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SOBRE OS PROCESSOS DE REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E DE REDEFINIÇÃO DA CENTRALIDADE EM RESENDE – RJ

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SOBRE OS PROCESSOS DE REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E DE REDEFINIÇÃO
DA CENTRALIDADE EM RESENDE – RJ
Gabrielle Ramalho de Magalhães
gabrielleramalho@ig.com.br
Universidade Federal do Rio de Janeiro
INTRODUÇÃO
A Região do Médio Vale do Paraíba Fluminense e, mais especificamente, os municípios
de Resende e Porto Real, tem sofrido significativas transformações decorridas de um processo de
reestruturação produtiva desencadeado por transferências industriais ocorridas a partir da década
de 1990. Através da instalação de indústrias automotivas com plantas modernas e bastante
automatizadas, sob um modelo de produção pós-fordista, tais como a Volkswagen Caminhões e
Ônibus, em 1996 (Resende) e a PSA Peugeot-Citröen, em 2001 (Porto Real) uma nova forma
de se produzir e, assim, uma nova lógica de produção do espaço se estabelece. Nela estão
inseridos novos atores econômicos, novas práticas e formas de atuação, novos interesses, novos
fluxos de pessoas, capitais, mercadorias etc., iniciando um processo, que por um lado significa
transformações na rede urbana local e em suas cidades, e por outro, evidencia a modificação da
rede urbana brasileira, com novo padrão locacional e novas estratégias empresariais. Nesse
sentido, a discussão sobre centro e centralidade urbana em Resende adquire novos níveis e
dimensões.
Seguindo este viés, o presente trabalho tem por objetivo discutir as novas lógicas de
interação espacial entre Resende e as cidades de Volta Redonda, Barra Mansa, Porto Real e
Itatiaia, analisando como isso reflete e influencia o início de um processo de redefinição da
centralidade em e de Resende. Acreditamos que este esforço reflexivo seja de fundamental
importância para compreender não só as mudanças ocorridas na cidade, mas também, a
redefinição de suas relações junto à rede urbana brasileira. Assim, partimos do pressuposto de
que está se realizando um processo de estruturação de novas lógicas de interações espaciais entre
Resende e as demais cidades da região do médio vale do Paraíba do Sul, na ampliação da
complexidade da divisão territorial do trabalho regional e na aceleração de processos de
aglomeração urbana. 
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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Considerando a amplitude da temática, optamos por um enfoque mais específico que
utiliza como base metodológica e vetor de análise as atividades de comércio e serviços,
especialmente, lojas de departamento de redes nacionais e regionais, equipamentos de saúde e
educação, relacionados ao consumo produtivo, shopping centers, hipermercados, serviços
relacionados ao consumo produtivo industrial e rede hoteleira.
Realizamos, então, a caracterização e mapeamento das atividades econômicas da área
central e adjacências de Resende, buscando analisar a diversidade, concentração e complexidade
de tais atividades como meio de compreensão de sua estruturação urbana e regional; aplicação
de enquetes com transeuntes no CBD de Resende e nas demais cidades em questão, visando à
apreensão da nova dinâmica de fluxos e caracterização do perfil socioeconômico e origem
espacial; pesquisa em fontes secundárias, além da sistematização dos dados obtidos a fim de se
implementar uma análise de acordo com a bibliografia pertinente à temática. Para tanto, teremos
como conceitos a serem discutidos na pesquisa: Rede Urbana, Aglomeração urbana e
Megalópole.
CENTRALIDADE EM RESENDE
A análise de redefinição da centralidade passa necessariamente pela compreensão do
centro. Segundo Sposito (1991), o centro constitui-se por um processo de convergência de
elementos aglutinadores que demandam a concentração de fatores fundamentais (comércio,
serviços, gestão pública e privada, lazer e valores materiais e simbólicos) para a manutenção da
sociedade em um espaço determinado. Ele é o nó do sistema de circulação. Já a centralidade é a
forma pela qual o centro se expressa sendo desvelada pelo que se movimenta no
território.Seguindo este viés, realizamos um mapeamento das atividades econômicas de algumas
áreas da cidade, com o intuito de caracterizar o centro principal e identificar a possível formação
de subcentros ou áreas com especialização em núcleos secundários. 
Através dos Mapas produzidos identificamos um centro único e monopolizador, no qual
estão concentradas a maioria das atividades comerciais e de serviços; com baixa diversidade e
sofisticação, em oposição à alta concentração dessas atividades; um comércio pouco expressivo
e serviços de baixa complexidade; além da ausência de subcentros e eixos especializados,
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portanto, uma cidade de estruturação monocêntrica e de padrão simplificado, porém, com
indícios de algumas alterações em decorrência da ação dos novos agentes introduzidos nos anos
de 1990, como o caso dos empreendimentos residenciais em edificação, co número superior a
mil unidades habitacionais, com a ação de construtoras como Gafisa, RJZ Cirella e Ecosfera, com
valores que alcançam R$ 800.000,00.
O que vem ocorrendo, acreditamos, é uma expansão do centro em direção ao setor oeste
da cidade, porém, em ritmo lento. Tal expansão teve início na década de 1980, com a construção
do Shopping Resende na margem sul do Rio Paraíba do Sul. Atualmente, após as instalações
industriais dos anos de 1990, o que se verifica é uma reafirmação deste processo, porém, com
novas nuances, sobretudo, quando analisamos os novos padrões de consumo e de produção
residencial.
Na tentativa de apreender a dinâmica dos fluxos na cidade e compreender sua estrutura
urbana e regional, realizamos também a aplicação de 100 enquetes que propiciaram a análise do
perfil e local de origem dos frequentadores do centro principal. Tais enquetes, trazem questões
referentes à cidade de residência; renda média familiar; bens e serviços que normalmente buscam
em tal centro; frequência com que as pessoas procuram tal centro; meio de transporte utilizado
etc. Ressaltamos que as enquetes são exploratórias e qualitativas, sem pretensões estatísticas,
porém, com uma tabulação que possibilite a compreensão das tendências e perfis
socioeconômicos e espaciais. Entre os resultados obtidos, encontramos dados que revelam a
forma pela qual a centralidade se expressa.
Quadro 1. Resende. Índice de Escolaridade
dos frequentadores do Centro Principal – 2009
Quadro 2. Resende. Renda Familiar Média
dos frequentadores do Centro Principal – 2009
% %
Analfabetos 1 Sem rendimentos 9
Ensino fundamental incompleo 22 Até 3 salários mínimos 48
Ensino fundamental completo 5 Até 5 salários mínimos 32
Ensino médio incompleto 16 De 6 a 10 salários mínimos 10
Ensino médio completo 40 De 11 a 5 salários mínimos 0
Ensino superior incompleto 7 De 16 a 20 salários mínimos 0
Fonte: Pesquisa de campo, 2008-2009.
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Ensino superior completo ou mais 9 Acima de 20 salários mínimos 1
Universo Amostral: 100 enquetes Universo Amostral: 100 enquetes
Fonte: Pesquisa de campo
Observando os Quadros 1 e 2, nota-se que o maior percentual é o de pessoas com
escolaridades que variam do ensino fundamental ao o ensino médio completo e com rendimento
familiar de até cinco salários mínimos. Estes dados revelam um perfil sócio-econômico de nível
popular, indicando que as pessoas com maior poder aquisitivo residentes em Resende,
consomem fora da cidade. Não há, portanto, demanda para o comércio de produtos mais
sofisticados e serviços de alta complexidade, ou seja, segundo a teoria dos lugares centrais
(CHRISTALLER, 1933), não há alcance espacial mínimo suficiente para estas atividades em
Resende. 
No Quadro 3 encontramos elementos que corroboram com os resultados acima, além de
sinais da expressão da centralidade de Resende em relação as demais cidades do Médio Vale do
Paraíbado Sul. Verificamos que a maior parte dos frequentadores moram em Resende e, dentre
eles, a maioria reside em bairros populares, no caso: Cidade Alegia, Nova Alegria, Paraíso,
Surubi, Itapuca, Jardim Beira Rio, São Caetano e Santo Amaro. Dos que residem em outros
municípios, a grande maioria (90%), procede de Itatiaia ou Porto Real, municípios limítrofes que
já foram distritos de Resende e possuem densidade urbana muito insipiente. Dessa maneira, a
cidade de Resende não seria configurada como um Centro Regional (Rochefort, 1961).
Entretanto, quando se trata da produção industrial e do consumo produtivo industrial, a
cidade se comporta de maneira bem diferente. Ao analisarmos a rede hoteleira, verificamos que
os cinco principais hotéis da cidade se mantém em função do turismo de negócios. Todos eles
possuem salas de conferência, internet sem fio nos quartos, funcionários preparados para atender
hóspedes de origem nacional e internacional, entre outros serviços. Somente no ano de 2003, o
número de leitos passou de 400 para 900 unidades – com a construção de três novos hotéis.
Todos em busca do turismo de negócios, muito aquecido na ocasião da instalação da fábrica da
PSA Peugeot-Citröen, em 2001. Recentemente, espera-se novo aquecimento no setor com a
construção da fábrica da Votorantin Metais e da Usina de Barra Mansa.
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Através do Quadro 4, montado com base em entrevistas realizadas com empresas de
consultoria em recursos humanos, é possível perceber que tais atuam no ramo industrial e são
contemporâneas ao surgimento do pólo industrial. A MSX, que tem como cliente exclusiva a
Volkswagen, se instalou na cidade um ano antes da montadora, atuando justamente, na
contratação de seus futuros funcionários. Além disso, trata-se de empresas que atuam nacional e
internacionalmente e seus capitais não são de origem local. 
Descobrimos, também, que ainda na atualidade, após treze anos do início do processo de
instalação de tais indústrias na região, a maioria dos funcionários de nível superior, ainda são
oriundos da capital paulista ou da região do ABC Paulista. 
Quadro 4. Resende. Empresas de Consultoria em Recursos Humanos - 2009
NO ME
ANO DE
INSTALAÇÃO
SEDE FILIAIS
EMPRESAS
CLIENTES*
RAMO DE
ATUAÇÃO
ET T Frist Assessoria
Empresarial
1997 Rio de Janeiro Resende (RJ)/ Salvador (BA) Peugeot Industrial
MSX Internacional do
Brasil
1995 EUA*/ São Paulo
Resende (RJ)/ T atuí, T aubaté e
São Bernardo (SP)/ Camaçari
(BA)
Volkswagen** Industrial
Seres Consultoria
Empresarial
1995 Rio de Janeiro Resende (RJ)/ São Paulo (SP) Xerox Industrial
Racing Group 1999 Curit iba Resende (RJ)/ São Bernardo (SP) Volkswagen** Industrial
*Principal empresa contratante. ** Cliente exclusiva.
Fonte: Pesquisa de Campo. 2009.
Entre outros aspectos, este dado indica, sobretudo, uma redefinição na dinâmica de fluxos
e revela um hiato entre os serviços voltados para a população da cidade e aqueles direcionados à
indústria e ao consumo produtivo. O resultado disso é, aparentemente, uma contradição: Resende
enquanto pólo industrial se destaca regionalmente como importante nó de produção e distribuição
de bens e serviços industriais, enquanto que para o consumidor final, a cidade possui uma
centralidade pouco expressiva e não se destaca enquanto centro regional.
A CENTRALIDADE DE RESENDE: INTERAÇÕES ESPACIAIS NA REDE URBANA
REGIONAL
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Com base nesta hipótese, gerada a partir dos resultados apresentados, e considerando
que a centralidade não se define apenas no nível intra-urbano, mas na articulação de diferentes
níveis e escalas, demos continuidade à pesquisa estendendo a análise às demais cidades da região
do Médio Vale do Paraíba do Sul, investigando as novas lógicas de interação espacial entre
Resende e as demais cidades da região, em especial Volta Redonda, Barra Mansa, Porto Real e
Itatiaia. Entretanto, como tal articulação de escalas pode ser analisada?
Considerando que o enfoque principal do trabalho está, justamente na discussão das
expressões de centralidade, optou-se por priorizar a questão das interações espaciais, utilizando
uma metodologia que permeasse essas duas temáticas. Através da leitura de autores que
trataram do assunto [Corrêa (1997), Raffestin (1993), Silva (2006), Souza (2005), Sposito
(1991)] entendemos que a centralidade não é material e se expressa por fluxos de toda espécie
(telefônicos, rodoviários, migratórios pendulares, importações e exportações etc.). Um destes
fluxos é o deslocamento de pessoas aos centros de compras e serviços e, portanto, nossa
metodologia está baseada em mecanismos que ajudem a compreender esses deslocamentos em
toda sua complexidade.
Sendo assim, as enquetes, já citadas anteriormente também foram aplicadas nas cidades
de Itatiaia, Porto Real e Barra Mansa. Após a sistematização dos dados alguns resultados se
destacam, apontando uma direção para análise. Entre eles, notou-se uma polarização de bens e
serviços em Volta Redonda e Barra Mansa, no que se refere ao consumidor final, porém, uma
centralidade significativa com relação ao consumo produtivo para Resende. Isso indica,
sobretudo, uma especialização funcional entre as cidades da região. Resende pode ser
considerada um centro de função industrial, enquanto Volta Redonda/ Barra Mansa, centros de
comercialização.
Tal indicativo é reafirmado quando se verifica a origem espacial dos frequentadores dos
CBD’s dessas cidades. Detectou-se em Barra Mansa, uma origem espacial mais variada do que
nos municípios de Resende e Itatiaia. No caso de Resende, dos que residem em outros
municípios, a grande maioria (90%), procedem de Itatiaia ou Porto Real, municípios limítrofes que
já foram distritos de Resende e possuem densidade urbana muito insipiente. Dessa maneira, a
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cidade de Resende não seria configurada como um Centro Regional (ROCHEFORT, 1961). Tal
análise, pode ser melhor verificada com a publicação da pesquisa do REGIC/IBGE (2009).
Com relação ao meio de transporte utilizado, encontrou-se em Itatiaia, Resende e Porto
Real os consumidores são pedestres, o que demonstra a característica de um comércio de
vizinhança, com menor diversidade e complexidade, conforme já identificado no levantamento das
atividades funcionais. Isso se confirma, também, ao analisarmos o motivo principal pelo qual os
entrevistados preferem adquirir bens e serviços naquele local. Os resultados indicam que em
Resende, Itatiaia e Porto Real, dentre aqueles que preferem adquirir bens e serviços na própria
cidade, a localização (proximidade da residência ou do trabalho) é motivo principal. Os demais
ainda se dirigem a Volta Redonda ou Barra Mansa.
Ao analisarmos os serviços de saúde, os gráficos 1, 2 e 3 permitem refletir que, além de
existir um número de estabelecimentos de saúde em Volta redonda e Barra Mansa muito superior
do que nas demais cidades, elas também concentram praticamente todos os aparelhos
especializados da região.
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Fonte: IBGE, 2005.
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*Raio X mais de 500Ma; Eletroencefalógrafo; Ressonância Magnética; Mamógrafo com
Estéreo-Taxia e Equipamento de Hemodiálise. Fonte: IBGE, 2005.
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Fonte: IBGE, 2005.
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Portanto,como já foi colocado, nota-se que há a expressão de uma tradicional
centralidade em Volta Redonda e Barra Mansa no que se refere ao consumo final, porém,
percebe-se uma centralidade expressiva com relação ao consumo produtivo para Resende.
Então, questionamos se o processo de reestruturação produtiva vem possibilitando a emergência
de centralidades mais complexas em Resende, inclusive com recentes instalações de novos
equipamentos urbanos, a ponto de modificar a hierarquia urbana regional, e/ ou permitir que uma
nova tendência de aglomeração.
De acordo com CORRÊA (1997), com o tempo os padrões de interações espaciais vão
se tornando cada vez mais complexos definindo uma crescente interdependência entre as cidades
ou áreas. No caso de Resende, é cada vez mais difícil compreendê-la fora do contexto da rede
urbana local. Existe uma relação muito forte entre as cidades do Médio Vale, em especial entre
Resende, Volta Redonda, Barra Mansa, Porto Real Itatiaia. Esta é uma nova tendência de
aglomeração que vai além da aglomeração já conhecida Barra Mansa-Volta Redonda (LOPES,
2005). 
Dentro dos padrões de interações espaciais propostos por CORRÊA (1989) Resende se
aproximaria de um centro com interações fortemente extra-regionais. Devido a sua
especialização funcional, estes centros são pouco diversificados e possuem uma centralidade
limitada, não se caracterizando como centros regionais.
Com base nestes resultados, a pesquisa – que atualmente encontra-se em sua fase final,
porém sem a pretensão de esgotar o assunto – se direciona aos seguintes questionamentos: como
se dá a diferenciação regional do consumo em termos sócio-espaciais e funcionais? Será essa
aglomeração um reflexo da pretensa megalópole brasileira (GOTTMAN, 1961; CORRÊA,
2007)? Será que essa região pertenceria a um caso de metápole (ASCHER, 2004)?
BIBLIOGRAFIA
CORRÊA, Roberto L. A Rede Urbana. São Paulo: Ática, 1989.
_______. Interações espaciais. In: CASTRO, Iná Elias de, GOMES, Paulo César da Costa,
CORRÊA, Roberto Lobato (Org.). Explorações geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1997, p. 279-318.
_______.Trajetórias Geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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GALVÃO, Maria do Carmo C. Rio de Janeiro: Contradições e Ajustes de Um Espaço Desigual.
Revista Rio de Janeiro, v. 3, n. -, p. 97-109, 1986. 
LEBORGNE, Danielle, LIPIETZ, Alain. Flexibilidade defensiva ou flexibilidade ofensiva: os
desafios das novas tecnologias e da competição mundial. In: VALLADARES, L.;
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Nobel, 1990.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
RAMOS, Tatiana Tramontani. Reestruturação Produtiva e Des-Territorialização no Médio Vale
do Paraíba Fluminense, 2005. 172 f. Dissertação, Universidade Federal Fluminense.
SILVA, William R. Para além das cidades - Centralidade e Estruturação Urbana : Londrina e
Maringá. Tese de doutoramento em geografia. Programa de Pós-Graduação em Geografia,
Universidade Estadual Paulista, 2006.
SOJA, Edward. W. Geografias Pós-modernas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993
SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC de Desenvolvimento Urbano. Bertrand Brasil, Rio de
Janeiro, 2007.
SPOSITO, Maria Encarnação B. O centro e as formas de expressão da centralidade urbana.
Revista de Geografia. Universidade Estadual Paulista/UNESP. São Paulo, 1991 v.10. 
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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