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Resumo Prova de Direitos Humanos

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PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS – PROFA. CARLA FABIANE
DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PSICOLOGIA - Ferrero
A ética é importante em todo o tipo de intervenção
Bom desempenho do psi = conhecimento + ética = instrumentalização do conhecimento
DH = suporte para a ética profissional = toda prática deve respeitar! Psicologia = elevado nível de compromisso e de responsabilidade social.
Declarações historicamente representativas: DUDH (1948), Declaração Americana dos direitos e deveres do homem (1948), Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966), Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969), Declaração de Viena (2003) - cada uma com suas particularidades, mas todas referem-se a defesa da dignidade das pessoas - direito à saúde, ao processo social e a uma vida digna. 
Direitos fundamentais: incluem a saúde física e mental!
No âmbito da saúde - Direitos de 2ª geração = direitos sociais, econômicos e culturais. Saúde mental: Declaração de direitos de pessoas com atraso mental (1971), Declaração de direitos de pessoas deficientes (1975), Princípios para a Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental e a Melhoria da Assistência à Saúde Mental (1991), Declaração de Quito (2003). Todas estas declarações foram progressivamente ocupando diversos aspectos da vida. Todos os documentos citados constituem direitos iniludíveis - deveres e obrigações em nível pessoal e social!
Direitos de 3ª geração: anteriormente não eram considerados, como o direito à paz ou à solidariedade dos povos
Direitos de 4ª geração: Novas tecnologias, como o campo da investigação biomédica e da comunicação.
Psicologia: tem deveres de maior relevância - exercício da profissão tem impacto direto na saúde da comunidade
Código de Nuremberg (1947): experimentos realizados com vítimas do nazismo – violação de todo tipo de direitos em prol da investigação biomédica = defesa dos direitos dos sujeitos participantes. A partir desta declaração - diversos tipos de regulamentos: Informe Belmont: Princípios éticos e guia para a proteção de sujeitos humanos de investigação (1979), Pautas Éticas Internacionais para a Investigação e Experimentação Biomédica em Seres Humanos (2002), Guia para a conduta em investigação que envolve sujeitos humanos (1995), Declaração Universal sobre Bioética e DH (2006) e a
Declaração de Helsinki - Princípios éticos para as investigações médicas em seres humanos (2004): ampliada e modificada. Atualmente é a principal regulação ética
Todas elas têm um objetivo comum = preservar o bem-estar físico, psicológico e social dos indivíduos e das comunidades que participam de investigação biomédica. 
Bem-estar: princípios básico da bioética e da beneficência (e não maleficiência), autonomia e justiça: 1) decisão de participar ou não; 2) deixar de participar quando quiserem; 3) nenhum dano, maltrato ou desvalorização; 4) jamais colocar a finalidade da investigação sobre o bem-estar dos participantes. Adota a noção de indivíduo autônomo e ao mesmo tempo parte de uma comunidade.
Códigos deontológicos = códigos de ética profissional: limites do exercício da profissão, princípios fundamentais de DH e bioéticos. 
Exercício da psicologia = todas as leis relativas ao exercício profissional apoiam que os direitos humanos 
Os códigos de ética profissional da Psicologia + importantes: American Psychological Association, European Federation of Psychologist‘s Associations e
Protocolo de Acordo Marco de Princípios Éticos para o Exercício Profissional dos Psicólogos no Mercosul e Países Associados: a) Presença dos DH - “Respeito pelos direitos e a dignidade das pessoas” = comprometimento dos próprios os princípios com os estabelecidos pela DUDH; b) Não às práticas discriminatórias = “Se empenharão em ser prudentes frente às noções que degeneram em rotulações desvalorativas ou discriminatórias”; c) Direito à privacidade, à confidencialidade, autodeterminação e autonomia; d) Competências para atuar na assistência, ensino e/ou estudos de grupos humanos, respeitando a diversidade; e) Responsabilidade social: compromisso social, promovendo PPs que contribuam para o bem-estar do desenvolvimento do indivíduo e da comunidade
Códigos nacionais: princípios gerais o respeito pelos direitos e a dignidade das pessoas, seja de forma explícita ou implícita - são praticamente idênticos: a) Respeitar o sigilo = direito de privacidade; b) Consentimento informado = princípio de autonomia; c) Responsabilidade com a comunidade = não-discriminação em função de nacionalidade, religião, raça, ideologia ou preferências sexuais, e) Respeito à publicidade = direito à informação veraz
Uma portanto prática profissional e científica ética deverá estar sempre socialmente situada, devendo ser destinadas a defender os direitos dos sujeitos e da comunidade = em qualquer campo da Psicologia = desenvolvimento científico e técnico + compromisso ético (respeito irrestrito aos DH).
O COMPROMISSO SOCIAL DA PSICOLOGIA: CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICA –BOCK 
Projeto de modernização = necessidade de saber técnico e instrumental para a produção de riqueza = tecnologia para todas as práticas sociais = gestão da vida e da sociedade = PSICOLOGIA!
Anos 50 e 60: início do projeto de modernização: a) Importação de teorias para escolas = maior rendimento e indústrias = maior produtividade. Testes – instrumentos objetivos da Psicologia; b) Psicologia no BR = atender interesses da elite! “Éramos da elite!” c) Lei 4119 : 1º país no mundo = recebeu uma certidão de nascimento antes de ter nascido. Nem foi reivindicada. Não havia corporação interessada e mobilizada. A sociedade brasileira desconhecia saber e práticas. 
Somente à elite interessava instalar e desenvolver a Psicologia = sua tecnologia – os testes: 1) Previsão e o controle dos comportamentos = colocar o homem certo no lugar certo; 2) Facilitar a aprendizagem; Adaptar as pessoas; 3) Facilitar a percepção de cada um sobre si mesmo; 4) Diferenciar/Selecionar os sujeitos (alunos ou trabalhadores). 
As condições para sermos efetivamente uma profissão não estavam dadas! Faltava corporação, ideologia, modelos, lastro. = foi preciso “inventar” a profissão. 
Anos 70, 80 e 90: Falta de um projeto para a profissão = Necessidade de construí-lo = Quem somos? Quem queremos ser? Novas práticas, campos e espaços sendo ocupados = profissão de interesse social. 
A ditadura militar acabou impedindo que o projeto corporativista acontecesse – Bock considera um bom terreno para escaparmos da aliança com as elites, sem contradições. Nas Universidades, havia militância pelos direitos sociais e debates progressistas = questões éticas e políticas fermentaram. 
O compromisso com as elites se tornou incômodo - novos cursos de formação – entrada das camadas médias nas universidades = nova composição da categoria profissional = novo projeto de compromisso social. A Psicologia que antes se colocava de costas para a realidade social (explicar o humano sem considerar sua realidade econômica, cultural e social). 
Surgiu a Psicologia Comunitária e a houve a inserção dos psicólogos na saúde pública = importantes do novo projeto de compromisso 
Início do século XXI: novo compromisso com a sociedade brasileira. PPs = compromisso com a maioria da população e suas urgências. 
Ética e seus desafios na sociedade moderna e DH
Novo projeto de profissão = rompimento com a tradição e a construção de um novo lugar para a Psicologia = acessível a todos 
Psicologia Sócio-Histórica = crítica as perspectivas naturalizantes 
fenômeno psicológico = “verdadeiro eu” - negociação feita pelo sujeito com o mundo social, para dar conta dos interesses e desejos = perspectiva naturalizante
Os psis devem reencaminhar para o “seu trilho” quando algo provoca um desvio = conserta o que a natureza planejou e o que a sociedade desviou. Realidade social = algo externo ao sujeito. O homem se desenvolve pela sua natureza. A sociedade ajuda ou atrapalha. Explicar todas as questões sociais a partirde mecanismos naturais do mundo psicológico. 
O Compromisso Social deve responder às reais necessidades de nossa população brasileira. 
Terceiro Mundo = capitalismo como modo de produzir sobrevivências e relações sociais = desigualdade. 
Relações sociais de convivência: sentimentos de hostilidade, desconfiança, irritação e medo. Camadas dominantes criam aparatos repressivos e de segurança. 
Esvaziamento do espaço público. Segregação (alguns espaços urbanos passam a ser ocupados exclusivamente por determinados grupos sociais). Ruptura dos vínculos sociais!
A maioria não faz parte da construção e das decisões políticas. Não construirão as condições de vida a que estarão submetidas; não construirão soluções para as suas necessidades; serão usuários dos serviços, das decisões, dos restos... o poder político está concentrado na mão de grupos dominantes da elite! 
Muitos são muito pobres e quase todos são pobres = 75,4% da riqueza total brasileira está na mão de 10% da população. Os direitos obviamente não estão adequadamente e nem igualmente distribuídos. O direito à vida, por exemplo, há vidas que valem muito e outras que nada valem. 
Queremos outra relação com a sociedade! = matéria prima de nossa subjetividade está na vida vivida, nesta vida que nós mesmos construímos. Se continuarmos mantendo e reconstruindo cotidianamente uma sociedade desigual vamos construir subjetividades “desiguais” = mundo uns são dominantes e outros dominados = sofrimento e distanciamento social
A humanidade foi criada por todos e não está disponível para todos. Para isto é preciso abandonar concepções naturalizantes e universalizantes de fenômeno psicológico. Adotar perspectivas históricas = o humano não está pronto e que nem tem um destino próprio! Se constitui conforme vamos, coletivamente, dando conta de produzir nossa sobrevivência e nossa vida social. 
Produzimos bens materiais e subjetividades humanizadas que carregam aspectos fundamentais desta forma de vida.
Então, Psicologia Sócio-Histórica: é aquela que pensa o ser humano a partir de concepções não-naturalizadas e historicamente construído: a) O sujeito está em construção permanente = ao atuar no mundo o modifica e modifica a si próprio! b) O psiquismo também - se dá e constrói no mundo; c) A dimensão subjetiva da realidade = entender o homem como um ser constituído ao longo de sua própria vida, de sua ação sobre o mundo, na interação com os outros, inseridos em uma cultura = presente em todos os espaços e em todos os coletivos. 
A Psicologia precisa fazer a leitura desta dimensão e contribuir com isto para a transformação da realidade desigual de nosso país. Ex: Não consideramos a realidade étnica de nosso país!
POLÍTICAS PÚBLICAS ENTRE O SUJEITO DE DIREITOS E O HOMO ECONOMICUS – Guareschi e Lara
Psicologia Social = 1) estudos dos efeitos das PPs na constituição do sujeito = produção de realidades e modos de subjetivação = relações que as pessoas estabelecem consigo mesmas e com o mundo; 2) ‘desacomodação’ no campo e nos saberes = desnaturalização das verdades produzidas pela própria Psi e pela sociedade = problematização dos modos de subjetivação contemporâneos; 3) Produção histórica das subjetividades (Foucault) – não está alheia as relações de saber e poder = perspectiva sócio-histórica = organização dos saberes, dos poderes, dos discursos.
Estado = produtor de PPs = planos, programas, projetos, bases de dados ou sistemas de informação e pesquisas = plataformas eleitorais traduzidas que produzirão resultados no mundo real
As PPs são efeito da construção do Estado moderno = Modernidade = esfacelamento do poder espiritual, declínio do absolutismo e emergência dos Estados nacionais. 
Para Foucault, o Estado não é o centro de irradiação do poder, mas é parte de um conjunto diverso de formas de relação de poder: Ações do governo = as PPs – processo mais amplo e complexo = 
Governamento: maneira de dirigir a conduta dos indivíduos ou dos grupos = processo que foi governamentalizando as relações de poder entre os sujeitos (entre pais e filhos, p. ex.): 1) Ações do Estado (PPs, p. ex) são atravessadas pelos diferentes modos de governamento = investir na vida e produzir os modos de subjetivação característicos; 2) característica central: biopoder = espécie humana – alvo de uma trama de estratégias (Foucault). 
Soberania clássica: tinha o direito de vida e de morte = fenômenos políticos = o soberano dá o direito de estar vivo ou morto = assimétrica, centrada na morte, e não em fazer viver. 
Soberania moderna: inverteu o direito de vida e de morte = direito de fazer viver e deixar morrer = centrada no fazer viver, e não do fazer morrer – Paradoxo: contrato social = indivíduos abrem mão do direito à vida para o soberano = A vida é o elemento central! =
BIOPODER = disciplina + biopolítica = técnicas de poder! Condição fundamental para a emergência das PPs na contemporaneidade.
Disciplina = centradas no corpo individual: a) treinamento, condicionamento, aumentar potencial físico; b) Permitido x proibido = vigiar, adestrar e castigar 
Poder disciplinar = anátomo-política = age sobre os corpos e rege-os através das instituições (quartéis, hospitais, escolas). 
Sociedade disciplinar = era industrial (aparecimento das grandes instituições) = diversas disciplinas sobre o corpo = pesquisar, analisar, esquadrinhar, moldar e tirar o máximo de suas forças e habilidades = máquina para produção de capital. * Corpo inteligível = produção de saberes sobre ele = a medicina, a filosofia, a psicologia, etc. 
Biopolítica = tecnologia que faz a gestão da vida! a) Manejo da população = intervenções do Estado na saúde (campanhas) que passaram a direcionar, de forma sutil, a população aos fins desejados; b) Estatística = importante tática de governamento = descobrir e conhecer as regularidades próprias da população = conjunto de dados que torna inteligível a vida; c) intervir diretamente para melhorar os destinos da população: aumentar sua riqueza, sua duração de vida, sua saúde. * A vida passou a ser gerida, garantida, sustentada, reforçada e multiplicada.
A passagem e/ou integração das tecnologias disciplinares e biopolíticas = propostas dos fisiocratas = necessidades de expansão dos mercados = intervenções menos autoritárias! a) Aumento populacional = não apenas conjunto de pessoas, mas passíveis de estudos e intervenção; b) Investimento na vida = menos coercitivos e disciplinares = neoliberalismo (sujeitos “livres” no mercado); c) PPs = necessidade de intervir nos fenômenos da população para promover autonomia = População fracionada pela estatística = políticas específicas. 
Ciências Humanas e Naturais + práticas institucionais do Estado = governamento = a) classificar segmentos populacionais, diagnosticar normalidade ou de desvio – tratamento, prevenção, educação ou regulação e promoção da vida; b) políticas de higienização: vacinação em massa, saneamento básico, proteção da infância (futuro da espécie-nação), família como microempresa; c) Teoricamente todos devem ser assistidos, até mesmos os idosos, os doentes mentais, os desvalidos, os analfabetos = PPs!
DH = sustenta a qualidade de “humano” na vida dos sujeitos. 
Movimentos sociais, de cunho político, jurídico, científico, filosófico e religioso = pensar, debater, resistir e, por fim, universalizar = tentativa de oposição às ações do Estado, mas são apropriadas e redimensionadas nas práticas de governamento.
Revolução Francesa = marco histórico e político de construção do Estado moderno = investimento na vida = luta contra resquícios do poder soberano = direitos universais “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” – a) tolerância religiosa, o direito de viver sob o amparo da lei e a luta contra a tortura = romper com o absolutismo, para afirmar o desenvolvimento dos Estados moderno e do capitalismo; b) Liberdade e igualdade dos direitos perante a lei = fortaleceriam a construção do sujeito livre, tão caro ao capitalismo. 
DUDH (1948) = investimento na vida deixou de ser apenas aos direitos civis e políticos= Também os direitos econômicos, sociais, culturais, tais como os direitos ao trabalho, à educação, à saúde, à habitação, etc (2ª geração) = nova formulação opõem-se ao capitalismo e às más condições de vida (desigualdades): 1) Passagem do plano abstrato “o homem” para categorias concretas (trabalhador, idoso, mulher, criança, adolescente, deficiente, consumidor, etc.); 2) Convoca o Estado a promover PPs para responder às necessidades sociais da população = intensifica os investimentos na vida 
CF 1988: garantia de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais do cidadão brasileiro: Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados.
Sujeito de Direitos e homo economicus: O mercado econômico é atua de maneira muito relevante na trama de governamento = neoliberalismo produz sujeitos autônomos = figura subjetiva do homo economicus. 
Para Foucault, o modelo neoliberal norteamericano construiu a figura do sujeito que adere voluntariamente às demandas do mercado econômico = empreendedor de si mesmo. 1) É diferente do sujeito de direitos = Inverteu a lógica das relações sociais em relações econômicas = racionalização econômica (ação dos sujeitos não aleatória, que responde de maneira sistemática às variáveis do meio); 2) A forma econômica passa a servir de racionalidade para organizar o cotidiano (matrimônio, educação dos filhos, criminalidade = ex: a criança que, se bem investida, se tornará um adulto produtivo); 3) As relações familiares = mediação entre o privado e o mercado econômico = investimento no capital humano – racionalidade econômica aplicada à sociedade
O neoliberalismo amarrou os princípios do funcionamento econômico aos modos de experiência subjetiva = produção de um sujeito capaz de aderir de maneira autônoma e satisfeita às necessidades do mercado = crença que se expandir economicamente é sinônimo de sua liberdade e emancipação. 
O Estado, na economia neoliberal, não possui a legitimidade de intervenção direta = laissez-faire: * a economia deve acontecer a partir de sua própria mecânica = É o próprio mercado, através de sua contingência, que estabelece as regras econômicas (Foucault). 
Os atravessamentos entre o Estado, sujeito de direitos, mercado econômico e homo economicus = coexistência = são irredutíveis uma à outra, não se sobrepõem nem se identificam. 
O homo economicus age de acordo com seus interesses para que os outros façam o mesmo = multiplicação espontânea: 1) Os interesses coletivos = interesse de cada indivíduo = sua própria vontade; 2) Aquele sujeito em quem não se pode tocar, pelo contrário, deve-se deixá-lo fazer = laissez-faire; 3) Não é diretamente governável pelo Estado em função da limitação posta pelo neoliberalismo; 4) responderá às contingências do meio para defender seus interesses próprios e, ao mesmo tempo, defender os interesses do mercado econômico; 5) é o elemento básico da razão governamental neoliberal.
O sujeito de direitos = objeto sobre o qual os DH se organizam = Amarração do modelo jurídico entre os sujeitos e o Estado = contrato social: 1) O sujeito de direitos coexiste com o homo economicus; 2) Obedece a um contrato, não o faz por ser um contrato, mas porque o comércio com nossos semelhantes, do qual obtemos vantagens, não tem nenhuma segurança se não respeitamos nossos compromissos. O interesse econômico, portanto, fará o sujeito obedecer ao contrato; 3) O sujeito de direito e o homo economicus não obedecem à mesma lógica = multiplicidade não-totalizável do homo economicus e, por outro lado, a unidade totalizadora do soberano jurídico (Foucault). 
O homo economicus é para o Estado um elemento limitador do exercício do poder soberano - imposta do neoliberalismo. *Paradoxo: como governar, de acordo com regras do direito, ou seja, do sujeito de direitos em um espaço neoliberal? 
*Contradição da formulação e implementação das PPs: Sistema jurídico funda o sujeito de direitos = sujeito por excelência das PPs x Mercado neoliberal, funda o homo economicus = teoria jurídica não se ajusta à mecânica característica do homo economicus. 
*Efeito: os usuários das PPs são basicamente grupos populacionais que não possuem acesso aos direitos (saúde, educação, moradia e trabalho) = não conseguem se garantir na lógica do mercado. Fortalece a fragmentação entre sujeito de direitos e sujeitos econômicos. Atuam para assegurar que os sujeitos desprovidos possam se inserir no mercado. 
As PPs = modos de governamentos = inter-relação da lógica econômica nas ações do Estado.
ANOTAÇÕES DA AULA
- Direito naturais: sem possibilidade de conceitualização, porém deve ser reconhecido e protegido.
- Liberdades fundamentais: a natureza determina. Noção de indíviduo como agente de liberdade. Entretanto, se associam, criam e se submetem a regras de convivência.
- Gerações de direitos: 
1ª) Direitos civis e políticos; 
2ª) econômicos, sociais e culturais; 
3ª) coletivos; 
4ª) novíssimos direitos(bioética, realidade virtual e tecnologia). 
- Todos nascem livres = sem direitos. Todos os direitos são um todo político, econômico, sociais e culturais. 
- O que a psicologia tem a ver com os DH? 
Não pode ser individualizante, não pode ser somente intrapsi (e sim em relação com o outro) e nem pode ver os direitos como privilégios. 
- A legislação garante direitos, mas não são eficientes. Se fazem nas pequenas ações. 
Mito: não existem direitos mais importantes que outros – integralidade. 
- Direitos:
- Civis: garantias e liberdades fundamentais – direito ao reconhecimento e igualdade perante a lei
- Políticos: participação, liberdade de reunião e associação
- Sociais e econômicos: acessos, coletivos, desenvolvimento econômico, alimentação, meio ambiente, etc
- Coletivos: público, solidariedade, proteção de grupos e segmentos pops. 
- Bioética: proteção à vida
- DH: construção histórica e diária, nas lutas concretas. Atuação integral = implica em promoção (comprometimento do Estado e da sociedade civil), proteção e reparação. Sujeitos sociais em sua diversidade, condições de vida, evitando violações. 
- Dimensões da cidadania: direitos 
a) civis (sec. XVIII); 
b) políticos (sec. XIX)] – escravidão, falta de direitos as mulheres, crianças e outros 
c) sociais (sec. XX)] – luta das classes trabalhadoreas
- Políticas sociais públicas: resposta do Estado frente as demandas que emergem da sociedade, caracterizando-se como um direito coletivo. 
*Concepção Positivista: letra da lei, objetos definidos juridicamente. Discute direitos fundamentais incorporados na legislação (tem força). 
*Concepção Histórico-Crítica: marcada pelas contradições e condições das realidades sociais existentes. Reconhece as liberdades fundamentais, mas entende que sua garantia exige estruturas e condições sociais, econômicas e culturais que sejam efetivas para todos. Igualdade é complemente de liberdade. Há de se ter condições históricas para garantir direitos!
- DH = construção da dignidade humana (que não é natural). Busca realizar condições para ser efetiva na vida de cada pessoa – reconhecida como valor universal. 
- Diferenças entre Projeto (levantar necessidades, intervenção que sirva a população. Preve contribuição, mudança. È datado); Programa (Ex: redução de danos, projetos com recursos renováveis, com pessoas contratadas. Organizado. Financiamento. Não tem garantia de continuidade, mas pode se tornar PP); Política Pública (diretriz ex: SUS).

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