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As partes no testamento, inventário, curatela e tutela

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AS PARTES NO TESTAMENTO, INVENTÁRIO, CURATELA E TUTELA
Publicado por Ivana Teixeira
TESTAMENTEIRO
Para que o testador fique tranquilo, ele indica alguém para que suas deliberações sejam cumpridas, chamado de testamenteiro. Sua nomeação poderá ser feita no testamento ou por meio de codicilo. Tem papel fundamental para fazer cumprir o testamento. O Código Civil dispõe sobre:
Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal.
Art. 1.883. Pelo modo estabelecido no art. 1.881, poder-se-ão nomear ou substituir testamenteiros.
A principal função do testamenteiro é dar cumprimento ao testamento e defender sua validade, bem como poderá desempenhar possíveis atribuições que delegue o testador, sendo pois, também chamado de executor testamentário. E, assim, preceitua os artigos 1.980, 1.981 e 1.982 do Código Civil:
Art. 1.980. O testamenteiro é obrigado a cumprir as disposições testamentárias, no prazo marcado pelo testador, e a dar contas do que recebeu e despendeu, subsistindo sua responsabilidade enquanto durar a execução do testamento.
Art. 1.981. Compete ao testamenteiro, com ou sem o concurso do inventariante e dos herdeiros instituídos, defender a validade do testamento.
Art. 1.982. Além das atribuições exaradas nos artigos antecedentes, terá o testamenteiro as que lhe conferir o testador, nos limites da lei.
1. Natureza jurídica:
A doutrina divide-se afirmando que a natureza jurídica do testamenteiro é do encargo, enquanto outra parte afirma ser uma espécie de mandato. 
De acordo com Silvio Rodrigues, “é uma instituição autônoma, com características próprias, que não se confunde com o mandato nem com outros institutos, apesar de algumas semelhanças”. 
Para Pontes de Miranda, não é um mandado, trata-se na verdade de um “cargo” privado.
2. Nomeação 
O testador poderá nomear um ou mais testamenteiros para atuarem em conjunto ou separadamente. 
Art. 1.976. O testador pode nomear um ou mais testamenteiros, conjuntos ou separados, para lhe darem cumprimento às disposições de última vontade.
Poderão ser nomeados de maneira sucessiva, ou seja, ordem de nomeação de maneira que apenas na falta ou impedimento do primeiro, deve ser chamado o segundo, e assim por diante.
Quando tiverem os testamenteiros funções distintas, nomeados separadamente, cada um exercerá a atividade que lhe foi imposta pelo testador. Vejamos o artigo no Código Civil correspondente:
Art. 1.986. Havendo simultaneamente mais de um testamenteiro, que tenha aceitado o cargo, poderá cada qual exercê-lo, em falta dos outros; mas todos ficam solidariamente obrigados a dar conta dos bens que lhes forem confiados, salvo se cada um tiver, pelo testamento, funções distintas, e a elas se limitar.
3. Dos impedimentos
O testamenteiro não é nem herdeiro, nem legatário, não podendo receber bens da herança. Recebe apenas o prêmio por contraprestação por serviço prestado.
Quem tem débito com o testador, estiver litigando com os herdeiros ou for inimigo do testador ou seus sucessores, não poderá ser testamenteiro, conforme dispõe o artigo 1.735 do Código Civil de 2002:
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor;
III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela;
IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena;
V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;
VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
4. Testamento dativo
Nomear ou não testamenteiro é uma faculdade do testador. No silêncio do testamento, o cumprimento do legado incumbe aos herdeiros e até aos legatários.
Art. 1.934. No silêncio do testamento, o cumprimento dos legados incumbe aos herdeiros e, não os havendo, aos legatários, na proporção do que herdaram. 
A lei processual determina o a nomeação de testamenteiro dativo caso o nomeado pelo testador não aceite o cargo. Manda obedecer à preferência legal: o cônjuge ou um dos herdeiros.
Art. 1.984. Na falta de testamenteiro nomeado pelo testador, a execução testamentária compete a um dos cônjuges, e, em falta destes, ao herdeiro nomeado pelo juiz.
5. Atribuições 
As atribuições do testamenteiro são: fiscalizar o cumprimento das disposições testamentárias; cumprir as obrigações do testamento; pugnar pela sua validade; defender a posse dos bens da herança; bem como requerer ao juiz que lhe conceda os meios necessários para cumprir as disposições testamentárias. Artigo 1.137, CPC/73:
Art. 1.137. Incumbe ao testamenteiro:
I - cumprir as obrigações do testamento;
II - propugnar a validade do testamento;
III - defender a posse dos bens da herança;
IV - requerer ao juiz que Ihe conceda os meios necessários para cumprir as disposições testamentárias. 
6. Prazo
O testamenteiro deve desincumbir-se de seu mister no prazo conferido pelo testador. Não fixado prazo, este é de 180 dias a contar da aceitação do encargo.
Art. 1.980. O testamenteiro é obrigado a cumprir as disposições testamentárias, no prazo marcado pelo testador, e a dar contas do que recebeu e despendeu, subsistindo sua responsabilidade enquanto durar a execução do testamento.
7. Prestação de contas
O testamenteiro deverá prestar contas sempre que o juiz determinar, não somente no final de suas atribuições.
Art. 1.983. Não concedendo o testador prazo maior, cumprirá o testamenteiro o testamento e prestará contas em cento e oitenta dias, contados da aceitação da testamentaria.
8. Remuneração
A função do testamenteiro não é gratuita, mas se ele foi beneficiado pelo testamento, não faz jus a remuneração. O testamenteiro que não é herdeiro ou legatário, recebe um prêmio, denominado vintena. 
Art. 1.987. Salvo disposição testamentária em contrário, o testamenteiro, que não seja herdeiro ou legatário, terá direito a um prêmio, que, se o testador não o houver fixado, será de um a cinco por cento, arbitrado pelo juiz, sobre a herança líquida, conforme a importância dela e maior ou menor dificuldade na execução do testamento.
A vintena é fixada em 5% e não incidi ITCMD, pois não trata de direito sucessório, conforme afirma Maria Helena Diniz. Porém o testador poderá estipular um valor a ser pago ao testamenteiro, e o excesso dos 5% caracteriza legado.
9. Remoção
O testamenteiro pode ser removido a requerimento dos herdeiros, devendo o pedido ser fundamentado, podendo ser removido de ofício do Juiz.
Destituído o testamenteiro perde o direito ao prêmio, que reverte ao acervo sucessório. Sua remoção pode ocorrer nos seguintes casos: (i) se a prestação de contas não for aprovada; (ii) por ilegalidade ou discordância das despesas com o testamento; e (iii) se não cumprir as disposições testamentárias. Código de Processo Civil dispõe:
Art. 1.140. O testamenteiro será removido e perderá o prêmio se:
I - Ihe forem glosadas as despesas por ilegais ou em discordância com o testamento;
II - não cumprir as disposições testamentárias.
Art. 1.141. O testamenteiro, que quiser demitir-se do encargo, poderá requerer ao juiz a escusa, alegando causa legítima. Ouvidos os interessados e o órgão do Ministério Público, o juiz decidirá.
10. Extinção
A atividade do testamenteiro se esvai com a execução completa do testamento. No entanto, o cumprimento das disposições não se esgota pela simples ultimação do inventário.Possível que os encargos impostos pelo testador se prolonguem no tempo.
INVENTARIANTE
O inventariante é a pessoa que exerce o ministério privado de função designada e fiscalizada pela administração pública da Justiça.
Só pode exercer esse múnus quem é capaz e não tem interesses contrários aos do espólio. Deve administrar os bens com zelo e responsabilidade, com transparência e celeridade, sem perder de vista que se trata de administração patrimonial transitória.
Art. 1.991. Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a administração da herança será exercida pelo inventariante.
O cargo de inventariante equivale a um mandato, assume a qualidade de representante do espólio em juízo, ativa e passivamente.
O Código de Processo Civil/73 dispõe das atividades do inventariante:
Art. 991. Incumbe ao inventariante:
I - representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, observando-se, quanto ao dativo, o disposto no art. 12, § 1o;
II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência como se seus fossem;
III - prestar as primeiras e últimas declarações pessoalmente ou por procurador com poderes especiais;
IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relativos ao espólio;
V - juntar aos autos certidão do testamento, se houver;
Vl - trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou excluído;
Vll - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz Ihe determinar;
Vlll - requerer a declaração de insolvência (art. 748).
Art. 992. Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização do juiz:
I - alienar bens de qualquer espécie;
II - transigir em juízo ou fora dele;
III - pagar dívidas do espólio;
IV - fazer as despesas necessárias com a conservação e o melhoramento dos bens do espólio. 
Obs.: se o inventariante vender bens da sucessão sem devida autorização, a venda será nula.
1. Nomeação
A nomeação poderá ser feita pelo Juiz ou o testador poderá indicar o inventariante.
Havendo controvérsia sobre quem irá exercer a inventariança, mister a nomeação de um administrador provisório, para as providencias que se revelarem urgentes. O administrador provisório é a pessoa que estava na posse e administração da herança quando do falecimento do seu autor, podendo portanto, requerer a abertura de inventário. 
Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, sucessivamente:
I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão;
II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um nessas condições, ao mais velho;
III - ao testamenteiro;
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.
O cônjuge ou companheiro sobrevivente são os primeiros indicados para o exercício da inventariança, porém é necessário que estivessem convivendo com o falecido.
Ex-cônjuges e ex-companheiros somente dispõem de legitimidade para requerer a abertura do inventário se existirem bens a partilhar dos quais sejam titulares.
Só não é concedida a inventariança ao cônjuge ou companheiro quando o regime é o da separação convencional de bens, de acordo com a Lei nº 12.195/2010.
O CPC/73 dispõe:
Art. 987. A quem estiver na posse e administração do espólio incumbe, no prazo estabelecido no art. 983, requerer o inventário e a partilha.
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança.
Art. 988. Tem, contudo, legitimidade concorrente:
I - o cônjuge supérstite;
II - o herdeiro;
III - o legatário;
IV - o testamenteiro;
V - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
Vl - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;
Vll - o síndico da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge supérstite;
Vlll - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;
IX - a Fazenda Pública, quando tiver interesse.
2. Encargos
Depois de nomeado, o inventariante é intimado para, em cinco dias, prestar compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo.
Neste momento é que assume a posse do espólio, atividade que exerce até a concretização da partilha.
Art. 990. O juiz nomeará inventariante: 
Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo.
Art. 989. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal.
3. Remoção e destituição
O descumprimento dessas tarefas autoriza sua remoção, que depende de decisão judicial. Porém, desentendimentos incontornáveis com herdeiros, bastam para ensejar o seu afastamento.
Por isso, vejamos artigo 995 do CPC:
Art. 995. O inventariante será removido:
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras e as últimas declarações;
II - se não der ao inventário andamento regular, suscitando dúvidas infundadas ou praticando atos meramente protelatórios;
III - se, por culpa sua, se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano bens do espólio;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, deixar de cobrar dívidas ativas ou não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
V - se não prestar contas ou as que prestar não forem julgadas boas;
Vl - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.
4. Cessão das atividades
Findo o inventário, esvazia-se a figura do inventariante. Mas ainda é de sua responsabilidade a extração dos formais de partilha e eventuais retificações ou aditamentos.
Art. 1.027. Passada em julgado a sentença mencionada no artigo antecedente, receberá o herdeiro os bens que Ihe tocarem e um formal de partilha, do qual constarão as seguintes peças:
I - termo de inventariante e título de herdeiros;
II - avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro;
III - pagamento do quinhão hereditário;
IV - quitação dos impostos;
V - sentença.
Parágrafo único. O formal de partilha poderá ser substituído por certidão do pagamento do quinhão hereditário, quando este não exceder 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo; caso em que se transcreverá nela a sentença de partilha transitada em julgado.
Art. 1.028. A partilha, ainda depois de passar em julgado a sentença (art. 1.026), pode ser emendada nos mesmos autos do inventário, convindo todas as partes, quando tenha havido erro de fato na descrição dos bens; o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, poderá, a qualquer tempo, corrigir-lhe as inexatidões materiais.
CURATELA ESPECIAL
Trata-se da administração dos bens e a defesa de interesses e não a regência de pessoas; uma vez exaurida, esgota automaticamente a função do curador. A curadoria especial é instituída pelo testador para os bens deixados para os herdeiros ou legatários menores.
Vejamos então artigo 1.733, parágrafo 2º, do Código Civil de 2002:
Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor.
§ 1o No caso de ser nomeado mais de um tutor por disposição testamentária sem indicação de precedência, entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os outros lhe sucederão pela ordem de nomeação, se ocorrer morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro impedimento.
§ 2o Quem institui um menor herdeiro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador especial para os bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar, ou tutela.
CIVIL – CURATELA – COMPARTILHAMENTO – IMPOSSIBILIDADE. O exercício da curatela, tal como o da tutela, não pode ser compartilhado, já que a lei (art. 1.733 do novo Código Civil) atribui tal encargo a apenas uma pessoa. Trata-se, pois, de munus indivisível. 2002 01 1 035984-0 APC (0035984-08.2002.8.07.0001 - Res.65 - CNJ) DF
A Procuradora da Justiça Dra. Terezinha Galvão, em referência ao julgado acima, enfatizou: O institutoda curatela adotou o princípio da unidade a indivisibilidade do encargo. Trata-se de função personalíssima, não podendo ser exercida concomitantemente por mais de uma pessoa.
O Professor Washington de Barros Monteiro, em seu livro “Curso de Direito Civil, ensina que – reportando-se ao art. 411 do CC/16, cuja essência permaneceu no artigo 1.733 do CC vigente: “o art. 411 unifica a tutoria, dispondo, em sua primeira parte: aos irmãos órfãos se dará um só tutor. A disposição é vantajosa para os pupilos, pela maior facilidade e comodidade na gestão dos respectivos patrimônios. No caso, porém, de ser nomeado mais de um, por disposição testamentária, entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os outros lhe hão suceder pela ordem da nomeação, dado em caso de morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro impedimento legal.” 
O exercício, tanto da curatela como da tutela, não pode ser compartilhado, já que tal encargo é atribuído apenas a uma pessoa, ou seja, somente um indivíduo pode exercer a curatela do interdito. Trata-se assim, de munus indivisível.
A curatela não se confunde com a tutela, apesar da semelhança dos dois institutos. Ambas têm natureza protetiva e fins idênticos, tanta que o legislador manda que apliquem à curatela as regras da tutela, respeitando peculiaridades individuais.
Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições concernentes à tutela, com as modificações dos artigos seguintes.
Ainda que o exercício da curatela seja um múnus público, faz jus o curador a remuneração proporcional à importância dos bens administrados, além do direito de ser reembolsado pelo que realmente depender.
Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas tem direito a ser pago pelo que realmente despender no exercício da tutela, salvo no caso do art. 1.734, e a perceber remuneração proporcional à importância dos bens administrados.
0001285-39.2011.8.26.0100 Apelação / Tutela e Curatela 
Relator (a): Milton Carvalho
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 4ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 17/10/2013
Data de registro: 24/10/2013
Ementa: PRESTAÇÃO DE CONTAS. CURATELA. Pedido de fixação de remuneração em favor da curadora. Remuneração que constitui direito do curador. Inteligência dos arts. 1.752 e 1.774 do CC. Precedentes do STJ e deste Tribunal de Justiça. Importância que deve ser fixada em valor proporcional aos bens administrados. Remuneração fixada em R$2.000,00. Recurso provido.
O curador tem o dever de prestar contas, eis que está na posse e administração dos bens do curatelado.
Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário tivessem disposto os pais dos tutelados, são obrigados a prestar contas da sua administração.
TUTELA
1. Definição
A tutela é um conjunto de direitos e obrigações conferidos pela Lei a um terceiro, instituída pelo ato de ultima vontade dos pais de um menor. O tutor é titular de um poder-dever sobre a pessoa e os bens do pupilo.
Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor:
I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus haveres e condição;
II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja mister correção;
III - adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião do menor, se este já contar doze anos de idade.
Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé.
2. Remuneração/Dispensa da remuneração
O tutor pode receber remuneração ao fim de suas obrigações. Esta deve ser pleiteada em juízo no caso de silêncio no testamento.
Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas tem direito a ser pago pelo que realmente despender no exercício da tutela, salvo no caso do art. 1.734, e a perceber remuneração proporcional à importância dos bens administrados.
É possível que o testador venha dispensar a remuneração do tutor. Neste caso, ao final de suas obrigações o tutor poderá pleiteá-la ao Juiz.
3. Caução
O Juiz poderá determinar que o curador preste uma caução, principalmente no silencio da dispensa da caução. Reconhecendo a idoneidade da pessoa pelo testador, fica dispensada a caução.
Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado.
Parágrafo único. Se o patrimônio do menor for de valor considerável, poderá o juiz condicionar o exercício da tutela à prestação de caução bastante, podendo dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade.

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