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Aula 05 Legislacao Especial Aula 01

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Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Caros concursandos de todo Brasil, sejam bem vindos! 
É com grande felicidade que inicio mais este curso aqui no Ponto, com foco 
total no concurso para Papiloscopista a Polícia Federal. 
Antes de tudo, para que me conheçam um pouco melhor, farei minha 
apresentação. 
Meu nome é Pedro Ivo, sou servidor público há 12 anos e, atualmente, exerço 
o cargo de Auditor-Fiscal Tributário no Município de São Paulo (ISS-SP). 
Iniciei meus trabalhos no serviço público atuando na Administração Federal, na 
qual, durante alguns anos, permaneci como Oficial da Marinha do Brasil. 
Por opção, comecei a estudar para a área fiscal e, concomitantemente, fui 
aprendendo o que é o “verdadeiro espírito de concurseiro”, qualidade que logo 
percebi ser tão necessária para alcançar meu objetivo. 
Atualmente, após a aprovação no cargo almejado, ministro aulas em diversos 
cursos do Rio de Janeiro e de São Paulo, sou pós-graduado em Auditoria 
Tributária, pós-graduado em Processo Penal e Direito Penal Especial e autor 
dos livros “Direito Penal – Questões comentadas da FCC”, “Direito Processual 
Penal – Resumo dos tópicos mais importantes para concursos públicos” e 
“1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE”, todos publicados pela 
Editora Método. 
Agora que já me conhecem um pouco, posso, com tranquilidade, começar a 
falar de nosso curso. 
Em primeiro lugar é importante que desde já firmemos uma parceria em busca 
dos 100% de acertos em sua PROVA. Digo isto porque espero, nas 
próximas semanas, poder estar conversando com você sobre a Legislação 
Penal Especial em sua casa, no trabalho, no metrô, no ônibus, enfim, em 
qualquer lugar em que você estiver lendo as aulas. 
Trata-se efetivamente de uma conversa, sem formalismos desnecessários e 
objetivando o maior grau de assimilação possível. 
Nosso curso será no método QP, ou seja, Quase-Presencial. 
“Mas professor... Eu nunca ouvi falar neste tal de “QP”, o que é isso?” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 
 
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
É o método através do qual eu apenas não estarei fisicamente na sua frente, 
mas buscarei com que se sintam em uma sala de aula, aprendendo a matéria 
através de uma linguagem clara e objetiva, voltada para a sua aprovação. 
Durante nossos encontros, buscarei evitar o máximo possível o uso do 
“juridiquês”. Todavia, é claro que em alguns momentos não conseguiremos 
fugir da utilização de termos jurídicos, pois alguns são adotados pelo CESPE e, 
assim, precisam passar a fazer parte do seu linguajar. 
O curso terá por base a integralidade do edital. Assim, será composto das 
seguintes aulas: 
AULA 01 
TRÁFICO ILÍCITO E USO INADEQUADO DE SUBSTÂNCIAS 
ENTORPECENTES (LEI N° 11.343/06) – PARTE 01 
 
AULA 02 
TRÁFICO ILÍCITO E USO INADEQUADO DE SUBSTÂNCIAS 
ENTORPECENTES (LEI N° 11.343/06) – PARTE 02 
AULA 03 
 
ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI N° 10.826/03) 
 
AULA 04 
 
CRIMES AMBIENTAIS (LEI N° 9.605/98) 
 
AULA 05 
 
ABUSO DE AUTORIDADE (LEI N° 4.898/65) 
 
DEFINIÇÃO DOS CRIMES DE TORTURA (LEI N° 9.455/65) 
 
AULA 06 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (N° 8.069/70) – PARTE 01 
 
AULA 07 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (N° 8.069/70) – PARTE 02 
 
 
AULA 08 
 
 
LEI Nº 7.102/1983 / LEI Nº 10.357/2001 / LEI Nº 6.815/1980 / LEI Nº 
8.072/1990 / LEI Nº 10.446/2002 
 
 
Cada aula será composta de 40 a 60 páginas e, ao término de cada tema, 
apresentarei exercícios comentados a fim de fixar a matéria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Para finalizar essa nossa primeira conversa, lembro que todas as dúvidas 
poderão ser sanadas no fórum e que qualquer crítica ou sugestão poderá ser 
enviada para pedro@pontodosconcursos.com.br. 
Bom, agora que já estamos devidamente apresentados e você já sabe como 
será o nosso curso, vamos começar a subir mais um importante degrau rumo à 
aprovação!!! 
Bons estudos!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 01 - TRÁFICO ILÍCITO E USO INDEVIDO DE 
SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES - LEI N° 11.343/2006 
 
Caros alunos, 
 
As drogas vêm causando sérios problemas e profunda preocupação à 
humanidade. Desde o fim da primeira Grande Guerra, o aumento do consumo 
de drogas vem crescendo significativamente e, para piorar, além das 
substâncias já existentes, surgiram as drogas sintéticas, feitas em laboratório, 
igualmente danosas ao ser humano e com graves reflexos na sociedade. 
Trata-se de uma questão que, durante as últimas décadas, passou a ser alvo 
das atenções não só de especialistas, mas também da população em geral. 
Isso ocorre porque o problema deixou de ser difuso e passou a afetar 
diretamente a vida de todos. Urgente se tornou a busca por mudanças para 
impedir o contínuo aumento do seu uso. 
A fim de definir diretrizes para uma possível solução, foi editada em 23 de 
agosto de 2006 a Lei nº 11.343/06. Este dispositivo legal surgiu com o 
intuito de instituir o chamado Sistema Nacional de Políticas Públicas 
sobre Drogas – SISNAD e, principalmente, prescrever medidas para 
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas. 
Além disso, estabeleceu normas para repressão à produção não autorizada e 
ao tráfico ilícito de drogas e, como não poderia deixar de ser, criminalizou 
diversas condutas. 
Resumindo, a lei que vamos analisar agora veio com a finalidade de 
aperfeiçoar e intensificar o combate ao tráfico ilícito de entorpecentes, 
reprimindo mais severamente condutas criminosas e especificando, em novas 
figuras típicas, o comportamento humano proibido. 
Dito isto, companheiros de estudo, concentração total para este assunto tão 
exigido pelo CESPE. 
 
Bons estudos!!! 
*************************************************************** 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
 
Durante vinte e seis anos a Lei nº 6.368/76 vigorou em nosso país coibindo 
condutas relacionadas ao tráfico e porte de drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Esta lei não demonstrava grande efetividade e punia criminalmente com prisão 
tanto o traficante quanto o usuário e o dependente. Tal norma era muito 
criticada por ser condescendente, em vários aspectos, com o traficante, em 
especial os mais poderosos e organizados. 
No ano de 2002 foi aprovada a Lei nº 10.409/2002 que, inicialmente, tinha a 
missão de corrigir as falhas da norma anterior. Tal norma foi muito criticada 
pelos operadores do direito e doutrinadores o que gerou inúmeros vetos antes 
de sua publicação. 
Devido a este fato a lei acabou descaracterizada e a norma anteriornão foi 
totalmente revogada. Tal situação implementou diversas divergências 
doutrinárias e jurisprudenciais em nosso sistema jurídico. 
Finalmente, em 2006 foi publicada a lei nº 11.343/2006 que, apesar de não 
ser perfeita, tem o grande mérito de implementar uma nova sistemática de 
prevenção e repressão. 
A Nova Lei de Tóxicos adota um posicionamento extremamente evoluído e 
racional do ponto de vista legal. 
Nota-se uma mudança expressiva na forma de abordagem que tínhamos dos 
crimes relacionados a substâncias com caráter de entorpecentes ilícitas e 
psicotrópicas. 
O usuário e o dependente de drogas assumem uma posição privilegiada 
em relação ao texto legal anterior, em contrapartida o tráfico e a produção 
recebem uma incriminação mais severa. 
Devemos perceber que essa nova postura é, de fato, inovadora em se tratando 
do Brasil. Nosso país, apesar de severo defensor dos direitos fundamentais 
individuais, sempre se mostrou bastante rígido e conservador frente a 
assuntos que abrangem drogas ou qualquer questão deste gênero. 
A intenção legislativa é clara: 
 
RETIRAR O “MITO DA DEMONIZAÇÃO” DO USUÁRIO. 
 
Ou seja, o usuário assume legalmente a posição de vítima direta das drogas, 
sem o tradicional traço de vilão social. 
Assim, o Estado deve promover medidas para a ressocialização de 
dependentes, ao invés de privar ainda mais da possibilidade de integrar de 
forma legítima o seio social. 
Dentre as principais novidades trazidas pela lei na esfera do Direito Penal, 
podemos citar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. O TRATAMENTO DIFERENCIADO EM RELAÇÃO AO 
USUÁRIO DE DROGAS; 
 
2. A TIPIFICAÇÃO DE CRIME ESPECÍFICO PARA A CESSÃO 
DE PEQUENA QUANTIA DE DROGA PARA CONSUMO 
CONJUNTO; 
 
3. O AGRAVAMENTO DA SANÇÃO COMINADA AO TRÁFICO; 
 
4. A TIPIFICAÇÃO DO CRIME DE FINANCIAMENTO AO 
TRÁFICO; E 
 
5. A REGULAMENTAÇÃO DE UM NOVO RITO PROCESSUAL. 
 
 
Analisaremos estas inovações no decorrer de nossa aula. 
Para finalizarmos esta parte introdutória cabe uma observação: Certa vez, em 
sala de aula um aluno apresentou a seguinte consideração: 
 
“Mas professor... Eu acho que isso é um absurdo! Tem mesmo é que prender o 
usuário que só assim tudo vai se resolver.” 
 
Neste nosso curso, você deve abstrair qualquer sentimento pessoal e, 
simplesmente analisar a norma legal. É isso que importa para sua prova! 
Afinal, quem faz leis é Deputado e Senador e, você, quer ser um Policial 
Federal (que cumpre as leis). 
 
1.2 ANÁLISE LEGAL – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Caro aluno, a partir de agora começaremos a explorar os dispositivos legais, e, 
como não poderia deixar de ser, iniciaremos pelas disposições preliminares, 
nas quais o legislador estabelece pontos fundamentais para o entendimento do 
que está por vir. 
É uma parte mais teórica e menos prática, mas necessária para sua PROVA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 1.2.1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
O primeiro dispositivo trazido na lei define as razões para as quais a lei foi 
criada. Observe: 
 
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas 
sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso 
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes 
de drogas; estabelece normas para repressão à produção não 
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes. 
 
Depois de lido o supracitado, chegamos a um questionamento fundamental: 
Qual a conceituação de drogas? A fim de responder esta pergunta, o 
parágrafo único do artigo 1º leciona: 
 
Art. 1º 
[...] 
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas 
as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, 
assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas 
periodicamente pelo Poder Executivo da União. 
 
Em relação à terminologia, é importante ressaltar que a Constituição 
Federal utiliza a expressão “tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins”, 
como podemos observar nos seguintes dispositivos: 
 
Art. 5º [...] XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e 
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os 
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
[...] 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em 
caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de 
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, na forma da lei; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Diferentemente, as revogadas leis nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, e 
nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002, utilizavam, respectivamente, as 
expressões “substância entorpecente ou que determine dependência física 
ou psíquica” e “produtos, substâncias ou drogas ilícitas que causem 
dependência física ou psíquica”. 
A lei atual (11.343/06) utiliza simplesmente o termo “drogas” e, por isso, 
falaremos também simplesmente em “drogas”. Bem mais fácil, concorda? 
Pelo menos neste ponto o legislador facilitou seus estudos. 
Mas quais são as drogas? Estão enumeradas na lei? 
Tal como nos diplomas anteriores, a lei nº 11.343/06 não relaciona quais 
substâncias se enquadram na definição de “droga”. Menciona apenas que 
são substâncias ou produtos capazes de causar dependência, assim 
especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente 
pelo Poder Executivo da União. 
Como as citadas leis definem tipos penais, configuram as famosas normas 
penais em branco, já que são complementadas/integradas por outras 
normas (as Portarias da ANVISA). 
Atualmente, as drogas vêm relacionadas na portaria SVS/MS nº 344, de 12 
de maio de 1998 (art. 66). Assim, mesmo que a substância ou produto 
cause dependência, se não constar em uma das listas da citada portaria, 
não será considerada droga para fins penais. É o que ocorre, por exemplo, 
com os cigarros e bebidas alcoólicas 
Ainda nas disposições preliminares, o legislador fez questão de vedar 
expressamente em todo território nacional não só as drogas em espécie, 
mas também: 
 
1. O PLANTIO 
2. A CULTURA 
3. A COLHEITA 
4. A EXPLORAÇÃO DE VEGETAIS E SUBSTRATOS DOS QUAIS 
POSSAM SER EXTRAÍDAS OU PRODUZIDAS DROGAS. 
 
Tal conceito encontra embasamento no seguinte dispositivo: 
 
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, 
bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de 
vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou 
produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou 
regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de 
Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof: Pedr 
 
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PROFESSOR PEDRO IVO 
 
1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-
religioso.A inovação nesse artigo é quanto à presença de duas ressalvas que 
excepcionam a impossibilidade tratada acima. São elas: 
 
1. AUTORIZAÇÃO LEGAL OU REGULAMENTAR 
2. O ESTABELECIDO NA CONVENÇAO DE VIENA A RESPEITO DE 
PLANTAS DE USO ESTRITAMENTE RITUALÍSTICO-RELIGIOSO. 
 
A primeira situação é bem clara, pois muitos dos vegetais e substratos 
classificados como drogas podem ser utilizados, por exemplo, para a 
fabricação ou produção de remédios ou outras substâncias úteis para a 
sociedade ou para o Estado. 
A segunda ressalva merece um estudo mais aprofundado e alguns 
importantes comentários. 
Percebe-se que o legislador quis deixar claro que continua em vigor, tal qual 
nas legislações anteriores, a possibilidade de excepcionar o caráter 
antijurídico do cultivo e porte para uso em rituais religiosos, de plantas que 
façam parte da lista das drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MUITA ATENÇÃO!!! 
Isso não quer dizer que está legalizada a utilização de toda e 
qualquer planta da qual façam uso grupos religiosos. O que prevê a 
Convenção de Viena é a possibilidade do país, mediante normas 
internas, formular reservas em relação às plantas utilizadas em 
rituais religiosos. Veja os dizeres da citada convenção: 
 
Convenção das Nações Unidas sobre Substâncias Psicotrópicas, 
Viena, 1971. Art.32, item 4: “O Estado em cujo território cresçam 
plantas silvestres que contenham substancias psicotrópicas dentre 
as incluídas na lista I e que são tradicionalmente utilizadas por 
pequenos grupos nitidamente caracterizados em rituais mágicos ou 
religiosos poderão (...) formular reservas em relação a tais plantas, 
(...) exceto quanto as disposições relativas ao comércio 
internacional”. 
 
A título de exemplo, o Conad (que ainda estudaremos) decidiu 
liberar o emprego, para fins religiosos, da ayahuasca, que é um chá 
empregado pela seita Santo Daime, que possui propriedades 
alucinógenas (Resolução nº 04, de 04.11.2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 
 
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Finalizando, ainda no artigo 2º, é prevista mais uma situação que 
excepciona a IMPOSSIBILIDADE do plantio, cultura e exploração dos 
vegetais dos quais possam ser extraídas drogas. Observe: 
 
Art. 2º 
[...] 
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a 
colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, 
exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e 
prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as 
ressalvas supramencionadas. 
 
1.3 DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE 
DROGAS - SISNAD 
 
Um dos objetivos da nova lei foi criar o Sistema Nacional de Políticas Públicas 
sobre Drogas - SISNAD, que coordena as atividades de prevenção, tratamento 
e reinserção social de usuários e dependentes de drogas. A lei, quando trata 
das finalidades para o Sistema, dispõe da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com esta disposição, fica claro o espírito da lei de, além de punir a produção 
não autorizada e o tráfico ilícito de drogas, prevenir o uso indevido e procurar 
reinserir na sociedade o usuário e o dependente. 
Observe, Caro(a) Aluno(a), que a lei apresenta diversas condutas a serem 
realizadas para a prevenção e repressão ao uso de drogas. 
Para lembrá-las no dia de sua PROVA é muito FACIO!!! Isso mesmo, FÁCIL 
com “O”. Veja: 
 
 
ART. 3º - O SISNAD TEM COMO FINALIDADE ARTICULAR, 
COORDENAR, INTEGRAR E ORGANIZAR AS ATIVIDADES 
RELACIONADAS COM: 
 
� A prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social 
de usuários e dependentes de drogas; 
 
� A repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de 
drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 
 
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PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 
• F INALIDADE; 
• A RTICULAR; 
• C OORDENAR; 
• I NTEGRAR; 
• O RGANIZAR. 
 
 
A composição do SISNAD não está prevista na lei nº 11.343/06, pois os 
dispositivos que traziam esta previsão acabaram sendo vetados. Assim, o 
Decreto nº 5.912/2006 regulamentou o SISNAD e os órgãos que o compõem. 
Observe: 
 
Art. 2o Integram o SISNAD: 
I - o Conselho Nacional Antidrogas - CONAD, órgão normativo e 
de deliberação coletiva do sistema, vinculado ao Ministério da 
Justiça; (Redação dada pelo Decreto nº 7.426, de 2010) 
II - a Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, na qualidade de 
secretaria-executiva do colegiado; 
III - o conjunto de órgãos e entidades públicos que exerçam 
atividades de que tratam os incisos I e II do art. 1o: 
a) do Poder Executivo federal; 
b) dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, mediante 
ajustes específicos; e 
IV - as organizações, instituições ou entidades da sociedade civil 
que atuam nas áreas da atenção à saúde e da assistência social 
e atendam usuários ou dependentes de drogas e respectivos 
familiares, mediante ajustes específicos. 
 
 1.3.1 PRINCÍPIOS DO SISNAD 
 
Trataremos agora de um ponto cujo conhecimento será importante para o 
entendimento dos assuntos que estão por vir, trata-se dos princípios do 
SISNAD. 
A lei traz uma lista exaustiva com diversos itens, e para facilitar os estudos 
farei da seguinte maneira: Pela importância, apresentarei todos os 
princípios, mas colocarei em negrito aqueles que vêm sendo mais exigidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Aqui você deve fazer uma leitura atenta e detalhada, sem se preocupar em 
“decorar” os itens. 
Dito isto, vamos ao que interessa: 
 
 
PRINNCÍÍPIOOSS DDOO SSISSNAAD 
 
��� O respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, 
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; 
***Por este princípio, por exemplo, o usuário e o dependente de drogas não podem ser 
obrigados a realizar tratamento médico, exceto na ocorrência de crime em que seja 
possível sua imposição. 
��� O respeito à diversidade e às especificidades populacionais 
existentes; 
��� A promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo 
brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso 
indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados; 
��� A promoção de consensos nacionais, de ampla participação 
social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias 
do Sisnad; 
*** O entendimento que vigorou durante muito tempo de que só com a punição seria 
possível combater o tráfico ilícito é substituído pela adoção de políticas públicas que 
visam a participação da sociedade. 
��� A promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado 
e Sociedade, reconhecendo a importância da participação 
social nas atividades do Sisnad; 
*** Reconhece-se que sem a participação da sociedade, fica difícil a implementação 
das políticas públicas previstas na lei nº 11.343/06. 
��� O reconhecimento da intersetorialidade dos fatores 
correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua 
produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; 
***Não é apenas um fator que leva alguém a traficar drogas, mas uma série de 
questões conjugadas, como a pobreza, problemas familiares etc.Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 
 
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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PROFESSOR PEDRO IVO 
 
��� A integração das estratégias nacionais e internacionais de 
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua 
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; 
***O tráfico de drogas é uma questão mundial e só se tratado desta forma pode ser 
minimizado. Além disso, deve haver uma integração entre os países a fim de 
ampliarem as políticas de atenção e reinserção social de usuários e dependentes. 
��� A articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes 
Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades 
do Sisnad; 
��� A adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a 
interdependência e a natureza complementar das atividades 
de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas, repressão da produção 
não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; 
***Este princípio constitui uma das balizas mais importantes do Sisnad. Assim, a lei 
deixa clara a diferença entre o tratamento que deve ser dado ao usuário e ao 
traficante. Até mesmo entre os traficantes há uma diferenciação, pois aqueles que 
cometem o crime pela primeira vez é tratado de forma mais branda. Deste modo, é 
fundamental uma abordagem multidisciplinar. 
��� A observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção 
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas e de repressão à sua produção não 
autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando garantir a 
estabilidade e o bem-estar social; 
*** O Estado não deve atuar apenas de forma repressiva. Deve haver um equilíbrio 
entre a repressão e a prevenção. 
��� A observância das orientações e normas emanadas do Conselho 
Nacional Antidrogas - Conad. 
 
 1.3.2 OBJETIVOS DO SISNAD 
 
Dentre os objetivos previstos na Lei de Tóxicos, despontam-se 
prioritariamente aqueles voltados para a educação e para o esclarecimento 
sobre a consequência do uso de drogas, em todos os níveis de ensino, mas 
com especial atenção para o nível fundamental, pois a maioria das pessoas 
inseridas nesta fase de formação escolar encontra-se no momento mais 
sensível à incursão de traficantes e aliciadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A lei nº 11.343/06 define quatro objetivos para o SISNAD, são eles: 
 
 
OBJETIVOS DDOO SIISNNAD 
 
1. Contribuir para a inclusão social do cidadão, visando torná-lo menos 
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido 
de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos 
correlacionados; 
2. Promover a construção e a socialização do conhecimento sobre 
drogas no país; 
3. Promover a integração entre as políticas de prevenção do uso 
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de 
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico 
ilícito e às políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo 
da União, Distrito Federal, Estados e Municípios; 
4. Assegurar as condições para a coordenação, a integração e a 
articulação das atividades de que trata o art. 3o desta Lei. 
 
Perceba que os objetivos do Sisnad são bem abrangentes e procuram 
encontrar um equilíbrio entre a repressão ao tráfico ilícito e a prevenção 
através de programas sociais. Além disso, objetiva propiciar adequado 
tratamento visando à reinserção social do usuário e do dependente. 
 
1.4 DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE 
INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS 
 
O legislador quando editou a lei de drogas, inovadoramente, atribuiu uma 
abordagem mais moderna e abrangente sobre a questão, estabelecendo 
políticas públicas contemporâneas e adequadas a partir da coleta, análise e 
disseminação de informações sobre drogas. Observe: 
 
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à 
saúde e da assistência social que atendam usuários ou 
dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os 
óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme 
orientações emanadas da União. 
 
Além disso, a lei estabeleceu a criação do Sistema de Informações do Poder 
Executivo a fim de integrar dados estatísticos sobre assuntos referentes à 
repressão ao tráfico ilícito de drogas. Veja: 
 
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico 
ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder 
Executivo. 
 
Sistema de Informação é a expressão utilizada para descrever um sistema 
automatizado, ou mesmo manual, que abrange pessoas, máquinas, e/ou 
métodos organizados para coletar, processar, transmitir e disseminar dados 
que representam informação para o usuário. 
Sem um sistema integrado de dados não é possível o combate adequado à 
criminalidade organizada e tampouco a adoção de estratégias a nível nacional 
para a prevenção ao uso indevido e tráfico de drogas. 
 
1.5 DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, 
ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E 
DEPENDENTES DE DROGAS 
 
 1.5.1 DA PREVENÇÃO 
 
Neste ponto, a lei traz uma série de determinações consideradas essenciais 
para a prevenção do uso indevido de drogas. São consideradas atividades 
de prevenção todas aquelas que: 
 
• Contribuírem para a redução dos fatores de vulnerabilidade e 
risco; 
• Contribuírem para a promoção e fortalecimento dos fatores de 
proteção. 
 
A lei define uma série de princípios e diretrizes cabíveis para a atividade de 
prevenção. Neste ponto farei da mesma forma que anteriormente, ou seja, 
colocando em negrito o que mais vêm aparecendo em prova. Ressalto, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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novamente, que não é necessário “decorar” os princípios, mas sim entender 
o sentido das normas. Aqui, apenas uma leitura atenta é o suficiente. 
 
 
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO 
 
1. O reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de 
interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com 
a comunidade à qual pertence; 
2. A adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como 
forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e 
privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos 
serviços que as atendam; 
3. O fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em 
relação ao uso indevido de drogas; 
4. O compartilhamento de responsabilidades e a colaboração 
mútua com as instituições do setor privado e com os diversos 
segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de 
drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento 
de parcerias; 
5. A adoção de estratégias preventivas diferenciadas e 
adequadas às especificidades socioculturais das diversas 
populações, bem como das diferentes drogas utilizadas; 
6. O reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso”e 
da redução de riscos como resultados desejáveis das 
atividades de natureza preventiva, quando da definição dos 
objetivos a serem alcançados; 
7. O tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da 
população, levando em consideração as suas necessidades 
específicas; 
8. A articulação entre os serviços e organizações que atuam em 
atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de 
atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos 
familiares; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. O investimento em alternativas esportivas, culturais, 
artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão 
social e de melhoria da qualidade de vida; 
10. O estabelecimento de políticas de formação continuada na área da 
prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação 
nos 3 (três) níveis de ensino; 
11. A implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso 
indevido de drogas nas instituições de ensino público e privado, 
alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos 
relacionados a drogas; 
12. A observância das orientações e normas emanadas do Conad; 
13. O alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de 
políticas setoriais específicas. 
 
Quando as atividades de prevenção envolverem crianças e/ou adolescentes 
deverão, segundo a lei, estar em consonância com as diretrizes seguidas pelo 
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente- CONANDA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vale ressaltar que a linha mestra no trabalho de prevenção e reinserção 
social está sedimentada numa atuação compartilhada de responsabilidade e 
colaboração mútua entre os entes públicos e privados, estes com ou sem fim 
lucrativo. 
 
 1.5.2 DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE 
USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS 
 
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - 
CONANDA, órgão colegiado do Ministério da Justiça previsto no 
artigo 88 da Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do 
Adolescente, criado pela Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991, 
e Decreto nº 695, de 8 de dezembro de 1992, é um espaço público 
institucional com poder deliberativo e controlador das ações em 
todos os níveis, no que concerne à Política Nacional de Promoção, 
Atendimento e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes e 
tem seu funcionamento regulado por este Regimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Esse capítulo da lei é composto dos artigos 20 ao 26. Neles ficam 
explicitados que as atividades de atenção ao usuário e dependente de 
drogas, bem como de seus respectivos familiares, são aquelas 
que visam à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos 
danos associados ao uso de drogas e que sejam direcionadas à sua 
integração ou reintegração em redes sociais. 
Fica clara a intenção do legislador em trazer os familiares do usuário ou 
dependente para dentro do problema. Entende-se que somente com uma 
ação conjunta entre as partes atingidas é possível dar uma solução 
adequada ao problema das drogas 
A lei estabelece, em seu art. 22, 06(seis) princípios a serem observados 
quanto às atividades de atenção e de reinserção social do usuário e do 
dependente de drogas e seus respectivos familiares. São eles: 
 
 
PPRRIINNCCÍÍPPIIOOSS EE DDIIRREETTRRIIZZEESS DDAASS AATTIIVVIIDDAADDEESS DDEE AATTEENNÇÇÃÃOO AAOO 
UUSSUÁÁRIIO E DDEEPPEENNDENTEESS DE DDRROOGAAS,, BEMM COOMMO SSEUS 
RREESSPPEECCTTIIVVOOSS FFAAMMIILLIIAARREESS 
 
• Respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente 
de quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da 
pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde 
e da Política Nacional de Assistência Social; 
• A adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social 
do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que 
considerem as suas peculiaridades socioculturais; 
• Definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a 
inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais à 
saúde; 
• Atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos 
familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por 
equipes multiprofissionais; 
• Observância das orientações e normas emanadas do Conad; 
• O alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas 
setoriais específicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas deverão ser 
desenvolvidos pelas redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, respeitando os princípios e diretrizes 
acima, as diretrizes do Ministério da Saúde e sendo obrigatória a previsão 
orçamentária adequada. 
Mas e se o usuário estiver preso devido à prática de uma infração penal, o 
Estado deve esperar ele sair para dar início ao programa de atenção ao 
usuário e dependente? 
É claro que não, e para evitar que isto ocorra, o artigo 26 da Lei de Drogas 
garante ao preso o direito de ter à disposição os mesmos serviços de 
atenção à saúde dos cidadãos em liberdade. Observe: 
 
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da 
prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de 
liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos 
os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo 
sistema penitenciário. 
 
Até agora está tudo muito bonito com relação a este programa definido pela 
lei, mas me responda... Você contrataria para trabalhar na sua empresa um 
indivíduo com problemas relacionados com drogas, mesmo tendo outras 500 
pessoas interessadas? 
 
 
 
Exatamente para alterar a resposta da maioria para esta pergunta e 
aumentar a abrangência da ação de reinserção do usuário e do dependente 
de drogas no mercado de trabalho, a lei faculta à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios conceder benefícios às instituições privadas 
que participarem desse programa. 
 
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
poderão conceder benefícios às instituições privadas que 
desenvolverem programas de reinserção no mercado de 
trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados 
por órgão oficial. 
 
 
Finalizando esta parte, antes de entrarmos nos crimes e penas, preciso 
tratar de um importante ponto. Você deve estar percebendo que 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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constantemente falamos em usuários e dependentes. Mas será que há uma 
diferenciação entre esses termos? 
Há sim! Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1.5.3 DOS CRIMES E DAS PENAS 
 
Passaremos agora a tratar do Capítulo III da lei nº 11.343/06. Perceba que 
ainda estamos dentro do Título que se refere aos usuários e dependentes.Assim, neste momento e neste capítulo, abordaremos os crimes 
relacionados com os usuários e dependentes. 
A grande diferença dos crimes previstos neste capítulo para os demais é que 
não há previsão de pena privativa de liberdade. Entendeu o legislador que 
ao usuário de drogas deve ser imposta outra modalidade de pena que 
substitua a privação de liberdade. 
As penas previstas neste Capítulo, nos termos do art. 27 da lei nº 
11.343/06, poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como 
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor. 
O assunto, como não poderia deixar de ser, está diretamente relacionado 
com o Direito Penal, pois trata dos crimes praticados pelo agente na 
condição de usuário ou dependente das drogas e a necessidade de 
serem adotadas políticas de prevenção. Mas aqui surge um importante 
questionamento: 
Como determinar se alguém possui droga para usar ou simplesmente para 
vender? O caso não é tão simples e, para responder, vamos analisar um 
caso prático: 
Imaginemos que Mévio é encontrado com 01 tonelada de cocaína. Ao ser 
arguido sobre o que faria com a droga apresenta a seguinte resposta: 
 
“É para meu consumo pessoal. Essa grande quantidade é porque eu sou 
prevenido...Vai que acaba no estoque ou a subida do dólar influencia no preço...”. 
 
• USUÁRIO��� Faz uso da droga por mero 
deleite, quando e como lhe der prazer. 
 
• DEPENDENTE��� O dependente encontra-se 
em um estágio no qual usa a droga para 
suprir uma necessidade que a ele se impõe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Você, como Policial Federal, aceitaria como verdadeira esta resposta? 
Então... O Magistrado também não !!! Desta forma leciona o parágrafo 2º do 
artigo 28: 
 
Art. 28 
[...] 
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo 
pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância 
apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a 
ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e 
aos antecedentes do agente. 
 
 
 
 
 
 
 
 1.5.3.1 O ARTIGO 28 DA LEI Nº. 11.343/06 – REGRAS GERAIS 
 
Para começarmos a tratar do art. 28, vamos antes definirmos algumas 
regras que serão aplicáveis a todos os delitos da lei nº 11.343/06. 
Trata-se de crimes de perigo abstrato, pois não necessitam da 
demonstração de que efetivamente alguém foi exposto a perigo de dano, 
que é presumido pela lei. 
São, também, crimes de perigo coletivo, pois a saúde de um número 
indeterminado de pessoas é exposto a dano. 
Como sujeito passivo dos delitos temos, regra geral, a coletividade. Em 
alguns tipos penais, que analisaremos, podem haver pessoas 
determinadas. 
Passemos agora á análise específica do art. 28 da lei nº 11.343/06: 
 
O Art. 28 da lei é de suma importância, pois prevê um novo tratamento 
à conduta de porte de drogas para consumo pessoal. O intuito da Lei foi 
o de evitar, a qualquer custo, a aplicação de pena privativa de liberdade 
ao usuário de drogas. Observe o disposto: 
 
AGORA, CARO ALUNO, MUITA, MAS MUITA ATENÇÃO 
MESMO, POIS TRATAREMOS DO ASSUNTO QUE MAIS 
VEM APARECENDO EM PROVA: O ARTIGO 28 DA LEI 
11.343/2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar 
ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes penas: 
 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
 
Com a retirada da pena privativa de liberdade, alguns doutrinadores 
passaram a defender que o porte de drogas para consumo pessoal não 
mais pode ser considerado um crime, mas infrações sui generis. 
Tal afirmação encontra como base a Lei de Introdução ao Código Penal 
que considera como crime a infração penal a que a lei comine pena de 
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou 
cumulativamente com a pena de multa. 
Apesar desta linha de raciocínio existir, o STJ já firmou entendimento de 
que não houve a descriminalização (HC 121.145, SP, DJ 10/06/2010). 
Neste mesmo sentido também já se pronunciou o STF (RE 430.105/RJ, 
DJ 13/02/2007). 
Passemos agora a uma análise detalhada da conduta típica do art. 28 
 
1 – Objeto Jurídico ��� O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico 
principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário). 
 
2 – Objeto Material ��� É a droga. 
 
3 – Sujeito Ativo ��� Trata-se de crime comum, podendo ser cometido 
por qualquer pessoa. 
 
4 – Sujeito Passivo ��� Como já vimos, é a coletividade. 
 
5 – Conduta Típica ��� Podemos elencar e explicar as seguintes 
condutas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COONDUTTAS TÍPPIICAAS PPAASSSÍÍVVEEIIS DAAS PPEENNAS PRREVIISTTAAS NNOO ARRTT. 228 
1. Adquirir ��� Significa obter por qualquer meio (compra, doação, 
permuta, etc.) a propriedade, a título oneroso ou gratuito. 
2. Guardar ��� Diz respeito à preservação, manutenção ou conservação da 
substância entorpecente. 
3. Ter em depósito ���É uma idéia mais abrangente que guardar, pois 
envolve uma noção de espaço ou local específico para manter a 
substância. 
4. Transportar ���Significa conduzir de um local para outro com o uso de 
algum meio de locomoção, tal como carro, bicicleta, avião, etc. 
5. Trazer consigo ��� É utilizado no sentido de carregar junto ao próprio 
corpo, seja no seu interior ou nas roupas que o cobrem. 
Observe que na modalidade adquirir temos uma espécie de crime 
instantâneo, mas nas demais modalidades o crime é permanente, pois se 
prolonga no tempo, mantendo a conduta em execução durante toda a 
sua permanência temporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 – Tipo misto alternativo ou de conteúdo variado ��� Bom, caro 
aluno, agora que já conhecemos as condutas, pense na seguinte 
situação: Tício compra e depois traz a droga consigo. Neste caso, 
quantos crimes ele comete??? 
PARA LEMBRAR 
 
 Crime instantâneo é aquele que, quando consumado, 
encerra-se. A consumação ocorre em determinado 
momento e não mais se prossegue. No homicídio, por 
exemplo, o crime é consumado quando da morte da 
vítima, não importando o tempo decorrido entre a ação e 
o resultado. 
 
 Crime permanente existe quando a consumação se 
prolonga no tempo, dependente da ação ou omissão do 
sujeito ativo, como acontece no cárcere privado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Apesar de cometer duas condutas, pratica apenas um crime. Podemos 
dizer então que o artigo 28 tipifica um crime de ação múltipla, no qual 
a realização de mais de uma conduta, desde que em relação à mesma 
droga, constitui crime único.7 – Elemento Subjetivo ��� O crime é doloso e exige-se a especial 
intenção de consumo pessoal da droga. 
 
8 – Qualificação Doutrinária ��� Trata-se de crime doloso, comum, de 
mera conduta, plurissubsistente, de perigo abstrato e coletivo. 
 
9 – Consumação e Tentativa ��� A consumação ocorre na prática de 
qualquer das condutas alternativas. Vamos analisar: 
 
� Adquirir � Consuma-se com o recebimento do objeto. A tentativa é 
possível. 
� Guardar � Consuma-se o crime no momento em que o objeto é 
recebido para ser acondicionado para uso próprio e futuro. É 
possível a tentativa. 
� Ter em depósito � Consuma-se quando o indivíduo tem a droga 
consigo para uso próprio futuro. Admite-se a tentativa. 
� Transportar � Consuma-se o delito com o deslocamento do objeto 
material. É possível a tentativa. 
� Trazer consigo � Consuma-se quando o agente tem o objeto 
consigo ou ao seu alcança. Admite-se a tentativa. 
 
 1.5.3.2 O ARTIGO 28 DA LEI Nº. 11.343/06 – PENALIZAÇÕES 
 
Em relação à conduta do porte de drogas para uso, a nova redação dispõe 
sobre três penas para quem adquirir, guardar, tiver em depósito, 
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. 
São elas: 
 
• ADVERTÊNCIA SOBRE OS EFEITOS DAS DROGAS; 
• PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE; 
• MEDIDA EDUCATIVA DE COMPARECIMENTO A 
PROGRAMA OU CURSO EDUCATIVO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Como já foi dito anteriormente, essas penas podem ser aplicadas de forma 
conjunta ou separadas e, a qualquer tempo, podem ser substituídas umas 
pelas outras desde que sejam ouvidos o Ministério Público e o defensor 
(art. 27 da lei nº 11.343/06). 
As penas apresentadas também se aplicam a quem, para seu consumo 
pessoal (art. 28, parágrafo 1º): 
 
• Semear � Ato de lançar sementes a terra para que possam 
germinar; 
• Cultivar � Manter a plantação; e 
• Colher plantas destinadas à preparação de pequena quantidade 
de substância ou produto capaz de causar dependência física ou 
psíquica. 
 
Pode ocorrer que o agente semeie, cultive ou colha alguma planta 
acreditando ser meio capaz de ser empregado para a preparação ou 
produção de drogas, quando na realidade não possui esta propriedade. 
Seria o caso, por exemplo, do indivíduo que planta e colhe um 
determinado tempero acreditando ser maconha. 
Neste caso, trata-se de crime impossível por absoluta ineficácia do meio 
empregado (CP, art. 17). 
 
 1.5.3.3 O ARTIGO 28 DA LEI Nº. 11.343/06 – DURAÇÃO DAS 
PENAS 
 
A Lei nº 11.343/06 estabelece, com relação à duração das penas, as 
seguintes regras: 
 
• Pena de advertência � Essa é fácil, concorda? Aqui não temos 
prazo, pois o ato punitivo é considerado instantâneo, ou seja, se 
esvai na sua própria aplicação. Na prática, o indivíduo comparece 
no cartório e assina um termo em que constam os efeitos 
prejudiciais que a droga pode causar. 
 
• Pena de prestação de serviço à comunidade e de medida 
educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo ��� duração de ATÉ 05 meses para réu primário e ATÉ 
10 meses para casos de reincidência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 28 
[...] 
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste 
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) 
meses. 
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos 
II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo 
máximo de 10 (dez) meses. 
 
Acho que já está claro, mas é bom ressaltar que a Lei não fixou o prazo 
exato para a pena, cabendo ao Magistrado fixá-la até estes prazos 
máximos. O legislador, também, não fixou prazo mínimo. 
Você está percebendo que na teoria é tudo muito fácil, mas será que 
sempre teremos cooperação do usuário quanto ao cumprimento das 
medidas? 
Claro que não, e a lei dispõe que, no caso de recusa do agente em cumprir 
as medidas educativas, o juiz poderá submetê-lo sucessivamente a: 
 
• ADMOESTAÇÃO VERBAL; E/OU 
• MULTA. 
 
PARA ENTENDER ��� MULTA IMPOSTA PELO JUIZ 
• Limite mínimo estabelecido pela lei � 40 dias-multa 
• Limite máximo estabelecido pela lei � 100 dias-multa. 
O valor de cada dia-multa pode variar de 1/30 do salário mínimo até 03 
vezes o salário mínimo. 
 
De uma forma geral, fazendo uma proporção matemática, o valor 
mínimo da multa é de 40 x (1/30) = 4/3 do salário mínimo, enquanto 
que o valor máximo é de 100 x (3) = 300 salários mínimos. 
Todo valor recolhido por essa via será creditado à conta do Fundo 
Nacional Antidrogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Agora, pergunto a você: Quando o agente se recusa a cumprir as sanções 
penais a ele cominadas, a prática do delito de desobediência, previsto no do 
Código Penal, pode ser aplicada? 
A resposta é NEGATIVA, pois a nova Lei das Drogas traçou uma linha 
mestra que deverá nortear a interpretação de todos os outros dispositivos. E 
qual é? É exatamente a de que não se aplicará ao usuário pena privativa 
de liberdade. 
Não poderá o magistrado, salvo na ocorrência de infração penal superveniente, 
converter a pena aplicada em privativa de liberdade, devendo se valer dos 
instrumentos legais que a nova lei lhe concede. 
 
Finalizando, a lei trata do prazo de prescrição das penas dispondo que: 
 
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução 
das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o 
disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. 
 
1.6 DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO 
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS 
 
A partir do artigo 31, a nova Lei de Drogas retoma as disposições referentes à 
repressão, à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas. 
Esta, portanto, é a parte da Lei em que o legislador pretende incentivar a 
atuação severa do Poder Público em relação às atividades que resultam na 
oferta de drogas, pretendendo-se dar ao Estado todos os meios de que 
necessite para fazer valer a proibição, inclusive a sanção criminal. 
Mas será que isto quer dizer que ninguém pode utilizar drogas? Claro que não! 
Podemos dizer que a REGRA é a proibição, no entanto o art. 31 apresenta 
algumas exceções. Observe: 
 
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade 
competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, 
preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, 
reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, 
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou 
matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais 
exigências legais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Em situações especiais é permitido que instituição ou pessoa possa requerer 
licença para a utilização de material ilícito, nos casos em que exerça atividade 
lícita que dependa de drogas ou de matéria-primadestinada a sua preparação, 
para fins de pesquisa científica, para utilização na composição de 
medicamentos etc. 
 
 1.6.1 DESTRUIÇÃO DE PLANTAÇÕES ILÍCITAS E DROGAS 
 
O artigo 32 da lei de drogas trata de dois assuntos diversos que precisam 
ficar bem separados em sua cabeça. São eles: 
 
• A destruição das plantações ilícitas (caput e § 3°) 
• A destruição das drogas apreendidas (no §2° e §3°) 
 
Observe o disposto no texto legal: 
 
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas 
pelas autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade 
suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de 
levantamento das condições encontradas, com a delimitação do 
local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da 
prova. 
§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo 
máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras 
necessárias à preservação da prova. 
§ 2o A incineração prevista no § 1o deste artigo será precedida 
de autorização judicial, ouvido o Ministério Público, e executada 
pela autoridade de polícia judiciária competente, na presença de 
representante do Ministério Público e da autoridade sanitária 
competente, mediante auto circunstanciado e após a perícia 
realizada no local da incineração. 
§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a 
plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à 
proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 
de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia 
do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - 
Sisnama. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Em relação à destruição das plantações, o artigo determina que deve ser 
imediata e realizada pela autoridade de polícia judiciária competente para 
tanto. 
A destruição imediata tem uma razão prática para ser determinada: Caso 
necessitassem obter prévia autorização judicial, por certo a preservação do 
local e a necessária destruição correriam sérios riscos. 
No caso de queimada para destruir a plantação, deve-se atentar para as 
normas ambientais, sendo DISPENSADA a autorização prévia do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente – Sisnama. 
 
 
 
 
No que diz respeito à destruição de drogas apreendidas, os pontos 
principais exigidos em PROVA são encontrados no parágrafo primeiro que 
trata do prazo máximo de 30 dias para a incineração e a necessidade de 
que se guardem amostras necessárias à preservação da prova. 
 
§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo 
máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras 
necessárias à preservação da prova. 
 
Diferentemente do que vimos em relação à destruição de plantações, para a 
incineração de drogas apreendidas HAVERÁ necessidade de autorização 
judicial, precedida de manifestação do Ministério Público. Além disso, a lei 
exige que no momento da queimada estejam presentes representantes do 
MP e da autoridade sanitária competente. 
Do exposto, podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO: Raro, mas possível, é existir eventuais casos de destruição 
indevida, em razão da existência de competente autorização para 
plantio. Nesse caso o dono da plantação fará jus a indenização justa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.6.2 DOS CRIMES – REGRAS GERAIS 
 
De uma forma bem ampla, a lei nº 11.343/06 descreve dois grandes tipos 
de crimes: 
 
• O primeiro já foi visto e está tipificado no art. 28 referindo-se ao 
consumo de drogas. Como já aprendemos, apesar de a ele não estar 
cominada pena privativa de liberdade (detenção e reclusão), tal conduta 
não deixou de ser crime. 
• O outro grande tipo de crime está presente no art. 33, que trata do 
tráfico ilícito de drogas. Para essas condutas estão previstas rígidas 
penas privativas de liberdade e multa. Observe: 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, 
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, 
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
 
O caput do art. 33 versa sobre o que podemos chamar de condutas 
típicas de tráfico, que ao todo são dezoito. Cabe ressaltar que este 
dispositivo é o TIPO FUNDAMENTAL DO TRÁFICO DE DROGAS. Os 
outros delitos previstos na lei nº 11.343/06 são considerados 
MODALIDADES de tráfico. 
 
Vamos analisar a figura típica: 
 
1 – Objeto Jurídico ��� O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico 
principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário). 
 
2 – Objeto Material ��� É a droga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 – Sujeito Ativo ��� Com exceção da conduta de prescrever, que é 
crime próprio cometido por médico ou dentista, trata-se de crime 
comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa. 
 
4 – Sujeito Passivo ��� Como já vimos, é a coletividade. 
 
5 – Conduta Típica ��� Para a prova do CESPE, que adora apresentar 
“histórias” para verificar o conhecimento do candidato, é imprescindível 
que se conheça o real significado de cada conduta tipificada, e é isso que 
você vai aprender agora. Vamos lá!!! 
 
CONDUTAS TÍPICAS 
DE TRÁFICO ILÍCITO 
DE DROGAS 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
 
IMPORTAR 
 
 
CONSISTE EM FAZER ENTRAR O TÓXICO NO PAÍS POR 
VIA AÉREA, MARÍTIMA OU POR TERRA. O DELITO SE 
CONSUMA NO MOMENTO EM QUE A SUBSTÂNCIA 
ILÍCITA ENTRA NO TERRITÓRIO NACIONAL. DE 
ACORDO COM O PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE (ART. 
12 DO CP), O ART. 334 DO CP (CONTRABANDO E 
DESCAMINHO) NÃO É APLICÁVEL QUANDO SE IMPORTA 
UMA SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE, OU SEJA, É 
APLICÁVEL NA IMPORTAÇÃO DE OUTRAS SUBSTÂNCIAS 
PROIBIDAS. 
EXPORTAR 
 
CARACTERIZA O ENVIO DA DROGA PARA OUTRO PAÍS. 
REMETER 
 
SIGNIFICA O TRANSPORTE DA DROGA SEM QUE ELA 
SAIA DO PAÍS. A FORMA MAIS COMUM É ATRAVÉS DOS 
CORREIOS. 
 
PREPARAR 
 
CONSISTE EM COMBINAR SUBSTÂNCIAS NÃO 
ENTORPECENTES FORMANDO UMA TÓXICA PRONTA 
PARA O USO. 
 
PRODUZIR 
 
PRESSUPÕE A IDÉIA DE CRIAÇÃO. DIFERE-SE DA 
PREPARAÇÃO, ONDE O AGENTE JÁ POSSUI AS 
SUBSTÂNCIAS QUE SERVEM COMO MATÉRIA-PRIMA, 
ENQUANTO QUE NA PRODUÇÃO O PRÓPRIO AGENTE 
CRIA A MATÉRIA PRIMA OU A EXTRAI DA NATUREZA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FABRICAR 
 
É A PRODUÇÃO ATRAVÉS DO MEIO INDUSTRIAL. 
 
ADQUIRIR 
 
SIGNIFICA COMPRAR, OBTER A PROPRIEDADE, A 
TÍTULO ONEROSO OU GRATUITO. ESTA CONDUTA SÓ 
PODE SER PUNIDA COM AS PENAS DO ART. 33 SE A 
PESSOA ADQUIRIR COM A INTENÇÃO DE ENTREGAR AO 
CONSUMO DE TERCEIRO. AQUELE QUE COMPRA A 
DROGA PARA O CONSUMO PRÓPRIO, INCIDE NAS 
PENASDO ART. 28 (PORTE DE DROGA PARA CONSUMO 
PRÓPRIO). 
 
VENDER 
 
É ALIENAR MEDIANTE UMA CONTRAPRESTAÇÃO QUE 
NÃO PRECISA SER NECESSARIAMENTE EM MOEDA 
CORRENTE. 
 
EXPOR A VENDA 
CONSISTE EM DISPONIBILIZAR A MERCADORIA AOS 
INTERESSADOS NA AQUISIÇÃO. 
 
OFERECER 
 
 
SIGNIFICA ABORDAR EVENTUAIS COMPRADORES E 
FAZÊ-LOS SABER QUE POSSUI A DROGA PARA VENDA. 
 
TER EM DEPÓSITO 
DÁ A IDÉIA DE QUE O AGENTE É DEPOSITÁRIO DA 
DROGA PERTENCENTE A TERCEIRA PESSOA. 
 
TRANSPORTAR 
 
SIGNIFICA CONDUZIR DE UM LOCAL PARA OUTRO COM 
O USO DE ALGUM MEIO DE LOCOMOÇÃO, TAL COMO 
CARRO, BICICLETA, AVIÃO, ETC. 
 
TRAZER CONSIGO 
 
É UTILIZADO NO SENTIDO DE CARREGAR JUNTO AO 
PRÓPRIO CORPO, SEJA NO SEU INTERIOR OU NAS 
ROUPAS QUE O COBREM. 
 
GUARDAR 
 
DIZ RESPEITO À PRESERVAÇÃO, MANUTENÇÃO OU 
CONSERVAÇÃO DA SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRESCREVER 
 
É SINÔNIMO DE RECEITAR. POR ISSO, TEM UMA 
LIGAÇÃO DIRETA COM OS PROFISSIONAIS DA ÁREA 
MÉDICA E COM OS DENTISTAS. OU SEJA, TRATA-SE DE 
UM CRIME PRÓPRIO, POIS SÓ PODE SER COMETIDO 
POR DETERMINADAS CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS. 
 
MINISTRAR 
 
SIGNIFICA INTRODUZIR OU INOCULAR NO ORGANISMO 
HUMANO. DESSA FORMA, COMETE CRIME O 
FARMACÊUTICO QUE INJETA DROGAS EM 
DETERMINADA PESSOA SEM EXISTIR PRESCRIÇÃO 
MÉDICA. 
 
ENTREGAR A 
CONSUMO 
 
ESTA TIPIFICAÇÃO PROCURA ABRANGER AS DIVERSAS 
FORMAS DE FAZER AS DROGAS CHEGAREM A 
TERCEIROS. 
 
 
FORNECER 
 
TEM O SIGNIFICADO DE ABASTECER OU PROVER O 
MERCADO CONSUMIDOR DE DROGAS, PODENDO SER 
INDIVIDUAL OU ATÉ MESMO GRATUITO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 – Tipo misto alternativo ou de conteúdo variado ��� Assim, como 
vimos anteriormente no crime do Art. 28, o crime tipificado no Art. 33 é 
considerado um crime de ação múltipla, no qual a realização de mais de 
uma conduta, desde que em relação à mesma droga, constitui crime único. 
 
Vale lembrar que é imprescindível a apreensão da droga 
para fazer incidir a tipificação do Art. 33. 
Sempre que se tratar de crime envolvendo drogas é 
necessário que a substância aprendida seja periciada e 
confeccionado laudo de constatação preliminar para 
lavratura do auto de prisão em flagrante. 
Prisão por tráfico de drogas decorrente 
apenas de prova testemunhal é ILEGAL! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Veja este exemplo: O agente que transporta e guarda a droga consigo, 
apesar de cometer duas condutas, pratica apenas um crime. Porém, não 
haverá delito único quando as condutas se referirem a cargas diversas de 
entorpecentes sem qualquer ligação. Assim, se em uma semana a pessoa 
compra um quilo de maconha e na outra semana importa meio quilo de 
cocaína, terá praticado dois delitos na forma de concurso material, pois as 
condutas referem-se a substâncias diferentes. 
 
7 – Elemento Subjetivo ��� O crime é doloso, não se exigindo finalidade 
especial. 
 
8 – Qualificação Doutrinária ��� Trata-se de crime doloso, comum, de 
mera conduta, de perigo abstrato e coletivo. 
 
9 – Consumação e Tentativa ��� A consumação ocorre na prática de 
qualquer das condutas alternativas do tipo penal. É cabível a tentativa, 
mas, devido à diversidade de condutas, dificilmente ocorrerá. 
 
10 – Crime equiparado a hediondo ��� O tráfico de drogas é equiparado 
a hediondo. 
 
11- Prova da traficância ��� Uma das grandes dificuldades enfrentadas 
pelos operadores de direito é como provar que o indivíduo é um traficante. 
Para solucionar este problema, a jurisprudência vem adotando como 
referencial a quantidade, variedade, modo de acondicionamento e outros 
indicativos da traficância. 
Neste sentido já se pronunciou o TJ-SP decidindo que a variedade e 
quantidade da droga apreendida e anterior denúncia sobre o tráfico no local 
são elementos suficientes para levarem à conclusão acerca do comércio 
ilícito (Apelação nº 990.09.297118-2 – DJ 23/03/2010) 
Ainda, segundo o TJ-SP, acompanhando o entendimento majoritário, não 
há necessidade de que o sujeito seja preso no momento exato em que 
fornece materialmente a droga para terceiro. Para que seja caracterizado o 
tráfico, bastam circunstâncias seguras de que o objeto era destinado ao 
comércio ilegal (Apelação nº 990.08.073079-7, DJ 29/01/2009). 
 
1.6.2 DOS CRIMES – CONDUTAS EQUIPARADAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Após a tipificação da conduta de tráfico propriamente dito, apresentada no 
caput do art. 33, o legislador trouxe três condutas a ela equiparadas, 
incorrendo nas mesmas penas: 
 
Art. 33 
[...] 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, 
expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, 
traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico 
destinado à preparação de drogas; 
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas 
que se constituam em matéria-prima para a preparação de 
drogas; 
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a 
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou 
consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, 
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. 
 
O inciso I versa sobre o cultivo, e em comparação ao texto da lei anterior o 
objeto material do delito foi aumentado. Atualmente, além da 
comercialização de “matéria prima”, a nova lei menciona, ainda, insumo ou 
produto químico utilizado na produção da droga. Podemos resumir os 
seguintes elementos: 
 
1 – Objeto Jurídico ��� O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico 
principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário). 
 
2 – Objeto Material ��� Matéria Prima; Insumo; Produto Químico; 
 
3 – Sujeito Ativo ��� Trata-se de crime comum, podendo ser cometido 
por qualquer pessoa. 
 
4 – Sujeito Passivo ��� Como já vimos, é a coletividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 – Conduta Típica ��� Consiste em importar, exportar, remeter, 
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, fornecer, 
ter em depósito, transportar, trazer consigo ou guardar, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico 
destinado à preparação de drogas; 
 
6 – Elemento Subjetivo ��� O crime é doloso, não se exigindo finalidade 
especial. 
 
7 – Qualificação Doutrinária ��� Trata-se de crime doloso, comum, de 
mera conduta, de perigo abstrato e coletivo. 
 
8 – Consumação e Tentativa ��� A consumaçãoocorre na prática de 
qualquer das condutas alternativas do tipo penal. É cabível a tentativa, 
mas, devido à diversidade de condutas, dificilmente ocorrerá. 
 
No inciso II o legislador substitui a expressão “plantas destinadas à 
preparação de entorpecentes ou de substância que determine dependência 
física ou psíquica”, utilizada na lei antiga, por “plantas que se constituam 
em matéria-prima para a preparação de drogas”. Analisando: 
 
1 – Objeto Jurídico ��� O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico 
principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário). 
 
2 – Objeto Material ��� As plantas que constituem matéria prima para a 
produção de drogas. 
 
3 – Sujeito Ativo ��� Trata-se de crime comum, podendo ser cometido 
por qualquer pessoa. 
 
4 – Sujeito Passivo ��� Como já vimos, é a coletividade. 
 
5 – Conduta Típica ��� Consiste em semear, cultivar ou fazer a colheita, 
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a 
preparação de drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 – Elemento Subjetivo ��� O crime é doloso, não se exigindo finalidade 
especial. 
 
7 – Qualificação Doutrinária ��� Trata-se de crime doloso, comum, de 
mera conduta, de perigo abstrato e coletivo. 
 
8 – Consumação e Tentativa ��� A consumação ocorre na prática de 
qualquer das condutas alternativas do tipo penal. É cabível a tentativa, 
mas, devido à diversidade de condutas, dificilmente ocorrerá. 
 
No inciso III, e aqui um ponto importantíssimo para a sua PROVA, a nova 
Lei exclui da tipificação a cessão de local ou bem de qualquer 
natureza para o consumo pessoal de substância entorpecente. 
Somente se caracterizará a conduta equiparada ao tráfico quando a 
utilização ou a cessão ocorrer para fins de tráfico de entorpecente. 
 
1 – Objeto Jurídico ��� O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico 
principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário). 
 
2 – Sujeito Ativo ��� Trata-se de crime PRÓPRIO, podendo ser praticado 
por quem detêm propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância 
do local do bem. 
 
3 – Sujeito Passivo ��� É a coletividade. 
 
4 – Conduta Típica ��� Consiste em utilizar local ou bem de qualquer 
natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou 
vigilância, ou consentir que outrem dele se utilize, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. 
 
5 – Elemento Subjetivo ��� O crime é doloso. EXIGE-SE a especial 
finalidade de emprego do local ou bem para o tráfico de drogas. Assim, 
caso o agente não tenha conhecimento das reais intenções de quem 
utiliza o local o fato á ATÍPICO!!! 
 
6 – Qualificação Doutrinária ��� Trata-se de crime doloso, PRÓPRIO, 
formal, de perigo abstrato e coletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 – Consumação e Tentativa ��� Na primeira modalidade, o crime se 
consuma com a utilização do local ou bem sem necessidade do tráfico. A 
tentativa é cabível. Na segunda modalidade o crime se consuma com o 
consentimento para a utilização do local ou bem 
 
1.6.3 DOS CRIMES – CAUSAS DE REDUÇÃO DE PENA 
 
Caro (a) aluno (a), vimos as condutas do artigo 33 e as condutas 
equiparadas no parágrafo 1º. Neste ponto é importante sair um pouco da 
ordem de apresentação da lei e transcrever o parágrafo 4º que traz uma 
hipótese de redução de pena com relação aos delitos citados. Observe: 
 
Art. 33 
[...] 
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as 
penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a 
conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente 
seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às 
atividades criminosas nem integre organização criminosa. 
 
Dedicar-se a atividades criminosas pressupõe reiteração de condutas 
tipificadas como crime, ou seja, habitualidade no cometimento de delitos. 
Sobre o tema o STJ decidiu que: 
 
 
 
 
 
ATENÇÂO: No caso da diminuição de pena, como a lei não cita 
claramente quais são as atividades criminosas que excluem a atenuante, 
segundo entendimento jurisprudencial, tanto faz se a organização 
criminosa é voltada para o tráfico de drogas ou apenas para outros 
ilícitos, ou seja, ambas serão responsáveis pela não aplicação da causa 
de diminuição. 
“É inaplicável a redução legal, pois, embora o paciente seja primário e de 
bons antecedentes, não atende ao requisito previsto no mencionado artigo, 
uma vez que se dedica a atividades criminosas, pois evidenciada nos autos 
a prática do tráfico, em razão da grande quantidade e variedade de 
substância entorpecente apreendida (oito papelotes de cocaína e 
novecentos e sessenta e dois invólucros contendo crack, além de balança 
de precisão (HC 151.676/SP, DJ 03/03/2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Do exposto, podemos resumir o que vimos até agora referente aos crimes da 
seguinte forma: 
 
PENAS PREVISTAS NOS ARTS. 28 E 33 
• USUÁRIO E DEPENDENTE DE DROGAS – PENAS DO ARTIGO 28: 
 
1. ADVERTÊNCIA SOBRE OS EFEITOS DAS DROGAS; 
2. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE; 
3. MEDIDA EDUCATIVA DE COMPARECIMENTO A PROGRAMA 
OU CURSO EDUCATIVO. 
• AGENTE DE TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS – PENAS DO ART. 33: 
 
1.. reclluussããoo dee 5 (cciinccoo) aa 15 ((quuinnzee)) annoss e paagammenntoo dee 5000 
((qquuiinnhheennttooss)) aa 11..550000 ((mmiill ee qquuiinnhheennttooss)) ddiiaass--mmuullttaa 
• CABE DIMINUIÇÃO DE PENA NOS CASOS PREVISTOS 
(CRIMES TIPIFICADOS NO ART. 33 CAPUT E §1°) QUANDO 
CUMPRIDOS OS SEGUINTES REQUISITOS CUMULATIVOS: 
 
A. AGENTE PRIMÁRIO; 
B. BONS ANTECEDENTES; 
C. NÃO DEDICAÇÃO A ATIVIDADES CRIMINOSAS; 
D. NÃO INTEGRAÇÃO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. 
 
 
 1.6.3 DOS CRIMES – MEROS ATOS PREPARATÓRIOS 
 
Conforme já tratamos nesta aula, uma das principais características da nova 
lei de drogas é o caráter preventivo. Neste sentido foi editado o artigo 34 
que visa antecipar a repressão criminal para abarcar aquelas situações em 
que ainda não se caracterizou o tráfico propriamente dito. 
Perceba que as condutas apresentadas constituem meros atos 
preparatórios: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, 
distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou 
fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, 
instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, 
preparação, produção ou transformação de drogas, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 
1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. 
 
Para

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