Buscar

Aula 34 Legislacao Especial Aula 03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
AULA 03 - ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI N° 10.826/2003
Futuros Policiais Federais!!! 
Com o aumento impressionante da criminalidade e, consequentemente, do 
crime organizado que age no nosso país, ficou premente a necessidade de se 
modificar e aperfeiçoar a Lei 9.437/97, já revogada, que regulamentava a 
posse, propriedade, porte e comércio de armas de fogo. 
Durante muito tempo o Congresso Nacional discutiu o assunto, bem como a 
sociedade civil e várias organizações não-governamentais e, finalmente, em 23 
de dezembro de 2003 foi publicada a Lei n° 10.826 de 22 de dezembro do 
mesmo ano, entrando em vigor no momento de sua publicação e, reafirmando 
o Poder Público, sua preocupação com esta questão. 
A Lei ficou mais conhecida como “Estatuto do Desarmamento” e, para você, 
tem uma importância ainda mais especial, pois cai na sua prova. 
E será que esse tema é importante para um futuro Policial Federal? Acho que 
não preciso nem responder, mas, para não deixar pergunta sem 
resposta...CLARO QUE SIM!!! E MUITO!!! 
O Estatuto está direcionado à proteção de um bem jurídico especial, a 
segurança coletiva, e tem como principal propósito a diminuição da quantidade 
de crimes violentos em que há o emprego de arma de fogo, principalmente os 
roubos e homicídios. 
Com certeza, a nova Lei é um avanço se a compararmos com a Lei n° 
9.437/97 que era muito benéfica para os criminosos, estimulando a 
impunidade e o aumento dos crimes violentos, principalmente os praticados 
com arma de fogo. 
Assim, além de regulamentar a posse, o porte, o comércio de armas de fogo, 
acessórios e munições no território nacional, a Lei n° 10.826/2003 tipificou 
uma série de crimes com o objetivo de dar efetividade às suas normas, 
possibilitando punir energicamente determinadas condutas graves. 
Dito isto, vamos começar a desbravar as particularidades da lei e dar mais um 
passo rumo à tão sonhada aprovação. 
Bons estudos! 
*************************************************************** 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
3.1 INTRODUÇÃO 
O Estatuto do Desarmamento determinou regras rígidas para o comércio, 
aquisição, registro e porte de arma de fogo, podendo ser considerada, sem 
dúvida, uma das leis mais enérgicas e restritivas a respeito de armas de fogo 
do mundo. 
Foi responsável por uma grande movimentação, tanto entre os nossos políticos 
quanto na sociedade civil, ao proibir em todo território nacional o comércio de 
arma de fogo e munição, salvo exceções tipificadas no corpo da lei. 
Além disso, fez presente em seu art.35, §1°, a obrigatoriedade de que a citada 
norma fosse submetida à aprovação mediante referendo popular. Observe: 
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição 
em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas 
no art. 6o desta Lei. 
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de 
aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em 
outubro de 2005. 
O referendo é uma forma de consulta popular prevista no art.49, XV da 
Constituição Federal, em que, neste caso, o cidadão, por meio do voto, 
autoriza ou não a entrada em vigor de uma norma ou lei já publicada. 
Em 23 de outubro de 2005, o país votou na proibição ou não do comércio de 
arma de fogo e munição e com certeza você deve se lembrar das campanhas 
pesadas pelo SIM e pelo Não. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Com a maioria contra a citado dispositivo, a norma não foi aprovada e, 
portanto, continuou sendo possível o comércio de arma de fogo e munição em 
todo território nacional. 
Esse resultado do plebiscito não significa que qualquer pessoa poderá comprar 
arma de fogo e munição. O certo é que qualquer cidadão tem o direito de 
adquirir esses artefatos, porém as disposições constantes no Estatuto do 
Desarmamento e seu regulamento precisam ser observadas. 
Vale ressaltar que as normas do Estatuto e de seu regulamento, no que 
concerne ao comércio e à aquisição de arma de fogo e munição, não mudaram 
depois do referendo, mantendo seu teor restritivo inicial. 
3.2 ANÁLISE LEGAL 
Caro(a) aluno(a), a partir deste ponto da nossa aula começaremos a analisar 
os dispositivos da Lei nº 10.826/2003. Entretanto, para começarmos, 
precisamos entender que tipo de lei é o Estatuto do Desarmamento. 
O Estatuto do Desarmamento é uma lei específica que regula a circulação de 
armas, acessórios e munições, aumentando de forma rigorosa a fiscalização 
sobre a produção, venda e exportação, permitindo que se identifique o tráfico 
de armas e reduza o alto índice de homicídios causados por armas de fogo. 
Juridicamente, define-se lei específica como sendo a 
expressão alusiva à lei de espécie ordinária com a específica 
função de estabelecer o regime jurídico de determinada 
matéria, assunto, questão, situação ou fato. 
Do exposto, podemos afirmar que o Estatuto do Desarmamento, por ser uma 
lei específica, tem a função única de estabelecer o regime jurídico da utilização 
de armas em nosso país. 
Por fim, cabe ressaltar que a lei nº 10.826/03 é regulamentada pelo Decreto 
nº 5.123/04. 
 3.2.1 DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
O Estatuto do Desarmamento apresenta dois órgãos responsáveis pelo 
cadastro de todas as armas de fogo em território nacional, o SINARM e o 
SIGMA. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
O primeiro dispositivo da Lei apresenta o Sistema Nacional de Armas – 
SINARM, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, 
com circunscrição em todo o território nacional. 
Podemos definir o SINARM como um conjunto de órgãos ligado ao 
Ministério da Justiça, que tem por objetivo manter cadastro geral, 
integrado e permanente das armas de fogo importadas, produzidas e 
vendidas no Brasil, contando com o apoio da Polícia Federal, que atua 
também no policiamento das nossas fronteiras para prevenir e reprimir o 
contrabando de armas de fogo. 
Observe a disposição legal: 
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas - SINARM, instituído no 
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem 
circunscrição em todo o território nacional. 
A lei, no art. 2º, define as competências do SINARM. Vamos analisá-las: 
Art. 2o Ao Sinarm compete: 
I - identificar as características e a propriedade de armas de fogo, 
mediante cadastro; 
As armas de fogo possuem algumas características tais como: 
 
• MARCA, 
• CALIBRE, 
• QUANTIDADE DE CARTUCHOS, 
• TIPO DA CORONHA, RAIAS, ETC. 
Compete ao SINARM manter cadastro com as principais características dos 
armamentos. 
II - cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e 
vendidas no País; 
O SINARM tem o objetivo de cadastrar todas as armas de fogo em 
circulação no Brasil, não só as fabricadas aqui, mas também as armas 
importadas. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Este cadastro pode ser feito em qualquer unidade da Policia Federal e, 
embora seja claro, vale lembrar que, para armas importadas, elas devem 
serde calibre autorizado no Brasil. 
III - cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as 
renovações expedidas pela Polícia Federal; 
A emissão de portes de arma e o cadastro das armas de fogo são feitos pela 
Policia Federal. 
O SINARM é responsável por catalogar e manter em seu banco de dados 
todas estas informações referentes aos proprietários de armas, tipos de 
armas e pessoas com porte autorizado. 
IV - cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, 
roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados 
cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas 
de segurança privada e de transporte de valores; 
Quaisquer ocorrências de furto, roubo, extravio e transferência de 
propriedade de uma arma de fogo devem imediatamente ser comunicadas 
às autoridades policiais para que sejam tomadas as providências cabíveis. 
Os proprietários de empresas de transporte de valores e segurança privada, 
ao desativar uma empresa, deverão comunicar às autoridades e enviar as 
armas de seu uso para que sejam apreendidas, pois não poderão manter as 
armas em seu poder com a empresa desativada. 
Ao SINARM cabe catalogar todas estas informações, recolhidas junto às 
polícias, para que se possa manter um histórico atualizado das 
transferências de armas de fogo em território nacional. 
V - identificar as modificações que alterem as características ou o 
funcionamento de arma de fogo; 
Alguns marginais fazem alterações nas armas de fogo para que elas não 
possam ser identificadas, como raspar o número de identificação, substituir 
a coronha etc. Cabe ao SINARM identificar e catalogar, quando conveniente, 
estas alterações. 
VI - integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; 
 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
O SINARM receberá e distribuirá periodicamente informações recebidas 
pelas delegacias de policia no que se refere às armas de fogo apreendidas, 
autorizações de porte, compra etc., para que se possa montar um banco de 
dados nacional sobre armas de fogo em circulação no país. 
VII - cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as 
vinculadas a procedimentos policiais e judiciais; 
As delegacias especializadas em armas de fogo enviarão ao SINARM,
mensalmente, informações sobre toda a movimentação de armas de fogo, 
sejam apreensões, compras, trocas de propriedade etc. 
VIII - cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como 
conceder licença para exercer a atividade; 
Armeiro é o profissional especializado principalmente na manutenção de 
armas de fogo. 
Estes profissionais deverão ser cadastrados no SINARM e, mensalmente, 
enviar relatório de todo o trabalho, seja de manutenção, de compra ou de 
venda de armas de fogo. 
IX - cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, 
varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de 
fogo, acessórios e munições; 
As empresas que trabalham com produção, venda, importação e exportação 
de armas de fogo deverão, além da documentação normal solicitada por 
órgãos estaduais e federais, solicitar um Alvará de Funcionamento para 
comércio de armas, portando, inclusive, Certidão de Bons Antecedentes 
Criminais junto à Justiça Estadual e Federal. 
X - cadastrar a identificação do cano da arma, as características 
das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil 
disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente 
realizados pelo fabricante; 
Raiamento e Microestriamento são termos técnicos usados para descrever 
as informações contidas no cano da arma, que funcionam como a impressão 
digital de cada arma de fogo. Cada uma tem a sua, o que possibilita a 
identificação em um exame de balística, por exemplo. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
O SINARM deve ter o cadastro de todas as informações contidas em cada 
arma de fogo comercializada no Brasil. 
XI - informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e 
do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas 
de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro 
atualizado para consulta. 
Passa a ser competência do SINARM, através da Policia Federal, a emissão 
de autorizações de porte e registro de armas de fogo. As Secretarias de 
Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal receberão 
periodicamente informações das autorizações emitidas para que possa ser 
realizada a fiscalização em seus limites de território. 
Do exposto, podemos consolidar: 
CCOOMMPPEETTÊÊNNCCIIAAS S DDO O SSIINNAARRMM 
1. Identificar as características e a propriedade de armas de fogo, 
mediante cadastro; 
2. Cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no país; 
3. Cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações 
expedidas pela Polícia Federal; 
4. Cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e 
outras ocorrências suscetíveis de alteração dos dados cadastrais, 
inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança 
privada e de transporte de valores; 
5. Identificar as modificações que alterem as características ou o 
funcionamento de arma de fogo; 
6. Integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; 
7. Cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a 
procedimentos policiais e judiciais; 
8. Cadastrar os armeiros em atividade no país, bem como conceder licença 
para exercer a atividade; 
9. Cadastrar, mediante registro, os produtores atacadistas, varejistas, 
exportadores e importadores autorizados de arma de fogo, acessórios e 
munições. Os dados para esse cadastro serão fornecidos pelo Comando 
do Exército; 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
10. Cadastrar a identificação do cano da arma, as características das 
impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, 
conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo 
fabricante. Norma específica da Polícia Federal disciplinará esse 
cadastro, ouvido o Comando do Exército, cabendo às fábricas de armas 
de fogo o envio de informações necessárias ao órgão responsável da 
Polícia Federal; 
11. Informar às secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito 
Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos 
respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para 
consulta. 
“Mas o que é o SIGMA?” 
ATENÇÃO: AS DISPOSIÇÕES ACIMA NÃO ALCANÇAM AS 
ARMAS DE FOGO DAS FORÇAS ARMADAS E AUXILIARES E 
AS DEMAIS QUE CONSTEM DOS SEUS REGISTROS 
PRÓPRIOS, QUE SÃO DE RESPONSABILIDADE DO SISTEMA 
DE GERENCIAMENTO MILITAR DE ARMAS – SIGMA. 
CONHECER PARA ENTENDER 
O SIGMA é um órgão instituído no Ministério da Defesa, no âmbito 
do Comando do Exército. Observe o disposto no artigo 2º do Decreto 
n°5.123 que regulamenta o Estatuto do Desarmamento: 
Art. 2o. O SIGMA, instituído no Ministério da Defesa, no 
âmbito do Comando do Exército, com circunscrição em 
todo o território nacional, tem por finalidade manter 
cadastro geral, permanente e integrado das armas de fogo 
importadas, produzidas e vendidas no país, de 
competência do SIGMA, e das armas de fogo que constem 
dos registros próprios. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DAPOLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 3.2.2 FINALIDADES DO SINARM
Caro (a) aluno (a), verificamos as competências do SINARM e, agora, 
trataremos especificamente das finalidades. Segundo determinação 
presente na lei regulamentadora do Estatuto do Desarmamento, o SINARM 
tem por finalidade: 
1. MANTER CADASTRO GERAL, INTEGRADO E PERMANENTE DAS ARMAS DE 
FOGO IMPORTADAS, PRODUZIDAS E VENDIDAS NO PAÍS, DESDE QUE DE SUA 
COMPETÊNCIA. 
2. CONTROLAR OS REGISTROS DESSAS ARMAS. 
Observe o disposto: 
Art. 1o. O Sistema Nacional de Armas - SINARM, instituído no 
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, com 
circunscrição em todo o território nacional e competência 
estabelecida pelo caput e incisos do art. 2o da Lei no 10.826, de 
22 de dezembro de 2003, tem por finalidade manter cadastro 
geral, integrado e permanente das armas de fogo importadas, 
produzidas e vendidas no país, de competência do SINARM, e o 
controle dos registros dessas armas. (grifo nosso) 
Mas todas as armas devem ser cadastradas no SINARM? Já vimos que 
não, e agora vamos esmiuçar ainda mais o assunto. Serão cadastradas 
no SINARM: 
AARRMMAAS S CCAADDAASSTTRRAADDAAS S NNO O SSIINNAARRMM 
I - As armas de fogo institucionais, constantes de registros próprios: 
• Dos integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias 
Civis; 
• Dos integrantes dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal; 
• Dos integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os 
integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias; 
• Das Guardas Municipais; 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
• Dos órgãos públicos não mencionados acima, cujos servidores tenham 
autorização legal para portar arma de fogo em serviço, em razão das 
atividades que desempenhem; 
II - As armas de fogo apreendidas, que não constem dos cadastros do 
SINARM ou do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - SIGMA, 
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais, mediante 
comunicação das autoridades competentes à Polícia Federal; 
III - As armas de fogo de uso restrito dos integrantes dos órgãos, 
instituições e corporações mencionados no inciso II do art. 6o da Lei no
10.826, de 2003; 
Art.6° 
[...] 
 II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do 
art. 144 da Constituição Federal;
SÃO ELES: OS INTEGRANTES DA POLÍCIA FEDERAL, POLÍCIA RODOVIÁRIA 
FEDERAL, POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL POLÍCIAS CIVIS, POLÍCIAS 
MILITARES E CORPO DE BOMBEIROS MILITARES. 
IV - As armas de fogo de uso restrito, salvo aquelas mencionadas no 
inciso II, do §1o, do art. 2o deste Decreto. 
Salvo as armas de fogo dos integrantes das Forças Armadas, da Agência Brasileira 
de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da 
República, constantes de registros próprios; 
Para complementar o assunto, serão cadastradas no Sigma: 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
AARRMMAAS S CCAADDAASSTTRRAADDAAS S NNO O SSIIGGMMAA 
AS ARMAS DE FOGO INSTITUCIONAIS, DE PORTE E PORTÁTEIS, CONSTANTES 
DE REGISTROS PRÓPRIOS DAS FORÇAS ARMADAS, DAS POLÍCIAS MILITARES 
E CORPO DE BOMBEIROS MILITARES, DA AGÊNCIA NACIONAL DE 
INTELIGÊNCIA E DO GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA; 
AS ARMAS DE FOGO DOS INTEGRANTES DAS FORÇAS ARMADAS, DA AGÊNCIA 
BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA E DO GABINETE DE SEGURANÇA 
INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CONSTANTES DE 
REGISTROS PRÓPRIOS; 
AS INFORMAÇÕES RELATIVAS ÀS EXPORTAÇÕES DE ARMAS DE FOGO, 
MUNIÇÕES E DEMAIS PRODUTOS CONTROLADOS, DEVENDO O COMANDO DO 
EXÉRCITO MANTER SUA ATUALIZAÇÃO; 
AS ARMAS DE FOGO IMPORTADAS OU ADQUIRIDAS NO PAÍS PARA FINS DE 
TESTES E AVALIAÇÃO TÉCNICA; 
AS ARMAS DE FOGO OBSOLETAS; 
AS ARMAS DE FOGO DE COLECIONADORES, ATIRADORES E CAÇADORES; 
AS ARMAS DE FOGO DAS REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS. 
ATENNÇÇÃO : TTODO S O S DDADOOS S DO O SSINARM M E DD O SIIGMA A SÃÃO 
INNTTEGRADDO S E E COOMMPAARTILLHHAADOS. 
3.2.3 DA ARMA DE FOGO
Caro (a) aluno (a), no decorrer de nossa aula falaremos (e já falamos) muito 
na palavra arma. Mas, toda arma é igual, ou melhor, classificada da mesma 
forma pela Lei? 
A resposta é negativa, pois o Estatuto do Desarmamento subdivide as armas 
em DOIS grandes grupos. São eles: 
• ARMAS DE FOGO de uso permitido Î São aquelas 
cuja utilização é autorizada a pessoas físicas, bem 
como a pessoas jurídicas, estando de acordo com as 
normas do Exército e nas condições previstas no 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Estatuto. 
• ARMAS DE FOGO de uso restrito Î São aquelas 
de uso exclusivo das Forças Armadas, de instituições 
de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas 
habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando 
do Exército, de acordo com legislação específica. 
3.2.4 AQUISIÇÃO E REGISTRO DA ARMA DE FOGO DE USO 
PERMITIDO
Toda arma de fogo tem que ser, obrigatoriamente, registrada no órgão 
competente, regra geral, o SINARM. Porém, as armas de fogo de uso 
restrito deverão ser registradas no Comando do Exército. 
Conforme dispõe o art.3°, não se pode ter uma arma de fogo sem o devido 
registro. 
Art. 3o. É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão 
competente. 
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão 
registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento 
desta Lei. 
Mas isso quer dizer que se eu registrar minha arma posso colocá-la na 
cintura e sair “desfilando” pelo meio da rua? 
Claro que a resposta é negativa, e antes de começarmos a analisar as 
particularidades do registro da arma de fogo, precisamos aprender que o 
REGISTRO e o PORTE DE ARMA DE FOGO são dois institutos bem 
diferentes. Para você compreender, vamos analisar um exemplo bem 
simples: 
Tício, morador de uma cidadezinha do interior, ganha na loteria e compra o 
carro dos seus sonhos. Porém, fica muito decepcionado, pois, ao ser parado 
por um policial, descobre que, para conduzi-lo, não basta saber dirigir o 
trator da fazenda em que trabalhava, é necessário ter uma tal de “carteira 
de habilitação”. 
O certificado de propriedade do veículo equivale ao REGISTRO da arma de 
fogo. 
Já a carteira de habilitação equivale ao PORTE DE ARMA DE FOGO. 
O fato de Tício ter comprado um automóvel não lhe dá o direito de dirigi-lo 
até estar com a carteira de habilitação. Da mesma forma, ter o registro de 
uma arma não nos dá o direito de conduzi-la até que se obtenha o porte. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
O certificado de registro da arma de fogo, válido em todo território nacional, 
autoriza o seu titular a manter a arma exclusivamente no interior de sua 
residência ou domicílio, ou dependências desses, ou no seu local de 
trabalho, desde que ele seja o titular ou responsável legal pelo 
estabelecimento ou empresa. 
Para as armas de uso permitido, o certificado é fornecido pela Polícia Federal e 
será precedido de autorização do SINARM. 
Ressalto: Não é o Sistema Nacional de Armas que concede o certificado de 
registro, mas sim a POOLLÍÍCIAA FFEEDEERRAL, após a autorização do primeiro.QUEM FORNECE O CERTIFICADO DE REGISTRO É A 
POLÍCIA FEDERAL. O SINARM SÓ AUTORIZA. 
 3.2.5 EXIGÊNCIAS PARA AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO DE USO 
PERMITIDO
O legislador tratou de listar claramente os requisitos que devem ser 
cumpridos para que seja possível a aquisição de arma de fogo de uso 
permitido. Observe: 
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado 
deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos 
seguintes requisitos: 
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões 
negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça 
Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a 
PARA CONHECIMENTO
A RESIDÊNCIA REPRESENTA O LUGAR NO QUAL ALGUÉM 
HABITA COM INTENÇÃO DE ALI PERMANECER, MESMO QUE 
DELE SE AUSENTE POR ALGUM TEMPO. 
JÁ O DOMICÍLIO, É A SEDE JURÍDICA DA PESSOA, ONDE ELA 
SE PRESUME PRESENTE PARA EFEITOS DE DIREITO E ONDE 
EXERCE OU PRATICA HABITUALMENTE SEUS ATOS E 
NEGÓCIOS JURÍDICOS. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser 
fornecidas por meios eletrônicos; 
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita 
e de residência certa; 
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica 
para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta 
no regulamento desta Lei. 
O Decreto regulamentador da lei nº 10.826/03 adicionou novas exigências 
às já existentes, aumentando, assim, a dificuldade para se adquirir uma 
arma de fogo de uso permitido. Vamos esquematizar as exigências 
EEXXIIGGÊÊNNCCIIAAS S PPAARRA A AAQQUUIISSIIÇÇÃÃO O DDA A AARRMMA A DDE E FFOOGGO O DDE E UUSSO O PPEERRMMIITTIIDDOO
1. DECLARAÇÃO DE EFETIVA NECESSIDADE; 
2. TER, NO MÍNIMO, 25 ANOS; 
3. APRESENTAR CÓPIA AUTENTICADA DA CARTEIRA DE IDENTIDADE; 
4. COMPROVAÇÃO, NO PEDIDO DE AQUISIÇÃO E EM CADA RENOVAÇÃO DO 
REGISTRO, DE IDONEIDADE E INEXISTÊNCIA DE INQUÉRITO POLICIAL OU 
PROCESSO CRIMINAL, POR MEIO DE CERTIDÕES DE ANTECEDENTES 
CRIMINAIS FORNECIDAS PELA JUSTIÇA FEDERAL, ESTADUAL, MILITAR E 
ELEITORAL; 
5. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DE OCUPAÇÃO 
LÍCITA E DE RESIDÊNCIA CERTA. 
6. COMPROVAÇÃO, EM SEU PEDIDO DE AQUISIÇÃO E EM CADA RENOVAÇÃO 
DE REGISTRO, DA CAPACIDADE TÉCNICA PARA O MANUSEIO DE ARMA DE 
FOGO ATESTADA POR EMPRESA DE INSTRUÇÃO DE TIRO REGISTRADA 
NO COMANDO DO EXÉRCITO POR INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO 
DAS FORÇAS ARMADAS, DAS FORÇAS AUXILIARES OU DO QUADRO DA 
POLÍCIA FEDERAL, OU POR ESTA HABILITADO; 
7. COMPROVAR APTIDÃO PSICOLÓGICA PARA O MANUSEIO DE ARMA DE 
FOGO, ATESTADA EM LAUDO CONCLUSIVO FORNECIDO POR PSICÓLOGO 
DO QUADRO DA POLÍCIA FEDERAL OU POR ESTA HABILITADO. 
Muita coisa, não é??? Mas essa é a finalidade da Lei, dificultar o máximo 
possível para se conseguir uma arma. Exigir o maior número possível de 
documentos e requisitos, a fim de realmente impedir que as armas 
cheguem a quem não detêm capacidade de possuí-las. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Caro (a) aluno (a), tratamos que uma das exigências para se adquirir uma 
arma de fogo é ter idade mínima de 25 anos. Porém, existem as exceções 
especificadas na Lei nº 10.826/03. São elas: 
• OS INTEGRANTES DAS FORÇAS ARMADAS; 
• OS INTEGRANTES DA POLICIA FEDERAL, DA POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL, 
DA POLICIA FERROVIÁRIA FEDERAL, DAS POLICIAS CIVIS E DOS POLICIAIS 
MILITARES E CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES; E 
• OS INTEGRANTES DAS GUARDAS MUNICIPAIS DAS CAPITAIS DOS ESTADOS 
E DOS MUNICÍPIOS COM MAIS DE 500.000 (QUINHENTOS MIL) HABITANTES. 
Os documentos exigidos para a aquisição de arma de fogo serão analisados 
pelo SINARM e é esse órgão que vai autorizar ou não a aquisição. 
Autorizada a aquisição, a Polícia Federal vai providenciar o registro e a 
expedição do certificado de registro. 
Descrevendo de uma forma prática, para comprar uma arma você deve ir 
a uma loja especializada em venda de armas e munições e, após escolher a 
arma de sua preferência, o vendedor solicitará autorização à Polícia Federal, 
que verificará os antecedentes do comprador. 
Se não houver antecedentes criminais, o pedido de compra será 
encaminhado ao SINARM. Autorizado por ele, a Polícia Federal confirmará a 
venda, depois de emitida a nota fiscal, e expedirá o registro. 
A loja só liberará a arma com registro, ou seja: 
SSÓ Ó SS E PPOODDE E ADQQUUIRRII R UUMA A ARRMM A DDE E FOOGO O OBBTTEENDDOO-
S E O O REGIISTTRRO O PPAARRA A ELAA.. 
ATENÇÃO: Não se pode solicitar a compra de uma arma e adquirir outra 
cujas características não constem na solicitação feita junto à Policia Federal. 
Para informar qual arma se pretende comprar, o interessado deverá 
comparecer à casa de armas, escolher qual lhe interessa, anotar as 
características no pedido e informa-las no requerimento. A autorização será 
expedida com base nessas informações e em posse desse documento o 
interessado comprará a arma. 
IIMMPPOORRTTAANNTTEE: : A A AAUUTTOORRIIZZAAÇÇÃÃO O É É PPEESSSSOOAAL L E E IINNTTRRAANNSSFFEERRÍÍVVEELL,, 
NNÃÃO O PPOODDEENNDDO O O O RREEQQUUEERREENNTTE E TTRRAANNSSFFEERRII--LLA A PPAARRA A OOUUTTRRAA 
PPEESSSSOOAA, , SSOOB B PPEENNA A DDE E RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDE E CCRRIIMMIINNAALL.. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
A Lei nos dá, ainda, a hipótese da compra de arma diretamente de outra 
pessoa. Veja o disposto: 
Art.4° 
[...] 
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições 
entre pessoas físicas somente será efetivada mediante 
autorização do SINARM. 
A transação da arma de fogo funciona como o automóvel que é vendido e 
precisa ser transferido em nome do comprador. A transferência da arma é 
feita com prévia autorização do SINARM através da Polícia Federal. Sendo 
autorizada a transação, a arma será registrada em nome do novo 
proprietário que não terá direito ao porte só porque adquiriu o registro 
da arma. 
Conforme já visto, cabe ao SINARM cadastrar as transferências de 
propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de 
alterar os dados cadastrais da arma, inclusive as que são decorrentes de 
fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores. 
 
É POSSÍVEL MANTER EM CASA ARMA RECEBIDA COMO 
HERANÇA? 
É possível, mas para manter em casa arma de fogo, mesmo 
antiga, é necessário possuir o registro fornecido pelo SINARM 
através da Polícia Federal. 
No caso de herança, se a arma já era registrada deve ser 
requerida a transferência da propriedade ao interessado, sendo 
providenciado o novo registro. 
Se a arma não possuía registro anterior, o interessado fará uma 
declaração de bem de herança, reconhecerá sua firma em 
cartório e a enviará à Polícia Federal requerendo o registro da 
arma. 
É importante ressaltar que o registro será pessoal e 
intransferível porque a arma adquirida por herança não 
poderá ser transacionada. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 3.2.6 AQUISIÇÃO DE MUNIÇÃO
Junto com a compra de armas, a compra de munição também passou a ter 
um controle rigoroso, já que ela é necessáriapara a arma de fogo 
“funcionar”. 
O art.4° § 2º estabelece os procedimentos para a compra de munição. 
Observe: 
Art.4° 
[...] 
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre 
correspondente à arma adquirida e na quantidade estabelecida no 
regulamento desta Lei. 
E SE A ARMA OBJETO DA HERANÇA FOR DE USO RESTRITO? 
Neste caso, não há como legalizar uma arma de uso restrito. Na 
verdade, há exceções em relação a colecionadores devidamente 
registrados, mas não é este o caso. 
Para se agir legalmente, deve-se procurar a Polícia Federal, expor 
a situação e entregar a arma. 
Neste caso, a Polícia Federal emitirá uma "guia de trânsito" para 
que se possa levá-la até o local de entrega. 
Importante: NÃO SE TRANSPORTA ARMA sem estar de posse da 
"Guia de Transporte", pois caso abordado na rua pode-se 
responder pelo crime de porte de arma de uso restrito (art. 16, Lei 
10.826/2003). 
Aliás, a simples posse desta arma já pode trazer sérios problemas 
para o indivíduo. Observe a criminalização da conduta: 
 Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter 
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, 
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou 
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou 
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente 
à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei, 
ou seja, 50 unidades por ano. 
A exigência da munição exatamente para a arma registrada tem a 
finalidade de dificultar o uso de armas não autorizadas. Por exemplo, se a 
pessoa possuir um revólver calibre 38, não poderá comprar munição calibre 
45. 
Na hora de vender a munição, o vendedor deverá exigir do comprador a 
apresentação do documento de identidade, da autorização para a compra e 
do registro da arma, a fim de se cientificar da legalidade da compra da 
munição. 
Se ele notar que os documentos são falsos, além de não vender a munição 
deverá comunicar à polícia para que sejam tomadas as providências 
cabíveis contra o falsário. 
IMPOORTANTE: : A A NÃ O COOMMUNICCAÇÃÃ O À POLÍCC IAA IMMPLLIICAAR Á NNA A SUUAA 
RESPPONSAABIILIDADD E PPENAL. 
 3.2.7 PORTE DE ARMA DE FOGO
O porte de arma de fogo permite que o seu titular possa levar a arma fora 
de sua residência e dependências. 
Você lembra que comparamos o porte de arma à carteira de habilitação. 
Você não pode dirigir sem ela, da mesma forma, para conduzir uma arma, o 
porte é documento obrigatório e deverá ser apresentado juntamente com o 
documento de identidade. Tal obrigatoriedade fica clara na disposição do 
“caput” do art. 6º: 
Art.6° É proibido o porte de arma de fogo em todo o território 
nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria [...] 
Esse documento deverá conter os seguintes dados: 
• ABRANGÊNCIA TERRITORIAL E EFICÁCIA TEMPORAL DO PORTE; 
• CARACTERÍSTICAS DA ARMA DE FOGO QUE PODERÁ SER PORTADA; 
• NÚMERO DE REGISTRO DA ARMA DE FOGO NO SINARM OU NO SIGMA, 
CONFORME O CASO; 
• IDENTIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DA ARMA DE FOGO; 
• ASSINATURA, CARGO E FUNÇÃO DA AUTORIDADE CONCEDENTE. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
O porte de arma é um documento pessoal, intransferível e REVOGÁVEL
a qualquer momento. 
Ao Ministro da Justiça cabe designar as autoridades policiais competentes 
no âmbito da Polícia Federal para fornecer autorização para aquisição e 
também conceder o porte de arma de fogo, que terá duração máxima de 
cinco anos. 
Depois desse prazo, será necessário sua renovação, com a exigência de 
preenchimento dos mesmos requisitos para a primeira autorização. 
 3.2.7.1 CAÇADOR DE SUBSISTÊNCIA
Sabemos que na área rural muitos indivíduos dependem da caça para a 
sua alimentação. Será que após a instituição do Estatuto do 
Desarmamento todos terão que deixar de lado suas armas e aprender a 
utilizar lança ou arco e flecha? 
Claro que não, pois, segundo a lei, o morador de área rural, desde que 
comprove depender do emprego de arma de fogo para poder prover sua 
subsistência alimentar e de sua família, também receberá autorização de 
porte, conforme o artigo abaixo. 
Art.6° 
[...] 
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, que comprovem 
depender do emprego de arma de fogo para prover sua 
subsistência alimentar familiar, será autorizado, na forma 
prevista no regulamento desta Lei, o porte de arma de fogo 
na categoria "caçador". 
O caçador, inicialmente, deverá ser cadastrado e registrado no IBAMA, 
pois ao requerer a licença para a compra da arma e o porte na 
modalidade “caçador” deverá apresentar o certificado de registro e a 
licença do IBAMA, além das demais documentações exigidas pelo 
SINARM. 
Dito isto, imaginemos que Tício decide comprar um belo Fuzil para 
realizar suas caças...Pode? 
Segundo a lei não, pois a arma de caça é a espingarda, não podendo o 
caçador se utilizar de outro tipo de armamento, estando ele proibido de 
conduzi-la publicamente e em locais incompatíveis como igrejas, escolas 
e estádios. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 3.2.7.2 SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DO PORTE DE ARMA DE 
FOGO
Vários são os motivos para suspensão ou até cancelamento do porte de 
arma. Dentre eles, com importância para a sua PROVA, podemos citar: 
• NÃO COMUNICAR MUDANÇA DE DOMICÍLIO, EXTRAVIO, FURTO OU 
ROUBO DA ARMA DE FOGO; 
• CONDUZIR, OSTENSIVAMENTE, A ARMA DE FOGO EM LOCAIS COMO 
IGREJAS, ESCOLAS, ESTÁDIOS E OUTROS; 
• APRESENTAR ESTADO DE EMBRIAGUEZ, ESTAR SOB EFEITO DE 
DROGAS OU MEDICAMENTO QUE ALTERE SEU DESEMPENHO 
INTELECTUAL OU MOTOR PORTANDO ARMA DE FOGO. 
Este terceiro item vem aparecendo bastante em prova, pois é muito 
importante a cassação do porte nesta hipótese. 
São inúmeros os delitos e acidentes praticados por pessoas sob o efeito 
do álcool ou drogas. Assim, quem porta arma de fogo sob efeito de 
qualquer substância que lhe afete a capacidade intelectual ou motora, 
deve ser punido com a cassação do porte e apreensão da arma devido ao 
perigo causado para a coletividade. 
 3.2.7.3 PORTE DE ARMA DE FOGO PERMITIDO SEM NECESSIDADE 
DE CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS
Existem determinados cargos que, pela natureza do trabalho, tem O 
PORTE de arma expressamente autorizado por lei. São eles: 
I - os integrantes das Forças Armadas; 
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos do 
caput do art. 144 da Constituição Federal; 
Art. 144(Constituição Federal). A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. (grifo nosso) 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
III - os integrantes das guardasmunicipais das capitais 
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 
(quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas 
no regulamento desta Lei; 
Esta medida busca coibir o uso da arma de fogo em pequenas cidades, cujo 
efetivo da Guarda Municipal destaca-se apenas para proteção dos bens 
públicos municipais. 
IV - os integrantes das guardas municipais dos 
Municípios com mais de 250.000 (duzentos e cinqüenta 
mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, 
quando em serviço; 
A fim de que os municípios menores não ficassem desamparados, estabeleceu-
se que os integrantes das Guardas Municipais dos municípios com população 
demográfica acima de 250 mil habitantes podem portar arma quando em 
serviço. 
V - os agentes operacionais da Agência Brasileira de 
Inteligência e os agentes do Departamento de 
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da 
Presidência da República; 
A Agência Brasileira de Inteligência é o órgão integrante da estrutura do 
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e atua junto 
ao Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da 
Presidência da República. Seus agentes atuam com autonomia funcional e têm 
o livre porte de arma, quer em serviço quer de folga. 
VI - os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 
51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; 
O texto legal refere-se à polícia da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, cujos integrantes têm o direito de portar arma independente de 
autorização. 
VII - os integrantes do quadro efetivo dos agentes e 
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos 
e as guardas portuárias; 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
A Guarda Portuária atua nos portos marítimos. Agentes e guardas prisionais 
são os que atuam no serviço de segurança dos presídios estaduais e federais, 
casa de detenção, penitenciária e centros de ressocialização onde os reclusos 
cumprem suas penas. Integrantes das escoltas de presos são os mesmos 
agentes de segurança que trabalham nos estabelecimentos prisionais. 
VIII - as empresas de segurança privada e de transporte 
de valores constituídas, nos termos desta Lei; 
As empresas de segurança privada e as de transporte de valores têm o direito 
de possuir armas devido ao risco que correm em suas atividades. Seus agentes 
não podem portar arma fora do serviço. As armas que utilizam pertencem 
exclusivamente às empresas, sendo todas registradas em nome delas. O 
extravio e a perda de arma da empresa devem ser comunicados pela diretoria 
ou gerência das empresas à Polícia Federal, que enviará as informações ao 
SINARM a fim de que sejam tomadas as providências cabíveis. A omissão na 
comunicação lhes acarretará responsabilidade penal. 
IX - para os integrantes das entidades de desporto 
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas 
demandem o uso de armas de fogo, na forma do 
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a 
legislação ambiental. 
O texto trata dos integrantes de Clubes de Tiro, nos quais estes, habilitados de 
todos os pressupostos básicos para manejo de arma de fogo, possuem 
autorização para, no interior do estabelecimento, utilizá-la. 
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita 
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, 
cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. 
É a mais recente alteração inserida no texto pela Lei nº 11.706/08. 
3.3 DOS CRIMES E DAS PENAS 
Antes do Estatuto do Desarmamento, os crimes eram definidos pela lei 
9.437/97 e as penas aplicadas aos crimes de posse e porte eram brandas se 
comparadas a crimes equivalentes. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Com o advento do Estatuto do Desarmamento, penalizações mais severas 
foram inseridas no nosso ordenamento jurídico. 
Nos crimes de posse de arma de fogo de uso permitido, a pena foi aumentada, 
porém continuou sendo de detenção, enquanto nos crimes de posse e porte de 
arma de fogo de uso restrito e porte de arma de fogo de uso permitido, a pena 
foi aumentada, continuando a ser de reclusão. Vamos analisar os tipos legais: 
 3.3.1 POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, 
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência 
ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde 
que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou 
empresa: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
O legislador, com a finalidade de punir de forma 
diferenciada quem, de forma irregular, possui ou 
mantém arma de fogo de uso permitido dentro de sua 
casa, dependência desta ou no seu local de trabalho, 
criou o supra-exposto dispositivo; 
Tal delito é considerado um crime comum, podendo ser 
praticado por qualquer pessoa, inclusive por funcionário 
púbico quando possuir ou mantiver sob sua guarda 
arma de fogo, acessório, munição de uso permitido, 
mas em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, no interior de sua residência ou 
dependência desta ou ainda no seu local de trabalho, 
desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou 
empresa. 
É considerado um crime doloso, pois ninguém, por negligência, imperícia ou 
imprudência, faz surgir “por um passe de mágica” uma arma dentro de 
casa. 
A Lei considera esse crime quando o agente possuir ou tiver sob sua guarda.
Possuir – significa ser o proprietário ou o possuidor do objeto material. Não 
confundir com portar, que tem o sentido de estar com o objeto material 
consigo. 
Ter sob sua guarda – significa reter o objeto material consigo em nome de 
terceiro. O sujeito não é o proprietário nem o possuidor do objeto, mas, por 
algum motivo, guarda-o para o seu verdadeiro proprietário. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Para finalizar os aspectos pertinentes a este crime cabe um importante 
questionamento: O crime obrigatoriamente estará caracterizado caso haja erro 
formal (erro nos dados) no registro da arma? 
A resposta é negativa e sobre o tema se pronunciou o STF no HC 102.422/SP 
de 10/06/2010. Pela importância do assunto, reproduzo parte do Informativo 
590 de junho de 2010: 
 3.3.2 OMISSÃO DE CAUTELA
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir 
que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de 
deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob 
sua posse ou que seja de sua propriedade: 
 Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou 
diretor responsável de empresa de segurança e transporte de 
valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de 
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas 
de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam 
sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de 
ocorrido o fato. 
HC 102422/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 10.6.2010. 
Ante a atipicidade da conduta, o Tribunal, por maioria, concedeu habeas corpus 
para trancar ação penal instaurada contra desembargador federal, denunciado pela 
suposta prática do delito previsto no art. 16 da Lei 10.826/2003 (posse ou porte 
ilegal de arma de fogo de uso restrito).Na espécie, no curso de investigação procedida pela Polícia Federal, fora apreendida 
na residência do paciente caneta-revólver de origem taiwanesa a qual não constaria 
do rol de registro no Ministério da Defesa. 
Reconheceu-se que a aludida caneta-revólver, de fato, estaria regularmente 
registrada perante o órgão competente, e que teria havido mero equívoco no que 
toca à menção de sua procedência, indevidamente consignada como de origem 
norte-americana, no certificado de registro de colecionador expedido em favor do 
paciente. 
Observou-se que esse erro material, inclusive, fora posteriormente corrigido pelo 
Ministério da Defesa. 
Concluiu-se que a mera divergência quanto à origem da fabricação da arma não 
seria suficiente para caracterizar o crime em questão, máxime não tendo sido 
localizado outro equipamento similar de origem diversa. Vencido o Min. Marco 
Aurélio que denegava a ordem. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
A finalidade do supracitado artigo é o de prevenir a ocorrência de acidentes 
envolvendo o emprego de arma de fogo por crianças e adolescentes ou 
ainda pessoas portadoras de deficiência mental. 
Trata-se de crime culposo na modalidade de negligência ou imprudência 
que se consumará no momento em que o menor de dezoito anos ou o 
deficiente mental se apoderarem da arma. 
Se a arma estiver carregada e disparar, ferindo ou matando o menor ou 
pessoa portadora de deficiência, o proprietário da arma que negligenciou a 
sua guarda ou agiu com imprudência entregando-a a uma dessas pessoas 
responderá pelo crime. 
 Obviamente, caso ocorra como resultado a morte, devido à aplicação do 
princípio da consunção, o indivíduo responderá pelo delito mais grave, pois 
este (o homicídio) absorve o menos grave (omissão de cautela). 
3.3.3 PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO 
O art. 14 da lei nº 10.826/03 tem por finalidade coibir que armas de fogo 
sejam livremente portadas e comercializadas. Observe o tipo legal: 
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em 
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, 
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar 
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem 
autorização e em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
CASO PRÁTICO 
Suponha que um indivíduo perceba que um familiar está sendo 
vítima de um seqüestro e possua uma arma de fogo legalmente 
registrada em seu domicílio. Caso o sujeito saia de sua 
residência portando a arma para defender seu familiar contra o 
seqüestrador, será responsabilizado pelo porte ilegal de arma? 
Não, pois estará agindo em legítima defesa, ou seja, estará 
utilizando os meios de que dispunha para repelir injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
E se, nesse caso, a arma de fogo não estivesse legalizada 
regularmente? O sujeito não será processado pelo porte ilegal, 
mas subsistirá o crime de posse irregular de arma de fogo de 
uso permitido, delito este que já existia antes de seu porte. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
3.3.3.1 INCOSTITUCIONALIDADE DO PARÁGRAFO ÚNICO DO 
ARTIGO 14
O parágrafo único do artigo 14 define que o delito é inafiançável. 
Observe: 
Art.14 
[...] 
Parágrafo único: O crime previsto neste artigo é 
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver 
registrada em nome do agente. 
Mas, a banca cobrou em PROVA: 
Como pode existir este aparente conflito? Vamos elucidar: 
De acordo com o informativo 465 do STF (ADIN 3112), o Tribunal, por 
maioria, julgou procedente, em parte, pedido formulado em várias ações 
diretas ajuizadas pelo Partido Trabalhista Brasileiro - PTB e outros para 
declarar a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14 e 
15 e do art. 21 da Lei 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento. 
Ainda de acordo com o referido informativo "... relativamente aos 
parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 da Lei 10.826/2003, que 
proíbem o estabelecimento de fiança, respectivamente, para os 
crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e de 
disparo de arma de fogo, considerou-se desarrazoada a vedação, 
ao fundamento de que tais delitos não poderiam ser equiparados 
a terrorismo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes 
ou crimes hediondos (CF, art. 5º, XLIII). Asseverou-se, ademais, 
cuidar-se, na verdade, de crimes de mera conduta que, embora 
impliquem redução no nível de segurança coletiva, não podem ser 
(CESPE / TJ-TO / 2009) No que concerne às leis penais especiais, 
segundo entendimento do STF, é inconstitucional a vedação de fiança, 
legalmente prevista, nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso 
permitido. 
Gabarito: CORRETA 
CAIU EM PROVA! 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
igualados aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou 
à propriedade". 
Portanto, de acordo com a decisão do STF foram considerados 
inconstitucionais os parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 da Lei 
10.826/2003 e, portanto, sendo possível a fiança. 
“Mas, PROFESOOOORR!!! Na última prova da PF apareceu uma questão 
sobre este tema e a banca considerou correta.” 
Bom, vamos analisar. A questão é a seguinte: 
Analisando a literalidade da questão, realmente ela está correta, pois a 
declaração de inconstitucionalidade do STF não alterou diretamente a lei. 
Entretanto, a própria banca rendeu-se ao entendimento jurisprudencial 
e ANULOU a questão. Assim, para a sua PROVA, leve o entendimento de 
que a inafiançabilidade é INCONSTITUCIONAL. 
 3.3.4 DISPARO DE ARMA DE FOGO 
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar 
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a 
ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática 
de outro crime: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. 
Trata-se de um crime de extrema gravidade, principalmente quando 
pensamos em como é comum, nos noticiários de hoje, as mortes causadas 
por “balas perdidas”. 
3.3.4.1 INCOSTITUCIONALIDADE DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 
15
(CESPE / Polícia Federal / 2009) Segundo expressa disposição da lei 
pertinente ao assunto, o crime de porte de arma de fogo de uso 
permitido é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada 
em nome do agente. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Aqui valem as mesmas regras já analisadas quando tratamos do 
parágrafo único do art. 14. 
3.3.5 POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em 
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, 
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar 
arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, 
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
O porte ilegal de arma de fogo já é uma conduta nociva à segurança da 
sociedade e a situação ainda é mais grave quando a arma é de uso restrito, 
pois, regrageral, esses objetos possuem poder ofensivo superior ao de uso 
permitido. 
As modalidades possuir, deter, portar, ter em depósito, guardar e 
ocultar constituem crime permanente, eis que a ação permanece no tempo, 
só cessando quando o agente for preso e o objeto for apreendido. 
As modalidades adquirir, fornecer, receber, transportar e ceder, 
constituem crime instantâneo porque se consumam de imediato. 
Art.16 
[...] 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
I Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de 
identificação de arma de fogo ou artefato; 
O simples fato de o agente raspar o número, emblema ou qualquer sinal de 
identificação da arma para torná-la irreconhecível caracteriza o crime doloso 
que se consuma de imediato, isto é, delito instantâneo. 
II Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-
la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para 
fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade 
policial, perito ou juiz; 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Imagine que Tício adquira uma arma de uso permitido, mas, por ser um 
experiente armeiro, modifica completamente o equipamento, tornando-a 
uma arma muito mais potente, equivalente a uma arma de uso proibido. 
Entretanto, a fim de tentar evitar futuros problemas, mantêm a aparência 
original da arma, a fim de impedir o reconhecimento por autoridades. 
Neste caso, claramente, poderá ser enquadrado no inciso II do artigo 16. 
Realmente, a arma descaracterizada torna difícil a correta identificação e, 
consequentemente, poderá induzir ao erro a autoridade policial, o perito e o 
juiz. O crime é instantâneo, punido a título de dolo, não admitindo a 
modalidade de culpa. 
III Possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou 
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar; 
Possuir e deter são modalidades de crime permanente porque a ação se 
prolonga no tempo. Fabricar e empregar caracterizam delito instantâneo
porque ocorre a consumação de imediato. Se após fabricar o agente mantém 
o artefato em depósito para uso futuro ou comercialização, caso não tenha 
licença e autorização, configurará um crime permanente enquanto o objeto 
estiver na posse do agente. O crime é inafiançável. 
IV Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo 
com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação 
raspado, suprimido ou adulterado; 
Portar, adquirir, transportar e fornecer são crimes instantâneos. Possuir 
caracteriza crime permanente. São crimes dolosos, não admitindo a 
modalidade de culpa. 
V Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma 
de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou 
adolescente; 
A criança e o adolescente são amparados pela Lei nº 8.069/90 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente). 
Quem vende, entrega ou fornece, ainda que gratuitamente, arma de fogo, 
munição ou explosivo a criança ou adolescente, além de cometer essas 
modalidades de crime, comete também o crime de corrupção de menores, 
previsto na Lei nº 2.252/54. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
É um crime punido a título de dolo, de ação pública incondicionada e 
inafiançável. 
VI Produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou 
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. 
A autorização para produzir, recarregar, reciclar munição ou explosivo tem 
que ser requerida ao Comando do Exército, que tem a missão de fiscalizar 
sobre material bélico, seja qual for sua natureza. 
Atente para o fato de que o explosivo que configurará o delito é aquele 
efetivamente perigoso, que possa causar perigo à coletividade. Desta forma, 
caro aluno, não precisa ter medo de soltar um rojão em uma festa junina e 
nem proíba seu filho de brincar com “bombinhas e estalinhos”. OBS: Não 
precisa ter medo de ser preso, mas quanto ao fato de perder um ou dois 
dedos... Não é culpa minha!!! 
Tratam-se de modalidades de crime instantâneo, punível a título de dolo e 
inafiançável. O crime é de ação pública incondicionada. 
3.3.6 COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, 
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, 
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, 
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (grifo 
nosso) 
Este, juntamente com o tráfico internacional de arma de fogo, é o delito 
mais rigorosamente punido pelo Estatuto. É um crime praticado por pessoas 
que exercem ilegalmente o comércio ou indústria de armas de fogo, 
acessórios e munições, sendo, portanto, um crime próprio, pois o sujeito 
deverá estar no exercício de atividade comercial ou industrial, mesmo que 
informalmente. 
A Lei considera equiparado à atividade comercial e industrial qualquer forma 
de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, 
inclusive o exercido em residência. 
Exemplo: O armeiro que conserta e comercializa armas sem autorização vai 
ser penalizado com pena de reclusão de 4 a 8 anos e multa. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
A penalização para o tráfico foi um avanço trazido pela Lei em questão, pois 
antes ele era punido como simples porte ilegal de arma de fogo. 
 3.3.7 TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO 
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do 
território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório 
ou munição, sem autorização da autoridade competente: 
Pena - reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
Este item é outra grande inovação no nosso ordenamento jurídico, já que 
até então tal delito era tratado como contrabando ou facilitação de 
contrabando nos termos dos artigos 334 e 318 do Código Penal, 
respectivamente. Observe: 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no 
todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela 
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: 
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
Art.318 Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de 
contrabando ou descaminho: 
Pena – reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
Essa ação ilícita é a grande responsável pelo elevado número de armas de 
fogo de uso proibido e restrito que circulam nas mãos dos criminosos em 
nosso país e o legislador viu-se obrigado a definir severas penas para estes 
crimes. Reparem que pelo Estatuto a pena para esse ilícito ficou mais rígida 
que a anteriormente definida no Código Penal. 
 3.3.8 AUMENTO DE PENA
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é 
aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição 
forem de uso proibido ou restrito. 
Tanto o comércio ilegal como o tráfico internacional de armas de 
fogo terão suas penas aumentadas da metade se a arma de fogo, 
acessórios ou munição forem de uso proibido ou restrito. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERALPROFESSOR PEDRO IVO 
Além deste caso a lei prevê outra possibilidade de aumento de pena. Veja: 
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a 
pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante 
dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei. 
Podemos resumir: 
 3.3.9 LIBERDADE PROVISÓRIA 
Observe o dispositivo que trata da liberdade provisória: 
Art.21 Os crimes previstos nos arts. 16,17 e18 são insuscetíveis 
de liberdade provisória. 
Tal artigo foi declarado inconstitucional pelo STF. Observe o elucidativo 
Habeas Corpus julgado pelo STJ: 
TAMBÉM TERÃO A PENA AUMENTADA DA METADE OS AGENTES DAS 
CATEGORIAS QUE TÊM O PORTE DE ARMA AUTORIZADO EM DETERMINADOS 
CASOS E INCIDEM NAS SEGUINTES CONDUTAS TÍPICAS: 
1. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO; 
2. DISPARO DE ARMA DE FOGO; 
3. PORTE OU POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO E 
EQUIPARADOS; 
4. COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO; 
5. TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
********************************************************************** 
Futuro Policial, 
Aqui encerramos a parte referente aos crimes. 
“Mas professor... É muito crime!!! Tem como dar uma 
resumida?” 
Claro que sim!!! Vamos esquematizar: 
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS IMPETRADO CONTRA 
INDEFERIMENTO DE LIMINAR EM WRIT IMPETRADO NA ORIGEM. 
JULGAMENTO SUPERVENIENTE. CONHECIMENTO. POSSE OU PORTE 
ILEGAL DE ARMA DE FOGO. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 21 DA 
LEI 10.826/03 DECLARADA PELO STF. PRISÃO EM FLAGRANTE. 
INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. MOTIVAÇÃO 
INIDÔNEA PARA RESPALDAR A CUSTÓDIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
ORDEM CONCEDIDA. 
1. A jurisprudência deste Tribunal firmou-se no sentido de que não cabe 
habeas corpus contra indeferimento de pedido liminar, porquanto 
configura indevida supressão de instância. Contudo, o posterior 
julgamento do writ impetrado originariamente pelo órgão colegiado 
autoriza o conhecimento do habeas corpus como substitutivo de recurso 
ordinário. 
2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADIN n.º 
3112/DF, em 2/5/07, declarou a inconstitucionalidade do art. 21 da Lei 
10.826/03, motivo pelo qual não subsiste o argumento da existência de 
vedação legal à concessão de liberdade provisória aos acusados da 
prática do crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo (Informativo 
465/STF). 
3. A gravidade do delito, dissociada de elementos concretos, não 
constitui fundamento idôneo para obstar a concessão de liberdade 
provisória, sendo indispensável a demonstração de ao menos um dos 
pressupostos autorizadores da prisão preventiva, além da prova da 
materialidade e dos indícios de autoria, nos termos do art. 312 do 
Código de Processo Penal. 
4. Ordem concedida para determinar a expedição de alvará de soltura ao 
paciente, caso não se encontre preso por outro motivo. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
CONDDUTTA DESCCRIÇÃÃOO PPEENALIIZZAÇÇÃÃO 
POSSE IRREGULAR DE 
ARMA DE FOGO DE USO 
PERMITIDO: 
Quando a arma, acessório ou 
munição está sob a guarda, no 
interior da residência ou 
dependência desta, ou no seu 
local de trabalho. 
Detenção de 1 a 3 
anos e multa. 
PORTE ILEGAL DE ARMA 
DE FOGO DE USO 
PERMITIDO 
É crime portar, deter, adquirir, 
fornecer, ter em depósito, 
transportar, ceder, emprestar, 
remeter, ocultar, manter arma de 
fogo, acessório ou munição sem 
autorização ou em desacordo 
com a lei. 
Reclusão de 2 a 4 
anos e multa. 
OMISSÃO DE CAUTELA Descuido que permite que o 
menor de 18 anos ou pessoa 
portadora de deficiência mental 
se apodere de arma de fogo. 
Detenção de 1 a 2 
anos e multa. 
Incorrem nas 
mesmas penas o 
proprietário ou 
responsável que 
deixar de registrar 
ocorrência policial 
em 24 horas após 
ocorrido o fato. 
DISPARO DE ARMA DE 
FOGO 
Disparar arma de fogo ou acionar 
munição em lugar habitado ou em 
suas adjacências, em via pública 
ou em direção a ela, desde que 
essa conduta não tenha como 
finalidade a prática de outro 
crime. 
Reclusão 2 a 4 anos 
e multa. 
PORTE ILEGAL DE ARMA 
DE FOGO DE USO 
RESTRITO 
É crime portar, deter, adquirir, 
fornecer, ter em depósito, 
transportar, ceder, emprestar, 
remeter, ocultar, manter arma de 
fogo, acessório ou munição sem 
autorização ou em desacordo 
com a lei. 
Reclusão de 3 a 6 
anos e multa. 
COMÉRCIO ILEGAL DE 
ARMA DE FOGO 
Adquirir, alugar, receber, 
transportar, conduzir, ocultar, ter 
em depósito, desmontar, montar,
remontar, adulterar, vender, expor 
à venda, ou de qualquer forma 
Reclusão de 4 
(quatro) a 8 (oito) 
anos e multa. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
utilizar, em proveito próprio ou 
alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, arma de 
fogo, acessório ou munição, sem 
autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou 
regulamentar. 
TRÁFICO INTERNACIONAL 
DE ARMA DE FOGO 
Importar, exportar, favorecer a 
entrada ou saída do território 
nacional, a qualquer título, de 
arma de fogo, acessório ou 
munição, sem autorização da 
autoridade competente. 
Reclusão de 4 
(quatro) a 8 (oito) 
anos e multa. 
3.4 DISPOSIÇÕES GERAIS 
 3.4.1 ARMAS DE BRINQUEDO
 
Temos conhecimento, na sociedade, de vários casos em que marginais 
entraram em casas de família ou realizaram roubos portando armas de 
brinquedo que pareciam verdadeiras. 
Visando dificultar este tipo de ação, o Estatuto do Desarmamento definiu 
que as armas de brinquedo são expressamente proibidas. Além disso, 
vedou a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de 
brinquedos, réplicas ou simulacros de armas de fogo que com essas possam 
ser confundidas. 
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e 
a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de 
fogo, que com estas se possam confundir. 
Assim, caro aluno, se cair na sua prova que a comercialização e a 
importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo SEMPRE 
serão proibidas no nosso país, você responderá que está??? 
ERRADO, pois, como quase tudo no direito, este também não é um conceito 
absoluto. 
A exceção vem no próprio artigo 26, parágrafo único, que dispõe ser 
possível nos casos destinados à instrução, ao adestramento ou à coleção de 
usuário autorizado. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Observe: 
Art. 26 [...] 
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os 
simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à 
coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo 
Comando do Exército. 
Até agora falamos da proibição, mas qual a penalização cabível neste caso? 
Perceba que a lei define uma conduta, mas não atribui penalização. Assim, 
se um indivíduo estiver com uma arma de brinquedo, vai poder ser punido? 
A resposta é negativa, caracterizando fato atípico. 
ATTENNÇÃÃO: : O SSIMMPPLEE S POORTT E DDE E ARRM A DEE 
BBRRIINNQQUUEEDDO O É É FFAATTO O AATTÍÍPPIICCO O PPEENNAALL.. 
Observação: Embora óbvio, faz-se importante citar que quando falamosde 
armas de brinquedo não estamos tratando de algo do tipo “Playstation”, 
mas de um equipamento realmente parecido com uma arma verdadeira. 
 3.4.2 ENTREGA DE ARMAS DE FOGO
Com a finalidade de desestimular a posse de arma de 
fogo, o Estatuto determinou que os possuidores e 
proprietários de arma de fogo registrada, ou seja, 
adquirida regularmente, que não a querem mais, 
poderão entregá-la, a qualquer tempo, recebendo 
recibo dado pela PF e indenização. 
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de 
fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer 
tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo 
e indenização, nos termos do regulamento desta Lei. 
Da mesma forma, aquele que possui arma de fogo não registrada também 
poderá entregá-la na Polícia Federal e, presumindo-se boa-fé do 
proprietário da mesma, ficará extinta a punibilidade de eventual posse 
irregular da referida arma. 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão 
entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se 
de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando 
extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida 
arma 
Você deve estar pensando... Como se presume se uma pessoa que não tem 
registro da arma está realmente de boa-fé? 
Será feita consulta ao SINARM para saber se não existe registro que aponte 
a origem ilícita da arma. Outra verificação é quanto ao estado da arma, ou 
seja, ela deve estar sem sinal de raspagem, supressão ou adulteração. 
CASO PRÁTICO 
Agora imagine que Caio, após ler rapidamente o Estatuto do 
Desarmamento, resolve entregar sua arma que está em perfeito 
estado. Durante o percurso, é parado em uma blitz e o policial 
percebe a presença da arma. Neste caso, o policial deverá: 
(A) Dar os parabéns a Caio pela iniciativa de se desfazer da arma; 
(B) Cantar uma canção de paz para Caio; 
(C) Prendê-lo em flagrante. 
É claro que a resposta é letra “B”... Calma, estou brincando... A
resposta correta é a letra “C”, pois conduzir arma de fogo sem o 
porte ou autorização é CRIME. 
SSEENNDDOO AASSSSIIMM,, AATTEENNÇÇÃÃOO!!!!!! PPAARRAA EENNTTRREEGGAARR AA AARRMMAA ÀÀ PPOOLLÍÍCCIIAA 
FFEDEERRALL , É NECEESSSSÁÁRII O OOBBTTE R UUMM A AUUTORIIZAÇÇÃO O ESPECIIALL 
((GUIA A DDE E TRÂÂNSITTOO) ) NNA A PPRRÓÓPPRR IA PPF F PPAARA A PPOODEERR 
TTRRANNSSPPOORRTÁ--LLA.. 
3.5 DECRETO N° 6.715/2008 
Em 2008, foi publicado o decreto nº 6.715/08 que alterou o Decreto no 5.123, 
de 1o de julho de 2004, que regulamenta a Lei no 10.826/2003. 
Eu só queria 
entregar 
minha arma! 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Esta implementação legislativa trouxe alguns institutos que julgo importantes 
para sua PROVA. Desta forma, apresento as principais alterações implementadas: 
 3.5.1 ENTREGA DE ARMA DE FOGO EM CASO DE CRIME DOLOSO
Caso o proprietário de porte de arma de fogo cometa um crime doloso, a Lei 
determina que sejam cassadas suas autorizações de posse e de porte da 
arma. 
Neste caso, o proprietário deverá entregar sua arma à Polícia Federal, 
recebendo a indenização conforme determinação legal, ou caso lhe 
interessar, providenciar a transferência do registro no prazo máximo de 60 
dias. 
É importante atentar para o fato de que, segundo dispositivo legal, a 
cassação só se dará a partir do indiciamento do investigado no inquérito 
policial ou do recebimento da denúncia ou queixa pelo juiz. 
ATENÇÃO: Vale lembrar que a pessoa que irá ser a nova proprietária da 
arma deverá preencher todos os requisitos exigidos pelo Estatuto e que ela 
irá obter o registro da arma, não o porte. 
 3.5.2 NÃO RENOVAÇÃO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO
Como na situação acima, no caso de não renovação de registro de arma de 
fogo, o proprietário deverá entregá-la à Polícia Federal, mediante 
indenização na forma da Lei, ou transferi-la, no prazo de 60 dias, para 
terceiro. 
ATENÇÃO: CASO A ARMA DE FOGO NÃO SEJA ENTREGUE, A POLÍCIA FEDERAL 
FARÁ A APREENSÃO DA MESMA OU INDICARÁ ÓRGÃO PÚBLICO PARA A 
REALIZAÇÃO DA AÇÃO E SERÃO APLICADAS AS SANÇÕES PENAIS CABÍVEIS AO 
PROPRIETÁRIO. 
3.5.3 GUIA DE TRÂNSITO VIA INTERNET
A guia de trânsito passou a ser disponibilizada via internet, seguindo 
normas da Polícia Federal. 
A guia de trânsito não autoriza o porte da arma, mas apenas seu 
transporte, no percurso nela autorizado, devendo estar desmuniciada e 
acondicionada de maneira que não possa ser feito o seu pronto uso durante 
o trajeto. 
*********************************************************** 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Por enquanto é só pessoal! 
Agora é consolidar os conceitos através de muita leitura e estar cada vez 
mais preparado para testar o conhecimento com os exercícios que 
apresentarei em nossa próxima aula. 
Então, prepare-se para a AULA 04, pois finalizaremos este tema com os 
exercícios e entraremos em um novo e importante item de seu futuro edital. 
Continue com força... Motive-se... Siga em busca da vitória que em breve 
chegará! 
Abraços e bons estudos, 
Pedro Ivo 
Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e 
será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais. 
José Saramago 
 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
EXERCÍCIOS
Os exercícios referentes ao tema serão apresentados em nossa próxima aula!!!

Outros materiais