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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Bom dia? Vamos em frente, intensificando nossos estudos. Hoje vamos estudar os princípios administrativos. Então, vamos que vamos. Princípios Administrativos Ao iniciarmos o estudo do Direito Administrativo nos deparamos com a organização da Administração Pública. Assim, tais entes e entidades, órgãos e agentes, estão submetidos ao conjunto de normas que vai orientar toda a sua atuação. Como bem destaca a doutrina, as normas podem ser divididas em regras e princípios. Os princípios são comandos mais abstratos, gerais, quando em conflito (só aparente) se resolve pela ponderação de valores, já as regras ou se aplicam ou não se aplicam (os conflitos são resolvidos por critérios de intertemporalidade, tal como lei posterior revoga a anterior, lei especial afasta a geral etc), são menos abstratas e, em geral, tratam de situação específica. Com efeito, é importante sabermos que é a Constituição Federal que estabelece de forma expressa ou implícita os princípios fundamentais que orientam a Administração Pública. Os princípios administrativos, segundo o Prof. Carvalho “são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública”. Para Diógenes Gasparini, os princípios constituem “um conjunto de proposições que alicerçam ou embasam um sistema e lhe garantem validade”. Como bem apontam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, “os princípios são as idéias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 2 sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura”. Com efeito, como disse, a Constituição prevê os princípios que orientam toda a Administração Pública, seja ela direta ou indireta, dos três poderes, da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios, ao prevê os denominados princípios (expressos) básicos da Administração Pública, sendo: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme preconiza o art. 37, caput, assim expresso: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) O princípio da Legalidade, também chamado de legalidade administrativa, restrita ou estrita, expressa que a administração somente pode fazer o que a lei autoriza ou permite. É, consoante magistral lição de José Afonso da Silva, “princípio basilar do Estado Democrático de Direito”, “porquanto é da essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática. Sujeitar-se ao império das Leis”. Cuidado, pois, há a legalidade geral (ou princípio da autonomia da vontade) que permite aos particulares que se faça tudo que a lei não proíba, conforme prevê o art. 5º, inc. II, da CF/88, segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Todavia, ao administrador público somente cabe realizar o que a lei permita (atuação vinculada) ou autorize (atuação discricionária). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 3 É necessário distinguir o princípio da legalidade do princípio da reserva legal, sendo importante verificarmos qual o alcance da expressão lei no âmbito do princípio da legalidade administrativa (alcance da legalidade). Quanto ao seu alcance, o princípio da legalidade deve ser visto como respeito, submissão, à lei. No entanto, devemos entender aqui lei em sentido amplo, ou seja, qualquer ato normativo, desde a Constituição, passando pelos atos infraconstitucionais (espécies normativas do art. 59, CF/88), até os atos infralegais (decretos, regulamentos, instruções normativas). Nesse aspecto, devemos considerar inclusive os princípios expressos e implícitos contidos na Constituição Federal, ou seja, não se exige apenas a observância da lei em sentido estrito. Deve-se observar o que se denomina bloco de legalidade, ou seja, não só a lei em sentido estrito, mas todo o ordenamento jurídico. Por isso, na atualidade, o princípio da legalidade tem sido chamado de princípio da jurisdicidade, na feliz expressão da Profa. Raquel Melo Urbano, na medida em que a Administração deve observar a lei e o Direito, conforme art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 9.784/99. Quanto à diferença entre legalidade e o princípio da reserva legal, devemos observar que este denota a ideia de necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar, certas matérias, conforme exigência constitucional. Por exemplo, ao servidor público é assegurado o direito à greve, nos termos e limites da lei. Assim, exige-se lei, em sentido estrito, a regular tal atividade. Quer dizer, que não poderá a matéria ser regulada por outro ato do poder público, senão por lei. Quer dizer que determinados temas devem necessariamente ser regulamentos por meio de lei em sentido estrito. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 4 Ademais, vale lembrar que o princípio da legalidade tem representação para além do âmbito geral ou administrativo, há ainda o princípio da legalidade penal, da legalidade tributária etc. A propósito, em sintonia com o princípio da legalidade é possível destacar o princípio da finalidade, segundo o qual o administrador público deve observar em todos os seus atos o fim estabelecido pela lei, que é o atendimento ao interesse público. Com efeito, acaso o administrador pratique o ato não cuidando da finalidade pública incidirá em vício, denominado de desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder, o que causa a nulidade do ato. Para alguns autores, o princípio da finalidade tem estreita sintonia com o princípio da impessoalidade. O princípio da impessoalidade é visto sob duas vertentes. A primeira, no sentido de atuar visando o interesse público (finalidade), impedindo assim que a Administração atue de forma discriminatória ou beneficie alguém por critérios subjetivos, ou seja, que favoreça ou prejudique alguém por critérios pessoais. Nesse sentido, conforme bem destaca o Prof. Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade assumiria a faceta de princípio da isonomia, na medida em que a Administração deve proporcionar igualdade de condições e tratamento a todos os administrados. Noutra acepção, estabelece a vedação da promoção pessoal de agentes públicos ou autoridades administrativas, conforme preconiza o §1º do art. 37, CF/88, assim expresso: § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 5 caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Nesse aspecto, é bom esclarecer que os atos realizados pelos agentes públicos não são imputados a si mesmos, mas às pessoas jurídicas a que pertencem, ou seja, à Administração Pública (princípio da imputação volitiva), conforme observamos na aplicaçãoda teoria do órgão. Assim, quando o agente usa a máquina administrativa visando promoção pessoal deverá sofrer as sanções legais na medida em que não deve atuar em seu nome, mas em nome da coletividade, isto é, em nome da Administração Pública, que representa o interesse coletivo. Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade está relacionado ao princípio da finalidade, pois a finalidade se traduz na busca da satisfação do interesse público. A propósito, vale lembrar que o interesse público se subdivide em primário (interesse coletivo) e secundário (entendido como interesse da Administração enquanto pessoa jurídica). Como destacado, noutro sentido é a lição de Celso Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princípio da isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei. E afirma que o princípio da finalidade é inerente ao princípio da legalidade, ou seja, está contido nele, na medida em que estabelece o dever de a lei cumprir seu objetivo. O princípio da moralidade está assentado na ética, moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a probidade administrativa, a honestidade. É princípio que permite a verificação de validade dos atos administrativos, sob o prisma da legitimidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 6 É certo que se trata de um conceito jurídico indeterminado, carecendo de norma para concretizá-lo, ante sua natureza abrangente, mas, como bem destaca Alexandrino, “o princípio da moralidade complementa, ou torna mais efetivo, materialmente, o princípio da legalidade”. Todavia, não se pode dizer, jamais, que se trata de primado inútil, visto servir de parâmetro para coibir condutas ilegítimas, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurídico, de modo a caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina administrativa no tocante à condução da coisa pública. Como bem ensina Hely Lopes Meirelles à moralidade administrativa é a atuação dentro dos padrões da ética, moral, honestidade, probidade. Nesse sentido, a Constituição, no seu art. 37, §4º, estabelece que os atos de improbidade administrativa importarão em suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Percebe-se, portanto, que a Constituição deu especial atenção à probidade, já que, nos dizeres de José Afonso da Silva, a improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada. Com efeito, a Constituição permitiu ao particular (cidadão) exercer o controle dos atos da Administração a fim de verificar não só o cumprimento dos aspectos da legalidade, mas também da moralidade, conforme prevê o art. 5º, inc. LXXIII, ao dispor sobre a ação popular. O princípio da publicidade consiste na obrigação que tem a Administração Pública, como atividade e ente público, de dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o controle sobre esses atos, bem como para fins de o ato produzir seus efeitos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 7 É certo que a conduta da Administração deve ser pública, transparente. Todavia, a Constituição ressalva alguns atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos de segurança nacional ou que digam respeito à intimidade ou vida privada. A publicidade poder ser feita pelos mais diversos meios, tal como a utilização de jornal oficial ou em local onde se possa dar ampla divulgação dos atos administrativos. Por vezes será necessário que a publicidade seja realizada diretamente ao interessado (notificação) ou somente em boletim interno. Assim, o princípio da publicidade pode, como meio de transparência, ser um requisito de validade do ato, ou, poderá, como instrumento para deflagrar os efeitos do ato (publicação do ato), ser requisito de eficácia. Uma das decorrências do princípio da publicidade é o princípio da motivação dos atos administrativos, ou seja, segundo o qual na pratica de um ato deve a Administração apresentar, torna explícitos, os motivos de sua realizada, ou seja, os fatos e fundamentos de direito que o justificam. O principio da eficiência, erigido a princípio expresso a partir da EC 19/98, traduz a ideia de resultado, busca pela excelência no exercício das atividades administrativas. Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de desenvolvimento da administração, tal como o contrato de gestão (art. 37, §8º, CF/88). Como bem destaca José Afonso da Silva, o princípio da eficiência “orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os meios escassos de que dispõe e a menor custo”, “consiste na organização racional dos meios e recursos humanos, materiais e institucionais para a prestação de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 8 serviços públicos de qualidade com razoável rapidez”. (art. 5º, LXXVIII) Trata-se da tentativa de mudar o foco da Administração, ou seja, passar-se a uma Administração gerencial, que busca o resultado, em detrimento da Administração burocrática, que prima pelo controle, bem como da Administração Patrimonialista, que confundia o interesse do dirigente com o interesse da Administração. A par desses princípios expressos existem outros princípios implícitos na CF/88, sendo importante destacar os princípios da supremacia do interesse público sobre o privado, o da indisponibilidade do interesse público, da autotutela, da proporcionalidade e razoabilidade, da continuidade dos serviços públicos, dentre outros. O princípio da supremacia do interesse público traduz-se na ideia de que o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar primazia ao interesse público. Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição estabeleceu uma série de direitos e garantias individuais que, mesmo em confronto com o interesse público, devem ser respeitados, resguardados. Com efeito, é em razão do princípio da supremacia do interesse público que se fundam as prerrogativas ou poderes especiais conferidos à Administração Pública. É por força da supremacia que a Administração Pública atua com superioridade em relação ao particular, por exemplo, impondo-lhe obrigações de forma unilateral, com a inserção de cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo presunção de legitimidade aos atos da Administração etc. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 9 De outro lado, o princípio da indisponibilidade do interesse público orienta à Administração Pública impondo-lhe restrições, limitações, ou seja, não lhe é dado dispor desse interesse, eis que ela não é sua proprietária, detentora do interesse público, apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas representa a coletividade, de modo que não pode dispor do que não lhe pertence. Significa dizer que, de um modo geral, não há possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão, daquilo que se refere ao interesse público. Por isso, a sujeição da administração pública a restrições especiais ou diferenciadas, tal como dever de prestar contas, concurso público, licitações etc. Esses dois princípios, é importantedizer, são considerados por parte da doutrina como super-princípios, ou pedras angulares do Direito Administrativo, na feliz expressão de Celso Antônio Bandeira de Mello, na medida em que dão origem aos demais princípios administrativos e ao próprio regime jurídico administrativo. Portanto, pode-se afirmar que o sistema administrativo está fundado nesses postulados centrais, isto é nestes dois princípios primordiais (na supremacia e na indisponibilidade do interesse público). Decorrência lógica desses dois princípios, e aplicação do princípio da legalidade, surge o princípio da autotutela, segundo o qual a administração pública pode controlar seus próprios atos, ou seja, pode anular os atos que contenham vício de legalidade e revogar os inconvenientes e inoportunos, respeitados os direitos de terceiros de boa-fé. Podemos ainda citar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, da continuidade, da motivação, dentre outros que orientarão a atividade administrativa. Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, como já observamos, são princípios implícitos PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 10 na Constituição Federal e decorrem diretamente do princípio da legalidade, bem como do postulado do devido processo legal substantivo. Vale lembrar, ademais, que a Lei nº 9.784/99 positivou esses princípios, ao prescrever a observância da adequação entre meios e fins (razoabilidade), vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (proporcionalidade). De todo modo, necessário ainda dizer que a Lei nº 9.784/99, lei que regula o processo administrativo no âmbito federal, positivou diversos princípios que estavam implícitos no bojo da Constituição, estabelecendo o seguinte: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Assim, vamos às questões. QUESTÕES COMENTADAS 1. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O sistema administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do interesse público pela administração. Comentário: Conforme destacado, a Constituição Federal, em seu art. 37, caput, determina que a Administração Pública deverá observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, dentre outros, na realização de suas atividades. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 11 Sabemos, no entanto, que além desses princípios expressos, existem outros princípios implícitos, tal como os princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do interesse público, que são os postulados centrais do regime jurídico-administrativo. Portanto, pode-se afirmar que o sistema administrativo está fundado nesses dois princípios primordiais, ou seja, na supremacia e na indisponibilidade do interesse público. Gabarito: Certo. 2. (AUXILIAR DE PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) A doutrina aponta como princípios do regime jurídico administrativo a supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público. Comentário: De fato, os princípios da supremacia do interesse público e o da indisponibilidade são considerados super-princípios que dão origem ao conjunto de princípios e regras que vão orientar a atividade administrativa, ou seja, que constituem as bases do regime jurídico-administrativo. Gabarito: Certo. 3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STM – CESPE/2011) Em situações em que a administração participa da economia, na qualidade de Estado-empresário, explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, manifesta-se a preponderância do princípio da supremacia do interesse público. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 12 Como já destacado, o princípio da supremacia do interesse público se traduz em prerrogativas, poderes especiais conferidos à Administração Pública para realizar seus fins. Significa dizer que a Administração goza de superioridade em relação ao particular. Todavia, em regra, quando a Administração cria entidade para participar do mercado, estará atuando em pé de igualdade, ou seja, estará submetida ao mesmo regime jurídico das demais pessoas privadas (regime jurídico de direito privado), conforme estabelece o art. 173, §1º, inc. II, CF/88, que assim expressa: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Por isso, em situações em que a administração participa da economia, na qualidade de Estado-empresário, explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, não se manifesta a preponderância do princípio da supremacia do interesse público. Gabarito: Errado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 13 4. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) De acordo com precedente histórico do STF, é possível, sem ofensa ao princípio da indisponibilidade do interesse público, a União firmar compromisso arbitral, mesmo em situação excepcional, desde que relativamente a direitos patrimoniais do Estado. Comentário: De fato, no julgamento do RE 253.855-0, da relatoria da Min. Ellen Gracie, resgatou-se um entendimento histórico do STF no sentido de que o Estado pode firmar compromisso arbitral, a fim de se utilizar de soluções alternativas de conflitos, desde que relativamente a direitos patromoniais. Observe o trecho do julgado: Gabarito: Certo. 5. (PROMOTOR – MPE/AM - CESPE/2007) Explícita ou implicitamente, os princípios do direito administrativo que informam a atividade da administração pública devem ser extraídos da CF. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 14 Comentário: De fato, todos os princípios que orientam a atividade administrativa estão expressos ou implicitamente previstos na Constituição Federal. Gabarito: Certo. 6. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) Os princípios que regem a atividade da administração pública e que estão expressamente previstos na CF são os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Comentário: O art. 37 da Constituição Federal expressamente estabelece os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Devemos lembrar que o princípio da eficiência estava implícito na Constituição, somente vindo a ser positivado expressamentecom a EC nº 19/98. Assim, observe que a assertiva traz a redação da Constituição Federal de 1988 antes da EC 19/98. Gabarito: Errado. 7. (TÉCNICO CIENTÍFICO – BASA – CESPE/2010) Os princípios da moralidade, da legalidade, da publicidade, da eficiência e da impessoalidade, estipulados pelo texto constitucional, somente se aplicam à legislação administrativa referente à administração pública no âmbito federal, com desdobramentos na administração direta, na indireta e na fundacional. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 15 Comentário: Observe que o mandamento constitucional prescrito no art. 37, caput, determina a aplicação dos princípios administrativos a todas as esferas de governo, ou seja, a Administração Pública direta e indireta, de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme o seguinte: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Gabarito: Errado. 8. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, aplicam-se à administração pública direta, autárquica e fundacional, mas não às empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica. Comentário: De acordo com o art. 37, CF/88, a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, tanto os entes políticos (União, Estados- membros, DF e Municípios), quanto às entidades administrativas (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas) se submetem aos princípios administrativos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 16 Gabarito: Errado. 9. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) A lei que trata dos processos administrativos no âmbito federal previu outros princípios norteadores da administração pública. Tal previsão extrapolou o âmbito constitucional, o que gerou a inconstitucionalidade da referida norma. Comentário: Já ressaltei que todos os princípios que orientam a atividade administrativa advêm da própria Constituição Federal. No entanto, alguns estão expressos e outros estão implícitos. Com efeito, a Lei nº 9.784/99, que regulamenta o processo administrativo no âmbito federal, tornou expresso alguns desses princípios implícitos, além de repetir os expressos, conforme o seguinte: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Todavia, mesmo ao dispor acerca de outros princípios administrativos, que não estavam expressos na CF/88, a Lei nº 9.784/99 não extrapolou as diretrizes constitucionais, pois, de fato, apenas positivou alguns princípios implícitos e outros decorrentes dos princípios expressos na CF/88. Gabarito: Errado. 10. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Os princípios que informam o processo administrativo são os PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 17 mesmos que informam o processo judicial, aplicando-se, com a mesma intensidade, em um e outro processo. Comentário: Os princípios que informam o processo administrativo não são os mesmos e nem têm a mesma intensidade dos que informam o processo judicial. Veja, por exemplo, o princípio da inércia que se aplica no âmbito judicial e o da oficialidade, ou seja, que a própria Administração pode deflagrar o processo administrativo, mas o judiciário deve ser provocado. Gabarito: Errado. 11. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) O princípio da legalidade no âmbito da administração pública identifica-se com a formulação genérica, fundada em ideais liberais, segundo a qual ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Comentário: O princípio da legalidade administrativa traduz-se na ideia de que a Administração Pública e, por via de consequência, o administrador público, somente pode fazer aquilo que a lei autoriza ou determina. Assim, a formulação genérica do princípio da legalidade no sentido de ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (princípio da legalidade geral ou autonomia da vontade) é aplicável aos particulares, visto que somente são obrigados a pautar-se de certo modo se e quando existente lei que os obrigue, traduzindo-se em liberdade. Por outro lado, a Administração Pública somente pode atuar se houver lei que a determine ou permita (princípio da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 18 legalidade administrativa, restrita ou estrita). Então, enquanto para o particular vige a liberdade, sendo restringida somente quando lei obrigar, na Administração Pública há limitações, somente atuando quando a lei permitir. Gabarito: Errado. 12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A atuação administrativa dos integrantes do setor público deve ser pautada pela existência de uma permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na CF hierarquicamente definido como mais importante é o da legalidade, pois é um princípio norteador das ações públicas. Comentário: De fato, como vimos, temos o princípio da legalidade como norteador de toda a atividade administrativa, ou seja, o agente público somente atua quando houver permissão legal. No entanto, não se pode dizer que se trata de princípio hierarquicamente definido com mais importante. É que, primeiro não há hierarquia entre as disposições constitucionais, segundo que todos os princípios orientadores da Administração são igualmente importantes, podendo um ato administrativo, por exemplo, ser legal, mas ser imoral, ser legal, mas violar a eficiência. Gabarito: Errado. 13. (SECRETÁRIO EXECUTIVO – FUB – CESPE/2011) Tanto na administração pública quanto na particular, o administrador, para que órgão público ou a empresa alcance os objetivos pretendidos, goza de liberdade para fazer o que for necessário, desde que a lei não proíba. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 19 Comentário: Sabemos que a atuação administrativa sempre depende de lei, seja autorizando (conduta discricionária), seja determinado (conduta vinculada). Significa dizer que se não houver autorização legal, a Administração Pública não pode fazer. Por outro lado, no âmbito privado, há a liberdade de atuar, sendo restringida apenas quando houver proibição legal. Gabarito: Errado. 14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – CESPE/2011) O princípio da legalidade está relacionado ao fato de o gestor público agir somente de acordo com a lei. Comentário: De fato, o princípio da legalidade impõe a obrigação de agir somente de acordo com a lei. De todo modo, não podemos esquecer que na atualidade fala-se em lei em sentidomais amplo, conforme aplicação do princípio da jurisdicidade, ou seja, observância à lei e ao direito. Gabarito: Certo. 15. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Conforme decisão do STF, é prescindível a edição de lei que fixe a idade limite para o ingresso nas forças armadas, de modo que não ofende o princípio da legalidade norma, nesse sentido, estipulada somente em edital de concurso da administração pública. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 20 O STF entendeu que a fixação de limite de idade para cargos públicos deve observar o princípio da reserva legal, modo que deve ter previsão expressa em lei. INFORMATIVO Nº 608 TÍTULO: Forças Armadas: limite de idade para concurso de ingresso e art. 142, § 3º, X, da CF – 4 PROCESSO: RE – 600.885 ARTIGO O Plenário retomou julgamento de recurso extraordinário em que se discute a constitucionalidade, ou não, do estabelecimento de limite de idade por edital de concurso para ingresso nas Forças Armadas. Trata-se, na espécie, de recurso interposto pela União contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que entendera que, em relação ao ingresso na carreira militar, a Constituição Federal exigiria que lei dispusesse a respeito do limite de idade (CF, art. 142, § 3º, X), não se admitindo, portanto, que um ato administrativo estabelecesse a restrição, sob pena de afronta ao princípio constitucional da ampla acessibilidade aos cargos públicos — v. Informativo 580. Em voto-vista, o Min. Ricardo Lewandowski, não obstante concordar com as premissas estabelecidas pela Min. Cármen Lúcia, relatora, sobre a necessidade de lei formal para regulamentar o ingresso nas Forças Armadas (postulado da reserva de lei), dela divergiu quanto à solução a ser dada para o caso. Acompanhou, no ponto, a proposta formulada pelo Min. Gilmar Mendes no sentido de prover o recurso e reputar ainda constitucional, pelo lapso temporal de 1 ano, a norma do art. 10 da Lei 6.880/80 (“O ingresso nas Forças Armadas é facultado, mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.”). RE 600885/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 10.11.2010. (RE-600885) Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 21 16. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Ainda que muito discutido na doutrina brasileira, o princípio da proteção à confiança legítima do administrado não é adotado pelo STF, que privilegia o princípio da legalidade. Comentário: O princípio da proteção à confiança legítima do administrado é uma decorrência do princípio da segurança jurídica, na medida em que se espera da Administração que cumpra seus atos. Com efeito, trata-se de princípio reconhecido e adotado pelo STF no âmbito de suas decisões, de modo a manter conduta compatível com a razoabilidade, ainda que, e só aparentemente, afastando o princípio da legalidade. Vejamos: INFORMATIVO Nº 643 TÍTULO: Anulação de concurso público: intimação de interessados e vinculação ao edital - 6 PROCESSO: MS – 28.666 ARTIGO O Min. Luiz Fux acrescentou que o CNJ, ao considerar inválida a admissão dos candidatos “excedentes”, teria pretendido sobrepor regra editalícia à própria Constituição, da qual se extraem os princípios da proteção da confiança legítima, inerente à segurança jurídica (CF, art. 5º, caput), e o da moralidade (CF, art. 37, caput). Assinalou que a anulação de questões, fator que permitira a modificação da lista de aprovados na primeira fase, resultara de erro da própria Administração Pública. Desse modo, tendo a falha primordial partido do Estado, e não dos administrados, o ato que excluíra os ora impetrantes do concurso iria de encontro ao princípio segundo o qual ninguém pode se valer da própria torpeza. Afirmou que, como todos aqueles que seriam aprovados PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 22 sem a anulação das questões teriam sido mantidos no concurso, bem assim aqueloutros que só poderiam prosseguir no exame em virtude de repontuação, não haveria prejuízo a ensejar nulidade (pas de nullité sans grief), pois a ampliação do número de aprovados decorrera de critérios objetivos e impessoais. Ademais, reputou indefensável a declaração de nulidade do ato impugnado em face: a) da inexistência de prejuízo a terceiros; b) do fato de que a Administração fora beneficiada ao alargar as chances de selecionar candidatos qualificados; c) da legítima expectativa dos impetrantes, a qual deveria ser protegida; e d) da impessoalidade da premissa que dilatara o rol de aprovados. MS 28603/DF, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 6.10.2011. (MS-28603) Gabarito: Errado. 17. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Consoante a jurisprudência do STF, é possível a arguição do princípio da isonomia como fundamento de pedido de servidor público, pretendendo benefício ilegalmente concedido a outros servidores. Comentário: Nos termos da Súmula 339-STF, não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. Gabarito: Errado. 18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) O princípio da finalidade, explicitado no art. 37 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 23 da CF, define que, se o gestor público praticar atos fora dos fins expressa ou implicitamente contidos na regra de competência, praticará desvio de finalidade. E se tal ato atentar contra os princípios da administração pública ao visar fim proibido em lei ou demais normas, constituirá ato de improbidade administrativa. Comentário: Essa questão é pura maldade com o candidato, com o concursando. Veja que ela é toda perfeita, toda certinha. Mas tomem cuidado! Veja que diz que o princípio da finalidade, EXPLICITADO no art. 37 da CF/88. Com efeito, o princípio da finalidade não está expresso, explicitado, no art. 37 da Constituição. Ademais, ainda que adotemos o entendimento majoritário no sentido que é uma decorrência do princípio da legalidade na medida em que a legalidade se orienta no sentido de se satisfazer o interesse público ou, ainda, o posicionamento minoritário do Prof. Bandeira de Mello, e entender que ele é inerente à impessoalidade, não verificamos o princípio expressamente no art. 37 da CF/88. Gabarito: Errado. 19. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) Entendendo que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (CF, art. 5, caput), determinado órgão público, responsável pela fiscalização de tributos, estará adequadamente respaldado pelo princípio da impessoalidade ao instituir fila única aos atendimentos à comunidade, não dando diferenciação de atendimento aos cadeirantes, gestantes, idosos etc. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 24 O princípio da impessoalidade, na sua vertente isonomia, não permite dar tratamento discriminatório ou privilegiar em razão de critérios subjetivos ou para satisfação pessoal. No entanto, se há situação de desigualdade, é medida adequada e atende ao princípio daisonomia, dar diferença no tratamento para, enfim, diminuir a diferença, ou seja, não atende a impessoalidade, a criação de fila única, de modo a colocar todas as pessoas na mesma condição. O que se veda é discriminar ou privilegiar por critérios pessoais, subjetivos, sobretudo não previstos e contrários à lei. Gabarito: Errado. 20. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de um tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue: A decisão do presidente do tribunal de justiça violou o princípio da impessoalidade, na medida em que esse princípio objetiva a igualdade de tratamento que o administrador deve dispensar aos administrados que se encontrarem em idêntica situação jurídica. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 25 Comentário: De fato, ao dar preferência a uns, por critérios pessoais, ou seja, subjetivos na medida em que não existe tal hierarquia, o Presidente do Tribunal violou o princípio da impessoalidade, visto que não adotou critério objetivo para definir o pagamento das verbas devidas. Gabarito: Certo. 21. (AUDITOR DE CONTAS – SECONT/ES – CESPE/2009) Como decorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe a presença de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos. Comentário: Estabelece a Constituição Federal que é vedada a utilização de propagandas, publicidades, para promoção pessoal, conforme estabelece o art. 37, §1º, parte final, da CF/88, assim expresso: § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Com efeito, trata-se de aplicação do princípio da impessoalidade na medida em que a publicidade/propaganda não pode servir para promover agentes ou autoridades, conforme entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 26 INFORMATIVO Nº 502 TÍTULO: Publicidade de Atos Governamentais e Impessoalidade PROCESSO: RE - 191668 ARTIGO O art. 37, caput, e seu § 1º, da CF, impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. Com base nesse entendimento, a Turma negou provimento a recurso extraordinário interposto pelo Município de Porto Alegre contra acórdão do tribunal de justiça local que o condenara a abster-se da inclusão de determinado slogan na publicidade de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas. Considerou-se que a referida regra constitucional objetiva assegurar a impessoalidade da divulgação dos atos governamentais, que devem voltar-se exclusivamente para o interesse social, sendo incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans que caracterizem a promoção pessoal ou de servidores públicos. Asseverou-se que a possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público ofende o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação que constam do comando imposto na Constituição. RE 191668/RS, rel. Min. Menezes Direito, 15.4.2008. (RE-191668) Gabarito: Certo. 22. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) A inserção de nome, símbolo ou imagem de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços ou campanhas de órgãos públicos fere o princípio da impessoalidade da administração pública. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 27 Comentário: Pois é! Acabamos de ver isso! Exatamente igual à anterior, não é? Então, vimos que o art. 37, §1º, CF/88 estabelece que a propaganda/publicidade não poderá conter nomes ou símbolos que caracterizem promoção pessoal, sob pena de violação ao princípio da impessoalidade. Gabarito: Certo. 23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) As sociedades de economia mista e as empresas públicas que prestam serviços públicos estão sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos que compõem a administração direta, razão pela qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas entidades. Comentário: De fato, como já observamos os princípios que orientam a Administração, conforme art. 37, da CF/88, aplica-se tanto à Administração direta, quanto à Indireta. Com efeito, em conformidade com o princípio da publicidade a Administração Pública deve dar ampla divulgação de seus atos, ressalvadas as hipóteses de sigilo, com o objetivo de informar, educar e orientar, além de permitir o controle de seus atos. Ademais, observe que além do respeito ao princípio da publicidade não se pode desrespeitar o da impessoalidade. Assim, a obediência ao princípio da publicidade tem que se casada com a impessoalidade, de modo que, conforme estabelece o art. 37, §1º, CF/88, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 28 campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal da autoridade ou servidores públicos. Cuidado que, a questão quer dizer que além de violar o princípio da impessoalidade, deve sim as estatais observar também o princípio da publicidade. O que significa dizer que em razão tanto da publicidade, quanto da impessoalidade, e é claro, com mais propriedade em razão desta, as estatais não podem fazer propaganda para fins de promoção pessoal, conforme se depreende dos seguintes entendimentos: Publicidade de caráter autopromocional do Governador e de seus correligionários, contendo nomes, símbolos e imagens, realizada às custas do erário. Não observância do disposto na segunda parte do preceito constitucional contido no art. 37, § 1º. (RE 217.025- AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 18-4- 00, 2ª Turma, DJ de 5-6-98) Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. (...) O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os titulares doscargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional que assegura o princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou de orientação social é incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público mancha o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação que constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta. (RE PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 29 191.668, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 15-4-08, 1ª Turma, DJE de 30-5-08) Gabarito: Certo. 24. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – CESPE/2011) O princípio da impessoalidade trata da incapacidade da administração pública em ofertar serviços públicos a todos os cidadãos. Comentário: O princípio da impessoalidade trata da obrigação de a Administração envidar esforços para ofertar serviços públicos a todos indistintamente, sem fazer discriminação ou dar preferências. Obviamente que os recursos humanos e financeiros são limitados, bem como o administrado poder não deter os meios necessários para receber tais serviços. Tais fatos, porém, se inserem na teoria da reserva do possível e não no âmbito do princípio da impessoalidade. Gabarito: Errado. 25. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O concurso público para ingresso em cargo ou emprego público é um exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade. Comentário: De fato, o concurso público para ingresso em cargo ou emprego público, assim como a Licitação, é um exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade, na medida em que estabelece regras objetivas e todos que tiverem condições e atenderem às exigências poderão participar e obterão igualdade de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 30 tratamento, sem preferências ou distinções por critérios ocultos, subjetivos. Gabarito: Certo. 26. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) Governadores de estado devem obrigatoriamente observar o princípio da moralidade pública na prática de atos discricionários. Comentário: De acordo com o art. 37, caput, da CF/88, a Administração Pública, direta e indireta, de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Assim, tanto o Presidente, os Prefeitos, quanto os Governadores estarão submetidos ao princípio da moralidade administrativa, seja no tocante aos atos vinculados, seja em relação aos discricionários, ainda que atuem com certa margem de liberdade, só que deverá se pautar pelos princípios básicos da Administração contidos no caput do art. 37, CF/88. Gabarito: Certo. 27. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) Se determinado ato administrativo for analisado e categorizado como ilegal e imoral, haverá redundância nessa categorização, pois, de acordo com os princípios constitucionais, todo ato imoral é necessariamente um ato ilegal, sujeito ao controle do Poder Judiciário. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 31 É sabido que os princípios da legalidade e da moralidade administrativa são princípios distintos. Assim, é possível que um ato seja legal, porém imoral. No entanto, conforme destaca a Profa. Di Pietro, há quem entenda que a moral administrativa insere-se no conteúdo da legalidade, ante a necessidade de se prevê o que é imoral, ou seja, qualificar o resultado. Em que pese esse posicionamento, devemos observar que a moralidade por si só é fundamento suficiente para anular ato administrativo, conforme extraímos do entendimento do STF, assim expresso: Concurso para a Magistratura do Estado do Piauí. Critérios de convocação para as provas orais. Alteração do edital no curso do processo de seleção. Impossibilidade. Ordem denegada. O Conselho Nacional de Justiça tem legitimidade para fiscalizar, inclusive de ofício, os atos administrativos praticados por órgãos do Poder Judiciário (MS 26.163, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe 04-09-2008). Após a publicação do edital e no curso do certame, só se admite a alteração das regras do concurso se houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira. Precedentes. (RE 318.106, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 18-11-2005). No caso, a alteração das regras do concurso teria sido motivada por suposta ambigüidade de norma do edital acerca de critérios de classificação para a prova oral. Ficou evidenciado, contudo, que o critério de escolha dos candidatos que deveriam ser convocados para as provas orais do concurso para a magistratura do Estado do Piauí já estava claramente delimitado quando da publicação do Edital n. 1/2007. A pretensão de alteração das regras do edital é medida que afronta o princípio da moralidade e da impessoalidade, pois não se pode permitir que haja, no curso de determinado processo de seleção, ainda que de forma velada, escolha direcionada dos candidatos habilitados às provas orais, especialmente PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 32 quando já concluída a fase das provas escritas subjetivas e divulgadas as notas provisórias de todos os candidatos. (MS 27.165, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 18-12-08, Plenário, DJE de 6-3-09) Contudo, o CESPE tem considerado como ilegal, todo ato imoral, sob o fundamento de que a concretização da imoralidade depende da positivação das condutas tidas por imorais, e dessa forma, toda imoralidade, na verdade seria uma ilegalidade. Nesse sentido, vale citar a lição do Prof. José Afonso da Silva ao esclarecer que “pode-se pensar na dificuldade que será desfazer um ato, produzido conforme a lei, sob o fundamento de vício de imoralidade. Mas isso é possível, porque a moralidade administrativa não é meramente subjetiva, porque não é puramente formal, porque tem conteúdo jurídico, a partir de regras e princípios da Administração”. Gabarito: Certo1. 28. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O princípio da moralidade administrativa, por possuir relação com o princípio da legalidade, impõe que um ato, para ser legal, isto é, esteja em conformidade com a lei, precisa ser necessariamente moral. Comentário: Então, acabamos de verificar que o entendimento firmado no âmbito CESPE, com base em parte da doutrina, é de que todo ato imoral é necessariamente ilegal. 1 Ressalvo meu entendimento pessoal, no sentido de que a imoralidade pode ser aferida sozinha e serve como elemento para invalidar o ato administrativo. Lembro-me inclusive de, em certa ocasião, ter sustentado isso antes da existência da Súmula 13 e da Res. 7-CNJ que versam sobre o nepotismo, quando aleguei que a nomeação de parentes era ato que violava a moralidade e a impessoalidade, muito embora não houvesse norma vedando. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 33 Veja, no entanto, que esta questão desmente aquela. Aqui o CESPE aplicou o entendimento de que nem todo atoimoral é ilegal e nem todo ato ilegal é imoral. De fato, nem todo ato para ser legal precisa ser necessariamente moral. Contudo, isso não quer dizer que o ato esteja de acordo com a Constituição, pois na medida em que se o ato não é moral, mesmo sendo legal, não poderá subsistir ante o vício de moralidade. Gabarito: Errado. 29. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PE – CESPE/2009) O princípio da boa-fé está previsto expressamente na CF e, em seu aspecto subjetivo, corresponde à conduta leal e honesta do administrado. Comentário: Então, o princípio da boa-fé não está previsto expressamente na Constituição, ele é considerado um subprincípio ou um aspecto da moralidade administrativa. Assim, o princípio da boa-fé pode ser visto sob a vertente objetiva (boa-fé conduta) quando diz respeito ao comportamento do agente, sem considerar sua intenção quando agiu desse ou daquele modo. De outro lado, pode ser visto sob o aspecto subjetivo (boa-fé crença ou convicção) que se verifica na intenção, vontade, do agente no sentido de conhecer ou não conhecer o ilícito. Assim, no âmbito administrativo mais importa a boa-fé objetiva no sentido de se apurar a conduta leal, honesta do agente ou do administrado, do que sua intenção (boa-fé subjetiva). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 34 Gabarito: Errado. 30. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de um tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue: Respeitado o princípio da publicidade, uma vez que a decisão do presidente que determinou o pagamento aos desembargadores foi publicada mediante portaria no Diário Oficial, é correto afirmar que, em consequência, os princípios da moralidade e legalidade não foram violados. Comentário: Então, essa questão é uma aplicação do conhecimento obtido na anterior. Veja que o ato é imoral na medida em que beneficia uns por questões meramente pessoais, já que não existe referida hierarquia. Assim, a atuação do Presidente do Tribunal é violadora da moralidade administrativa, bem como da legalidade na medida em que não há lei estabelecendo referida conduta. Outrossim, podemos dizer, inclusive, que houve violação ao princípio da impessoalidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 35 Gabarito: Errado. 31. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2007) A probidade administrativa é um aspecto da moralidade administrativa que recebeu da Constituição Federal brasileira um tratamento próprio. Comentário: Estabelece o princípio da moralidade administrativa que deve o agente público atuar dentro dos padrões de moral administrativa, ou seja, de moralidade especial que qualifica a moral comum, isto é, deve agir de modo ético, com honestidade, com probidade e boa-fé no trato da coisa pública. Assim, é de se observar que a probidade administrativa está inserida no âmbito da moralidade administrativa. Por isso, o legislador constituinte entendeu por bem de, expressamente, conferir tratamento próprio a referido tema, ante sua importância para a atuação da Administração Pública e para o agente público. Com efeito, como já observamos, o art. 37, §4º, da Constituição determina que os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. A Lei nº 8.429/92 regulamenta o dispositivo e estabelece três espécies de atos de improbidade administrativa, sendo: i) atos de importam em enriquecimento ilícito; ii) atos que causem lesão ao erário; iii) atos que atentem contra os princípios da administração pública. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 36 Atente-se, no entanto, para dois posicionamentos importantes do Supremo Tribunal Federal. O primeiro no sentido de que a Lei de Improbidade Administrativa (LIA – Lei nº 8.429/92) não tem natureza criminal, tem natureza cível. E, outro, no sentido de que tal regime não se aplica aos agentes políticos que estão submetidos ao regime de crime de responsabilidades, a exemplo da Lei nº 1.079/50. Gabarito: Certo. 32. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2007) A declaração de sigilo dos atos administrativos, sob a invocação do argumento da segurança nacional, é privilégio indevido para a prática de um ato administrativo, pois o princípio da publicidade administrativa exige a transparência absoluta dos atos, para possibilitar o seu controle de legalidade. Comentário: Segundo o princípio da publicidade, expresso no art. 37, caput, da Constituição Federal, a Administração Pública deve atuar com transparência e dar conhecimento de seus atos por meio de órgão oficial, de maneira a conferir-lhes validade e eficácia, para com isso possibilitar o controle de sua atuação. A publicidade deve sempre primar pelo seu caráter educativo, informativo ou de orientação social, conforme expresso na primeira parte do art. 37, §1º, da CF/88. No entanto, tal princípio não é absoluto, eis que há casos em que a Administração não deve dar publicidade aos atos praticados sob pena de violar a intimidade, a honra do administrado, conforme fixa o art. 5º, inc. X, CF/1988. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 37 De igual forma, também excepciona o princípio da publicidade, os atos administrativos que estejam vinculados à segurança da sociedade e do Estado. Nesse sentido, dispõe o art. 5º, inc. XXXIII, da Constituição Federal que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Gabarito: Errado. 33. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) O princípio da publicidade se verifica sob o aspecto da divulgação externa dos atos da administração, não propiciando o conhecimento da conduta interna dos agentes públicos. Comentário: Como destacado, o princípio da publicidade traduz-se na obrigação que tem a Administração Pública de dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o controle sobre esses atos. É visto também como requisito de validade e eficácia dos atos administrativos. Assim, a regra, é a publicidade dos atos da Administração, podendo ser ampla (publicação em jornal de grande circulação, Diário Oficial) ou ser mais restrita (publicação em boletim interno, exemplode férias dos servidores) Nesse sentido, a Constituição faz ressalva a alguns atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos de segurança nacional ou que digam respeito aos PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 38 interesses privados, conforme estabelece o art. 5º, inc. XXXIII, CF/88, assim disposto: XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) Assim, tanto as condutas internas, nomeação de servidores, férias, e demais atos devem ser publicados, como as condutas externas, salvo expressa previsão legal. Gabarito: Errado. 34. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) As organizações privadas podem deixar de fornecer, por exemplo, determinados dados financeiros, para resguardar as suas estratégicas. Em contrapartida, na gestão pública, a transparência das ações e decisões deve existir, salvo quando houver questões que envolvam segurança nacional ou demais exceções respaldadas na CF. Comentário: Pois é, e agora? Fácil não é? De fato, no âmbito privado, tendo em vista a concorrência entre as entidades, o sigilo é uma estratégia comercial. No entanto, no âmbito da Administração Pública aplica-se o princípio da transparência (publicidade). Isso porque a Administração é mera gestora do interesse público e, portanto, deve prestar contas de suas ações, sendo um direito de todos o acesso a tais informações, inclusive para efeitos de controle de atuação estatal. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 39 Assim, a publicidade somente será excepcionada nos casos de imperativo de segurança nacional ou de sigilo à intimidade e vida privada, conforme previsto constitucionalmente. Gabarito: Certo. 35. (JUIZ FEDERAL – TRF 2ª REGIÃO – CESPE/2009) De acordo com o princípio da publicidade, os atos administrativos devem ser publicados necessariamente no Diário Oficial, não tendo validade a mera publicação em boletins internos das repartições públicas. Comentário: Como destacado, alguns atos exigem publicidade mais ampla, devendo ser publicado em jornal de grande circulação e no Diário Oficial (exemplo: licitações na modalidade concorrência). Outros atos, no entanto, não exigem publicidade ampla, podendo ser publicados em boletim interno da Administração, tal como férias de servidores, concessão de licenças etc. Gabarito: Errado. 36. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O princípio da publicidade é um requisito formal dos atos administrativos, contratos e procedimentos, pois apenas a partir da publicação por instrumentos oficiais de divulgação, a exemplo dos diários oficiais, é que tais ações tornam-se transparentes e efetivas. Comentário: Então, é mera repetição da anterior. Ou seja, os atos administrativos, como regra, são válidos quando publicados em instrumentos oficiais, sejam em boletim interno ou em Diário Oficial. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 40 No entanto, também é possível dar-lhes validade, de modo a observar a transparência e torná-los efetivos, por meio de publicação em instrumentos que não tenham o caráter de oficiais, tal como jornal de grande circulação ou colocação em local acessível da Administração. Gabarito: Errado. 37. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) Diferentemente do princípio da legalidade, o princípio da publicidade possui exceções, quando se refere, por exemplo, à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. Comentário: De fato, como já observamos, o princípio da publicidade pode ser excepcionado, diante de situações que requeiram o sigilo, tal como em razão de imperativos de segurança nacional e em razão da intimidade, vida privada, honra e imagem. Gabarito: Certo. 38. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PB – CESPE/2008 – adaptada) O princípio da eficiência, introduzido expressamente na Constituição Federal (CF) na denominada Reforma Administrativa, traduz a idéia de uma administração gerencial: Comentário: O princípio da eficiência, como dito, deu destaque para a busca de resultado, traduzindo-se na idéia de administração gerencial, ou seja, aquela voltada para resultados, atuando com presteza, perfeição e rendimento funcional. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 41 Com efeito, a reforma administrativa implicou na fixação expressa do princípio da eficiência, o qual tem por objetivo a busca de melhores resultados com o menor dispêndio de recursos. Gabarito: Certo. 39. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) O princípio da eficiência na administração pública foi inserido no caput do art. 37 da CF apenas com a edição da Emenda Constitucional n.º 19/1998. Entretanto, mesmo antes disso, já era considerado pela doutrina e pela jurisprudência pátria como um princípio implícito no texto constitucional. Assim, a transparência dos atos administrativos é um importante aspecto do princípio da eficiência, na medida em que coíbe a prática de atos que visam à satisfação de interesses pessoais. Comentário: De fato, o principio da eficiência somente foi erigido a princípio expresso a partir da EC 19/98, adotando-se uma visão de Administração gerencial, na tentativa de superar a chamada Administração burocrática. Tal princípio traduz a idéia de resultado, busca pela excelência no exercício das atividades administrativas. Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de desenvolvimento da administração. Diante disso, a transparência da atuação da Administração, muito embora diga respeito também ao princípio da publicidade, revela-se em aspecto também da eficiência. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 42 40. (JUIZ FEDERAL – TRF 2ª REGIÃO – CESPE/2009) De acordo com um modelo de administração gerencial, no setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não exclusivos, o foco é a ênfase no controle prévio da atividade, de forma a não permitir condutas não previstas em lei. Comentário: Podemos dizer que existem três modelos de administração. A chamada patrimonialista, a burocrática e a gerencial. A patrimonialista, que teve seu apogeu durante a vigência dos Estados absolutistas (século XVIII) tem como expressão a idéia de que o Estado é a extensão do próprio poder do governante e os seus funcionários são considerados como membros da nobreza, ou seja, de que o Estado é patrimônio do próprio governante. Assim, nesse âmbito, vigoram problemas como a corrupção e nepotismo. Coisa muito longe da realidade da Administração Pública brasileira (risos). A burocrática, por outro lado, foi instituída visando combater tais ilícitos, mudando o foco da administração, adotando- se princípios como a impessoalidade, o formalismo, a hierarquia funcional, a estruturação em carreiras pública, criando instrumento para controle da atividade, de seus meios, com forte ênfase em controles prévios a fim de evitar a corrupção. Por exemplo, para a Administração contratar(resultado) é preciso que adote um procedimento formal, prévio, ou seja, deve licitar. Vê-se que o controle é prévio ao resultado. É claro que esse tipo de Administração evita abusos, mas, por outro lado, o controle passa a ser um fim do Estado, primando-se não pelo resultado, de modo que a Administração vai PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 43 se tornando cada vez mais lenta, pois em cada etapa é necessário o prévio controle. Enfim, a administração pública gerencial, introduzida com as denominadas reformas administrativas, sobretudo na gestão Bresser, tem como alvo simplificar a burocracia, tornando a Administração mais ágil, célere. Assim, busca-se a eficiência da Administração, o aumento da qualidade dos serviços, com redução dos custos (otimização dos resultados). Passa-se a uma cultura gerencial nas organizações, com ênfase nos resultados, aumentando-se a governança do Estado, isto é, a sua capacidade de gerenciar com efetividade e eficiência. De outro lado, o cidadão, de mero controlador e postulante de atividades públicas, torna-se essencial para o correto desempenho da atividade pública na medida em que é considerado o seu beneficiário principal, cliente dos serviços prestados pelo Estado. Portanto, ênfase no controle prévio da atividade, de forma a não permitir condutas não previstas em lei, é orientação adotada na Administração Burocrática. A propósito, cuidado, pois muito embora tenha brincado, no Brasil, em que pese com a EC 19/98 termos inaugurado a Administração gerencial, ainda convivemos com os outros dois modelos, em especial, a burocrática. Gabarito: Errado. 41. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) O paradigma que apresenta o cliente como foco da qualidade depara-se com a subjetividade de conceitos, como os da rapidez, confiabilidade, precisão e validade, além das peculiaridades desses conceitos quando entendidos sob a ótica de cada indivíduo. Assim, o encantamento do cliente - PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 44 que no setor privado já é um desafio árduo e contínuo se compreendido no contexto financeiro - muito mais complexo vem a ser quando se dá no contexto do lucro social, foco das organizações do setor público. Comentário: Então, como vimos, a Administração gerencial é aquela que tem o administrado, ora tratado como cliente, como foco principal. Por isso, a busca por resultados, por celeridade, rapidez e precisão, de modo a gerar para a coletividade um sentimento de satisfação, de serviço adequado, de realização do bem comum (lucro social), sendo, portanto, muito mais complexo que no setor privado. Gabarito: Certo. 42. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) A busca da excelência, considerada, no setor privado, uma prerrogativa para sobrevivência em um contexto competitivo, nos serviços públicos não se aplica, pois o cliente não tem a possibilidade de escolher outros fornecedores de serviços públicos. Comentário: Mais uma vez temos o contexto da aplicação do princípio da eficiência, de modo que se busca a excelência na realização, execução da atividade administrativa, cujo foco é, atualmente, o cliente. Gabarito: Errado. 43. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O princípio da eficiência não está expresso no texto constitucional, mas é aplicável a toda atividade da administração pública. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 45 Comentário: Como já observado, com a EC 19/98, a eficiência foi alçada ao rol dos princípios expressos no art. 37 da CF/88. Gabarito: Errado. 44. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STM – CESPE/2011) Uma das manifestações do princípio da eficiência está nas rotinas de controle de resultados a que se submete o poder executivo. Comentário: Aqui, temos um peguinha. É que quando se fala em controle logo pensamos em Administração burocrática. E estamos certos. Contudo, também no âmbito do princípio da eficiência (Adm. Gerencial) temos instrumentos de controle de resultado, tal como a avaliação periódico de desempenho, a prestação de contas nos contratos de gestão, dentre outros, tudo com a finalidade se verificar os resultados. Gabarito: Certo. 45. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) Os princípios da moralidade e da eficiência da administração pública, por serem dotados de alta carga de abstração, carecem de densidade normativa. Assim, tais princípios devem ser aplicados na estrita identificação com o princípio da legalidade. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 46 É fato que os princípios da moralidade e da eficiência são dotados de considerável carga de abstração, ou seja, não estão definidos de forma concreta. Todavia, eles não carecem de densidade normativa, eis que gozam de aplicabilidade a fim de balizar as condutas administrativas. Nesse sentido, esclarece a Profa. Di Pietro que nem todos os autores aceitam a existência desse princípio; alguns entendem que o conceito de moral administrativa é vago e impreciso ou que acaba por ser absorvido pelo próprio princípio de legalidade. De qualquer modo, o Supremo Tribunal Federal entende que, muito embora o princípio seja abstrato, condiciona a legitimidade e validade dos atos estatais. Vejamos: "Lei estadual que autoriza a inclusão, no edital de venda do Banco do Estado do Maranhão S/A, da oferta do depósito das disponibilidades de caixa do tesouro estadual (...) Alegação de ofensa ao princípio da moralidade administrativa – Plausibilidade jurídica (...). O princípio da moralidade administrativa – enquanto valor constitucional revestido de caráter ético-jurídico – condiciona a legitimidade e a validade dos atos estatais. A atividade estatal, qualquer que seja o domínio institucional de sua incidência, está necessariamente subordinada à observância de parâmetros ético-jurídicos que se refletem na consagração constitucional do princípio da moralidade administrativa. Esse postulado fundamental, que rege a atuação do Poder Público, confere substância e dá expressão a uma pauta de valores éticos sobre os quais se funda a ordem positiva do Estado." (ADI 2.661-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 5-6-02, Plenário, DJ de 23-8-02) Portanto, tais princípios NÃO carecem de densidade normativa, ou seja, possuem carga normativa para serem aplicáveis. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 47 Gabarito: Errado. 46. (AUXILIAR DE TRÂNSITO – DETRAN/DF – CESPE/2009) A administração pública é regida pelo princípio da autotutela, segundo o qual o administrador público está obrigado a denunciar os atos administrativos ilegais ao Poder Judiciário e ao Ministério Público. Comentário: O princípio da autotutela permite à Administração Pública realizar o controle de seus próprios atos, anulando os ilegais e revogando os inoportunos e inconvenientes. Assim, não é por força do princípio da autotutela que está o administrador público obrigado a denunciar os atos administrativos ilegais ao Poder Judiciário e ao Ministério Públicos, mas sim por seu dever de lealdade, honestidade e boa-fé, ou seja, de probidade. Outro equívoco que se pode apontar é que o Judiciário é inerte e, diante de ilegalidade, não teria o administrador
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