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Aula 56 Legislacao Especial Aula 05

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Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 5 - CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE – LEI N° 
4.898/65 / TORTURA 
 
Futuros Aprovados! 
 
Sejam bem vindos a mais uma aula! 
 
Nesta aula finalizaremos a lei de Crimes Ambientais, e trataremos de dois 
importantes tópicos: o Abuso de Poder e a Tortura. 
 
Para facilitar o prosseguimento do tema e a arrumação das folhas (para os que 
imprimem), seguirei com a numeração da aula anterior e, posteriormente, 
recomeçaremos com a lei de abuso de autoridade. 
 
Vamos começar a subir mais um degrau rumo à aprovação? 
 
Bons estudos!!! 
 
**************************************************************************************************** 
1.6 DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vimos na aula passada que a Lei nº 9.605/98 se utiliza dos artigos 29 ao 
69 para tratar dos crimes contra o meio ambiente, e divide o assunto em 
cinco seções: 
 
1. DOS CRIMES CONTRA A FAUNA; 
2. DOS CRIMES CONTRA A FLORA; 
3. DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS; 
4. DOS CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O 
PATRIMÔNIO CULTURAL; E 
5. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL. 
 
As três primeiras espécies já foram estudadas na aula passada e agora 
trataremos das duas últimas classes de delitos. Vamos lá!!! 
 
 
 
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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
1.6.4 DOS CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O 
PATRIMÔNIO CULTURAL 
 
Nessa seção da lei nº 9.605/98 são definidos os crimes contra o patrimônio 
cultural e o ordenamento urbano. 
Antes de qualquer coisa, devemos definir a diferença existente entre 
patrimônio cultural e natural para entender do que a Lei trata 
especificadamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Constituição Federal define o que seja o patrimônio cultural brasileiro da 
seguinte forma: 
 
Art. 216 - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de 
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em 
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à 
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade 
brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços 
destinados às manifestações artístico-culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, 
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
 
PATRIMÔNIO NATURAL ��� É AQUELE QUE SE 
RELACIONA COM OS ELEMENTOS QUE 
CONDICIONARAM A VIDA EM UM GRUPO BIOLÓGICO, 
COMPREENDENDO AS ESPÉCIES ANIMAIS, VEGETAIS 
E SEU EQUILÍBRIO, BEM COMO OS ELEMENTOS 
NATURAIS ESSENCIAIS À CRIAÇÃO E MANUTENÇÃO 
DOS SERES VIVOS. 
 
PATRIMÔNIO CULTURAL ��� É AQUELE QUE 
QUALIFICA A INTERAÇÃO ENTRE O MEIO AMBIENTE 
NATURAL E OS ESPAÇOS CONSTRUÍDOS OU 
MODIFICADOS PELO HOMEM NO DECORRER DA 
HISTÓRIA. 
 
 
 
 
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PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Agora que já sabemos os conceitos, vamos prosseguir com os delitos 
tipificados: 
 
CCRIIMEESS COONNTRAA OO OORRDENAMMENTO URBBANNO EE O PATTRRIMMÔNIOO CCULTTUURRALL 
PENA CONDUTA 
PENA DE DETENÇÃO, 
DE TRÊS MESES A 
UM ANO, E MULTA 
• PICHAR OU POR OUTRO MEIO CONSPURCAR 
EDIFICAÇÃO OU MONUMENTO URBANO (ART.65) 
 
ATENÇÃO � A LEI Nº 12.408/11 RETIROU O GRAFITE DO TIPO 
PENAL. ASSIM, POR SER UM DISPOSITIVO RECENTEMENTE 
MODIFICADO, É BEM PROVÁVEL QUE ESTEJA PRESENTE EM 
SUA PRÓXIMA PROVA!!! 
 
• SE O ATO FOR REALIZADO EM MONUMENTO OU 
COISA TOMBADA EM VIRTUDE DO SEU VALOR 
ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO OU HISTÓRICO, A PENA 
É DE 6 (SEIS) MESES A 1 (UM) ANO DE DETENÇÃO E 
MULTA. 
• NÃO CONSTITUI CRIME A PRÁTICA DE GRAFITE 
REALIZADA COM O OBJETIVO DE VALORIZAR O 
PATRIMÔNIO PÚBLICO OU PRIVADO MEDIANTE 
MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA, DESDE QUE CONSENTIDA 
PELO PROPRIETÁRIO E, QUANDO COUBER, PELO 
LOCATÁRIO OU ARRENDATÁRIO DO BEM PRIVADO E, 
NO CASO DE BEM PÚBLICO, COM A AUTORIZAÇÃO DO 
ÓRGÃO COMPETENTE E A OBSERVÂNCIA DAS 
POSTURAS MUNICIPAIS E DAS NORMAS EDITADAS 
PELOS ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS RESPONSÁVEIS 
PELA PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO 
PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. 
 
PENA DE DETENÇÃO, 
DE SEIS MESES A UM 
ANO, E MULTA 
• PROMOVER CONSTRUÇÃO EM SOLO NÃO EDIFICÁVEL, 
OU NO SEU ENTORNO, ASSIM CONSIDERADO EM 
RAZÃO DE SEU VALOR PAISAGÍSTICO, ECOLÓGICO, 
ARTÍSTICO, TURÍSTICO, HISTÓRICO, CULTURAL, 
RELIGIOSO, ARQUEOLÓGICO, ETNOGRÁFICO OU 
MONUMENTAL, SEM AUTORIZAÇÃO DA AUTORIDADE 
COMPETENTE OU EM DESACORDO COM A 
CONCEDIDA. (ART.64) 
 
 
 
 
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PENA DE RECLUSÃO, 
DE UM A TRÊS ANOS, 
E MULTA 
• DESTRUIR, INUTILIZAR OU DETERIORAR BEM 
ESPECIALMENTE PROTEGIDO POR LEI, ATO 
ADMINISTRATIVO OU DECISÃO JUDICIAL. (ART.62) 
 
• ALTERAR O ASPECTO OU ESTRUTURA DE EDIFICAÇÃO 
OU LOCAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO POR LEI, ATO 
ADMINISTRATIVO OU DECISÃO JUDICIAL, EM RAZÃO 
DE SEU VALOR PAISAGÍSTICO, ECOLÓGICO, 
TURÍSTICO, ARTÍSTICO, HISTÓRICO, CULTURAL, 
RELIGIOSO, ARQUEOLÓGICO, ETNOGRÁFICO OU 
MONUMENTAL, SEM AUTORIZAÇÃO DA AUTORIDADE 
COMPETENTE OU EM DESACORDO COM A 
CONCEDIDA. (ART.63) 
 
1.6.5 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL 
 
Esta Seção discorre sobre os crimes contra a Administração Ambiental. São 
crimes que dizem respeito basicamente à conduta do funcionário público. 
Vamos analisar: 
 
CRRIIMEES CCONNTRA A ADMINIISTTRRAAÇÃO AAMMBIIEENNTAL 
PENA CONDUTA 
PENA DE DETENÇÃO, 
DE UM A TRÊS ANOS, 
E MULTA 
• CONCEDER O FUNCIONÁRIO PÚBLICO LICENÇA, 
AUTORIZAÇÃO OU PERMISSÃO EM DESACORDO COM 
AS NORMAS AMBIENTAIS, PARA AS ATIVIDADES, 
OBRAS OU SERVIÇOS QUE TENHAM A REALIZAÇÃO 
DEPENDENTE DE ATO AUTORIZATIVO DO PODER 
PÚBLICO. (ART.67) 
• DEIXAR, AQUELE QUE TIVER O DEVER LEGAL OU 
CONTRATUAL DE FAZÊ-LO, DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO 
DE RELEVANTE INTERESSE AMBIENTAL. 
OBSERVAÇÃO: SE O CRIME É CULPOSO, A PENA É DE 
TRÊS MESES A UM ANO DE DETENÇÃO, SEM 
PREJUÍZO DA MULTA. (ART.68) 
• OBSTAR OU DIFICULTAR A AÇÃO FISCALIZADORA DO 
PODER PÚBLICO NO TRATO DE QUESTÕES 
AMBIENTAIS. (ART.69) 
• 
 
 
 
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PENA DE RECLUSÃO, 
DE UM A TRÊS ANOS, 
E MULTA 
 
• FAZER O FUNCIONÁRIO PÚBLICO AFIRMAÇÃO FALSA 
OU ENGANOSA, OMITIR A VERDADE, SONEGAR 
INFORMAÇÕES OU DADOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS EM 
PROCEDIMENTOS DE AUTORIZAÇÃO OU DE 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL. (ART.66) 
PENA DE RECLUSÃO, 
DE TRÊS A SEIS 
ANOS, E MULTA 
 
• ELABORAR OU APRESENTAR, NO LICENCIAMENTO, 
CONCESSÃO FLORESTAL OU QUALQUER OUTRO 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTUDO, LAUDO 
OU RELATÓRIOAMBIENTAL TOTAL OU 
PARCIALMENTE FALSO OU ENGANOSO, INCLUSIVE 
POR OMISSÃO. 
• SE O CRIME É CULPOSO: PENA - DETENÇÃO, DE UM A 
TRÊS ANOS. 
• SE DO ATO FALSO HOUVER DANO SIGNIFICATIVO AO 
MEIO AMBIENTE, A PENA É AUMENTADA DE 1/3 A 2/3. 
(ART.69-A) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos prosseguir, tratando agora das infrações administrativas definidas na 
lei. 
 
1.6.6 DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
Vimos até agora a grande quantidade de crimes contra o meio ambiente, 
normatizados pela lei nº 9.605/98. Ocorre que o legislador também se 
mostrou preocupado com as infrações administrativas ambientais. 
Mas o que são infrações administrativas? Qual a diferença para os crimes? 
Segundo a lei em questão, infrações administrativas ambientais são as 
ações ou omissões que violem as regras jurídicas dispostas sobre o meio 
ambiente, desde que não caracterizem CRIME. 
“PROFESSOR, POR FAVOR... CHEGA DE CRIME!... O MEIO 
AMBIENTE JÁ ESTÁ BEM PROTEGIDO!” 
 
OK, VOCÊ ESTÁ CERTO! REALMENTE SÃO MUITAS 
CONDUTAS DELITUOSAS, MAS NÃO TEM JEITO, POIS O 
CONHECIMENTO É QUE FARÁ DIFERENÇA EM SUA PROVA. 
 
ATENHA-SE AOS DELITOS MARCADOS EM VERMELHO, POIS 
SÃO OS QUE MAIS APARECEM EM PROVA. TENHA UMA 
NOÇÃO GERAL DAS CONDUTAS CRIMINOSAS. 
 
 
 
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No art.70, a lei definidora dos crimes ambientais apresenta, de forma 
didática, que: 
 
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação 
ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, 
proteção e recuperação do meio ambiente. 
 
O supracitado artigo traz em seu parágrafo 1º importantes considerações a 
respeito das autoridades que possuem competência para a lavratura dos 
autos voltados às infrações ambientais. 
Além disso, como não poderia deixar de ser, define que a atuação da 
autoridade ambiental é plenamente vinculada, ou seja, tomando o 
funcionário público conhecimento de infração ambiental, deverá, 
imediatamente, proceder a apuração do fato. Observe o texto legal: 
 
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração 
ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de 
órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de 
fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do 
Ministério da Marinha. 
[...] 
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração 
ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, 
mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-
responsabilidade. 
 
Por fim, no parágrafo 2º, legitima o cada vez mais presente controle popular. 
Veja: 
 
 § 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá 
dirigir representação às autoridades relacionadas no parágrafo 
anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia. 
 
Do supra-exposto, PARA A SUA PROVA, 03 PONTOS IMPORTANTÍSSIMOS 
devem ser assimilados: 
 
 
 
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1.6.6.1 PRAZOS PARA APURAÇÃO E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS 
 
A lei nº 9.605/98 dispõe que as infrações ambientais serão apuradas em 
processo administrativo próprio, assegurado o direito à ampla defesa e ao 
contraditório. 
Além disso, normatiza os prazos máximos do processo administrativo de 
infrações ambientais. Observe o texto legal: 
 
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração 
ambiental deve observar os seguintes prazos máximos: 
 I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação 
contra o auto de infração, contados da data da ciência da 
autuação; 
 II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de 
infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a 
defesa ou impugnação; 
 III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à 
instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - 
SEGUNDO A LEI, POSSUEM COMPETÊNCIA PARA OS 
ATOS DE LAVRATURA DE AUTOS E INSTAURAÇÃO DE 
PROCESSOS O SISNAMA E A MARINHA 
 
É PERMITIDA A PARTICIPAÇÃO POPULAR NA 
VERIFICAÇÃO DE IRREGULARIDADES AMBIENTAIS. 
CASO A AUTORIDADE AMBIENTAL TENHA 
CONHECIMENTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL E NÃO 
APURE IMEDIATAMENTE, PODE SER CARACTERIZADO 
COMO CO-RESPONSÁVEL. 
 
 
 
 
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SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da 
Marinha, de acordo com o tipo de autuação; 
 IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do 
recebimento da notificação. 
 
Vamos esquematizar? 
 
PPRRAAZZOOSS DDOO PPRROOCCEESSSSOO AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVOO 
 
• PARA O PAGAMENTO DE MULTA, CONTADOS DA 
DATA DO RECEBIMENTO DA NOTIFICAÇÃO. 
 
 
 
 
 
• PARA O INFRATOR OFERECER DEFESA OU 
IMPUGNAÇÃO CONTRA O AUTO DE INFRAÇÃO, 
CONTADOS DA DATA DA CIÊNCIA DA AUTUAÇÃO; 
• PARA O INFRATOR RECORRER DA DECISÃO 
CONDENATÓRIA À INSTÂNCIA SUPERIOR DO 
SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - SISNAMA, 
OU À DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS, DO 
MINISTÉRIO DA MARINHA, DE ACORDO COM O TIPO 
DE AUTUAÇÃO; 
 
• PARA A AUTORIDADE COMPETENTE JULGAR O AUTO 
DE INFRAÇÃO, CONTADOS DA DATA DA SUA 
LAVRATURA, APRESENTADA OU NÃO A DEFESA OU 
IMPUGNAÇÃO; 
 
Seguindo nas infrações administrativas, a lei define no artigo 72 as sanções 
que poderão ser aplicadas. Veja: 
 
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as 
seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º: 
I - advertência; 
II - multa simples; 
III - multa diária; 
 
 
 
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IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e 
flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de 
qualquer natureza utilizados na infração; 
V - destruição ou inutilização do produto; 
VI - suspensão de venda e fabricação do produto; 
VII - embargo de obra ou atividade; 
VIII - demolição de obra; 
IX - suspensão parcial ou total de atividades; 
X – (VETADO) 
XI - restritiva de direitos. 
 
Posteriormente a lei segue definindo uma série de particularidades reverentes 
às supracitadas sanções. Apresentarei no quadro abaixo o que você precisa 
saber para a sua PROVA: 
 
SSAANNÇÇÕÕEESS DDAASS IINNFFRRAAÇÇÕÕEESS AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVAASS 
ADVERTÊNCIA; SERÁ APLICADA PELA INOBSERVÂNCIA 
DAS DISPOSIÇÕES DA LEI EM QUESTÃO. 
MULTA SIMPLES; 
 
SERÁ APLICADA SEMPRE QUE O 
AGENTE, POR NEGLIGÊNCIA OU DOLO, 
DEIXAR DE SANAR AS 
IRREGULARIDADES QUE TENHAM SIDO 
PRATICADAS, OU SE CAUSAR 
EMBARAÇO À FISCALIZAÇÃO DOS 
ÓRGÃOS DO SISNAMA OU DA CAPITANIA 
DOS PORTOS, DO MINISTÉRIO DA 
MARINHA. 
MULTA DIÁRIA SERÁ APLICADA SEMPRE QUE A 
INFRAÇÃO SE PROLONGAR NO TEMPO. 
APREENSÃO DOS ANIMAIS, PRODUTOS E 
SUBPRODUTOS DA FAUNA E FLORA, 
INSTRUMENTOS, PETRECHOS, 
EQUIPAMENTOS OU VEÍCULOS DE 
QUALQUER NATUREZA UTILIZADOS NA 
INFRAÇÃO; 
 
OBEDECERÃOAO DISPOSTO NO ART. 25 
DA LEI. 
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos 
seus produtos e instrumentos, lavrando-se os 
respectivos autos. 
§ 1º Os animais serão libertados em seu habitat ou 
entregues a jardins zoológicos, fundações ou 
entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a 
 
 
 
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DESTRUIÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DO 
PRODUTO; 
responsabilidade de técnicos habilitados. 
§ 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou 
madeiras, serão estes avaliados e doados a 
instituições científicas, hospitalares, penais e 
outras com fins beneficentes. 
§ 3° Os produtos e subprodutos da fauna não 
perecíveis serão destruídos ou doados a 
instituições científicas, culturais ou educacionais. 
§ 4º Os instrumentos utilizados na prática da 
infração serão vendidos, garantida a sua 
descaracterização por meio da reciclagem. 
 
SUSPENSÃO DE VENDA E FABRICAÇÃO 
DO PRODUTO; 
SERÃO APLICADAS QUANDO O 
PRODUTO, A OBRA, A ATIVIDADE OU O 
ESTABELECIMENTO NÃO ESTIVEREM 
OBEDECENDO ÀS PRESCRIÇÕES LEGAIS 
OU REGULAMENTARES. 
EMBARGO DE OBRA OU ATIVIDADE; 
DEMOLIÇÃO DE OBRA; 
SUSPENSÃO PARCIAL OU TOTAL DE 
ATIVIDADES; 
RESTRITIVA DE DIREITOS. 
 
SUSPENSÃO DE REGISTRO, LICENÇA OU 
AUTORIZAÇÃO; 
CANCELAMENTO DE REGISTRO, 
LICENÇA OU AUTORIZAÇÃO; 
PERDA OU RESTRIÇÃO DE INCENTIVOS 
E BENEFÍCIOS FISCAIS; 
PERDA OU SUSPENSÃO DA 
PARTICIPAÇÃO EM LINHAS DE 
FINANCIAMENTO EM ESTABELECIMEN-
TOS OFICIAIS DE CRÉDITO; 
PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, PELO 
PERÍODO DE ATÉ TRÊS ANOS. 
 
OBSERVAÇÃO 
SE O INFRATOR COMETER DUAS OU MAIS INFRAÇÕES AO MESMO 
TEMPO, RECEBERÁ, TAMBÉM, AS SANÇÕES CUMULADAS. 
 
 
 
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TTODOOSS OS VVALLOORRESS ARRRECADDADOOSS EM PAGAMMEENNTTO DEE MUULLTTASS POORR 
IINFRAAÇÃOO AAMBIIENTAAL SEERÃÃO RREVVERTIDDOS AAO FFUUNDO NACCIOONNAAL DO 
MEEIO AAMBBIIEENTE.. 
 
1.6.7 DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO 
MEIO AMBIENTE 
 
Sobre o tema dispõe a lei nº. 9.605/98: 
 
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os 
bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne 
ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem 
qualquer ônus, quando solicitado para: 
 
I - produção de prova; 
II - exame de objetos e lugares; 
III - informações sobre pessoas e coisas; 
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações 
tenham relevância para a decisão de uma causa; 
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em 
vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte. 
 
Do supra-exposto retiramos que levando em consideração a ordem pública e 
os bons costumes, SEMPRE RESGUARDANDO A SOBERANIA NACIONAL, 
o governo do Brasil cooperará com outro país, se solicitado, quando se tratar 
de preservação do meio ambiente, nos casos de: 
 
• PRODUÇÃO DE PROVA; 
• EXAME DE OBJETOS E LUGARES; 
• INFORMAÇÕES SOBRE PESSOAS E COISAS; 
• PRISÃO TEMPORÁRIA DA PESSOA PRESA, CUJAS DECLARAÇÕES TENHAM 
RELEVÂNCIA PARA A DECISÃO DE UMA CAUSA; 
• OUTRAS FORMAS DE ASSISTÊNCIA PERMITIDAS PELA LEGISLAÇÃO EM 
VIGOR OU PELOS TRATADOS DE QUE O BRASIL SEJA PARTE. 
 
 
 
 
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A solicitação deverá ser dirigida ao MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, que a 
remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente para decidir 
a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la. 
Nos termos do parágrafo 2º do art. 77, a solicitação de auxílio deverá 
conter: 
 
• O NOME E A QUALIFICAÇÃO DA AUTORIDADE SOLICITANTE; 
• O OBJETO E O MOTIVO DE SUA FORMULAÇÃO; 
• A DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO PROCEDIMENTO EM CURSO NO PAÍS 
SOLICITANTE; 
• A ESPECIFICAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOLICITADA; 
• A DOCUMENTAÇÃO INDISPENSÁVEL AO SEU ESCLARECIMENTO, QUANDO 
FOR O CASO. 
 
 
 
 1.6.8 DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
Como a Lei em questão regula e dispõe sobre as sanções penais que 
devem ser impostas quando for verificada a existência de condutas e 
atividades lesivas ao meio ambiente, é claro que as normas do Código 
Penal e do Código de Processo Penal lhe são aplicáveis subsidiariamente. 
Observe: 
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do 
Código Penal e do Código de Processo Penal. 
******************************************************************************************************* 
Caro(a) aluno(a), PARABÉNS!!! MAIS UM TÓPICO 
VENCIDO!!! 
Vamos, agora, dar início a mais um importante tema para 
sua prova, o abuso de autoridade. 
Bons estudos!!! 
 
******************************************************************************************************* 
 
 
 
 
APENAS PARA CONHECIMENTO. NÃO É NECESSÁRIO “DECORAR”. 
 
 
 
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ABUSO DE AUTORIDADE 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
 
Todos nós, através de um olhar atento, podemos notar grandes mudanças no 
comportamento social do Brasil. 
A sociedade está mais consciente dos seus direitos e já não admite, com a 
mesma passividade de antes, a presença no seu dia a dia de práticas abusivas 
de qualquer espécie. 
Lamentavelmente, ainda é grande o número de agentes que, no desempenho 
de suas funções, pensando no seu próprio bem estar, esquecem que sua 
função principal é garantir os interesses dos cidadãos. Assim, agem com 
violência gratuita e revoltante quando lhe convêm, usam sua posição para 
conquistar benefícios e até o “Você sabe com quem está falando?” ainda é 
frase usual de seu vocabulário. 
Desta forma, a fim de confrontar esses indivíduos que prejudicam a imagem 
do poder público frente à sociedade, a Lei n° 4.898/65, conhecida como Lei 
dos Crimes de Abuso de Autoridade, vem cada vez mais ganhando força e 
aplicabilidade em nosso país. 
 
1.2 DISPOSIÇÃO CONSTITUCIONAL E ABUSO DE AUTORIDADE 
 
O Brasil, como nação democrática, tem em sua Constituição Federal que: 
 
Art.5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e a propriedade. 
 
Portanto, nenhuma forma de abuso de autoridade pode ser aceito 
impunemente em um país defensor das garantias individuais como o Brasil. 
E o que vem a ser um crime de abuso de autoridade? 
Trata-se de um crime que pode ser praticado por praticamente todos os 
integrantes da Administração Pública, estando em um cargo de autoridade ou 
não, desde que tenham poder funcional para determinar alguma conduta. 
Portanto, é um delito amplo, com grandes possibilidades de punição aos 
autores das condutas típicas. 
Apesar dessa amplitude, notamos que os abusos de autoridade que ocorrem 
com mais freqüência são os praticados pelas autoridades policiais, 
 
 
 
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principalmente os ligados à liberdade individual, como no caso de buscas e 
apreensões, abordagens pessoais e operações policiais fora dos parâmetros 
legais. 
O abuso será caracterizado quando a autoridade praticar, omitir ou retardar 
ato, no exercício da função pública, para embaraçar ou prejudicar os direitos 
fundamentais do cidadão garantidos na Constituição Federal, como, por 
exemplo, a liberdade individual, a integridade física e moral, a intimidade, a 
vida privada e a inviolabilidade do domicílio. 
É necessário ressaltar, desde já, que o abuso de autoridade é um delito de 
atentado. 
“Mas, professor... O que isso quer dizer?” 
Bom, de uma maneira geral, quando um fato ilícito não se completa, dizemos 
que houve uma tentativa de praticar o crime, cuja conduta, é claro, tem pena 
menor que o crime consumado. 
O mesmo não se dá com os crimes descritos como abuso de autoridade, pois o 
simples ato de atentar contra os direitos e liberdades das pessoas já é 
suficiente para caracterizar a consumação do crime. 
Vamos começar a compreender melhor e esmiuçar estes conceitos! 
 
1.3 DISPOSIÇÕES LEGAIS 
 
1.3.1 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO CONTRA ABUSO DE 
AUTORIDADE 
 
A Lei dos Crimes de Abuso de Autoridade, Lei n°4.898/65, vem regular o 
direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa 
civil e penal nos casos de abuso de autoridade, ou seja, a violação à 
presente lei poderá acarretar responsabilidade nas três esferas 
(administrativa, civil e penal). Observe: 
 
Art.1°. O direito de representação e o processo de 
responsabilidade administrativa civil e penal, contra as 
autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem 
abusos, são regulados pela presente lei. 
 
“Mas quem pode representar contra abusos de autoridade?” 
 
Qualquer pessoa pode pleitear perante as autoridades competentes a 
punição dos responsáveis por abuso. Trata-se do direito de representação 
previsto na Constituição Federal nos seguintes termos: 
 
 
 
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Art.5° 
[...] 
XXXIV - O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. (grifei) 
 
“Como vai ser exercido esse direito de representação?” 
 
O artigo 2º da lei de Abuso de Autoridade disciplina o exercício do direito 
constitucional de representação. 
Assim, qualquer pessoa que for vítima de abuso de autoridade poderá, 
direta, pessoalmente e SEM A NECESSIDADE DE ADVOGADO, 
encaminhar sua delação à autoridade civil ou militar competente para a 
apuração e a responsabilização do agente. 
 
Art.2° O direito de representação será exercido por meio de 
petição. 
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para 
aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência 
para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. 
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e 
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, 
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o 
rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver. 
 
A representação deverá ser encaminhada para a autoridade superior, ou 
seja, para a autoridade que tiver competência para aplicar sanção ao 
indivíduo que cometeu o ato ilícito. 
Além disso, deve também ser encaminhada ao Ministério Público a fim de 
que as providências criminais sejam tomadas. 
 
1.3.1.1 REPRESENTAÇÃO - FORMALIDADES 
 
A lei exige uma série de formalidades para a confecção da representação. 
Segundo o dispositivo legal, será feita em duas vias, contendo os seguintes 
requisitos: 
1. EXPOSIÇÃO DO FATO COM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS; 
2. QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO; E 
3. ROL DE TESTEMUNHAS. 
 
 
 
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Bom, Caro (a) aluno (a), estamos falando constantemente em 
representação e, com certeza, você que já estudou ou tem ao menos uma 
noção de Processo Penal deve estar pensando: 
“Essa representação é necessária para que a correspondente ação penal 
seja iniciada, ou seja, estamos aqui tratando de delitos de ação penal 
pública condicionada ou incondicionada?” 
Pela leitura inicial do dispositivo, temos a nítida impressão de ser a 
representação condição objetiva de procedibilidade, tal qual ocorre nas 
ações penais públicas condicionadas. 
Mas a resposta para este questionamento é encontrada na Lei nº 5.249/67, 
que dispõe em seu artigo 1º: 
 
Art. 1º A falta de representação do ofendido, nos casos de abusos 
previstos na Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, na obsta a 
iniciativa ou o curso de ação pública. 
 
Assim, diante do supra exposto, fica claro que a ação é pública 
incondicionada, ou seja, pode ser iniciada pelo Ministério Público, 
independentemente da vontade da vítima do abuso. Para complementar, 
observe o julgado: 
 
Por fim, quanto às formalidades, do exposto, podemos resumir: 
DDAADDOOSS NNEECCEESSSSÁÁRRIIOOSS PPAARRAA PPEETTIIÇÇÃÃOO EEMM CCAASSOOSS DDEE AABBUUSSOO DDEE AAUUTTOORRIIDDAADDEE 
 
• A REPRESENTAÇÃO DEVERÁ SER EM DUAS VIAS; 
• EXPOSIÇÃO DO FATO CONSTITUTIVO DO ABUSO DE AUTORIDADE; 
• DETALHAMENTO DE TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS; 
• QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO; 
• ROL DE TESTEMUNHAS, NO MÁXIMO TRÊS, SE AS HOUVER. 
STJ, HC 59591/RN, DJ 15.08.2006 
Em se tratando de crime de abuso de autoridade Lei nº 4.898/65 - 
eventual falha na representação, ou mesmo sua falta, não obsta a 
instauração da ação penal. 
Art. 1º da Lei nº 5.249/67, que prevê, expressamente, não existir, 
quanto aos delitos de que trata, qualquer condição de procedibilidade 
(Precedentes do STF e do STJ) . 
 
 
 
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1.3.2 AUTORIDADE 
 
Caro (a) aluno (a), até agora falamos muito na palavra “AUTORIDADE”. 
Mas o que vem a ser, juridicamente, “autoridade”? 
Na conceituação legal, considera-se autoridade quem exerce cargo, 
emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
É necessário que a pessoa esteja no exercício da função pública, ainda que 
não perceba remuneração dos cofres públicos. Veja: 
 
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem 
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou 
militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. 
 
Através do conceito, podemos citar como “autoridades”: 
 
• OS TITULARES DE CARGOS PÚBLICOS; 
• O VEREADOR; 
• O GUARDA-CIVIL MUNICIPAL; 
• O SERVENTUÁRIO DA JUSTIÇA; 
• ETC. 
 
É importante citar que o conceito não abrange os que exercem múnus e não 
função pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos citar os seguintes agentes: 
MÚNUS PÚBLICO 
EXPRESSÃO USADA, SOBRETUDO NO MEIO JURÍDICO, PARA 
DESIGNAR UM CARGO PÚBLICO QUE, COMO REFERE O 
DICIONÁRIO AURÉLIO, IMPLICA ENCARGOS EM BENEFÍCIO 
DA SOCIEDADE. 
É O QUE PROCEDE DE AUTORIDADE PÚBLICA OU DA LEI E 
QUE OBRIGA O INDIVÍDUO A CERTOS ENCARGOS EM 
BENEFÍCIO DACOLETIVIDADE OU DA ORDEM SOCIAL. 
 
 
 
 
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• TUTORES; 
• DEPOSITÁRIO JUDICIAL; 
• SÍNDICOS DE MASSA FALIDA; 
• INVENTARIANTES JUDICIAIS 
• ETC. 
 
1.3.3 CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE 
 
Os crimes de abuso de autoridade encontram-se dispostos nos arts. 3° e 4° 
da lei nº 4.898/65. 
Esses crimes consumam-se com o atentado aos direitos e às garantias 
fundamentais previstos no art. 3º e por meio das ações ou omissões 
descritas pelo art. 4º, bastando o perigo de dano. 
O art. 3º dispõe que: 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do 
voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício 
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) 
 
Vamos analisar cada caso: 
 
 
 
 
 
 
 
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CCOONNSSTTIITTUUII 
AABBUUSSOO OO 
ATTENTAADO 
CONTRRA:: 
OOBBSSEERRVVAAÇÇÕÕEESS:: 
A LIBERDADE DE 
LOCOMOÇÃO 
 
De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, 
temos: 
 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos 
de transgressão militar ou crime propriamente 
militar, definidos em lei; 
 
Do exposto, retiramos que a regra no nosso país é a 
NÂO PRISÃO, sendo admitida, a privação nos casos de: 
 
• Prisão em flagrante; 
• Ordem Judicial; 
• Prisão administrativa do Militar. 
 
Assim, caro concurseiro, qualquer questão de prova 
que demonstre a privação de liberdade fora das 
possibilidades admitidas constituirá ABUSO DE 
AUTORIDADE. 
Observação: Existem alguns casos de detenção 
momentânea para a manutenção da ordem pública e o 
bem do cidadão, que não se configura como uma 
prisão. 
É o caso, por exemplo, de desordeiros sob efeito de 
álcool que são detidos para que passe o efeito da 
substância e se previna problemas à sociedade. 
A autoridade entra em contato com algum parente para 
comunicar o fato e o mantém em lugar seguro até que 
alguém venha buscá-lo. É claro que nesse caso não há 
nenhum abuso de autoridade por parte da autoridade 
que o deteve. 
 
 
 
 
 
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A INVIOLABILIDADE 
DE DOMICÍLIO 
 
De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, 
temos: 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial; 
 
Para alcançarmos o conceito de casa, recorremos ao 
Código Penal, que dispõe: 
 
Art.150 [...] 
§4°. A expressão “casa” compreende: 
I – qualquer compartimento habitado; 
II – aposento ocupado de habitação coletiva; 
III – compartimento não aberto ao público, onde 
alguém exerce profissão ou atividade. 
 
Assim, segundo a Constituição, podemos afirmar ser 
possível entrar na casa de outrem, sem ser considerado 
abuso de autoridade, nas seguintes hipóteses: 
 
• Consentimento do morador; 
• Flagrante delito; 
• Para prestar socorro; 
• No caso de desastre; e 
• Mediante mandado judicial (durante o dia). 
 
Portanto, segundo o que determina o parágrafo acima, 
a casa, o quarto e a pensão, o hotel ou o motel, o 
consultório de um médico, o atelier de um artista, o 
escritório de um advogado são alguns exemplos de 
locais que, caso violados fora das possibilidades 
definidas em lei, caracterizado estará o abuso de 
autoridade 
 
 
 
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O SIGILO DA 
CORRESPONDÊNCIA 
 
De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, 
temos: 
 
 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e 
das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, 
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a 
lei estabelecer para fins de investigação criminal 
ou instrução processual penal; 
 
Existem hipóteses nas quais esta regra pode ser 
excepcionada, como no caso dos que cumprem pena, 
cuja correspondência pode ser censurada pelo diretor 
do estabelecimento penal (STF). 
Observação: Quem violar o sigilo da comunicação 
telefônica não responderá por crime de abuso e sim 
pela Lei 9.296/96. 
A LIBERDADE DE 
CONSCIÊNCIA E DE 
CRENÇA / AO LIVRE 
EXERCÍCIO DO 
CULTO RELIGIOSO 
De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, 
temos: 
 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de 
crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
 
Obviamente que esta liberdade não atinge um grau 
absoluto, sendo excepcionada pela doutrina e pela 
jurisprudência, em situações tais como: 
• A proibição de eventos religiosos simultâneos que 
possam causar conflito entre seus integrantes. 
• A proibição ou restrição de manifestações 
religiosas contrárias à ordem pública, à moral e à 
tranqüilidade, como no caso de cultos com 
potentes alto-falantes que incomodem o entorno. 
 
• A designação/determinação pelas autoridades 
competentes do trajeto a ser feito por procissões 
religiosas. 
 
 
 
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A LIBERDADE DE 
ASSOCIAÇÃO 
De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, 
temos: 
 
XVIII - a criação de associações e, na forma da 
lei, a de cooperativas independem de autorização, 
sendo vedada a interferência estatal em seu 
funcionamento; 
 
Perceba que a Carta Magna não atribui restrições ao 
direito de associação, diferentemente do que faz com 
as cooperativas. 
Associar-se é unir-se para um determinado fim comum, 
com a liberdade excepcionada pela própria Constituição 
Federal no que diz respeito a associações de caráter 
paramilitar e associações com fins não lícitos. 
OS DIREITOS E AS 
GARANTIAS LEGAIS 
ASSEGURADOS AO 
EXERCÍCIO DO VOTO; 
 
Aqui não há muito o que se comentar, pois sabemos 
que o voto é um direito de todo cidadão e, qualquer 
violação a este direito, constituirá abuso de autoridade. 
O DIREITO DE 
REUNIÃO 
 
 
 
Dispõe o artigo 5º da Carta Magna: 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem 
armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que 
não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente;A reunião é a presença de várias pessoas em um local 
determinado para deliberações ou manifestações em 
conjunto, e pela Constituição Federal deverá ser 
realizada em locais abertos ao público e de modo 
pacífico, sem presença de armas. Não será considerado 
abuso de autoridade proibir: 
 
 
 
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• Reuniões com fins ilícitos 
• Reuniões com fins bélicos 
• Reuniões de membros armados 
• Reuniões em locais proibidos 
• Reuniões realizadas sem prévio aviso à 
autoridade. 
A INCOLUMIDADE 
FÍSICA DO INDIVÍDUO 
 
Ao falamos na incolumidade física do indivíduo, 
pensamos logo na violência como forma de violação a 
esse direito. 
No caso do abuso é cabível tanto a violência real, ou 
seja, as que causam lesões, (sejam elas leves ou 
graves) quanto a violência moral, isto é, aquela que 
não provoca danos externos visíveis, como a tortura 
psicológica ou o uso de substâncias do tipo do “soro da 
verdade”, gazes tóxicos etc. 
 
OS DIREITOS E AS 
GARANTIAS LEGAIS 
ASSEGURADOS AO 
EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL 
 
Sobre o tema, trata a Constituição: 
 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer; 
 
A Constituição garante ao indivíduo, desde que 
legalmente regulamentado para o exercício de sua 
profissão, o direito de exercê-la livremente. 
Qualquer impedimento nesse sentido será considerado 
um crime de abuso de autoridade. 
Como exemplos tirados da jurisprudência, temos o caso 
de um juiz de direito da comarca que baixou uma 
portaria impedindo advogado de ingressar no fórum, 
conduta de policial que proíbe ou dificulta a 
comunicação do advogado com seu cliente, e muitos 
outros casos. 
 
Continuando com a enumeração dos delitos, dispõe o artigo 4º da Lei de 
Abuso de Autoridade: 
 
 
 
 
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Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, 
sem as formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a 
prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção 
ilegal que lhe seja comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a 
prestar fiança, permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial 
carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, 
desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à 
espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de 
importância recebida a título de carceragem, custas, 
emolumentos ou de qualquer outra despesa; 
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou 
jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem 
competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de 
medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno 
ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela 
Lei nº 7.960, de 21/12/89) 
 
Segundo o entendimento majoritário, em caso de conflito aparente de 
normas, os tipos definidos no art. 4º prevalecem sobre os do art. 3º, pois 
são considerados mais específicos. Vamos analisar: 
 
CCONSTTITTUUII TAAMBBÉMM 
AABUUSO DE 
AUTORIDADDE 
OBSSERVAAÇÕES:: 
ORDENAR OU EXECUTAR 
MEDIDA PRIVATIVA DA 
LIBERDADE INDIVIDUAL, 
SEM AS FORMALIDADES 
LEGAIS OU COM ABUSO 
DE PODER 
Conforme comentários anteriores, qualquer prisão 
sem a devida observação das normas legais se 
constitui em uma prática de crime de abuso de 
autoridade. 
 
 
 
 
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SUBMETER PESSOA SOB 
SUA GUARDA OU 
CUSTÓDIA A VEXAME OU 
A CONSTRANGIMENTO 
NÃO AUTORIZADO EM LEI 
 
Qualquer tipo de constrangimento, humilhação ou 
restrição não autorizada em lei é considerado 
vexame e sua prática é punida como crime de 
abuso. 
Obrigar detento a dar entrevista à imprensa, 
colocar grilhões em preso ou mantê-lo em cela 
escura são alguns exemplos de condutas que 
podem caracterizar abuso de autoridade. 
Neste sentido, dispõe a Carta Magna em seu 
artigo 5º: 
 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à 
integridade física e moral; 
 
DEIXAR DE COMUNICAR, 
IMEDIATAMENTE, AO JUIZ 
COMPETENTE A PRISÃO 
OU DETENÇÃO DE 
QUALQUER PESSOA 
De acordo com o artigo 5º da Constituição 
Federal, temos: 
 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local 
onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família 
do preso ou à pessoa por ele indicada; 
 
Repare na expressão “imediatamente” usada na 
sanção acima. 
A comunicação é obrigação legal e deverá ser feita 
AO JUIZ logo após o término da lavratura do auto 
de prisão em flagrante. 
Atenção: Se logo após a prisão de um indivíduo 
sua família não for comunicada, imediatamente, a 
autoridade infringirá o crime da alínea “a”, que é o 
de não seguir as formalidades legais ao ordenar 
ou executar medida privativa da liberdade 
individual. 
 
DEIXAR O JUIZ DE 
ORDENAR O 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
OU DETENÇÃO ILEGAL 
QUE LHE SEJA 
Crime próprio praticado unicamente pelo juiz, que 
tem o dever constitucional de fazê-lo. Segundo a 
Constituição: 
 
 
 
 
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COMUNICADA. 
 
 
Art.5 
[...] 
LXV- A prisão ilegal será imediatamente 
relaxada pela autoridade judiciária. 
 
LEVAR À PRISÃO E NELA 
DETER QUEM QUER QUE 
SE PROPONHA A PRESTAR 
FIANÇA, PERMITIDA EM 
LEI. 
 
Segundo o art. 5º da CF, temos: 
 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela 
mantido quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança; 
 
Mas e se a autoridade não nega a fiança, mas 
a arbitra de maneira abusiva? 
Neste caso, será penalizado pelo crime tipificado 
na alínea “a”, já que não se pode dizer que, 
claramente, a autoridade negou a possibilidade de 
fiança. 
COBRAR O CARCEREIRO 
OU AGENTE DE 
AUTORIDADE POLICIAL 
CARCERAGEM, CUSTAS, 
EMOLUMENTOS OU 
QUALQUER OUTRA 
DESPESA, DESDE QUE A 
COBRANÇA NÃO TENHA 
APOIO EM LEI, QUER 
QUANTO À ESPÉCIE QUER 
QUANTO AO SEU VALOR. 
A cobrança de valores dos presos é indevida, 
caracterizando esta prática o abuso de autoridade. 
O ATO LESIVO DA HONRA 
OU DO PATRIMÔNIO DE 
PESSOA NATURAL OU 
JURÍDICA, QUANDO 
PRATICADO COM ABUSO 
OU DESVIO DE PODER OU 
SEM COMPETÊNCIA 
LEGAL. 
A aplicação arbitrária de multas, apreensão ilegal 
de veículo, despejo violento e humilhante e 
detenção ilícita de documentos pessoais são 
algumas das modalidades de realização da figura 
típica. 
PROLONGAR A EXECUÇÃO 
DE PRISÃO TEMPORÁRIA, 
DE PENA OU DE MEDIDA 
Essa alínea foi acrescentada em 1989 pela Lei 
7.960, que dispõe sobrea prisão temporária. 
Determina a lei que a prisão temporária só pode 
 
 
 
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DE SEGURANÇA, 
DEIXANDO DE EXPEDIR EM 
TEMPO OPORTUNO OU DE 
CUMPRIR IMEDIATAMENTE 
ORDEM DE LIBERDADE. 
 
 
 
 
 
 
ser decretada durante o inquérito policial e terá 
duração máxima de cinco dias, passível de uma 
prorrogação de igual período. 
A Lei que dispõe sobre a prisão temporária 
determina que, quando o prazo de cinco dias tiver 
terminado, cabe ao próprio delegado que preside o 
inquérito mandar expedir o alvará de soltura, caso 
não tenha sido decretada a prisão preventiva. 
Atente que este item não trata só de prisão 
temporária. O mesmo dispositivo vale também nos 
casos de prisão e de medida de segurança. 
No caso de término de cumprimento de pena, caso 
o juiz da execução não providencie a ordem e 
liberdade, vai incidir no crime de abuso. Da 
mesma forma incidirá o diretor da penitenciária, 
caso não execute e solte o preso, imediatamente, 
após recebimento da ordem de soltura. 
No caso de medida de segurança, a obrigação de 
soltar o preso será do diretor do estabelecimento, 
que deverá fazê-lo assim que receber a ordem 
judicial. 
 
Observação: Lembre-se de que nos crimes 
hediondos a prisão temporária é de 30 dias, 
com possível prorrogação de mais 30 dias 
(Lei 8.072/90). 
 
1.3.4 SANÇOES APLICADAS NO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE 
 
Até agora falamos dos muitos dos crimes, mas e as penalizações? Vamos 
começar a conhecê-las a partir de agora. 
As sanções aplicadas aos crimes de abuso de autoridade são determinadas 
em três esferas diferentes e autônomas, a civil, a administrativa e a penal. 
Sendo assim, fica claro que um indivíduo pode só sofrer uma sanção 
administrativa e não sofrer uma penal ou mesmo ter aplicada apenas uma 
penalização civil em determinado caso. 
Por esta razão, desde já é importante deixar claro que não se trata a Lei 
que dispõe sobre o Abuso de Autoridade de um diploma exclusivamente 
penal, mas predominantemente. Observe: 
 
Alguém 
pode me 
soltar? 
 
 
 
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PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Art.6° O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa civil e penal. 
 
1.3.4.1 SANÇOES ADMINISTRATIVAS 
 
As sanções administrativas estão dispostas no § 1º do art. 6° e serão 
aplicadas de acordo com a gravidade do abuso cometido. Veja: 
 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a 
gravidade do abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a 
cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
 
Podemos resumir: 
 
A) ADVERTÊNCIA��� A MAIS AMENA DAS SANÇÕES, MERAMENTE VERBAL. 
B) REPREENSÃO � DIFERE DA ADVERTÊNCIA POR SER FORMALIZADA POR 
ESCRITO. 
C) SUSPENSÃO DO CARGO ��� O AGENTE FICA PREJUDICADO EM RELAÇÃO AO 
VENCIMENTO E BENEFÍCIOS DURANTE O PERÍODO DE SUSPENSÃO. 
D) DESTITUIÇÃO DE FUNÇÃO (DE CONFIANÇA OU CARGO COMISSIONADO) ��� O 
AGENTE, CASO EFETIVO, PERMANEÇE INTEGRANDO OS QUADROS DA 
ADMINISTRAÇÃO. 
E) DEMISSÃO ��� SAÍDA COMPULSÓRIA DOS QUADROS DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA. 
F) DEMISSÃO A BEM DO SERVIÇO PÚBLICO ��� USADA NOS CASOS MAIS 
GRAVES, COMO CORRUPÇÃO, PECULATO ETC. 
 
 
1.3.4.2 SANÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
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Apresentada no art. 6°, §2°, a sanção civil não tem mais aplicabilidade 
“nos termos da lei”, pois este parágrafo determina que: 
 
Art. 6º 
[...] 
§2° A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, 
consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a 
dez mil cruzeiros. 
 
Esse parágrafo foi escrito há 44 anos e logicamente a moeda corrente 
não é mais o “cruzeiro”. 
Como não sabemos quanto significa o citado valor na moeda atual e a 
doutrina e jurisprudência entendem pelo não cabimento de correção 
monetária, não é possível o cálculo do valor para a imposição desta 
sanção. 
Atenção que isso não quer dizer que não há mais penalidades civis para 
o crime de abuso de autoridade. Hoje em dia, a vítima deverá ser levada 
ao juízo cível onde o dano sofrido será analisado e, caso cabível, 
mensurado monetariamente pelo Magistrado. 
 
1.3.4.3 SANÇÃO PENAL 
 
Agora, futuro (a) Policial Federal, atenção TOTAL!!! 
 
As possíveis sanções penais estão dispostas no §3° do art. 6°, tendo sua 
aplicação de acordo com as regras do Código Penal. 
 
Consistirão em: 
 
A) MULTA DE CEM A CINCO MIL CRUZEIROS, QUE PASSA A USAR O SISTEMA DO 
CÓDIGO PENAL DE DIAS-MULTA. (ARTS. 49 E SEGUINTES) 
B) DETENÇÃO DE 10 DIAS A 06 MESES; 
C) PERDA DO CARGO E INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE QUALQUER 
OUTRA FUNÇÃO PÚBLICA POR PRAZO DE ATÉ TRÊS ANOS. 
 
Atente para o fato de que não existe na Lei uma regra objetiva para as 
sanções penais, cabendo ao juiz analisar e escolher a pena que julgar 
justa ao crime. 
 
 
 
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Cabe ressaltar que, segundo a Lei, as penalizações podem ser aplicadas 
autônoma ou cumulativamente. 
Finalmente, o último parágrafo do art. 6° traz uma pena específica para 
autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, que tenha 
praticado o crime de abuso. 
Caso se confirme o crime, o agente não poderá exercer funções de 
natureza policial ou militar no município onde vinha prestando serviço, 
por um prazo de 01 a 05 anos. Observe: 
 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade 
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser 
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o 
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no 
município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
 
1.3.4.4 REPERCUSSÃO DA SENTENÇA PENAL 
 
A regra diz que cada instância deve seguir o procedimento que lhe é 
peculiar, porem é correto afirmar que há interação entre as esferas 
Penal, Civil e Administrativa. 
Primeiramente, para a análise dos efeitos, há de se notar que a sentença 
penal condenatória pode determinar a condenação criminal do servidor, 
ou, a sua absolvição, que pode se fundamentar em três situações 
distintas: 
 
A) NEGATIVA DE AUTORIA OU DO FATO, 
B) AUSÊNCIA DE CULPABILIDADE PENAL; 
C) AUSÊNCIA DE PROVAS. 
 
Assim, conforme ensina o professor Hely Lopes Meirelles, "Direito 
Administrativo Brasileiro", tem-se quatro hipóteses a serem analisadas. 
São elas: 
A primeira, que trata da condenação penal, produz efeitos diretos em 
relação ao processo administrativo, fazendo coisa julgada relativamente 
à culpa do agente, sujeitando-o à reparação do dano e às punições 
administrativas. 
Na segunda hipótese, qual seja de absolvição por negativa da autoria ou 
do fato, a sentença criminal também produz efeitos na esfera 
administrativa e civil, eis que impede a responsabilização ao funcionário.Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 
 
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Quanto à terceira hipótese - absolvição ou ausência de culpabilidade 
penal - a absolvição criminal não produz efeito algum nos âmbitos civis e 
administrativos, sendo que a Administração poderá ajuizar ação de 
regresso de indenização e condená-lo à infração disciplinar 
administrativa, já que houve apenas a declaração de não existência de 
ilícito penal, o que não afasta a punição civil e administrativa. 
Por fim, na quarta hipótese, a absolvição criminal também não produz 
qualquer efeito no juízo cível e administrativo, já que a insuficiência de 
prova da ação penal não impede que se comprovem a culpa 
administrativa e a civil 
Tal entendimento está há tempos consolidado na súmula 18 do STF nos 
seguintes termos: 
 
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo 
criminal, é admissível a punição administrativa do servidor 
público. 
 
1.3.5 PROCEDIMENTOS NOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE 
 
Trataremos neste tópico do procedimento Administrativo, Civil e Penal 
quando do cometimento de uma afronta a dispositivo da lei nº 4.898/65. 
 
1.3.5.1 PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
Recebida a representação, a autoridade competente irá baixar portaria 
determinando a instauração de inquérito ou sindicância para apurar o 
fato. 
Neste momento, será nomeada comissão que determinará a citação do 
agente e aguardará a apresentação de defesa prévia. 
 
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a 
aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou 
militar competente determinará a instauração de inquérito 
para apurar o fato. 
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas 
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis 
ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. 
 
O procedimento administrativo, por ser independente, não deverá ser 
interrompido a fim de aguardar decisão judicial penal. 
 
 
 
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§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado 
para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
 
A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade 
infratora. 
 
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da 
autoridade civil ou militar. 
 
1.3.5.2 PROCESSO CIVIL 
 
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de 
Processo Civil. 
 
Caro aluno, como não cai Processo Civil na sua prova, não se preocupe 
com esse item. 
 
1.3.5.3 PROCESSO PENAL 
 
Regra geral, aos delitos relacionados na lei de abuso de autoridade, é 
aplicável o procedimento sumaríssimo, cabível para os crimes de 
menor potencial ofensivo. 
Nos termos da lei nº 9.099/95: 
 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial 
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os 
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) 
anos, cumulada ou não com multa. 
“Mas, professor... Eu tenho que ter conhecimento do rito sumaríssimo 
previsto na citada lei?” 
 
A resposta é negativa, pois tal assunto não é exigido nas provas para a 
Polícia Federal. 
 
Ocorre, todavia, que em alguns casos o procedimento sumaríssimo não 
pode ser aplicado por expressa determinação legal. Isto ocorre em 
situações, tais como: 
 
 
 
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1. Quando o acusado não for encontrado para ser citado, 
hipótese em que o Juiz enviará as peças existentes ao Juízo 
comum para adoção do procedimento previsto em lei. 
2. Se a complexidade da causa não permitir denúncia, o MP 
poderá requerer ao juiz o encaminhamento das peças 
existentes ao juízo comum. 
 
Para estes casos de não cabimento do rito sumaríssimo será aplicado o 
procedimento definido na Lei de Abuso de Autoridade, e, para a sua 
PROVA, é com relação a este rito que você deve ter atenção, ok? 
De acordo com a lei nº 4.898/65 o processo penal desenvolve-se da 
seguinte forma: 
 
1. Recebidos os autos do inquérito ou informações que embasem uma 
denúncia do Ministério Público (o inquérito não é obrigatório), esta 
será oferecida independentemente de representação da vítima 
(ação penal pública incondicionada). 
 
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente 
de inquérito policial ou justificação por denúncia do 
Ministério Público, instruída com a representação da 
vítima do abuso 
. 
2. A denúncia deverá ser feita em duas vias no prazo de 48 horas do 
recebimento da documentação supracitada. 
 
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a 
representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e 
oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado 
constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua 
citação, e, bem assim, a designação de audiência de 
instrução e julgamento. 
 
3. Mas e se o Ministério Público, por inércia, não oferecer denúncia no 
prazo correto? 
Neste caso, assim como ocorre no processo penal tradicional, 
caberá a chamada ação penal privada subsidiária da pública, na 
qual a vítima assume TEMPORARIAMENTE a titularidade da ação, 
cabendo ao Ministério Público retomá-la a qualquer tempo. 
 
 
 
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Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a 
denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação 
privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, 
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia 
substitutiva e intervir em todos os termos do processo, 
interpor recursos e, a todo tempo, no caso de 
negligência do querelante, retomar a ação como parte 
principal. 
 
4. Agora uma regra que vai “doer” para quem já estudou Processo 
Penal: 
Se o crime deixar vestígios, NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROVA 
PERICIAL, PODENDO ESTA SER SUPRIDA PELO DEPOIMENTO DE 
DUAS TESTEMUNHAS. 
 
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de 
autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o 
acusado poderá: 
a) promover a comprovação da existência de tais 
vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas; 
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da 
audiência de instrução e julgamento, a designação de 
um perito para fazer as verificações necessárias. 
 
5. O perito ou as testemunhas elaborarão um relatório que poderão 
apresentar em juízo verbalmente ou por escrito. 
 
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e 
prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o 
apresentarão por escrito, querendo, na audiência de 
instrução e julgamento. 
 
6. Após recebidos os autos, o Magistrado terá um prazo de 48 
HORAS para receber ou rejeitar a denúncia. 
7. Caso receba, designará dia e hora para a audiência de instrução e 
julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente, dentro 
de cinco dias. Além disso, o réu será citado. 
 
 
 
 
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PROFESSOR PEDRO IVOArt. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de 
quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou 
rejeitando a denúncia. 
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz 
designará, desde logo, dia e hora para a audiência de 
instrução e julgamento, que deverá ser realizada, 
improrrogavelmente dentro de cinco dias. 
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até 
julgamento final e para comparecer à audiência de 
instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto 
que, será acompanhado da segunda via da 
representação e da denúncia. 
 
8. Aberta a audiência, o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do 
réu, se estiver presente. Ouvidos o perito e, em seguida, as 
testemunhas de acusação e defesa, o juiz dará palavra, 
sucessivamente, ao Ministério Público e ao defensor do acusado, 
para os debates, pelo prazo de 15 minutos, prorrogáveis por mais 
10 para cada um. 
 
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o 
interrogatório do réu, se estiver presente. 
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu 
advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para 
funcionar na audiência e nos ulteriores termos do 
processo. 
 
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o 
Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público 
ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao 
advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze 
minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a 
critério do Juiz. 
 
9. Encerrados os debates, o Magistrado proferirá imediatamente a 
sentença. 
 
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá 
imediatamente a sentença. 
 
 
 
 
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Tratamos até aqui da situação em que a denúncia é feita. Mas e se o 
Ministério Público entender pelo arquivamento da representação? Pode 
ele arquivar diretamente? 
Tal qual ocorre no processo penal tradicional, a resposta é negativa, pois 
neste caso cabe aplicabilidade do art. 15, que dispõe: 
 
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de 
apresentar a denúncia requerer o arquivamento da 
representação, o Juiz, no caso de considerar 
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da 
representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a 
denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público 
para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só 
então deverá o Juiz atender. 
 
Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO 
PÚBLICO 
JUIZ 
Oferecer denúncia 
Solicitar 
arquivamento 
ARQUIVAMENTO 
PROCURADOR 
GERAL 
Determinar ou 
oferecer a denúncia 
DDeetteerrmmiinnaarr ao Juiz 
o arquivamento 
SIM 
NÃO 
 
 
 
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1.3.6 USO DE ALGEMAS 
 
A possibilidade do uso de algemas sempre foi assunto controverso em nosso 
país. 
Que podia ser utilizada em algumas situações, ninguém discordava, mas 
quando o uso seria tipificado como abuso de autoridade? 
Devido à falta de um disciplinamento claro, situações problemáticas 
começaram a ocorrer, como em 07 de agosto de 2008, quando o uso de 
algemas durante um Júri Popular em São Paulo gerou a anulação da 
condenação de um indivíduo. Anulação essa proferida pelo STF. 
A fim de acabar com estes problemas e disciplinar claramente o assunto, o 
Supremo Tribunal Federal, através da súmula vinculante nº11, proposta em 
sessão realizada em 13.08.08 no STF, impôs o seguinte regramento quanto 
ao uso de algemas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
******************************************************** 
 
Passemos, agora, ao último tema de nossa aula! 
 
******************************************************** 
 
 
 
 
 
 
SÓ ÉÉ LÍCCIITOO NOO CAASSO DE RESSIISSTTÊNCCIA E DDE FFUNNDADDOO 
RECEIO DE FUUGA OU DDE PPEERIIGGOO À IINNTTEGRRIDADDEE FFÍSICA 
PRÓPPRRIIA OUU ALHHEIA, PPOR PARTE DDO PRESO OU DDEE 
TERRCEIROS,, JJUSSTIFIICCAADA AA EXXCEPCCIONAALLIDAADDE POOR 
EESSCCRRIITTOO,, SSOOBB PPEENNAA DDEE RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEE DDIISSCCIIPPLLIINNAARR 
CCIIVVIILL EE PPEENNAALL DDOO AAGGEENNTTEE OOUU DDAA AAUUTTOORRIIDDAADDEE,, EE DDEE 
NNUULLIIDDAADDEE DDAA PPRRIISSÃÃOO OOUU DDOO AATTOO PPRROOCCEESSSSUUAALL AA QQUUEE SSEE 
RREEFFEERREE,, SSEEMM PPRREEJJUUÍÍZZOO DDAA RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEE CCIIVVIILL DDOO 
ESTTAADDO.. 
 
 
 
 
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CRIMES DE TORTURA - (LEI Nº. 9.455/97) 
 
1.1 TORTURA – CONCEITOS GERAIS 
 
O primeiro ponto para a correta compreensão da lei nº. 9.455/97 é o 
conhecimento de que ela define regras especiais sobre o crime de tortura, 
estando, entretanto, vinculada às seguintes normas definidas pela Constituição 
Federal: 
Art. 5º - [...]. 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante; [...]. 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
 1.1.1 CONCEITO 
 
Mas o que quer dizer a palavra tortura? É simplesmente o castigo corporal? 
A resposta é negativa. Podemos afirmar que tortura é a imposição de dor 
física ou psicológica por crueldade, intimidação, punição, para obtenção de 
uma confissão, informação ou simplesmente por prazer da pessoa que 
tortura. 
 
 1.1.2 CARACTERÍSTICAS 
 
Conforme os supracitados incisos do art. 5º da Carta Magna, podemos listar 
as seguintes características para o crime de tortura: 
O CRIME DE TORTURA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• É INAFIANÇÁVEL; 
 
• É INSUSCETÍVEL DE GRAÇA OU ANISTIA (EXCLUDENTES DE PUNIBILIDADE); 
 
• É PRESCRITÍVEL, POIS APENAS O RACISMO E AS AÇÕES DE GRUPOS 
ARMADOS, CIVIS OU MILITARES, CONTRA A ORDEM CONSTITUCIONAL E O 
ESTADO DEMOCRÁTICO SÃO IMPRESCRITÍVEIS (ART. 5º, XLII E XLIV). 
 
 
 
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Observe interessante e recente julgado: 
 
1.2 TORTURA – ANÁLISE LEGAL 
 
 1.2.1 DEFINIÇÕES 
 
Até 1997 não tínhamos no Brasil nenhuma lei específica sobre o assunto 
tortura. Ela já estava contemplada no art. 233 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, porém, de forma totalmente aberta. Observe: 
 
Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua 
autoridade, guarda ou vigilância a tortura. (Revogado) 
 
A chamada lei da tortura trouxe muitas novidades para nosso ordenamento 
jurídico (definição de crimes, regulação de aspectos processuais etc.) e 
veio, em síntese, suprir omissão indesculpável do legislador brasileiro. 
A lei nº. 9.455/97 define logo em seu art. 1º o que, efetivamente, constitui 
crime de tortura. Observe: 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura:I - constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
STF, HC 102.294/PA, DJ 03.05.2010 
 
A proibição de liberdade provisória, nos casos de crimes hediondos e equiparados, 
decorre da própria inafiançabilidade imposta pela Constituição da República à 
legislação ordinária (Constituição da República, art. 5º, inc. XLIII). 
O art. 2º, inc. II, da Lei n. 8.072/90 atendeu o comando constitucional, ao 
considerar inafiançáveis os crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos. Inconstitucional 
seria a legislação ordinária se dispusesse diversamente, tendo como afiançáveis 
delitos que a Constituição da República determina sejam inafiançáveis. (grifei) 
 
 
 
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II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento 
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
Vamos analisar os delitos definidos na lei começando com o primeiro inciso 
do supracitado artigo. 
A conduta tipificada no inciso I apresenta três figuras penais 
caracterizadoras da tortura que podem ser definidas da seguinte forma: 
 
• TORTURA-PROVA ou TORTURA-PERSECUTÓRIA � Definida 
na alínea “a” do inciso “I”: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima ou de terceira pessoa; 
 
Exemplo: Imaginemos que Tício mediante tortura visa obter a 
confissão de Caio sobre um determinado delito. Neste caso 
estaremos diante da TORTURA-PROVA. 
 
• TORTURA-CRIME ou TORTURA PARA A PRÁTICA DE CRIME 
� Descrita na alínea “b” do inciso “I”: 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
 
Exemplo: Caio, chefe de quadrilha, tortura Mévio para que este 
cometa determinado crime. 
 
• TORTURA-RACISMO ou TORTURA-DISCRIMINATÓRIA � 
Definida na alínea “c” do inciso “I”, trata da tortura em razão de 
discriminação racial ou religiosa: 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
 
Assim, caro concurseiro, imagine que Mévio tortura Caio pelo 
fato de ele ser homossexual. Neste caso teremos a TORTURA-
DISCRIMINATÓRIA??? 
É claro que não, pois neste exemplo estamos tratando de 
discriminação SEXUAL e não em virtude de raça ou religião. 
MUITA ATENÇÃO com o texto legal!!! 
 
 
 
 
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Cabe ressaltar que é elementar do tipo presente no inciso I a expressão 
“violência ou grave ameaça”, ou seja, nas três figuras acima apresentadas, 
para a consumação do delito, deve ser empregada a violência ou grave 
ameaça com uma das três finalidades citadas. (Também, tortura sem 
violência ou grave ameaça é complicado, concorda?) 
Para finalizar, não raro o CESPE apresenta questões associando o crime de 
tortura a determinados institutos do Código Penal. Assim, vamos 
esquematizar o assunto: 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO 
INCISO I 
DICIONÁRIO DO 
CONCURSEIRO 
- São admitidas a tentativa e a desistência 
voluntária; 
 
 
 
- Trata-se de crime comum, pois tanto o 
sujeito ativo como o sujeito passivo 
podem ser qualquer pessoa; 
 
- Não é admitido o arrependimento eficaz, 
pois não tem como desfazer o sofrimento 
físico ou mental; 
 
 
- É um crime material, pois o crime só se 
consuma quando ocorrer o resultado 
(sofrimento físico ou mental); 
 
- Não é admitido o arrependimento 
posterior, pois existe o emprego de 
violência ou grave ameaça à pessoa; 
 
 
- O elemento subjetivo é o dolo com uma 
das três finalidades citadas; e 
 
- A ação penal é pública e incondicionada. 
A desistência voluntária é 
um instituto do Direito Penal 
através do qual é atribuída 
penalização menos severa ao 
agente que embora tenha 
iniciado a execução de um 
ilícito, não o leva adiante, 
desistindo da realização típica. 
 
No direito penal brasileiro, 
arrependimento eficaz, ou 
arrepen-dimento ativo, é a ação 
efetuada pelo autor de crime que 
impede que o crime, já 
consumado, tenha efeitos. 
Ocorre quando o agente já 
realizou todos os atos previstos 
para a consumação do crime, 
arrependendo-se posterior-mente 
e assim evitando o resultado do 
crime. 
 
 
O arrependimento posterior 
está preceituado no art. 16 do 
Código Penal e é possível nos 
crimes praticados sem violência 
ou grave ameaça contra pessoa, 
desde que o agente 
voluntariamente, repare o dano 
ou restitua a coisa, antes do 
recebimento da denúncia ou da 
queixa 
 
 
 
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PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 A partir de agora, começaremos a tratar do inciso II, do art. 1º, o qual 
define como crime de tortura o ato de submeter alguém, sob sua guarda, 
poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso 
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
Esta figura penal caracterizadora do crime de tortura é chamada pela 
doutrina de TORTURA-CASTIGO, TORTURA-ABUSO ou TORTURA-
MAUS-TRATOS. 
Podemos relacionar as seguintes características referentes ao citado texto 
legal: 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO INCISO II 
- Trata-se de crime próprio em relação ao sujeito ativo (somente pode ser 
cometido por quem possui autoridade, guarda ou poder sobre a vítima) e, 
também, próprio em relação ao sujeito passivo (somente pode ser 
cometido contra quem está sujeito a autoridade, guarda ou poder do 
sujeito ativo); 
 
- É um crime material, pois o crime só se consuma quando ocorrer o 
resultado (intenso sofrimento físico ou mental); 
 
- São admitidas a tentativa e a desistência voluntária; 
 
- Não é admitido o arrependimento eficaz, pois não tem como desfazer o 
intenso sofrimento físico ou mental; 
 
- Não é admitido o arrependimento posterior, pois existe o emprego de 
violência ou grave ameaça à pessoa; 
 
- O elemento subjetivo é o dolo com a finalidade específica de aplicar um 
castigo pessoal ou uma medida de caráter preventivo; e 
 
- A ação penal é pública e incondicionada. 
 
Finalizando essa parte referente a condutas típicas definidas no art. 1º, o 
parágrafo 1º define que: 
 
 
 
 
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§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou 
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, 
por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não 
resultante de medida legal. 
 
Esta situação acima apresentada é chamada pela doutrina de TORTURA DO 
PRESO OU TORTURA DE PESSOA SUJEITA À MEDIDA DE SEGURANÇA e 
reforça os dispositivos existentes no Art. 4º, “b” da Lei de Abuso de 
Autoridade (Lei nº. 4.898/65) e no artigo 5º, XLIX da Carta Magna, 
reproduzidos abaixo: 
 
Art. 4º [...] 
b) Constitui também

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