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ENTOMOLOGIA FLORESTAL/2002 pg. 53 4.8 MÉTODOS DE CONTROLE POR COMPORTAMENTO Fundamentam-se em técnicas que alteram o comportamento dos insetos com o propósito de diminuir as suas populações. No controle por comportamento os principais processos empregados são o uso de hormônios (endócrinos, neuro-hormônios e feromônios), atraentes e repelentes. 4.8.1 HORMÔNIOS A) Endócrinos: produzidos por glândulas sem canal e liberados na hemolinfa com o propósito de produzir uma reação especifica em outra localidade do corpo, como por exemplo, controlar o desenvolvimento e a metamorfose dos insetos. Tendo-se como exemplos o neotenin (hormônio juvenil), hormônio do cérebro e o ecdisônio. Dentre esses hormônios o neotenin é o mais bem estudado. Por outro aspecto os seus componentes químicos são derivados dos terpenos, substâncias encontradas em árvores. Em testes realizados os resultados demonstraram que esses terpenos agem especificamente contra os insetos, porém contra todas as pragas e inimigos naturais, motivos que tem levados aos cientistas a buscarem terpenos específicos que atuem somente sobre a praga alvo. Ao nível industrial alguns terpenos já foram isolados e são comercializados, sendo considerados inseticidas de 4ª geração (juvenóides). Ex.: Diflurobenzuron, Cyromazina, Trifluron, Hidroprene, Metoprene e Juvabione. Também são encontrados no comércio os anti-hormonais (inseticidas de 5ª geração) de origem vegetal como os precocenos e os de origem microbiana como o Abamectin. B) Feromônios: substâncias químicas liberadas no ambiente por um indivíduo com o propósito de provocar uma reação de comunicação em outros indivíduos. A ação dos ferômonios é intraespecífica e juntamente com os aleloquímicos (cairomônios1, alomônios2, sinomônios3 e apneumônio4), que agem interespecificamente, formando um grupo de substâncias químicas denominadas de semioquímicos. Os feromônios mais importantes são os de alarme, de agregação, de dispersão e sexual, sendo que este último é o único empregado no Brasil. Os feromônios sexuais podem utilizados para: Monitoramento de pragas: utiliza armadilhas contendo feromônios produzidos sinteticamente. A contagem de machos ou de fêmeas subsidia a tomada de decisão com relação a realizar ou não o controle; Controle de pragas: utiliza armadilhas para coleta de grande quantidade de machos, diminuindo por conseguinte o número de acasalamento na população da praga. A coleta de machos deverá ser de quantidade alta para fazer com que a redução da população atinja níveis aceitáveis e 1 Cairomônio = substância que favorece o receptor.Ex.: tricosano emanado pelos ovos de Heliothis zea favorece a busca de seu parasitóide, Trichogramma evanescens. 2 Alomônio = substância que favorece o emissor funcionando como substância de defesa. 3 Sinomônio = substância produzida por uma espécie e recebida por outra, beneficiando ambas. 4 Apneumônio = substância química proveniente de alimento não vivo que atrai o parasitóide. Ex.: gás carbônico. ENTOMOLOGIA FLORESTAL/2002 pg. 54 armadilhas poderão conter fêmeas virgens. Esta técnica é denominada de aniquilação de machos. Outra técnica, a confusão de machos, consiste em utilizar feromônios sintéticos impregnando-se uma área de tal forma que reduza os acasalamentos pela confusão provocada no ambiente. C) Atraentes: podem ser de natureza física e química. Os atraentes físicos mais empregados são as luzes e as cores, empregando-se armadilhas luminosas e de bandeja, respectivamente, como exemplos. Os atraentes químicos mais empregados são os de alimentação, como as iscas no controle de pragas (com ou sem inseticida), embora também sejam utilizados os atraentes para oviposição, como as plantas iscas, isto é, espécies que são preferidas e que, posteriormente, deverão ser destruídas. D) Repelentes: podem ser de natureza física e química. Os repelentes físicos empregados são o som e a radiação luminosa. No caso do som empregam-se alto- falantes que emitem sons da mesma frequência dos emitidos pelos morcegos, visando repelir mariposas, sua presa natural. Para as radiações luminosas podem ser empregadas as de baixo comprimento de onda, como as radiações emitidas pela palha de arroz (repelentes de pulgões). Os repelentes químicos podem ser aplicados sobre o substrato a ser protegido ou produzido pelo próprio substrato, sendo em sua maioria substâncias voláteis. Existem repelentes produzidos por plantas. Ex.: Abies grandis repelindo Scolytus ventralis e Pinus spp. repelindo Liparis monarcha. Mas, a maioria deles está relacionado à proteção humana e de animais domésticos contra o ataque de moscas e mosquitos. Ex.: dimetil phtalato para Anopheles, Aedes e Culex e dimetil succinato para a mosca do gado BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALVES, S.B. Controle Microbiano de Insetos. São Paulo, Editora Manole Ltda., 1986. 407 p. AMARAL, E. & ALVES, S.B. Insetos Úteis. Piracicaba, Editora Livroceres Ltda., 1979. 188 p. ARRUDA, H.P. Compêndio de Defensivos Agrícolas. 4ª ed., São Paulo, Organização Andrei Editora Ltda., 1993. 448 p. FEALQ-FUNDAÇÃO DE STUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ. Curso de Entomologia Aplicado à Agricultura. Piracicaba, Editora FEALQ, 760 p. 1992. 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