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Aula 43 Direito Administrativo Aula 02

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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques 
www.pontodosconcursos.com.br 
1
Olá pessoal, 
Bom dia? Vamos em frente, intensificando nossos 
estudos. Hoje vamos estudar os princípios administrativos. 
Então, vamos que vamos. 
Princípios Administrativos 
Ao iniciarmos o estudo do Direito Administrativo nos 
deparamos com a organização da Administração Pública. Assim, tais 
entes e entidades, órgãos e agentes, estão submetidos ao conjunto 
de normas que vai orientar toda a sua atuação. 
Como bem destaca a doutrina, as normas podem ser 
divididas em regras e princípios. Os princípios são comandos mais 
abstratos, gerais, quando em conflito (só aparente) se resolve pela 
ponderação de valores, já as regras ou se aplicam ou não se aplicam 
(os conflitos são resolvidos por critérios de intertemporalidade, tal 
como lei posterior revoga a anterior, lei especial afasta a geral etc), 
são menos abstratas e, em geral, tratam de situação específica. 
Com efeito, é importante sabermos que é a 
Constituição Federal que estabelece de forma expressa ou implícita 
os princípios fundamentais que orientam a Administração Pública. 
Os princípios administrativos, segundo o Prof. 
Carvalho “são os postulados fundamentais que inspiram todo 
o modo de agir da Administração Pública”. 
Para Diógenes Gasparini, os princípios constituem “um 
conjunto de proposições que alicerçam ou embasam um 
sistema e lhe garantem validade”. 
Como bem apontam Vicente Paulo e Marcelo 
Alexandrino, “os princípios são as idéias centrais de um 
sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um 
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PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
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sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma 
adequada compreensão de sua estrutura”. 
Com efeito, como disse, a Constituição prevê os 
princípios que orientam toda a Administração Pública, seja ela direta 
ou indireta, dos três poderes, da União, dos Estados, Distrito Federal 
e dos Municípios, ao prevê os denominados princípios (expressos) 
básicos da Administração Pública, sendo: Legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, 
conforme preconiza o art. 37, caput, assim expresso: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
O princípio da Legalidade, também chamado de 
legalidade administrativa, restrita ou estrita, expressa que a 
administração somente pode fazer o que a lei autoriza ou permite. 
 
É, consoante magistral lição de José Afonso da Silva, 
“princípio basilar do Estado Democrático de Direito”, “porquanto é da 
essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na 
legalidade democrática. Sujeitar-se ao império das Leis”. 
Cuidado, pois, há a legalidade geral (ou princípio 
da autonomia da vontade) que permite aos particulares que se 
faça tudo que a lei não proíba, conforme prevê o art. 5º, inc. II, da 
CF/88, segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
Todavia, ao administrador público somente cabe 
realizar o que a lei permita (atuação vinculada) ou autorize (atuação 
discricionária). 
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3
É necessário distinguir o princípio da legalidade do 
princípio da reserva legal, sendo importante verificarmos qual o 
alcance da expressão lei no âmbito do princípio da legalidade 
administrativa (alcance da legalidade). 
 
Quanto ao seu alcance, o princípio da legalidade deve 
ser visto como respeito, submissão, à lei. No entanto, devemos 
entender aqui lei em sentido amplo, ou seja, qualquer ato 
normativo, desde a Constituição, passando pelos atos 
infraconstitucionais (espécies normativas do art. 59, CF/88), até os 
atos infralegais (decretos, regulamentos, instruções normativas). 
Nesse aspecto, devemos considerar inclusive os 
princípios expressos e implícitos contidos na Constituição Federal, ou 
seja, não se exige apenas a observância da lei em sentido estrito. 
Deve-se observar o que se denomina bloco de legalidade, ou seja, 
não só a lei em sentido estrito, mas todo o ordenamento jurídico. 
Por isso, na atualidade, o princípio da legalidade tem 
sido chamado de princípio da jurisdicidade, na feliz expressão da 
Profa. Raquel Melo Urbano, na medida em que a Administração deve 
observar a lei e o Direito, conforme art. 2º, parágrafo único, da Lei 
nº 9.784/99. 
Quanto à diferença entre legalidade e o princípio da 
reserva legal, devemos observar que este denota a ideia de 
necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar, 
certas matérias, conforme exigência constitucional. 
Por exemplo, ao servidor público é assegurado o 
direito à greve, nos termos e limites da lei. Assim, exige-se lei, em 
sentido estrito, a regular tal atividade. Quer dizer, que não poderá a 
matéria ser regulada por outro ato do poder público, senão por lei. 
Quer dizer que determinados temas devem 
necessariamente ser regulamentos por meio de lei em sentido 
estrito. 
 
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Ademais, vale lembrar que o princípio da legalidade 
tem representação para além do âmbito geral ou administrativo, há 
ainda o princípio da legalidade penal, da legalidade tributária etc. 
A propósito, em sintonia com o princípio da legalidade 
é possível destacar o princípio da finalidade, segundo o qual o 
administrador público deve observar em todos os seus atos o fim 
estabelecido pela lei, que é o atendimento ao interesse público. 
Com efeito, acaso o administrador pratique o ato não 
cuidando da finalidade pública incidirá em vício, denominado de 
desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder, o que 
causa a nulidade do ato. 
Para alguns autores, o princípio da finalidade tem 
estreita sintonia com o princípio da impessoalidade. 
O princípio da impessoalidade é visto sob duas 
vertentes. A primeira, no sentido de atuar visando o interesse 
público (finalidade), impedindo assim que a Administração atue de 
forma discriminatória ou beneficie alguém por critérios subjetivos, 
ou seja, que favoreça ou prejudique alguém por critérios pessoais. 
Nesse sentido, conforme bem destaca o Prof. Bandeira 
de Mello, o princípio da impessoalidade assumiria a faceta de 
princípio da isonomia, na medida em que a Administração deve 
proporcionar igualdade de condições e tratamento a todos os 
administrados. 
Noutra acepção, estabelece a vedação da promoção 
pessoal de agentes públicos ou autoridades administrativas, 
conforme preconiza o §1º do art. 37, CF/88, assim expresso: 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter 
educativo, informativo ou de orientação social, dela não 
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
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caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos. 
Nesse aspecto, é bom esclarecer que os atos 
realizados pelos agentes públicos não são imputados a si mesmos, 
mas às pessoas jurídicas a que pertencem, ou seja, à Administração 
Pública (princípio da imputação volitiva), conforme observamos 
na aplicaçãoda teoria do órgão. 
Assim, quando o agente usa a máquina administrativa 
visando promoção pessoal deverá sofrer as sanções legais na 
medida em que não deve atuar em seu nome, mas em nome da 
coletividade, isto é, em nome da Administração Pública, que 
representa o interesse coletivo. 
Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da 
impessoalidade está relacionado ao princípio da finalidade, pois a 
finalidade se traduz na busca da satisfação do interesse público. 
A propósito, vale lembrar que o interesse público se 
subdivide em primário (interesse coletivo) e secundário (entendido 
como interesse da Administração enquanto pessoa jurídica). 
Como destacado, noutro sentido é a lição de Celso 
Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princípio 
da isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei. 
E afirma que o princípio da finalidade é inerente ao princípio da 
legalidade, ou seja, está contido nele, na medida em que estabelece 
o dever de a lei cumprir seu objetivo. 
O princípio da moralidade está assentado na ética, 
moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a probidade 
administrativa, a honestidade. 
É princípio que permite a verificação de validade dos 
atos administrativos, sob o prisma da legitimidade. 
 
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É certo que se trata de um conceito jurídico 
indeterminado, carecendo de norma para concretizá-lo, ante sua 
natureza abrangente, mas, como bem destaca Alexandrino, “o 
princípio da moralidade complementa, ou torna mais efetivo, 
materialmente, o princípio da legalidade”. 
 
Todavia, não se pode dizer, jamais, que se trata de 
primado inútil, visto servir de parâmetro para coibir condutas 
ilegítimas, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurídico, de modo a 
caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina 
administrativa no tocante à condução da coisa pública. 
Como bem ensina Hely Lopes Meirelles à moralidade 
administrativa é a atuação dentro dos padrões da ética, moral, 
honestidade, probidade. 
Nesse sentido, a Constituição, no seu art. 37, §4º, 
estabelece que os atos de improbidade administrativa importarão 
em suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, 
indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem prejuízo 
da ação penal cabível. 
Percebe-se, portanto, que a Constituição deu especial 
atenção à probidade, já que, nos dizeres de José Afonso da Silva, a 
improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada. 
Com efeito, a Constituição permitiu ao particular 
(cidadão) exercer o controle dos atos da Administração a fim de 
verificar não só o cumprimento dos aspectos da legalidade, mas 
também da moralidade, conforme prevê o art. 5º, inc. LXXIII, ao 
dispor sobre a ação popular. 
O princípio da publicidade consiste na obrigação 
que tem a Administração Pública, como atividade e ente público, de 
dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o 
conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o 
controle sobre esses atos, bem como para fins de o ato produzir 
seus efeitos. 
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É certo que a conduta da Administração deve ser 
pública, transparente. Todavia, a Constituição ressalva alguns atos 
que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos 
de segurança nacional ou que digam respeito à intimidade ou vida 
privada. 
A publicidade poder ser feita pelos mais diversos 
meios, tal como a utilização de jornal oficial ou em local onde se 
possa dar ampla divulgação dos atos administrativos. Por vezes será 
necessário que a publicidade seja realizada diretamente ao 
interessado (notificação) ou somente em boletim interno. 
Assim, o princípio da publicidade pode, como meio de 
transparência, ser um requisito de validade do ato, ou, poderá, 
como instrumento para deflagrar os efeitos do ato (publicação do 
ato), ser requisito de eficácia. 
Uma das decorrências do princípio da publicidade é o 
princípio da motivação dos atos administrativos, ou seja, 
segundo o qual na pratica de um ato deve a Administração 
apresentar, torna explícitos, os motivos de sua realizada, ou seja, os 
fatos e fundamentos de direito que o justificam. 
O principio da eficiência, erigido a princípio 
expresso a partir da EC 19/98, traduz a ideia de resultado, busca 
pela excelência no exercício das atividades administrativas. 
Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as 
escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de 
desenvolvimento da administração, tal como o contrato de gestão 
(art. 37, §8º, CF/88). 
Como bem destaca José Afonso da Silva, o princípio da 
eficiência “orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir 
os melhores resultados com os meios escassos de que dispõe e a 
menor custo”, “consiste na organização racional dos meios e 
recursos humanos, materiais e institucionais para a prestação de 
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serviços públicos de qualidade com razoável rapidez”. (art. 5º, 
LXXVIII) 
Trata-se da tentativa de mudar o foco da 
Administração, ou seja, passar-se a uma Administração gerencial, 
que busca o resultado, em detrimento da Administração 
burocrática, que prima pelo controle, bem como da Administração 
Patrimonialista, que confundia o interesse do dirigente com o 
interesse da Administração. 
A par desses princípios expressos existem outros 
princípios implícitos na CF/88, sendo importante destacar os 
princípios da supremacia do interesse público sobre o privado, 
o da indisponibilidade do interesse público, da autotutela, da 
proporcionalidade e razoabilidade, da continuidade dos 
serviços públicos, dentre outros. 
O princípio da supremacia do interesse público
traduz-se na ideia de que o interesse público deve prevalecer sobre 
o interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um 
confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar 
primazia ao interesse público. 
Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição 
estabeleceu uma série de direitos e garantias individuais que, 
mesmo em confronto com o interesse público, devem ser 
respeitados, resguardados. 
Com efeito, é em razão do princípio da supremacia do 
interesse público que se fundam as prerrogativas ou poderes 
especiais conferidos à Administração Pública. 
É por força da supremacia que a Administração Pública 
atua com superioridade em relação ao particular, por exemplo, 
impondo-lhe obrigações de forma unilateral, com a inserção de 
cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo 
presunção de legitimidade aos atos da Administração etc. 
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De outro lado, o princípio da indisponibilidade do 
interesse público orienta à Administração Pública impondo-lhe 
restrições, limitações, ou seja, não lhe é dado dispor desse 
interesse, eis que ela não é sua proprietária, detentora do interesse 
público, apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas representa a 
coletividade, de modo que não pode dispor do que não lhe pertence. 
Significa dizer que, de um modo geral, não há 
possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão, 
daquilo que se refere ao interesse público. Por isso, a sujeição da 
administração pública a restrições especiais ou diferenciadas, tal 
como dever de prestar contas, concurso público, licitações etc. 
Esses dois princípios, é importantedizer, são 
considerados por parte da doutrina como super-princípios, ou pedras 
angulares do Direito Administrativo, na feliz expressão de Celso 
Antônio Bandeira de Mello, na medida em que dão origem aos 
demais princípios administrativos e ao próprio regime jurídico 
administrativo. 
Portanto, pode-se afirmar que o sistema 
administrativo está fundado nesses postulados centrais, isto é nestes 
dois princípios primordiais (na supremacia e na indisponibilidade do 
interesse público). 
Decorrência lógica desses dois princípios, e aplicação 
do princípio da legalidade, surge o princípio da autotutela, 
segundo o qual a administração pública pode controlar seus próprios 
atos, ou seja, pode anular os atos que contenham vício de legalidade 
e revogar os inconvenientes e inoportunos, respeitados os direitos 
de terceiros de boa-fé. 
Podemos ainda citar os princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade, da continuidade, da 
motivação, dentre outros que orientarão a atividade administrativa. 
Os princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade, como já observamos, são princípios implícitos 
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na Constituição Federal e decorrem diretamente do princípio da 
legalidade, bem como do postulado do devido processo legal 
substantivo. 
Vale lembrar, ademais, que a Lei nº 9.784/99 
positivou esses princípios, ao prescrever a observância da 
adequação entre meios e fins (razoabilidade), vedada a 
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida 
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do 
interesse público (proporcionalidade). 
De todo modo, necessário ainda dizer que a Lei nº 
9.784/99, lei que regula o processo administrativo no âmbito 
federal, positivou diversos princípios que estavam implícitos no bojo 
da Constituição, estabelecendo o seguinte: 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, 
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e 
eficiência. 
Assim, vamos às questões. 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O sistema 
administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da 
supremacia do interesse público sobre o particular e da 
indisponibilidade do interesse público pela administração. 
Comentário: 
Conforme destacado, a Constituição Federal, em seu 
art. 37, caput, determina que a Administração Pública deverá 
observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência, dentre outros, na realização de suas 
atividades. 
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Sabemos, no entanto, que além desses princípios 
expressos, existem outros princípios implícitos, tal como os 
princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e 
da indisponibilidade do interesse público, que são os postulados 
centrais do regime jurídico-administrativo. 
Portanto, pode-se afirmar que o sistema 
administrativo está fundado nesses dois princípios primordiais, ou 
seja, na supremacia e na indisponibilidade do interesse público. 
Gabarito: Certo. 
2. (AUXILIAR DE PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) A 
doutrina aponta como princípios do regime jurídico 
administrativo a supremacia do interesse público sobre o 
privado e a indisponibilidade do interesse público. 
Comentário: 
De fato, os princípios da supremacia do interesse 
público e o da indisponibilidade são considerados super-princípios 
que dão origem ao conjunto de princípios e regras que vão orientar 
a atividade administrativa, ou seja, que constituem as bases do 
regime jurídico-administrativo. 
Gabarito: Certo. 
3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STM – 
CESPE/2011) Em situações em que a administração participa 
da economia, na qualidade de Estado-empresário, explorando 
atividade econômica em um mercado concorrencial, 
manifesta-se a preponderância do princípio da supremacia do 
interesse público. 
Comentário: 
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Como já destacado, o princípio da supremacia do 
interesse público se traduz em prerrogativas, poderes especiais 
conferidos à Administração Pública para realizar seus fins. Significa 
dizer que a Administração goza de superioridade em relação ao 
particular. 
Todavia, em regra, quando a Administração cria 
entidade para participar do mercado, estará atuando em pé de 
igualdade, ou seja, estará submetida ao mesmo regime jurídico das 
demais pessoas privadas (regime jurídico de direito privado), 
conforme estabelece o art. 173, §1º, inc. II, CF/88, que assim 
expressa: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, 
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só 
será permitida quando necessária aos imperativos da 
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, 
conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa 
pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção 
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, 
dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das 
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e 
tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998) 
Por isso, em situações em que a administração 
participa da economia, na qualidade de Estado-empresário, 
explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, não 
se manifesta a preponderância do princípio da supremacia do 
interesse público. 
Gabarito: Errado. 
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4. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) De acordo com precedente 
histórico do STF, é possível, sem ofensa ao princípio da 
indisponibilidade do interesse público, a União firmar 
compromisso arbitral, mesmo em situação excepcional, desde 
que relativamente a direitos patrimoniais do Estado. 
Comentário: 
De fato, no julgamento do RE 253.855-0, da relatoria 
da Min. Ellen Gracie, resgatou-se um entendimento histórico do STF 
no sentido de que o Estado pode firmar compromisso arbitral, a fim 
de se utilizar de soluções alternativas de conflitos, desde que 
relativamente a direitos patromoniais. 
Observe o trecho do julgado: 
Gabarito: Certo. 
5. (PROMOTOR – MPE/AM - CESPE/2007) Explícita ou 
implicitamente, os princípios do direito administrativo que 
informam a atividade da administração pública devem ser 
extraídos da CF. 
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Comentário: 
De fato, todos os princípios que orientam a atividade 
administrativa estão expressos ou implicitamente previstos na 
Constituição Federal. 
Gabarito: Certo. 
6. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) Os princípios que 
regem a atividade da administração pública e que estão 
expressamente previstos na CF são os princípios da 
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. 
Comentário: 
O art. 37 da Constituição Federal expressamente 
estabelece os princípios da Legalidade, Impessoalidade, 
Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
Devemos lembrar que o princípio da eficiência estava 
implícito na Constituição, somente vindo a ser positivado 
expressamentecom a EC nº 19/98. 
Assim, observe que a assertiva traz a redação da 
Constituição Federal de 1988 antes da EC 19/98. 
Gabarito: Errado. 
7. (TÉCNICO CIENTÍFICO – BASA – CESPE/2010) Os 
princípios da moralidade, da legalidade, da publicidade, da 
eficiência e da impessoalidade, estipulados pelo texto 
constitucional, somente se aplicam à legislação 
administrativa referente à administração pública no âmbito 
federal, com desdobramentos na administração direta, na 
indireta e na fundacional. 
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Comentário: 
Observe que o mandamento constitucional prescrito no 
art. 37, caput, determina a aplicação dos princípios administrativos a 
todas as esferas de governo, ou seja, a Administração Pública direta 
e indireta, de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios, conforme o seguinte: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
Gabarito: Errado. 
8. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) Os 
princípios elencados na Constituição Federal, tais como 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência, aplicam-se à administração pública direta, 
autárquica e fundacional, mas não às empresas públicas e 
sociedades de economia mista que explorem atividade 
econômica. 
Comentário: 
De acordo com o art. 37, CF/88, a Administração 
Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá 
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. 
Assim, tanto os entes políticos (União, Estados-
membros, DF e Municípios), quanto às entidades administrativas 
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e 
empresas públicas) se submetem aos princípios administrativos. 
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Gabarito: Errado. 
9. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) A lei que trata dos 
processos administrativos no âmbito federal previu outros 
princípios norteadores da administração pública. Tal previsão 
extrapolou o âmbito constitucional, o que gerou a 
inconstitucionalidade da referida norma. 
Comentário: 
Já ressaltei que todos os princípios que orientam a 
atividade administrativa advêm da própria Constituição Federal. No 
entanto, alguns estão expressos e outros estão implícitos. 
Com efeito, a Lei nº 9.784/99, que regulamenta o 
processo administrativo no âmbito federal, tornou expresso alguns 
desses princípios implícitos, além de repetir os expressos, conforme 
o seguinte: 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre 
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. 
Todavia, mesmo ao dispor acerca de outros princípios 
administrativos, que não estavam expressos na CF/88, a Lei nº 
9.784/99 não extrapolou as diretrizes constitucionais, pois, de fato, 
apenas positivou alguns princípios implícitos e outros decorrentes 
dos princípios expressos na CF/88. 
Gabarito: Errado. 
10. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Os 
princípios que informam o processo administrativo são os 
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mesmos que informam o processo judicial, aplicando-se, com 
a mesma intensidade, em um e outro processo. 
Comentário: 
Os princípios que informam o processo administrativo 
não são os mesmos e nem têm a mesma intensidade dos que 
informam o processo judicial. Veja, por exemplo, o princípio da 
inércia que se aplica no âmbito judicial e o da oficialidade, ou seja, 
que a própria Administração pode deflagrar o processo 
administrativo, mas o judiciário deve ser provocado. 
Gabarito: Errado. 
11. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) O princípio da 
legalidade no âmbito da administração pública identifica-se 
com a formulação genérica, fundada em ideais liberais, 
segundo a qual ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei. 
Comentário: 
O princípio da legalidade administrativa traduz-se na 
ideia de que a Administração Pública e, por via de consequência, o 
administrador público, somente pode fazer aquilo que a lei autoriza 
ou determina. 
Assim, a formulação genérica do princípio da 
legalidade no sentido de ninguém é obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei (princípio da 
legalidade geral ou autonomia da vontade) é aplicável aos 
particulares, visto que somente são obrigados a pautar-se de certo 
modo se e quando existente lei que os obrigue, traduzindo-se em 
liberdade. 
Por outro lado, a Administração Pública somente pode 
atuar se houver lei que a determine ou permita (princípio da 
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legalidade administrativa, restrita ou estrita). 
Então, enquanto para o particular vige a liberdade, 
sendo restringida somente quando lei obrigar, na Administração 
Pública há limitações, somente atuando quando a lei permitir. 
Gabarito: Errado. 
12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – 
CESPE/2010) A atuação administrativa dos integrantes do 
setor público deve ser pautada pela existência de uma 
permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na CF 
hierarquicamente definido como mais importante é o da 
legalidade, pois é um princípio norteador das ações públicas. 
Comentário: 
De fato, como vimos, temos o princípio da legalidade 
como norteador de toda a atividade administrativa, ou seja, o 
agente público somente atua quando houver permissão legal. 
No entanto, não se pode dizer que se trata de princípio 
hierarquicamente definido com mais importante. É que, primeiro não 
há hierarquia entre as disposições constitucionais, segundo que 
todos os princípios orientadores da Administração são igualmente 
importantes, podendo um ato administrativo, por exemplo, ser legal, 
mas ser imoral, ser legal, mas violar a eficiência. 
Gabarito: Errado. 
13. (SECRETÁRIO EXECUTIVO – FUB – CESPE/2011) Tanto 
na administração pública quanto na particular, o 
administrador, para que órgão público ou a empresa alcance 
os objetivos pretendidos, goza de liberdade para fazer o que 
for necessário, desde que a lei não proíba. 
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Comentário: 
Sabemos que a atuação administrativa sempre 
depende de lei, seja autorizando (conduta discricionária), seja 
determinado (conduta vinculada). Significa dizer que se não houver 
autorização legal, a Administração Pública não pode fazer. 
Por outro lado, no âmbito privado, há a liberdade de 
atuar, sendo restringida apenas quando houver proibição legal. 
Gabarito: Errado. 
14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – 
CESPE/2011) O princípio da legalidade está relacionado ao 
fato de o gestor público agir somente de acordo com a lei. 
Comentário: 
De fato, o princípio da legalidade impõe a obrigação de 
agir somente de acordo com a lei. 
De todo modo, não podemos esquecer que na 
atualidade fala-se em lei em sentidomais amplo, conforme aplicação 
do princípio da jurisdicidade, ou seja, observância à lei e ao direito. 
Gabarito: Certo. 
15. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Conforme decisão 
do STF, é prescindível a edição de lei que fixe a idade limite 
para o ingresso nas forças armadas, de modo que não ofende 
o princípio da legalidade norma, nesse sentido, estipulada 
somente em edital de concurso da administração pública. 
Comentário: 
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O STF entendeu que a fixação de limite de idade para 
cargos públicos deve observar o princípio da reserva legal, modo que 
deve ter previsão expressa em lei. 
INFORMATIVO Nº 608 
TÍTULO: Forças Armadas: limite de idade para concurso de 
ingresso e art. 142, § 3º, X, da CF – 4 
PROCESSO: RE – 600.885 
ARTIGO 
O Plenário retomou julgamento de recurso extraordinário 
em que se discute a constitucionalidade, ou não, do 
estabelecimento de limite de idade por edital de concurso 
para ingresso nas Forças Armadas. Trata-se, na espécie, de 
recurso interposto pela União contra acórdão do Tribunal 
Regional Federal da 4ª Região que entendera que, em 
relação ao ingresso na carreira militar, a Constituição 
Federal exigiria que lei dispusesse a respeito 
do limite de idade (CF, art. 142, § 3º, X), não se admitindo, 
portanto, que um ato administrativo estabelecesse a 
restrição, sob pena de afronta ao princípio constitucional da 
ampla acessibilidade aos cargos públicos — v. Informativo 
580. Em voto-vista, o Min. Ricardo Lewandowski, não 
obstante concordar com as premissas estabelecidas pela 
Min. Cármen Lúcia, relatora, sobre a necessidade de lei 
formal para regulamentar o ingresso nas Forças 
Armadas (postulado da reserva de lei), dela divergiu 
quanto à solução a ser dada para o caso. Acompanhou, no 
ponto, a proposta formulada pelo Min. Gilmar Mendes no 
sentido de prover o recurso e reputar ainda constitucional, 
pelo lapso temporal de 1 ano, a norma do art. 10 da Lei 
6.880/80 (“O ingresso nas Forças Armadas é facultado, 
mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os 
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei 
e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica.”). RE 600885/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 
10.11.2010. (RE-600885) 
Gabarito: Certo. 
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16. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Ainda que muito discutido 
na doutrina brasileira, o princípio da proteção à confiança 
legítima do administrado não é adotado pelo STF, que 
privilegia o princípio da legalidade. 
Comentário: 
O princípio da proteção à confiança legítima do 
administrado é uma decorrência do princípio da segurança jurídica, 
na medida em que se espera da Administração que cumpra seus 
atos. 
Com efeito, trata-se de princípio reconhecido e 
adotado pelo STF no âmbito de suas decisões, de modo a manter 
conduta compatível com a razoabilidade, ainda que, e só 
aparentemente, afastando o princípio da legalidade. Vejamos: 
INFORMATIVO Nº 643 
TÍTULO: Anulação de concurso público: intimação de 
interessados e vinculação ao edital - 6 
PROCESSO: MS – 28.666 
ARTIGO 
O Min. Luiz Fux acrescentou que o CNJ, ao considerar 
inválida a admissão dos candidatos “excedentes”, teria 
pretendido sobrepor regra editalícia à própria Constituição, 
da qual se extraem os princípios da proteção da 
confiança legítima, inerente à segurança jurídica (CF, art. 
5º, caput), e o da moralidade (CF, art. 37, caput). Assinalou 
que a anulação de questões, fator que 
permitira a modificação da lista de aprovados na primeira 
fase, resultara de erro da própria Administração Pública. 
Desse modo, tendo a falha primordial partido do Estado, e 
não dos administrados, o ato que excluíra os ora 
impetrantes do concurso iria de encontro ao princípio 
segundo o qual ninguém pode se valer da própria torpeza. 
Afirmou que, como todos aqueles que seriam aprovados 
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sem a anulação das questões teriam sido mantidos no 
concurso, bem assim aqueloutros que só poderiam 
prosseguir no exame em virtude de repontuação, não 
haveria prejuízo a ensejar nulidade (pas de nullité sans 
grief), pois a ampliação do número de aprovados decorrera 
de critérios objetivos e impessoais. Ademais, reputou 
indefensável a declaração de nulidade do ato impugnado em 
face: a) da inexistência de prejuízo a terceiros; b) do fato 
de que a Administração fora beneficiada ao 
alargar as chances de selecionar candidatos qualificados; c) 
da legítima expectativa dos impetrantes, a qual deveria ser 
protegida; e d) da impessoalidade da premissa que dilatara 
o rol de aprovados. MS 28603/DF, rel. orig. Min. Cármen 
Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 6.10.2011. 
(MS-28603) 
Gabarito: Errado. 
17. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Consoante a 
jurisprudência do STF, é possível a arguição do princípio da 
isonomia como fundamento de pedido de servidor público, 
pretendendo benefício ilegalmente concedido a outros 
servidores. 
Comentário: 
Nos termos da Súmula 339-STF, não cabe ao Poder 
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar 
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de 
isonomia. 
Gabarito: Errado. 
18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – 
CESPE/2010) O princípio da finalidade, explicitado no art. 37 
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da CF, define que, se o gestor público praticar atos fora dos 
fins expressa ou implicitamente contidos na regra de 
competência, praticará desvio de finalidade. E se tal ato 
atentar contra os princípios da administração pública ao visar 
fim proibido em lei ou demais normas, constituirá ato de 
improbidade administrativa. 
Comentário: 
Essa questão é pura maldade com o candidato, com o 
concursando. Veja que ela é toda perfeita, toda certinha. Mas tomem 
cuidado! Veja que diz que o princípio da finalidade, EXPLICITADO no 
art. 37 da CF/88. 
Com efeito, o princípio da finalidade não está 
expresso, explicitado, no art. 37 da Constituição. 
Ademais, ainda que adotemos o entendimento 
majoritário no sentido que é uma decorrência do princípio da 
legalidade na medida em que a legalidade se orienta no sentido de 
se satisfazer o interesse público ou, ainda, o posicionamento 
minoritário do Prof. Bandeira de Mello, e entender que ele é inerente 
à impessoalidade, não verificamos o princípio expressamente no art. 
37 da CF/88. 
Gabarito: Errado. 
19. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Entendendo que “Todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natureza” (CF, art. 5, caput), 
determinado órgão público, responsável pela fiscalização de 
tributos, estará adequadamente respaldado pelo princípio da 
impessoalidade ao instituir fila única aos atendimentos à 
comunidade, não dando diferenciação de atendimento aos 
cadeirantes, gestantes, idosos etc. 
Comentário: 
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O princípio da impessoalidade, na sua vertente 
isonomia, não permite dar tratamento discriminatório ou privilegiar 
em razão de critérios subjetivos ou para satisfação pessoal. 
No entanto, se há situação de desigualdade, é medida 
adequada e atende ao princípio daisonomia, dar diferença no 
tratamento para, enfim, diminuir a diferença, ou seja, não atende a 
impessoalidade, a criação de fila única, de modo a colocar todas as 
pessoas na mesma condição. 
O que se veda é discriminar ou privilegiar por critérios 
pessoais, subjetivos, sobretudo não previstos e contrários à lei. 
Gabarito: Errado. 
20. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) 
O presidente de um tribunal de justiça estadual tem 
disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 
2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes 
de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz 
jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da 
Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o 
pagamento das verbas apenas aos desembargadores, 
devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização 
de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é 
devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento 
inicial em razão de os desembargadores estarem em nível 
hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns 
juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato 
que determinou o pagamento das verbas aos 
desembargadores. Considerando a situação hipotética acima 
apresentada, julgue: A decisão do presidente do tribunal de 
justiça violou o princípio da impessoalidade, na medida em 
que esse princípio objetiva a igualdade de tratamento que o 
administrador deve dispensar aos administrados que se 
encontrarem em idêntica situação jurídica. 
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Comentário: 
De fato, ao dar preferência a uns, por critérios 
pessoais, ou seja, subjetivos na medida em que não existe tal 
hierarquia, o Presidente do Tribunal violou o princípio da 
impessoalidade, visto que não adotou critério objetivo para definir o 
pagamento das verbas devidas. 
Gabarito: Certo. 
21. (AUDITOR DE CONTAS – SECONT/ES – CESPE/2009) 
Como decorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe 
a presença de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em 
publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas 
de órgãos públicos. 
Comentário: 
Estabelece a Constituição Federal que é vedada a 
utilização de propagandas, publicidades, para promoção pessoal, 
conforme estabelece o art. 37, §1º, parte final, da CF/88, assim 
expresso: 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter 
educativo, informativo ou de orientação social, dela não 
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos. 
Com efeito, trata-se de aplicação do princípio da 
impessoalidade na medida em que a publicidade/propaganda não 
pode servir para promover agentes ou autoridades, conforme 
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal: 
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INFORMATIVO Nº 502 
TÍTULO: Publicidade de Atos Governamentais e 
Impessoalidade 
PROCESSO: RE - 191668 
ARTIGO 
O art. 37, caput, e seu § 1º, da CF, impedem que haja 
qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os 
titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que 
pertençam. Com base nesse entendimento, a Turma negou 
provimento a recurso extraordinário interposto pelo 
Município de Porto Alegre contra acórdão do tribunal de 
justiça local que o condenara a abster-se da inclusão de 
determinado slogan na publicidade de seus atos, 
programas, obras, serviços e campanhas. Considerou-se 
que a referida regra constitucional objetiva assegurar 
a impessoalidade da divulgação dos atos 
governamentais, que devem voltar-se exclusivamente 
para o interesse social, sendo incompatível com a 
menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos 
slogans que caracterizem a promoção pessoal ou de 
servidores públicos. Asseverou-se que a possibilidade 
de vinculação do conteúdo da divulgação com o 
partido político a que pertença o titular do cargo 
público ofende o princípio da impessoalidade e 
desnatura o caráter educativo, informativo ou de 
orientação que constam do comando imposto na 
Constituição. RE 191668/RS, rel. Min. Menezes Direito, 
15.4.2008. (RE-191668) 
Gabarito: Certo. 
22. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) A 
inserção de nome, símbolo ou imagem de autoridades ou 
servidores públicos em publicidade de atos, programas, 
obras, serviços ou campanhas de órgãos públicos fere o 
princípio da impessoalidade da administração pública. 
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Comentário: 
Pois é! Acabamos de ver isso! Exatamente igual à 
anterior, não é? Então, vimos que o art. 37, §1º, CF/88 estabelece 
que a propaganda/publicidade não poderá conter nomes ou símbolos 
que caracterizem promoção pessoal, sob pena de violação ao 
princípio da impessoalidade. 
Gabarito: Certo. 
23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª 
REGIÃO – CESPE/2009) As sociedades de economia mista e 
as empresas públicas que prestam serviços públicos estão 
sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos 
que compõem a administração direta, razão pela qual é 
vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionar nomes 
e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar 
promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas 
entidades. 
Comentário: 
De fato, como já observamos os princípios que 
orientam a Administração, conforme art. 37, da CF/88, aplica-se 
tanto à Administração direta, quanto à Indireta. 
Com efeito, em conformidade com o princípio da 
publicidade a Administração Pública deve dar ampla divulgação de 
seus atos, ressalvadas as hipóteses de sigilo, com o objetivo de 
informar, educar e orientar, além de permitir o controle de seus atos. 
Ademais, observe que além do respeito ao princípio da 
publicidade não se pode desrespeitar o da impessoalidade. Assim, a 
obediência ao princípio da publicidade tem que se casada com a 
impessoalidade, de modo que, conforme estabelece o art. 37, §1º, 
CF/88, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
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campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal da 
autoridade ou servidores públicos. 
Cuidado que, a questão quer dizer que além de violar 
o princípio da impessoalidade, deve sim as estatais observar 
também o princípio da publicidade. O que significa dizer que em 
razão tanto da publicidade, quanto da impessoalidade, e é claro, 
com mais propriedade em razão desta, as estatais não podem fazer 
propaganda para fins de promoção pessoal, conforme se depreende 
dos seguintes entendimentos: 
Publicidade de caráter autopromocional do Governador 
e de seus correligionários, contendo nomes, símbolos 
e imagens, realizada às custas do erário. Não 
observância do disposto na segunda parte do preceito 
constitucional contido no art. 37, § 1º. (RE 217.025-
AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 18-4-
00, 2ª Turma, DJ de 5-6-98) 
Publicidade de atos governamentais. Princípio da 
impessoalidade. (...) O caput e o parágrafo 1º do 
artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja 
qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os 
titulares doscargos alcançando os partidos políticos a 
que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional 
que assegura o princípio da impessoalidade vincula a 
publicidade ao caráter educativo, informativo ou de 
orientação social é incompatível com a menção de 
nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que 
caracterizem promoção pessoal ou de servidores 
públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da 
divulgação com o partido político a que pertença o 
titular do cargo público mancha o princípio da 
impessoalidade e desnatura o caráter educativo, 
informativo ou de orientação que constam do 
comando posto pelo constituinte dos oitenta. (RE 
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191.668, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 
15-4-08, 1ª Turma, DJE de 30-5-08) 
Gabarito: Certo. 
24. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – 
CESPE/2011) O princípio da impessoalidade trata da 
incapacidade da administração pública em ofertar serviços 
públicos a todos os cidadãos. 
Comentário: 
O princípio da impessoalidade trata da obrigação de a 
Administração envidar esforços para ofertar serviços públicos a 
todos indistintamente, sem fazer discriminação ou dar preferências. 
Obviamente que os recursos humanos e financeiros 
são limitados, bem como o administrado poder não deter os meios 
necessários para receber tais serviços. Tais fatos, porém, se inserem 
na teoria da reserva do possível e não no âmbito do princípio da 
impessoalidade. 
Gabarito: Errado. 
25. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O 
concurso público para ingresso em cargo ou emprego público 
é um exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade. 
Comentário: 
De fato, o concurso público para ingresso em cargo ou 
emprego público, assim como a Licitação, é um exemplo de 
aplicação do princípio da impessoalidade, na medida em que 
estabelece regras objetivas e todos que tiverem condições e 
atenderem às exigências poderão participar e obterão igualdade de 
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tratamento, sem preferências ou distinções por critérios ocultos, 
subjetivos. 
Gabarito: Certo. 
26. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) 
Governadores de estado devem obrigatoriamente observar o 
princípio da moralidade pública na prática de atos 
discricionários. 
Comentário: 
De acordo com o art. 37, caput, da CF/88, a 
Administração Pública, direta e indireta, de quaisquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá 
aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, 
Publicidade e Eficiência. 
Assim, tanto o Presidente, os Prefeitos, quanto os 
Governadores estarão submetidos ao princípio da moralidade 
administrativa, seja no tocante aos atos vinculados, seja em relação 
aos discricionários, ainda que atuem com certa margem de 
liberdade, só que deverá se pautar pelos princípios básicos da 
Administração contidos no caput do art. 37, CF/88. 
Gabarito: Certo. 
27. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Se determinado ato administrativo for 
analisado e categorizado como ilegal e imoral, haverá 
redundância nessa categorização, pois, de acordo com os 
princípios constitucionais, todo ato imoral é necessariamente 
um ato ilegal, sujeito ao controle do Poder Judiciário. 
Comentário: 
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É sabido que os princípios da legalidade e da 
moralidade administrativa são princípios distintos. Assim, é possível 
que um ato seja legal, porém imoral. 
No entanto, conforme destaca a Profa. Di Pietro, há 
quem entenda que a moral administrativa insere-se no conteúdo da 
legalidade, ante a necessidade de se prevê o que é imoral, ou seja, 
qualificar o resultado. 
Em que pese esse posicionamento, devemos observar 
que a moralidade por si só é fundamento suficiente para anular ato 
administrativo, conforme extraímos do entendimento do STF, assim 
expresso: 
Concurso para a Magistratura do Estado do Piauí. Critérios 
de convocação para as provas orais. Alteração do edital no 
curso do processo de seleção. Impossibilidade. Ordem 
denegada. O Conselho Nacional de Justiça tem legitimidade 
para fiscalizar, inclusive de ofício, os atos administrativos 
praticados por órgãos do Poder Judiciário (MS 26.163, Rel. 
Min. Cármen Lúcia, DJe 04-09-2008). Após a publicação do 
edital e no curso do certame, só se admite a alteração das 
regras do concurso se houver modificação na legislação que 
disciplina a respectiva carreira. Precedentes. (RE 318.106, 
Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 18-11-2005). No caso, a alteração 
das regras do concurso teria sido motivada por suposta 
ambigüidade de norma do edital acerca de critérios de 
classificação para a prova oral. Ficou evidenciado, contudo, 
que o critério de escolha dos candidatos que deveriam ser 
convocados para as provas orais do concurso para a 
magistratura do Estado do Piauí já estava claramente 
delimitado quando da publicação do Edital n. 1/2007. A 
pretensão de alteração das regras do edital é medida 
que afronta o princípio da moralidade e da 
impessoalidade, pois não se pode permitir que haja, 
no curso de determinado processo de seleção, ainda 
que de forma velada, escolha direcionada dos 
candidatos habilitados às provas orais, especialmente 
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quando já concluída a fase das provas escritas 
subjetivas e divulgadas as notas provisórias de todos 
os candidatos. (MS 27.165, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
julgamento em 18-12-08, Plenário, DJE de 6-3-09) 
Contudo, o CESPE tem considerado como ilegal, todo 
ato imoral, sob o fundamento de que a concretização da imoralidade 
depende da positivação das condutas tidas por imorais, e dessa 
forma, toda imoralidade, na verdade seria uma ilegalidade. 
Nesse sentido, vale citar a lição do Prof. José Afonso 
da Silva ao esclarecer que “pode-se pensar na dificuldade 
que será desfazer um ato, produzido conforme a lei, sob o 
fundamento de vício de imoralidade. Mas isso é possível, 
porque a moralidade administrativa não é meramente 
subjetiva, porque não é puramente formal, porque tem 
conteúdo jurídico, a partir de regras e princípios da 
Administração”. 
Gabarito: Certo1. 
28. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – 
CESPE/2009) O princípio da moralidade administrativa, por 
possuir relação com o princípio da legalidade, impõe que um 
ato, para ser legal, isto é, esteja em conformidade com a lei, 
precisa ser necessariamente moral. 
Comentário: 
Então, acabamos de verificar que o entendimento 
firmado no âmbito CESPE, com base em parte da doutrina, é de que 
todo ato imoral é necessariamente ilegal. 
1 Ressalvo meu entendimento pessoal, no sentido de que a imoralidade pode ser aferida sozinha e 
serve como elemento para invalidar o ato administrativo. Lembro-me inclusive de, em certa ocasião, ter 
sustentado isso antes da existência da Súmula 13 e da Res. 7-CNJ que versam sobre o nepotismo, 
quando aleguei que a nomeação de parentes era ato que violava a moralidade e a impessoalidade, 
muito embora não houvesse norma vedando. 
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Veja, no entanto, que esta questão desmente aquela. 
Aqui o CESPE aplicou o entendimento de que nem todo atoimoral é 
ilegal e nem todo ato ilegal é imoral. 
De fato, nem todo ato para ser legal precisa ser 
necessariamente moral. Contudo, isso não quer dizer que o ato 
esteja de acordo com a Constituição, pois na medida em que se o 
ato não é moral, mesmo sendo legal, não poderá subsistir ante o 
vício de moralidade. 
Gabarito: Errado. 
29. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PE – CESPE/2009) O 
princípio da boa-fé está previsto expressamente na CF e, em 
seu aspecto subjetivo, corresponde à conduta leal e honesta 
do administrado. 
Comentário: 
Então, o princípio da boa-fé não está previsto 
expressamente na Constituição, ele é considerado um subprincípio 
ou um aspecto da moralidade administrativa. 
Assim, o princípio da boa-fé pode ser visto sob a 
vertente objetiva (boa-fé conduta) quando diz respeito ao 
comportamento do agente, sem considerar sua intenção quando 
agiu desse ou daquele modo. 
De outro lado, pode ser visto sob o aspecto subjetivo 
(boa-fé crença ou convicção) que se verifica na intenção, vontade, 
do agente no sentido de conhecer ou não conhecer o ilícito. 
Assim, no âmbito administrativo mais importa a boa-fé 
objetiva no sentido de se apurar a conduta leal, honesta do agente 
ou do administrado, do que sua intenção (boa-fé subjetiva). 
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Gabarito: Errado. 
30. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) 
O presidente de um tribunal de justiça estadual tem 
disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 
2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes 
de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz 
jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da 
Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o 
pagamento das verbas apenas aos desembargadores, 
devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização 
de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é 
devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento 
inicial em razão de os desembargadores estarem em nível 
hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns 
juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato 
que determinou o pagamento das verbas aos 
desembargadores. Considerando a situação hipotética acima 
apresentada, julgue: Respeitado o princípio da publicidade, 
uma vez que a decisão do presidente que determinou o 
pagamento aos desembargadores foi publicada mediante 
portaria no Diário Oficial, é correto afirmar que, em 
consequência, os princípios da moralidade e legalidade não 
foram violados. 
Comentário: 
Então, essa questão é uma aplicação do conhecimento 
obtido na anterior. Veja que o ato é imoral na medida em que 
beneficia uns por questões meramente pessoais, já que não existe 
referida hierarquia. 
Assim, a atuação do Presidente do Tribunal é violadora 
da moralidade administrativa, bem como da legalidade na medida 
em que não há lei estabelecendo referida conduta. Outrossim, 
podemos dizer, inclusive, que houve violação ao princípio da 
impessoalidade. 
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Gabarito: Errado. 
31. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – 
CESPE/2007) A probidade administrativa é um aspecto da 
moralidade administrativa que recebeu da Constituição 
Federal brasileira um tratamento próprio. 
Comentário: 
Estabelece o princípio da moralidade administrativa 
que deve o agente público atuar dentro dos padrões de moral 
administrativa, ou seja, de moralidade especial que qualifica a moral 
comum, isto é, deve agir de modo ético, com honestidade, com 
probidade e boa-fé no trato da coisa pública. 
Assim, é de se observar que a probidade 
administrativa está inserida no âmbito da moralidade administrativa. 
Por isso, o legislador constituinte entendeu por bem de, 
expressamente, conferir tratamento próprio a referido tema, ante 
sua importância para a atuação da Administração Pública e para o 
agente público. 
Com efeito, como já observamos, o art. 37, §4º, da 
Constituição determina que os atos de improbidade administrativa 
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal 
cabível. 
A Lei nº 8.429/92 regulamenta o dispositivo e 
estabelece três espécies de atos de improbidade administrativa, 
sendo: i) atos de importam em enriquecimento ilícito; ii) atos que 
causem lesão ao erário; iii) atos que atentem contra os princípios da 
administração pública. 
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Atente-se, no entanto, para dois posicionamentos 
importantes do Supremo Tribunal Federal. O primeiro no sentido de 
que a Lei de Improbidade Administrativa (LIA – Lei nº 
8.429/92) não tem natureza criminal, tem natureza cível. E, 
outro, no sentido de que tal regime não se aplica aos agentes 
políticos que estão submetidos ao regime de crime de 
responsabilidades, a exemplo da Lei nº 1.079/50. 
Gabarito: Certo. 
32. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – 
CESPE/2007) A declaração de sigilo dos atos administrativos, 
sob a invocação do argumento da segurança nacional, é 
privilégio indevido para a prática de um ato administrativo, 
pois o princípio da publicidade administrativa exige a 
transparência absoluta dos atos, para possibilitar o seu 
controle de legalidade. 
Comentário: 
Segundo o princípio da publicidade, expresso no art. 
37, caput, da Constituição Federal, a Administração Pública deve 
atuar com transparência e dar conhecimento de seus atos por meio 
de órgão oficial, de maneira a conferir-lhes validade e eficácia, para 
com isso possibilitar o controle de sua atuação. 
A publicidade deve sempre primar pelo seu caráter 
educativo, informativo ou de orientação social, conforme expresso 
na primeira parte do art. 37, §1º, da CF/88. 
No entanto, tal princípio não é absoluto, eis que há 
casos em que a Administração não deve dar publicidade aos atos 
praticados sob pena de violar a intimidade, a honra do administrado, 
conforme fixa o art. 5º, inc. X, CF/1988. 
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De igual forma, também excepciona o princípio da 
publicidade, os atos administrativos que estejam vinculados à 
segurança da sociedade e do Estado. 
Nesse sentido, dispõe o art. 5º, inc. XXXIII, da 
Constituição Federal que todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Gabarito: Errado. 
33. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) O 
princípio da publicidade se verifica sob o aspecto da 
divulgação externa dos atos da administração, não 
propiciando o conhecimento da conduta interna dos agentes 
públicos. 
Comentário: 
Como destacado, o princípio da publicidade traduz-se 
na obrigação que tem a Administração Pública de dar transparências 
aos seus atos, como meio de assegurar a todos o conhecimento de 
suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o controle sobre 
esses atos. É visto também como requisito de validade e eficácia dos 
atos administrativos. 
Assim, a regra, é a publicidade dos atos da 
Administração, podendo ser ampla (publicação em jornal de grande 
circulação, Diário Oficial) ou ser mais restrita (publicação em boletim 
interno, exemplode férias dos servidores) 
Nesse sentido, a Constituição faz ressalva a alguns 
atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos 
imperativos de segurança nacional ou que digam respeito aos 
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interesses privados, conforme estabelece o art. 5º, inc. XXXIII, 
CF/88, assim disposto: 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) 
Assim, tanto as condutas internas, nomeação de 
servidores, férias, e demais atos devem ser publicados, como as 
condutas externas, salvo expressa previsão legal. 
Gabarito: Errado. 
34. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – 
CESPE/2010) As organizações privadas podem deixar de 
fornecer, por exemplo, determinados dados financeiros, para 
resguardar as suas estratégicas. Em contrapartida, na gestão 
pública, a transparência das ações e decisões deve existir, 
salvo quando houver questões que envolvam segurança 
nacional ou demais exceções respaldadas na CF. 
Comentário: 
Pois é, e agora? Fácil não é? De fato, no âmbito 
privado, tendo em vista a concorrência entre as entidades, o sigilo é 
uma estratégia comercial. 
No entanto, no âmbito da Administração Pública 
aplica-se o princípio da transparência (publicidade). Isso porque a 
Administração é mera gestora do interesse público e, portanto, deve 
prestar contas de suas ações, sendo um direito de todos o acesso a 
tais informações, inclusive para efeitos de controle de atuação 
estatal. 
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Assim, a publicidade somente será excepcionada nos 
casos de imperativo de segurança nacional ou de sigilo à intimidade 
e vida privada, conforme previsto constitucionalmente. 
Gabarito: Certo. 
35. (JUIZ FEDERAL – TRF 2ª REGIÃO – CESPE/2009) De 
acordo com o princípio da publicidade, os atos 
administrativos devem ser publicados necessariamente no 
Diário Oficial, não tendo validade a mera publicação em 
boletins internos das repartições públicas. 
Comentário: 
Como destacado, alguns atos exigem publicidade mais 
ampla, devendo ser publicado em jornal de grande circulação e no 
Diário Oficial (exemplo: licitações na modalidade concorrência). 
Outros atos, no entanto, não exigem publicidade ampla, podendo ser 
publicados em boletim interno da Administração, tal como férias de 
servidores, concessão de licenças etc. 
Gabarito: Errado. 
36. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – 
CESPE/2009) O princípio da publicidade é um requisito 
formal dos atos administrativos, contratos e procedimentos, 
pois apenas a partir da publicação por instrumentos oficiais 
de divulgação, a exemplo dos diários oficiais, é que tais ações 
tornam-se transparentes e efetivas. 
Comentário: 
Então, é mera repetição da anterior. Ou seja, os atos 
administrativos, como regra, são válidos quando publicados em 
instrumentos oficiais, sejam em boletim interno ou em Diário Oficial. 
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No entanto, também é possível dar-lhes validade, de 
modo a observar a transparência e torná-los efetivos, por meio de 
publicação em instrumentos que não tenham o caráter de oficiais, tal 
como jornal de grande circulação ou colocação em local acessível da 
Administração. 
Gabarito: Errado. 
37. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – 
CESPE/2009) Diferentemente do princípio da legalidade, o 
princípio da publicidade possui exceções, quando se refere, 
por exemplo, à intimidade, à vida privada, à honra e à 
imagem das pessoas. 
Comentário: 
De fato, como já observamos, o princípio da 
publicidade pode ser excepcionado, diante de situações que 
requeiram o sigilo, tal como em razão de imperativos de segurança 
nacional e em razão da intimidade, vida privada, honra e imagem. 
Gabarito: Certo. 
38. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PB – CESPE/2008 – 
adaptada) O princípio da eficiência, introduzido 
expressamente na Constituição Federal (CF) na denominada 
Reforma Administrativa, traduz a idéia de uma administração 
gerencial: 
Comentário: 
O princípio da eficiência, como dito, deu destaque para 
a busca de resultado, traduzindo-se na idéia de administração 
gerencial, ou seja, aquela voltada para resultados, atuando com 
presteza, perfeição e rendimento funcional. 
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Com efeito, a reforma administrativa implicou na 
fixação expressa do princípio da eficiência, o qual tem por objetivo a 
busca de melhores resultados com o menor dispêndio de recursos. 
Gabarito: Certo. 
39. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) O 
princípio da eficiência na administração pública foi inserido 
no caput do art. 37 da CF apenas com a edição da Emenda 
Constitucional n.º 19/1998. Entretanto, mesmo antes disso, 
já era considerado pela doutrina e pela jurisprudência pátria 
como um princípio implícito no texto constitucional. Assim, a 
transparência dos atos administrativos é um importante 
aspecto do princípio da eficiência, na medida em que coíbe a 
prática de atos que visam à satisfação de interesses pessoais. 
Comentário: 
De fato, o principio da eficiência somente foi erigido a 
princípio expresso a partir da EC 19/98, adotando-se uma visão de 
Administração gerencial, na tentativa de superar a chamada 
Administração burocrática. 
Tal princípio traduz a idéia de resultado, busca pela 
excelência no exercício das atividades administrativas. Para tanto, 
criou-se diversos mecanismos tal como as escolas de governos, 
avaliações periódicas e políticas de desenvolvimento da 
administração. 
Diante disso, a transparência da atuação da 
Administração, muito embora diga respeito também ao princípio da 
publicidade, revela-se em aspecto também da eficiência. 
Gabarito: Certo. 
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40. (JUIZ FEDERAL – TRF 2ª REGIÃO – CESPE/2009) De 
acordo com um modelo de administração gerencial, no setor 
das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não 
exclusivos, o foco é a ênfase no controle prévio da atividade, 
de forma a não permitir condutas não previstas em lei. 
Comentário: 
Podemos dizer que existem três modelos de 
administração. A chamada patrimonialista, a burocrática e a 
gerencial. 
A patrimonialista, que teve seu apogeu durante a 
vigência dos Estados absolutistas (século XVIII) tem como 
expressão a idéia de que o Estado é a extensão do próprio poder do 
governante e os seus funcionários são considerados como membros 
da nobreza, ou seja, de que o Estado é patrimônio do próprio 
governante. 
Assim, nesse âmbito, vigoram problemas como a 
corrupção e nepotismo. Coisa muito longe da realidade da 
Administração Pública brasileira (risos). 
 
A burocrática, por outro lado, foi instituída visando 
combater tais ilícitos, mudando o foco da administração, adotando-
se princípios como a impessoalidade, o formalismo, a hierarquia 
funcional, a estruturação em carreiras pública, criando instrumento 
para controle da atividade, de seus meios, com forte ênfase em 
controles prévios a fim de evitar a corrupção. 
Por exemplo, para a Administração contratar(resultado) é preciso que adote um procedimento formal, prévio, ou 
seja, deve licitar. Vê-se que o controle é prévio ao resultado. 
É claro que esse tipo de Administração evita abusos, 
mas, por outro lado, o controle passa a ser um fim do Estado, 
primando-se não pelo resultado, de modo que a Administração vai 
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se tornando cada vez mais lenta, pois em cada etapa é necessário o 
prévio controle. 
Enfim, a administração pública gerencial, introduzida 
com as denominadas reformas administrativas, sobretudo na gestão 
Bresser, tem como alvo simplificar a burocracia, tornando a 
Administração mais ágil, célere. 
Assim, busca-se a eficiência da Administração, o 
aumento da qualidade dos serviços, com redução dos custos 
(otimização dos resultados). Passa-se a uma cultura gerencial nas 
organizações, com ênfase nos resultados, aumentando-se a 
governança do Estado, isto é, a sua capacidade de gerenciar com 
efetividade e eficiência. 
De outro lado, o cidadão, de mero controlador e 
postulante de atividades públicas, torna-se essencial para o correto 
desempenho da atividade pública na medida em que é considerado o 
seu beneficiário principal, cliente dos serviços prestados pelo Estado. 
Portanto, ênfase no controle prévio da atividade, 
de forma a não permitir condutas não previstas em lei, é 
orientação adotada na Administração Burocrática. 
A propósito, cuidado, pois muito embora tenha 
brincado, no Brasil, em que pese com a EC 19/98 termos inaugurado 
a Administração gerencial, ainda convivemos com os outros dois 
modelos, em especial, a burocrática. 
Gabarito: Errado. 
41. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – 
CESPE/2010) O paradigma que apresenta o cliente como foco 
da qualidade depara-se com a subjetividade de conceitos, 
como os da rapidez, confiabilidade, precisão e validade, além 
das peculiaridades desses conceitos quando entendidos sob a 
ótica de cada indivíduo. Assim, o encantamento do cliente - 
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que no setor privado já é um desafio árduo e contínuo se 
compreendido no contexto financeiro - muito mais complexo 
vem a ser quando se dá no contexto do lucro social, foco das 
organizações do setor público. 
Comentário: 
Então, como vimos, a Administração gerencial é 
aquela que tem o administrado, ora tratado como cliente, como foco 
principal. Por isso, a busca por resultados, por celeridade, rapidez e 
precisão, de modo a gerar para a coletividade um sentimento de 
satisfação, de serviço adequado, de realização do bem comum (lucro 
social), sendo, portanto, muito mais complexo que no setor privado. 
Gabarito: Certo. 
42. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – 
CESPE/2010) A busca da excelência, considerada, no setor 
privado, uma prerrogativa para sobrevivência em um 
contexto competitivo, nos serviços públicos não se aplica, 
pois o cliente não tem a possibilidade de escolher outros 
fornecedores de serviços públicos. 
Comentário: 
Mais uma vez temos o contexto da aplicação do 
princípio da eficiência, de modo que se busca a excelência na 
realização, execução da atividade administrativa, cujo foco é, 
atualmente, o cliente. 
Gabarito: Errado. 
43. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O 
princípio da eficiência não está expresso no texto 
constitucional, mas é aplicável a toda atividade da 
administração pública. 
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Comentário: 
Como já observado, com a EC 19/98, a eficiência foi 
alçada ao rol dos princípios expressos no art. 37 da CF/88. 
Gabarito: Errado. 
44. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STM – 
CESPE/2011) Uma das manifestações do princípio da 
eficiência está nas rotinas de controle de resultados a que se 
submete o poder executivo. 
Comentário: 
Aqui, temos um peguinha. É que quando se fala em 
controle logo pensamos em Administração burocrática. E estamos 
certos. 
Contudo, também no âmbito do princípio da eficiência 
(Adm. Gerencial) temos instrumentos de controle de resultado, tal 
como a avaliação periódico de desempenho, a prestação de contas 
nos contratos de gestão, dentre outros, tudo com a finalidade se 
verificar os resultados. 
Gabarito: Certo. 
45. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) Os princípios da 
moralidade e da eficiência da administração pública, por 
serem dotados de alta carga de abstração, carecem de 
densidade normativa. Assim, tais princípios devem ser 
aplicados na estrita identificação com o princípio da 
legalidade. 
Comentário: 
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É fato que os princípios da moralidade e da eficiência 
são dotados de considerável carga de abstração, ou seja, não estão 
definidos de forma concreta. Todavia, eles não carecem de 
densidade normativa, eis que gozam de aplicabilidade a fim de 
balizar as condutas administrativas. 
Nesse sentido, esclarece a Profa. Di Pietro que nem 
todos os autores aceitam a existência desse princípio; alguns 
entendem que o conceito de moral administrativa é vago e impreciso 
ou que acaba por ser absorvido pelo próprio princípio de legalidade. 
De qualquer modo, o Supremo Tribunal Federal 
entende que, muito embora o princípio seja abstrato, condiciona a 
legitimidade e validade dos atos estatais. Vejamos: 
"Lei estadual que autoriza a inclusão, no edital de venda do 
Banco do Estado do Maranhão S/A, da oferta do depósito 
das disponibilidades de caixa do tesouro estadual (...) 
Alegação de ofensa ao princípio da moralidade 
administrativa – Plausibilidade jurídica (...). O princípio da 
moralidade administrativa – enquanto valor 
constitucional revestido de caráter ético-jurídico –
condiciona a legitimidade e a validade dos atos 
estatais. A atividade estatal, qualquer que seja o 
domínio institucional de sua incidência, está 
necessariamente subordinada à observância de 
parâmetros ético-jurídicos que se refletem na 
consagração constitucional do princípio da 
moralidade administrativa. Esse postulado 
fundamental, que rege a atuação do Poder Público, 
confere substância e dá expressão a uma pauta de 
valores éticos sobre os quais se funda a ordem 
positiva do Estado." (ADI 2.661-MC, Rel. Min. Celso de 
Mello, julgamento em 5-6-02, Plenário, DJ de 23-8-02) 
Portanto, tais princípios NÃO carecem de densidade 
normativa, ou seja, possuem carga normativa para serem aplicáveis. 
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Gabarito: Errado. 
46. (AUXILIAR DE TRÂNSITO – DETRAN/DF – CESPE/2009) 
A administração pública é regida pelo princípio da autotutela, 
segundo o qual o administrador público está obrigado a 
denunciar os atos administrativos ilegais ao Poder Judiciário 
e ao Ministério Público. 
Comentário: 
O princípio da autotutela permite à Administração 
Pública realizar o controle de seus próprios atos, anulando os ilegais 
e revogando os inoportunos e inconvenientes. 
Assim, não é por força do princípio da autotutela que 
está o administrador público obrigado a denunciar os atos 
administrativos ilegais ao Poder Judiciário e ao Ministério Públicos, 
mas sim por seu dever de lealdade, honestidade e boa-fé, ou seja, 
de probidade. 
Outro equívoco que se pode apontar é que o Judiciário 
é inerte e, diante de ilegalidade, não teria o administrador

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