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Entenda a crise que atinge a economia dos EUA 
Folha de São Paulo, em 31/03/2008 - 11h55 http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u387446.shtml
A economia dos EUA --e por conseqüência o mercado global-- passa pela maior crise de crédito em 20 anos, devido os empréstimos imobiliários "subprime", feitos a pessoas com histórico de inadimplência. 
Após atingir o pico em 2006, o preço dos imóveis passou a cair porque os juros do Federal Reserve (BC dos EUA), que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores. Como a oferta superou a demanda o valor dos imóveis passou a cair. Com isso, as hipotecas não podem ser refinanciadas quando o preço dos imóveis no mercado fica abaixo do montante nominal do empréstimo; e assim, sem conseguir mais dinheiro, passou a não ser possível pagar a dívida inicial. 
Depois que os devedores subprime começaram a não honrar suas dívidas, o temor de calotes generalizados fez o dinheiro em circulação retrair no país, desacelerando a maior economia do planeta. Com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas. 
	
Para tentar encerrar este ciclo os bancos centrais passaram a fazer injeções periódicas de dinheiro no mercado, leilões e empréstimos com juros baixos às instituições financeiras. Mas, uma das principais medidas tomadas pelo Fed foi baixar drasticamente a taxa básica de juros, deixando o dinheiro mais barato. Mas nem mesmo isso conseguiu estimular os consumidores a continuar gastando, ou a ampliarem seus gastos --como se viu nas vendas em fevereiro, que caíram 0,6% nos EUA. Assim a crise abalou o mercado de trabalho: depois de eliminar 22 mil empregos em janeiro, a economia perdeu 63 mil em fevereiro. 
Como medida emergencial para evitar a desaceleração ainda maior da economia --o que faz crescer o medo que o EUA caiam em recessão, já que 70% do PIB americano é movido pelo consumo--, o presidente George W. Bush, sancionou um pacote de estímulo que dará cheques de restituição de impostos a milhões de americanos. O pacote prevê restituir de US$ 600 para cada contribuinte com renda anual de até US$ 75 mil; e US$ 1.200 para casais com renda até US$ 150 mil, além de US$ 300 adicionais por filho. Quem não não paga imposto de renda, mas recebe o teto de US$ 3 mil anuais, terá direito a cheques de US$ 300. Mais de 130 milhões de pessoas serão beneficiadas. E mais, Bush chegou a pedir aos contribuintes que serão beneficiados com os cheques do pacote que gastem, e não guardem em poupanças, ou invistam e mesmo paguem dívidas. 
Com a crise, os bancos têm anunciado perdas e prejuízos bilionários, chegando a ser vendidos por preços baixíssimos a concorrentes. Mas, a recessão, se não chegou ainda, está a caminho --pelo menos na visão de alguns nomes de peso no setor financeiro. Alan Greenspan pinta um cenário negativo. Ele afirmou que a crise financeira atual pode ser considerada a mais grave desde a Segunda Guerra: "A atual crise financeira nos Estados Unidos será verdadeiramente julgada como a mais grave desde o fim da Segunda Guerra mundial", diz o texto. "Ela chegará ao fim quando o preço dos bens imobiliários se estabilizar e, com ele, os preços dos produtos financeiros endossados em empréstimos hipotecários." 
Economistas ouvidos pelo "The Wall Street Journal" também vêem a economia americana caindo em recessão. Segundo a pesquisa, 71% dos 51 economistas entrevistados disseram que o país já está em recessão. Pouco menos da metade (48%) dos economistas entrevistados disseram que a recessão de 2008 será pior que a de 2001 e a de 1990-91. Assim, como a crise americana provoca aversão ao risco, os investidores em ações preferem sair das Bolsas, sujeita a oscilações sempre, e aplicar em investimentos mais seguros. Isso faz os índices caírem. Além disso, os estrangeiros que aplicam em mercados emergentes, como o Brasil, vendem seus papéis, de fácil comércio, para cobrir perdas lá fora. Com muita gente querendo vender --ou seja, oferta elevada--, os preços dos papéis caem. 
Ajuda a Fannie Mae e Freddie Mac frusta eleitores dos EUA
Disp in. http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/09/09/ajuda_fannie_mae_freddie_mac_frusta_eleitores_dos_eua Por James B. Kelleher para a Reuters/Brasil Online e Publicada em 09/09/2008 às 20h51m
CHICAGO (Reuters) - A ajuda do governo Bush para as gigantes do setor hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac frustrou diversos eleitores que temem que isto se torne um precedente ruim e que executivos bem pagos saiam ilesos. "Isso reforça a minha teoria de que se o mundo fosse liderado por garçonetes aposentadas, nós todos estaríamos em uma situação melhor", afirmou Mellisa Reddington, 46, organizadora de eventos na Filadélfia. 
Reddington reflete a opinião de muitos em todo o país que afirma que a ajuda veio "pois banqueiros preocupados ligaram para banqueiros preocupados" e não porque Washington finalmente sentiu as dores de endividados comuns. Os eleitores prevêem que executivos não serão afetados enquanto os contribuintes pagarão 200 bilhões de dólares para salvar duas companhias privadas que fornecem fundos para três quartos das novas moradias nos EUA. "Eles causaram todo este estrago e agora eles não querem pagar por isso" disse Kappa Horn, dono de restaurante em Nova Orleans. 
AS FABRICANTES DE AUTOMÓVEIS
(Reportagem adicional de Lisa Baertlein, Tim Gaynor, Andrea Hopkins e Julie Steenhuysen) 
Alguns temem que a ajuda se torne um precedente que pode ser explorado por outras empresas como as três grandes fabricantes de automóveis de Detroit, que querem 50 bilhões de dólares em empréstimos de baixo custo do governo para desenvolver carros de baixo consumo. 
"Aqui o nosso governo está começando a ajudar empresas privadas", disse Sharon Ward-Fore, agente do Estado em Illinois. "Onde isto irá parar? Onde a linha final será marcada? Eles precisam ajudar as pequenas pessoas como eu que não ganham dinheiro nenhum há dois anos", disse. 
O presidente Bush afirmou que a ação foi necessária pois os problemas da Fannie Mae e Freddie Mac, que detêm dívidas de 1,6 trilhão de dólares, colocavam "um risco inaceitável para o sistema financeiro mais amplo e nossa economia". O secretário do Tesouro, Henry Paulson, afirmou que não pode estimar o tamanho da carga da ajuda do governo às duas companhias sobre os contribuintes. 
Craig High, 47, que trabalha com estudantes universitários deficientes em Austin, Texas, afirmou que "infelizmente, eu vejo a ajuda para Fannie Mae e Freddie Mac como apenas mais uma peça de dominó caindo em uma tendência de baixas financeiras em que os Estados Unidos parecem estar". Natham Pierce, 31, mensageiro de moto descansando perto da Biblioteca Pública de Los Angeles, acusou a administração de Bush de falta de supervisão. Mas Pierce, que acaba de comprar uma casa, afirmou que espera que a ação faça pelo menos o que o seus arquitetos prometeram: arrume o mercado imobiliário e levante a economia em geral. 
Déficit do governo americano mais que dobra com ajuda a hipotecárias
Wall Street Journal: Plantão | Publicada em 09/09/2008 às 23h56m Globo Online
RIO - A Comissão de Orçamento do governo americano informou nesta terça-feira que o déficit do governo americano deve atingir US$ 407 bilhões em 2008, mais do que o dobro do ano anterior, devido aos gastos com a guerra e o enfraquecimento da economia. É o que mostra uma matéria publicada pelo Wall Street Journal, em sua versão online. 
Em 2008, o déficit cresceu para 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), bem mais que o 1,2% registrado em 2007, quando o déficit do governo americano foi de US$ 161 bilhões. Em 2009, os números devem e vão chegar a US$ 438 bilhões, com a tomada do controle das hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, anunciada neste domingo.

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