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Resumo para AV1
Crimes contra a vida
Homicídio
É a morte de um homem praticada por outro homem. É a eliminação da vida de uma pessoa provocada por outra. 
Tem por ação nuclear o verbo “matar”, que significa destruir ou eliminar, no caso a vida humana, utilizando-se de qualquer meio capaz de execução.
É um crime comum, pois o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, não exigindo a Lei, nenhum requisito especial, sendo excluídos aqueles que atentam contra a própria vida, já que o suicídio, por si mesmo, é fato atípico. 
Admite a coautoria ou participação, por ação ou omissão.
Desse modo, o agente pode lançar mão de todos os meios, não só materiais, para realizar o núcleo da figura típica. 
Portanto, pode-se matar por meios físicos (mecânicos, químicos ou patogênicos), morais ou psíquicos, com emprego de palavras, direta ou indiretamente, por ação ou omissão.
O sujeito passivo do crime de homicídio é “alguém”, ou seja, qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo, condição social etc. É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado.
Pode ser praticado com dolo (vontade e consciência na produção do resultado) ou com culpa (por imprudência, negligência ou imperícia). 
Dá-se o nome de homicídio doloso no primeiro caso e de homicídio culposo no segundo.
O Código Penal distingue várias modalidades de homicídio: 
simples (artigo 121, caput), 
privilegiado (§ 1°), 
qualificado (§ 2°) e 
culposo (§ 3°).
Por homicídio simples, entende-se que é aquele que constitui o tipo básico fundamental, ou seja, contém os componentes essenciais do crime.
O homicídio privilegiado é aquele que, em virtude de certas circunstâncias subjetivas, conduzem a uma menor reprovação social da conduta do homicida e, por este motivo, a pena é atenuada.
Já o homicídio qualificado é aquele que tem sua pena majorada (aumentada). Diz respeito aos motivos determinantes do crime e aos meios de execução, reveladores de maior periculosidade ou perversidade do agente.
O homicídio culposo há uma ação voluntária dirigida a uma atividade lícita, porém, pela quebra do dever de cuidado a todos exigidos, sobrevém um resultado ilícito não querido, cujo risco nem sequer foi assumido.
O crime de homicídio tem por objeto jurídico a vida humana extrauterina. 
Não é necessário, para a existência de um crime de homicídio, que se trate de vida humana viável, bastando, apenas, a prova de que a vítima tenha nascido viva.
Ressalta-se que só os crimes dolosos contra a vida, na sua forma consumada ou tentada, são julgados pelo Tribunal do Júri. 
Os crimes culposos contra a vida são de competência do juiz singular.
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)
Induzimento, instigação ou auxílio ao Suicídio
O suicídio é a deliberada destruição da própria vida. Suicida, segundo o Direito, é somente aquele que busca direta e voluntariamente a própria morte.
O tipo previsto no artigo 122 do código penal, de participação de suicídio alheio, é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa que execute uma das condutas descritas no tipo.
Por ser um tipo misto alternativo (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado), o agente, ainda que realize todas as condutas, responde por um só crime.
Três são as ações previstas pelo tipo penal:
a) Induzir: significa suscitar a ideia, sugerir o suicídio. É fazer surgir, na mente da vítima, um desejo de suicídio que não existia.
b) Instigar: significa reforçar, estimular, encorajar um desejo já existente. Aqui, o sujeito ativo potencializa a ideia de suicídio que já havia na mente da vítima.
c) Auxiliar: consiste na prestação de ajuda material (e moral), que tem caráter meramente secundário. Em regra, se traduz por ato material (fornecimento de arma, veneno etc), mas pode ser também de ordem moral (instruções para por termo à vida etc).
Por se tratar de crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha capacidade de induzir, instigar ou auxiliar alguém, de modo eficaz e consciente, a suicidar-se.
Qualquer pessoa pode ser vítima do crime em tela, desde que possua capacidade de resistência e discernimento.
Tratando-se de doente mental, sem capacidade de discernimento, ou menor sem compreensão, haverá homicídio, falando-se no caso de autoria mediata. 
A pessoa que tenta suicídio não pode ser responsabilizada criminalmente.
O crime consuma-se com o resultado naturalístico, ou seja, a morte ou lesão corporal de natureza grave.
A tentativa no crime, aqui exposto, é inadmissível, embora, em tese, fosse possível. Se não ocorrer a morte ou lesão corporal de natureza grave, o fato é atípico.
Dessa forma, o ato de induzir, instigar ou auxiliar que alguém se suicide, sem que deles decorram os eventos naturalísticos acima mencionados, não constitui crime.
O elemento subjetivo do delito de participação em suicídio é somente o dolo, direto ou eventual, consistente na vontade livre e consciente de concorrer para que a vítima se suicide.
Não há previsão legal da modalidade culposa do crime de participação em suicídio. 
Há posicionamento na doutrina no sentido de que se alguém, por culpa, dá causa a que alguém se suicide, responderá por homicídio culposo, se o evento morte for previsível.
Pode ser praticado de forma:
Simples - é a figura descrita no caput do artigo 122 do Código Penal.
Qualificada - é a figura prevista no parágrafo único do artigo 122, onde a pena será duplicada nos seguintes casos:
Motivo egoístico: elemento subjetivo que demonstra interesses personalíssimos no evento morte (herança, competição nos negócios etc).
Vítima menor: em termos de outros dispositivos, seria a pessoa entre os 14 e 18 anos. Apesar de não haver indicação expressa na Lei indicando a menoridade a que ela se refere, funda-se a agravante em tela na menor capacidade de resistência moral da vítima à criação ou estímulo do propósito suicida por parte do agente.
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resultalesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Infanticídio
É a vida do ser nascente ou neonato ceifada pela própria mãe, que se encontra sob influência do estado puerperal.
Trata-se de uma espécie de homicídio doloso privilegiado, cujo privilegium é concedido em virtude da “influência do estado puerperal” sob o qual se encontra a parturiente.
É que o estado puerperal, por vezes, pode acarretar distúrbios psíquicos na genitora, os quais diminuem a sua capacidade de entendimento ou auto-inibição, levando-a a eliminar a vida do infante.
O estado puerperal é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à volta do organismo materno às condições normais, havendo discordância quanto a seu limite de duração (de 6 a 8 dias à 6 semanas).
Não se trata, especificamente, de uma perturbação psíquica, mas de eventual diminuição da capacidade de a parturiente determinar-se, livremente, causa de sua incriminação por infanticídio e não homicídio, fundando-se o tipo especial em um critério psicofisiológico (critério adotado pelo Código Penal) e não em motivo de honra, como já se decidiu.
Tutela o artigo 123 do Código Penal o direito à vida, contudo, a vida humana extrauterina, assim como no delito de homicídio.
Por ser um crime próprio, somente a mãe puérpera pode praticar o crime em tela, porém, nada impede que terceiro responda por este delito na modalidade de concursos de pessoas: 
a) mãe que mata o próprio filho com, contando com o auxílio de terceiro; 
b) o terceiro mata o recém-nascido, contando com a participação da mãe; 
c) mãe e terceiro executam e coautoria a conduta principal, matando a vítima.
O sujeito passivo do crime é, somente, o filho “durante o parto ou logo após”.
Por se tratar de crime de execução de forma livre, pode ser praticado por qualquer meio:
comissivo (enforcamento, estrangulamento, afogamento...) ou 
omissivo (deixar de amamentar a criança, abandonar recém-nascido em lugar ermo com o fim de praticar sua morte - animus necandi - ...).
O elemento subjetivo do crime de infanticídio é o dolo, ou seja, a vontade consciente e voluntária de produzir o resultado. Não existe a modalidade culposa neste crime.
Sobre esta questão, há duas posições na doutrina:
a) O fato será penalmente atípico;
b) Responderá pelo delito de homicídio culposo. O tipo se amolda à segunda conduta (homicídio culposo), pois a capacidade pessoal de previsão do agente (afetada pelo estado puerperal) pertence ao terreno da culpabilidade e não do fato típico.
A consumação do delito se dá com a morte do neonato ou nascente. Por se tratar de um crime plurissubsistente, admite a tentativa quando, por circunstâncias alheias a sua vontade, não logra eliminar a vida do ser nascente ou neonato.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Aborto
É a interrupção da gravidez com a morte do produto da concepção. 
Consiste na eliminação da vida intrauterina.
Pode ser:
espontâneo, 
natural ou 
provocado, sendo neste último caso criminoso, exceto se praticado em uma das formas do artigo 128 do Código Penal.
No auto-aborto só há um bem jurídico tutelado, que é o direito à vida do feto. É, portanto, a preservação da vida humana intrauterina.
No abortamento provocado por terceiro, além do direito à vida do produto da concepção, também é protegido o direito à vida e à incolumidade física e psíquica da própria gestante.
No auto-aborto ou aborto consentido, artigo 124 do Código Penal, somente a gestante pode ser autora desse crime, pois trata-se de crime de mão própria.
É discutida a possibilidade de coautoria ou participação no crime previsto no artigo 124, mas nada impede o concurso de agentes, por instigação, auxílio moral ou material. 
Se o agente atua em consonância com a gestante, por instigação, acompanhamento etc, responderá por este delito; se presta colaboração à conduta de terceiro, pelo artigo 126.
No aborto provocado por terceiro, com ou sem o consentimento da gestante, artigos 125 e 126 do código penal, por tratar-se de crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
Por ser crime de ação livre, a provocação do aborto pode ser realizada de diversas formas, seja por ação, seja por omissão.
A ação provocadora poderá dar-se por meio dos seguintes executivos:
a) meios químicos: substâncias que atuam por via de intoxicação, como o arsênio, fósforo, mercúrio, estricnina, ópio etc;
b) meios psíquicos: susto, terror, sugestão etc;
c) meios físicos: são os meios mecânicos (curetagem); térmicos (aplicação de bolsas de água quente e fria no ventre); e elétricos (emprego de corrente galvânica ou farádica).
O elemento subjetivo do crime de aborto é o dolo (vontade livre e consciente de interromper a gravidez) de causar a morte do produto da concepção. Não se admite a modalidade culposa.
Por se tratar de crime material, a tentativa é perfeitamente admissível.
Não podemos ignorar os outros dois dispositivos que tratam do crime de aborto: artigos 127 e 128.
No primeiro, os crimes previstos nos artigos 125 e 126 constituem causas especiais de aumento de pena, quando provoca lesão corporal de natureza grave, quando a pena é acrescida de 1/3 (um terço), ou morte, quando é ela duplicada.
Não se aplica o dispositivo à gestante nem àquele que é coautor ou partícipe de seu crime, previsto no artigo 124. Responsabilizado, porém, como autor ou partícipe dos crimes previstos nos artigos 125 e 126, a pena também deve ser acrescida.
No segundo, o dispositivo trata do aborto legal. 
No inciso I, dispõe do aborto necessário, que é aquele em que não há outro meio de salvar a vida da gestante, senão o aborto. 
Dessa forma, havendo perigo para a vida da gestante, o crime está excluído pela excludente de ilicitude (estado de necessidade).
Já no inciso II, dispõe sobre o aborto sentimental, que é autorizado quando a gravidez resulta de estupro e há o consentimento da gestante ou de seu representante legal.
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:  (Vide ADPF 54)
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:  (Vide ADPF 54)
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de 1/3 (um terço), se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Aborto qualificado: as hipóteses elencadas caracterizam causas de aumento de pena e são aplicáveis ao aborto praticado por terceiro, sem ou com o consentimento da gestante (arts. 125 e 126), por expressa disposição legal. 
São hipóteses de crimes qualificados pelo resultado, de natureza preterdolosa (aborto doloso e lesão corporal ou morte culposos). 
Aplica-se o art. 19 do Código Penal: “Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente”. 
Se em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo a gestante sofre lesão corporal de natureza leve, o terceiro responde somente pelo aborto simples, sem ou com o seu consentimento, restando absorvida a lesão corporal. 
Se, no entanto, o terceiro tinha dolo (direto ou eventual) no tocante a ambos os crimes, responde por aborto e porlesão corporal de natureza grave ou homicídio, em concurso (material ou formal imperfeito). 
Aquele que mata dolosamente uma mulher, ciente da sua gravidez, e assim provoca a morte do feto, responde por homicídio doloso e também por aborto, ainda que ausente a intenção de provocar a morte do feto (quando se mata uma mulher grávida há pelo menos dolo eventual quanto ao aborto). 
Se o terceiro ignorava a gravidez será responsabilizado por homicídio doloso, sob risco de caracterização da responsabilidade penal objetiva. 
Incide o aumento quando o aborto não se consuma, mas a gestante sofre lesão corporal de natureza grave ou morre.
É imprescindível a prova da gravidez. Ver comentários ao art. 124 quanto às características gerais.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:  (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Todos os crimes, aqui elencados, são da competência do Tribunal do Júri para julgamento, desde que cometidos dolosamente na forma consumada ou tentada.
Por fim, recomenda-se a melhor doutrina para maior entendimento e conhecimento do tema, aqui, abordado.
Também são da competência do Tribunal do Júri, os crimes cometidos em conexão com os aqui descritos.
	Artigo
	Crime
	Elemento Subjetivo
	Sujeito passivo
	Pena
	121
	Homicídio
	Dolo ou culpa
	Alguém (qualquer pessoa)
	6 a 20 anos
	122
	Suicídio: induzimento instigação, auxílio
	Dolo direto ou eventual
	A própria vítima
	2 a 6 anos (consumado); 1 a 3 anos (lesão grave)
	123
	Infanticídio
	Dolo
	Filho
	2 a 6 anos
	124
	Aborto provocado pela gestante ou terceiro
	Dolo. Não se admite a culpabilidade. Tentativa admissiva
	Filho (intrauterino)
	1 a 3 anos
	125
	Aborto provocado por terceiro sem consentimento da gestante
	Dolo. Não se admite a culpabilidade. Tentativa admissiva
	dupla subjetividade passiva, pois existem duas vítimas: o feto e a gestante
	3 a 10 anos
	126
	Aborto provocado por terceiro com consentimento da gestante
	Dolo. Não se admite a culpabilidade. Tentativa admissiva
	Filho (intrauterino)
	1 a 4 anos
	127
	Na verdade, são causas de aumento da pena aplicáveis somente ao aborto praticado por terceiro (nunca à gestante), sem ou com o consentimento da gestante (arts. 125 e 126). 
O art. 127 prevê hipóteses de crimes qualificados pelo resultado, de natureza preterdolosa. 
É imprescindível a prova da gravidez.
	128
	São causas especiais de exclusão da ilicitude. 
Fundamentos: 
aborto necessário – conflito de valores fundamentais, que determina a prevalência da vida da gestante; 
aborto sentimental (estupro) – dignidade da pessoa humana. 
Ambos devem ser praticados por médico (este não precisa de autorização judicial para realizar o aborto necessário e sentimental). 
Aborto sentimental: autorizado também se a gravidez decorrer de estupro de vulnerável analogia in bonam partem. 
Aborto eugênico: o ordenamento pátrio não prevê regra permissiva. Graves anomalias físicas ou psíquicas, ou mesmo características monstruosas não autorizam o aborto (deve ser provada a impossibilidade de natural vida extrauterina). 
Aborto econômico: não está previsto no ordenamento. Se praticado, caracterizar-se-á crime de aborto.
 
Crimes contra a honra
Os crimes contra a honra subdividem-se entre:
Calúnia, 
Difamação 
Injúria. 
Este crimes são classificados como crimes simples.
	
	Calúnia
	Difamação
	Injúria
	Classificação no tocante à intensidade do mal visado pela conduta
	Crimes de dano
	Classificação quanto à relação entre conduta e resultado naturalístico
	Delitos formais, de consumação antecipada ou de resultado cortado
	Sujeito ativo
	Regra: crimes comuns ou gerais 
Exceções: imunidades parlamentares e advogados, entre outras.
	Sujeito passivo
	Qualquer pessoa física e pessoa jurídica (na calúnia, relativamente aos crimes ambientais)
	Qualquer pessoa física
	Meios de execução
	Crimes de forma livre
	Elemento subjetivo
	Dolo, direto ou eventual (exceto no § 1.º em que o dolo só pode ser o direto)
	Dolo, direto ou eventual
	Lei 9.099/1995
	Infrações penais de menor potencial ofensivo
	Infração penal de menor potencial ofensivo (exceto injúria qualificada – art. 140, § 3.°)
	Causas especiais de exclusão da ilicitude (art. 142)
	Não se aplicam
	Aplicam-se
	Retratação
	Admitem (obs.: causa extintiva da punibilidade de natureza subjetiva – não se comunica aos demais querelados que não se retrataram)
	Não admite
	Pedido de explicações
	Admitem
	Ação penal
	Regra: Privada 
Exceção: 
• Pública condiciona da à requisição do Ministro da Justiça no crime contra o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro. 
• Pública condicionada à representação do ofendido no crime contra funcionário público, em razão de suas funções.
	Regra: Privada 
Exceções: 
• Pública incondicionada na injúria real, se da violência resulta lesão corporal; 
• Pública condicionada à representação do ofendido no crime contra funcionário públi-co, em razão de suas funções; 
• Pública condicionada à representação do ofendido no crime de injúria qualificada previsto no art. 140 , § 3.º; 
• Pública condicionada à requisição do Ministro da Jus-tiça no crime contra o Presidente da República ou contra chefe de governo es-trangeiro.
Regra
Admissibilidade
Não se admite nas seguintes situações:
a. Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
b. Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no art. 141, I;
c. Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Calúnia
Exceção
Exceção da verdade
Não admite 
Regra
Difamação
Só será admitida se o ofendido for funcionário público e a ofensa for relativa ao exercício de suas funções.
Exceção
Não admite (incompatibilidade)
Injúria
Calúnia
A Calúnia, o primeiro crime do rol dos Crimes Contra a Honra, está disposto no artigo 138 do Código Penal, que diz: 
Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.
Vejamos que tem um ponto que faz a diferença na compreensão: para haver o crime de calúnia, o fato tem que ser um crime, e também, falso. 
Por exemplo: A diz para B que C cometeu um furto em um mercado da cidade.  Importante é que para que o crime de Calúnia se consuma, basta que terceiros fique sabendo.  Claro que, incorre na mesma pena, o terceiro que divulgou ou propalou.
Importante saber também, que este crime é de honra objetiva, que seria “o que as pessoas pensam de mim”. 
Cabe à tentativa, claro, que dependendo dos meios de execução; pode ser pela internet, por mímica, entretanto, pela fala não caberá tentativa, pois usando o vocabulário informal, não há como “desdizer” o que foi dito. 
Cabe à exceção da verdade neste crime, salvo nos incisos do parágrafo 3º. 
Difamação
A Difamação, o segundo crime do rol, está disposto no artigo 139 do Código Penal, que diz:  
Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação.
Este crime se difere minimamente da Calúnia, por isto, é importante ter atenção.  
A difamação é a famosa “fofoca”, que se consuma quando a difamação chega ao conhecimento de outrem que não a vítima. 
Outra diferença da Calúnia, é que na difamação, o fato sendo falso ou verdadeiro, constitui o crime, pois a finalidade é denegrir a reputação de outrem. 
Por exemplo: chegar aos ouvidos de outrem, que Juliana, saiu com o prefeito, um dia antes do concurso na cidade. 
Neste crime cabe a honra objetiva, lembrando que é o que as pessoas pensam de mim e também, a honra subjetiva é o que eu penso de mim mesma. 
A honra subjetiva atinge principalmente o interior da pessoa. 
Caberá:
tentativa, dependendodos meios de execução já abordados acima; 
exceção da verdade só caberá se o ofendido for funcionário público;
ofensa tem alguma relação com o exercício de suas funções.
Injúria
A Injúria, um crime corriqueiro nos dias de hoje. 
Podemos dizer que, a injúria é o menos-grave do rol dos crimes contra a honra existentes no Código Penal, porém, pode se tornar uma infração grave, se atingida a raça, a etnia, a religião etc. 
No artigo 140 do Código Penal dispõe que: 
Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro. 
Por exemplo: Chamar uma pessoa de burra e incapaz nas atividades profissionais.
A Injúria é basicamente um “xingamento”, que se consuma quando a  própria vítima toma o conhecimento e é somente de honra subjetiva. 
Entretanto, este crime possui situações em que o juiz pode deixar de aplicar a pena, quando por exemplo, houve uma provocação, ou no caso de retorsão imediata. 
Caberá tentativa dependendo dos meios de execução e não cabe exceção da verdade.
Crimes contra o patrimônio
É preciso definir o conceito de patrimônio, tendo em vista o complexo das relações jurídicas.
Considera-se patrimônio de uma pessoa, os bens, o poderio econômico, a universalidade de direitos que tenham expressão econômica para a pessoa. 
Considera-se em geral, o patrimônio como universalidade de direitos. Vale dizer como uma unidade abstrata, distinta, diferente dos elementos que a compõem isoladamente considerados.
Além desse conceito jurídico, que é próprio do direito privado, há uma noção econômica de patrimônio e, segundo a qual, ele consiste num complexo de bens, através dos quais o homem satisfaz suas necessidades.
Cabe lembrar, que o direito penal em relação ao direito civil, ao direito econômico, ele é autônomo e constitutivo, e por isso mesmo quando tutela de bens e interesses jurídicos já tutelados por outros ramos do direito, ele o faz com autonomia e de um modo peculiar.
A tutela jurídica do patrimônio no âmbito do Código Penal Brasileiro é sem dúvida extensamente realizada, mas não se pode perder jamais em conta, a necessidade de que no conceito de patrimônio esteja envolvida uma noção econômica, uma noção de valor material econômico do bem.
Furto
O primeiro é o crime de furto descrito no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, em sua forma básica: “subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”.
O conceito de furto pode ser expresso nas seguintes palavras: furto é a subtração de coisa alheia móvel para si ou para outrem sem a pratica de violência ou de grave ameaça ou de qualquer espécie de constrangimento físico ou moral à pessoa. 
Significa, pois, o assenhoramento da coisa com fim de apoderar-se dela com ânimo definitivo. 
Quanto à objetividade jurídica do furto é preciso ressaltar uma divergência na doutrina: entende-se que é protegida diretamente a posse e indiretamente a propriedade ou, em sentido contrário, que a incriminação no caso de furto, visa essencial ou principalmente a tutela da propriedade e não da posse. 
É inegável que o dispositivo protege não só a propriedade como a posse, seja ela direta ou indireta além da própria detenção.
Exemplo: um batedor de carteira “X” furta a carteira de outro batedor “Y”, esta também é produto de furto anterior praticado por “Y”. “X” terá praticado furto em relação a “Y”? 
A resposta é não, pois a carteira originalmente furtada não caracteriza posse legítima e, portanto, não recebe proteção legal. “X” tampouco recebe qualquer tipo de perdão, a despeito do famoso dito popular sobre o “ladrão que rouba ladrão ...”. 
Agora, de acordo com a jurisprudência há crime, sendo o proprietário o sujeito passivo do segundo fato.
Nesse sentido a doutrina é variável: 
a) só a propriedade Nelson Hungria; 
b) posse e propriedade Damásio E. de Jesus; 
c) propriedade, posse e detenção H. Fragoso e Celso Delmanto.
Devemos ter primeiro o bem jurídico daquele que é afetado imediatamente pela conduta criminosa. 
Vale dizer que a vítima de furto não é necessariamente o proprietário da coisa subtraída, podendo recair a sujeição passiva sobre o mero detentor ou possuidor da coisa. 
Qualquer pessoa pode praticar o crime de furto, não exige além do sujeito ativo qualquer circunstância pessoal específica. 
Vale a mesma coisa para o sujeito passivo do crime, sendo ela física ou jurídica, titular da posse, detenção ou da propriedade. 
O núcleo do tipo é subtrair, que significa tirar, retirar, abrangendo mesmo o apossamento à vista do possuidor ou proprietário. 
O crime de furto pode ser praticado também através de animais amestrados, instrumentos etc. 
Esse crime será de apossamento indireto, devido ao emprego de animais, caso contrário é de apossamento direto.
Reina uma única controvérsia, tendo em vista o desenvolvimento da tecnologia, quanto à subtração praticada com o auxílio da informática, se ela resultaria de furto ou crime de estelionato. 
Não podemos “aprioristicamente” ter o uso da informática como meio de cometimento de furto ou mesmo estelionato, pois é preciso analisar, a cada conduta, não apenas a intenção do agente, mas o modo de operação do agente através da informática.
O objeto material do furto é a coisa alheia móvel. 
Coisa em direito penal representa qualquer substância corpórea, seja ela material ou materializável, ainda que não tangível, suscetível de apreciação e transporte, incluindo aqui os corpos gasosos, os instrumentos, os títulos, etc.
Se a coisa nunca teve dono (res nullius), ou se foi abandonada (res derelicta) ou, ainda, se foi perdida (res deperdita) não podem ser objeto de furto. 
O homem não pode ser objeto material de furto, conforme o fato, o agente pode responder por sequestro ou cárcere privado, conforme artigo 148 do Código Penal Brasileiro, ou subtração de incapazes, artigo 249.
Afirma-se na doutrina que somente pode ser objeto de furto a coisa que tiver relevância econômica, ou seja, valor de troca, incluindo no conceito, a ideia de valor afetivo (o que eu acho que não tem validade jurídica penal). 
Já a jurisprudência invoca o princípio da insignificância, considerando que se a coisa furtada tem valor monetário irrisório, ficará eliminada a antijuridicidade do delito e, portanto, não ficará caracterizado o crime.
Furto é crime material, não existindo sem que haja desfalque do patrimônio alheio. 
Coisa alheia é a que não pertence ao agente, nem mesmo parcialmente. 
Por essa razão não comete furto e sim o crime contido no artigo 346 (Subtração ou Dano de Coisa Própria em Poder de Terceiro) do Código Penal Brasileiro, o proprietário que subtrai coisa sua que está em poder legitimo de outro.
Exemplo: Caso do penhor.
O crime de furto é cometido através do dolo que é a vontade livre e consciente de subtrair, acrescido do elemento subjetivo do injusto também chamado de “dolo específico”, que no crime de furto está representado pela ideia de finalidade do agente, contida da expressão “para si ou para outrem”. 
Independe de intuito, objetivo de lucro por parte do agente, que pode atuar por vingança, capricho, liberalidade.
O consentimento da vítima na subtração elide o crime, já que o patrimônio é um bem disponível, mas se ele ocorre depois da consumação, é evidente que sobrevivi o ilícito penal.
O delito de furto também pode ser praticado entre: 
cônjuges, 
ascendentes e descendentes, 
tios e sobrinhos, 
entre irmãos. 
Trago aqui jurisprudência onde defende que o furto praticado contra ascendente, a ação é antijurídica, descabendo a aplicação da pena. 
Significa conforme artigo 181 do Código Penal Brasileiro, que subsiste o crime com todos os seus requisitos, excluindo-se apenas a punibilidade. 
Ressalta-se a antijuridicidade da ação do agente, porém, esclarece que não se aplica a pena respectiva.
O direito romano não admitia, nesses casos, a ação penal. 
Já o direito moderno não proíbe o procedimento penal, mas isenta de pena, como elemento de preservação da vida familiar.
Para sedefinir o momento da consumação, existem duas posições:
atinge a consumação no momento em que o objeto material é retirado de posse e disponibilidade do sujeito passivo, ingressando na livre disponibilidade do autor, ainda que não obtenha a posse tranquila;
quando exige-se a posse tranquila, ainda que por breve tempo. 
Temos a seguinte classificação para o crime de furto: 
comum quanto ao sujeito, 
doloso, 
de forma livre, 
comissivo de dano, 
material 
instantâneo.
A ação penal é pública incondicionada, exceto nas hipóteses do artigo 182 do Código Penal Brasileiro, que é condicionada à representação.
O crime de furto pode ser de quatro espécies: 
furto simples, 
furto noturno, 
furto privilegiado 
furto qualificado.
Furto de uso
É a subtração de coisa apenas para usufruí-la momentaneamente, está prevista no art. 155 do Código Penal Brasileiro, para que seja reconhecível o furto de uso e não o furto comum é necessário que a coisa seja restituída, devolvida, ao possuidor, proprietário ou detentor de que foi subtraída, isto é, que seja reposta no lugar, para que o proprietário exerça o poder de disposição sobre a coisa subtraída. 
Fora daí a exclusão do “animus furandi” dependerá de prova plena a ser oferecida pelo agente. 
Os tribunais tem subordinado o reconhecimento do furto de uso a efetiva devolução ou restituição, afirmando que há furto comum se a coisa é abandonada em local distante ou diverso ou se não é recolocada na esfera de vigilância de seu dono. 
Há ainda entendimentos que exigem que a devolução da coisa, além de ser feita no mesmo lugar da subtração seja feita em condições de restituição da coisa em sua integridade e aparência interna e externa, assim como era no momento da subtração. 
Vale dizer a coisa devolvida assemelha-se em tudo e por tudo em sua aparência interna e externa à coisa subtraída. 
Furto noturno
O Furto Noturno está previsto no § 1º do artigo 155: 
“apena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno”. 
É furto agravado ou qualificado o praticado durante o repouso noturno, aumenta-se de 1/3 artigo 155 §1º , a razão da majorante está ligada ao maior perigo que está submetido o bem jurídico diante da precariedade de vigilância por parte de seu titular.
Basta que ocorra a cessação da vigilância da vítima, que, dormindo, não poderá efetivá-la com a segurança e a amplitude com que a faria, caso estivesse acordada, para que se configure a agravante do repouso noturno.
Repouso noturno é o tempo em que a cidade repousa, é variável, dependendo do local e dos costumes.
É discutida pela doutrina e pela jurisprudência a cerca da necessidade do lugar, ser habitado ou não, para se dar agravante.
A jurisprudência dominante nos tribunais é no sentido de excluir a agravante, se o furto é praticado em lugar desabitado, pois evidente se praticado desta forma não haveria, mesmo durante a época o momento do não repouso, a possibilidade de vigilância que continuaria a ser tão precária quanto este momento de repouso. 
Porém, para nós, existe a agravante quando o furto se dá durante o tempo em que a cidade ou local repousa, o que não importa necessariamente seja a casa habitada ou estejam seus moradores dormido. Podem até estar ausente, ou desabitado o lugar do furto. 
A exposição de motivos é prevista como agravante especial do furto a circunstância de ser o crime praticado durante o período do sossego noturno, seja ou não habitada a casa, estejam ou não seus moradores dormindo, cabe a majoração se o delito ocorreu naquele período.
Furto em garagem de residência, também há duas posições, 
uma em que incide a qualificadora
outra na qual não incide a qualificadora.
Furto privilegiado ou mínimo
O furto privilegiado está expresso no § 2º do artigo 155: 
“Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa”.
Vale dizer que é uma forma de causa especial de diminuição de pena. Existem requisitos para que se dê essa causa especial:
O primeiro requisito para que ocorra o privilégio é ser o agente primário, ou seja, que não tenha sofrido em razão de outro crime condenação anterior transitada em julgado.
O segundo requisito é ser de pequeno valor a coisa subtraída. 
A doutrina e a jurisprudência têm exigido além desses dois requisitos já citados, que o agente não revele personalidade ou antecedentes comprometedores, indicativos da existência de probabilidade, de voltar a delinquir.
A pena pode-se substituir a de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a multa.
O § 3º do artigo 155 faz menção à igualdade entre energia elétrica, ou qualquer outra que tenha valor econômico à coisa móvel, também a caracterizando como crime. 
A jurisprudência considera essa modalidade de furto como crime permanente, pois o agente pratica uma só ação, que se prolonga no tempo.
Furto qualificado
Em determinadas circunstâncias são destacadas o §4º do art. 155, para configurar furto qualificado, ao qual é cominada pena autônoma sensivelmente mais grave: “reclusão de 2 à 8 anos seguida de multa”.
São as seguintes as hipóteses de furto qualificado:
Se o crime é cometido com destruição ou rompimento de obstáculos à subtração da coisa; esta hipótese trata da destruição, isto é, fazer desaparecer em sua individualidade ou romper, quebrar, rasgar, qualquer obstáculo móvel ou imóvel a apreensão e subtração da coisa. 
A destruição ou rompimento deve dar-se em qualquer momento da execução do crime e não apenas, para apreensão da coisa. 
Porém é imprescindível que seja comprovada pericialmente, nem mesmo a confissão do acusado supre a falta da perícia.
Trata-se de circunstância objetiva e comunicável no caso de concurso de pessoas, desde que o seu conteúdo haja ingressado na esfera do conhecimento dos participantes.
A segunda hipótese é quando o crime é cometido com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza.
Há abuso de confiança quando o agente se prevalece de qualidade ou condição pessoal que lhe facilite a pratica do furto. 
Qualifica o crime de furto quando o agente se serve de algum artifício para fazer a subtração. 
A mera relação empregatícia (empregador e empregado) não configura “abuso de confiança”, na redação do dispositivo legal, que somente será caracterizada se ficar comprovado que existia confiança especial entre o agente e o dono da coisa furtada, caso não haja essa comprovação de confiança então incidirá a agravante do artigo 61, II “F” do Código Penal Brasileiro.
Mediante fraude é o meio enganoso capaz de iludir a vigilância do ofendido e permitir maior facilidade na subtração do objeto material. 
O furto mediante fraude distingue-se do estelionato, naquele a fraude é empregada para iludir a atenção e vigilância do ofendido, que nem percebe que a coisa lhe está sendo subtraída; no estelionato, a fraude antecede o apossamento da coisa e é a causa de sua entrega ao agente pela vítima; esta entrega a coisa iludida, pois a fraude motivou seu consentimento.
É ainda qualificadora a penetração no local do furto por via que normalmente não se usa para o acesso, sendo necessário o emprego de meio artificial, é no caso de escalada, que não se relaciona necessariamente com a ação de galgar ou subir.
Também deve ser comprovada por meio de perícia, assim como o rompimento de obstáculo.
É admissível a tentativa. 
Via de regra a prisão em flagrante indica delito tentado nos casos de furto, por não chegar o agente, a ter a posse tranquila da coisa subtraída, que não ultrapassa a esfera de vigilância da vítima. 
Há ainda a tentativa frustrada, citarei um exemplo: um batedor de carteira segue uma pessoa durante vários dias. Decide, então, subtrair, do bolso interno do paletó da vítima, envelope que julga conter dinheiro. Furtado o envelope, o batedor de carteira é apanhado. Chegando à Delegacia, verifica-se que o envelope estava vazio,pois, naquele dia, a vítima esquecera o dinheiro em casa. O agente será responsabilizado pelo crime nesse exemplo? 
Não, pois a ausência do objeto material do delito faz do evento um crime impossível.
O último é a qualificadora da destreza, que se dá quando a subtração se dá dissimuladamente com especial habilidade por parte do agente, onde a ação, sem emprego de violência, em situação em que a vítima, embora consciente e alerta, não percebe que está tendo os bens furtados. 
O arrebatamento violento ou inopinado não a configura.
A terceira hipótese é o emprego de chave falsa. 
Constitui chave falsa qualquer instrumento ou engenho de que se sirva o agente para abrir fechadura e que tenha ou não o formato de uma chave, podendo ser grampo, pedaço de arame, pinça, gancho, etc. O exame pericial da chave ou desse instrumento é indispensável para a caracterização da qualificadora.
Quanto ao emprego de chave verdadeira apanhada ardilosamente, há duas opiniões divergentes:
incide a qualificadora 
há fraude e não qualificadora da chave falsa. 
A quarta e última hipótese é quando ocorre mediante concurso de duas ou mais pessoas, quando praticado nestas circunstâncias, pois isto revela uma maior periculosidade dos agentes que unem seus esforços para o crime.
No caso de furto cometido por quadrilha, responde por quadrilha pelo artigo 288 do Código Penal Brasileiro seguido de furto simples, ficando excluída a qualificadora.
Concurso de qualificadoras: o agente incidindo em duas qualificadoras, apenas uma qualifica, podendo servir a outra como agravante comum.
Furto de coisa comum
Este crime está definido no art. 156 do Código Penal Brasileiro, que diz: 
“Subtrair o condômino, coherdeiro, ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum”.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses à 2 (dois) anos, ou multa”.
A razão da incriminação é de que o agente subtraia coisa que pertença também a outrem. 
Este crime constitui caso especial de furto, distinguindo-se dele apenas as relações existentes entre o agente e o lesado ou os lesados.
Sujeito ativo, somente pode ser o condômino, coproprietário, coherdeiro ou o sócio. 
Esta condição é indispensável e chega a ser uma elementar do crime e por tanto é transmitido ao partícipe estranho nos termos do artigo 29 do Código Penal Brasileiro.
Sujeito passivo será sempre o condomínio, coproprietário, coherdeiro ou o sócio, não podendo excluir-se o terceiro possuidor legítimo da coisa.
Não difere a conduta do crime de furto de coisa comum, o crime do artigo 155 do Código Penal Brasileiro, é a subtração de coisa móvel ou mobilizável, é necessário que o agente tenha uma parte ideal da coisa para que possa falar em algo que seja punível, mas não importa qual o montante da sua parte na totalidade da coisa.
A vontade de subtrair configura o momento subjetivo, fala-se em dolo específico na doutrina, na expressão “para si ou para outrem”.
A pena culminada para furto de coisa comum é alternativa de detenção de 6 (seis) meses à 2 (dois) anos ou multa. 
Dá-se ao juiz a margem para individualização da pena tendo em vista as circunstâncias do caso concreto. A ação penal é pública, porém depende de representação da parte ofendida.
Questões de concursos
Francisco e Armando foram condenados pela prática do crime de peculato, previsto no Artigo 312 do Código Penal. Francisco, na qualidade de funcionário público, ao ser removido para outro setor do órgão público onde trabalhava, resolveu apropriar-se de todos os equipamentos existentes na antiga sala que ocupava e que pertenciam à administração pública. Como não conseguiria carregar sozinho, os equipamentos e nem tinha carro para realizar o transporte, solicitou a ajuda de seu amigo Armando, este não funcionário público. Armando concordou em auxiliar seu amigo na empreitada, não apenas ajudando a carregar os equipamentos, mas também emprestando seu carro para o transporte, mesmo tendo ciência de que se tratava de bens públicos e de que Francisco tinha sua posse apenas pelo fato de ocupar determinado cargo na administração pública. Ao apelar da sentença condenatória, a Defesa de Armando alegou que ele não poderia ter sido condenado pela prática de peculato, uma vez que se trata de crime praticado apenas por funcionários públicos.
Sobre a tese sustentada pela Defesa de Armando, pode-se afirmar que:
a) está correta, uma vez que peculato consiste em crime próprio, praticado apenas por funcionários públicos e jamais poderia ter sido atribuído a quem não ostenta tal qualidade.
 b) está correta, uma vez que peculato consiste em crime de mão própria, praticado apenas por funcionários públicos e jamais poderia ter sido atribuído a quem não ostenta tal qualidade.
 c) não está correta, uma vez que as circunstâncias e condições de caráter pessoal, quando elementares do tipo, comunicam- se ao coautor do crime, ainda que ele não ostente tais qualidades.
 d) não está correta, pois, em se tratando de crimes contra a administração pública, é irrelevante que o autor da conduta ostente a qualidade de funcionário público.
 e) não está correta porque o peculato, quanto ao sujeito ativo, é crime comum.
Considerando a classificação doutrinária dada às infrações penais, analise as assertivas a seguir: 
I. Crime próprio é aquele que exige sujeito ativo especial ou qualificado, não admitindo coautoria ou participação de quem não guarde tais características peculiares.
II. Crime permanente é aquele cuja consumação se protrai no tempo em decorrência de várias condutas que sucedem o ato inicial, caracterizando habitualidade da espécie delitiva. 
III. Crime instantâneo é aquele cuja consumação ocorre com a prática de uma única conduta geradora de resultado imediato. 
IV. Crime de perigo é aquele cuja consumação se caracteriza com a mera probabilidade de lesão ao bem jurídico protegido pela norma penal.
V. Crime multitudinário é aquele que exige, para sua caracterização, o concurso necessário de duas ou mais pessoas, apesar de não existir a necessidade de que todas elas sejam penalmente punidas. 
Estão corretas apenas as assertivas:
Parte superior do formulário
 a) I, III e V.
 b) II, III e IV.
 c) I, II e IV.
 d) III, IV e V.
 e) II, III e V.
Em relação à classificação jurídica do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, CP), é CORRETO afirmar que se trata de crime.
Parte superior do formulário
 a) comum
 b) formal. 
 c) funcional próprio. 
 d) material.
Com relação ao sujeito ativo do crime, assinale a afirmativa incorreta.
Parte superior do formulário
 a) Crime comum é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa.
 b) Crime próprio é aquele que exige do sujeito ativo uma qualidade especial.
 c) Crime de mão própria é aquele que só pode ser praticado diretamente pelo sujeito ativo, não admitindo sequer a coautoria ou a participação.
 d) Pessoa jurídica pode, excepcionalmente, ser sujeito ativo de um crime.
 e) Menor de 18 anos é penalmente inimputável, ficando sujeito às normas estabelecidas na legislação especial.
 
No tocante aos crimes contra a administração pública, assinale a alternativa que apresenta crime praticado exclusivamente por funcionário público, ou crime próprio. 
Parte superior do formulário
 a) usurpação de função pública
 b) desacato
 c) tráfico de influência
 d) alteração não autorizada de sistema de informações
 e) contrabando ou descaminho
O artigo 269 do Código Penal tipifica o crime de omissão de notificação de doença e tem a seguinte redação: “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa”.
Quanto a esse crime, é INCORRETO afirmar que: 
 a) ele somente existe na modalidade dolosa. 
 b) se trata de lei penal em branco. 
 c) se trata de crime omissivo impróprio, também chamado comissivo por omissão. 
 d) se trata de crime próprio. Somente o médico pode ser autor desse delito. 
 e) ele não admite tentativa.
Dentre os crimescontra a fé pública, NÃO constitui crime próprio:
Parte superior do formulário
 a) a falsificação de selo ou sinal público.
 b) o falso reconhecimento de firma ou letra.
 c) a certidão ou atestado ideologicamente falso.
 d) a falsidade de atestado médico.
 e) a fraude de lei sobre estrangeiro.
Parte inferior do formulário
O funcionário público que for condenado por falsificar documento particular terá sua pena:
 a) aumentada da sexta parte.
 b) fixada nos limites legais entre 2 a 6 anos de reclusão e multa.
 c) fixada nos limites legais entre 1 a 5 anos de reclusão e multa.
 d) aumentada da metade.
 e) extinta, caso repare o dano antes da sentença condenatória.
Sobre a classificação das infrações penais, assinale a opção CORRETA:
Parte superior do formulário
 a) Crime qualificado pelo resultado é sinônimo de crime preterdoloso.
 b) O crime de extorsão mediante sequestro é de mera conduta.
 c) O crime da mãe que deixa de amamentar o filho, o que leva à sua morte por inanição, é omissivo próprio.
 d) O roubo impróprio constitui exemplo de progressão criminosa, existindo inicialmente, a intenção do agente de subtrair a coisa e, depois, o emprego de violência ou grave ameaça para garantir a apropriação do bem.
 e) A lei que define os crimes de responsabilidade prevê a fixação de pena privativa de liberdade ao agente público que praticar tal infração.
Parte inferior do formulário
Visando dar concretude à Lei de Responsabilidade Fiscal, foi introduzido no Código Penal o artigo 359-D, que prevê o crime de “ordenação de despesa não autorizada”.
Sobre esse tema, é correto afirmar que:
Parte superior do formulário
 a) trata-se de crime próprio, logo nunca poderá ser praticado por particular, ainda que em concurso de agentes com o funcionário público;
 b) trata-se de norma penal em branco, tendo em vista que independe de norma integradora para sua integral compreensão e aplicação;
 c) o crime se consuma quando o funcionário ordenar a despesa não autorizada em lei, ainda que esta não venha efetivamente a ser realizada;
 d) estará configurado o delito do artigo 359-D, CP, caso seja ordenada despesa não autorizada em regulamento interno, ainda que omissa a lei sobre tal vedação;
 e) de acordo com o Código Penal, admite-se a modalidade culposa do delito.
“João e José, auditores fiscais da Receita Federal foram denunciados no dia 04.07.2012 pela prática dos crimes de concussão e corrupção passiva, em concurso material. De acordo com a acusação, teriam comparecido à loja de Manoel, comerciante, no dia 03.08.2010, com o fim de realizarem fiscalização nos livros contábeis do estabelecimento e, mesmo não tendo encontrado qualquer irregularidade, teriam decidido, no local, exigir de Manoel que pagasse R$ 2.000,00 a cada um deles, com o que Manoel haveria concordado. Por esses mesmos fatos, Manoel foi denunciado pela prática do crime de corrupção ativa, também em continuidade delitiva. Após o oferecimento de defesa preliminar, foi a denúncia recebida no dia 06.08.2012. Durante a instrução, os fatos foram comprovados exatamente como descritos na inicial. No dia 10.08.2013, foi proferida sentença condenando os fiscais como incursos nos crimes de concussão e corrupção passiva, em concurso material, bem como Manoel, como incurso no crime de corrupção ativa. Analisando as circunstâncias judiciais do art. 59, do Código Penal, o juiz fixou as penas de João e José em 2 anos e 4 anos, respectivamente, pelos crimes de concussão e corrupção passiva, e a de Manoel em 3 anos, pelo crime de corrupção ativa.”
Considerando a conduta de cada um dos envolvidos, bem como o seu enquadramento típico, apontando ainda os aspectos penais envolvidos na questão, assinale a afirmativa correta.
Parte superior do formulário
 a) Manoel não praticou crime algum.
 b) João e José não praticaram crime algum.
 c) As penas fixadas pelo juiz para os auditores fiscais estão incorretas, porque encontram-se aquém do mínimo legal.
 d) A imputação aos auditores fiscais, João e José, dos crimes de concussão e corrupção ativa encontra amparo no Código Penal.
 e) A imputação dos crimes de concussão e corrupção ativa aos auditores fiscais está errada, uma vez que os fatos descritos configuram somente o crime de corrupção passiva.
Gabarito:
C
D
D
C
D
C
A
D
C
A
1. Carlos, de 24 anos, dirigindo o seu veículo de forma imprudente na Estrada do Mosqueiro, acaba por capotar, causando a morte dos dois caronas e lesões corporais em outra pessoa que passava na rua. No que se refere ao concurso de crimes, pode-se afirmar que: 
a) Houve concurso material de crimes; 
(diversidade de ações ou omissões e diversidades de crimes. Não é o caso. A ação foi somente uma). 
b)Houve crime continuado; 
(Fato não preenche os requisitos necessários, não houve pluralidade de conduta nem de condições de tempo. Não é o caso). 
c) Houve concurso formal de crimes; 
d) Houve concurso de pessoas. 
(Não é o caso de reunião voluntária e consciente de duas ou mais pessoas para a prática de crimes). 
2. Certo indivíduo praticou um homicídio qualificado, e fora condenado a 29 anos de reclusão, a serem cumpridos em penitenciária de segurança máxima. Passados três anos e cinco meses de cumprimento da pena, o advogado do condenado, através de medida judicial competente, conseguiu com que seu cliente fosse transferido para o regime aberto. Sob a ótica da Teoria da pena, no caso acima, a decisão do juiz: 
a) Está correta, pois a lei permite que o condenado progrida de regime sem obedecer a qualquer requisito; 
(ERRADO – a progressão deve ser feita de acordo com o mérito do condenado, preenchido os requisitos legais). 
Está incorreta, pois a lei não permite que o condenado progrida de regime se não tiver cumprido ao menos 2/3 da pena imposta no regime em que se encontra; 
(ERRADO – o condenado deve ter cumprido no mínimo 1/6 imposto na sentença). 
Está incorreta, pois a lei não permite a progressão de regime se o condenado foi apenado com pena superior a 20 anos de reclusão; 
(Não existe tal tipo de restrição). 
d) Está incorreta, pois a lei não permite que o condenado progrida de regime se não tiver cumprido ao menos um sexto da pena imposta, bem como não permite que a progressão de regime salte do fechado para o aberto. 
3. Sobre a sansão penal observe as assertivas abaixo: 
I. A pena deve ser proporcional ao crime praticado de acordo com a lei e os valores da sociedade; 
II. A pena é aplicável aos imputáveis e inimputáveis, enquanto a medida de segurança é aplicável apenas aos semi-imputáveis; 
(não se aplica pena aos inimputáveis, se aplica medida de segurança. Para os semi-imputáveis será aplicada a pena ou medida de segurança). 
III. Segundo os seguidores da Teoria absoluta, apenas tem caráter utilitário e justifica-se tal utilidade com seus efeitos da prevenção geral e especial do crime; 
(Para a teoria relativa a pena tem caráter preventivo; Para a teoria absoluta a pena tem caráter estritamente punitivo). 
IV. Para os teóricos da Teoria unitária, a pena deve ser retributiva, mas também deve ter caráter de prevenção geral e especial do crime, e essencialmente, deve recuperar e ressocializar o criminoso; 
Considere as assertivas acima e marque a opção correta, dentre as abaixo: 
a) As assertivas III e IV estão corretas; 
b) As assertivas II e III estão corretas; 
c) As assertivas I e II estão corretas; 
d) As assertivas I e IV estão corretas; 
4. Considere as assertivas abaixo: 
I. No regime fechado o preso fica sujeito a trabalhar dentro da penitenciária, conforme suas aptidões ou ocupação anterior; 
II. No regime fechado, o preso possui o direito de frequentar cursos de instrução ou profissionalizante desde que tenha cumprido ao menos 1/6 da pena imposta; 
(Não existe tal restrição). 
III. No regime semiaberto, o condenado tem o direito de frequentar cursos profissionalizantes, segundo grau ou curso superior, desde que seja no período diurno, pois a partir das 18hs terá que se recolher àprisão; 
(no regime semiaberto, o condenado não fica em prisão). 
IV. No regime fechado ao condenado é permitido o trabalho externo somente após ter cumprido ao menos 1/6 da pena imposta, desde que seja em obras ou serviços públicos. 
Sobre as assertivas acima, marque a opção correta: 
a) As assertivas III e IV estão corretas; 
b) As assertivas II e III estão corretas; 
c) As assertivas I e II estão corretas; 
d) As assertivas I e IV estão corretas; 
5. Quando duas ou mais pessoas, uma ignorando a contribuição da outra, realizam condutas convergentes objetivando a consumação de uma infração penal, sem que exista acordo de vontades entre elas para a tal prática, neste caso haverá: 
a) Coautoria; 
(Quando duas pessoas conjuntamente praticam a conduta, nesse caso, eles ignoravam a contribuição uma da outra). 
b) Participação; 
(caracteriza-se pelo agente que não comete qualquer da conduta típica, mas de alguma forma concorre para o crime. Não é o caso). 
c) Autoria colateral; 
d) Autoria mediata; 
(Quando serve-se de outra pessoa sem ela saber, para cometer o ato. Não é o caso). 
6. Sobre os princípios que regem a aplicação da pena no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção incorreta dentre as abaixo: 
a) O caráter absoluto do princípio da legalidade não veda que exista um tipo penal incriminador que sem pena; 
(o erro é que veda)
b) O princípio da personalidade impede que a pena ultrapasse a pessoa do condenado, alcançando os seus descendentes; 
c) O princípio da individualização da pena exige que se leve em consideração as condições e circunstâncias pessoais do condenado; 
d) O princípio da humanidade impede a aplicação de penas cruéis. 
7. Patrícia, maior de idade, tem certa inimizade com Mariza. A primeira, tendo conhecimento de que seu vizinho Carlos possui problemas mentais, o induziu a matar Mariza. Certo dia, Carlos deferiu três facadas em Mariza, deixando-a gravemente ferida, que três dias depois veio a falecer em razão das graves lesões provocadas por Carlos. Considere o fato acima descrito, e de forma fundamentada responda: 
Quem é o autor do delito no fato acima descrito? Justifique a resposta. 
Considerando o caso, não se pode atribuir a autoria do fato a Carlos, pois este não tinha discernimento da conduta por ele proferida. Patrícia, no entanto, se utilizando de Carlos como ferramenta para a prática do ato pode ser considerada a autora, pois através do induzimento, plantou a ideia na mente de Carlos. 
De que espécie de concurso de pessoa trata o fato? Justifique a resposta. 
Nesse caso, mesmo que Patrícia não estivesse na cena do crime, ela pode ser considerada a autora, pois foi ela quem plantou a ideia na cabeça de Carlos. Logo, a primeira terá a autoria mediata, sendo considerada a mentora do crime e sendo por ele culpada como se tivesse executado a ação. 
Victor Eduardo Rios Gonçalves diz que na autoria imediata, o agente serve-se de pessoa sem discernimento para executar para ele o delito. O executor é usado como um mero instrumento por atuar sem vontade ou sem consciência do que está fazendo e, por isso, só responde pelo crime o autor mediato. 
8. Mileo, réu primário, sofreu condenação, com sentença já transitada em julgado pela prática do crime previsto no artigo 273 do CP, que consiste na falsificação de produtos para fins terapêuticos, o qual fora praticado em janeiro de 2009. Releva-se que o artigo 273 do CP é considerado crime hediondo – art. 1º, inciso b, da lei nº 8.072/90 e que o juiz fixou o regime inicial do cumprimento da pena no semiaberto. 
Em face dessa situação e com base na legislação vigente, responda: 
O regime de cumprimento da pena fixada na sentença está correto ou merece algum reparo? Justifique a resposta. 
O Código Penal estipula que o condenado a pena superior a oito anos deve começar a cumpri-la em regime fechado (art. 33, 2º, a). Mas a Lei de Crimes Hediondos, com objetivo de dar tratamento mais rigoroso a estes crimes que, em tese, são mais reprováveis, impõe que: 
Art. 2º, 1o: A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. 
Mileo, sendo um preso de voa conduta e não tendo problemas no exame criminológico, terá direito a progressão de regime após quanto tempo de cumprimento de pena? Justifique a resposta. 
A progressão de regime é um direito do preso, determinado no parágrafo 2º do artigo 33, normalmente se considera a progressão de regime após 1/6 do cumprimento da pena, no entanto, como nesse caso o réu foi sentenciado por crime hediondo, a progressão do regime será de 2/5 da sentença final. 
9. Damásio ingressou no Shopping Belém à noite, e burlando a vigilância na hora do fechamento do prédio, escondeu-se em um dos banheiros, permanecendo no interior do Shopping após o expediente. Invadiu 5 lojas de proprietários diferentes, usando chaves falsas. De cada um deles subtraiu 10 peças de roupas e outros objetos. Ai amanhecer, ao deixar o local, Damásio foi abordado por policiais, que estranharam o volume dos pacotes que carregava, sendo preso e conduzido à delegacia de polícia. 
Considere o fato acima e responda: 
Quanto à espécies de concurso de crimes, como o fato pode ser enquadrado? Justifique a sua resposta. 
O fato pode ser enquadrado como Concurso Formal. Nos termos do art. 70, caput, do Código Penal, quando o agente, mediante uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes. Nesse caso, caso crimes idênticos (concurso formal homogêneo), será aplicada só uma pena, aumentada de 1/6 a 1/2.
Casos concretos – Web aula Estácio
Adamastor Vale foi condenado como incurso nas sanções do artigo 121,§2º, inciso IV, do Código Penal por ter matado Anatalino da Silva, utilizando de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, desferindo pauladas no ofendido, causando-lhe as lesões descritas no auto de necropsia de fls. 19 do Inquérito Policial, que foram a causa de sua morte. Na ocasião, o denunciado utilizando-se de um pedaço de madeira, uma “trama” para cerca, desferiu pauladas na vítima, quando esta tentava se retirar do pátio da residência do acusado. Por outro lado, não se pode deixar de registrar que, momentos antes do fato, a vítima estaria embriagada no pátio da casa do réu, proferindo diversas ofensas verbais a ele e sua cunhada, além de tentar invadir sua residência e agredi-los fisicamente, razão pela qual, Adamastor Vale interpôs recurso de apelação com vistas ao reconhecimento da nulidade da decisão proferida pelo Tribunal do Júri por não ter sido formulado quesito relativo à forma privilegiada do delito, consoante entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal (Verbete de Súmula n.162), pedido julgado improcedente, haja vista a tese relativa à forma privilegiada do ilícito não ter sido ventilada pela defesa técnica em nenhum momento processual, nem mesmo no julgamento em plenário, ocasião em que propugnou apenas pelo afastamento da qualificadora e pela absolvição.
Sucessivamente:
1. Arguiu o reconhecimento da causa de diminuição de pena (privilégio).
2. Afastamento da hediondez do delito.
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre a teoria da pena, os crimes contra a vida e os institutos repressores da lei de crimes hediondos (Lei n.8072/1990) analise a procedência dos pedidos sucessivos.
O pedido é procedente, tendo em vista a existência de homicídio privilegiado qualificado, que ocorre quando o homicídio qualificado é praticado sob influência do disposto no parágrafo 1º do art. 121 do CP. Apesar de não ser pacífico, alguns tribunais admitem o homicídio privilegiado qualificado ou desclassificação do homicídio qualificado para privilegiado. 
Para efeito de dosimetria da pena, o parágrafo 1º do art. 121 funciona como atenuante do parágrafo 2º deste mesmo artigo.
Com relação ao delito de homicídio, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta:
I. Segundo a jurisprudência do STJ é admissível o concurso entre o homicídio privilegiado e qualificado, desde que, as qualificadoras tenham naturezaobjetiva, sendo, neste caso, caracterizado como delito hediondo.
II. O homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que na forma simples, poderá ser considerado hediondo, consoante expressa previsão legal na Lei n.8072/1990.
III. No caso de um delito de homicídio ser praticado em concurso de pessoas no qual haja um contrato para o pagamento, tanto o contratante, quanto o executor do homicídio que receber o pagamento, obrigatoriamente, serão responsabilizados pelo homicídio qualificado pela torpeza, consoante o disposto no art.30, do Código Penal.
IV. O instituto do perdão judicial aplica-se aos crimes de homicídio culposo previstos no Código Penal e na Lei n.9503/1997 (CTB) e configura-se como direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei.
Estão corretas apenas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.
Justiça manda a júri desempregada que fez autoaborto.
Fonte: OABRJ DIGITAL. NOTÍCIAS.
Disponível em: http://www.oabrj.org.br/noticia/72175-justica-manda-a-juri-desempregada-que-fez-autoaborto, 04/06/2012 – 11h42
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo
Uma mulher de 37 anos, que cometeu um autoaborto em 2006, vai a júri popular. Dependente de drogas, desempregada e mãe de dois filhos, ela foi denunciada pelo Ministério Público, absolvida em primeira instância, mas terá de sentar no banco dos réus por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, que atendeu ao recurso da promotoria. Keila Rodrigues mora em Paulo de Faria, uma cidadezinha no interior de São Paulo com pouco mais de 8,5 mil habitantes, distante 150 quilômetros de São José do Rio Preto. Ela pagou R$ 100 por dois comprimidos Cytotec, um abortivo de uso restrito, comprados clandestinamente. No dia 31 de outubro de 2006, grávida de cinco meses, ela foi até o Hospital de Base de Rio Preto e colocou os comprimidos na vagina. Pouco tempo depois, passou a ter fortes contrações e precisou ser internada imediatamente. Como a gravidez era avançada, o feto não foi expulso naturalmente, e Keila entrou em trabalho de parto antecipado. O bebê - que recebeu o nome de Amanda - nasceu de parto normal no dia 2 de novembro, pesando 615 gramas. A menina viveu por 20 dias, mas não resistiu. Morreu em decorrência de uma infecção neonatal, provocada pela prematuridade extrema. O caso foi parar na polícia depois que uma enfermeira do hospital registrou uma queixa contra Keila numa delegacia. A atitude da enfermeira é condenada pelo Ministério da Saúde na nota técnica Atenção Humanizada ao Abortamento e pelo Código de Ética de Profissionais da Enfermagem. 
O inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público, que entrou com uma denúncia formal contra Keila na Justiça. 
Sem dinheiro para contratar advogado, Keila recebeu o benefício da assistência gratuita - uma parceria da Defensoria Pública com a Ordem dos Advogados. A advogada Maria do Carmo Rocha Chareti foi então nomeada para defender Keila no processo. E ela mesma teve dificuldade para localizar a acusada. "Keila mora nas ruas. É pobre, alcoólatra, dependente de drogas. Nós vimos uma única vez antes da audiência com a juíza", conta. Na audiência, Keila compareceu aparentemente alcoolizada - o que, segundo Maria do Carmo, demonstra as condições precárias em que vive. Ela confirmou que tentou praticar o aborto, mas disse estar "profundamente arrependida". Diante da situação, Keila foi absolvida sumariamente pela juíza Milena Repuo Rodrigues, que entendeu que, diante das condições expostas por Keila, a conduta dela foi legítima e ela não poderia ser responsabilizada pelo crime de prática de aborto. 
Recurso. O promotor Marco Antônio Lélis Moreira, no entanto, não ficou satisfeito com a absolvição e recorreu ao Tribunal de Justiça. Na argumentação, Moreira diz que não há dúvida de que houve o aborto. E emenda: "É lamentável, em pleno século 21, uma mulher experiente não se utilizar dos meios impeditivos de uma gravidez para depois, grávida, escolher a via criminosa do aborto e encontrar a benevolência do magistrado". Em entrevista ao Estado, o promotor Moreira diz que fez a denúncia contra Keila porque ela já tinha antecedentes criminais e porque ela não apresentou provas suficientes para demonstrar que vivia em condições sub-humanas e seus dois filhos estavam sob a guarda da avó. "Além disso, ela confessou ter cometido o aborto. Essa ação vai servir de exemplo para a juventude da cidade prevenir a gravidez", afirmou o promotor. "No júri vou pedir a condenação de Keila como forma de prevenção geral. É uma punição moral para que as pessoas entendam que o aborto é criminoso", diz Moreira, admitindo que é raro que casos de aborto sejam denunciados e terminem em júri. A advogada Maria do Carmo diz que ficou surpresa com a decisão do TJ de mandá-la para júri popular. "Keila está arrependida. Tenho certeza de que os jurados vão absolvê-la."
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra a vida, identifique.
As figuras típicas do delito de aborto.
As figuras típicas são 
a) autoaborto (art. 124); 
b) aborto sem consentimento (art. 125) e; 
c) aborto com consentimento
b) O momento consumativo do delito de aborto. Responda de forma objetiva e fundamentada.
A consumação ocorre no momento da morte do feto, independentemente do momento da ação (utilização de meios que efetivamente poderiam provocar o aborto).
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
c) O fato da criança ter nascido e vindo a falecer após 20 dias de seu nascimento descaracteriza o delito de aborto? Responda de forma objetiva e fundamentada.
Não, o crime continua sendo caracterizado como aborto, mesmo seu resultado se produzindo após o momento da ação. Conforme o art. 4º do Código Penal.
Marcos e Rodrigo instigaram Juarez, que sofria de depressão, a cometer suicídio, pois, na condição de herdeiros do último, pretendiam a morte do mesmo por interesses econômicos. Ainda que Juarez tenha admitido firmemente a possibilidade de eliminar a própria vida, não praticou qualquer ato executório. Diante desse contexto, Marcos e Rodrigo: (FCC - 2014 - DPE-RS - Defensor Público).
a) poderiam ter a pena reduzida de 1/3 a 1/2, se a pretensão tivesse caráter humanitário, de piedade, e a morte tivesse se consumado.
b) deverão responder por tentativa de homicídio, visto que a ideia de ambos era eliminar a vida de Juarez para posterior enriquecimento.
c) serão responsabilizados pelo crime previsto no art. 122 do Código Penal, com redução da pena pelo fato de a vítima não ter atentado contra a própria vida, já que para a consumação do delito basta a mera conduta de instigar.
d) não responderão pelo crime de instigação ao suicídio, pois não houve morte ou lesão corporal de natureza grave na vítima.
e) responderiam por instigação ao suicídio, caso, no mínimo, Juarez atentasse contra a própria vida e tivesse ocasionado lesões corporais leves em seu corpo.
Deyse Neves foi denunciada como incursa no delito tipificado no art. 1º, II, da Lei n.9455/1997, por ter havido, mediante a utilização de uma escova de cabelo de cabo de madeira e correia de cinto, agredido seu filho Wallace, de três anos de idade. Em juízo, confessou a ré ter tido como motivo das agressões físicas o negativa de seu filho em utilizar o banheiro para a realização de suas necessidades, bem como sua “pirraça” ao fazê-las no chão da sala de casa (fls.132/133). Restadas comprovadas autoria e materialidade das agressões e, consectárias lesões à integridade física da criança, o Ministério Público entendeu estarem presentes os elementos configuradores do delito de tortura e não do delito de maus-tratos, previsto no art.136, do Código Penal.
Ante o exposto com base nos estudos realizados sobre o tema, indique, fundamentadamente, a correta tipificação à conduta de Deyse Neves, bem como diferencie os delitos supracitados.Trata-se de maus tratos. No caso em questão há um conflito aparente de normas, que é resolvido através do princípio da subsidiariedade. Tortura (Lei 9455/97) é crime mais grave, o crime abaixo e menos grave, subsidiário, é o de maus tratos.
A diferença é que na Lei 9455 (tortura) o crime ocorre a partir do objetivo de castigar a pessoa castigada por mero prazer, enquanto que no art. 136 (maus tratos), a o crime se tipifica através da correção educação e disciplina.
(UNEB - 2014 - DPE-BA - Estágio Jurídico - Defensoria Pública)
“Uma criança de um 1 ano e 9 meses morreu após ser atropelada pelo próprio pai na zona sul de Porto Alegre, no início da tarde desta segunda-feira (30). Conforme a Polícia Civil, o pai, de 31 anos, estava saindo de ré da garagem de casa e não viu o menino, que foi atingido pelo veículo. O atropelamento aconteceu na Rua Dona Mariana, na Restinga.
A criança foi encaminhada para o Hospital Moinhos de Vento da Restinga, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A Delegacia de Trânsito instaurou inquérito para investigar o caso. O pai e um tio da criança, que presenciou o ocorrido, prestaram depoimento durante a tarde”. (ATROPELO . Dísponivel em: < gaucha.clicrbs.com.br>. Acesso em: 30 dez. 2013).
Na hipótese narrada, o pai da criança responderá criminalmente por:
a) lesão corporal seguida de morte.
b) lesão corporal seguida de morte, na hipótese preterdolosa.
c) homicídio culposo, porém será possível a extinção da punibilidade pelo perdão judicial.
d) homicídio culposo, porém será possível a extinção da punibilidade pelo perdão do ofendido.
e) homicídio culposo e lesão corporal culposa, porém será possível a extinção da punibilidade pelo perdão do ofendido.
Sobre os crimes de abandono de incapaz e exposição ou abandono de recém-nascido, analise as assertivas abaixo:
I. o delito de exposição ou abandono de recém-nascido, em face da pena, admite a transação penal prevista na Lei n.9099/1995 – Juizados Especiais Criminais.
II. consumam-se com a efetiva exposição ou abandono, desde que resulte perigo concreto à vida ou à saúde da vítima.
III. em relação ao sujeito ativo do delito configuram delitos especiais próprios.
IV. o delito de exposição ou abandono de recém-nascido pode ser praticado por terceiro como forma de auxílio ao pai ou à mãe, não contudo, pelo terceiro, diretamente, sem a participação do pai ou da mãe.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) I e IV.
O gerente da empresa XYZ Ltda., pretendendo que a empregada Rosa das Neves, portadora de deficiência física, apresentasse sua demissão, passou a afirmar que ela estava desviando dinheiro do caixa e que fazia uso dos recursos para manter sua relação extraconjugal com um colega de trabalho. Estas afirmações foram realizadas reiteradamente para todos os colegas, por mais de três meses, levando Rosa a sentir-se em um ambiente de trabalho insustentável. O Juiz do Trabalho reconheceu a prática de assédio moral e determinou a expedição de ofício para apuração de delitos. (TRT 14R - 2014 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Juiz do Trabalho MODIFICADA).
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra a honra:
Avalie a possibilidade de concurso de crimes entre os delitos de calúnia, difamação e injúria quando praticados no mesmo contexto fático.
Identifique as consequências jurídico-penais caso o gerente promova a retratação antes da prolação da sentença.
c) O fato de Rosa das Neves ser portadora de deficiência física possui relevância para a tipificação da conduta do gerente?
Com relação aos delitos contra a honra, leia atentamente as situações hipotéticas apresentadas abaixo:
Funcionário público oferece representação contra colega entendendo-se ultrajado na sua honra, (em sua dignidade). Acionado criminalmente, o colega retratou-se. A referida retratação é irrelevante para o Direito Penal.
Um indivíduo comparece à Delegacia Policial e oferece notícia de crime em face de terceiro, um desafeto seu, sendo certo que o noticiante imputou ao noticiado crime de que o sabia inocente. Em decorrência da referida notícia foi instaurado inquérito policial. Neste caso, a conduta do noticiante encontra-se incursa no tipo penal da calúnia.
Um indivíduo, maior e capaz, com o ânimo de ridicularizar um vizinho, portador de deficiência mental, o xinga de “idiota bobalhão”. Arrasado com a ofensa chora e conta aos seus pais e amigos que foi “humilhado”. Neste caso é correto afirmar que a conduta deste indivíduo será tipificada como injúria discriminatória.
Dois indivíduos, por motivo irrelevante, iniciam violenta discussão em um bar, no curso da qual um deles, despeja um copo de cerveja na cabeça do outro. A sua conduta configura a contravenção penal de vias de fato.
Estão certos apenas os itens:
A) I e II.
B) I, e III.
C) I, II e III IV.
D) I, II e IV.
Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada de acordo com as disposições incriminadoras contidas no CP sobre os crimes contra a honra. Assinale a opção em que a assertiva está correta.
Jonas, em conversa com vários colegas de trabalho, entre eles Hercílio, seu desafeto, referiu-se a este dizendo “você é ladrão e hipócrita”. Nessa situação, a frase proferida por Jonas configura os delitos de calúnia e difamação em concurso formal, com causa de aumento de pena prevista na parte especial do CP.
Adalto é negro e jogador de futebol profissional. Durante uma partida é chamado pelos torcedores do time adversário de macaco e lhe são atiradas bananas no meio do gramado. Caso sejam identificados os torcedores, é correto afirmar que, em tese, responderão pelo crime de injúria racial, nos termos do art. 140, § 3.º do Código Penal.
Mariana entra em sala de aula e percebe que Jonas mexe na bolsa de Luiza. Jonas, na verdade, pegava na bolsa de Luiza um remédio, contando com a autorização da moça. Pouco tempo depois Luiza retorna para a sala e descobre que seu celular foi furtado. Mariana conta para todos que o autor da subtração foi Jonas, pois ela acreditava sinceramente que tivesse sido o rapaz, no entanto essa imputação foi falsa, porque logo depois se descobriu o celular em posse de um outro aluno na sala. A partir da premissa de que Jonas tomou conhecimento das declarações feitas é correto afirmar que a conduta de Mariana configura os delitos de calúnia e injúria.
Clerivaldo, perante várias pessoas, afirmou falsamente que Marcelino, funcionário público aposentado, explorava a atividade ilícita do jogo do bicho, quando exercia as funções públicas. Ante a imputação falsa, é correto afirmar que Clerivaldo cometeu o crime de difamação, admitindo-se a exceção da verdade.
Estão certos apenas os itens:
A) I e II.
B) I, e III.
C) I, II e III IV.
D) I, II e IV
Roberto Carlos, profissional autônomo, conhecido na pequena cidade em que trabalha pela qualidade de seus serviços nas reformas de cozinhas e banheiros foi surpreendido em determinado dia, durante o horário de almoço, pela subtração de sua máquina de cortar cerâmica. Desesperado por tratar-se de maquinário indispensável à sua atividade laborativa perguntou a todos os conhecidos sobre o ocorrido. Alguns dias após a subtração encontrou a máquina jogada à porta da casa na qual estava trabalhando. Os moradores da casa viram quando um homem, identificado posteriormente como Leozinho, a jogou na porta e saiu correndo. Dos fatos, Leozinho restou denunciado pela conduta incursa no art.155, caput, do Código Penal. Inconformado alegou em defesa a aplicação do princípio da insignificância com vistas à exclusão da tipicidade material de sua conduta e, sucessivamente, a isenção de pena em decorrência da devolução da máquina e consequente ausência de prejuízo a Roberto Carlos.
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre o crime de furto, responda de forma objetiva e fundamentada:
a) A defesa deve prosperar?
Não deve prosperar, tendo em

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