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Unidade Unidade 3 3 –– IMPERFEIÇÕES DAS ESTRUTURAS CRISTALINASIMPERFEIÇÕES DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS Engenharia dos Engenharia dos MateriaisMateriais • É uma imperfeição no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal. • Podem envolver uma irregularidade na posição dos átomos e no tipo de átomos. DEFEITOS CRISTALINOS • O tipo e o número de defeitos dependem: - da constituição química do material. - das circunstâncias sob as quais o material é processado. Não existe um tipo de sólido idealizado todos os materiais contém grandes números de defeitos e imperfeições. Tipos de Defeitos: classificados de acordo com sua geometria ou dimensões 1. Defeitos Pontuais associados c/ 1 ou 2 posições atômicas 2. Defeitos lineares (discordâncias) uma dimensão 3. Defeitos planos ou interfaciais (fronteiras) duas dimensões 4. Defeitos volumétricos três dimensões • Envolve a falta de um átomo. • São formados durante a solidificação do cristal ou como resultado das vibrações atômicas (os átomos 1. Defeitos pontuais: VACÂNCIAS OU LACUNAS atômicas (os átomos deslocam-se de suas posições normais). • Envolve um átomo extra no interstício (do próprio cristal). • Produz uma distorção no reticulado, já que o átomo geralmente é maior que o 1. Defeitos pontuais: INTERSTICIAIS geralmente é maior que o espaço do interstício. • A formação de um defeito intersticial implica na criação de uma vacância, por isso este defeito é menos provável que uma vacância. Átomo intersticial grande Gera maior distorção na rede 1. Defeitos pontuais: INTERSTICIAIS Átomo intersticial pequeno FRENKEL • Ocorre em sólidos iônicos. • Ocorre quando um íon 1. Defeitos pontuais: INTERSTICIAIS • Ocorre quando um íon sai de sua posição normal e vai para um interstício. SCHOTTKY • Presentes em compostos que tem que manter o balanço de 1. Defeitos pontuais: INTERSTICIAIS manter o balanço de cargas. • Envolve a falta de um ânion e/ou um cátion. A ADIÇÃO DE IMPUREZAS PODE FORMAR Soluções sólidas [átomos] < limite de solubilidade Segunda fase [átomos] > limite de 1. Defeitos pontuais: IMPUREZAS NOS SÓLIDOS Segunda fase [átomos] > limite de solubilidade A solubilidade depende : ⌦Temperatura ⌦ Tipo de impureza ⌦ Concentração da impureza As impurezas (chamadas elementos de liga) são adicionadas intencionalmente com a finalidade de: - aumentar a resistência mecânica 1. Defeitos pontuais: IMPUREZAS NOS SÓLIDOS - aumentar a resistência à corrosão - aumentar a condutividade elétrica EXEMPLO: prata de lei é uma liga composta por 92,5 % de prata e 7,5 % de cobre (a prata pura é resistente à corrosão, mas é muito macia). Um metal considerado puro sempre tem impurezas (átomos estranhos) presentes. 1. Defeitos pontuais: IMPUREZAS NOS SÓLIDOS 99,9999% = 1022-1023 impurezas por cm3 A presença de impurezas promove a formação de defeitos pontuais. Terminologia • Elemento de liga soluto (< quantidade) (ou impureza) 1. Defeitos pontuais: IMPUREZAS NOS SÓLIDOS (ou impureza) • Matriz solvente (> quantidade) (ou hospedeiro) 1. Defeitos pontuais: SOLUÇÕES SÓLIDAS Ao se adicionar pequenas quantidades de sal ou açúcar na água, estes se dissolvem a ponto de se manter diluídos na água. Nesse caso temos uma solução líquida.O termo Solução Sólida, tem a mesma idéia, entretanto refere-se a materiais no estado sólido. Um componente B pode formar uma solução sólida com um componente A, se o componente B se misturar à estrutura do componente A (de modo intersticial ou substitucional) de tal forma a manter uma condição de fase única. 1. Defeitos pontuais: SOLUÇÕES SÓLIDAS Componente solvente Componente soluto Solução sólida IntersticialComponente solvente Componente soluto Solução sólida Substitucional FASEFASE ÚNICAÚNICA Esses dois tipos de solução sólida criam uma distorção da rede cristalina 1. Defeitos pontuais: SOLUÇÕES SÓLIDAS Solução sólida substitucional característica do latão, em que se têm os átomos de zinco (soluto) substituindo, de forma aleatória, os átomos de cobre do solvente Solução de carbono na austenita CFC. O maior insterticio no ferro γ tem quase o tamanho de um átomo de carbono, favorecendo o estabelecimento de uma solução sólida intersticial Solução sólida intersticial – carbono no ferro CFC ����As discordâncias estão associadas com a cristalização e com a deformação (origem: térmica, mecânica ou devida à supersaturação de defeitos pontuais). ���� A presença desse tipo de defeito explica, em boa parte dos casos, a deformação, a falha e a ruptura dos materiais. 2. Defeitos lineares: DISCORDÂNCIA As discordâncias podem ser: – em cunha (ou em aresta); – helicoidais (ou em espiral); – mistas. A discordância em aresta é Porção extra de um plano de átomos, ou semi-plano, cuja aresta termina no interior do cristal. 2. Defeitos lineares: DISCORDÂNCIA (em aresta) A discordância em aresta é representada pelo símbolo: ⊥⊥⊥⊥, que indica a posição da linha de discordância Os átomos acima da linha de discordância são pressionados uns contra os outros, e, os átomos abaixo são puxados um para longe do outro (envolve zonas de tração e compressão). 2. Defeitos lineares: DISCORDÂNCIA (em espiral) A região anterior do cristal é deslocada uma distância atômica para cima em relação à fração posterior . 2. Defeitos lineares: DISCORDÂNCIA (mista) A maioria das discordâncias encontrada em materiais cristalinos exibe componentes que são característicos de ambos os tipos; essas são conhecidas por discordâncias mistas. As discordâncias podem ser observadas em materiais cristalinos mediante o uso de técnicas de microscopia eletrônica. As discordâncias estão envolvidas na deformação plástica de materiais cristalinos. Envolvem fronteiras (defeitos em duas dimensões) e normalmente separam regiões dos materiais de diferentes estruturas cristalinas ou orientações cristalográficas. 3. Defeitos planos ou interfaciais Podem ser: • Superfície (externa) do material; • Contorno de grão. 3. Defeitos planos ou interfaciais: NA SUPERFÍCIE DO MATERIAL Na superfície os átomos não estão completamente ligados. Então o estado de energia dos átomos na superfície é maior que no interior do cristal.maior que no interior do cristal. Caso átomos adicionais sejam depositados na superfície há desprendimento de energia – adsorção superficial. A energia superficial é expressa em erg/cm2 ou J/m2. 3. Defeitos planos ou interfaciais: CONTORNO DO GRÃO Contorno que separa dois pequenos grãos ou cristais que possuem diferentes orientações cristalográficas em materiais policristalinos.DISCORDÂNCIA um cristal = um grão MonocristalMonocristal: Material com apenas uma orientação cristalina, ou seja, que contém apenas um grão. PolicristalPolicristal: Material com mais de uma orientação cristalina, ou seja, que contém vários grãos. 3. Defeitos planos ou interfaciais: CONTORNO DO GRÃO Identificação de “porções” do material com orientações cristalinas particulares (grãos) e de uma região de transição entre os grãos (contornos de grão) Formação de pequenos núcleos de cristalização (cristalitos) Crescimento dos cristalitos Formação de Grãos, com formatos irregulares, após completada a irregulares, após completada a solidificação. Vista, num microscópio, da estrutura de Grãos (as linhas escuras são os contornos dos Grãos) GRÃOS VISTOS NO MICROSCÓPIO ÓTICO É um tipo especial de contorno de grão. Os átomos em um dos lados do contorno 3. Defeitos planos ou interfaciais: CONTORNO DE MACLA OU TWIN ladosdo contorno estão localizados em posições em imagem em espelho dos átomos no outro lado do contorno São contornos de grão com simetria da rede cristalina. Plano da Macla Fotomicrografia de uma amostra de latão policristalino (ampliação de 60x) 4. Defeitos volumétricos São introduzidos no processamento do material ou durante a sua fabricação. Inclusões: impurezas estranhas. Precipitados: são aglomerados de partículas cujaPrecipitados: são aglomerados de partículas cuja composição difere da matriz. Fases : forma-se devido à presença de impurezas ou elementos de liga (ocorre quando o limite de solubilidade é ultrapassado). Porosidade: origina-se devido a presença ou formação de gases. 4. Defeitos volumétricos: INCLUSÕES Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta pureza (99,26%) laminado a frio e recozido a 800oC SOLIDIFICAÇÃOSOLIDIFICAÇÃO Sólido Sólido -- Condição 1Condição 1 Estrutura cristalina organizada apresentando duas fasesduas fases Componente A Componente B 4. Defeitos volumétricos: FASES Sólido Sólido -- Condição 2Condição 2 Estrutura cristalina organizada apresentando uma faseuma fase formada por diferentes componentes LíquidoLíquido Estrutura desorganizada apresentando uma única fase EXEMPLOS DE PARTÍCULAS DE SEGUNDA FASE 4. Defeitos volumétricos: FASES A microestrutura é composta por veios de grafita sobre uma matriz perlítica. Cada grão de perlita, por sua vez, é constituído por lamelas alternadas de duas fases: ferrita (ou ferro-a) e cementita (ou carboneto de ferro). 4. Defeitos volumétricos: FASES Microestrutura da liga Al-Si-Cu + Mg mostrando diversas fases precipitadas 4. Defeitos volumétricos: POROSIDADE COMPACTADO DE PÓ DE FERRO, A 550 MPa COMPACTADO DE PÓ DE FERRO APÓS SINTERIZAÇÃO A 1150oC, POR 120 min EM ATMOSFERA DE HIDROGÊNIO
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