conexão). 101 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza III - incorreção do valor da causa; III - inépcia da petição inicial; IV - inépcia da petição inicial; ! Em tendo havido contestação, qualquer possibilidade de emenda à inicial já precluiu. IV - perempção; V – perempção; V - litispendência; VI – litispendência; Vl - coisa julgada; VII - coisa julgada; PEREMPÇÃO, LITISPENDÊNCIA E COISA JULGADA é um pressuposto processual negativo. VII - conexão; VIII - conexão; 102 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; da petição inicial; Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização: É pressupostos processuais. IX - convenção de arbitragem; X - convenção de arbitragem; A Convenção de arbitragem resulta em extinção do processo sem resolução de mérito. X - carência de ação; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; CARÊNCIA DE AÇÃO: Art. 267 do CPC/15. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 103 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. FALTA DE CAUÇÃO OU OUTRA PRESTAÇÃO, QUE A LEI EXIGE COMO PRELIMINAR: Em alguns casos a lei determina que o autor tome algumas medidas para que a relação processual seja regularmente firmada. Ex.: pagamento de custas e despesas especiais, constituição de garantias, dentre outros casos. XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. DEFESA DE MÉRITO ! É uma resistência ao pedido mediato do autor. " Art. 300 do CPC/73. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Art. 336 do CPC/15. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. 104 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Art. 303 do CPC/73. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando: I. relativas a direito superveniente; II. competir ao juiz conhecer delas de ofício; III. por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo. Art. 342 do CPC/15. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito ou a fato superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.105 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! O réu defende-se dos fatos. ! F a t o s N Ã O I M P U G N A D O S s ã o t i d o s p o r INCONTROVERSOS. ! O réu deve pedir a improcedência do pedido do autor. 106 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 107 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza REVELIA Art. 319 do CPC/73. Se o réu não contestar a ação, reputar-se- ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. Art. 344 do CPC/15. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. ! É um fenômeno processual que acarreta a presunção relativa de veracidade dos fatos apresentados pelo autor. ! Decretada a revelia presume-se a confissão ficta do réu. " Confissão ficta - É aquela que, embora não manifestada expressamente, é imaginada, deduzida de algum fato ou do modo de agir do confidente. Ex.: o não-comparecimento da parte acusada para depor, aceitando tacitamente os fatos que lhe são imputados. 108 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza REVELIA CONFORME O PROCEDIMENTO ADOTADO PARA A CAUSA RITO ORDINÁRIO: ! É a ausência de contestação no prazo de 15 dias. RITO SUMÁRIO: (NÃO FOI TRAZIDO PARA O CPC/15) ! Somente será decretada caso o réu falta à audiência, conforme dispõe o art. 20, § 2º do CPC/73. Art. 20, § 2º Deixando injustificadamente o réu de comparecer à audiência, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na petição inicial (art. 319), salvo se o contrário resultar da prova dos autos, proferindo o juiz, desde logo, a sentença."" 109 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza RITO SUMARÍSSIMO: ! Juizados Especiais Cíveis, a revelia se caracteriza pela ausência do réu em qualquer audiência (art. 20 - 9.099/95). 110 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza EFEITOS DA REVELIA ! São classificados em MATERIAIS e PROCESSUAIS. 1. EFEITOS MATERIAIS (art. 319): Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. Art. 344 do CPC/15. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. ! Dizem respeito ao direito material objeto do processo, dizem respeito à confissão ficta (presumem-se verdadeiros). 111 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! Esta presunção de veracidade É RELATIVA pois admite outras conclusões conforme conclusões outras de acordo com a prova dos autos. Ex.: Autor pretende indenização por danos materiais mas não junta provas contundentes de seus danos. Mesmo diante da revelia do réu o juiz poderá julgar improcedente a demanda vez que o autor não provou adequadamente o fato constitutivo de seu direito. 112 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 2. EFEITOS PROCESSUAIS: ! É a repercussão da revelia no âmbito processual. ! São 3 efeitos processuais da revelia. 1. Ausência de intimação do réu para os demais atos da demanda. Embora seja revel o réu pode ingressar no feito, apresentar provas, recorrer entre outros atos mas não será intimado para a prática de tais atos (art. 322 do CPC). Exceção é para o revel com advogado nos autos. Estes serão intimados pelo Diário oficial (art. 322, § único). 113 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 2. Julgamento antecipado da lide: Considerando que os fatos alegados pelo Autor restou incontroverso, vez que o Réu não os rebateu. Não há necessidade de o feito se prolongar no tempo pois não haverá nenhuma necessidade de produção de provas. O juiz pode julgar antecipadamente a causa. 3. Possibilidade de antecipação de tutela de um dos pedidos quando este restar incontroverso. Conforme diz o art. 273 §6° do CPC, o Juiz poderá antecipar um ou mais dos pedidos cumulados quando mostrar-se incontroverso, como ocorre no caso da revelia. 114 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza REVELIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA - REGRA GERAL ! Conforme art. 320, II do CPC ou art. 435, II do CPC/15, QUANDO DOS FATOS VERSAREM SOBRE DIREITOS INDISPONÍVEIS não induz a revelia. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; ! s direitos defendidos pelo Estado são qualificados como INDISPONÍVEIS, NÃO INCIDE O EFEITO MATERIAL DA REVELIA. 115 PORTANTO, VIA DE REGRA, AINDA QUE O ESTADO NÃO OFEREÇA RESPOSTA, NÃO HAVERÁ A INCIDÊNCIA DO EFEITO MATERIAL DA REVELIA. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza REVELIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA - EXCESSÃO ! Foge a regra do art. 320, II do CPC, QUANDO A FAZENDA PÚBLICA CELEBRA CONTRATOS DE DIREITO PRIVADO. ! Ex.: compra e venda, doação, permuta etc. Incidem os efeitos materiais da revelia contra o Poder Público na hipótese em que, devidamente citado, deixa de contestar o pedido do autor, sempre que estiver em litígio uma obr igação de dire i to pr ivado f i rmada pela Administração Pública, e não um contrato genuinamente administrativo. (Informativo 508 do STJ, 6/11/2012) 116 PORTANTO, COMO EXCESSÃO, QUANDO A FAZENDA PÚBLICA CELEBRAR CONTRATOS DE DIRETO PRIVADO, INCIDE O EFEITO MATERIAL DA REVELIA. TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 117 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza RECONVENÇÃO Art. 315 do CPC/15. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Art. 343 do CPC/15. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. ! É uma ação proposta pelo réu contra o autor no mesmo processo. ! Trata-se de uma faculdade processual. ! É considerado um contra ataque que o Réu formula com base no princípio da economia processual. 118 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Ex.: João propõe ação contra José cobrando a entrega de 2 sacas de café que haviam sido avençadas. José apresenta CONTESTAÇÃO comprovando que entregou as sacas + RECONVENÇÃO cobrando de João o valor da entrega, pois não fora efetivada. contra 119 João propõem ação Contestação de José Reconvenção cobrando valor da entrega TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Legitimidade ! Só o Réu (RECONVINTE) pode ajuizar reconvenção. ! Só o Autor (RECONVINDO) poderá ser demandado. " Somente se admite a reconvenção se existir conexão com a ação principal ou com a matéria de defesa. " Será competência do Juiz da causa principal, visto que são julgados na mesma sentença. " Não cabe reconvenção no rito sumário, no Juizado Especial Cível, nas ações possessórias e no despejo."" " A reconvenção é autônoma em relação à ação principal. " A desistência de uma não acarreta, necessariamente, a extinção da outra. 120 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 121 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza EXCEÇÕES EXCEÇÕES ! INCIDENTE PROCESSUAL destinado à arguição da incompetência relativa do Juízo ou impedimento ou suspeição do Juiz. ! São 3 modalidades: a) Incompetência (art. 112 do CPC/73 ou 64 do CPC/15); b) Impedimento (art. 134 do CPC ou 144 do CPC/15); c) Suspeição (art. 135 do CPC ou 145 do CPC/15). ! Não é uma ação, mas de um incidente processual que será apresentado sem prejuízo da contestação. 122 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! As exceções PROVOCAM A IMEDIATA SUSPENSÃO DO PROCESSO (arts. 265, III, e 306 do CPC/73). Art. 265. Suspende-se o processo: III - quando for oposta exceção de incompetênciado juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz; Art. 313. Suspende-se o processo: III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; ! O prazo é de 15 dias do fato que ocasionou a suspeição, o impedimento e a incompetência. 123 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA Art. 112 do CPC/73. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa. Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. ! O Réu argui a INCOMPETÊNCIA RELATIVA DO JUÍZO (TERRITORIAL) requerendo que os autos sejam remetidos para o Juízo competente. 124 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Reconhecimento de ofício da exceção de incompetência: ! A INCOMPETÊNCIA RELATIVA NÃO PODE SER CONHECIDA DE OFÍCIO. Súmula 33 do STJ: A INCOMPETENCIA RELATIVA NÃO PODE SER DECLARADA DE OFICIO ! Exceto se o Juiz verificar em contrato de adesão cláusula de eleição de foro nula, pois criada para prejudicar o consumidor. Art. 112. Par. Único do CPC/73. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. 125 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza Art. 112. Par. Único do CPC/73. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. Art. 63, § 3º do CPC/15: Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 126 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! A INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA É ARGUIDA NA PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO (art. 301, II, do CPC/73). Art. 301 do CPC/73. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: II - incompetência absoluta; Art. 337 do CPC/15. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: II - incompetência absoluta e relativa; ! Deve ser por por meio de petição escrita, fundamentada e instruída com as provas disponíveis, indicando o Juízo competente para conhecimento da causa. " Da decisão do incidente caberá agravo. " Tem o poder de suspender o andamento do processo principal. 127 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 128 exceção de INCOMPETÊNCIA " afastamos O ÓRGÃO JURISDICIONAL exceção de IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO" Afastamos O JUIZ TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza O IMPEDIMENTO (OBJETIVA): Art."134"do"CPC/73."É"defeso"ao" juiz"exercer"as"suas" funções"no" processo"contencioso"ou"voluntário:" Art."144"do"CPC/15." "Há"impedimento"do"juiz,"sendo;lhe"vedado" exercer"suas"funções"no"processo:" ! Acontece nos casos em que a prova se faz de plano, porque a parcialidade do Juiz é inferida desde logo Ex.: Juiz foi parte no processo, atuou como advogado da causa, é parente de uma das partes etc. ! Motivo do afastamento do juiz pode ser ele parcial. ! Se acolhida a exceção, não se desloca de vara, apenas o Magistrado é que é substituído. 129 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza A SUSPEIÇÃO (SUBJETIVA) Art. 135 do CPC/73. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: Art. 145 do CPC/15. Há suspeição do juiz: ! Ocorrem casos de presunção relativa (necessidade de provar a parcialidade), pois não há prova documental suficiente (amigo íntimo, inimigo capital etc.). 130 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! As exceções são sempre dirigidas ao Juiz da causa, que poderá: a) acolher o impedimento ou a suspeição, enviando os autos ao seu substituto legal; b) não acolhe e, nesse caso, dará suas razões em 10 dias para o Tribunal. Prazos das exceções ! Exceção - mesmo prazo da contestação (15 dias – art. 305 do CPC/73 ou 337 do CPC/15 ) ! Impedimento e suspeição conta-se de quando houve ciência disso. " Suspendem o processo (art. 306) 131 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 132 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA Art. 261 do CPC/73. O réu poderá impugnar, no prazo da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor. A impugnação será autuada em apenso, ouvindo-se o autor no prazo de 5 dias. Em seguida o juiz, sem suspender o processo, servindo-se, quando necessário, do auxílio de perito, determinará, no prazo de 10 dias, o valor da causa. Art. 293 do CPC/15. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas. ! O valor da causa deverá ser aferido conforme regras dos artigos 259 ou 260 do CPC/73 ou 292 do CPC/15. 133 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza ! É um mero incidente processual e pode ser apresentada mediante petição autônoma em qualquer espécie de processo judicial (de conhecimento, execução ou cautelar). ! NA EXECUÇÃO deve ser suscitada preliminarmente nos embargos do devedor e não mediante petição avulsa. " O assistente, o litisconsorte, o litisdenunciado, o nomeado à autoria, o chamado ao processo e o curador especial podem vir a reunir legitimação para tanto, assim também o Ministério Público quando funcionar como “custos legis”, desde que o principal motivo da sua intervenção seja a tutela dos interesses do demandado. 134 TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza 135" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA BÁSICA: CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 30 ed. Revista, atualizada e aumentada. São Paulo : Malheiros, 2014. CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. Teoria geral do processo. 5 ed. São Paulo : Saraiva, 2009. 136" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza BIBLIOGRAFIA SUPLEMENTAR: MARLON REIS; colaboradores: Sergio Ferradoza e Dalvan tavares. Direito" eleitoral" brasileiro." " Imprensa:" Brasília," Alumnus," 2012" CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20 ed. De acordo com a Lei nº 12.736/2012. São Paulo: Saraiva, 2012. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. 3 ed. rev. e atual. São Paulo; Saraiva, 2013. ROCHA, José de Albuquerque. Teoria geral do processo. 5° ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Malheiros Editores, 2001. 137" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: Rio de Janeiro: Forense, 2003. DONIZETTI, Elpídio. Novo Código de Processo Civil Comparado. CPC/73 para o NCPC e NCPC para o CPC/73: São Paulo : Atlas, 2015. 138" TEORIA GERAL DO PROCESSO Ferradoza
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