Buscar

Procedimentos para Levantamentos Bibliográficos e Documentais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA A ADEQUADA
OPERACIONALIZAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS BIBLIOGRÁFICOS
E DOCUMENTAIS: O ESTADO DA ARTE
Álaze Gabriel Gifted1
1Graduado em Gestão Empresarial (2012). Pós graduado no MBA em Finanças e Controladoria UBC (2014).
Pós graduado em Docência e Pesquisa para o Ensino Superior (2015). Cursando graduação em Ciências
Contábeis (4º período). Poeta lírico (poesias, acrósticos), narrador (romances, crônicas, biografias) e dramaturgo
(farsas, tragédias). Pesquisador sobre: o fenômeno socioeconômico concentracionista; a metodologia da pesquisa
científica; a docência no ensino superior. Administrador de blogs. Possui trajetórias acadêmica e profissional
bastante diversificadas, com concentração nas áreas administrativa e contábil. Participou do curso de extensão
Equidade no acesso à pós-graduação para populações sub-representadas a cursos de mestrado, na Universidade
Federal de São Carlos - UFSCar.
OS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA A ADEQUADA
OPERACIONALIZAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS BIBLIOGRÁFICOS
E DOCUMENTAIS: O ESTADO DA ARTE
RESUMO
O trabalho reflete sobre o tema levantamentos bibliográficos e documentais. Busca alcançar o
estado da arte sobre os procedimentos técnicos para a sua adequada operacionalização,
esclarecendo-os o suficiente para facilitar a sua compreensão e o seu uso. Para tanto, realiza
de forma bastante abrangente, porém não exaustiva, uma revisão bibliográfica e documental
da sua literatura crítica, buscando clarear a sua correta compreensão e o seu adequado uso.
Utiliza o método crítico-dialético como a base lógica da sua investigação e o método
hipotético-dedutivo, como a base da sua estrutura de pensamento. Discute que um
levantamento bibliográfico e documental bem realizado é uma excelente porta de entrada em
uma área de pesquisa, consistindo em uma mapa completo do seu território, apontando e
explanando o seu estado atual, as suas teorias, os seus conceitos fundantes e as suas lacunas.
Conclui que: o fluxograma da pesquisa científica é sistemático e flexível, admitindo etapas
que podem ser operacionalizadas estanques ou concomitantes, de acordo com os hábitos do
pesquisador; este tipo de pesquisa é fundamental para o início de toda e qualquer investigação
científica; e, a sua qualidade é diretamente proporcional ao nível de especificidade do
problema-objeto de pesquisa, do nível de conhecimento do pesquisador sobre o objeto
investigado e de sua experiência em operacionalizar tais metodologias. 
Palavras-chave: Levantamento bibliográfico. Levantamento documental. Revisão da
literatura. Metodologia científica.
TECHNICAL PROCEDURES FOR THE PROPER OPERATION
SURVEYS BIBLIOGRAPHICAL AND DOCUMENTARY: THE STATE
OF THE ART
ABSTRACT
The work reflects on the theme bibliographic and documentary surveys. Seeks to achieve the
state of the art technical procedures for its proper implementation, clarifying them enough to
facilitate their understanding and use. The study presents quite comprehensive, but not
exhaustive literature review and document its critique literature, seeking to lighten their
correct understanding and proper use. Uses critical-dialectical method as the rationale of its
research and the hypothetical-deductive method as the basis of the structure of thought. It
argues that a bibliographic and documentary survey done well is an excellent gateway into a
research area, consisting of a complete map of its territory, pointing and explaining its current
state, its theories, its fundamental concepts and their shortcomings . Concludes that: the
flowchart of scientific research is systematic and flexible, admitting steps that can be
operationalized watertight or concomitant, according to the researcher's habits; this type of
research is critical to the beginning of any scientific research; and its quality is directly
proportional to the level of specificity of the problem object of research, the researcher's level
of knowledge about the investigated object and its operational experience in such
methodologies.
Keywords: Bibliographical survey. Documentary survey. Literature review. Scientific
methodology.
PROCEDIMIENTOS TÉCNICOS PARA EL ADECUADO
FUNCIONAMIENTO DE ENCUESTAS BIBLIOGRÁFICO Y
DOCUMENTAL: EL ESTADO DEL ARTE
RESUMEN
El trabajo reflexiona sobre el tema bibliográfico y documental encuestas. Busca alcanzar el
estado de los procedimientos técnicos de última generación para su correcta aplicación,
aclarando lo suficiente para facilitar su comprensión y uso. El estudio presenta revisión
bastante amplia, aunque no exhaustiva, la literatura y documentar su literatura crítica, tratando
de aligerar su comprensión y la correcta utilización. Utiliza método crítico-dialéctica como la
razón fundamental de su investigación y el método hipotético-deductivo como la base de la
estructura del pensamiento. Se argumenta que una encuesta bibliográfica y documental hecho
bien es una excelente puerta de entrada a un área de investigación, que consiste en un mapa
completo de su territorio, señalando y explicando su estado actual, sus teorías, sus conceptos
fundamentales y sus deficiencias. Concluye que: el diagrama de flujo de la investigación
científica es pasos sistemáticos y flexibles, admitiendo que pueden ser en operación los
estancos o concomitantes, de acuerdo con los hábitos del investigador; este tipo de
investigación es fundamental para el inicio de cualquier investigación científica; y su calidad
es directamente proporcional al nivel de especificidad del objeto problema de la investigación,
el nivel de conocimiento sobre el objeto investigado y su experiencia operativa en tales
metodologías del investigador.
Palabras clave: Investigación bibliográfica. Encuesta documental. Revisión de la literatura.
Metodología científica.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho reflete sobre o tema levantamentos bibliográficos e documentais. Busca
alcançar o estado da arte quanto os procedimentos técnicos para a sua adequada
operacionalização. Estas técnicas científicas, próprias do processo de revisões da literatura,
são uma excelente porta de entrada em uma área de pesquisa, consistindo em uma mapa
completo do seu território, apontando e explanando o seu estado atual, as suas teorias, os seus
conceitos fundantes e as suas lacunas (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006;
ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978; PIAGET,
1973; MENEZES, 1938; GILES, 1979; CHAUI, 2008).
Esse tema se justifica pela necessidade de esclarecimentos sobre os passos adequados
para a operacionalização dos levantamentos bibliográficos e documentais, levando-se em
consideração seus aspectos estruturais e éticos. Existem pesquisadores que tratam a revisão da
literatura como uma questão de mera reprografia daquilo que já foi produzido sobre um tema,
hesitando de se posicionar contra ou a favor de determinada linha ideológica, filosófica ou
científica, ação fundamental no processo de se fazer ciência. Não se pode favorecer tudo o
que foi estudado e produzido sobre um tema, porque é antiético, uma vez que a ciência, ainda
que razoavelmente segura e confiável, é inacabada, é hipotética, é falível, é tão imperfeita
quanto os seus produtores. Por essa razão, o cientista precisa desenvolver o seu senso crítico
para avaliar e julgar sentenças de acordo com o seu nível de confiabilidade, justificando cada
um dos seus pareceres, visto que se torna responsável, tanto diante da comunidade científica
quanto perante a sociedade civil em geral, por cada partícula de cada letra de cada palavra que
euseus trabalhos insere. Deduz-se, incontinenti, que o pesquisador precisa tomar cuidado com
cada detalhe de tudo o que fala, escreve ou expõe sobre algum autor ou alguma obra
(KÖCHE, 1997, 2011; ECO, 2012; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007;
2008; LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010;
MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978; PIAGET, 1973; MENEZES, 1938; GILES,
1979; CHAUI, 2008).
A questão que move essa pesquisa é esclarecer minuciosamente os passos necessários
para a adequada operacionalização dos levantamentos bibliográficos e documentais, exposto o
seu sistematismo, sem, contudo, fazer-lhe parecer inflexível. Também trabalha a questão da
ética em todo o processo de investigação científica que, mesmo em uma pesquisa básica, traz
grandes responsabilidades para o sujeito pesquisador, tanto diante da comunidade científica
quanto perante a sociedade civil em geral (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO,
2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978;
PIAGET, 1973; MENEZES, 1938; GILES, 1979; CHAUI, 2008). 
Para tanto, foram selecionados quarenta trabalhos acadêmicos específicos sobre a
metodologia da pesquisa científica, buscando nelas os conteúdos mais esclarecedores sobre os
procedimentos técnicos para a operacionalização dos levantamentos bibliográficos e
documentais (GIL, 1999, 2010; MARCONI; LAKATOS, 2007; RODRIGUES, 2007; BÊRNI;
FERNANDEZ, 2012; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA,
2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978; PIAGET, 1973; MENEZES, 1938;
GILES, 1979; CHAUI, 2008).
Para a escolha das fontes selecionadas foram considerados os seguintes critérios: a)
conteúdo específico sobre a metodologia da pesquisa científica; b) viabilidade de acesso e
análise dos materiais selecionados. Todas as fontes foram observadas; os dados foram
coletados, organizados, sistematizados, analisados, e apresentados de acordo com os
procedimentos técnicos de pesquisa para levantamento bibliográfico e documental
apresentados por Gil (1999; 2010), Marconi e Lakatos (2007), Rodrigues (2007), Luna (2011)
e Köche (2011). Buscou-se nelas alcançar o estado da arte do tema levantamentos
bibliográficos e documentais.
Meu interesse por pesquisar este tema nasceu da minha percepção da imensa
dificuldade que pesquisadores iniciantes possuem de operacionalizar levantamentos
bibliográficos e documentais, pesquisa básica imprescindível para a realização de toda e
qualquer investigação científica, e, portanto, indispensável entrada na carreira científica. Tal
percepção da minha parte se deu no decorrer dos meus estudos e vivências universitárias.
Além disso, o meu interesse em me tornar um excelente docente e pesquisador, aliado às
minhas percepções sobre os obstáculos existentes para o progresso da Ciência e da Docência
universitária, inquietaram-me o suficiente para eu contribuir significativamente em seu prol.
Ressalto ainda que eu cursei um componente curricular específico sobre metodologia da
pesquisa científica tanto numa graduação que eu concluí na Universidade Bráz Cubas quanto
em duas pós-graduações lato sensu na modalidade EAD, que eu também já concluí. Hoje, a
minha carreira acadêmica completa mais de cinco anos de estudos e vivências em Ambientes
Virtuais de Aprendizagem, fazendo pesquisas em bibliotecas virtuais, participando de eventos
científicos virtuais realizados por meio de videoconferências ao vivo, dentre outras atividades
online. Minhas vivências permitiram que eu percebesse diferentes metodologias de Educação
à Distância, bem como falhas em cada uma delas, que com pesquisas específicas, e com a
articulação e ou o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação à distância, podem
ser eliminadas, culminando em maior qualidade para essa modalidade de ensino. Além desses
cursos, desde o início do primeiro semestre de 2013, eu tenho vínculo institucional estudantil
com a Universidade Federal de São Carlos, entidade em que eu comecei nesta época o
bacharelado em Estatística, tendo-o trancado por três semestres consecutivo, e destrancado
neste mês, retornando, então, ao quarto semestre do curso, mesmo período em que eu também
me encontro cursando, neste momento, o bacharelado em Ciências Contábeis pela
Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES Virtual).
A revisão da literatura de um tema é o início de toda investigação científica. Somente
se conhecendo o que já foi estudado e produzido sobre ele é que se pode revisar os seus
resultados. É deste modo que há vários temas que já são pesquisados há séculos, outros,
menos antigos, há décadas, e ainda outros, incipientes, há alguns anos. Contudo, ao se
investigar um objeto cuja literatura é vasta, o pesquisador se depara com a necessidade de se
fazer um recorte espacial e temporal da realidade a fim de que seu trabalho seja viável e,
então, faça algum sentido. É daí a conclusão de que são necessários procedimentos técnicos
bem planejados e sistemáticos, ainda que possam admitir certa flexibilidade, para a adequada
operacionalização da investigação científica (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO;
LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO,
1978; PIAGET, 1973; MENEZES, 1938; GILES, 1979; CHAUI, 2008). Sobre estes aspectos,
Luna (2011, p. 19) corroboram:
[…] Não vejo como uma pesquisa possa dispensar procedimentos, e a
razão para isso é simples. Se o problema que gera a pesquisa não pode ser
respondido diretamente (caso contrário não teríamos um problema!), isso significa
que a realidade não pode ser apreendida diretamente, mas depende de um recorte
dela que faça sentido. Esse recorte é garantido pelo procedimento que seleciona as
informações necessárias para uma leitura pelo pesquisador. Diferentes tendências
farão recortes diferentes, mas não poderão prescindir de procedimentos de coleta de
informações.
Os levantamentos bibliográficos e documentais oferecem meios que auxiliam na
definição e resolução dos problemas já conhecidos, como também permite explorar novas
áreas onde os mesmos ainda não se cristalizaram suficientemente. Permitem também que um
tema seja analisado sob novo enfoque ou abordagem, produzindo novas conclusões. Além
disso, eles permitem a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla,
mormente em se tratando de pesquisa cujo problema requeira a coleta de dados muito
dispersos no espaço (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003;
2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; PIAGET, 1973; MENEZES, 1938; GILES,
1979; CHAUI, 2008). 
Embora a pesquisa bibliográfica e a documental possuam aspectos comuns, por
exemplo ambas se respaldam em materiais elaborados e já publicados, elas são distintas. A
pesquisa documental consiste na análise de fontes primárias, isto é, elaboradas pelo próprio
autor, enquanto a pesquisa bibliográfica consiste na análise de fontes secundárias, isto é,
transcritas de fontes primárias contemporâneas ou retrospectivas. Na literatura crítica sobre a
metodologia da pesquisa científica, existem muitas definições para o que vem a ser o
levantamento bibliográfico e o documental (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007). Para não ser
exaustivo, eu transcrevo algumas tal como se segue:
(RODRIGUES, 2007, p. 43):
Bibliográfica é a pesquisa limitada à busca de informaçõesem livros e
outros meios de publicação. É o oposto da pesquisa de campo, distinguindo-se
também e igualmente por oposição da pesquisa in victro. Geralmente, a pesquisa
bibliográfica integra o âmbito da pesquisa ex-post-facto, pelo simples fato de que os
livros e trabalhos de revista ou periódico qualquer tratam, via de regra, de fatos
consumados, não sendo habitual a pesquisa bibliográfica baseada em leitura do tipo
futurologia.
(SEVERINO, 2007, p. 122):
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro
disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como
livros, trabalhos, teses, etc. Utiliza- se de dados ou de categorias teóricas já
trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se
fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das
contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos.
(GIL, 2010, p. 29):
A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já
publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso,
como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos.
Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas
pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas,
CDs, bem como o material disponibilizado pela internet.
(KÔCHE, 2011, p. 122):
A pesquisa bibliográfica é a que se desenvolve tentando explicar um
problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em
livros ou obras congêneres. Na pesquisa bibliográfica o investigador irá levantar o
conhecimento disponível na área, identificando as teorias produzidas, analisando-as
e avaliando sua contribuição para auxiliar a compreender ou explicar o problema
objeto da investigação. O objetivo da pesquisa bibliográfica, portanto, é o de
conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um
determinado tema ou problema, tornando-se um instrumento indispensável para
qualquer tipo de pesquisa.
Pode-se utilizar a pesquisa bibliográfica com diferentes fins: a) para ampliar o grau
de conhecimento em uma determinada área, capacitando o investigador a
compreender ou delimitar melhor um problema de pesquisa; b) para dominar o
conhecimento disponível e utilizá-lo como base ou fundamentação na construção de
um modelo teórico explicativo de um problema, isto é, como instrumento auxiliar
para a construção e fundamentação de hipóteses; c) para descrever ou sistematizar o
estado da arte, daquele momento, pertinente a um determinado tema ou problema.
(MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 62):
A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de
dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina
de fontes primárias. Estas podem ser recolhidas no momento em que o fato ou
fenômeno ocorre, ou depois.
(RODRIGUES, 2007, p. 45):
Pesquisa documental é a que se vale, se não unicamente, pelo menos
básica ou predominantemente de documentos como fontes de informação. Por
documentos entendem-se não apenas papeis oficiais, autenticados ou assemelhados.
Um texto como uma carta particular pode ser um documento histórico. Uma
fotografia é um documento de que se valem antropólogos e pesquisadores forenses.
Uma fita gravada é um documento. Logo, documento é uma fonte material de
informações. A materialidade do documento não se restringe ao papel.
Ressaltando especificamente a relevância dos levantamentos bibliográficos e
documentais, Gil (2010) destaca que ela permite ao investigador a cobertura de uma gama de
fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente, em especial
quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Entretanto, não se
esquece de salientar que, como são fontes de dados secundários2, tanto as bibliografias
quanto os documentos podem apresentar dados coletados ou processados de forma
equivocada, tornando possível a reprodução e/ou ampliação desses erros em trabalhos neles
fundamentados. Por essa razão, Gil (2010, p. 30) fornece sugestões úteis para reduzir tal
possibilidade, dizendo:
Para reduzir essa possibilidade, convém aos pesquisadores
assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos, analisar em
profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou
contradições e utilizar fontes diversas, cotejando-as cuidadosamente.
A literatura crítica sobre a metodologia da pesquisa científica é unânime em
esclarecer que não existe um código normativo que estabeleça quantos, quais e em que
sequência devam ser executados os passos para a operacionalização dos levantamentos
bibliográficos e documentais, mas sim critérios, diretrizes, princípios que a orientam
sistematicamente. Deste modo, os passos para a sua operacionalização ocorre de acordo com
o nível de conhecimento e o grau de experiência metodológica do pesquisador. Entretanto, a
pesquisa científica científica exige um planejamento prévio e sistemático e, por essa razão,
existem várias sugestões de fluxograma da pesquisa científica no intuito de auxiliar os
pesquisadores iniciantes (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS,
2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO,
2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978). 
Este trabalho foi organizado em quatro capítulos. O primeiro se refere à introdução, na
2As bibliografias são fontes de dados secundários. Os documentos são fontes de dados que podem ser
primários ou secundários (LUNA, 2011; GIL, 1999; 2010).
qual são apresentados o tema, a justificativa, o problema, os objetivos, a contribuição, a
metodologia, o percurso do aluno, o referencial teórico, e a organização do trabalho. Do
segundo ao sexto capítulo o tema é desenvolvido, apresentado-se no segundo a formulação do
problema-objeto da pesquisa, no terceiro a formulação das hipóteses e dos objetivos da
pesquisa, no quarto a explicitação das fontes de informação, no quinto a coleta dos dados da
pesquisa, e no sexta o tratamento dos dados da pesquisa. O sétimo capítulo foi dedicado à
explanação de todas as metodologias utilizadas para a elaboração deste trabalho. E, no oitavo
capítulo, são apresentadas as conclusões e as considerações finais. Daí, por último, mas não
menos importante, no intuito de finalizar de forma completa, o trabalho apresenta as
referências consultadas.
2 A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA-OBJETO DA PESQUISA
A etapa da formulação do problema-objeto da pesquisa precisa preceder às etapas da
explicitação das fontes de informação, da coleta e do tratamento dos dados, porque é ela quem
recorta espacial e temporalmente que ou aquilo que se pretende pesquisar, orientando, então,
deste modo, todo o processo de investigação científica. É justamente por essa razão que a
literatura crítica sobre a metodologia da pesquisa científica é unânime em defender que esta
etapa deva ser sempre a primeira (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; SAMPIERI; COLLADO;
LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO,
1978). Sobre estes aspectos, alguns autores nos emprestam suas ideias tal como se segue:
(KÖCHE, 2011, p. 106 e 107):
Um problema de investigação delimitado expressa a possível relação
que possa haver entre, no mínimo, duas variáveis conhecidas. Dever ser uma
pergunta inteligente, isto é, que indique os possíveis caminhos que devem ser
seguidospelo investigador. Para isso, no entanto, é necessário que o investigador
elimine a incógnita introduzindo no seu lugar alguma outra variável que a substitua.
Essa tarefa requer o uso de duas competências por parte do pesquisador: da
imaginação criativa e do conhecimento disponível. O pesquisador deve, à luz do
conhecimento disponível, conjecturar sobre os possíveis fatores que podem se
relacionar com a variável em estudo. A pergunta que ele formula sempre
questionará, em nível hipotético, a possível relação proposta pelo investigador, como
uma pergunta inteligente, em substituição à ignorante, que endereçará à natureza,
aos fatos, às coisas, para que seja respondida no decorrer da pesquisa. […] A
pergunta inicial (a) que Rosenberg formulou para o fato que o intrigava foi: O
desaparecimento espontâneo do câncer do seu paciente foi provocado pelo seu
sistema imune inato? O conhecimento disponível na área da imunologia o levou a
acreditar nessa suposição e a utilizá-lo para delimitar o problema principal de sua
pesquisa. Agregando a esses conhecimentos os já produzidos na área de engenharia
genética, pôde, então, Rosenberg, elaborar uma pergunta que até então nenhum
pesquisador ousara fazer, a respeito da possibilidade de manipular o potencial imune
inato, existente no organismo, para combater o câncer. Assim, a pergunta completa
(b), de caráter conjectural, que orientou toda sua investigação posterior, foi: É
possível desenvolver uma imunoterapia para o câncer, isto é, um tratamento que
permita incrementar (no organismo humano) o potencial (latente) inato do sistema
imune para eliminar as células cancerígenas?
(LUNA, 2011, p. 29 a 31):
O ponto de partida de uma pesquisa pode constituir-se de uma
intenção ainda imprecisa. O pesquisador pode ter decidido trabalhar com deficientes
mentais ou estudar a escola de primeiro grau. É possível que tenha se associado a
um grupo que vem estudando a psicologia das organizações ou, mais
especificamente, as relações sociais dentro de empresas. Nenhuma dessas
especificações delimita um problema de pesquisa, embora o pesquisador esteja um
ou mais passos adiante de quem não tenha ainda ideia do que pretende estudar.
De fato, “deficientes mentais” delimita um tipo de sujeito (embora a deficiência
mental seja melhor caracterizada como um tema). A escola de primeiro grau (ou
qualquer outra) circunscreve uma instituição dentro da qual se pretende trabalhar. A
psicologia social ou das organizações configura uma área de pesquisa e a
especificação de que se pretende tratar das relações sociais dentro das empresas já
implica a seleção de um tema de uma área, mas não ainda um problema de pesquisa.
Da mesma forma, por mais informativo que seja o título de um trabalho (e ele
deveria) sê-lo), raramente ele se constitui em uma boa formulação de problema de
pesquisa (até porque títulos não deveriam ser longos). “Estado, Sociedade e
Marginalidade” pode ser um ótimo título para um trabalho, mas certamente não
constitui uma boa formulação para um problema. Em qualquer das situações acima,
o pesquisador estará apenas em uma fase preliminar do processo de pesquisar, que
pode ser uma etapa inevitável do pesquisar, especialmente se o pesquisador estiver
entrando em uma área nova para ele (aliás, condição comum entre os pesquisadores
iniciantes). O risco dela está no fato de uma formulação tão inicial ser tomada como
o problema de pesquisa, gerando o desencadeamento das demais decisões (escolha
de procedimentos, das características dos participantes da pesquisa, etc.). Já foi dito
aqui que quanto mais claramente um problema estiver formulado, mais fácil e
adequado será o processo de tomada das decisões posteriores, mas deve ficar claro
que essa clareza não significa que o pesquisador não decida/prefira/precise
reformular o problema posteriormente. O processo de pesquisa é essencialmente
dinâmico.
Inobstante, vários cuidados precisam ser tomados ao se formular o problema-objeto da
pesquisa. No estágio atual da Ciência, visto que muito já foi pesquisado e publicado sobre
muitos temas, é bastante comum ao se investigar um determinado objeto descobrirmos que
sobre ele “quase tudo”, ou “praticamente tudo”, já foi pesquisado (ECO, 2012; VERGARA,
2012; TEIXEIRA, 2012; GIFTED, 2015; BÊRNI; FERNANDEZ, 2012). Nestes casos,
conhecer o que já foi estudado sobre um assunto, aconselhável é que a sua delimitação seja a
mais focada quanto possível (SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO;
NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978; GIL, 1999; 2010;
SEVERINO, 2007; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; ECO, 2012). Sobre estes
aspectos, Moura e Ferreira (2005, p. 24) assinalam:
Para se preparar um pesquisador precisa acompanhar o
desenvolvimento do conhecimento. […] Para tanto, […], deve-se estar habituado a
ler periódicos científicos, da mesma forma que se lêem diariamente os jornais. O
autor aponta que a edição de 1952 do World List of Scientific Periodicals listava
mais de 50 mil periódicos. Por seus cálculos, isso envolvia o equivalente a mais de 2
milhões de artigos por ano, ou 40 mil por semana! Embora esses cálculos incluam
todas as áreas do conhecimento, pode-se imaginar que, quarenta anos depois, mesmo
considerando apenas a psicologia, só é possível acompanhar uma pequena fração do
que se publica nas línguas em que se sabe ler. Adair e Vohra (2003) confirmam essa
suposição apresentando números impressionantes. Segundo os autores, o número de
resumos publicados por algumas entidades de psicologia, como a American
Psychological Association (APA), aumentou de 555 mil em 1957 para 3,7 milhões
em 1997. Os autores ainda citam Thorngate (1990), que estimou há quase quinze
anos que “os psicólogos estavam publicando artigos num ritmo de cem por dia, mais
ou menos um a cada quinze minutos” (p. 262).
Quanto mais focado, específico, afunilado, for o problema-objeto de pesquisa, maior a
facilidade de se descobrir as suas variáveis, as suas soluções hipotéticas, de se estabelecer os
seus objetivos e de, portanto, investigá-lo. Por exemplo, ao se realizar um levantamento
bibliográfico e documental sobre a gestão universitária, naturalmente o pesquisador vai
encontrar vários levantamentos já realizados sobre este tema, talvez alguns explanando sobre
a gestão universitária norte-americana na década de 1980, ou sobre a gestão universitária
brasileira pós Carga Magna, de 05 de outubro de 1988, que dispõe sobre a Constituição da
República Federativa Brasileira (BRASIL, 1988), ou pós Lei 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e as bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). 
Daí, muito melhor do que pesquisar genericamente sobre a gestão universitária, é
recortar este tema especificando um espaço geográfico, por exemplo o Estado de São Paulo, e
um lapso temporal, por exemplo a última década. Para tornar o tema mais específico ainda,
pode-se selecionar somente a gestão universitária pública, ou somente a particular, ou
escolher exatamente a (s) Instituição (ões) de Ensino Superior em que se pretende investigar a
sua gestão. Enquanto mais complexo for ou parecer um problema-objeto de pesquisa, mais
partes ele deve ser subdividido para alcançar a profundidade necessária para a sua solução.
Relembrando que enquanto mais focado for o problema-objeto, mais fácil é para investigá-lo
e maior é a qualidade dos seus resultados. Portanto, é o nível de especificidade de um
problema-objeto o fator determinante do grau de simplicidade ou complexidade de sua
investigação bem com do nível de qualidade dos seus resultados finais (KÖCHE, 1997,2011;
GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES,
2007; ECO, 2012; VERGARA, 2012; TEIXEIRA, 2012; VASCONCELLOS, 2010; BÊRNI;
FERNANDEZ, 2012). 
3 A FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES E DOS OBJETIVOS DA
PESQUISA
A formulação das hipóteses e dos objetivos da pesquisa e realizadas, em geral, na
prática investigativa científica, previamente à formulação do seu problema-objeto de pesquisa
(LUNA, 2011), mas pode-se realizá-las concomitantemente, a critério do pesquisador, de
acordo com o seu conhecimento sobre o tema e a sua experiência em fazer levantamentos
bibliográficos e documentais. Estas duas etapas preliminares são completamente teóricas, ou
seja, abstratas, resultado de um trabalho mental que tem por finalidade a estruturação das
peças soltas do quebra-cabeças. Então, é nessas etapas que se levantam todas – ou pelo menos
as principais – variáveis do objeto de pesquisa, todas – ou pelo menos as principais – soluções
hipotéticas, correlacionam-se as variáveis e hipóteses entre si e com o todo buscando montar
um quadro teórico completo capaz de nortear toda a investigação, e, com base nestes passos,
definem-se os objetivos da pesquisa (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012). Sobre estes
aspectos, Köche (2011, p. 108) assinala:
A delimitação do problema define, então, os limites da dúvida,
explicitando quais variáveis estão envolvidas na investigação e como elas se
relacionam. O problema delimitado é uma pergunta inteligente que contém as
possíveis relações de uma possível resposta. O planejamento da sequência da
pesquisa é feito para testar se as relações propostas são ou não pertinentes, tornando-
se, pois, impossível planejar observações ou testes sem que o problema e suas
variáveis estejam delimitados. O problema é, portanto, um enunciado interrogativo
que questiona sobre a possível relação que possa haver entre (no mínimo) duas
variáveis, pertinentes ao objeto de estudo investigado e passível de testagem ou
observação empírica. [...]
Ao iniciar uma pesquisa, juntamente com a delimitação do problema, o investigador
propõe a possível explicação que norteará todo o processo de investigação,
sugerindo a possível relação existente entre os aspectos dos fenômenos que está
estudando. As hipóteses, enquanto enunciados conjeturais, são os instrumentos de
trabalho do pesquisador.
Toda investigação parte – ou pelo menos deve partir – de um conjunto de hipóteses,
isto é, de suposições de solução para o problema-objeto proposto. Somente a partir deste
passo é possível a determinação do seu nível de relevância científica e social bem como dos
caminhos adequados para coletar e tratar os dados necessários para a sua solução.
Dessemelhantemente do que acreditavam, na fase primitiva da Ciência, os indutivistas e os
empiricistas, “que as explicações científicas provinham da pura observação dos fatos ou dos
fenômenos”, toda e qualquer investigação precisa de ideias preconcebidas – as quais decerto
provêm de nossos parâmetros e referenciais teóricos, os quais, por sua vez, são construídos
histórica, cultural e subjetivamente – para ser desencadeada (KÖCHE, 1997, 2011; GIL,
1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007;
ECO, 2012; VERGARA, 2012; TEIXEIRA, 2012; VASCONCELLOS, 2010). Corroborando
estas ideias, Luna (2011, p. 34 a 36) explicita alguns aspectos desta etapa com os seguintes
dizeres:
No sentido mais leigo do termo, hipótese significa uma suposição,
uma conjectura e, quando aplicada à pesquisa, implica conjectura quanto aos
possíveis resultados a serem obtidos. Desse ponto de vista, hipóteses são quase
inevitáveis, sobretudo para quem é estudioso da área que pesquisa e, com base em
análises do conhecimento disponível, acaba “apostando” naquilo que pode surgir
como produto final do estudo.
Mas hipótese sempre teve um significado e uma função bem mais precisos,
especialmente no que se refere à pesquisa quantitativa conduzida segundo
delineamentos estatísticos. De fato, a estatística inferencial responde a perguntas
específicas sobre relações entre conjuntos de dados. Durante muitos anos, a primazia
quase absoluta da pesquisa quantitativa tornou impensável que se dispensasse o uso
de testes estatísticos para encaminhar os resultados da pesquisa. Nesse contexto,
hipóteses eram derivadas do problema formulado e faziam parte indispensável do
projeto e do relatório de pesquisa.
Particularmente nas ciências humanas, quando começaram a ser introduzidos novos
modelos de pesquisa, a estatística inferencial teve seu uso drasticamente reduzido e,
em decorrência, evidenciou-se a existência de uma confusão estabelecida entre
problema e hipótese. Por um lado, falar em problema de pesquisa parece evocar,
para muitas pessoas, ecos estatísticos; ou seja, problema de pesquisa confunde-se
com hipótese estatística. Como um outro lado dessa mesma moeda, parece persistir a
ideia de que, se não se pretender empregar estatística inferencial, é desnecessária a
preocupação com a precisão da formulação do problema de pesquisa.
Hipótese, nesse sentido, não pode e nem deve confundir-se com problema de
pesquisa. Em primeiro lugar, porque a formulação de hipóteses de pesquisa deriva
necessariamente do problema. Em segundo, porque, ao contrário do que ocorre com
as demais formulações de problema tomadas como exemplo, a hipótese representa
uma formalização do problema e, como tal, é muito mais específica do que este. De
fato, uma hipótese bem estruturada depende de um problema claro e sem
ambiguidades.
Ressalta-se que Luna (2011) afirma que a formulação das hipóteses e dos objetivos da
pesquisa depende da prévia formulação do problema-objeto da pesquisa porque este é o seu
hábito procedimental a realizar levantamentos bibliográficos e documentais. Contudo, não há
passos tão rígidos assim para metodologias, visto que a ordem de tais passos não prejudica o
processo de investigação científica. Por essa razão, o pesquisador tem a liberdade de escolher
fazer uma etapa primeiro e depois a outra, ou simultaneamente as duas, de acordo com o nível
do seu conhecimento sobre o tema e o nível de sua experiência em fazer levantamentos
bibliográficos e documentais (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; GIFTED,
2015; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA;
FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978).
Neste diapasão, importante destacar que as hipóteses possuem características
fundamentais, sem as quais não é possível a confrontação empírica necessária para que as
informações produzidas pro meio da investigação científica satisfaçam não somente a
verdade sintática3, mas também a verdade semântica 4e a verdade pragmática5 e, então,
possam ser consideradas científicas. Inobstante, as variáveis são tipificadas para esse mesmo
fim (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008;
LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; VERGARA, 2012; TEIXEIRA, 2012;
VASCONCELLOS, 2010). Köche (2011, p. 109, 113 e 114) as apresenta integralmente do
seguinte modo:
A primeira é a de ser um enunciado de redação clara, sem
ambiguidades e em forma de sentença declarativa.
A segunda é a de estabelecer relações entre duas ou mais variáveis. Na hipótese a
habilidade de distinguir as categorias gramaticais aumenta com a idade
cronológica e com o nível educacional; as duas primeiras variáveis, idade
cronológica e nível educacional, se relacionam com a terceira, habilidadede
distinguir as categorias gramaticais. Aumentando uma, ou as duas primeiras,
aumenta a outra e vice-versa.
Na redação da hipótese aparecem termos de relação que unem as variáveis. Há
várias formas de enunciar essa relação. Dependendo da hipótese e do tipo de
relações, podem ser usadas as expressões: é diretamente proporcional, está
inversamente relacionado, produz, se … então …, resulta, há relação significativa
entre e outras.
A terceira característica é que a hipótese deverá ser testável, isto é, passível de ser
traduzida em consequências empíricas que possam ser submetidas a testes,
contrastáveis com a realidade. Da hipótese anterior podemos extrair como
consequência lógica que um aluno de 17 anos de idade e que esteja cursando a
terceira série do segundo grau distinga com melhor propriedade o substantivo do
adjetivo, do pronome, do advérbio, do verbo, do que um aluno de 12 anos de idade e
que esteja cursando a segunda série do primeiro grau. Essas consequências podem
3A verdade sintática se refere a enunciados lógicos, coerentes.
4A verdade semântica se refere à consistência na literatura crítica e nos fatos. 
5A verdade pragmática se refere ao exame pareado, isto é, avaliação e aprovação por uma banca examinadora
composta por pesquisadores profissionais do e no tema). 
ser testadas na prática dando-se uma frase a alunos de diferentes idades e níveis de
instrução, solicitando-lhes que distingam essas categorias gramaticais. O
desempenho desses alunos pode ser medido e colocado em diferentes faixas. A
análise dessas diferenças permitirá a avaliação da hipótese. […]
Variável independente: é aquela que é fator determinante para que ocorra um
determinado resultado. É a condição ou a causa para um determinado efeito ou
consequência. É o estímulo que condiciona uma resposta. A variável independente,
em uma pesquisa experimental, é aquela que é manipulada pelo investigador, para
ver que influência exerce sobre um possível resultado.
Variável dependente: é aquele fator ou propriedade que é efeito, resultado,
consequência ou resposta de algo que foi estimulado. A variável dependente não é
manipulada, mas é o efeito observado como resultado da manipulação da variável
independente. […]
Variável moderadora: é aquele fator ou propriedade que também é causa, condição,
estímulo ou determinante para que ocorra determinado efeito. Porém, situa-se a um
nível secundário, de menor importância que a variável independente. Seria,
praticamente, uma variável independente secundária. O valor da variável
moderadora se evidencia em pesquisas cujos problemas são complexos, com
interferência de vários fatores inter-relacionados. Nesses casos, ela serve para
analisar até que ponto esses fatores têm importância na relação entre a variável
independente e a dependente. […] 
Variável de controle: é aquele fator ou propriedade que poderia afetar a variável
dependente, mas que é neutralizado ou anulado, através de sua manipulação
deliberada, para não interferir na relação entre a variável independente e a
dependente.
Geralmente, na investigação de uma situação complexa, um efeito observado não é
resultado de somente uma causa. Não é possível, porém, em um só experimento,
analisá-las todas ao mesmo tempo. Alguns fatores, então, são neutralizados para que
não tenham efeito sobre o fenômeno estudado. Assim, no exemplo anterior, idade e
inteligência, são variáveis de controle. Se não fossem neutralizadas, não se poderia
analisar e avaliar a relação entre o número de treinos práticos e o desempenho de
habilidades. […]
Variável interveniente: é aquele fator ou propriedade que teoricamente afeta o
fenômeno observado. Esse fator, no entanto, ao contrário das outras variáveis, não
pode ser manipulado ou medido. É um fator hipotético, teórico, não concreto. Ele é
inferido a partir da variável independente ou da moderadora. Geralmente essa
variável não é muito considerada pelos pesquisadores.
Apesar de ser possível fugir da testabilidade das hipóteses de uma investigação, numa
tentativa de facilitar o seu andamento, na verdade o que ocorre é o contrário, ou seja, o foco
investigativo sai do campo científico e passa a rumar para o campo do senso comum, quando
o pesquisador se abstém de formular qualquer suposição, ou mesmo para o campo metafísico,
quando as suas hipóteses são muito vagas, fruto de suas credulidades pessoais (BARROS;
LEHFELD, 2000; 2007; KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS,
2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012).
4 A EXPLICITAÇÃO DAS FONTES DE INFORMAÇÃO
Basicamente, as informações podem ser primárias ou secundárias. A principal base
procedimental para a coleta de informações é a observação. Na observação direta, dita in loco,
os dados coletados nos levantamentos bibliográficos e documentais são sempre primários, ou
seja, os fatos são observados diretamente pelo pesquisador, são coletados os dados originais
do autor; as informações são sempre factuais, ou seja, que dependem de pouca ou de nenhuma
interpretação (LUNA, 2011; KÖCHE, 1997; 2011; ECO, 2012; GIL, 1999; 2010). Já na
observação indireta, os dados coletados por estas técnicas de pesquisa são secundários, ou
seja, tratam-se de traduções ou de interpretações sobre os originais, tais como as resenhas
científicas ou as bibliografias da literatura; as informações são sempre opinativas, ou seja, que
se referem a opiniões, interpretações, suposições, crenças, valores, etc. (LUNA, 2011;
KÖCHE, 1997; 2011; ECO, 2012; GIL, 1999; 2010).
As bibliografias, instrumentos de pesquisa próprios dos levantamentos bibliográficos,
são compostas por informações interpretativas das palavras de um autor sobre um tema e,
portanto, secundárias. Elas acompanham principalmente as pesquisas observacionais não
participantes, mas se fazem úteis e necessárias com lentes teóricas de todas as espécies de
pesquisa para o levantamento do seu referencial teórico. Consistem basicamente nos livros e
nos trabalhos acadêmicos em geral, tais como TCC’s, monografias, dissertações, teses,
trabalhos científicos, resenhas científicas, projetos de pesquisa, etc.. Com base nestes
pressupostos, deduz-se que as bibliografias são instrumentos imprescindíveis para os
levantamentos bibliográficos, necessárias para todas as espécies de pesquisa (GIL, 1999;
2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; KÖCHE, 1997; 2011; LUNA, 2011;
SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA;
FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978). Sobre estes e outros aspectos das bibliografias e dos
levantamentos nelas baseados, Moura e Ferreira (2005, p. 25 e 26) pontuam:
Na etapa de consulta à literatura, são úteis as dissertações e teses, que
muitas vezes fazem boas revisões, assim como os artigos que têm como objetivo a
revisão dos estudos sobre um tema ou problema. Um periódico em que esses artigos
são publicados é o Annual Review of Psychology. A revista American Psychologist
também apresenta artigos que analisam criticamente temas relevantes e por vezes
polêmicos na psicologia contemporânea. Uma de suas seções se dedica
especificamente à análise dessa natureza: a “Science Watch”.
Além da busca por temas, é útil consultar nas bibliotecas as listas de periódicos e
localizar os que tratam do assunto ou os que foram indicados por pesquisadores
consultados. O próximo passo é a consulta a seus últimos números, ou aos números
de um certo período, conforme o tipo de trabalho que se tem em mente realizar (por
exemplo, os últimos cinco ou dez anos). Finalmente, o exame do conteúdo desses
periódicos pode levar à seleção de trabalhos sobre o tema.
Depois de localizadoslivros e artigos, é interessante proceder a uma seleção do que
se vai retirar por empréstimo, ou do que se vai reproduzir em xerox, lembrando
sempre as leis de direitos autorais e os limites para esse tipo de cópia. Muitas vezes
já é adequado organizar o material tal como apresentado na revista, enriquecendo de
comentários pessoais. Uma sugestão é criar um banco de dados no programa Acess
ou similar. O trabalho e o tempo despendidos na criação de um sistema próprio de
organização de material consultado serão compensados com menos dificuldade no
momento de redação do projeto.
Paralelamente à pesquisa manual nas bibliotecas por meio da consulta de seus
catálogos, pode ser realizada uma busca eletrônica em bases computadorizadas de
dados. Algumas bibliotecas dispõem de assinaturas desses sistemas que armazenam
enorme quantidade de informações e que permitem ao usuário ter acesso a arquivos
de dados, fazendo buscas por assunto, uma ou mais palavras-chave, autores ou
publicações. Tais buscas podem ser limitadas por períodos, faixas etárias dos
sujeitos, língua em que o trabalho foi publicado etc. Antes, esses bancos estavam
disponíveis em CD-ROM, em bibliotecas que tinham sua assinatura; hoje a consulta
pode ser feita pela internet, em bibliotecas ou instituições. […] 
Os documentos, instrumentos de pesquisa próprios dos levantamentos documentais,
são comumente compostos por informações originais do autor – e é exatamente o tipo delas
que diferem os levantamentos documentais dos bibliográficos, e, portanto, primárias, tais
como as encontradas em um prontuário médico, na legislação, nos demonstrativos financeiros
e contábeis de uma empresa ou de uma instituição, etc.. Entretanto, os documentos podem
conter informações interpretativas dos originais, tais como nas notas explicativas e
comentários realizados, por terceiros nos mesmos documentos citados, ou a eles anexados
(LUNA, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; KÖCHE, 1997;
2011). Sobre estes aspectos dos documentos, Luna (2011, p. 56) nos empresta as suas ideias
tal como segue:
O documento, como fonte de informação, assume diferentes formas:
literatura pertinente a um assunto, anuários estatísticos e censos, prontuários
médicos, legislação, etc. São todos exemplos de fontes documentais. Como ocorre
em relação às demais fontes, as informações obtidas em documentos podem ser
diretas e indiretas. No caso particular de documentos, essa distinção costuma
assumir a denominação de fontes primárias (diretas) e secundárias (indiretas). As
obras originais de um autor são consideradas como primárias, enquanto as traduções
e comentários sobre esse autor já são consideradas fontes secundárias.
De um modo geral, quanto mais “oficial” for um documento, mais primária será a
fonte.
O levantamento documental visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que
ainda não foram submetidos a algum tipo de manipulação, enquanto o levantamento
bibliográfico visa a coleta de dados secundários sobre um tema, quando não existem dados
primários sobre ele ou quando a sua coleta é comprovadamente inviável. Entretanto, vale
destacar que nos documentos, ou em anexo aos mesmos, podem haver dados secundários; por
essa razão, correto afirmar que os documentos são fontes de dados primários ou secundários.
Sobre esse instrumento de pesquisa, Gil (1999, p. 160) salienta:
As fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar ao
pesquisador dados suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com
levantamentos de campo, sem contar que em muitos casos só se torna possível a
investigação social a partir de documentos.
Os documentos são tipificados por Gil (1999, p. 160-165) em documentos pessoais,
registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em geral, isto é, tv,
rádio, jornais, revistas, internet, etc., tal como se segue:
1) Registros estatísticos
[...] Entidades governamentais como a Fundação IBGE dispõem de dados referentes
a características socioeconômicas da população brasileira, tais como: idade, sexo,
tamanho da família, nível de escolaridade, ocupação, nível de renda etc. Os órgãos
de saúde fornecem dados a respeito de incidência de doenças, causas de morte etc.
Uma entidade como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos dispõe de dados sobre desemprego, salários, greves, negociações
trabalhistas etc. Organizações voluntárias têm dados referentes a seus membros e
também às populações que atendem. Institutos de pesquisa vinculados aos mais
diversos campos do conhecimento. Além disso, número cada vez maior de entidades
vem-se preocupando em manter bancos de dados. Isto se verifica em hospitais,
escolas, agências de serviço social, entidades de classe, repartições públicas etc. 
[...]
2) Registros institucionais escritos
Além dos registros estatísticos, também podem ser úteis para a pesquisa social os
registros escritos fornecidos por instituições governamentais. Dentre esses dados
estão: projetos de lei, relatórios de órgãos governamentais, atas de reuniões de casas
legislativas, sentenças judiciais, documentos registrados em cartórios etc. [...]
3) Documentos pessoais
Há uma série de escritos ditados por iniciativa de seu autor que possibilitam
informações relevantes acerca de sua experiência pessoal. Cartas, diários, memórias
e autobiografias são alguns desses documentos que podem ser de grande valia na
pesquisa social. 
[...]
4) Comunicação de massa
Os documentos de comunicação de massa, tais como jornais, revistas, fitas de
cinema, programas de rádio e televisão, constituem importante fonte de dados para a
pesquisa social. Possibilitam ao pesquisador conhecer os mais variados aspectos da
sociedade atual e também lidar com o passado histórico. Neste último caso, com
eficiência provavelmente maior que a obtida com a utilização de qualquer outra
fonte de dados. [...]
(grifos meus)
Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que o levantamento bibliográfico,
enquanto um tipo de observação indireta, consiste na coleta e no tratamento sistematizado de
dados secundários, e que o levantamento documental, enquanto um tipo de observação que
tanto pode ser direta (dados primários) quanto indireta (dados secundários), consiste na coleta
e no tratamento sistematizado de dados híbridos, isto é, tanto primários quanto secundários
(KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA,
2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012).
Que tipo de fontes de informação escolher? Esta é a questão fundamental desta etapa
de pesquisa e precisa ser respondida levando-se em consideração a natureza do problema-
objeto da pesquisa, da habilidade do pesquisador e dos recursos disponíveis para a execução
da investigação, o que inclui o tempo nela gasto. Factualmente, Luna (2011, p. 57, 58 e 109)
nos ajuda a compreender estes aspectos com os seguintes dizeres:
Certos problemas de pesquisa – quer pela sua própria natureza, quer
pela habilidade do pesquisador na delimitação do problema de pesquisa – não
deixam muita margem de escolha quanto às fontes a serem consultadas. Se minha
pesquisa propõe-se a comparar o nível de aprovação no vestibular dos alunos
oriundos de escolas particulares e de escolas públicas, não há muita escolha: preciso
consultar documentos nas secretarias das universidades e registrar as informações na
forma cruzada. Se uma pesquisa pretende avaliar as interações entre a professora e
seus alunos, a fonte mais direta possível é a observação em sala de aula. Finalmente,
se a intenção for a de avaliar as sugestões e críticas do usuário de um serviço
qualquer (digamos, um posto de saúde ou uma biblioteca), omelhor recurso é o
relato verbal (oral ou escrito). […]
É verdade que nosso acesso à bibliografia internacional está aquém do desejável. Da
mesma forma, determinados documentos podem ser acessíveis apenas in loco, o que
pode dificultar sua leitura. Em condições como estas, um autor pode ser autorizado a
recorre a fontes secundárias. Mas apenas em condições como estas!
Portanto, a escolha de se operacionalizar um levantamento bibliográfico ou
documental depende do tipo de dados ou informações necessárias para responder
adequadamente à questão de pesquisa, descobrir as suas variáveis, testar as suas hipóteses,
cumprir os objetivos preestabelecidos. Se somente dados primários atenderem a esses
quesitos, então se precisa realizar um levantamento documental; se não for possível a coleta
de dados primários, ou se dados secundários forem capazes de atender aos tais quesitos, então
se precisa realizar um levantamento bibliográfico (LUNA, 2011; BARROS; LEHFELD,
2000; 2007; KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007;
2008; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006;
ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978 ).
5 A COLETA DOS DADOS DA PESQUISA
A coleta dos dados da pesquisa principia com a definição inicial de palavras-chave,
também denominadas descritores, que são os termos pelos quais se consegue acesso às fontes
de pesquisa explicitadas, bem como de suas respectivas localizações, por exemplo em bancos
de dados, em bibliotecas físicas ou virtuais (LUNA, 2011; BARROS; LEHFELD, 2000;
2007; KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008;
RODRIGUES, 2007; ECO, 2012). Sobre todos estes aspectos, Luna (2011, p. 100 e 101)
salienta:
Um dos subprodutos da atividade constante de um pesquisador em
uma mesma área é a familiaridade que adquire com instituições, pesquisadores e
periódicos associados à área. Ou seja, ele passa a discriminar material
potencialmente relevante pelo nome do autor, da sua instituição e/ou periódico no
qual o trabalho foi publicado. Até que você chegue lá, o seu melhor ponto de partida
ainda é a consulta direta aos trabalhos, fichários de bibliotecas, sumários de
publicações e bancos de teses e dissertações. Contudo, há duas coisas que você pode
fazer para facilitar essa tarefa.
Levantamento inicial de palavras-chave.
Com esse levantamento, você poderá proceder à consulta às fontes com algum
critério de seleção. (É verdade que esse procedimento pressupõe que os autores
intitulem seus trabalhos da maneira mais descritiva possível, o que nem sempre é
verdade!)
Proceder à consulta na seguinte ordem: Título – Resumo – Leitura do Texto.
Se o título, de alguma forma, sugerir interesse para o seu trabalho, vale à pena ler o
resumo. Com essa leitura, será possível decidir se compensa ou não a leitura do
texto.
Por exemplo, na etapa da coleta de dados para este trabalho, em selecionei as seguintes
palavras-chave: levantamento bibliográfico, levantamento documental, metodologia
científica. As localizações nas quais eu utilizei as palavras-chave na busca das minhas fontes
de pesquisa foram o Banco de Dados da CAPES, bibliotecas físicas da Universidade
Mackenzie, da Universidade Federal de São Carlos, da Universidade Bráz Cubas, da
Universidade Federal de São Paulo, do Parque da Juventude, do Parque Villa-Lobos, da
Universidade Federal do ABC, da Mário de Andrade, da Universidade de São Paulo, da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, do Arsenal da Esperança, da Rede
Municipal de Bibliotecas do Município de São Paulo, do Município de São Lourenço, e a
Biblioteca Virtual 3.0 da Pearson, com a qual tem convênio a Universidade Metropolitana de
Santos (GIFTED, 2015).
Daí, eu encontrei, em cada localização em que eu pesquisei, uma lista com todas as
fontes de pesquisa indexadas pelos descritores que eu utilizei, fiz um recorte delas,
selecionando para o tratamento dos dados apenas publicações cujo resumo fosse claro e
objetivo o suficiente para facilitar a compreensão e o uso dos levantamentos bibliográficos e
documentais. Dentre estas fontes, algumas da década de 1970, outras da de 1990, algumas da
década de 2000, e outras mais recentes, publicadas nos últimos cinco anos, por meio das quais
eu busquei alcançar o estado da arte deste tema (GIFTED, 2015). 
Em seguida, eu procedi à consulta de todas as fontes de pesquisa acessadas, analisando
o seu título, o seu resumo, os seus descritores, o seu sumário, as suas referências, e, então,
lendo do texto os trechos mais importantes que eu seleciono do seu sumário, ou, algumas
obras, lendo-as integralmente (GIFTED, 2015; LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO;
LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO,
1978; VASCONCELLOS, 2010; ECO, 2012). Quando me vem às mãos um livro científico,
cujo tema me desperta o interesse, eu sigo um itinerário procedimental de leitura científica:
primeiro eu observo o sumário, com atenção, avaliando como o autor estruturou a sua obra e
em que aspectos do tema focou, de tal modo que já de início eu consigo perceber o domínio
dele com a metodologia da pesquisa científica, em que aspectos o mesmo tem facilidade ou
dificuldade; em seguida, eu costumo passar diretamente à seção das referências, onde eu
avalio o nível da consistência do seu trabalho e, portanto, se ele merece ser aproveitado ou
não; em caso positivo, ou seja, se o livro científico, além de atualizado, é também consistente,
eu costumo percorrer os tópicos em que eu mais me interesso, avaliando as gravuras
(desenhos), as tabelas (quadros), os títulos e os subtítulos, e alguns trechos textuais
nucleares6, avaliando o nível de coerência e de coesão textual, e se, de fato, o livro for
coerente, então eu o considero digno das minhas investigações científicas (NICOLA; TERRA,
2007; VASCONCELLOS, 2010; LUNA, 2011; GIFTED, 2015).
Vale destacar aqui o protocolo observacional, instrumento próprio das pesquisas
observacionais. Trata-se de um meio para se registrar as informações produzidas durante a
observação. Pode ser um caderno, um bloco de anotações, ou mesmo uma página para
rascunho. O objetivo é planificar tudo o que foi observado sobre o objeto de pesquisa, suas
características, suas variações, as possíveis causas e os possíveis efeitos das variações, o que
6Por trechos textuais nucleares eu quero dizer o encadeamento das frases e parágrafos que sucedem o nível
mais profundo da estrutura do trabalho. Por exemplo, se esse nível mais profundo é o subsubtítulo, eu leio os
parágrafos que imediatamente o sucedem.
foi feito durante a observação, o que não foi feito durante ela e o (s) seu (s) respectivo (s)
porquê (s). Comumente, o registro das informações no protocolo observacional é separado em
notas descritivas (aquilo que se observa de fato) e notas reflexivas (as interpretações ou
reflexões daquilo que se observa). Sobre esses aspectos, Creswell (2010, p. 2015) ratifica:
[...] Os pesquisadores com frequência se engajam em observações
múltiplas no decorrer de um estudo qualitativo e usam um protocolo observacional
para registrar as informações. Ele pode ser de uma única página, com uma linha
dividindo-a ao meio no sentido longitudinal para separar as notas descritivas
(retratos dos participantes, reconstrução de diálogo, descrição do local físico, relatos
de determinados eventos ou atividades) das notas reflexivas (os pensamentos
pessoais do observador, tais como “especulação, sentimentos, problemas, ideias,
palpites, impressões e preconceitos” [...]). Também podem serescritas dessa forma
as informações demográficas sobre o tempo, o local e a data do local de campo onde
ocorreu a observação. [...] 
Deduz-se desta experiência que o protocolo observacional é instrumento fundamental
nas pesquisas observacionais, em especial dos levantamentos bibliográficos e documentais, e
que, para não dificultar ou mesmo impedir a sua adequada execução, ele só pode ser
inutilizado quando substituído por outro instrumento equivalente, tal como o diário de campo
(GIFTED, 2015; LUNA, 2011; KÖCHE, 1997; 2011; ECO, 2012; CRESWELL, 2010; ECO,
2012; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA;
FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978).
6 O TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA
Os dados da pesquisa, após coletados, precisam ser tratados. O tratamento dos dados
da pesquisa incluem: o seu registro, que pode ser operacionalizado por meio da planificação
manual ou eletrônica; a sua sistematização, que precisa explanar exploratória e
descritivamente a sequência lógica da investigação científica: o seu ponto de partida, cada um
dos passos intermediários, e o seu desfecho, considerando as suas suposições, hipóteses,
indagações, suspeitas, curiosidades, ou conjecturas; a sua organização, que pode ser
operacionalizada, por exemplos, por meio da categorização, da codificação ou da tabulação;
a sua análise ou interpretação, que pode ser realizada, por exemplo, por meio da Análise
Bibliométrica, Análise de Discurso, Análise de Conteúdo ou Exegese/Hermenêutica; a sua
formalização, que comumente é cimentada como TCC, dissertação, tese, trabalho, resenha,
periódico, revista, software, patente, obra de arte; a sua apresentação, que pode ser
realizada, por exemplo, por meio de uma exposição oral, ou uma exposição visual, ou uma
exposição mista (GIFTED, 2015; SEVERINO, 2007; GIL, 1999; 2010; LUNA, 2011;
BARROS; LEHFELD, 2000; 2007; KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012).
O registro dos dados da pesquisa podem ser realizado por meio de compilação
manual, em que o pesquisador anota à tinta ou à grafite, por exemplo, num papel, ou
eletrônica, em que o pesquisador digita todos as anotações em um arquivo de texto, como o
do Microsoft Word (aplicativo do pacote padrão Office do sistema operacional Windows) ou o
do Open Writter (aplicado do pacote padrão Open Office do sistema operacional Linux). Para
otimizar a gerência do tempo despendido nesta etapa, recomenda-se levar para a frente do
computador e da escrivaninha (ou outro ambiente adequado para a digitalização) todo o
conteúdo que se vai utilizar no trabalho acadêmico, o que inclui as bibliografias, os
documentos e as anotações. Trata-se, pois, de uma etapa bastante trabalhosa para se fazer e
demanda tempo numa dose inversamente proporcional às habilidades do pesquisador em
utilizar tais metodologias, isto é, quanto mais habilidoso ele for menor o tempo que ele
precisa despender para realizar pesquisas científicas por meio destas metodologias, mas não é
difícil porque basta saber digitar bem, escanear, imprimir, ler bem e escrever bem (GIFTED,
2015). 
A sistematização dos dados da pesquisa trata-se da explanação descritiva da
sequência lógica da pesquisa, ou seja, o seu ponto de partida, cada um dos seus passos
intermediários e o seu desfecho. Por exemplo, este trabalho foi sistematizado do seguinte
modo: partiu-se do problema da dificuldade dos pesquisadores iniciantes em se
operacionalizar levantamentos bibliográficos e documentais bem como da hipótese de que a
eliminação da imensa imprecisão terminológica, conceitual, taxonômica e conteudal sobre
este tema encontrada na vasta literatura crítica sobre metodologia da pesquisa científica é
capaz de solucionar o problema, facilitando tanto a compreensão quanto o uso de tais técnicas
científicas fundamentais; daí, partiu-se para a definição de seu objetivo principal que é o de
esclarecer os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização dos
levantamentos bibliográficos e documentais, facilitando o trabalho do pesquisador; depois,
passou-se para a escolha do enfoque para cada um dos três pilares fundamentais da
metodologia da pesquisa científica, adotando-se o crítico-dialético como o seu eixo
epistemológico de investigação, o hipotético-dedutivo como o seu eixo lógico de
investigação, e a base procedimental observacional não participante, dos tipos bibliográfico e
documental, como o seu eixo técnico de investigação; depois ainda, foi escolhida a
abordagem qualitativa, o protocolo observacional como o seu instrumento de pesquisa, e foi
desenhado o fluxo logístico cronológico investigativo, isto é, uma tabela na qual contavam as
atividades diárias necessárias para se concretizar este trabalho dentro do espaço de tempo de
15 dias, que eu escolhi7; na tabela, por exemplo, na segunda feira, após eu tomar o café da
manhã, eu me desloco até a biblioteca do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC)
da USP, em São Carlos, SP, acesso o livro de Popper, leio-o completamente, depois vou à
Biblioteca Comunitária (BCo) da UFSCar, acesso os livros de Marconi e Lakatos (2003;
2007; 2008), Gil (1999; 2010), Castro (1978), Moura e Ferreira (2005), Sampieri et al (2010),
leio deles os trechos mais pertinentes para a elaboração deste trabalho, faço minhas anotações
sobre eles em folhas de caderno avulsas, citando as referências já dentro das normas da ABNT
(ou outra, quando necessário, tais como as da Associação Psiquiátrica Americana, ou as da
Vancouver), para facilitar o registro dos dados quando da sua planificação (GIFTED, 2015).
A organização dos dados da pesquisa objetiva facilitar a compreensão do seu
conteúdo principalmente por parte dos seus leitores. Deste modo, termos pouco utilizados
precisam ser explicados no corpo do texto ou em alguma nota de rodapé, recomenda-se
resumir as conclusões de cada capítulo ou tópico (caso não desatenda as normas da instituição
onde se pretende apresentá-las) em tabelas, quadros, figuras, gravuras, ou notas de
recapitulação. As subtécnicas científicas mais utilizadas para tal fim são a tabulação
(construção de tabelas, quadros, ou equivalentes), a codificação (construção de listas
explicativas de siglas e de símbolos, ou equivalentes) e a categorização (divisão dos aspectos
sobre o tema em tópicos e subtópicos, capítulos e subcapítulos, às vezes subsubtópico ou
subsubcapítulo) (GIFTED, 2015). Existem várias maneiras de se organizar e sistematizar os
dados, mas eu destaco as palavras de Luna (2011, p. 101 a 103), quando ele diz:
A melhor maneira de se organizar um texto é, indiscutivelmente, por
meio de um planejamento prévio da sequência de tópicos dentro do tema e das
informações a serem oferecidas dentro de cada tópico. Ou seja, trata-se de organizar
7Eu consegui elaborar este trabalho em apenas 15 dias consecutivos, porque eu me baseei em outro trabalho que
eu elaborei em 60 dias explanando originalmente sobre os três pilares da metodologia da pesquisa científica,
sendo que este eu me baseei em um livro sobre o tema Metodologia da Pesquisa Científica que eu estou
elaborando desde outubro de 2014 e que pretendo publicar dentro em breve com o título A Bíblia da Ciência,
buscando com ele realizar a mais abrangente revisão sistemática, bibliográfica e documental sobre o tema,
apresentando-a da maneira mais original, clara e objetiva que eu conseguir, tal como eu faço neste em outros
trabalhos acadêmico-científicosde minha autoria.
uma sinopse ampliada do texto, antes de ele ser escrito (sempre é possível
reformulá-la posteriormente). Entretanto, o que é melhor do ponto de vista lógico
nem sempre corresponde aos estilos pessoais. Para algumas pessoas, parece
preferível sentar e ir escrevendo. O processo é, sem dúvida, mais penoso e mais
custoso, na medida em que o texto final sai como resultado de tentativas e erros,
com muitas páginas jogadas fora e outras tantas “guardadas” para um eventual
aproveitamento futuro. […]
Qualquer que seja o procedimento adotado, o sucesso do texto final, em termos de
comunicação, dependerá de quanto o leitor for capaz de encontrar o fio condutor do
trabalho. Por essa razão, é extremamente conveniente que o texto apresente
subtítulos que indiquem o que será tratado em cada subdivisão. Se se adotar o
procedimento de organizar previamente o texto, a sequência já estará pronta. Se se
preferir escrever sem um plano prévio, este poderá ser feito após a conclusão do
texto.
Para que não se pense que a função de organizar o texto com subtítulos é apenas de
ser gentil com o leitor, é conveniente ressaltar um aspecto comum em textos escritos
sem planejamento. É provável que o indivíduo que prefere escrever sem um plano
prévio esteja à espera do feedback daquilo que já está produzido para continuar
produzindo, de tal forma que certas análises deem “dicas” de como prosseguir.
Como consequência, é frequente que o resultado final seja uma longa sequência de
análises que não se fecham e no qual o final tem pouca ou nenhuma relação com o
início. Retornar o texto e organizá-lo em tópicos é uma forma de avaliar essa
sequência. E, se elos dessa sequência parecerem não caber nos tópicos levantados ou
resistirem à inclusão em novos tópicos, é bom repensar se as informações são
realmente pertinentes.
Outro procedimento importante para melhor controlar a adequação das informações
do texto e, consequentemente, para maior compreensão do leitor é garantir a
existência de “abertura” e “fechamento” para cada tópico. Em outras palavras,
anunciar diretamente o que se pretende fazer naquele tópico e concluir dizendo o
que espera que o leitor tenha extraído dele. O julgamento último dessa adequação,
porém, certamente caberá ao leitor.
A análise ou interpretação dos dados da pesquisa é a etapa responsável por
transformar os dados em informações, ou seja, é nesta etapa que o pesquisador pensa e
repensa sobre os dados coletados, encontra suas incoerências e elimina todas as que ele
consegue, buscando com esses procedimentos conclusões que melhor esclareçam o tema,
soluções para o problema investigado, lacunas teóricas e metodológicas que possam ser
preenchidas por ulteriores aprofundamentos advindos de revisões do seu trabalho e ou de
novas investigações (GIFTED). Comumente são utilizadas como subtécnicas científicas nesta
etapa a Análise Bibliométrica, que busca analisar/ interpretar quantitativamente a produção
científica sobre um tema num dado momento e num dado espaço geográfico, apresentando-as
estatisticamente, a Análise de Discurso, que busca analisar/interpretar qualitativamente os
dados da pesquisa de acordo com o que o autor deles quis dizer de fato, a Análise de
Conteúdo, que busca analisar/ interpretar quantitativamente os dados da pesquisa, aplicando a
inferência estatística para se chegar às suas conclusões finais, e a Exegese8, trabalho em que
se estuda, em especial, a etimologia e a lexicologia dos termos utilizados nas fontes
8A Exegese é bastante utilizada no campo das Ciências da Religião e das Ciências Jurídicas (GIFTED, 2015).
consultadas, bem como os idiomas originais em que elas foram escritas e da forma como eles
eram utilizados na época de sua elaboração, produzindo como resultado interpretações
chamadas de Hermenêutica (GIFTED, 2015).
A formalização dos resultados finais da pesquisa precisa obedecer às normativas da
Instituição de Ensino Superior (IES), caso o Trabalho Final de Conclusão de Curso (TFCC)
consista em TCC, TGI, dissertação, tese, monografias em geral. Algumas IES solicitam que
estes trabalhos obedeçam às normas técnicas do país; no caso brasileiro, costuma-se seguir as
normas para trabalhos acadêmicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no
caso canadense a Vancouver, bastante aceita em todo o mundo, e ainda, especificamente em
algumas áreas de conhecimento, como a Psicologia, por exemplo, existem normativas
próprias para a formalização de trabalhos tais como as da American Pysichological
Association (APA). Nas áreas e subáreas das Engenharias, é bastante comum que o TFCC seja
formalizado como uma patente, uma marca, um software, um novo produto específico para
determinado nicho de mercado. Em cursos como Artes, por exemplo, o TFCC pode ser
formalizado como uma obra de arte, como, por exemplo, uma pintura, uma escultura, um
filme, uma composição musical, um novo instrumento musical, um artefato decorativo, uma
obra artesanal, uma peça teatral. O TFCC pode ser formalizado ainda como uma revista, um
periódico, um hino, um poema. Percebe-se, então, que a forma do TFCC precisa se adequar
ao seu conteúdo; contudo, existe flexibilidade na sua escolha, sendo todas elas, em geral,
permitidas em toda e qualquer área do conhecimento (GIFTED, 2015).
A apresentação do resultados finais da pesquisa é a última etapa do tratamento dos
dados e da investigação científica no geral. Ela precisa ser pública, porque a Ciência não é – e
nem pode ser – patrimônio particular. Logo, ela é um patrimônio público que precisa ser
publicado, isto é, disponibilizado, ainda que sem solicitação de alguém, a toda e qualquer
pessoa da sociedade que a queira conhecer (GIFTED, 2015; ECO, 2012; VERGARA, 2012;
GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008). No Brasil, em cursos de
graduação e de pós-graduação lato sensu, a primeira apresentação do TFCC normalmente
acontece no dia da sua defesa pública e solene diante de uma banca examinadora composta
por professores profissionais da sua respectiva área de conhecimento, o que chamamos de
avaliação pareada (ECO, 2012; SEVERINO, 2007; ACEVEDO; NOHARA, 2010;
SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006). Já nos cursos de pós-graduação stricto sensu, tais
como no mestrado e no doutorado, o TFCC normalmente acontece em uma fase preliminar
denominada Exame de Qualificação, após a qual, se o candidato for qualificado (aprovado),
ele pode defender o seu trabalho diante de uma banca examinadora composta por professores
doutores da sua respectiva área de conhecimento; no mestrado, defende-se uma dissertação e
no doutorado, uma tese, que pode ser de pesquisa, quando há alguma descoberta, ou de
compilação, quando objetiva realizar uma revisão sistemática abrangente da literatura (ECO,
2012; SEVERINO, 2007; GIFTED, 2015; ACEVEDO; NOHARA, 2010; SAMPIERI;
COLLADO; LUCRO, 2006). Operacionalmente, a apresentação do TFCC pode ser
basicamente de três tipos, quais sejam: a exposição oral, na qual o acadêmico expõe
oralmente o seu trabalho, após o que é arguido pela banca examinadora quanto aos aspectos
teóricos, empíricos e metodológicos do mesmo; a exposição visual, na qual o acadêmico
expõe visualmente o seu trabalho, na forma de pôster, painel, banner, faixa, quadro, escultura,
etc., após o que é arguido pela banca examinadora quanto aos mesmos aspectos citados no
caso anterior; e a exposição mista, na qual o acadêmico expõe o seu trabalho tanto oral quanto
visualmente, após o que também é arguido quanto aos mesmos aspectos já citados (GIFTED,

Outros materiais