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Unidade VIII - Medidas socioeducativas

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ATO INFRACIONAL 
E GARANTIAS PROCESSUAIS
Isete Evangelista Albuquerque
1. ATO INFRACIONAL:
 Art. 103 do ECA: “considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”.
 Menores de 18 anos não praticam infração penal, sendo penalmente inimputáveis. Assim, estão sujeitos:
Crianças → medidas de proteção.
Adolescentes → medidas socioeducativas e/ou protetivas.
 Tempo do ato infracional → deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato (art. 104, parágrafo único, ECA). 
Incorporação da teoria da atividade do art. 4º do CP, em que se considera praticado o crime no momento da ação ou omissão (conduta), ainda que outro seja o do resultado.
Ato infracional cometido por criança → sujeita-se às medidas de proteção (art. 105 do ECA) – não tem caráter punitivo. É o sistema da irresponsabilidade.
2. DIREITOS INDIVIDUAIS
 Privação da liberdade do adolescente – art. 106 do ECA: em caso de
 Flagrante de ato infracional, ou
 Por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
A apreensão de adolescente fora destas hipóteses configura o crime do art. 230, caput, ECA, podendo impetrar um habeas corpus.
Art. 230 do ECA. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
 O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado sobre seus direitos, como o de permanecer calado e de ter a assistência de sua família e de advogado.
Comunicação da autoridade judiciária – o art. 107 do ECA determina que “a apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada, sob pena de cometer o crime do art. 231 do ECA.
Possibilidade de liberação imediata – o parágrafo único do art. 107 do ECA determina que a autoridade judiciária examine, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 234 do ECA. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
 Internação provisória: art. 108 do ECA
Medida privativa de liberdade excepcional. 
Antes da sentença.
Prazo máximo de 45 dias. Findo este prazo, o adolescente deve ser imediatamente liberado.
Somente poderá ser decretada pelo juiz mediante demonstração da sua necessidade imperiosa, além de indícios de autoria e materialidade.
Art. 235 do ECA. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Identificação do adolescente – O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.
Art. 5º, LVIII, CF.
Identificação dactiloscópica (impressão digital) é medida excepcional, cabendo somente para fins de confrontação diante de dúvida fundada (ex.: documento com rasura ou indício de falsificação).
3. GARANTIAS PROCESSUAIS
 DEVIDO PROCESSO LEGAL: art. 110 do ECA. 
“Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal”.
Deste princípio decorrem todas as demais garantias processuais, como contraditório, ampla defesa, presunção de inocência, etc.
Deve ser observado sempre que for atribuída a prática de ato infracional a um adolescente.
Súmula 342 do STJ: “no procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente”. 
 Art. 111 do ECA. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;
Art. 207, caput, do ECA. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor.
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
Art. 184, § 2º, ECA. Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
Isete Evangelista Albuquerque
1. COMPETÊNCIA
		 PARA APLICAÇÃO
 Somente o juiz pode aplicar as medidas socioeducativas.
Súmula 108 do STJ: “a aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz”.
Art. 146 do ECA. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.
2. ESPÉCIES
Art. 112 do ECA. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
3. CRITÉRIOS 
		PARA APLICAÇÃO 
O art. 112, § 1º, do ECA determina que o juiz, ao aplicar a medida ao adolescente, levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
Importante!!! O art. 112, § 2º, do ECA diz que, em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
Adolescentes portadores de doença ou deficiência mental: receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições. Não serão submetidos a medidas socioeducativas.
4. ADVERTÊNCIA
 Medida socioeducativa mais branda. 
 Para atos infracionais de pequena gravidade.
 Consiste em admoestação verbal.
 Basta indícios suficientes de autoria e prova da materialidade.
Art. 114, parágrafo único, ECA. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
Art. 115 do ECA. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.
5. OBRIGAÇÃO 
		DE REPARAR O DANO
 Medida adequada para atos infracionais com reflexos patrimoniais.
Art. 116 do ECA. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.
6. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
Art. 117 do ECA. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.
7. LIBERDADE ASSISTIDA
 Das medidas em meio aberto, é a mais rígida.
 O adolescente permanece na companhia de sua família e inserido na comunidade (fortalecimento dos vínculos), mas sujeita-se a acompanhamento, auxílio e apoio de orientador.
Art. 118 do ECA. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurara medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
Art. 119 do ECA. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
IV - apresentar relatório do caso.
Art. 118, § 2º, ECA: “A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor”.
PRAZO MÁXIMO DA MEDIDA: não há previsão expressa. Logo, por analogia, aplica-se o período máximo para internação (03 anos).
8. SEMILIBERDADE
 Medida socioeducativa privativa de liberdade.
 Situa-se entre a medida de internação (mais severa) e as medidas em meio aberto. 
 O adolescente pode realizar atividades externas, independente de autorização judicial. 
 A escolarização e a profissionalização são obrigatórias.
Não comporta prazo determinado, sendo prazo máximo de 03 anos.
Art. 120 do ECA. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação.
9. INTERNAÇÃO
 Medida socioeducativa mais severa (medida privativa de liberdade).
 Informada pelos princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Não comporta prazo determinado, sendo prazo máximo de 03 anos.
Findo este prazo, o juiz poderá: liberar o adolescente (se a medida atingiu a finalidade), colocá-lo em regime de semiliberdade ou em liberdade assistida.
Liberação compulsória aos 21 anos.
 Art. 121 do ECA. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7o  A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
Hipóteses de cabimento
Art. 122 do ECA. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
Reiteração é, no mínimo, 03 infrações graves (STJ).
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. - Internação-sanção ou internação com prazo determinado.
§ 1o  O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada. 
Princípio da excepcionalidade.

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