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ARTIGO PÓS NOTARIAL E REGISTRAL INVENTARIOS E PARTILHAS EXTRAJUDICIAIS E A LEI 11.44

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP 
 
 
 
 
PÓS-GRADUÇÃO EM DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL 
JUCÉLIA FÁTIMA SEIDLER JEREMIAS 
 
 
 
 
 
 
INVENTÁRIOS E PARTILHAS EXTRAJUDICIAIS, AS 
INOVAÇÕES E A EFICÁCIA DA LEI 11.441/2007 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XANXERÊ, SC 
2014
INVENTÁRIOS E PARTILHAS EXTRAJUDICIAIS, AS 
INOVAÇÕES E A EFICÁCIA DA LEI 11.441/2007 
 
 
Jucélia Fátima Seidler Jeremias 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de 
Especialização em Direito Notarial e Registral, da 
Universidade Anhanguera - UNIDERP, como requisito 
parcial à obtenção do grau de especialista em Direito 
Notarial e Registral. Unidade de Xanxerê, SC. 
Orientador: Adriano César da Silva Álvares. 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem por objetivo abordar a sucessão advinda pela causa mortis. Até 2007, 
o inventário e a partilha só poderiam ser realizados utilizando-se da via judicial, não 
proporcionando a Lei outra forma de conclusão dos atos de transmissão definitiva do acervo 
hereditário a não ser pelo crivo do Judiciário. Atualmente, com a promulgação da Lei 
11.441/2007, quando os interessados forem capazes, concordes, o de cujus não tenha deixado 
testamento e todos estejam assistidos por advogado, referidos atos poderão ser concretizados 
por meio de escritura pública, no Tabelionato de Notas (a escolha dos herdeiros). A utilização 
da via extrajudicial torna o processo mais célere, simples, menos oneroso e com a conclusão 
mais rápida dos atos de transmissão e publicidade ante terceiros, além de desonerar o 
judiciário com tais questões, que podem, desta forma, ser solucionadas buscando agilidade 
nas demais (causas) que dele necessariamente dependem para a solução de litígios. Objetiva-
se, ainda, demonstrar a eficácia da Lei 11.441/2007, verificar que a faculdade proporcionada 
com a edição da lei, traz todos os requisitos de segurança jurídica de que necessitam e 
almejam os envolvidos, tendo em vista ser o tabelião portador de fé pública, estar vinculado 
aos princípios norteadores do direito e ao cumprimento das exigências da Lei em questão, 
combinados com a Resolução 35 do Conselho Nacional de Justiça, bem como ao Código de 
Normas da Corregedoria de cada Estado, não deixando de observar também todas as garantias 
que a Constituição Federal e o Código Civil conferem. 
Palavras-chave: Inventários e Partilhas Extrajudiciais. Inovações e eficácia da Lei 
11.441/2007. Desjudicialização. 
 3
INTRODUÇÃO 
 
O direito, instrumento da sociedade como é, busca sempre a solução de problemas com visão 
atual, constante e evolutiva. Fazem parte desta estrutura, as conjunturas sociais, políticas e 
econômicas que, ao lado do direito, funcionam como determinantes umas para com as outras. 
Dispõe a Constituição Federal: “A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados 
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação 
(Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, LXXVIII, com redação da EC 45, de 
2004)”. 
Apesar dessa previsão constitucional, são constantes as críticas lançadas ao Poder Judiciário, 
por conta da sua lentidão na solução dos conflitos de interesse levados à sua apreciação. 
Importantes reformas estão sendo postas em prática. Uma delas é a que permite a lavratura de 
Inventário e Partilha de bens pela via extrajudicial, implantada pela Lei n. 11.441/2007, sem a 
participação do Poder Judiciário. 
Neste trabalho serão abordados os principais aspectos envolvidos com esta recente mudança 
com relação ao Inventário e Partilha dos bens deixados pela morte indicando a forma de 
distribuição do acervo hereditário, facultando aos sujeitos de direito, utilizarem como meio de 
aperfeiçoar a conclusão de seus atos, a forma extrajudicial. 
O inventário possibilitará o levantamento dos bens do acervo e, por meio da partilha, será 
possível a efetiva aquisição da herança pelos sucessores, na proporção de suas quotas 
hereditárias. O herdeiro poderá aceitar e no mesmo ato doar ou vender seus direitos ou poderá 
dela renunciar. Trata-se de um arrolamento mediante descrição e avaliação da massa partível 
e apuração das dívidas deixadas pelo de cujus, para então, verificar-se o montante a ser 
partilhado. 
A partilha é a individualização dos direitos de propriedade que será transmitido aos herdeiros 
pelo que, estando eles no rol dos herdeiros necessários, terão a garantia de seus quinhões 
hereditários indisponíveis no caso de ato de disposição de última vontade. 
Os bens não levados à partilha no momento oportuno, por omissão voluntária de alguém ou 
algum dos herdeiros, serão denominados de sonegado e deverá sobre ele incidir uma nova 
partilha, também denominada de sobrepartilha, a fim de beneficiar a todos os que dela têm 
direito. 
 4
Com ênfase, estuda-se o Inventário a Partilha Extrajudicial, novidade trazida pela Lei 11.441, 
de 04 de janeiro de 2007. O legislador outorgou a faculdade de sua utilização, concedendo 
liberdade de escolha dessa disponibilidade aos herdeiros e sucessores. Contudo, para que seja 
possível sua utilização impõe os requisitos de capacidade, concordância e ausência de 
testamento. Pelo Tabelião deverão ser observadas todas as formalidades exigidas pelo Código 
Civil, Códigos de Normas das Corregedorias Estaduais e Resolução 35 do Conselho Nacional 
de Justiça e, no caso de entender não ser possível a lavratura pela via administrativa, poderá 
recusar-se e abster-se de fazê-lo. 
A lei 11.441/2007 é o início de uma nova caminhada que servirá de exemplo para novas 
propostas legislativas com intuito de desonerar o judiciário de questões que podem ser 
resolvidas com utilização de outras vias. 
 
1. DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA EXTRAJUDICIAL 
 
O Direito das sucessões regulamenta a transmissão do patrimônio de uma pessoa que falece a 
seus herdeiros ou legatários. No direito das sucessões, são tratadas as sucessões causa mortis. 
Nos termos do art. 6º do Código Civil Brasileiro: “A existência da pessoa natural termina com 
a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de 
sucessão definitiva”. Portanto, o momento exato da abertura da sucessão, que também poderá 
ser chamada de devolução sucessória ou de delação hereditária, será o instante da morte, e 
nesse sentido leciona Maria Helena Diniz, ao expor que, 
 
No momento do falecimento do de cujus abre-se a sucessão, transmitindo-se 
sem solução de continuidade, a propriedade e a posse dos bens do defunto 
aos seus herdeiros sucessíveis, legítimos ou testamentários, que estejam 
vivos naquele momento, independentemente de qualquer ato. Essa 
transmissão é, portanto, automática, operando-se ipso iure1(DINIZ, 2002, 
p.22). 
 
Para o direito, o próprio falecido é que transmite aos sucessores o seu acervo patrimonial. Tal 
princípio é chamado de droit de saisine2 e vem consagrado pelo art. 1784 do Código Civil: 
 
1
 Ipso jure – pelo mesmo direito. 
2 O droit de saisine ou o princípio de saisine é aquele segundo o qual o próprio defunto (de cujus) transmite ao 
sucessor o domínio e a posse da herança. 
 5
“Aberta à sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e 
testamentários”. 
 
1.1 DO INVENTÁRIO 
 
Inventário é o procedimento utilizado para efetuar o levantamento dos ativos e passivos da 
herança, os pagamentos das dívidas, recebimentos ou apuração de créditos, etc. Todo o 
patrimônio do falecido será inventariado para ser distribuído entre os herdeiros legítimos ou 
testamentários, e legatários. 
No plano jurídico a transmissão do acervoocorre no instante do falecimento (mesmo que 
fictício), no entanto, apenas no inventário é que será efetivada a transferência da herança aos 
herdeiros. 
No inventário serão promovidos os atos de posse, administração e liquidação da herança, o 
pagamento dos impostos de transmissão, entre outros, com o objetivo de regularizar 
juridicamente a sub-rogação na titularidade e dar publicidade por meio do posterior registro 
imobiliário do domínio, para que possam usar, gozar e dispor dos bens, objeto da sucessão. 
De acordo com o Código Civil: “art. 1785 - A sucessão abre-se no lugar do último domicílio 
do falecido”. Para complementar as situações não elencadas neste artigo, tais como nos casos 
em que o autor da herança que possui mais de um domicílio ou que não possuía domicílio 
certo ou conhecido, se possuía bens em vários domicílios ou se, residia no Brasil e faleceu no 
estrangeiro, o Código de Processo Civil em seu artigo 96, estabelece que “o foro do domicílio 
do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário e partilha”, ainda que o óbito 
tenha ocorrido no estrangeiro, bem como os demais procedimentos para fins de cumprimento 
de eventuais disposições de última vontade do autor da herança, não excluindo referido artigo 
a possibilidade de o inventário ser processado no local da situação dos bens ou do local onde 
tenha ocorrido o óbito. 
O prazo estabelecido em lei para a sua instauração é de 60 (sessenta) dias a contar do 
falecimento (CPC, art. 983). Contudo, se o inventário não for promovido no prazo legal os 
herdeiros não serão privados de seus direitos sucessórios, a pena aplicável pela desobediência 
será apenas tributária, incidindo aplicação de multa sobre o valor do imposto de transmissão 
 6
causa mortis (ITCMD), variando de Estado para Estado, sendo que o valor será recolhido 
onde se encontram localizados os bens. 
Quando todos os herdeiros forem maiores, capazes, concordes e não tenha o autor da herança 
disposto em testamento, poderão efetuar a partilha utilizando-se da via extrajudicial. E, ainda, 
poderá no caso de haver um único herdeiro, ser promovida por meio de escritura pública a 
adjudicação dos bens inventariados. 
 
1.2 DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.441, DE 4 DE JANEIRO DE 2007 
 
Até o advento desta Lei, o inventário era como vários outros tipos de processos que ainda 
perduram nos órgãos judiciários de todo o país, o chamado “processo necessário”, e sua 
feitura só poderia ser efetuada através de processo judicial. Só com a provocação do judiciário 
haveria a possibilidade de promover a passagem dos direitos e obrigações deixados pelo 
falecido aos seus herdeiros. 
Buscando, o ordenamento jurídico consubstancial mudanças, principalmente no âmbito 
civilista, com o intuito de agilizar a conclusão dos processos, “desafogar” o judiciário e mudar 
a opinião pública quanto à morosidade dos processos, implantou mudanças e buscou 
reformas. Importante mudança foi à publicação da Lei 11.441, com vigência imediata, 
possibilitando a realização de separação, divórcio, inventário e partilha mediante escritura 
pública, pela via administrativa, desde que cumprissem os requisitos previstos na norma. 
A citada lei introduziu proveitosa mudança procedimental, alterando a redação dos artigos 
982 e 1.124-A do Código de Processo Civil, para, nas condições específicas nele previstas, 
permitir-se o inventário e a partilha - objeto deste trabalho - e a separação e divórcio pela via 
extrajudicial, ante o comparecimento dos interessados perante ofício de notas, autorizando a 
lavratura dos mesmos através de escritura pública, não sendo necessário passar pelo crivo do 
judiciário para a homologação. 
Desejou o legislador valorizar, além dos aspectos acima elencados, a conciliação, a 
composição das partes, pressupondo-se que todos os herdeiros tabularam acordo em relação à 
partilha dos bens, ou seja, a partilha consensual deve prevalecer e se sobrepor ao litígio para 
que seja possível a realização do inventário extrajudicial. 
 7
A Lei 11.441/2007 influenciou nas normas procedimentais, pois teve sua aplicação imediata, 
podendo abranger fatos pretéritos, mas que, todavia preenchem os requisitos para a sua 
utilização. 
A inovação contemplada pela Lei teve aplicação imediata, tratando-se de regra processual, 
independentemente da data da abertura da sucessão, podendo, até ensejar a desistência de 
procedimento judicial eventualmente instaurado e optar pelo extrajudicial. 
Portanto, se o notário for procurado para lavrar inventário de óbitos ocorridos antes de 04 de 
janeiro de 2007, poderá praticar todos os atos necessários para a conclusão do mesmo, tendo 
em vista não haver óbice para a lavratura do mesmo, desde que respeitados os requisitos 
legais previstos para o mesmo. 
 
1.3 DA MEDIAÇÃO NOS PROCEDIMENTOS INSTITUÍDOS PELA LEI 
11.441/2007 
 
A mediação é utilizada como alternativa à violência ou como alternativa ao sistema judiciário 
e extrajudicial para solucionar litígios. 
A função do mediador é estabelecer sua credibilidade com uma terceira pessoa imparcial e 
explicar as etapas do processo, buscar um entendimento satisfatório das partes envolvidas 
visando ao interesse comum; favorecer uma atitude comum evitando a confrontação e 
facilitando as negociações. 
Geralmente, quando o tabelião é procurado para lavrar atos como separação e divórcio as 
partes já trazem consigo um desgaste emocional, econômico e de diminuição de contato entre 
outros membros da família, além de outros tipos de agressões que ainda encontram-se 
enraizadas com o fim do relacionamento. 
Quando o assunto é inventário e partilha, vem presente o sentimento de perda, a saudade, a 
tristeza, etc., quando então, tão importante quanto na separação e divórcio será a participação 
do tabelião no auxílio às partes transmitindo segurança e capacidade, fazendo com que ao seu 
redor exista um clima de confiança e serenidade coletando das partes todas as informações 
necessárias para a lavratura do ato. 
 8
Outro ponto importante do tabelião será a utilização de uma linguagem neutra, apresentar 
soluções igualitárias e não dar aos fatos proporções indevidas, e ainda, assegurar que todos os 
participantes desfrutem da mesma compreensão do que está sendo proposto. 
Com a edição da Lei 11.441/2007 a função mediadora do notário é praticamente obrigatória 
pela atribuição que recebem do Estado. Para Águida Arruda Barbosa, “Trata-se da dinâmica 
da intersubjetividade, visando ao exercício da humanização do acesso à justiça, tendo como 
instrumento a criatividade, a arte da mediação”(BARBOSA, 2007, p. 282). 
Juntamente com o notário cabe ao advogado a função de mediação entre as partes 
comparecentes para a lavratura da escritura, não visando acordo, mas sim a comunicação a ser 
desprendida de forma imparcial, não importando julgamento e exclusão, mas fazendo com 
que os participantes se ouçam mutuamente e cheguem a um consenso e o mais positivo, a 
resolução mais rápida, fácil e menos onerosa. 
O cartorário é profissional dotado de fé pública e submetido ao princípio da legalidade, 
vinculado ao cumprimento do estabelecido no Código de Normas das Corregedorias Estaduais 
ao qual está vinculado, bem como as normas, regulamentos e resoluções impostas para o 
cumprimento das obrigações a perfeita lavratura do instrumento requerido, dando segurança 
jurídica dos atos praticados. 
 
1.4 DA EFICÁCIA DA LEI 11.441/2007 
 
Durante o século XX, por vários motivos, verificou-se um intenso processo de judicialização 
dos conflitos sociais, exigindo do Estado muito investimento no Poder Judiciário, com vistas 
à solução dessas lides. Todavia, mesmo com o aumento constante de órgãos e servidores,e 
suas capacitações, bem como a evolução tecnológica, o Estado não está conseguindo exercer 
com celeridade as causas postas ao seu julgamento. 
A Lei 11.441/2007 valorizou a composição, proporcionou celeridade, diminuiu a burocracia e 
está mudando a opinião pública quanto à atuação na prestação jurisdicional à sociedade. 
Tendo em vista o sucesso da Lei 11.441/2007, visível está a necessidade de celeridade e 
eficácia na resolução dos conflitos de forma mais simples e objetiva, com o mínimo de tempo 
possível para o encerramento das ações, com edição de novas leis, dando prioridade a 
autocomposição dos interesses subjetivos disponíveis. 
 9
Há necessidade de reestruturar o judiciário objetivando a promoção da efetividade dos direitos 
e deveres do sistema de justiça a fim de auxiliar o desenvolvimento cultural, político, social e 
econômico do Brasil. 
Desjudicializar é facultar as partes à composição de seus litígios sem acionar o judiciário. A 
necessidade de desjudicializar é emergente em nosso sistema jurídico, transferindo para a 
esfera administrativa a solução dos conflitos menos complexos, onde as partes são capazes e 
concordes, a fim de promover a efetividade dos direitos e deveres, acelerando a conclusão dos 
processos. Há de se ressaltar que, tendo solução mais rápida nos conflitos, estar-se-á de toda 
sorte contribuindo para o desenvolvimento cultural, político, econômico e social do país. 
Com a divisão das tarefas, transferindo parte dos conflitos para resolução em outra esfera, 
estará o judiciário com maior celeridade e efetividade, apto a resolver os conflitos que não 
poderão ser solucionados senão por esta via. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Neste trabalho, analisou-se a sucessão hereditária com atenção especial para a forma 
extrajudicial de inventariar e partilhar os bens do espólio. 
O tema é atual e relevante, principalmente a partir da vigência da lei nº 11.441/2007, que 
permitiu o uso da via extrajudicial para a lavratura de escrituras públicas de inventário e 
partilha, adjudicação e sobrepartilha, de forma menos onerosa e burocrática. 
Ressalta-se que a faculdade do uso extrajudicial está condicionada à inexistência de 
testamento e à capacidade e concordância dos herdeiros quanto à partilha dos bens, devendo, 
o tabelião de notas observar as formalidades impostas pela legislação, não necessitando 
referido instrumento ser homologado judicialmente. 
A utilização de meios alternativos, diversos da do Poder Judiciário, confere maior celeridade, 
não só àqueles processos que deixaram de ser ajuizados, mas a todos os demais em tramitação 
judicial, pois, com um menor número de processos, juízes e servidores podem prestar um 
melhor trabalho à sociedade. 
Com a eficácia da Lei 11.441/2007, muitas ações que não importam desavenças entre as 
partes, deixam de absorver os trabalhos e desempenho dos servidores, bem como têm uma 
rápida solução, o que resta evidente a necessidade de novos projetos e leis que venham 
 10
auxiliar os trabalhos e resoluções de ações/interesses/procedimentos/processos por outra via 
que não a judiciária. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AVELAR, Letícia Marquez de. Separação, divórcio, Partilhas e inventários extrajudiciais 
– questionamentos sobre a lei 11.441/2007. São Paulo: Método, 2007. 
BARBOSA, Águida Arruda. Separação, divórcio, partilhas e inventários extrajudiciais – 
questionamentos sobre a lei 11.441/2007. São Paulo: Método, 2007. 
BONATES, Juliana da Fonseca. Separação, divórcio, partilhas e inventários 
extrajudiciais: questionamentos sobre a lei 11.441/2007. São Paulo: Método, 2007. 
BRASIL. Lei nº 5.869. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder executivo, 
Brasília, DF, 11 jan. 1973. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869compilada.htm>. Acesso em: 06 jun. 2014. 
BRASIL. Lei 10.406. Código Civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 
Poder executivo, Brasília, DF, 10 jan. 2002. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 07 jun. 2014. 
BRASIL. Lei nº 11.441. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder 
executivo, Brasília, DF, 04 jan. 2007. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11441.htm>. Acesso em: 01 
jun. 2014. 
BRASIL. Resolução 35 do CNJ. Disponível em: <http://jus.com.br/forum/154785/resolucao-
35-do-cnj-disciplina-a-lei-1144107-lei-do-inventario-e-divorcio-em-cartorio>. Acesso em: 03 
jun. 2014. 
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Sucessões. 3ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. 
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e prática. São Paulo: Editora Método, 2007. 
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2004.

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