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Enfermagem em Centro Cirúrgico Módulo 02 rev

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AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ENFERMAGEM EM CENTRO- 
CIRÚRGICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ENFERMAGEM EM CENTRO- 
CIRÚRGICO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
 
MÓDULO II 
 
 
2 TRATAMENTO CIRÚRGICO 
 
 
É um método de tratamento de doenças, lesões ou deformidades internas e 
externas executado por meio de técnicas geralmente realizadas com o auxílio de 
instrumentos. A cirurgia abrange a abertura ou não do corpo com a finalidade 
diagnóstica, terapêutica ou estética. A partir deste conceito, podemos dizer que 
enfermagem cirúrgica é aquela que trata dos cuidados globais de enfermagem 
prestados aos pacientes nos períodos pré-operatório, transoperatório e pós-
operatório. 
Esses cuidados objetivam minimizar os riscos cirúrgicos, dar maior 
segurança ao paciente e reabilitá-lo para se reintegrar à família e à sociedade o 
mais rápido possível. 
 
 
2.1 HISTÓRICO DA CIRURGIA 
 
 
Escavações demonstram instrumentais sugestivos de procedimentos 
cirúrgicos pelos povos primitivos, com técnicas que abrangiam tratamento de feridas, 
correção de fraturas, trepanação, circuncisão, etc. 
 No século VI e V a.C.: Grécia com a Medicina dos Templos. Hipócrates 
deu o cunho científico à medicina, em que desenvolveu técnicas cirúrgicas, vindo do 
grego: cirurgião (cheir = mão, ergon = trabalho). 
 História da anestesia: nasce o grande fortalecedor da cirurgia, com os 
egípcios sendo os representantes de maior destaque. Uso inicial pela odontologia. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
 
FIGURA 1 - PRIMEIRA CIRURGIA COM NARCOSE REALIZADA EM 1846 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.noticias.uff.br/noticias/2008/10/dia-
anestesiologista.php>.Acesso em 02 de Outubro de 2013 
 
 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS 
 
 
As cirurgias podem ser classificadas quanto à urgência cirúrgica que 
engloba: 
 
 Cirurgia eletiva: 
 
Tratamento cirúrgico proposto, mas cuja realização pode aguardar ocasião 
mais propícia, ou seja, pode ser programado. Por exemplo: mamoplastia, 
gastrectomia. 
 
 Cirurgia de urgência: 
 
Tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado 
dentro de 24 a 48 horas. Por exemplo: apendicectomia, brida intestinal. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
 Cirurgia de emergência: 
 
Tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma 
situação crítica. Por exemplo: Ferimento por arma de fogo em região pré-cordial, 
hematoma subdural. 
 
As cirurgias podem ser classificadas de acordo com a finalidade do 
tratamento cirúrgico: 
 
 Cirurgia Curativa: 
Tem por objetivo extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a saúde 
ao paciente. Para essa finalidade é necessário às vezes a retirada parcial ou total de 
um órgão. Este tipo de cirurgia tem uma significação menos otimista quando se trata 
de câncer, neste caso, a operação curativa é aquela que permite uma sobrevida de 
alguns anos. Ex. Apendicectomia. 
 
 Cirurgia Paliativa 
Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal, 
mas não cura a doença. Ex. Gastrostomia. 
 
 Cirurgia Diagnóstica 
Realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença. 
Ex. laparotomia exploradora. 
 
 Cirurgia Reparadora 
Reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou 
traumatismo. Ex. enxerto de pele em queimados. 
 
 Cirurgia Reconstrutora / cosmética / plástica. 
Realizada com objetivos estéticos ou reparadores, para fins de 
embelezamento. Ex.: Rinoplastia, mamoplastia, etc. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
As cirurgias podem ainda ser classificadas quanto ao porte cirúrgico ou risco 
cardiológico (pequeno, médio ou grande porte), ou seja, a probabilidade de perda de 
fluidos e sangue durante sua realização. 
 
 Grande porte: Com grande probabilidade de perda de fluido e sangue. 
Por exemplo: cirurgias de emergência, vasculares arteriais. 
 
 Médio Porte: Com média probabilidade de perda de fluido e sangue. 
Por exemplo: cabeça e pescoço – ressecção de carcinoma espinocelular, ortopedia - 
prótese de quadril. 
 
 
 Pequeno porte: 
Com pequena probabilidade de perda de fluido e sangue. Por exemplo: 
plástica mamoplastia e endoscopia. 
 
Quanto ao tempo de duração as cirurgias ainda podem ser classificadas 
quanto a: 
 
 Porte I: com tempo de duração de até 2 horas. Por exemplo: 
rinoplastia. 
 Porte II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por exemplo: 
colecistectomia, gastrectomia. 
 Porte III: de 4 a 6 horas de duração. Por exemplo: Craniotomia. 
 Porte IV: com tempo de duração acima de 6 horas. Por exemplo: 
transplante de fígado. 
 
Quanto ao potencial de contaminação da cirurgia: 
 
 Cirurgia limpa: 
Eletiva, primariamente fechada, sem a presença de dreno, não traumática. 
Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência 
de processo infeccioso e inflamatório local. Cirurgias em que não ocorreram 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. Por exemplo: 
mamoplastia. 
 
 Cirurgia potencialmente contaminada: 
Realizada em tecidos colonizados por microbiota pouco numerosa ou em 
tecido de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e 
inflamatório, e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com 
drenagem aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos 
digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Por exemplo: 
colecistectomia com colangiografia. 
 
 Cirurgia contaminada: 
Cirurgia realizada em tecidos abertos e recentemente traumatizados, 
colonizados por microbiota bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou 
impossível, bem como todas aquelas em que tenha ocorrido falha técnica 
grosseira, na ausência de supuração local; presença de inflamação aguda na 
incisão e cicatrização de segunda intenção ou grande contaminação a partir do 
tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se inclui nesta categoria. Por 
exemplo: hemicolectomia. 
 
 Cirurgia infectada 
São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou 
órgão em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, 
corpos estranhos e feridas de origem suja. Por exemplo: cirurgias de reto e ânus 
com secreção purulenta. 
 
Tem-se ainda a classificação de cirurgias conforme a tabela utilizada pelo 
sistema de cobrança dos hospitais segundo a Associação Médica Brasileira (AMB) 
que caracteriza de acordo com o procedimento anestésico. Varia do porte 0 a 8, 
sendo o porte zero, um procedimento com anestesia local e por ordem crescente, 
cresce a complexidade anestésica e consequentemente a cirúrgica. 
As cirurgias também podem ser classificadas de acordo com a Associação 
Médica Brasileira (AMB), que diz: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
 
Para a AMB as cirurgias são classificadas de porte 0 a 8, sendo o 
porte zero um procedimento com anestesia local e à medida que se utiliza a 
classificação em ordem crescente, existe também crescimento da 
complexidade cirúrgica. Portanto, trata-se de uma classificação com 
finalidade de cobrança do convênio e Serviço Único de Saúde (SUS), 
principalmente dos honorários médicos (anestesista e cirurgião), da 
instrumentação cirúrgicae da sala de operação. 
 
Tempos Cirúrgicos 
 
De modo geral, as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro fases ou 
tempos básicos e fundamentais: diérese, hemostasia, exérese e síntese. 
▪ Diérese: 
É o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos, para 
atingir uma região ou órgão. Pode ser classificada em mecânica ou física. 
A diérese mecânica possui alguns tipos, dentre eles: 
- Punção: realizada por meio da introdução de uma agulha ou trocarte nos 
tecidos, sem, contudo, seccioná-los, com várias finalidades como drenagem de 
coleção líquida das cavidades ou do interior dos órgãos, colheita de fragmentos de 
tecidos e de líquidos para exame diagnóstico, injeção de contraste e medicamentos. 
- Secção: consiste na segmentação dos tecidos com o uso de material 
cortante, como tesouras, serras, lâminas ou bisturi elétrico. 
- Divulsão: realizada pelo afastamento dos tecidos nos planos anatômicos 
com tesouras de bordas rombas, tentacânulas ou afastadores. 
- Curetagem: consiste na raspagem de superfície de um órgão com auxílio 
de cureta. 
- Dilatação: realizada com a finalidade de aumentar a luz de um órgão 
tubular. 
 
Já a diérese física pode ser classificada em: 
- Térmica: realizada com o uso de calor, cuja fonte é a energia elétrica, por 
intermédio do bisturi elétrico. 
 
 
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 43 
- Crioterapia: consiste no resfriamento intenso e repentino da área em que 
vai ser realizada a intervenção cirúrgica. Normalmente é utilizado o nitrogênio 
liquefeito por ser uma substância criogênica potente. 
- Raio laser: o aparelho de raio laser consiste em um bisturi que emprega 
um feixe de radiação infravermelha de alta intensidade. Os sistemas laser podem 
ser obtidos com materiais em estado sólido, líquido e gasoso. Existem vários 
sistemas laser, mas o mais utilizado na cirurgia é o laser de dióxido de carbono 
(CO2). 
 
▪ Hemostasia: 
É o processo que consiste em impedir, deter ou prevenir o sangramento, 
pode ser feito simultâneo ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura 
de vasos, eletrocoagulação ou compressão. Na realidade a hemostasia começa 
antes da cirurgia, quando se realizam, no pré-operatório imediato, os exames de 
tempo de coagulação e dosagem de pró-trombina. 
Pode ser classificada em: 
- Preventiva: hemostasia que pode ser medicamentosa e cirúrgica. A 
hemostasia medicamentosa é baseada nos exames laboratoriais pré-operatórios, 
enquanto a cirúrgica é realizada com a finalidade de interromper a circulação 
durante o ato operatório, temporária ou definitiva. 
- Urgência: hemostasia realizada quase sempre em condições não 
favoráveis e com material muitas vezes improvisado, como, por exemplo, 
compressão digital, garrotes e torniquetes. 
- Curativa: consiste na hemostasia realizada durante a intervenção 
cirúrgica e pode ser medicamentosa (drogas que diminuem o sangramento por 
vasoconstrição), mecânica (compressão e esponjas sintéticas), física (bisturi) ou 
biológica (absorventes). 
 
 
 
▪ Exérese: 
Também denominada “cirurgia propriamente dita”. Possui caráter curativo, 
paliativo, estético/corretivo, diagnóstico. 
 
 
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 44 
 
 
▪ Síntese: 
É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for a 
separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade 
tecidual por primeira intenção. Pode ser realizada da seguinte forma: 
- Cruenta: a união de tecidos é realizada por meio de instrumentos 
apropriados com agulhas de sutura e fios cirúrgicos permanentes ou removíveis. 
- Incruenta: consiste na aproximação dos tecidos com auxílio de gesso, 
adesivos (esparadrapos) ou ataduras. 
- Completa: a união ou aproximação dos tecidos, realizada em toda a 
extensão da incisão cirúrgica. 
- Incompleta: consiste na aproximação incompleta em toda a extensão da 
ferida em consequência da colocação de dreno em determinado local da incisão 
cirúrgica. 
- Imediata: ocorre imediatamente após a segmentação deles por 
traumatismos. 
- Mediata: Consiste na união dos tecidos após algum tempo depois do 
rompimento da continuidade ou contiguidade deles. 
 
 
3 INSTRUMENTAIS, AGULHAS E FIOS 
 
 
Os vários tipos de instrumentos podem ser agrupados da seguinte 
maneira: 
 
 
 
 
 
3.1 INSTRUMENTAL DE DIÉRESE 
 
 
 
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 45 
 
Constituído pelos bisturis e tesouras, serras, agulhas, trépano, ruginas e 
outros, utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais. 
O bisturi é o melhor instrumento para a secção dos tecidos, sendo um 
instrumental de corte por excelência. Grande parte dos bisturis são cabos com uma 
extremidade destinada à fixação de lâminas descartáveis. Os cabos de bisturis são 
designados por números, por exemplo: cabo n°3 ou n°4. Quanto menor o número, 
menor a lâmina, destinado a atos cirúrgicos delicados. Os cabos de bisturis com 
números maiores apresentam encaixe maior para lâminas também maiores, 
destinados a procedimentos cirúrgicos gerais. 
 
 
3.2 INSTRUMENTAL PARA HEMOSTASIA 
 
 
Esse grupo é constituído por todos aqueles destinados ao pinçamento de 
vasos sangrantes. Representados por pinças nas formas retas e curvas, por 
exemplo, as pinças Kelly, Halstead, Rochester, preferidas pelo cirurgião devido 
proporcionarem um manuseio mais fácil. As pinças hemostáticas são usadas em 
situações que exigem instrumentos mais longos. As pinças atraumáticas são usadas 
para hemostasia temporária. 
 
 
3.3 INSTRUMENTAL PARA PREENSÃO 
 
 
É o destinado a segurar e suspender as vísceras e órgãos, como as pinças 
elásticas e pinças com anéis e cremalheira. 
 
 
 
3.4 INSTRUMENTAL PARA SEPARAÇÃO 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
 
Formado por afastadores é destinado à exposição, permitindo a melhor 
visualização da cavidade operatória. Os afastadores são divididos em dois grupos: 
autoestáticos e dinâmicos. 
Os autoestáticos são usados para a abertura da cavidade abdominal. Os 
mais utilizados são: Gosset, Balfour, e para a cirurgia torácica, o Finochietto. Os 
afastadores Weitlaner, Gelpi, Alm são usados em operações mais superficiais. 
Os afastadores dinâmicos são usados para a separação e abertura do 
campo operatório em diversas áreas do corpo. Nas operações do abdômen os mais 
usados são Valvas de Doyen e suprapúbicas. Nas cirurgias torácicas são usados os 
afastadores Harrington, Deaver, Allison, Coryllos e Davidson. Nas operações mais 
superficiais ou na apresentação de órgãos específicos, podem ser utilizados os 
afastadores planos, como Farabeuf, Langenbeck. 
Outros afastadores com usos diversos, em formas laminares, rígidos ou 
maleáveis, são as espátulas de Reverdin, utilizados geralmente na cavidade 
abdominal. 
 
 
3.5 INSTRUMENTAL E MATERIAL PARA A SÍNTESE 
 
 
É representado basicamente pelas agulhas de sutura, porta-agulhas e, 
principalmente pelos fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele. 
 
 
 
 
 
 
 
3.5.1 Fios cirúrgicos 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
Algumas características devem ser consideradas para a escolha do fio 
cirúrgico: 
- Manter a força de tensão por tempo suficiente até que a cicatriz adquira 
sua própria resistência frente aos estímulos mecânicos habituais. 
- Portar-se como material inerte, provocando o mínimo de reação tecidual. 
- Tipo de tecido a ser suturado. 
 
 
3.5.1.1 Características físicas de manuseio e reação tecidual dos fios cirúrgicos 
 
 
- Configuração física: 
Refere-se à composição dos fios quanto aos seus filamentos. O fio pode 
ser monofilmentar, quando é constituído de um único filamento, ou 
multifilamentar que contém várias fibras trançadas ou intercaladas compondo um 
único fio. 
- Capilaridade: refere-se à capacidade de captar e absorver líquidos ao 
longo do fio cirúrgico. Os fios multifilamentares possuem maior superfície e maior 
capilaridade, portantopodem apresentar maior aderência microbiana em relação 
aos monofilamentares. 
 
- Diâmetro: é determinado em milímetros e expresso em tamanhos com 
zeros. Quanto menor o diâmetro, maior o número de zeros. A numeração varia 
de sete (mais grossos com diâmetros mínimo de 0,90 mm e máximo de 0,999 
mm) até dez zeros (mais fino com diâmetro mínimo de 0,020 e máximo de 
0,029mm). 
 
- Força de tensão: é a quantidade de peso necessária para a ruptura do fio 
cirúrgico. A força de tensão varia de acordo com o tipo de material de constituição 
do fio cirúrgico. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
- Força do nó: é a força necessária para fazer com que certo tipo de nó 
deslize parcial ou completamente. Os fios multifilamentares apresentam coeficiente 
de atrito mais elevado do que os fios monofilamentares, permitindo assim uma 
fixação mais segura do nó, enquanto os fios monofilamentares possuem um bom 
deslize do nó, mas a fixação é menos segura, necessitando reforçar o nó simples 
com nós duplos. 
 
- Elasticidade: é a capacidade inerente do fio cirúrgico de recuperar a forma 
e o comprimento originais depois de um estiramento. A elasticidade contribui para 
diminuir a possibilidade de romper as bordas as incisão cirúrgica ou favorecer uma 
estenose em sutura vascular. 
 
- Memória: é a capacidade de um fio cirúrgico de retornar à sua forma 
original após ser deformado, geralmente após um nó. Quando um fio apresenta alta 
memória, consequentemente oferece menor segurança do nó. 
 
- Manuseio: relacionado com a rigidez, ou seja, quão facilmente ele pode ser 
dobrado quanto com o coeficiente de fricção, ou seja, quão facilmente o fio cirúrgico 
se desliza pelo tecido e dá o nó. Um fio cirúrgico com alto coeficiente de fricção 
tende a deslizar com dificuldade pelo tecido. Ele é mais difícil de dar nó porque este 
não se mantém. Certos fios são revestidos para reduzir o coeficiente de fricção, 
entretanto o coeficiente não deve ser muito baixo, pois ao contrário, os nós podem 
se desfazer facilmente. 
 
- Reação tecidual: como se trata de substâncias estranhas, todos os fios 
cirúrgicos causam certa reação tecidual. A reação começa quando o fio agride o 
tecido durante a introdução e pode persistir de acordo com a composição dele. A 
reação tecidual tem início com a infiltração de leucócitos na área de agressão. 
Posteriormente, aparecem os macrófagos e os fibroblastos e finalmente por volta do 
sétimo dia encontra-se presente um tecido fibroso com inflamação crônica. A reação 
persiste até que o fio cirúrgico seja encapsulado, e isso ocorre quando ele é 
constituído de material não absorvível, ou seja, absorvido pelo corpo. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
 
3.5.2 Classificação dos fios cirúrgicos 
 
 
3.5.2.1 Fios cirúrgicos absorvíveis 
 
 
São fagocitados, hidrolisados, degradados e assimilados pelo tecido em que 
são implantados. Os de origem animal são fagocitados por meio de atividade 
enzimática durante o processo de cicatrização. Os de origem sintética são 
hidrolisados quando da reação com as moléculas de água dos líquidos corporais, 
que se degradam e são assimiladas pelos tecidos em cicatrização. Eles são 
divididos em dois grupos: sintéticos e biológicos. 
 
 
3.5.2.2 Fios cirúrgicos absorvíveis biológicos 
 
 
São conhecidos como categute (nome de origem inglesa devido à obtenção 
do intestino do gato) atualmente obtido da submucosa do intestino delgado de 
ovinos ou serosa de bovinos. Conforme o tempo de absorção, os categutes podem 
ser simples ou cromados. Os simples apresentam absorção mais rápida, em torno 
de oito dias, e os cromados absorção mais lenta, em torno de 20 dias, sendo 
tratados com bricomato de potássio. O categute cromado é indicado para tecidos 
com cicatrização mais demorada, como em estruturas do aparelho gastrointestinal 
ou no útero. 
O categute simples e o cromado precisam ser mantidos em solução 
alcoólica para que sejam preservadas suas propriedades de manuseio, além de 
protegidos da luz e das grandes variações de temperatura, por isso são embalados 
em envelope primário aluminizado. Quando é removido de sua embalagem e não 
usado imediatamente, o álcool evapora e o fio perde sua flexibilidade. Para 
reestruturá-la, pode-se mergulhar o fio em água estéril ou soro fisiológico, entretanto 
o umedecimento excessivo pode reduzir a força de tensão. 
 
 
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 50 
 
 
3.5.2.3 Fios cirúrgicos absorvíveis sintéticos 
 
 
Ácido poliglicólico – fio multifilamentar com excelente maleabilidade e tem 
sido empregado em larga escala como substituto dos fios de absorção lenta e dos 
inabsorvíveis. O ácido poliglicólico é um material sintético obtido por meio de 
polimerização do ácido glicólico, de fácil manuseio, forte, flexível e de boa tolerância. 
São utilizados em anastomoses gastrointestinais, cirurgias ginecológicas, cirurgia 
geral e operações urológicas. 
 
 
3.5.2.4 Polímeros sintéticos monofilamentares mais recentes 
 
 
Fios compostos por polímeros como poliglecaprone e polidioxanona. São 
monofilamentares, maleáveis e mantêm a resistência de tensão por um período mais 
prolongado que os sintéticos multifilamentares. Indicados quando se deseja um 
apoio prolongado para a ferida, como no fechamento de tecido facial ou para 
pacientes idosos ou oncológicos. 
Os fios absorvíveis sintéticos também são embalados em envelope primário 
aluminizado, porém, seco, para a sua proteção contra a umidade, a luz e as 
variações de temperatura. 
 
 
 
 
 
 
 
3.5.2.5 Fios cirúrgicos não absorvíveis 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 
São resistentes à digestão enzimática em tecido animal vivo. São de dois 
tipos: biológicos e sintéticos. 
 
 
3.5.2.6 Fios cirúrgicos não absorvíveis biológicos 
 
 
O algodão é derivado da celulose, de baixo custo, de fácil esterilização e de 
pouca reação tecidual. Fio torcido de calibre variado, encontrado no comércio 
embalado em envelopes e já pré-cortado, geralmente com 15 a 45 cm de 
comprimento. Indicado para tecidos de rápida cicatrização e contraindicado para 
suturas cutâneas devido à sua reatividade tissular. 
O fio de seda, de origem animal, obtido de diversas espécies de bicho-da-
seda. Suas fibras são retorcidas ou transadas e podem passar por processo de 
enceramento para diminuir sua capilaridade. Apresenta facilidade de manuseio, 
resistência à tração e segurança na fixação do nó. 
 
 
3.5.2.7 Fios cirúrgicos não absorvíveis sintéticos 
 
 
Subdivididos em quatro grupos: 
 
- Poliamida: caracteriza-se pela elasticidade e resistência à água. Pode ser 
mono ou multifilamentar. Fio de pouca reação, mas de difícil manipulação, duro e 
corrediço e pouca segurança de manutenção do nó. 
- Poliéster: apresenta-se sob a forma simples, revestido de teflon ou 
siliconizado. Fio de difícil manejo por ser também corrediço; para que isso não 
ocorra, normalmente se adiciona teflon e silicone, mas estes materiais podem se 
dissociar e provocar reação tecidual. Utilizados em estruturas que requerem grande 
resistência à tração. 
 
 
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 52 
- Polipropileno: fio derivado das poliefinas, não biodegradável, e tem sido 
recomendado o tipo monofilamentado, para a síntese de feridas contaminadas, 
devido à reação tecidual mínima. É um dos fios mais inertes, com baixa capilaridade, 
com mínima reação tissular e com alta resistência à tração. É indicado nas cirurgias 
cardiovasculares. 
- Metálico: constituído de aço inoxidável e tântalo. Muito utilizado em 
tenorrafia; eventualmente em neurorrafias e fechamento de parede abdominal. O 
tântalo é menos resistente do que o aço inoxidável. São de fácil esterilização, bem 
tolerados, de espessura variável, mono e multifilamentar. 
 
 
3.6 AGULHAS CIRÚRGICAS 
 
 
A agulha não tem papel no processo de cicatrização. Deve ser 
suficientemente larga, penetrante para ultrapassara resistência tecidual, resistente 
para não dobrar, mas ao mesmo tempo flexível, para dobrar antes de quebrar, 
resistente a corrosão de tamanho, forma, e calibre apropriados à aplicação a que se 
destina. 
São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os tecidos, 
servindo de guia aos fios de sutura. Quanto ao corpo, às agulhas são retas, curvas 
(círculos de 3/8, ¼, ½ e 5/8) e semicurvas específicas para cirurgia laparoscópica, 
quanto à ponta são cilíndricas (não cortantes), espatuladas, rombas ou triangulares, 
e quanto ao fundo podem ser traumáticas ou atraumáticas. 
As agulhas retas geralmente são cilíndricas ou triangulares, utilizadas na 
reconstrução de vísceras ocas, tendões, nervos e suturas intradérmicas. 
Frequentemente são usadas com as mãos, e mais raramente com porta-agulhas. 
As agulhas curvas podem ser cilíndricas ou triangulares. Seu raio de 
curvatura é variável, adaptando-se a cada tipo de síntese, em tamanho adequado, 
sempre utilizadas com porta-agulhas. As cortantes são usadas para sutura de pele 
e periósteo. As cilíndricas suturam estruturas e órgãos mais profundos. 
As agulhas atraumáticas, isto é, aquelas que já trazem o fio montado, 
asseguram fácil penetração nos tecidos, sem deixar lacerações, sendo o tipo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
universalmente mais usado. Nas traumáticas os fios são montados no momento de 
uso e elas provocam dilacerações nos tecidos. 
As agulhas espatuladas são achatadas com bordas laterais cortantes. São 
utilizadas principalmente em cirurgias oftalmológicas. 
 
 
3.7 GRAMPOS DE PELE 
 
 
Método frequentemente usado para fechamento da pele. Quando usados 
corretamente, oferecem excelentes resultados estéticos. Além de diminuir o tempo 
de cirurgia, eles permitem a distorção decorrente do estresse exercido 
individualmente pelas pontas de sutura. 
 
 
3.8 FITAS ADESIVAS DE PELE 
 
 
As feridas sujeitas à tensão estática e dinâmica mínimas podem ser 
aproximadas por uma fita adesiva de pele. A escolha da fita para fechamento da 
pele se baseia na capacidade adesiva e força tensiva para manterem as bordas da 
ferida intimamente aderidas e especialmente a sua porosidade para facilitar a 
transmissão de umidade, evitando assim o acúmulo de fluídos debaixo da ferida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.9 INSTRUMENTO ESPECIAL 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 
Indicado para determinado tipo de cirurgia a ser realizada, por exemplo, a 
pinça de Abadie é empregada na cirurgia gastrointestinal especialmente para 
anastomose gastroentérica; o descolador de amídalas, na amidalectomia; a pinça 
Satinsky, na cirurgia vascular, pinças Duval e Allis na histerectomia. 
 
 
3.10 INSTRUMENTAL DE CAMPO 
 
 
É constituído por pinças que se destinam à fixação dos campos estéreis 
para delimitação do campo operatório. 
O instrumental cirúrgico se apresenta em tamanhos variados e muito deles 
tomam as formas retas ou curva. Essa grande variedade de tamanhos e formas visa 
proporcionar ao cirurgião uma infinidade de recursos para as mais variadas 
situações cirúrgicas. 
 
 
3.11 INSTRUMENTAL LAPAROSCÓPIO 
 
 
- Irrigador/ aspirador 
Utilizado para a irrigação e aspiração de fluidos orgânicos ou não. 
Importante para a aspiração de sangue e para a lavagem da cavidade com soro 
fisiológico. 
 
- Pinças, tesouras, ganchos, afastadores. 
Instrumentos de 5 e de 10 mm de diâmetro que não introduzidos na 
cavidade abdominal ou torácica por meio dos trocantes para realização dos 
procedimentos cirúrgicos. 
 
- Trocartes 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
Compostos de cânulas de 5, 10, 12, 23 e de 33 mm no interior das quais um 
mandril (tipo de lança pontiaguda) é introduzido. O conjunto perfura a parede 
abdominal ou torácica. Uma vez no interior da cavidade, o mandril é retirado e a 
cânula fica postada para a introdução dos instrumentos. Normalmente nos trocantes 
maiores, utilizam-se um redutor de diâmetro permitindo a introdução de instrumental 
de menor diâmetro sem a perda de CO2. 
 
 
4 TERMINOLOGIAS 
 
 
Entende-se por nomenclatura cirúrgica “o conjunto de termos de uma arte ou 
de uma ciência: terminologia”. Assim sendo, a nomenclatura cirúrgica é o conjunto 
de termos utilizados para indicar o procedimento cirúrgico a ser realizado. Os 
termos, do ponto de vista etimológico, são compostos de: 
 Raiz: é a parte básica da estrutura do termo; 
 Afixos: constituídos de prefixos e sufixos, partes que podem ser 
acrescidas antes e após a raiz. 
Na nomenclatura cirúrgica, então, a raiz significa o segmento anatômico e os 
afixos a intervenção cirúrgica a ser realizada. 
Os principais objetivos da nomenclatura cirúrgica são: 
- Fornecer sob forma verbal ou escrita uma definição do procedimento 
cirúrgico realizado. 
- Preparar o instrumental cirúrgico, artigos, equipamentos e acessórios 
apropriados para cada tipo de cirurgia. 
 
 
 
 
 
4.1 CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
Os termos são formados por um prefixo que designa a parte do corpo 
relacionada com a cirurgia e por um sufixo que indica o ato cirúrgico realizado. 
 
 
QUADRO 1 - PREFIXOS E SEUS SIGNIFICADOS 
 
Prefixo Relativo a 
A Sem, negativa 
Adeno Glândula 
Artri(o) Artéria 
Artr(o) Articulação 
Bi Dois 
Blefaro Pálpebra 
Cardi(o) Coração 
Cefal(o) Cabeça 
Célio Abdome 
Cerat(o) Tecido corneano 
Circun Ao redor 
Cist(o) Bexiga 
Cleido Clavícula 
Colecist(o) Vesícula biliar 
Colo Cólon 
Cólon Intestino grosso 
Colpo Vagina 
Condr(o) Cartilagem 
Costo Costela 
Derm(a) Pele 
Dia Através, separado 
Ecto Fora 
Enter(o) Intestino delgado 
Episio Vulva 
Espen(o) Baço 
Face Membrana do cristalino 
Faring(o) Faringe 
Fleb(o) Veia 
Gastro Estômago 
Glico Glicose, açúcar 
Gloss(o) Língua 
Hem(o) Sangue 
Hepat(o) Fígado 
Híster(o) Útero 
Lapar(o) Abdome 
Lip(o) Gordura 
Mast. Mama 
Mega Grande 
 
 
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 57 
Meso Meio 
Metro Útero 
Mi(o) Músculo 
Mielo Medula 
Nefro Rim 
Odont(o) Dente 
Oftalmo Olho 
Olig(o) Pouco, escasso 
Onfalo Cordão umbilical, umbigo 
Ooforo Ovário 
Orqui Testículo 
Osteo Osso 
Oto Ouvido 
Peri Ao redor, próximo 
Pleur(o) Pleura 
Pneum(o) Pulmão 
Post Prepúcio 
Proct(o) Reto, ânus 
Rin(o) Nariz 
Ritido Face 
Salping(o) Trompa 
Semi Metade 
Sialo Saliva 
Taqui Rápido, veloz 
Ten(o) Tendão 
Traque(o) Traqueia 
Ur(o) Urina, aparelho urinário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 2 - SUFIXOS E SEUS SIGNIFICADOS 
Sufixo Significado 
Algia Dor 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
Anastomose Formação de passagem entre dois órgãos 
Centese Punção 
Clise Fechamento 
Dese Ação de ligar, fixação, fusão 
Clise Injeção de fluidos 
Ectomia Extirpação, excisão, remoção parcial ou total 
Estase Parar 
Estesia Relacionado sensibilidade 
Grafo Desenho, registro gráfico 
Ite Inflamação 
Lise Dissolução, liberação 
Lito Pedra, cálculo 
Malácia Amolecimento 
Oma Que denota tumor 
Ostomia Criação de um novo orifício/artificial 
Penia Falta de, redução 
Pexia Fixação de um órgão 
Plastia Alteração da forma e/ou função de um órgão 
Poiese Formando, produzindo 
Polese Fazer, formar 
Ptose Queda 
Ráfia Sutura 
Ragia Fluir, jorrar. 
Síntese Composição 
Stasia Detenção, parada 
Scopia Visualização do interior do corpo em geral por meio de 
aparelhos com lentes especiais 
Strofia Torção 
Tomia Abertura de um órgão 
Stomia Abertura de uma nova boca 
Tripsia Esmagamento 
Trofia Crescimento, desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 3 - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE REMOÇÃO COM SUFIXO 
ECTOMIA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
Cirurgia Remoção de 
Apendicectomia Apêndice 
Cistectomia Bexiga 
Colecistectomia Vesícula biliar 
Colectomia Cólon 
Craniectomia Calota óssea 
Embolectomia Êmbolo 
Esofagectomia Esôfago 
Esplenectomia Baço 
Fistulectomia Fístula 
Gastrectomia Parcial ou total do estômagoHemorroidectomia Hemorroidas 
Hepatectomia Parcial do fígado 
Histerectomia Útero 
Lobectomia Lobo de um órgão 
Mastectomia Mama 
Ooforectomia Ovário 
Miomectomia Mioma 
Pancreatectomia Pâncreas 
Pneumectomia Pulmão 
Prostatectomia Próstata 
Retosigmoidectomia Reto-sigmoide 
Salpingectomia Trompa 
Simpatectomia Segmentos selecionados do sistema nervoso 
simpático produzindo vasodilatação. 
Tiroidectomia Tiroide 
 
 
QUADRO 4 - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA 
FIXAÇÃO COM SUFIXO PEXIA 
Cirurgia Para fixação 
Cistopexia Bexiga 
Histeropexia Útero à parede abdominal 
Nefropexia Rim à parede abdominal 
Retinopexia Retina 
Orquiopexia Testículo em sua bolsa 
 
 
 
 
 
QUADRO 5 - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA ALTERAR A 
FORMA E/OU A FUNÇÃO DE UM ÓRGÃO COM SUFIXO PLASTIA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
Cirurgia Alterar forma e/ou função 
Artroplastia Articulação para restaurar movimento e função 
Blefaroplastia Pálpebras 
Mamoplastia Mamas 
Piloroplastia Piloro 
Queiloplastia Lábio 
Rinoplastia Nariz 
Ritioplastia Rugas da face 
Salpingoplastia Trompa para sua recanalização 
Toracoplastia Parede torácica 
 
 
QUADRO 6- PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE SUTURA 
COM SUFIXO RAFIA 
Procedimento Sutura de (a) (o) 
Blefarorrafia Pálpebra 
Colporrafia Vagina 
Gastrorrafia Estômago 
Herniorrafia Hérnia 
Osteorrafia Sutura ou colocação de fio metálico no osso 
Palatorrafia Fenda palatina 
Perineorrafia Períneo 
Tenorrafia Tendão 
 
 
QUADRO 7 - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA 
VISUALIZAÇÃO COM SUFIXO SCOPIA 
Procedimento Visualização 
Artroscopia Articulação 
Broncoscopia Brônquios 
Cistoscopia Bexiga 
Colonocospia Cólons 
Colposcopia Vagina 
Duoenoscopia Duodeno 
Endoscopia Órgãos internos 
Esofagoscopia Esôfago 
Gastroscopia Estômago 
Laringoscopia Laringe 
Laparoscopia Cavidade abdominal 
Sigmoideoscopia Sigmoide 
Ureteroscopia Ureter 
Uretroscopia Uretra 
Ventriculoscopia Ventrículo cerebral 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
 
QUADRO 8 - PRINCIPAIS APARELHOS PARA VISUALIZAÇÃO DIRETA 
Aparelho Finalidade 
Artroscópio Artroscopia 
Broncoscópio Broncoscopia e laringoscopia 
Cistoscópio Cistoscopia, uretroscopia e ureteroscopia 
Colposcópio Colposcopia 
Colonoscópio Colonoscopia 
Endoscópio 
digestivo 
Esofagoscopia, gastroscopia, duodenoscopia 
Sigmoidoscópio Sigmoidoscopia 
Laringoscópio Laringoscopia 
 
 
QUADRO 9 - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA ABERTURA 
COM SUFIXO TOMIA OU STOMIA 
 
Cirurgia Para abertura 
Artrotomia Articulação 
Broncotomia Brônquio 
Cardiotomia Cárdia 
Cistostomia Bexiga pra drenagem da urina por sonda 
Colecistostomia Colocação de dreno na vesícula biliar 
Coledocolitotomia Do colédoco para retirada de cálculo 
Coledocotomia Exploração do colédoco 
Duodenotomia Duodeno 
Enterostomia Do cólon através da parede abdominal 
Flebotomia Dissecção de veia 
Gastrostomia Colocação de uma sonda do estômago através da 
parede abdominal 
Hepatotomia Do fígado 
Ileostomia E colocação de uma sonda ou dreno no íleo 
Jejunostomia Colocação de sonda no jejuno para alimentação 
Laparotomia Da cavidade abdominal 
Nefrostomia E colocação de sonda no rim 
Tenotomia Do tendão 
Toracotomia Da parede torácica 
Toracostomia Da parede de tórax para drenagem 
Traqueostomia Da traqueia para facilitar a passagem de ar 
Ureterolitotomia Do ureter para retirada de cálculo 
 
 
QUADRO 10 - TERMINOLOGIAS QUE NÃO SEGUEM AS REGRAS CITADAS 
 
 
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 62 
 
Cirurgia Para abertura e 
Amputação Remoção de um membro ou parte necrosada do 
corpo 
Anastomose Conexão e sutura de dois órgãos ou vasos 
Artrodese Fixação cirúrgica de articulações 
Bartolinectomia Retirada de cisto de Bartholin 
Biópsia Remoção de um tecido vivo para diagnóstico 
Cauterização Destruição de tecido por meio de agente cáustico ou 
calor 
Cesariana Retirada do feto por incisão através da parede 
abdominal 
Circuncisão Ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande 
Cistocele Queda de bexiga 
Curetagem uterina Raspagem e remoção do conteúdo uterino 
Deiscência Separação dos bordos previamente separados e 
unidos 
Dissecção Corte, retalhamento 
Divertículo Bolsa que sai da cavidade 
Enxerto Transplante de órgão ou tecido 
Episiotomia Incisão perineal destinada a evitar a rutura do períneo 
durante o parto 
Evisceração Saída de vísceras de sua cavidade 
Fístula Orifício que coloca em comunicação parte de um 
órgão, cavidade ou foco supurativo com a superfície 
cutâneo ou mucosa 
Goniotomia Cirurgia de glaucoma 
Onfalectomia Remoção do umbigo 
Bursh Levantamento da bexiga 
Hammsted Correção de estenose pilórica 
Manchester Correção do prolapso de útero 
Paracentese Punção cirúrgica da cavidade abdominal para retirada 
de líquido 
Ressecção Retirada de parte de órgão 
Retocele Protusão de parte do reto 
Toracocentese Punção da cavidade torácica 
Varicocele Veias dilatadas no escroto 
Vasectomia Corte de um segmento do canal deferente para 
controle da natalidade 
 
 
 
 
 
QUADRO 11 -TERMINOLOGIAS QUE NÃO SEGUEM AS REGRAS CITADAS 
 
 
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 63 
Ação Sufixo Instrumental cirúrgico 
Que corta Tomo Craniótomo, costótomo 
Que detém Stato Laparóstato 
Que rompe Clasto Osteoclasto 
 
 
5 ANESTESIOLOGIA 
 
 
A anestesia é caracterizada pela perda da sensibilidade dolorosa, com perda 
de consciência e certo grau de amnésia, ao passo que a analgesia é a perda da 
sensibilidade dolorosa com preservação do estado de consciência. Pode ser 
causada por: estados patológicos diversos ou provocada artificialmente, por agentes 
anestésicos. 
 
 
5.1 CONCEITOS BÁSICOS EM ANESTESIOLOGIA 
 
 
5.1.1 Anestesia 
 
Tem origem nas palavras gregas an = privação + aísthesis = sensação + ia, 
que literalmente quer dizer perda total ou parcial da sensibilidade, especialmente da 
tátil. O termo foi sugerido pelo médico e poeta norte-americano Oliver Wendel 
Holmes, entretanto, já existia na língua grega, e foi empregado no sentido de 
insensibilidade dolorosa, pela primeira vez por Dioscórides, no século I d.C. O termo 
anestesia se emprega, contudo, para a perda de qualquer tipo de sensibilidade. 
Sendo causada por estados patológicos diversos ou provocada artificialmente, por 
agentes ditos anestésicos. 
 
 
 
 
5.1.2 Analgesia 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
 
Também tem origem na palavra grega an = privação + algesía = sensação à 
dor + ia, que significa perda da sensibilidade à dor com conservação das demais 
sensações. Supressão temporária da dor sem perda da consciência. 
 
 
5.1.3 Anestesia local 
 
 
Também chamada de analgesia, implica perda da sensação dolorosa em 
uma área limitada do corpo. O agente anestésico atua temporariamente sobre fibras 
e terminações nervosas, insensibilizando o lugar onde elas estão localizadas. 
 
 
5.1.4 Anestesia regional 
 
 
Perda da sensibilidade em uma área maior do corpo, porém dentro de certo 
limite. Essa área é o que chamamos de território. O agente anestésico é capaz de 
bloquear localmente a condução dos impulsos nervosos provenientes de uma 
determinada área corporal. 
 
 
5.1.5 Anestesia geral 
 
 
Um estado reversível de depressão do SNC. Ocorre inconsciência, com 
perda de sensação de dor em todo o corpo. 
 
 
 
5.1.6 Hipnótico Estado semelhante ao sono profundo normal (sono fisiológico) que 
causa depressão moderada do SNC. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
 
O indivíduo dorme, mas pode ser despertado por estímulos sensitivos. 
 
 
5.1.7 Narcose 
 
 
O que se conhece por sono artificial. Provoca perda de consciência e 
insensibilidade. O indivíduo não consegue ser despertado por estímulos sensitivos. 
É o estado que se deseja obter durante o processo de anestesia cirúrgica. 
 
 
5.1.8 Anestesia basal 
 
 
Nível de anestesia mais superficial conseguido, em geral, pela administraçãode medicação pré-anestésica. O paciente fica inconsciente, mas não 
suficientemente deprimido para que se possa realizar um procedimento cirúrgico. 
 
 
5.1.9 Sedação 
 
 
Estado em que o paciente se encontra acordado, apresentando um grau 
moderado de depressão do SNC, calmo e sem nervosismo. 
 
 
 
 
 
 
5.1.10 Notria 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
 
Estado de torpor ou estupor, sendo o termo utilizado para definir inatividade 
mental e motora do sistema nervoso. O tipo de anestesia em que há bloqueio 
sensitivo, motor, dos reflexos e do estado mental ou vigília é denominado anestesia 
equilibrada ou notria. 
 
 
FIGURA 2 - ANESTESIOLOGIA 
 
FONTE: Disponível em: <http://caminhandocomciencia.blogspot.com.br/>. Acesso em: 12 set. 2013. 
 
 
Os objetivos do ato anestésico são: 
- Suprir a sensibilidade dolorosa durante a cirurgia com manutenção ou não 
da consciência; 
- Relaxamento muscular; 
- Proporcionar condições ideais para a ação da equipe cirúrgica. 
 
Para escolha do tipo de anestesia levam-se em consideração alguns fatores 
como: 
- Condições fisiológicas do pacientes; 
- Presença de severidade de doenças coexistentes; 
- Recuperação pós-operatória de vários tipos de anestesia; 
- Opções de manuseio da dor no pós-operatório; 
- Tipo e duração do procedimento cirúrgico; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
- Posição do paciente durante a cirurgia; 
- Exigências particulares do cirurgião. 
 
Durante a anestesia devem ser continuamente avaliadas as condições de 
oxigenação, ventilação, circulação e temperatura do paciente. Esta monitorização 
depende das condições fisiológicas e estabilidade do paciente; do procedimento 
cirúrgico; da extensão de perda sanguínea e das necessidades de monitoração 
prevista diante do uso de anestesia geral ou local. 
 
 
5.2 FATORES FÍSICOS E FISIOLÓGICOS DOS ANESTÉSICOS 
 
 
Os anestésicos gerais produzem anestesia porque eles passam para o 
cérebro por uma alta pressão parcial. Quantidades relativamente grandes de 
anestésico devem ser administradas durante a indução e nas fases iniciais de 
manutenção, pois o anestésico recircula e é depositado nos tecidos corporais. 
À medida que estes tecidos se tornam saturados, pequenas quantidades de 
anestésico são necessárias para manter a anestesia devido ao equilíbrio, ou quase 
equilíbrio, que foi alcançado entre o cérebro, o sangue e os demais tecidos. 
Qualquer fator que diminua o fluxo sanguíneo periférico, tal como a 
vasoconstrição ou o choque, pode fazer requerer apenas pequenas quantidades de 
anestésico. Inversamente, quando o fluxo sanguíneo periférico está 
extraordinariamente alto, como em um paciente com os músculos ativos ou em 
paciente apreensivo, a indução é lenta e grandes quantidades de anestésico são 
exigidas, uma vez que o cérebro recebe uma menor quantidade de anestésico. 
 
 
 
 
 
5.2.1 Profundidade da anestesia 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
 
A profundidade da anestesia é determinada por sinais físicos. Sua 
classificação é dividida em quatro estágios, cada um dos quais apresenta um grupo 
definido de sinais e sintomas: 
 
Estágio I: estágio inicial da anestesia até a perda da consciência. O pulso e 
a respiração são irregulares. 
 
Estágio II: Da perda da consciência até o início de um padrão regular de 
respiração e o desaparecimento do reflexo palpebral. Também denominado estágio 
de delírio. Caracterizado por excitação e muitas reações indesejáveis, tais como: 
vômitos, laringoespasmo e mesmo parada cardíaca podem ocorrer durante esse 
período. Respiração e pulso são irregulares e rápidos. As pupilas estão dilatadas, 
porém, contraem-se quando expostas à luz. 
 
Estágio III: Também chamado de anestesia cirúrgica. A respiração é 
irregular e o pulso tem ritmo quase normal com bom volume, a pele está rosada ou 
levemente enrubescida. Com a administração adequada do anestésico, esse estágio 
pode ser mantido por várias horas. A maior parte das cirurgias é executada neste 
estágio. 
 
Estágio IV: Dura desde o momento da cessação da respiração até a 
insuficiência do sistema circulatório. O pulso é filiforme e fraco. Desenvolve-se 
cianose gradualmente. Quando se chega a este estágio, suspende-se o anestésico 
imediatamente, faz-se respiração artificial. Os estimulantes, ainda que raramente 
utilizados, podem ser administrados à circulação, se houver dosagem excessiva de 
anestésicos. 
Durante a administração dos anestésicos não há, naturalmente, divisão 
definida entre os vários estágios. O paciente passa gradualmente de um estágio ao 
outro e somente pela observação cuidadosa dos sinais evidentes (condições das 
pupilas, pressão sanguínea, batimento cardíaco e ritmo respiratório) o 
anestesiologista pode ter o controle da situação. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
Praticamente a anestesia inicia-se com o pré-anestésico. Essas ações 
devem influir globalmente na qualidade da anestesia, a fim de contribuir para a 
segurança e sucesso do ato anestésico. 
 
 
5.3 MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
 
 
Consiste na administração de uma ou mais diferentes drogas antes do ato 
anestésico com o objetivo de produzir amnésia e sedação, diminuir a dor, 
potencializar os agentes anestésicos, diminuir secreções de vias aéreas e o 
metabolismo, reduzir volume do conteúdo gástrico e aumentar o seu pH, reduzindo 
as necessidades de anestésicos. Reduz a ansiedade, pois o estresse pré-operatório 
pode provocar inquietação, insônia, arritmias, hipertensão arterial e crise de angina. 
Portanto, a medicação pré-anestésica deve proporcionar a redução da 
ansiedade, de modo que a indução e manutenção da anestesia sejam mais fáceis, 
pois o estresse pré-operatório pode provocar inquietação, insônia, arritmias, 
hipertensão arterial e crise de angina. A medicação deve ser prescrita de acordo 
com as necessidades individuais do paciente, as quais podem ser distribuídas em 
três grupos: 
 
1. Anticolinérgicos: diminuem a secreção salivar e os reflexos vagais 
sobre o coração. A atropina exerce sua ação por antagonismo competitivo com a 
acetilcolina. Ela tem como efeito colateral taquicardia devido ao bloqueio vagal, 
agitação psicomotora, hipertermia, sialosquiese, aumento da pressão intraocular em 
doentes glaucomatosos, midríase, no aparelho renal relaxa a bexiga e contrai os 
esfíncteres. A escopolamina provoca agitação e delírio por atravessar a barreira 
hematoencefálica. O glicopirrolato é mais potente que a atropina é mais potente que 
a atropina. Aumenta a frequência cardíaca, atravessa a barreira hematoencefálica, 
Pode elevar o pH gástrico mais que a atropina. 
 
2. Tranquilizantes: possuem efeitos ansiolíticos, amnéstico, sedativo, 
anticonvulsivante e relaxante muscular. Podem ser administrados por via 
 
 
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 70 
intramuscular ou oral, com melhor absorção pela mucosa gástrica. O diazepan, 
lorazepan, flunitrazepan, midazolan são as drogas mais utilizadas, cujo efeito 
colateral mais significativo está relacionado com a depressão respiratória discreta, 
sendo mais perigosa em idosos; a sonolência pode se prolongar no período pós-
anestésico, prejudicando a alta da sala de recuperação e a alta do doente de 
ambulatório. A principal alteração cardiovascular decorre da discreta redução da 
pressão sanguínea arterial média por diminuição da resistência vascular sistêmica. 
O midazolan tem a vantagem de provocar amnésia anterógrada, potencializa o efeito 
dos anestésicos gerais e pode provocar depressão respiratória. 
 
 
3. Hipnoanalgésicos: diminuem a ansiedade dolorosa com sedação. As 
drogas morfina, meperidina, dolantina, fentanil, alfentanil produzem analgesia em 
pacientes com dores pré-operatórias. Entretanto, em doses analgésicas podem 
deprimir a respiração e aumentar o risco de acidose respiratória e pneumonite 
aspirativa. Grandes doses podem causar hipotensão, náuseas, vômito, constipação 
e distensãoabdominal. A ocorrência de urticária e broncoespasmo indica 
hipersensibilidade. A morfina produz hipnose e analgesia. As principais 
complicações são: euforia, confusão mental, náuseas e vômitos, bradicardia, 
hipotensão arterial, hipoventilação pulmonar, espirro, em doses altas pode provocar 
rigidez e convulsões; miose, hiperglicemia, efeito constipante, aumento da pressão 
liquórica e das vias biliares, prurido, retenção urinária. A meperidina produz 
analgesia que se inicia dez minutos após administração intramuscular. Como 
complicações mais comuns, provoca náuseas e vômitos, depressão respiratória, 
hipotensão postural, aumento da pressão intracraniana e disforia. O fentanil é um 
analgésico narcótico. Possui ação rápida, curta duração e elevada potência (100 
vezes maior do que a da morfina). Pode causar: depressão respiratória, espasmo da 
musculatura bronquiolar, aumento do tônus da musculatura esquelética, bradicardia, 
hipotensão arterial, náuseas e vômitos, sudorese, toxicomania. O início da ação do 
alfentanil é rápido. Pode causar depressão respiratória, embora de curta duração, 
raramente sendo necessário o emprego dos antagonistas dos hipnoanalgésicos ao 
término da cirurgia. 
A visita do anestesiologista e de um enfermeiro de centro cirúrgico antes da 
 
 
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 71 
cirurgia, é mais calmante para o paciente que os medicamentos utilizados no pré-
anestésico. As medicações pré-anestésicas devem ser administradas 45 a 75 
minutos antes de começar a anestesia, para que tenham ação antes do início da 
anestesia com a finalidade de produzir sedação, amnésia, analgesia, diminuição do 
metabolismo basal e bloqueio vagal. 
 
 
5.4 TIPOS DE ANESTESIA 
 
 
Os diferentes tipos de anestesias se dividem em dois grandes grupos: a 
anestesia de consciência (geral) e as de partes do corpo (sendo as loco regional: 
local, tissular, plexular, troncular, epidural e raquianestésica). Uma classificação 
frequentemente usada para a assistência anestésica é a seguinte: 
 
 
5.4.1 Anestesia geral 
 
 
A anestesia geral pode ser entendida como um estado reversível de 
ausência de percepção dolorosa, relaxamento muscular, depressão neurovegetativa 
e inconsciência, resultante da ação de uma ou mais drogas no sistema nervoso. 
São administrados por vias endovenosas e inalatória preferencialmente em 
razão da relação efeito-doze e o tempo de curso de efeito são mais previsíveis. 
Outras vias podem ser usadas, como a anestesia geral retal. 
 
 
 
 
 
 
 
5.4.2 Anestesia geral por inalação 
 
 
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 72 
 
 
Os anestésicos líquidos podem ser administrados pela mistura de vapores 
com oxigênio ou óxido nitroso-oxigênio e, então, fazer o paciente inalar a mistura. O 
vapor é administrado ao paciente por meio de um tubo ou máscara. 
A técnica endotraqueal para administração de anestésico consiste na 
introdução de um tubo endotraqueal ou da máscara laríngea de borracha macia ou 
plástico, dentro da traqueia (tubo) ou laringe (máscara laríngea), com a ajuda de um 
endoscópio óptico de fibra flexível, ou também pela exposição da laringe com um 
laringoscópio ou pela introdução do tubo cegamente. O tubo pode ser inserido tanto 
pelo nariz quanto pela boca (a ML somente pela boca). Quando o tubo encontra-se 
no local, o mesmo isola os pulmões do esôfago de forma que, se o paciente vomita, 
nenhum conteúdo do estômago entra nos pulmões. 
São exemplos de anestésicos líquidos voláteis: o alotano, tricloetileno, 
metoxiflurano, enflurano e cevoflurano e gases (óxido nitroso e ciclopropano – 
combinado com oxigênio). O que determina a profundidade da anestesia é a 
concentração do anestésico no cérebro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3 – MATERIAIS PARA INTUBAÇÃO 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.viaaereadificil.com.br/tecnicas_int/guias.htm>. Acesso em: 12 
set. 2013. 
 
 
 
FIGURA 4 – POSICIONAMENTO DA MÁSCARA LARÍNGEA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.medtech.com.br/lma/imagens_ML/ML-inserc-2.gif>. Acesso em: 
12 set. 2013. 
 
 
 
 
FIGURA 5 – INSERÇÃO DA MÁSCARA LARÍNGEA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 74 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.viaaereadificil.com.br/mascara_laringea/ML_p/ML/historico_ML.htm>. Acesso em: 12 set. 
2013. 
 
 
5.4.3 Anestesia geral endovenosa 
 
 
Pode ser produzida pela injeção intravenosa de várias drogas. Tem a 
vantagem de não ser explosiva, agradável para o paciente, ação rápida, fácil de 
dosar, não requer aparelhagem e é muito fácil de administrar, porém, não há meio 
de removê-la do organismo (tiopental sódico, etomidato, acetamina, diazepínicos, 
propofol e methoexital sódico). 
 
 
5.4.4 Anestesia local 
 
 
Caracteriza-se pela administração de anestésico local nas imediações dos 
axônios. Sua ação é de estabilizar a membrana do axônio impedindo a 
despolarização e consequente propagação do impulso elétrico. Pode ser classificada 
em: local propriamente dita regional e espinhal. 
 
 
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 75 
Anestesia local pode ser tópica (mucosa do nariz, boca, árvore 
traqueobrônquica, esôfago e trato geniturinário) ou por infiltração (injeção de 
anestésico nos tecidos nos quais deve passar a incisão). 
 
 
5.4.5 Anestesia regional 
 
 
O agente anestésico é injetado nos nervos ou ao redor deles, de modo a 
anestesiar a área por eles inervada. As áreas mais comumente utilizadas são: 
bloqueio do plexo (plexo branquial); anestesia paravertebral (parede abdominal e 
vísceras); bloqueio transacral (períneo e baixo abdômen); 
 
 
5.4.6 Anestesia espinhal 
 
 
Epidural ou peridural - injeção de anestésico no canal medular no espaço ao 
redor da dura-máter. 
Raquianestesia – é obtida pela punção lombar e, no mesmo ato, injeta-se a 
solução de anestésico no líquido cefalorraquidiano, no espaço subaracnóideo. 
Outras medicações são utilizadas como coadjuvantes no ato anestésico. É o 
caso do miorrelaxantes utilizados para facilitar a intubação e oferecer condições 
cirúrgicas ideais em planos menos profundos que a anestesia geral. Dividem-se em 
três grupos: relaxantes musculares despolarizantes (succinilcolina), relaxantes 
musculares não despolarizantes (antagonistas da acetilcolina) que podem ser 
divididos enquanto duração de ação em intermediários (atracurium) e de longa 
duração (pancurônio). São utilizadas também antagonistas dos hipinoanalgésicos 
como a nalorfina e neurolépticos como a clorpromazina. 
 
A regressão do ato anestésico se inicia na sala de operação paralela à 
eliminação ou biotransformação dos agentes anestésicos, tratando-se assim do 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 76 
processo de recuperação - a consciência. Essa se processa em três fases e quatro 
estágios clínicos. 
 
Fases: 
- Imediata (minutos): o paciente apresenta volta à consciência, existe 
presença de reflexo das vias aéreas superiores e movimentação; 
- Intermediárias (minutos/horas); 
- Tardia (normalidade motora e sensorial): deve-se julgar o desempenho do 
paciente entre 24 e 48 horas após a anestesia porque alguns efeitos indesejáveis 
podem persistir por este período. 
 
Estágios clínicos: 
1º estágio: o paciente responde a estímulo doloroso; 
2º estágio: ocorre abertura dos olhos ao comando verbal; 
3º estágio: o paciente responde a pergunta simples; 
4º estágio: apresenta boa orientação no tempo e no espaço. 
 
Outra classificação quanto às condições físicas, desenvolvida pela ASA – 
American Society of Anesthesiologists para avaliação da gravidade das disfunções 
fisiológicas e anormalidades anatômicas é dada por: 
 
ASA 1: paciente sadio; 
ASA 2: paciente com doença sistêmica leve; 
ASA 3: paciente com doença sistêmica severa; 
ASA 4: paciente com doença sistêmica severa que é um constante risco 
para a vida; 
ASA 5: moribundo que não se espera sobreviver sem a cirurgia; 
ASA 6: pacientecom morte cerebral declarada cujos órgãos estão sendo 
removidos para doação. 
 
 
 
 
 
 
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 77 
6 CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
 
 
O termo perioperatório é empregado para descrever todo o período da 
cirurgia, incluindo antes e após a cirurgia em si. As três fases dos cuidados 
perioperatórios são: Pré-operatório, Transoperatório e Pós-operatório. 
 
 
6.1 PRÉ-OPERATÓRIO 
 
 
Esse período tem início desde o momento em que o paciente recebe a 
indicação da operação e se estende até a sua entrada no centro cirúrgico. Divide-se 
em duas fases: pré-operatório mediato e pré-operatório imediato. 
 
 
6.1.1 Pré-operatório Mediato 
 
 
Começa no momento da indicação da operação e termina 24 horas antes do 
seu início. Geralmente, nesse período o paciente ainda não se encontra internado. 
Neste período mediato, sempre que possível, o cirurgião faz uma avaliação 
do estado geral do paciente por meio de exame clínico detalhado e dos resultados 
de exames de sangue, urina, raios X, eletrocardiograma, entre outros. Essa 
avaliação tem o objetivo de identificar e corrigir distúrbios que possam aumentar o 
risco cirúrgico. 
Tratando-se de cirurgias eletivas, em que há previsão de transfusão 
sanguínea, muitas vezes é solicitado ao paciente para providenciar doadores 
saudáveis e compatíveis com seu tipo sanguíneo. Com essa medida pretende-se 
melhorar a qualidade do sangue disponível e aumentar a quantidade de estoque 
existente nos hemocentros, evitando sua comercialização. 
Os cuidados de enfermagem aqui neste período compreendem os preparos 
psicoespiritual e o preparo físico. 
 
 
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 78 
 
 
6.1.1.1Consentimento cirúrgico 
 
 
Antes da cirurgia, o paciente deve assinar um formulário de consentimento 
cirúrgico ou permissão para realização da cirurgia. Quando assinado, esse 
formulário indica que o paciente permite a realização do procedimento e 
compreende seus riscos e benefícios, explicados pelo cirurgião. Se o paciente não 
compreender as explicações, o enfermeiro notifica ao cirurgião antes que o paciente 
assine o formulário de consentimento. Os pacientes devem assinar um formulário de 
consentimento para qualquer procedimento invasivo que exija anestesia e comporte 
risco de complicações. 
Quando um paciente adulto está confuso, inconsciente ou não é 
mentalmente competente, um familiar ou um tutor deve assinar o formulário de 
consentimento. Quando o paciente tem menos de 18 anos de idade, um dos pais ou 
um tutor legal deve assinar o formulário. Pessoas com menos de 18 anos de idade, 
que vivem longe de casa e sustentam-se por conta própria, são considerados 
menores emancipados e assinam o formulário de consentimento. 
Em uma emergência, o cirurgião pode ter que operar sem consentimento. 
No entanto, a equipe de saúde deve se esforçar ao máximo para obter o 
consentimento por telefone, telegrama ou fax. Todo enfermeiro deve estar 
familiarizado com as normas da instituição e com as leis estatais relacionadas aos 
formulários de consentimento cirúrgico. 
Os pacientes devem assinar o formulário de consentimento antes que lhes 
seja administrado qualquer sedativo pré-operatório. Quando o paciente ou a pessoa 
designada tiver assinado a permissão, uma testemunha adulta também assina para 
confirmar que o paciente ou o indivíduo designado assinou voluntariamente. Em 
geral, a testemunha é um membro da equipe de saúde ou um empregado do setor 
de admissão. É responsabilidade de o enfermeiro assegurar que todas as 
assinaturas necessárias figurem no formulário de consentimento, e que este se 
encontre no prontuário do paciente antes que ele seja encaminhado ao centro 
cirúrgico (CC). 
 
 
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 79 
 
 
6.1.1.2 Avaliação Pré-operatória 
 
 
Os cuidados pré-operatórios exigem uma avaliação completa do paciente. A 
avaliação varia, dependendo da urgência da cirurgia e de o paciente ter sido 
admitido no mesmo dia da cirurgia, ou antes. No entanto, mesmo em emergências, o 
enfermeiro deve se esforçar ao máximo para coletar o maior número de dados 
possível. O quadro abaixo apresenta uma lista de informações importantes que 
devem ser obtidas durante a avaliação do paciente. 
 
 
QUADRO 12 – AVALIAÇÃO PRÉ- OPERTÓRIA 
 
REVISÃO DOS EXAMES DIAGNÓSTICOS E 
LABORATORIAIS PRÉ-OPERATÓRIOS 
 Hemograma completo 
 Tipagem sanguínea e prova de 
compatibilidade 
 Eletrólitos séricos 
 Urinálise 
 Radiografia de tórax 
 Eletrocardiograma 
 Outros exames relacionados ao 
procedimento ou à condição clínica do 
paciente (ex. tempo de protrombina, tempo 
de tromboplastina parcial, nitrogênio da 
ureia sanguínea, creatinina, outros estudos 
radiográficos). 
 
REVISÃO DOS ANTECEDENTES MÓRBIDOS 
DO PACIENTE E PREPARO PARA A 
CIRURGIA 
 Histórico da doença atual e razão da 
cirurgia. 
 Antecedentes mórbidos: condições clínicas 
agudas e crônicas, hospitalizações e 
cirurgias anteriores, qualquer problema 
anterior com anestesia, alergias, 
medicamentos atuais, uso de substâncias 
como álcool, tabaco, drogas ilícitas. 
 Revisão dos sistemas. 
 
AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES FÍSICAS 
 Capacidade de comunicação. 
 Nível de consciência (confusão mental, 
sonolência, não responsividade) 
 Sinais vitais. 
 Peso e altura. 
 Integridade cutânea. 
 Capacidade de se mover/deambular. 
 Nível de exercício. 
 Próteses. 
 Condição circulatória. 
 
AVALIAÇÃO DAS NECESSIDAS 
PSICOLÓGICAS 
 Estado emocional. 
 Nível de compreensão do procedimento 
cirúrgico e das instruções pré e pós-
operatórias. 
 Estratégias de enfrentamento. 
 Sistema de apoio. 
 Papéis e responsabilidades. 
 
AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES 
CULTURAIS 
 Linguagem – necessidade de intérprete. 
 Costumes particulares relacionados à 
cirurgia, à privacidade, à eliminação de 
partes do corpo e a transfusões sanguíneas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
 
 
6.1.1.3 Preparo psicoespiritual 
 
 
O estado emocional influencia diretamente no funcionamento do corpo, 
consequentemente, o paciente que apresenta alterações nesta área (ansiedade, 
estresse) poderá ter um comprometimento na sua evolução pós-operatória. As 
principais intervenções de enfermagem compreendem: 
a) Explicar ao paciente a sua cirurgia e os exames na medida do possível. 
b) Diminuir a sensação de medo da anestesia, cirurgia, dor, morte, do 
desconhecido, e de destruição da autoimagem. 
c) Orientar sobre os procedimentos e a importância da sua cooperação no 
pré e pós-operatório. 
d) Explicar como irá retornar da cirurgia e que a enfermagem estará 
presente para atendê-lo em qualquer anormalidade. 
e) Transmitir sensação de calma e confiança, e ouvir com atenção os 
problemas do paciente. 
f) Proporcionar um ambiente calmo e tranquilo, favorecendo o equilíbrio 
psicológico e o entrosamento com o ambiente hospitalar. 
g) Atender a família, explicando resumidamente a cirurgia, como o 
paciente retornará da SO e a importância da família em apoiá-lo nesse período. 
h) Providenciar ou dar assistência religiosa, de acordo com a religião ou 
solicitação do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 81 
6.1.1.4 Preparo físico 
 
 
São cuidados para melhorar o esclarecimento do diagnóstico e para adequar 
o estado geral do paciente à cirurgia. Eles objetivam remover as possíveis fontes de 
infecção e preparar o paciente para a operação. 
a) Realizar exame físico, atentando para determinadas condições que 
podem atuar negativamente na cirurgia. Ex. idade, outras doenças, quadro 
infeccioso, hipersensibilidade medicamentosa, alimentar, fatores exógenos, etc. 
b) Providenciar e preparar o paciente para os exames laboratoriais e 
outros exames auxiliares de diagnóstico. 
c) Controlar os SSVV. 
d) Observar o equilíbrio hidroeletrolítico e o estado nutricional, orientando, 
estimulando e administrando dietas adequadas, medicamentos, soros, etc.e) Ensinar exercícios respiratórios com frascos, luvas, principalmente aos 
que serão submetidos à anestesia geral, cuja finalidade é prevenir complicações 
pulmonares após a realização da cirurgia. Normalmente, se orienta para o paciente 
colocar as duas mãos na parte inferior das costelas, a fim de sentir o movimento 
torácico, expirar completamente, inspirar profundamente pelo nariz e expulsar todo o 
ar pela boca. Repetir esse exercício várias vezes. Há pequenos aparelhos 
denominados expirômetros de incentivo, utilizados para a realização de exercícios 
respiratórios. 
f) Exercícios de tosse cujo objetivo é retirar secreções da traqueia e dos 
brônquios. O paciente é orientado para entrelaçar os dedos, colocando as mãos 
sobre o local da futura incisão, ou então usar o travesseiro para apoiar as mãos e 
pressionar o local. Isso funciona como imobilização durante a tosse, eliminando a 
dor. Depois de pressionar o local, deve inclinar-se ligeiramente para frente, encher 
os pulmões e provocar rápidas tossidelas. O exercício deve ser repetido uma ou 
duas vezes, tentando eliminar possíveis secreções. 
g) Orientar o paciente referente à deambulação precoce, que consiste em 
pequenas caminhadas após a cirurgia, tão logo as suas condições o permitam. A 
deambulação precoce favorece a expansão pulmonar, a circulação de membros 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
inferiores e estimula o peristaltismo intestinal, evitando a distensão abdominal por 
acúmulo de gases e conteúdo intestinal estático. 
h) Limpar a pele com banho completo no dia anterior, e no dia da cirurgia, 
banho corporal completo com antisséptico degermante (ex. chlorexidina 
degermante). 
i) Manter as unhas curtas, limpas e sem esmalte. 
j) Iniciar o jejum, conforme a prescrição médica, normalmente após o 
jantar. Suspende-se a ingestão de água de 8 a 10 horas antes da cirurgia. 
Comumente a última refeição ingerida pelo paciente antes da cirurgia contém 
apenas líquidos, alimentos facilmente digeríveis, como sopa, caldos, etc. Após essa 
refeição, o paciente precisa permanecer em jejum absoluto por várias horas, até o 
momento da cirurgia, não sendo também permitida a ingestão de líquidos (chá, 
suco, etc.) e água. Antes do período de jejum total, o enfermeiro estimula o paciente 
a manter uma boa nutrição para ajudar a suprir a demanda aumentada de nutrientes 
do organismo durante o processo de cicatrização. Proteínas e ácido ascórbico 
(vitamina C) são particularmente importantes na cicatrização da ferida. 
 
 
6.1.1.5 Pré-operatório Imediato 
 
 
Esta fase compreende as 24 horas que antecedem a operação. De um modo 
geral, o paciente é admitido no hospital dentro desse período, com o objetivo de ser 
devidamente preparado para o ato cirúrgico. Esse procedimento, entretanto, pode 
variar de instituição para instituição, ou dependendo do tipo de cirurgia ou do estado 
do paciente. Há casos em que o paciente interna-se com vários dias de 
antecedência, quando necessita de um tratamento para habilitá-lo a ser operado. 
Em outros casos, no entanto, a admissão se dá no mesmo dia da operação. 
a) Preparo da pele: esse procedimento tem como finalidade eliminar ao 
máximo a flora bacteriana que normalmente habita a pele do paciente. A área em 
torno da futura ferida operatória deve ser limpa de modo completo e feita a 
tricotomia, que significa a raspagem dos pelos em uma região do corpo. Em vários 
hospitais, a tricotomia é realizada na véspera da cirurgia, à noite, muito embora seja 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
mais indicado fazê-la até duas horas antes da cirurgia, para evitar a proliferação de 
germes após o preparo da pele. A rotina de limpeza da pele depende do 
procedimento cirúrgico e das normas do cirurgião ou da instituição. O objetivo é 
diminuir a quantidade de microrganismos sem comprometer a integridade cutânea. 
Para uma cirurgia planejada, pode-se solicitar ao paciente que limpe a área 
determinada com um sabão detergente germicida durante vários dias antes do 
procedimento. Normalmente, os pelos não são removidos antes da cirurgia, exceto 
se puderem interferir na incisão. Nesse caso, os pelos são removidos com 
tricotomizadores elétricos no momento da cirurgia. 
b) Preparo intestinal: para a maioria das cirurgias, principalmente as 
realizadas sob anestesia geral, é importante o reto estar vazio, evitando, assim, que 
o paciente evacue durante o ato cirúrgico. Em função do tipo de cirurgia a ser 
realizada, o médico irá prescrever o preparo adequado, que pode variar desde ouso 
de laxante até a aplicação de clister ou lavagem intestinal. Uma cirurgia de intestino 
grosso, por exemplo, exige um preparo maior, para o órgão ficar o mais vazio e 
limpo possível. Nesses casos, o laxante é administrado dias antes, mas o clister e a 
lavagem são feitos na véspera da operação. Já em cirurgias de pequeno porte, 
pode-se dispensar a execução desse preparo, desde que o paciente tenha 
evacuado normalmente na manhã do dia da cirurgia. Um intestino limpo permite a 
visualização acurada do sitio cirúrgico e previne traumas intestinais ou contaminação 
acidental do peritônio por fezes. Um enema evacuador ou um laxante é prescrito 
para a noite que antecede a cirurgia, e pode ser repetido na manhã do dia da 
cirurgia. Quando uma cirurgia intestinal é programada, antibióticos também podem 
ser prescritos para reduzir a microbiota intestinal. 
c) Higiene geral: além do preparo local da pele, um banho completo antes 
da cirurgia, ajuda a evitar infecções, principalmente com uso de antissépticos 
degermantes. 
d) Retirar os esmaltes: no mínimo em uma das unhas, se for o caso, para 
o anestesista controlar melhor a oxigenação durante a cirurgia. 
e) Orientar o paciente deambulante para ir ao banheiro, com o objetivo de 
esvaziar a bexiga e o intestino, realização da higiene bucal adequada. 
f) Fornecer camisola limpa e ajudar o paciente a vesti-la com a abertura 
para as costas, orientando-a para não colocar qualquer roupa de baixo. 
 
 
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 84 
g) Pentear os cabelos do paciente e cobri-lo com gorro. 
h) Retirar próteses, lentes de contato, joias, adornos em geral. Depois, 
para evitar que se percam, identificar esses objetos e entregá-los ao responsável ou 
encaminhar para guarda-volumes no hospital. A retirada de prótese dentária antes 
da anestesia para alguns pacientes em violação da privacidade, em que alguns 
serviços têm como rotina a retirada na SO, guardando-as para posterior devolução. 
i) Conferir os exames pré-operatórios, à autorização para a operação e 
as radiografias, se estão juntas ao prontuário médico do paciente. 
j) Administrar a medicação pré-anestésica prescrita aproximadamente 30 
a 60 minutos antes de encaminhar ao CC, quando prescrita. Quando o efeito da 
medicação estiver iniciando, o paciente deve permanecer sob observação, jamais 
sendo deixado sozinho, pois poderá apresentar reações adversas, como depressão 
respiratória ou mesmo agitação. A medicação pré-anestésica visa basicamente 
reduzir a ansiedade, diminuir secreções do trato respiratório e reduzir as 
intercorrências alérgicas. 
k) Deixar o paciente deitado, protegido com grades. Verificar, novamente, 
os SSVV, anotando-os no prontuário e comunicando qualquer anormalidade 
observada. 
l) Alguns hospitais usam como protocolo de rotina a SVD no período pré-
operatório, neste caso realizá-la. 
 
 
6.1.1.6 Checagem Pré-operatória 
 
 
A maioria dos pacientes é transportada ao centro cirúrgico em uma maca. 
Para proporcionar privacidade, segurança e aquecimento, o enfermeiro cobre a 
pessoa com um lençol e fixa em torno dela os cintos de segurança. Antes de o 
paciente deixar o quarto, o enfermeiro registra todas as informações necessárias no 
seu prontuário: sinais vitais, peso, medicamentos pré-operatórios administrados, 
procedimentos realizados, se o paciente esvaziou a bexiga, o destino de objetos 
valiosose próteses dentárias e observações pertinentes. 
 
 
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 85 
A maioria dos hospitais ou dos serviços de cirurgia utiliza uma checagem 
pré-operatória para que não haja dúvida de que se realizaram todas as avaliações e 
procedimentos antes da cirurgia. Essa checagem geralmente envolve: 
 Avaliação: inclui a pulseira de identificação de alergia; lista de 
medicamentos em uso atualmente, horário de a última ingestão alimentar ou líquida 
do paciente; destino de objetos de valor, dentaduras ou próteses; remoção da 
maquiagem e do esmalte para unhas; e o uso de vestimentas hospitalares. 
 Medicamentos pré-operatórios: inclusive a via e o momento da 
administração. 
 IV: inclusive localização, tipo de solução, velocidade de infusão. 
 Preparos pré-operatórios: incluindo, quando apropriado, preparo da 
pele, passagem de sonda vesical de demora ou de sonda nasogástrica, horários e 
resultados de enemas ou duchas, uso de meias ou ataduras antiembolismo, e 
horário e quantidade da última micção. 
 Prontuário: inclui o consentimento cirúrgico assinado, história e exame 
físico, registros antigos, e resultados de exames solicitados. 
 Outras informações: conforme as exigências do serviço. 
 Assinatura(s): do enfermeiro e de outras pessoas envolvidas no 
preparo do paciente para a cirurgia e no seu transporte para o CC. 
Quando a checagem pré-operatória termina, o paciente está pronto para ser 
encaminhado ao CC. O pessoal do setor cirúrgico ajuda na transferência do paciente 
para a maca e depois para o CC ou para a área de espera. 
 
 
6.2 PERÍODO TRANSOPERATÓRIO (INTRAOPERATÓRIO) 
 
 
É aquele em que o paciente será submetido a uma cirurgia propriamente 
dita, sendo realizada na unidade de centro cirúrgico, que é dotada de uma 
infraestrutura que garanta plena segurança e conforto ao paciente e a equipe de 
saúde. 
As funções da enfermagem abrangem a recepção do paciente no CC, 
organização da SO, atendimento as necessidades de saúde e segurança do 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 86 
paciente durante e após a cirurgia, encaminhando o paciente para a RPA, UTI ou 
enfermaria. 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II

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