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Aula 59 Direito Administrativo Aula 03

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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques 
www.pontodosconcursos.com.br 
1
Olá pessoal, 
Como estão? Vamos firmes, na batalha. Hoje vamos 
cuidar dos poderes administrativos. Então, vamos nessa. 
Poderes Administrativos 
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho conceitua 
poderes administrativos como “o conjunto de prerrogativas de 
direito público que a ordem jurídica confere aos agentes 
administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance 
seus fins”. 
Devemos compreender que o ordenamento jurídico 
confere aos agentes públicos, para o exercício de suas funções e a 
consecução dos fins públicos, um conjunto de prerrogativas, 
poderes. E, por força disso, também estabelece uma série de 
restrições, de deveres. 
Percebe-se, portanto, que esses poderes são 
outorgados aos agentes públicos no sentido de que cumpram suas 
atribuições voltadas ao atendimento do interesse coletivo. 
Então, é até por isso, pode-se enumerar duas 
características que lhe são peculiares, ou seja, tais poderes são 
irrenunciáveis e devem ser obrigatoriamente exercidos. 
Em razão desse duplo aspecto, os poderes 
administrativos impõem ao administrador o exercício das 
prerrogativas e vedam a inércia, eis que o exercício dessas 
prerrogativas é obrigatório tendo em vista o atendimento dos 
anseios coletivos. 
Significa dizer que ao ser conferido certo poder, o é 
em razão do exercício da atribuição, de modo que o agente público 
não poderá ficar inerte, não poderá se omitir, deverá realizar suas 
funções. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
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2
É que, enquanto o particular quando titular de uma 
prerrogativa tem a faculdade de exercê-la, o administrador tem o 
poder-dever de agir. 
Isto é, conforme destaca Bandeira de Mello, “tais 
poderes são instrumentais: servientes do dever de bem cumprir a 
finalidade a que estão indissoluvelmente atrelados. Logo, aquele que 
desempenha função, tem, na realidade, deveres-poderes”. 
Quando se utiliza desses poderes de forma normal diz-
se que há o uso do poder. Porém, o uso indevido, anormal, 
ilegítimo, configura o abuso de poder. 
Assim, abuso de poder é, conforme lição de Carvalho 
Filho “a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora 
dos objetivos expressa e implicitamente traçados na lei”. 
O abuso de poder pode se constatado sob duas 
vertentes ou espécies, sendo: o excesso de poder e o desvio de 
poder. O excesso de poder ocorre quando o agente atua fora dos 
limites da competência que lhe foi atribuída. Já o desvio de poder
ocorre quando o agente, muito embora seja competente, atua em 
descompasso com a finalidade estabelecida em lei para a prática de 
certo ato. 
O desvio de poder também é conhecido como 
desvio de finalidade, que corresponde à conduta do agente público 
que dá ao ato finalidade diversa daquele prevista na lei. 
Cito como exemplo, a remoção de um subordinado 
pelo superior hierárquico, para comarca distinta, sob a alegação de 
necessidade do serviço, mas com o fim único de persegui-lo, puni-lo. 
Tanto quando há excesso ou desvio de poder diz-se 
que ocorreu abuso de poder, o que configura ilícito administrativo, 
além de ilícito penal tipificado na Lei nº 4.898/65 (abuso de 
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autoridade), além de ser ato de improbidade administrativa, 
conforme art. 11, inc. I, da Lei nº 8.429/92, que assim dispõe: 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública 
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às 
instituições, e notadamente: 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou 
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de 
competência; 
Ademais, como ressaltado, se é dever atuar, também 
haverá abuso de poder quando o agente deixar de praticar o ato, ou 
seja, ficar inerte, omisso. 
Com efeito, o abuso de poder é conduta, omissiva ou 
comissiva, que afronta os princípios da legalidade, finalidade, 
moralidade, dentre outros, sujeitando-se, pois, ao controle 
administrativo (autotutela) ou judicial (mandado de segurança, por 
exemplo). 
Outrossim, ao mesmo tempo que são conferidos 
poderes, também são fixados deveres, restrições, aos agentes 
públicos, tal com o dever de probidade, o dever de prestar contas, o 
dever de eficiência, dentre outros. 
De modo geral, a doutrina destaca a existência de 
diversos poderes administrativos, de modo que é possível enquadrá-
los nas seguintes modalidades ou espécies: 
a) poder discricionário/vinculado; 
b) poder regulamentar; 
c) poder hierárquico; 
d) poder disciplinar; 
e) poder de polícia. 
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Configura-se o poder discricionário quando a lei não 
traça todos os parâmetros para atuação do agente público, cabendo-
lhe avaliar a conveniência e oportunidade de se realizar determinado 
ato em atendimento ao interesse público. 
Na discricionariedade há margem para valoração da 
conduta, ou seja, valorar quais as condições e o melhor momento 
para realizar a conduta. Que dizer, é o poder para decidir o que é 
conveniente, oportuno para a Administração Pública na condução do 
interesse coletivo. 
Poder discricionário, assim, é o poder concedido 
para mensurar acerca de se praticar ou realizar determinado ato, 
considerando a conveniência e oportunidade, diante de duas ou mais 
condutas possíveis, cabendo ao agente eleger aquela que melhor 
atenda ao interesse público. 
É importante destacar que a conveniência diz 
respeito às condições para se praticar o ato. Já a oportunidade, por 
outro lado, refere-se ao momento em que o ato deve ser praticado. 
Assim, tome como exemplo, a necessidade de a 
Administração adquirir material de consumo (caneta, papel etc). A 
lei determina que seja licitado, mas o momento (oportunidade) e as 
condições (conveniência) para tanto será definida pelo 
administrador, com base no seu planejamento administrativo. 
Vê-se que o poder discricionário encontra-se na 
margem de espaço permitida pela própria lei. No entanto, em que 
pese essa abertura, o poder discricionário possui limitação, de modo 
que pode sofrer controle administrativo e judicial. 
É que no âmbito da discricionariedade permitida, 
deve-se observar a adequação da conduta ao alcance da 
finalidade (razoabilidade / proporcionalidade) expressa em lei. 
Também devem ser observados os motivos que 
inspiraram a prática do ato, de modo que é dever do agente expor 
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os fundamentos de fato e de direito que deram ensejo ao ato, a fim 
de que se possa verificar sua validade. 
Por isso, discute-se se é possível o controle judicial 
dos atos com base no poder discricionário. 
Nesse sentido, com base nos limites impostos, é 
permitido que o Poder Judiciário afira a legalidade do exercício do 
poder discricionário, considerando em especial a razoabilidade e 
proporcionalidade dos atos. 
O que se veda ao Judiciário é que se faça o juízo de 
conveniência e oportunidade, substituindo a vontade do 
administrador, conduta que ensejaria a invasão em esfera de 
competência adstrita ao agente público, ou seja, redundaria em 
violação ao princípio da separação de poderes. 
Porém, é dado ao Poder Judiciário, como destacado, 
apreciar o ato, inclusive no seu aspecto deliberdade, a fim de 
verificar se não houve violação aos limites legais, isto é, se o ato não 
é arbitrário, abusivo, ilegal ou ilegítimo. 
Veja que é essa a orientação que vem sendo adotada 
no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, cf. 
Informativo 337 (MS-23981) e REsp 443.310/RS (Rel. Ministro LUIZ 
FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21.10.2003, DJ 03.11.2003 p. 
249). 
De todo forma, devemos lembrar que todos os atos 
administrativos são passíveis de controle judicial. 
Quanto aos atos discricionários o controle é mais 
limitado, mas é sempre possível. É que poderá sofrer controle acerca 
dos seus elementos vinculados (competência, finalidade e forma) 
que estarão previstos na norma, bem como no mérito para verificar 
a compatibilidade com os princípios constitucionais (razoabilidade, 
proporcionalidade), ou seja, a adequação aos limites legais. 
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Portanto, a discricionariedade está baseada nos limites 
legais, de modo que não há discricionariedade contra legem por 
ser prática arbitrária. 
É preciso, no entanto, distinguir o que seja 
discricionariedade, daquilo que se denomina de conceito jurídico 
indeterminado. 
Os conceitos jurídicos indeterminados, conforme 
explica Carvalho Filho, são termos ou expressões contidos em 
normas jurídicas, que, por não terem exatidão em seu sentido, 
permitem que o intérprete ou o aplicador possam atribuir certo 
significado, mutável em função da valoração que se proceda diante 
dos pressupostos da norma. É que sucede com expressões do tipo 
‘ordem pública’, ‘bons costumes’, ‘interesse público’, ‘segurança 
nacional’. 
São, portanto, expressões previstas no âmbito da 
norma, que já estabelece seus efeitos, cabendo apenas a 
concretização ou interpretação pelo aplicador. 
A discricionariedade reside no campo da aplicação da 
norma, de forma que permite ao administrador, dentro da margem 
legal, observando a oportunidade e conveniência, ponderar os 
interesses concorrentes dando prevalência ao que melhor atenda o 
fim perseguido. 
Por outro lado, o Poder é vinculado ou regrado
quando a lei define todos os elementos e requisitos necessários à 
prática de ato, não havendo qualquer margem de liberdade para 
atuação do administrador, devendo realizar o que exatamente 
estabelece a lei, quando e como ela determina. 
De todo modo, é bom ressaltar que para alguns 
autores, tal como a Profa. Zanella Di Pietro, os poderes 
discricionários e vinculados “não existem como poderes 
autônomos; a discricionariedade e a vinculação são, quando 
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muito, atributos de outros poderes ou competências 
administrativas”. 
Para autora só existiria os poderes normativo, 
disciplinar, hierárquico e de polícia. E, nesse sentido, para o 
Prof. Carvalho Filho só o regulamentar, discricionário e de 
polícia. 
De todo modo, como disse inicialmente, em geral, 
tem-se aceito os poderes discricionário, vinculado, regulamentar, 
hierárquico, disciplinar e de polícia. 
O Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à 
Administração Pública de editar atos normativos de caráter abstrato 
e geral visando dar aplicabilidade à lei. 
Trata-se de poder no sentido de praticar atos de 
natureza derivada (secundário) tendo em vista complementar o 
alcance da lei, decorrente da função normativa. 
Com efeito, como salienta Carvalho Filho, “o poder 
regulamentar é subjacente à lei”, ou seja, deve observar as balizas 
legais, de modo a não contrariar seu sentido e comando. Quer dizer, 
não pode criar direitos, nem obrigações que não decorram 
diretamente da Lei. 
É exemplo de este poder os decretos e 
regulamentos, conforme prevê o art. 84, incisos IV e VI, da CF/88, 
que por simetria aplica-se a todas as esferas federativas. 
Assim, muito embora não haja entendimento 
uniforme, é possível destacar duas espécies de decretos ou 
regulamentos. Os denominados decretos de execução e os 
autônomos. 
Os decretos de execução, no âmbito brasileiro, 
estariam previstos no art. 84, inc. IV, da CF/88, que seriam 
utilizados para dar fiel execução às leis, conforme o seguinte: 
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da 
República: 
[...] 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como 
expedir decretos e regulamentos para sua fiel 
execução; 
 
Por outro lado, os chamados decretos autônomos
são utilizados para tutelar hipótese que decorre diretamente da 
Constituição, ou seja, são atos normativos primários, pois não estão 
subordinados à lei. 
A doutrina tem indicado como hipótese de decreto 
autônomo a disposição contida no art. 84, inc. VI, da CF/88, ao 
estabelecer que compete ao chefe do Executivo, mediante decreto, 
dispor sobre: a) organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento de 
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. 
No entanto, como disse, trata-se de tema 
controvertido na doutrina. Assim, em defesa dos decretos 
autônomos está a Profa. Di Pietro, Hely Lopes, dentre outros. No 
sentido de o ordenamento Constitucional não prevê tal espécie estão 
os Profs. Celso Bandeira, Carvalho Filho, por exemplo. 
Contudo, o Supremo Tribunal Federal vem admitindo a 
figura do decreto autônomo, após a EC 32/01, nos termos do art. 
84, inc. VI, da CF/88, nos seguintes termos: 
INFORMATIVO Nº 324 
TÍTULO: Liberação de Recursos: Autorização Presidencial 
PROCESSO: ADI - 2564 
ARTIGO: 
Julgado improcedente o pedido formulado em ação direta 
ajuizada pelo Partido Comunista do Brasil - PC do B contra o 
Decreto 4.010/2001, que vincula a liberação dos recursos 
para pagamento dos servidores da Administração Pública 
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Federal direta, autárquica e fundacional, à expressa 
autorização do Presidente da República. O Tribunal 
considerou não caracterizada, na espécie, a alegada 
ofensa ao princípio da reserva legal - dado que o art. 
84, VI, da CF, na redação dada pela EC 32/2001 
permite ao Presidente da República dispor, por 
decreto, sobre a organização e o funcionamento da 
administração federal quando isso não implicar 
aumento de despesa ou criação de órgãos públicos -, 
afastando, ainda, a argumentação do requerente de que a 
norma impugnada privaria os ministros de Estado da 
atuação nas áreas de sua competência, já que, na forma 
prevista nos artigos 76 e 84, II, da CF, o Poder Executivo é 
exercido pelo Presidente da República, com o auxílio dos 
ministros de Estado. ADI 2.564-DF, rel. Ministra Ellen 
Gracie, 8.10.2003. (ADI-2564) 
INFORMATIVO Nº 217 
TÍTULO: Guerra Fiscal 
PROCESSO: ADI - 2155 
ARTIGO 
Julgando o pedido de medida liminar em ação direta de 
inconstitucionalidade requerida pelo Governador do Estado 
de São Paulo contra o Decreto 2.736/96 do Estado do 
Paraná (Regulamento do ICMS do Paraná) - que concede 
crédito presumido de ICMS, incentivos e benefícios fiscais -, 
o Tribunal, preliminarmente, rejeitou a articulação de não-
cabimento da ação por entender que tal norma 
caracteriza-se como decreto autônomo revestido de 
conteúdo normativo, e não como simples ato 
regulamentar. Prosseguindo no julgamento, o Tribunal 
entendeu relevante a fundamentação jurídica do pedido por 
aparente contrariedade ao art. 155, § 2º, XII, g, da CF, que 
sóadmite a concessão de isenções, incentivos e benefícios 
fiscais por deliberação dos Estados e do Distrito Federal, 
mediante lei complementar. O Tribunal não conheceu da 
ação quanto a diversos dispositivos por se tratarem de 
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normas temporárias, cujos efeitos já se exauriram. ADInMC 
2.155-PR, rel. Min. Sydney Sanches, 15.2.2001.(ADI-2155) 
Fala-se, ainda, em poder regulatório ou normativo
técnico ou regulamentar delegado. É o poder conferido, por 
exemplo, às agências reguladoras, ao Conselho Nacional de Justiça, 
ao CADE, ao Conselho Monetário Nacional, dentre outros órgãos e 
entidades da Administração para, conforme permissão legal, 
estabelecer normas técnicas acerca de sua área de atuação. 
Há uma delegação legislativa no sentido de permitir a 
criação de disposições técnicas. Contudo, esse poder não é de inovar 
na ordem jurídica, está calcando em pormenorizar tecnicamente os 
aspectos legais (o que se tem chamado de discricionariedade 
técnica), com a expedição de Instruções Normativas por uma 
Agência, quanto à edição de uma Resolução por um órgão 
administrativo, por exemplo. 
Dessa forma, o poder regulamentar ou o regulatório 
(normativo técnico) não podem ultrapassar os limites da lei, criando 
situação jurídica não tutelada na norma, ou seja, devem apenas 
esclarecer, explicitar, pormenorizar ou viabilizar a operacionalidade 
técnica da lei. 
Ademais, cumpre lembrar que cabe ao congresso 
nacional, nos termos do art. 49, inc. V, da CF/88, sustar os atos do 
poder executivo que exorbitem o exercício do poder regulamentar. 
Poder Hierárquico é o poder que decorre da 
organização hierárquica da Administração Pública, ou seja, da 
relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes. 
Trata-se de relação de subordinação entre os vários 
órgãos e agentes componentes de uma estrutura administrativa. 
São poderes implícitos ou decorrentes do poder 
hierárquico no sentido de permitir ao superior comandar 
(estabelecer normas), ordenar (dar ordens), coordenar (gerenciar, 
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distribuir atividades, delegar ou avocar funções), controlar 
(fiscalizar e exigir o cumprimento das ordens) e corrigir (rever os 
atos, anulando ou revogando) as atividades administrativas. 
Notadamente, a hierarquia é o poder de comando, de 
orientação, de coordenação, de fiscalizar das atividades 
desempenhadas no cotidiano administrativo. 
O poder comando ou de direção é o de orientar as 
atividades administrativas, mediante a expedição de atos gerais e 
determinações específicas através dos quais, como ressaltamos, são 
repartidas e escalonadas as funções dos agentes e órgãos públicos, 
com o objetivo de assegurar seu exercício harmônico e coordenado 
da função administrativa. 
Assim, o poder de direção subjacente ao poder 
hierárquico será exercido através da expedição de atos normativos 
que vinculam a atuação do agente em determinadas situações, de 
modo a realizar certas condutas (instruções) ou por ordens 
concretas individualizadas (portarias) a fim de que os órgãos 
inferiores observem o direcionamento dado pelos órgãos de 
comando. 
Por isso, recorde-se que é dever funcional observar as 
ordens superiores, somente podendo descumpri-las se forem 
MANIFESTAMENTE ilegais. 
Não se deve, no entanto, confundir subordinação
com vinculação administrativa. A subordinação decorre do poder 
hierárquico, a vinculação resulta do poder de supervisão ministerial 
(tutela) sobre a entidade vinculada e é exercida nos limites legais, 
não retirando a autonomia administrativa da entidade, sendo 
controle apenas de finalidade, de resultado, ou seja, dos fins da 
entidade. 
Dessa relação de subordinação administrativa 
(hierarquia) decorre o poder de autotutela, ou seja, do superior 
rever os atos do subordinado anulando-o quando ilegais ou 
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revogando quando inconvenientes ou inoportunos, seja de ofício ou 
por meio de recurso hierárquico. 
O poder disciplinar é a faculdade conferida à 
Administração Pública no sentido de punir no âmbito interno os 
ilícitos funcionais de seus agentes, bem como de outras pessoas 
sujeitas à disciplina da Administração. 
É uma decorrência do poder hierárquico, porém não se 
confunde com este na medida em que o poder hierárquico induz à 
ideia de escalonamento de funções e subordinação entre os diversos 
graus. O poder disciplinar é o poder de controlar e fiscalizar no 
âmbito interno o exercício dessas funções, de modo a 
responsabilizar o agente pelos ilícitos cometidos, aplicando 
penalidades. 
Então, o poder disciplinar é o poder conferido à 
Administração para responsabilizar os agentes, órgão ou entidade, 
ou ainda demais pessoas submetidas à disciplina interna por ilícitos 
cometidos. 
Observe, portanto, que o poder disciplinar pode incidir 
sobre agentes públicos (regime disciplinar) ou mesmo sobre pessoas 
particulares que mantenham vínculo com a Administração (alunos 
em escola pública, detentos, contratados etc). 
No entanto, se não houver nenhum vínculo com a 
Administração, não poderá incidir o poder disciplinar. 
Com efeito, conforme menciona a Profa. Raquel Melo 
Urbano, “esclareça-se que o poder disciplinar não abrange as 
sanções impostas a terceiros estranhos ao quadro de pessoal do 
Poder Público. Particulares que não foram investidos em cargos, 
empregos ou funções públicas não estão sujeitos à disciplina 
punitiva da Administração”. 
Significa dizer que se o particular não tem qualquer 
vínculo com a Administração (funcional ou contratual, por exemplo), 
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não poderá sofrer sanção em razão do poder disciplinar da 
Administração, mas poderá em razão do poder de polícia 
(fiscalização de atividade etc). 
Lembre-se, no entanto, se esse particular tiver algum 
vínculo com o Estado (contrato de prestação de serviço, 
concessionário, permissionário) sofrerá sanção disciplinar (multa, 
advertência, suspensão etc), e se não tiver qualquer vínculo 
somente poderá sofrer sanção decorrente do poder de polícia. 
Temos ainda o poder de polícia. 
O poder de polícia é a prerrogativa de que dispõe a 
Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de 
bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade 
ou do próprio Estado. 
Esse poder tem por fundamento, conforme lição da 
Profa. Di Pietro, no princípio da predominância do interesse público 
sobre o particular, que dá a Administração posição de supremacia 
sobre os administrados, na medida em que a Administração dispõe 
de prerrogativas especiais para a consecução de seus fins. 
Com efeito, a definição de poder de polícia fora 
positivada no Código Tributário Nacional, em seu artigo 78, ao 
expressar que: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da 
Administração Pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividade econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e 
aos direitos individuais e coletivos. 
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O poder de polícia pode ser visto numa acepção ampla 
ou numa acepção restrita. 
Em sentido amplo compreende toda a atividade estatal 
de condicionar, restringir, direitos individuais em prol do interesse 
coletivo. Assim, compreenderia, por exemplo, a atividade legislativa, 
isto é, a criação de leis restritiva de direitos. 
Em sentido estrito corresponde à atividade 
administrativa que impõe restrições à atividade, liberdade e à 
propriedade, por meio de intervenções abstratas ou concretas da 
Administração Pública, sendo denominado de polícia 
administrativa. 
Com efeito, o poder de polícia pode ser preventivo 
ou repressivo. É preventivo quando destina a evitar condutas que 
violem o interesse da coletividade. É repressivo quando destinado a 
combater ilícitos que redundem em afronta ao interesse público. 
Significa dizer que no exercício da polícia 
administrativa preventiva a Administração expedirá os atos 
normativos (regulamentos, portarias etc), ou seja, atos gerais e 
abstratos, que delimitarão a atividade e o interesse dos particulares 
em razão do interesse público. 
No tocante ao poder de polícia repressivo a 
Administração irá atuar no sentido de fiscalizar atividades e bens, 
verificando a existência de infrações às disposições preventivas e 
punindo as condutas ilícitas administrativas. 
No primeiro caso, ou seja, do exercício do poder de 
polícia preventivo podemos citar a necessidade, por exemplo, de se 
requerer o alvará de funcionamento para abertura de bares ou 
restaurantes. No segundo caso, polícia repressiva, temos a 
fiscalização estatal a fim de verificar se os bares e restaurantes têm 
os referidos alvarás e se cumprem as regras inerentes à segurança, 
saúde etc. 
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Nesse sentido, distingue-se a polícia administrativa, 
que incide sobre bens, atividades ou direitos, da polícia judiciária
que atua sobre pessoas, voltada ao combate de ilícitos criminais. 
A Polícia Judiciária atua no sentido de manter a ordem 
e a segurança da sociedade, combatendo a criminalidade, atuando 
por meio de órgãos de defesa, ou seja, por corporações (Polícia 
Militar, Polícia Civil, Polícia Federal). 
Então, podemos dizer que a polícia judiciária tem 
atuação predominantemente voltada para as pessoas, no combate à 
criminalidade, à repressão penal, à segurança pública. 
A polícia administrativa, por outro lado, não incide 
sobre pessoas, incide sobre bens, atividades, e liberdades 
individuais, tanto preventiva quanto repressivamente, ou seja, atua 
no combate a ilícitos administrativos, anti-sociais, na fiscalização dos 
diversos setores sociais (comércio, sanitário, meio ambiente etc). 
Portanto, enquanto a polícia administrativa é regida 
pelo Direito Administrativo, a polícia judiciária deve observar as 
normas de direito criminal (processuais e penais). 
Assim, como o poder de polícia, a polícia 
administrativa, é atividade conferida ao Estado para impor restrições 
a esfera particular, devemos entender que se trata de prerrogativa 
especial, e como tal, goza de atributos diferenciados. 
Assim, o poder de polícia goza dos seguintes atributos 
específicos: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a 
coercibilidade (DAC). 
 
A discricionariedade deve ser entendida no sentido 
de que cabe à Administração definir quando e onde exercitar seu 
poder de fiscalização e controle, ou seja, a oportunidade e 
conveniência de exercer o poder de polícia, aplicando as sanções e 
os meios necessários à proteção do interesse público. 
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Contudo, deve-se ressaltar que o poder de polícia é 
em regra discricionário, isso porque a lei pode estabelecer o modo e 
a forma de sua realização quando, então, não haverá margem de 
escolha da Administração, sendo, pois, vinculado, tal como a 
concessão de licença para dirigir (habilitação). 
Com efeito, a licença é ato de polícia vinculado, ou 
seja, ocorre quando o indivíduo, preenchidos os requisitos, tem o 
direito de praticar o ato, por isso são atos vinculados (licença para 
construir, para dirigir etc). 
A autorização, por outro lado, é ato decorrente do 
poder de polícia discricionária, ou seja, dependerá da conveniência 
e oportunidade da administração em permitir ou conceder o ato (ex. 
porte arma), podendo, portanto, ser revogada. 
Assim, podemos concluir que nem todo ato do 
poder de polícia é discricionário. 
A autoexecutoridade é a prerrogativa conferida à 
Administração para decidir e executar diretamente suas decisões, 
por seus próprios meios, sem intervenção do Poder Judiciário. 
Veja que a Administração para praticar seus atos 
condizentes com o poder de polícia não necessita de autorização 
judicial, de modo que por si mesma pode executá-los. 
A coercibilidade é o atributo que confere à 
Administração poder de impor obrigações ou condutas aos 
particulares, de forma a exigir seu cumprimento, sob pena de a 
Administração fazer-se cumprir pelo uso da força. 
Quanto à titularidade do poder de polícia, é importante 
observar que a competência para exercê-lo decorre diretamente do 
sistema de partilha de competências constitucional. Assim, em 
regra, a competência é da pessoa política a qual a Constituição 
conferiu o poder de regular a matéria. 
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Portanto, tratando-se de assuntos de interesses 
nacionais, a competência é da União. De assuntos estaduais, a 
competência é do Estado-membro. E, regionais, a competência é do 
Município. Porém, devemos lembrar que haverá a possibilidade de 
exercício concorrente, daí a necessidade de atuação em sistema de 
gestão associada, conforme prescreve o art. 241, CF/88. 
Nesse sentido, quando o poder de polícia é exercido 
diretamente pela pessoa política, ou seja, pela Administração Pública 
direta, por seus órgãos e agentes, fala-se em poder de polícia 
originário. 
Contudo, quando outorgado (delegação feita por lei) à 
pessoa jurídica integrante da Administração Indireta, tal como as 
autarquias, denomina-se poder de polícia delegado ou 
outorgado. 
Daí a grande celeuma no âmbito dessa matéria. Pode 
o poder de polícia ser delegado? É preciso ter cuidado, pois 
acabamos de ver que a resposta é positiva, desde que a delegação 
ocorra por força de lei. 
Agora, a delegação poderá ocorrer para pessoa 
jurídica de direito privado? E para particulares? 
Bem, aí a questão é um pouco mais complexa. A 
jurisprudência tem pacificado o entendimento de que o poder de 
polícia é atividade exclusivamente estatal, por isso, não poderia ser 
delegado a particulares. 
Nesse sentido, entende o professor Celso Antônio 
Bandeira de Mello que, em regra, não se pode delegar os atos de 
poder de polícia a particulares e essa tem sido a orientação 
jurisprudencial do próprio Supremo Tribunal Federal (ADI 1.717/DF) 
e do Superior Tribunal de Justiça. Ilustrativamente: 
PROCESSUAL CIVIL – CONFLITO DE COMPETÊNCIA – 
CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL – 
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PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO – PROCESSO 
LICITATÓRIO – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
1. O Supremo Tribunal Federal, na ADIn 1.717/DF, 
declarou a inconstitucionalidade dos dispositivos da Lei 
9.649/98, que alteraram a natureza jurídica dos 
conselhos profissionais por ser indelegávela 
entidade privada atividade típica de Estado, que 
abrange até poder de polícia, de tributar e de 
punir, no que concerne ao exercício das 
atividades profissionais regulamentadas.
2. Mantida a natureza autárquica dos conselhos 
profissionais permanece competente a Justiça Federal 
para julgar mandado de segurança, ainda que o ato 
impugnado seja de gestão e não de delegação, como 
in casu. 
3. Conflito conhecido para declarar-se competente o 
Juízo Federal, suscitado. (CC 54.780/RR, Rel. Ministra 
ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
28/06/2006, DJ 07/08/2006 p. 197) 
Contudo, o ilustre professor ressalva o caso de 
capitães de navios, em que há o exercício do poder de polícia por 
pessoa privada. No entanto, trata-se de uma excepcionalidade, 
segundo o próprio mestre. 
Destaca-se, todavia, que é possível que se permita ao 
particular, pessoa privada, a prática de atos materiais que precedam 
os atos jurídicos do poder de polícia, que é a instrumentalização 
do poder de polícia, tal como colocação de fotossensores, radares, 
pardais, detectores de produtos ilícitos ou metais em aeroportos etc, 
conforme orientação jurisprudencial. Vejamos: 
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. MULTA DE 
TRÂNSITO. NECESSIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DO 
AGENTE. AUTO DE INFRAÇÃO. 
1. Nos termos do artigo 280, § 4º, do Código de 
Trânsito, o agente da autoridade de trânsito 
competente para lavrar o auto de infração poderá ser 
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servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial 
militar designado pela autoridade de trânsito com 
jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência. 
O aresto consignou que toda e qualquer notificação é 
lavrada por autoridade administrativa. 
2. "Daí não se segue, entretanto, que certos atos 
materiais que precedem atos jurídicos de polícia não 
possam ser praticados por particulares, mediante 
delegação, propriamente dita, ou em decorrência de 
um simples contrato de prestação. Em ambos os casos 
(isto é, com ou sem delegação), às vezes, tal figura 
aparecerá sob o rótulo de "credenciamento". Adílson 
Dallari, em interessantíssimo estudo, recolhe variado 
exemplário de "credenciamentos". É o que sucede, por 
exemplo, na fiscalização do cumprimento de normas 
de trânsito mediante equipamentos fotossensores, 
pertencentes e operados por empresas privadas 
contratadas pelo Poder Público, que acusam a 
velocidade do veículo ao ultrapassar determinado 
ponto e lhe captam eletronicamente a imagem, 
registrando dia e momento da ocorrência" (Celso 
Antônio Bandeira de Mello, in "Curso de Direito 
Administrativo, Malheiros, 15ª edição, pág. 726): 3. É 
descabido exigir-se a presença do agente para lavrar o 
auto de infração no local e momento em que ocorreu a 
infração, pois o § 2º do CTB admite como meio para 
comprovar a ocorrência "aparelho eletrônico ou por 
equipamento audiovisual (...)previamente 
regulamentado pelo CONTRAN." 4. Não se discutiu 
sobre a impossibilidade da administração valer-se de 
cláusula que estabelece exceção para notificação 
pessoal da infração para instituir controle eletrônico. 
5. Recurso especial improvido. (REsp 712.312/DF, Rel. 
Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 18/08/2005, DJ 21/03/2006 p. 113) 
Mas, e se essa pessoa jurídica de direito privado for 
integrante da Administração Pública? 
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Bem, o entendimento era no sentido de que pessoa 
jurídica de direito privado não poderia exercer atos do poder de 
polícia, por ser atividade tipicamente estatal, ou seja, que deveria 
ser exercida por pessoa jurídica de direito público. 
Contudo, em recente decisão o STJ passou a entender 
que o poder de polícia, que atualmente é desmembrado em quatro 
atividades, qual seja: legislação, consentimento, fiscalização e 
sanção -, poderá ser delegado à pessoa jurídica de direito privado, 
integrante da Administração Pública, no tocante às atividades de 
consentimento e fiscalização. 
Significa dizer que, para o STJ, as atividades de 
consentimento (tal como expedição de alvará, carteira de motorista, 
dentre outras) e de fiscalização (fiscalização de trânsito, postura, 
obras, sanitária etc) podem ser delegadas às entidades de direito 
privado integrantes da Administração Pública. 
No entanto, conforme entendimento do STJ não 
poderá ser delegado atividades de legislação e aplicação de sanções, 
por se caracterizar como atividades intrínsecas do campo 
administrativo. Nesse sentido, vale transcrever a notícia veiculada 
no âmbito do STJ: 
"A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
decidiu pela possibilidade de a Empresa de Transporte de 
Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) exercer atos 
relativos à fiscalização no trânsito da capital mineira. 
Entretanto, os ministros da Turma mantiveram a 
vedação à aplicação de multas pela empresa privada. 
A Turma decidiu reformar, parcialmente, decisão de 
novembro último que garantiu ao poder público a aplicação 
de multa de trânsito. Na ocasião, os ministros 
acompanharam o entendimento do relator, ministro Mauro 
Campbell Marques, de ser impossível a transferência do 
poder de polícia para a sociedade de economia mista, que é 
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o caso da BHTrans. Ele explicou que o poder de polícia é o 
dever estatal de limitar o exercício da propriedade e da 
liberdade em favor do interesse público. E suas atividades 
se dividem em quatro grupos: legislação, consentimento, 
fiscalização e sanção.” 
O prof. Carvalho Filho, neste aspecto, diverge, pois 
entende que qualquer pessoa administrativa também poderá exercer 
a atividade de fiscalização e aplicar sanção. 
A propósito, são sanções decorrentes do poder de 
polícia as multas, interdição de atividades, embargo de obras, 
cassação de patentes, demolições, proibição de fabricar, suspensão 
ou cassação de direito, por exemplo. 
De toda sorte, por ser ato administrativo, os atos de 
poder de polícia se submetem ao controle administrativo, de 
autotutela, bem como ao controle judicial. 
Ademais, vale destacar que a Lei nº 9.873/99 
estabelece prazo prescricional de cinco anos para o exercício de 
ação punitiva pela Administração Pública Federal direta e indireta, no 
exercício do poder de polícia, conforme determina o art. 1º: 
Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da 
Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício 
do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação 
em vigor, contados da data da prática do ato ou, no 
caso de infração permanente ou continuada, do dia 
em que tiver cessado. 
Observe que esta lei não se aplica às infrações de 
natureza funcional e aos processos e procedimentos de natureza 
tributária, conforme art. 5º, mas ao exercício do poder de polícia. 
Vamos às questões. 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Há 
excesso de poder quando o agente público decreta a remoção 
de um servidor não como necessidade do serviço, mas como 
punição. 
Comentário: 
Ocorre o abuso de poder quando há uma conduta 
ilegítima do agente público, seja por extrapolar os limites de sua 
competência (excesso de poder), seja por usar sua competência 
para finalidade diversadaquele visada pela norma (desvio de poder 
ou de finalidade). 
Assim, tendo em vista que o excesso ou desvio dizem 
respeito mais especificamente a elementos do ato administrativo, 
vamos estudar tais vícios de forma mais abrangente lá. 
De toda sorte, há desvio de poder e não excesso 
quando o agente decreta a remoção como medida punitiva, já que 
utiliza sua competência não para atender a finalidade pública, mas 
para outros fins. 
Gabarito: Errado. 
2. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STM – 
CESPE/2011) Caso autoridade administrativa deixe de 
executar determinada prestação de serviço a que por lei está 
obrigada e, consequentemente, lese o patrimônio jurídico 
individual, a inércia de seu comportamento constitui forma 
omissiva do abuso de poder. 
Comentário: 
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É importante perceber que o abuso de poder pode 
ocorrer tanto por ação, como por omissão, sobretudo quando o 
agente deixa de praticar ato, visando causar prejuízo a terceiros. 
Gabarito: Certo. 
3. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O 
poder vinculado não existe como poder autônomo; em 
realidade, ele configura atributo de outros poderes ou 
competências da administração pública. 
Comentário: 
De fato, para alguns doutrinadores, o poder vinculado 
e o poder discricionário não seriam propriamente poderes, mas 
atributos de outros poderes ou atos administrativos. 
Nesse sentido é o entendimento da Profa Di Pietro, 
para quem os poderes discricionários e vinculados “não existem 
como poderes autônomos; a discricionariedade e a vinculação 
são, quando muito, atributos de outros poderes ou 
competências administrativas”. 
Para a professora Di Pietro só existiria os poderes 
normativo, disciplinar, hierárquico e de polícia. Essa também é a 
linha de entendimento do Prof. Carvalho Filho. 
Gabarito: Certo. 
4. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Forma de conferir liberdade 
ao administrador público, o poder discricionário permite que 
a autoridade, mediante os critérios de conveniência e 
oportunidade, opte pela ação que melhor propicie a 
consecução do interesse público, atuação que se sobrepõe 
aos limites da lei. 
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Comentário: 
O poder discricionário permite ao agente público uma 
margem de liberdade para atuar. Tal margem de liberdade diz 
respeito à valoração da conduta sob os aspectos da conveniência e 
oportunidade a fim de satisfazer o interesse público. 
Contudo, tal valoração ou liberdade não se sobrepõe 
aos limites legais. É que o poder discricionário deve se pautar pelos 
limites impostos expressas ou implicitamente na lei, sob pena de 
ilegalidade do ato. 
Gabarito: Errado. 
5. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) Não há 
que se confundir a discricionariedade do administrador em 
decidir com base nos critérios de conveniência e 
oportunidade com os chamados conceitos indeterminados, os 
quais carecem de valoração por parte do intérprete diante de 
conceitos flexíveis. Dessa forma, a discricionariedade não 
pressupõe a existência de conceitos jurídicos indeterminados, 
assim como a valoração desses conceitos não é uma atividade 
discricionária, sendo passível, portanto, de controle judicial. 
Comentário: 
Conceitos jurídicos indeterminados são termos ou 
expressões contidos em normas jurídicas, que não foram definidos 
com exatidão, carecendo de interpretação, valoração. (Ex: “bem 
comum”, “boa-fé”, “decoro” etc). 
De outro lado, a discricionariedade é a atuação com 
liberdade, ou seja, com possibilidade de se avaliar, analisar, as 
opções que se apresentam, e, dentro da margem legal, definir sob o 
aspecto da oportunidade e conveniência da realização do ato que 
melhor atenda o fim perseguido. 
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Assim, uma coisa não se confunde com outra. Todavia, 
no âmbito dos conceitos jurídicos indeterminados, é importante 
destacar, existem autores que entendem que há discricionariedade 
quando a lei utiliza os conceitos jurídicos indeterminados, sobretudo, 
quando há indefinição acerca do alcance do instituto. 
Por exemplo, saber o que é boa-fé todo mundo sabe, 
mas defini-la exatamente, não. Então haveria um núcleo comum, 
mas dentro desse núcleo uma margem de mutação de sentido, no 
que se aplicaria uma interpretação, uma integração do alcance. 
Todavia, mesmo diante dessa situação, não se pode 
confundir uma coisa com outra. 
Gabarito: Certo. 
6. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – 
CESPE/2008) No exercício do poder hierárquico, os agentes 
públicos têm competência para dar ordens, rever atos, avocar 
atribuições, delegar competência e fiscalizar. 
Comentário: 
Lembre-se que na Administração Pública há uma 
hierarquia funcional, ou seja, uma relação de subordinação existente 
entre os vários órgãos e agentes. 
Assim, tendo em vista essa hierarquia, é concedida a 
prerrogativa da Administração, ou do administrador, de ordenar, 
coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas. 
Esses atributos também chamados de poderes de 
comando, de fiscalização, de revisão, de delegação e de avocação da 
atividade administrativa. 
Por isso é que se diz que do poder hierárquico 
decorrem as faculdades implícitas para o superior, tais como a de 
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dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar 
atribuições e a de rever atos dos subalternos. 
Trata-se, como destacado, de uma relação de 
subordinação entre os vários órgãos e agentes componentes de uma 
estrutura administrativa. 
Não se deve, no entanto, confundir subordinação com 
vinculação administrativa. A subordinação decorre do poder 
hierárquico e desta a autotutela. A vinculação resulta do poder de 
supervisão ministerial (tutela) sobre a entidade vinculada e é 
exercida nos limites legais, não retirando a autonomia administrativa 
da entidade. 
Gabarito: Certo. 
7. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – 
CESPE/2008) O funcionamento racional da estrutura 
administrativa pressupõe uma configuração interna 
embasada em relações que assegurem coordenação entre as 
diversas unidades que desenvolvem a atividade 
administrativa. 
Comentário: 
De fato, o poder hierárquico traduz a ideia de 
escalonamento, distribuição de funções dentro da estrutura 
administrativa, estando cada camada unida por uma sincronia 
coordenada, ou seja, dentro de uma estrutura orgânica em que os 
órgãos e agentes funcionam coordenadamente. 
É que a Administração, cada um de seus entes e 
entidades, internamente, deve funcionar de forma entrosada, 
harmoniosa, sob pena de falência do próprio Estado. 
Gabarito: Certo. 
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8. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Do 
poder hierárquico decorre a possibilidade de os agentes 
públicos delegarem suas competências, devendo haver 
sempre responsabilização do delegante pelos atos do 
delegado, por agirem em seu nome. 
Comentário: 
Como ressaltei, do poder hierárquico decorrem os 
poderes implícitos para dar ordens, fiscalizar seu cumprimento, de 
delegar e avocar atribuições e, ainda, de rever atos dos subalternos. 
No entanto, o delegante somente responde pelos atos 
do delegado exercidos nos limites daquilo que foi delegado,ou seja, 
se o agente delegado extrapolou tais limites, ele é quem responderá, 
e não o delegante. 
E, de todo modo, a Lei nº 9.784/99, em seu art. 14, § 
3º, estabelece que as decisões adotadas por delegação devem 
mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas 
pelo delegado. 
Gabarito: Errado. 
9. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – 
CESPE/2011) O poder disciplinar consiste em distribuir e 
escalonar as funções, ordenar e rever as atuações e 
estabelecer as relações de subordinação entre os órgãos 
públicos, inclusive seus agentes. 
Comentário: 
Veja que o poder de distribuir, escalonar funções, 
ordenar e rever as atuações, assim como as relações de 
subordinação entre os órgãos públicos e seus agentes é o poder 
hierárquico. 
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Gabarito: Errado. 
10. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) A hierarquia é atribuição exclusiva do Poder 
Executivo, que não existe na esfera do Poder Judiciário e do 
Poder Legislativo, pois as funções atribuídas a esses últimos 
poderes são apenas de natureza jurisdicional e legiferante. 
Comentário: 
Devemos sempre lembrar que os Poderes Legislativo e 
Judiciário, além de suas funções típicas, possuem funções atípicas e 
dentre estas temos a função administrativa. 
Não só o Poder Executivo é a Administração Pública, 
pois conforme estabelece o art. 37, caput, da CF/88, temos a 
Administração Pública do três Poderes. 
Assim, o poder hierárquico, observando no âmbito da 
função administrativa, é também observado na atuação dos Poderes 
Legislativo e Judiciário, quando realizam tal função, podendo, 
portanto, delegar ou avocar atribuições. 
Gabarito: Errado. 
11. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – 
CESPE/2008) O regimento interno de um órgão é fruto do 
exercício do poder hierárquico desse órgão. 
Comentário: 
O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, 
coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas 
internamente. Teríamos, portanto, atividade no sentido de dar 
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ordens, fiscalizar seu cumprimento, controlar a realização dos atos, 
bem como revê-los etc. 
Então, tais poderes ou atribuições são ditadas ou 
direcionadas à pessoas determinadas, ou seja, àqueles que estejam 
na linha de subordinação, sendo expedido por meio de ordens de 
serviços, por exemplo instruções, portarias etc. 
Assim, tal poder não enseja a elaboração de normas 
que regulamentem a atuação dos órgãos ou suas funções, mas a 
atuação de seus agentes subordinados, seja por atos concretos 
(portarias, ordem de serviço) ou mesmo gerais (instruções). 
Por isso, a expedição de regimento interno em dado 
órgão, por se trata de ato geral e abstrato a regular a funcionalidade 
do órgão, ou seja, seu funcionamento, muito embora deva ser 
observados pelos agentes, não é emanação do poder hierárquico, 
mas do poder normativo. 
Gabarito: Errado. 
12. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF 
– CESPE/2008) O poder de direção das entidades políticas se 
manifesta pela capacidade de orientar as esferas 
administrativas inferiores, o que se faz por meio de atos 
concretos ou normativos de caráter vinculante. 
Comentário: 
O poder de direção ou comando é o de ordenar, 
orientar, as atividades administrativas, mediante a expedição de 
atos gerais e determinações específicas através dos quais, como 
ressaltamos, são repartidas e escalonadas as funções dos agentes e 
órgãos públicos, com o objetivo de assegurar seu exercício 
harmônico e coordenado da função administrativa. 
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Assim, o poder de direção subjacente ao poder 
hierárquico será exercido através da expedição de atos normativos 
que vinculam a atuação do agente em determinadas situações, de 
modo a realizar certas condutas (instruções) ou por ordens 
concretas individualizadas (portarias) a fim de que os órgãos 
inferiores observem o direcionamento dado pelos órgãos de 
comando. 
Por isso, recorde que é dever funcional observar as 
ordens superiores, somente podendo descumpri-las se forem 
MANIFESTAMENTE ilegais. 
Gabarito: Certo. 
13. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AC – CESPE/2008) 
Considere que a Constituição da República determina que as 
polícias civis sejam dirigidas por delegados de polícia de 
carreira. Essa determinação confere aos delegados poder 
hierárquico e poder disciplinar sobre os servidores da polícia 
civil que lhes são subordinados. 
Comentário: 
Notadamente, a hierarquia é o poder de comando, de 
orientação, de coordenação, de fiscalizar. 
Então, um agente, um escrivão estaria subordinado ao 
delegado chefe da respectiva unidade, e demais autoridades dentro 
da linha hierárquica de subordinação na estrutura organizacional da 
Polícia, assim como os demais servidores administrativos. 
Todavia, no caso da organização policial, a atividade 
correcional, ou seja, o poder disciplinar, como já devem saber, não é 
dado ao próprio delegado que coordena, que controla, que exerce o 
comando da unidade, mas à corregedoria. 
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E, ademais, no tocante aos demais servidores 
(atividade meio), o poder disciplinar é conferido à autoridade 
administrativa, conforme organização interna. 
Gabarito: Errado. 
14. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF 
– CESPE/2008) Devido ao sistema hierarquizado da 
administração pública, torna-se possível a esta distribuir a 
legitimidade democrática do governo a todas as esferas 
administrativas. 
Comentário: 
Então, questão filosófica não é? É simples! Quer dizer 
simplesmente que se pode distribuir as funções administrativas, no 
âmbito interno, e possibilitar a ampla participação dos servidores no 
processo de condução da Administração Pública. 
É óbvio que sim. Ou seja, a Administração Pública não 
é um quartel em que os soldados não podem manifestar seus 
pensamentos, suas idéias. 
Ora, vivemos num ambiente democrático, de 
participação, que se exige do servidor, não só o dever de cumprir as 
ordens emanadas, mas de participar da condução da máquina 
estatal, apresentando idéias, sugestões, tecendo críticas, ou seja, 
construindo uma Administração melhor. 
De outro lado, já não há mais espaço para chefes ou 
dirigentes que entendem que somente ele, por ser quem está na 
condução do órgão ou entidade, é que pode pensar. 
O verdadeiro líder é aquele que sabe ouvir, e tomar as 
decisões adequadas, sempre consultando seus pares. 
Gabarito: Certo. 
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15. (EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) No exercício 
do poder regulamentar, a administração não pode criar 
direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, devendo 
limitar-se a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai 
ser cumprida. 
Comentário: 
Como observamos, o poder regulamentar confere á 
Administração Pública a prerrogativa de criar normas gerais e 
abstratas a fim de detalhar a aplicação da lei no âmbito da 
Administração Pública. 
Todavia, trata-se de poder subjacente à lei, ou seja, 
não pode ultrapassar os limites da lei, criando situação jurídica não 
tutelada na norma, devendo apenas esclarecer, explicitar, 
pormenorizar, viabilizar sua operacionalidade. 
Por isso, no exercício do poderregulamentar, a 
administração não pode criar direitos, obrigações, proibições, 
medidas punitivas, devendo limitar-se a estabelecer normas sobre a 
forma como a lei vai ser cumprida. 
Gabarito: Certo. 
16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) 
Decorrente diretamente do denominado poder regulamentar, 
uma das características inerentes às agências reguladoras é a 
competência normativa que possuem para dispor sobre 
serviços de suas competências. 
Comentário: 
Tem-se como expressão do poder regulamentar, sob 
aspecto geral ou mais amplo, a existência do poder regulatório ou 
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normativo, conferido por exemplo às Autarquias reguladoras 
(agências reguladoras), ao Conselho Nacional de Justiça, ao CADE, 
ao Conselho Monetário Nacional, dentre outros órgãos e entidades 
da Administração. 
Como ressaltado, o poder regulamentar ou o 
regulatório (normativo) não pode ultrapassar os limites da lei, 
criando situação jurídica não tutelada na norma, ou seja, deve 
apenas esclarecer, explicitar, pormenorizar, viabilizar a 
operacionalidade técnica da lei. 
Gabarito: Certo. 
17. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) O 
poder regulamentar formaliza-se por meio de decretos e 
regulamentos. Nesse sentido, as instruções normativas, as 
resoluções e as portarias não podem ser qualificadas como 
atos de regulamentação. 
Comentário: 
Poder regulamentar, como ressaltado, é a prerrogativa 
conferida, em especial, ao Chefe do Executivo para editar atos gerais 
visando dar aplicabilidade à lei que, como regra, formaliza-se por 
meio de decretos e regulamentos. 
Todavia, como observado, há no âmbito do poder 
regulamentar o denominado poder normativo, atribuído a órgãos ou 
entidades da Administração, para regulamentar os aspectos técnicos 
de seus serviços ou área de regulação, que é formalizado por meio 
de Instruções normativas, resoluções ou portarias gerais. 
Gabarito: Errado. 
18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Poder regulamentar é a prerrogativa conferida 
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à administração pública de editar atos de caráter geral que 
visam complementar ou alterar a lei, em face de eventuais 
lacunas e incongruências. 
Comentário: 
Como bem destaca o Prof. Carvalho Filho, o poder 
regulamentar é subjacente à lei e pressupõe a existência desta. 
Trata-se de poder no sentido de praticar atos de natureza derivada, 
ou seja, tendo em vista complementar o alcance da lei. 
Assim, o poder regulamentar é poder conferido no 
sentido de esclarecer, explicitar, detalhar o alcance da norma, nunca 
no sentido de preencher lacunas ou corrigir incongruências. Pois tal 
tarefa é dada ao intérprete, utilizando instrumentos de aplicação da 
lei, tal como a analogia, os princípios gerais de direito, ou ao próprio 
legislador na formulação de novas leis. 
Gabarito: Errado. 
19. (PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. NATAL/RN – 
CESPE/2008) Com o estado de direito, passou-se a afirmar a 
existência de uma função de natureza administrativa cujo 
objeto é a proteção do bem-estar geral, mediante a regulação 
dos direitos individuais, expressa ou implicitamente 
reconhecidos no sistema jurídico. Nesse contexto, o poder 
público, além de impor certas limitações, emite atos 
preventivos de controle, aplica penalidades por eventuais 
infrações e, em determinados contextos, exerce coação direta 
em face de terceiros para preservar interesses sociais. Raquel 
M. U. de Carvalho. Curso de direito administrativo. Salvador: 
Juspodivum, 2008, p. 327 (com adaptações). Trata-se, 
portanto, do poder de normativo. 
Comentário: 
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Como vimos, o poder normativo ou regulatório é poder 
de explicitar tecnicamente como será a aplicabilidade de uma norma, 
ou seja, como deve ser observada, como deve ser cumprida na 
realização ou desenvolvimento técnico de atividades ou exercício de 
profissão. 
No entanto, quando o poder público, além de impor 
certas limitações, emite atos preventivos de controle, aplica 
penalidades por eventuais infrações e, em determinados contextos, 
exerce coação direta em face de terceiros para preservar interesses 
sociais, está atuando no exercício do poder de polícia. 
Atentemos para o fato de que o poder normativo ou 
regulatório não enseja a aplicação de sanções ou penalidades, estas 
são decorrências ou do poder disciplinar (quando há vínculo com a 
Administração) ou do poder de polícia, quando a Administração ou o 
Estado atuará restringindo, limitando direitos e liberdades 
individuais. 
Gabarito: Errado. 
20. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) O 
ato normativo do Poder Executivo que contenha uma parte 
que exorbite o exercício de poder regulamentar poderá ser 
anulado na sua integralidade pelo Congresso Nacional. 
Comentário: 
O poder regulamentar deve observar as balizas legais, 
de modo que não pode contrariar a lei sob pena de ser inválido. 
Nesse tocante, cabe ao Congresso Nacional sustar os 
atos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar, 
conforme estabelece o art. 49, inc. V, CF/88, assim expresso: 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso 
Nacional: 
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V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que 
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da 
delegação legislativa; 
Dessa forma, o Congresso somente poderá sustar o 
ato normativo no que extrapolar ou exorbitar o poder regulamentar, 
ou seja, somente a parte que excede os limites do poder 
regulamentar ou da delegação legislativa conferidos ao Poder 
Executivo. 
Gabarito: Errado. 
21. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2011) De 
acordo com o entendimento do STF, quando o Poder 
Executivo expede regulamento, ato normativo de caráter não 
legislativo, não o faz no exercício de função legislativa, mas 
no de função normativa, sem que haja derrogação do 
princípio da divisão dos poderes. 
Comentário: 
O STF tem entendimento consolidado no sentido de 
que a expedição de atos normativos pelo Poder Executivo é 
expressão do poder regulamentar ou da função da normativa, 
conforme o seguinte: 
 
INFORMATIVO Nº 650 
TÍTULO: Salário mínimo e decreto presidencial (Transcrições) 
PROCESSO: MS - 30604 
ARTIGO 
Salário mínimo e decreto presidencial (Transcrições) (v. 
Informativo 646) ADI 4568/DF* RELATORA: Ministra Cármen Lúcia 
VOTO DO MINISTRO LUIZ FUX AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL E 
ADMINISTRATIVO. DIREITO DO TRABALHO. GARANTIA 
FUNDAMENTAL DO SALÁRIO MÍNIMO (CF, ART. 7, IV). LEI Nº 
12.381/11. FIXAÇÃO DO VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO PARA O 
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ANO DE 2011. DIRETRIZES PARA A POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO 
DO SALÁRIO MÍNIMO PARA O PERÍODO DE 2012 A 2015. 
SISTEMÁTICA DE REAJUSTE E MAJORAÇÃO DO PODER 
AQUISITIVO. ART. 3º DO DIPLOMA. FENÔMENO DA 
DESLEGALIZAÇÃO. DECRETO DO PODER EXECUTIVO AO QUAL 
COMPETIRÁ CONSOLIDAR A APLICAÇÃO DOS INDÍCES PREVISTOS 
NA LEI. CONSTITUCIONALIDADE. PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE 
(CF, ART. 5º, II, E 37, CAPUT) E DA SEPARAÇÃO DE PODERES (CF, 
ART. 2º). CONTEXTO DE “CRISE DA LEI FORMAL”. DIÁLOGO 
INSTITUCIONAL ENTRE OS PODERES LEGISLATIVO E EXECUTIVO. 
FUNÇÃO LEGISLATIVA DESEMPENHADAATRAVÉS DA FIXAÇÃO DE 
DIRETRIZES PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS SETORIAIS. ESPAÇO 
NORMATIVO VIRTUOSO DO PODER EXECUTIVO NO 
DESENVOLVIMENTO E NA CONCRETIZAÇÃO DO CONTEÚDO DA 
LEI. CONHECIMENTO TÉCNICO E DINAMISMO NA RESPOSTA AOS 
NOVOS DESAFIOS REVELADOS PELA SOCIEDADE 
CONTEMPORÂNEA. HABILITAÇÃO NORMATIVA DO PODER 
EXECUTIVO. RISCO DE DELEGAÇÃO EM BRANCO. PRINCÍPIO 
DEMOCRÁTICO. DEVER DE FIXAÇÃO, EM LEI, DE 
PARÂMETROS DE CONTEÚDO QUE LIMITEM A ATUAÇÃO DO 
PODER EXECUTIVO (“INTELLIGIBLE PRINCIPLE 
DOCTRINE”). PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL RELATIVOS AO DOMÍNIO TRIBUTÁRIO, PENAL E 
ADMINISTRATIVO. SISTEMÁTICA DA LEI QUE SE VOLTA A 
PROMOVER A EFETIVIDADE DA GARANTIA FUNDAMENTAL 
DO TRABALHADOR. PERIODICIDADE SIMILAR À DO PLANO 
PLURIANUAL (CF, ART. 165, § 1º, C/C ART. 35, § 2º, I, DO 
ADCT). ELEVAÇÃO DA VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO 
COMO POLÍTICA DE ESTADO. INOCORRÊNCIA DE 
SILENCIAMENTO DO PODER LEGISLATIVO. POSSIBILIDADE 
DE QUE, A QUALQUER TEMPO, SOBREVENHA NOVO 
DIPLOMA REVOGANDO A DESLEGALIZAÇÃO OPERADA PELA 
LEI Nº 12.382/11. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO REGIME 
CONSTITUCIONAL PARA A EDIÇÃO DE LEI DELEGADA (CF, 
ART. 68, CAPUT E §§). DECRETO DO PODER EXECUTIVO 
QUE, NA SISTEMÁTICA DA LEI Nº 12.381/11, CARACTERIZA 
ATO NORMATIVO DE NATUREZA SECUNDÁRIA, 
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DIVERSAMENTE DO QUE SE PASSA COM A LEI DELEGADA. 
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 
Gabarito: Certo. 
22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – 
CESPE/2011) Um regulamento autorizado pode disciplinar 
matérias reservadas à lei. 
Comentário: 
Lembre que o poder regulamentar, mesmo em sua 
expressão poder normativo técnico, não pode extrapolar os limites 
da lei, ou seja, não pode invadir campo reservado à lei em sentido 
formal, sob pena de violação ao princípio da separação de poderes. 
Gabarito: Errado. 
23. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2011) O 
poder normativo da administração pode ser expresso por 
meio de deliberações e de instruções editadas por 
autoridades que não o chefe do Poder Executivo, as quais 
podem inovar no ordenamento jurídico, criando direitos e 
impondo obrigações. 
Comentário: 
Observamos que é no âmbito da Administração Pública 
teremos o poder regulamentar conferido ao Chefe do Executivo e o 
poder normativo (especialmente o técnico) conferido a algumas 
entidades ou a alguns órgãos da Administração, distintos daquela 
autoridade. 
Contudo, esse poder não poderá ultrapassar os limites 
legais, de modo que não poderá criar direito ou impor obrigações, 
inovando na ordem jurídica. 
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Gabarito: Errado. 
24. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) O poder regulamentar 
permite que o ato normativo derivado inove e aumente os 
direitos e obrigações previstos no ato de natureza primária 
que o autoriza, desde que tenha por objetivo o cumprimento 
das determinações legais. 
Comentário: 
Como já observado, o poder regulamentar não pode 
inovar na ordem jurídica criando direitos ou obrigações para além do 
que foi previsto no ato primário (Lei). 
Gabarito: Errado. 
25. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) Caso 
se determine, por meio de lei, a certa autoridade a 
competência para editar atos normativos secundários, essa 
competência pode ser objeto de delegação. 
Comentário: 
Nos termos da Lei nº 9.784/99, artigo 13, não se pode 
delegar a edição de tos de competência normativa. 
Gabarito: Errado. 
26. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – 
CESPE/2008) As sanções impostas aos particulares pela 
administração pública são exemplos de exercício do poder 
disciplinar. 
Comentário: 
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Como já destacado, o poder disciplinar é a faculdade 
conferida à Administração Pública no sentido de punir no âmbito 
interno os ilícitos funcionais de seus agentes, bem como de outras 
pessoas ou órgãos sujeitos à disciplina da Administração. 
Observe, portanto, que o poder disciplinar pode incidir 
sobre agentes públicos (regime disciplinar) ou mesmo sobre 
administrados que estejam sob a disciplina administrativa (alunos 
em escola pública, por exemplo). 
Todavia, se não houver nenhum vínculo com a 
Administração, não poderá incidir o poder disciplinar. Com efeito, 
conforme menciona a Prof. Raquel Melo Urbano, “esclareça-se que 
o poder disciplinar não abrange as sanções impostas a 
terceiros estranhos ao quadro de pessoal do Poder Público. 
Particulares que não foram investidos em cargos, empregos 
ou funções públicas não estão sujeitos à disciplina punitiva 
da Administração”. 
Gabarito: Errado. 
27. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2009) O 
poder de a administração pública impor sanções a 
particulares não sujeitos à sua disciplina interna tem como 
fundamento o poder disciplinar. 
Comentário: 
Com base no poder disciplinar, a Administração Pública 
poderá aplicar sanções aos seus agentes e a terceiros que mantenha 
vínculo com a Administração. 
Todavia, o poder disciplinar não alcança particulares 
que não tenham vínculo com a Administração. Trata-se de poder 
introverso. De outro lado, aos particulares, não sujeitos à disciplina 
interna da Administração, se aplica o poder de polícia. 
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Gabarito: Errado. 
28. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – 
CESPE/2011) O ato de aplicação de penalidade disciplinar 
deverá ser sempre motivado. 
Comentário: 
Nos termos do art. 50, inc. II, da Lei nº 9.784/99, os 
atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos 
e dos fundamentos jurídicos, quando imponham ou agravem 
deveres, encargos ou sanções. 
Gabarito: Certo. 
29. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – 
CETURB/ES – CESPE/2010) Segundo entendimento do STJ, o 
poder disciplinado é sempre vinculado, não havendo qualquer 
espaço de escolha para o administrador, quer quanto à 
ocorrência da infração, que quanto à pena a ser aplicada, 
razão pela qual o ato pode ser revisto em todos os aspectos 
pelo Poder Judiciário. 
Comentários: 
Observe que, diante de um ilícito administrativo, não 
há discricionariedade em escolher em punir ou não punir, ou seja, 
deverá incidir o poder disciplinar admoestando as condutas que 
violem a ordem interna. 
Ademais, em que pese a norma disciplinar configurar 
tipos abertos (ou seja, não estabelece em todos os casos, como na 
lei penal, penas específicas para os ilícitos administrativos), deve o 
administrador, sopesando as circunstâncias agravantes e 
atenuantes, aplicar a penalidade previstas em lei. 
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Assim, pelo só fato de ter que sopesar, levar em 
consideração a razoabilidade e proporcionalidade, não quer dizer que 
se trata de poder discricionário, pois não há margem de liberdade 
entre punir ou não punir, se existir a violação ao dever funcional, por 
parte do servidor. 
Diante do ilícito, configurado e comprovado, o 
administrador somente poderá definir qual a pena mais adequada, 
entre as previstas no ordenamento, nem que seja somente uma 
advertência escrita, deverá aplicá-la. 
Assim, não punir somente é aceitável se a conduta 
ilícita não tiver configurada ou o agente não a tiver praticado, ou 
não há provas para condená-lo, conforme entendimentodo STJ. 
No entanto, a doutrina tem entendimento de que 
decidir qual a melhor pena a ser aplicada, dentre as possíveis, 
insere-se no âmbito da discricionariedade. 
Porém, o STJ exarou entendimento no sentido de que 
não há qualquer margem de liberdade, mesmo na decisão da 
penalidade a ser aplicada, chamando o poder disciplinar de 
disciplinado, e, por isso, permitindo a análise ou o controle judicial 
sobre todos os seus aspectos. 
Gabarito Certo. 
30. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) 
Decorre do poder disciplinar do Estado a multa aplicada pelo 
poder concedente a uma concessionária do serviço público 
que tenha descumprido normas reguladoras impostas pelo 
poder concedente. 
Comentário: 
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Quando há uma relação, um vínculo, entre o particular 
e o Estado há a incidência do poder disciplinar. Acaso não haja esse 
vínculo, atos punitivos decorrem do poder de polícia. 
Por isso, a aplicação de penalidade a uma 
concessionária de serviço público decorre do poder disciplinar. 
É importante lembrarmos que se deve observar, em 
todos os casos, o contraditório e a ampla defesa, pois são garantias 
constitucionalmente asseguradas. 
Gabarito: Certo. 
31. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) No exercício do poder disciplinar, cabe à 
administração apurar e aplicar penalidades aos servidores 
públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina 
administrativa. 
Comentário: 
De fato, o poder disciplinar confere à Administração o 
poder de punir no âmbito interno os ilícitos funcionais de seus 
agentes, bem como de outras pessoas ou órgãos sujeitos à disciplina 
da Administração. 
Gabarito: Certo. 
32. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PE – CESPE/2009) O 
poder disciplinar, que confere à administração pública a 
tarefa de apurar a prática de infrações e de aplicar 
penalidades aos servidores públicos, não tem aplicação no 
âmbito do Poder Judiciário e do MP, por não haver hierarquia 
quanto ao exercício das funções institucionais de seus 
membros e quanto ao aspecto funcional da relação de 
trabalho. 
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Comentário: 
Em que pese no âmbito do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, no exercício de suas funções típicas, seus 
membros atuarem com independência funcional, isso não os coloca à 
margem do poder punitivo da Administração. 
É que tais agentes, enquanto agentes públicos, estão 
submetidos à disciplina interna da Administração, de modo que 
podem sofrer sanções administrativas quando violarem suas 
atribuições legais, existindo, como regra, o órgão de corregedoria 
que exerce o poder disciplinar, além do CNJ e CNMP. 
Gabarito: Errado. 
33. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) O 
poder disciplinar é aquele pelo qual a administração pública 
apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos 
e a pessoas sujeitas à disciplina administrativa, sendo o 
processo administrativo disciplinar obrigatório para a 
hipótese de aplicação da pena de demissão. 
Comentários: 
De fato, no âmbito do poder disciplinar a 
Administração tem poderes para apurar infrações e aplicar 
penalidades aos seus agentes e demais pessoas sujeitas à disciplina 
interna, sendo que, no âmbito das infrações administrativa de seus 
servidores é necessário, para aplicação de penalidade de demissão a 
abertura de processo administrativo disciplinar. 
Gabarito: Certo. 
34. (PROCURADOR 3ª CATEGORIA – PGE/CE – CESPE/2008) 
Atividade da administração pública, expressa em atos 
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normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento 
em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a 
propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, 
ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos 
particulares um dever de abstenção (non facere), a fim de 
conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais 
consagrados no sistema normativo. (Celso Antônio Bandeira 
de Mello. Curso de direito administrativo. Editora Malheiros. 
20.ª ed., p. 787). A definição objeto do fragmento de texto 
acima se refere ao poder de polícia. 
Comentário: 
De fato, é justamente essa a definição de poder de 
polícia dada por Celso Antônio Bandeira de Mello. 
Nesse sentido, Hely Lopes Meirelles, define poder de 
polícia como a faculdade de que dispõe a Administração Pública para 
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos 
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. 
Todavia, podemos extrair a definição do poder de 
polícia, de forma mais abrangente, do Código Tributário Nacional, 
conforme artigo 78 ao expressar que: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da 
Administração Pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula prática de ato 
ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividade econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e 
aos direitos individuais e coletivos. 
É de se ressaltar que o fundamento do poder de polícia 
é o princípio da predominância do interesse público sobre o 
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particular, que dá a Administração posição de supremacia sobre os 
administrados, ou seja, tal prerrogativa é conferida à Administração 
no sentido de velar, zelar pelo interesse público. 
Poder de polícia, em acepção ampla, significa a 
atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade 
ajustando-as aos interesses coletivos, compreendo tanto os atos 
legislativos quanto os atos executivos. 
Em sentido estrito corresponde à atividade 
administrativa que impõe restrições à liberdade e à propriedade, por 
meio de intervenções abstratas ou concretas da Administração. 
Gabarito: Certo. 
35. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – 
CESPE/2010) O poder de polícia, considerado como a 
atividade do Estado limitadora do exercício dos direitos 
individuais em benefício do interesse público, é atribuído com 
exclusividade ao Poder Executivo. 
Comentário: 
O poder de polícia é atividade do Estado que visa 
limitar, condicionar ou restringir o uso e gozo de bens, atividades e 
direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio 
Estado. 
Todavia, é poder atribuído ao Estado, na sua função 
administrativa, de modo que não é atividade exclusiva do Poder 
Executivo. 
Gabarito: Errado. 
36. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) A 
atividade do Estado que condiciona a liberdade e a 
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propriedade do indivíduo aos interesses coletivos tem por 
fundamento o denominado poder hierárquico. 
Comentário: 
Como já destacamos a atividade do Estado que 
condiciona a liberdade e a propriedade do indivíduo aos interesses 
coletivos tem por fundamento o denominado poder de polícia. 
Gabarito: Errado. 
37. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – 
CESPE/2008) O poder de polícia, regido pelo direito 
administrativo, é o meio pelo qual a administração pública 
exerce atividade de segurança pública, seja por meio da 
polícia

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